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Profª Me. Paula A. Queiroz Centro Universitário Integrado Curso de Medicina Campo Mourão 2020 Marcadores tumorais ginecológicos MEDICINA LABORATORIAL Marcadores tumorais Em investigação clínica os marcadores tumorais podem ter as seguintes características: A) Rastreamento do Câncer (triagem) B) Diagnóstico de Câncer: não se utilizam os marcadores tumorais - diagnóstico do câncer é obtido por meio de uma biópsia • Níveis do marcador tumoral na época do diagnóstico poderão auxiliar o médico a prever a evolução da doença • Guiar a escolha do tratamento. Auxilio Marcadores tumorais C) Monitorização do tratamento do câncer (avaliação da resposta terapêutica) D) Detectar o reaparecimento do câncer: (detecção precoce de recidiva) Quanto mais rápido a recorrência é detectada, mais fácil e eficaz será seu tratamento Exames de seguimento realizados regularmente podem ajudar o médico a detectar um possível retorno ou recorrência do câncer antes de aparecer no ultrassom, radiografia, na tomografia computadorizada ou no exame físico CA - 125 Glicoproteína produzida, normalmente, pelo epitélio das serosas, trompas de falópio, endométrio e endocérvix. • É o marcador tumoral classicamente utilizado no câncer de ovário • Não é um marcador exclusivo dessa neoplasia 1987 – identificação do CA 125 CA - 125 Não é utilizado como triagem Marcador mais estudado • Referência: • 35U/mL • 65U/mL (>especificidade) CA - 125 Níveis pré-operatórios elevados de CA-125, em pacientes com câncer de ovário, correlacionam-se a doença avançada e pior prognóstico. Queda dos seus níveis correlaciona-se com resposta terapêutica Normalização após o tratamento (cirurgia ± quimioterapia) está relacionada à melhora da sobrevida CA - 125 Principal indicação: Detecção de recorrência em pacientes previamente tratadas para câncer de ovário devido à alta especificidade nesse contexto Recomendado no acompanhamento da doença, sobretudo na presença de sinais/sintomas de recidiva tumoral. CA - 125 A sensibilidade do CA125 está relacionada ao estágio tumoral, variando: Cerca de 50% em pacientes com doença no estágio l 80 a 90% em estágios III-IV. A especificidade também é baixa e representa sua principal limitação CA - 125 Não é utilizado como triagem Marcador mais estudado • Varia com: • Endometriose • Cirrose hepática • Leiomioma uterino • Cistos ovarianos • Fase do ciclo menstrual, gestação CA - 125 Condição benignas que podem aumentar o CA - 125 Endometriose, cistos de ovário, ou fibroides Cirrose, hepatite ou pancreatite ENDOMETRIOSE CA - 125 https://www.youtube.com/watch?v=nINBpO9g780 CA – 125 para endometriose Resultados principais Vinte e dois estudos (16 coorte, seis caso-controle), 3626 participantes, foram identificados. Modelos hierárquicos bivariados foram usados para agrupar dados de precisão de 14 estudos (2920 participantes) usando CA 125 ≥ 30 unidades / ml. A especificidade combinada foi de 93% (IC95% 89- 95%) e sensibilidade 52% (IC95% 38-66%). CA 125 foi significativamente mais sensível para o diagnóstico de endometriose moderada ou grave em comparação com doença mínima (63%, IC 95% 47-77% versus 24%, IC 95% 19-32%, valor P = 0,001). Conclusões O CA 125 tem um bom desempenho como um teste de regra, facilitando o diagnóstico acelerado e garantindo que a investigação e o tratamento possam ser confiados de maneira confiável para o gerenciamento da endometriose. Infelizmente, um teste negativo, CA 125 <30 unidades / ml, é incapaz de descartar a endometriose. CA - 125 Sensibilidade insuficiente em estágios precoces Pouco específico Diante dessas limitações, novos marcadores têm sido continuamente, pesquisados Dentre esses, destaca-se a proteína epididimal humana 4 (HE-4): super expressa em neoplasias epiteliais de ovário HE4 • Promissor para Ca Ovário • Não se altera com endometriose • Não se altera com fase do ciclo menstrual • Diferenciação de massas pélvicas • Paciente pré-menopausa • Ainda não liberado para rastreio HE4 Em pacientes com câncer de ovário a expressão do HE4 é apresentada em altos níveis Novo marcador tumoral para câncer de ovário, mais sensível que o CA 125 nos estágios iniciais da doença. Indicado para acompanhamento de tratamento de câncer de ovário e estadiamento de massa ovariana. HE4 HE4 sozinho tem maior sensibilidade para detectar câncer de ovário, especialmente no estágio I da doença Quando associado ao CA 125 é um preditor mais preciso de malignidade HE4 CEA 125 CA 125 + HE4 CA – 125 CEA (Antígeno Carcinoembrionário CA – 125 CA – 125 CA – 125 HE4 HE4 HE4 Algoritmo para avaliar o risco de malignidade de um processo ovariano Algoritmo de risco de malignidade ovariana (ROMA, do inglês risk of ovarian malignancy algorithm). ROMA DHL Seguimento terapêutico. O algoritmo ROMA melhora a triagem de mulheres com massa pélvica, com 80% de sensibilidade e 90% de especificidade, comparado a 61% e 78% para CA125 e HE4 isolados, respectivamente. Para mulheres na pré-menopausa, um índice ROMA igual ou superior a 13,1% significa alto risco de existir câncer de ovário, e ROMA inferior a 13,1% indica baixo risco Em pacientes pós-menopausadas, um índice ROMA igual ou superior a 27,7% significa alto risco de câncer de ovário, e ROMA inferior a 27,7% indica baixo risco. ROMA DHL Seguimento terapêutico. ROMA CEA – O CEA (Antígeno Carcinoembrionário) • Proteína normalmente encontrada em pequenas quantidades no sangue de pessoas saudáveis • Elevada em algumas pessoas que têm câncer. • Metade das pessoas que têm câncer de cólon, pâncreas, estômago, pulmão ou mama. • Diagnóstico de recidiva sistêmica • Avaliação da resposta ao tratamento quimioterápico de pacientes com doença metastática Pode estar aumentado em câncer ginecológico (ovário, endométrio, colo uterino) PLAP - Fosfatase alcalina placentária Aplicação Diagnóstica Marcador de tumores de células germinativas gonadal e extragonadal- Seminoma. Tipo de Marcador Imuno-histoquímica É sintetizada pelo trofoblasto Elevada no soro de mulheres grávidas (reconhecida como um dos primeiros marcadores oncofetais). Encontra-se elevada numa variedade de neoplasias incluindo câncer de ovário, pulmão, gastrintestinal, seminoma, neoplasia trofoblástica e doença de Hodgkin. PLAP - Fosfatase alcalina placentária • Níveis correlacionam-se com resposta ao tratamento e intervalo livre de doença. • Importante para predizer o curso do câncer de ovário. Gonadotrofina coriônica humana Marcador Tumoral Os principais usos da hCG como marcador tumoral relacionam-se ao manejo de mulheres com doença trofoblástica e em pacientes com tumores germinativos. (testiculares, ovarianos e extragonadais) Gonadotrofina coriônica humana Marcador Tumoral – Tumores germinativos Gonadotrofina coriônica humana Fecundação Gonadotrofina coriônica humana Gonadotrofina coriônica humana Quando o blastocisto se implanta na parede uterina e a placenta começa a se formar Corpo lúteo (duração programada de 12 dias) - A menos que o embrião em desenvolvimento envie um sinal hormonal, o corpo lúteo degenera-se, os níveis de estrogênio e progesterona caem e o embrião é eliminado do corpo junto com as camadas superficiais do endométrio durante a menstruação Placenta secreta diversos hormônios (Previnem a menstruação durante a gestação) Gonadotrofina coriônica humana ▪ Gonadotrofina coriônica humana ▪ Hormônio lactogênio placentário humano ▪ Estrogênio ▪ Progesterona Placenta secreta diversos hormônios (Previnem a menstruação durante a gestação) Gonadotrofina coriônica humana Hormônio glicoproteico (hCG) Produzido pela placenta durante a gestação Expresso em grande quantidade pela placenta e pelas células trofoblásticas Produção de hCG começa no momento em que ocorre a implantação e possui seu pico quando a gestaçãocompleta nove semanas Gonadotrofina coriônica humana Promover expressão de características masculinas (XY) Funções biológicas Estimular a glândula tireóide Manter o corpo lúteo durante o início da gestação Função primordial Estimular a produção de hormônios esteroides (progesterona e estrógeno) Inibe a menstruação e nova ovulação Gonadotrofina coriônica humana Associação com enjoos durante a gravidez Gonadotrofina coriônica humana hCG possui características estruturais que o tornam semelhante aos hormônios FSH, LH e TSH Formados por duas subunidades: cadeia α e cadeia β A cadeia α é bastante semelhante nesses quatro hormônios, diferentemente da cadeia β, que confere especificidade. Gonadotrofina coriônica humana Subunidade beta do hCG (bhCG) confere especificidade biológica e imunológica à molécula de hCG na sua forma dimérica completa Exame: Beta - hCG Gonadotrofina coriônica humana Produção de hCG começa no momento em que ocorre a implantação e possui seu pico quando a gestação completa nove semanas Após o 3º mês (1º trimestre) sua produção caí e atinge um platô até o nascimento No início da gestação os valores de β-hCG duplicam a cada 48 horas Gonadotrofina coriônica humana Já é possível observar o hormônio no sangue da paciente Gonadotrofina coriônica humana Gonadotrofina coriônica humana BhCG alto Gravidez normal (1º trimestre) Gêmeos Condições patológicas: Eritroblastose fetal Doença Trofoblástica gestacional Síndrome de Down Produção hipofisária fisiológica, uso de maconha. BhCG baixo Gravidez ectópica Começo da gravidez BhCG Quantitativo • Material: Soro • Conservação: Até 4 dias refrigerado entre 2 e 8 ºC. • Jejum não obrigatório. • Instruções • Pacientes com menos de 18 anos normalmente precisam de pedido médico, pedido de outro profissional de saúde ou presença de representantes legais para realização do exame em laboratório. • Documento com foto • Questionário Valores normais de Beta-hCG quantitativo da 1ª à 12ª semana de gestação: 1 semana de gestação: 5-50 mIU/ML hCG; 2 semanas de gestação: 20-500 mIU/ML hCG; 3 semanas de gestação: 500-5,000 mIU/ML hCG; 4 semanas de gestação: 3,000-19,000 mIU/ML hCG; 8 semanas de gestação: 14,000-169,000 mIU/ML hCG; 12 semanas de gestação: 16,000-160,000 mIU/ML hCG. BhCG Quantitativo BhCG Quantitativo Controle de Saúde Fetal Se a mulher tem sintomas, dor e sangramento o ideal é que se faça dosagem seriada do Beta-HCG Espera-se um aumento dele de acordo com a evolução da gravidez O Beta-HCG sobe mais na gravidez viável do que na ectópica ou no abortamento, onde seus níveis acabam diminuindo. BhCG Quantitativo Doença trofoblástica gestacional • mola hidatiforme • Coriocarcinoma • tumor trofoblástico do sitio placentário • tumores trofoblásticos variados e não classificáveis • Tumor originário do trofoblasto, que circunda o blastocisto e se desenvolve em cório e âmnio • Pode ocorrer durante ou após uma gestação intrauterina ou ectópica • Durante a gestação - aborto espontâneo, eclâmpsia ou morte fetal • Feto raramente sobrevive Doença trofoblástica gestacional Doença trofoblástica gestacional • mola hidatiforme • Coriocarcinoma • tumor trofoblástico do sitio placentário • tumores trofoblásticos variados e não classificáveis Doença trofoblástica gestacional “Grávida que não está grávida” Fatores de risco Idade > 40 anos (35 anos) Síndrome de ovários policísticos Abortamentos prévios Mola hidatiforme anterior Inseminação artificial Tabagismo Fatores de proteção Filho anterior normal Quadro clínico: Sangramento intermitente, com aspecto de “sulco de ameixa” Sangramento no primeiro trimestre Níveis séricos desproporcionalmente elevados de B-hCG para a idade gestacional Útero de tamanho incomumente grande, hiperêmese gravídica Hipertireoidismo (devido a uma reação cruzada entre ß-hCG e TSH) Pode haver desenvolvimento de pré-eclâmpsia antes de 20 semanas de idade menstrual. Doença trofoblástica gestacional Doença trofoblástica gestacional Mola Hidatiforme: Doença em que os trofoblastos - conjunto de células que, entre outras funções, induz a formação e a fixação da placenta no útero se desenvolvem de maneira anormal. As molas são o tipo mais comum, ocorrendo em 1 a cada 1.500 gestações nos EUA. A incidência é mais alta na Ásia. Pode ocorrer durante ou após uma gestação intrauterina ou ectópica DTG - Classificação BENIGNA Um espermatozoide X ou Y Ovócito (sem DNA materno) • Carga genética é totalmente de origem paterna • Diploide • Não há presença do feto • Maior possibilidade de malignização Mola Hidatiforme - COMPLETA Duplicação do DNA do Espermatozoide Diploidia diândrica – 95% DTG - Classificação BENIGNA Dois espermatozoides XX ou XY Ovócito (sem DNA materno) 46, XX Ou 46, XY • Carga genética é totalmente de origem paterna • Diploide • Não há presença do feto • Maior possibilidade de malignização Mola Hidatiforme - COMPLETA Dispermia diândrica – 5% MOLA COMPLETA: DTG - Classificação BENIGNA Dois espermatozoides 23,X ou 23,Y Ovócito (DNA materno PRESENTE) 69, XXY 69, XXX 69, XYY • Origina-se da fertilização de um óvulo com 2 espermatozoides • Triploide • Há presença de tecidos fetais, podendo ter presença de feto Mola Hidatiforme – INCOMPLETA OU PARCIAL 23, X DTG - Classificação BENIGNA Mola Hidatiforme – INCOMPLETA OU PARCIAL DTG - Classificação MALIGNA MOLA INVASORA - Corioadenocarcinoma Mais comum Considerada uma sequela da mola hidatiforme Coriocarcinoma Mais provável quando o tumor trofoblástico gestacional surge após gestação não molar DTG - Classificação MALIGNA Tumor trofoblástico do sítio placentário Mais agressivo Mais provável diante de doença trofoblástica em níveis baixos de Beta-hCG Doença trofoblástica gestacional TRATAMENTO : ESVAZIAMENTO UTERINO E HISTOPATOLÓGICO Doença trofoblástica gestacional Diagnóstico clínico – Sintomatologia Diagnóstico Laboratorial Beta-hCG > 200.000 Ul/ml Sugere fortemente a Doença trofoblástica gestacional Doença trofoblástica gestacional Em geral, se o nível sérico de gonadotrofina coriônica humana Beta-hCG retornar ao normal após a remoção cirúrgica (evacuação) da mola, a doença é considerada doença trofoblástica gestacional. Doença trofoblástica gestacional Niveis de B-hCG permanecem elevado após a evacuação da mola Considera-se que a paciente tem neoplasia trofoblástica gestacional Doença trofoblástica gestacional Controle: Dosagem de Beta-hCG Semanal: até 3 exames negativos Repetir novamente em 15 dias Dosar Mensalmente: Até 6 meses após resultados negativos CURA Semanal Quinzenal Mensal Doença trofoblástica gestacional Controle: Dosagem de Beta-hCG Elevação por duas semanas consecutivas Estabilização dos níveis por três semanas consecutivas Ausência de negativação após 6 meses consecutivos SINAIS DE MALIGNIZAÇÃO Ultrassonografia evidenciando imagens sugestivas de DTG Mestástase Normalmente a primeira metástase é para o pulmão, segundo para a vagina Doença trofoblástica gestacional Diagnóstico – Ultrassonografia Imagem em flocos de neve na mola completa Imagem de cistos placentários na mola incompleta Doença trofoblástica gestacional Diagnóstico – Ultrassonografia Imagem em flocos de neve na mola completa Imagem de cistos placentários na mola incompleta
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