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Agentes alucinógenos Alucinógenos não é sinônimo de psicodélico esse último é um pouco mais complexo, seria um composto capaz de trazer uma experiencia mais relacionado com a espiritualidade. Psicotrópicos: todas as substâncias que atuam no SNC – dentro dele há psicomiméticos que são perturbadores do SNC; psicotomiméticos são capazes de gerar psicose. Bases neurobiológicas possíveis: influência do tálamo, áreas corticais sensoriais e associativas. Com o uso de psicodélicos há redução do filtro talâmico, com isso teria aumento da comunicação do córtex sensorial com o resto do cérebro, e diminuição da área associativa com o resto do cérebro. *você recebe sensações e percebe elas de forma muito alterada. Uso quase exclusivo recreativo e religioso: gera perturbação na percepção, pensamento e humor; menor estimulação motora e depressão do SNC; baixo potencial de dependência. Possibilidade desses agentes induzirem violência/agressão. Esses efeitos alucinógenos não são explorados na clínica. Podem ter outros efeitos interessantes (além dos alucinógenos) – canabinoides, ketamina. Uso terapêutico: houve recentemente a retomada da exploração dos efeitos terapêuticos dessas substâncias. Varias vertentes para explicar no uso terapêutico desses alucinógenos: processamento social, processamento no próprio, situações associadas a processamento emocional. Agonistas diretos 5HT 1)LSD: dietilamina do ácido lisérgico (ácido, doce) O ácido lisérgico é um derivado do ergot, que quando adicionado uma dietilamina vira LSD. Tem um potencial alucinógeno grande; é bastante lipofílico, por isso há acúmulo gorduroso muito grande; possui poucos efeitos fisiológicos gerais (tem pouco efeito indesejado, é basicamente alucinógeno). 2)Psilocibina (psilocina) É extraída de cogumelos alucinógenos (Psilocybe spp.). Possui uma semelhança estrutura com a serotonina muito clara. 3)Mescalina Estruturalmente é diferente das anteriores (que são mais parecidas com a serotonina), é mais parecida quimicamente com as anfetaminas. É extraída do cacto peiote. 4)Ayahuasca (santo-daime, hoasca, iagê) É consumida como extrato/chá de Banisteriopsis caapi. Preparação levando parte do caule e folhas. O composto principal é o DMT (dimetiltriptamina) responsável pelo efeito alucinógeno. Acompanha outras plantas na preparação, o que pode ter outras substâncias. **as 4 substâncias agem como agonistas parcial de 5HT. Mecanismo de ação delas: ativação de vários receptores serotoninérgicos, sendo o 5HT2a mais relacionado com os efeitos alucinógenos. Causam redução da atividade do núcleo da rafe, levando a diminuição de serotonina em alguns locais do cérebro – isso pode ser por agonismo de 5HT1a que é inibitório. Pode ter inibição do transporte de monoaminas pela mescalina* ainda em estudo. Efeitos gerais dessas substâncias: · Perturbação sensoperceptiva (ilusão, distorção, alucinação). · Percepções sinestésicas (mistura de modalidades sensoriais. Ex.: sentir as cores de um som). · Pensamento ilógico/desconexo (relação com a capacidade de alterar o padrão de conectividade de áreas associativas). · Pode ter melhora de humor. · ‘Bad trip’: viagem ruim, quando as alucinações vão para lados ruins – ansiedade, paranoia, delírio persecutório. · ‘Flashbacks’: ocorre meses, anos, após o uso; como eles são lipofílicos (LSD principalmente), eles se acumulam em gordura, e em caso de lipólise por exemplo exercício, ocorre liberação da substancias que em pequenas quantidades já causa alucinações. · Há baixa tolerância e baixa capacidade de gerar dependência. **FDA permitiu estudos com potencial terapêutico da psilocibina em 2019. NMDA É o ecstasy (bala, droga de festa), derivado da anfetamina. Possui efeito estimulante com efeito alucinógeno leve. Causa euforia e agitação, redução da inibição social (visto como “empatógeno” – gera empatia, por isso é usado em festa). O efeito alucinógeno não é tão evidente, mas se torna em doses grandes e frente a sensibilidade maior da pessoa que tá usando. Mecanismo de ação: efeitos anfetamínicos sobre DA/NA (psicoestimulante). Causa inibição da SERT e diminui a recaptação da serotonina, aumentando sua concentração na fenda; aumenta a liberação de serotonina (efeito psicomimético). O potencial de dependência não é tão grande, mas maior que os falados anteriormente. Possui alta toxicidade. Efeitos e riscos: pode ter lesão muscular muito grande, aumentando mioglobina no sangue, levando a uma insuficiência renal aguda. Hipertermia aguda – relacionada ao aumento da atividade mitocondrial e aumento da transmissão serotoninérgica. Hiponatremia, colapso e coma (consumo muito elevado de água para reduzir a hipertermia, levando a diluição dos fluidos corporais). Falência cárdica, e risco de morte súbita (mesmo com baixas doses, em pessoas sensíveis). Efeitos rebotes que podem surgir logo após o efeito da droga passar (ou mais tardiamente), como aumento da ansiedade, irritação, agressividade, depressão. Estudos demonstram neurodegeneração em neurônios que produzem serotonina e dopamina. **está sendo estudado para o tratamento de transtorno de estresse pós-traumático. THC e outros canabinoides É um derivado da Cannabis spp. Além do THC, tem o canabidiol. 3 plantas diferentes: Cannabis sativa, indica e ruderalis – diferenças morfológicas, mas não possui muitas diferenças genéticas para serem classificadas diferentemente. O THC foi o primeiro canabinoide descoberto: ele é agonista de receptores canabinoides (CB1/CB2); possui ação em outros receptores, por exemplo em 5HT – efeitos alucinógenos. O THC é altamente lipofílico (solução oleosa); possui absorção por várias vias (v.o., aspirado). Efeitos: não gera tanta alucinação e causa euforia em doses altas. Aumenta a ansiedade, causa sedação, perda de memória, tontura e tremor. Queda da temperatura, fome e boca seca. Broncoconstrição, diminuição da PA, diurese. O THC pode ser um gatilho para esquizofrenia. A capacidade de gerar dependência é relativamente baixa. A forma como a maconha é consumida – processamento - pode modificar a composição. Por pirolise da planta: THCA THC; CBDA CBD. THC é psicotomimético (pode causar psicose) e o CBD é não-psicotomimético (ele está sendo estudado para tratar esquizofrenia). O THC é agonista de receptores CB; o CBD pode ser antagonista de receptores CB. A incidência de efeitos indesejados é maior com o uso isolado do CBD, que diminui com o uso do extrato da planta. **o composto isolado nem sempre é mais seguro. Projeto de lei 399/15: plantio de Cannabis para fins medicinais/industriais. Outros psicomiméticos Ketamina e fenciclidina. São antagonistas glutamatérgicos NMDA; causam euforia, alucinação e dissociação. “Designer drugs” – origem sintética, pode ser tudo. São derivadas de anfetaminas, catinonas, canabinoides, e vários outros. Hioscina e atropina – antagonistas muscarínicos; podem causar alucinação, sonolência e confusão. Salvinarina-A: agonista kapa-opioide. *usada como tempero. Doses grandes pode ser alucinógeno. *noz moscada em grandes quantidades pode ser alucinógena.