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PEÇA 1 - EMBARGOS DE TERCEIRO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - RJ.
Por dependência à Ação de Execução nº: ...
Lara, brasileira, casada, sob o regime de comunhão parcial de bens, profissão..., inscrita no CPF nº ..., portadora do RG nº ..., endereço eletrônico ..., residente e domiciliado na cidade de Rio de Janeiro, com endereço em ..., CEP nº ..., vem por meio de seu advogado, conforme procuração em anexo, com endereço para receber intimações ..., à presença de Vossa Excelência, nos termos do artigo 674 do Código de Processo Civil, ajuizar
EMBARGOS DE TERCEIRO
em face de Ronaldo, estado civil..., profissão..., inscrito no CPF nº ..., portador do RG nº..., endereço eletrônico ..., residente e domiciliado em ..., com endereço em ..., CEP nº ..., pelos fatos e fundamentos que passa a expor:
I. DOS FATOS.
Lara e Fernando celebraram, em 02/05/2014, casamento civil pelo regime de comunhão parcial de bens, conforme certidão de casamento em anexo.
Em 09/07/2014, Ronaldo e Luciano celebraram contrato de compra e venda de bem móvel (conforme documento em anexo) obrigando-se Ronaldo a entregar o bem em 10/07/2014 e Luciano a pagar a quantia de R$ 200.000,00 em 12/07/2014, sendo Fernando fiador de Luciano.
No dia 10/07/2014, Ronaldo entregou o bem móvel, enquanto Luciano deixou de realizar o pagamento. Em 15/07/2014, Ronaldo iniciou execução de título extrajudicial apenas em face do fiador, Fernando.
Em 08/11/2014 foi determinada a penhora de bens, a serem escolhidos pelo Oficial de Justiça, para que, uma vez penhorados e avaliados, sejam vendidos em hasta pública, a ser realizada em 01/03/2015.
Em 11/12/2014, foi penhorado o único apartamento no qual Fernando e Lara residem, bem imóvel esse adquirido exclusivamente por Lara em 01/03/2000.
Na mesma data da penhora, Fernando e Lara foram intimados, por Oficial de Justiça, sobre a penhora do bem e sobre a data fixada para a expropriação (01/03/2015).
II. DO DIREITO.
1. DO CABIMENTO E LEGITIMIDADE.
O casamento entre a Autora e Fernando se constituiu sob o regime de comunhão parcial de bens, conforme certidão de casamento em anexo. Sobre este regime, dispõe o Código Civil, nos arts. 1.658 e 1.659, I, que, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento, excluindo-se, dentre outros, os bens que cada cônjuge possuir ao casar.
Conforme narrado nos fatos, o apartamento objeto de penhora fora comprado exclusivamente pela Autora, conforme documento em anexo, em 01/03/2000. O casamento, por sua vez, só ocorreu em 02/05/2014, sob o regime de comunhão parcial de bens, de forma que os bens adquiridos antes do casamento, não se comunicam.
Dito isso, temos que a Autora é possuidora direta do bem em questão, sendo completa estranha à lide, de forma que o apartamento não pode ser objeto da tal penhora.
2. DA IMPENHORABILIDADE DO BEM DE FAMÍLIA.
Ainda que o bem imóvel em questão fosse adquirido na constância do casamento, este não poderia ser alvo de penhora, visto que é o único apartamento onde a Autora vive com seu cônjuge, se configurando, portanto, como um bem de família.
Dispõe o art. 1º da Lei 8.009/90 que “imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam”.
Desta forma, torna-se ainda mais evidente que o bem em questão não poderia ser alvo de penhora.
III. DOS PEDIDOS.
Diante do exposto, requer:
1. O recebimento do embargo em seu efeito suspensivo, com o objetivo de suspender de imediato a ação executiva e manter a posse do bem em questão em favor da Autora, nos termos do art. 678, caput, do CPC;
2. A citação do Embargado para, querendo, apresentar resposta, no prazo legal;
3. A total procedência da ação, extinguindo-se a expropriação e, ainda, desfazendo-se a ordem de constrição, nos termos do art. 674, do CPC;
4. A condenação do Embargado ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios.
5. Manifestar que tem interesse na audiência de conciliação e mediação, nos termos do art. 319, VII, do CPC.
A Autora pretende provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, em especial as provas documentais e depoimento pessoal.
Dá-se à causa o valor de R$ 150.000,00.
ROL DE TESTEMUNHAS:
a) Flávia, estado civil..., profissão..., inscrita no CPF nº..., endereço eletrônico..., residente e domiciliada em...;
b) Vanessa, estado civil..., profissão..., inscrita no CPF nº..., endereço eletrônico..., residente e domiciliada em...;
Termos em que, pede deferimento.
Local..., 12 de dezembro de 2014.
Advogado...
OAB/ESTADO...

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