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PANORAMA DAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES As doenças cardiovasculares são um conjunto de problemas que atingem o coração e os vasos sanguíneos, e que surgem com a idade, normalmente relacionadas a hábitos de vida poucos saudáveis, como alimentação rica em gordura e falta de atividade física. As DCV são a principal causa de morte, hospitalizações e atendimentos ambulatoriais em todo o mundo, inclusive em países em desenvolvimento como o Brasil. CLASSES DE FÁRMACOS QUE ATUA NO SISTEMA CARDIOVASCULAR Bloqueadores de Canais de Cálcio; Diuréticos; Vasodilatadores Diretos; Cardiotônicos; Trombolíticos; Antiagregantes Plaquetários; Anticoagulantes; Antilipêmicos. HIPERTENSÃO ARTERIAL Condição clínica multifatorial caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos ≥ 140mmHg e/ou 90 mmHg. Frequentemente se associa a distúrbios metabólicos, alterações funcionais e/ou estruturais de órgãos-alvo, sendo agravada pela presença de outros fatores de risco (FR), como dislipidemia, obesidade abdominal, intolerância à glicose e diabetes melito (DM). MECANISMOS DE CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL O sistema nervoso simpático é responsável por liberar adrenalina e nora-adrenalina, seus receptores são alfa (1, 2) e beta (1,2) adrenérgico, temos fármacos que atuam nesses receptores e neurotransmissores que atuam também. Diminuição da pressão arterial – quando a PA abaixa – entra em ação dois sistemas: aumento . A liberação desses neurotransmissores cai na corrente sanguíneo e esse sangue chega no coração, uma vez, aumentada a concentração de adrenalina e noradrenalina e lá no coração vai ter a ativação dos receptores ). Além desse receptor B1 a adrenalina continua circulando no sistema e vai ativar um outro receptor: Farmacologia Isabella Alvarenga – UNINOVE – T4C aumenta a resistência vascular periférica e aumento do retorno venoso – contribui para o aumento da pressão. FISOLÓGICO – SISTEMA RENAL Os rins e uma vez ativado esse receptor pela adrenalina, o rim vai ser estimulado a . A renina atua sobre o e o converte em . A sofre ação da enzima ECA que a converte em A consegue trabalhar por dois caminhos: atua em nos vasos (vasoconstrição – levando o aumento da pressão), essa mesma angiotensina atua sobre a suprarrenal a estimulando a produzir Quando tem o aumento de aldosterona (atua nos rins), vai ter o aumento da reabsorção de sódio e água e excreta potássio, com isso vai ter o aumento do volume sanguíneo – que leva o aumento do débito – que leva o aumento da PA. TERAPIA ANTI-HIPERTENSIVA A primeira coisa a ser fazer é reduzir a morbidade e a mortalidade associada a pressão elevada; Evitar complicações cardiovasculares; Observação: se o paciente for pré-hipertenso não precisa necessariamente tratar com medicamento e sim com estilo de vida. TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO X MEDICAMENTOSO Modificações no estilo de vida, como: Redução do peso corporal; Redução da ingesta de sal/sódio; Aumento da ingesta de potássio; Redução do consumo de bebidas alcoólicas; Exercício físico regular; Abandono do tabagismo; Controle das dislipidemias e do diabetes mellitus; Medidas antiestresse; Evitar drogas que aumentam a Pressão Arterial. FARMACOLOGIA Ao bloquear a enzima ECA, ela não consegue converter ANGIOTENSINA 1 em ANGIOTENSINA 2, fazendo com que todos seus efeitos sobre os receptores de ATI sejam diminuídos. Porém nessa mesma via da ECA tem a presença do sistema de . A (principalmente a pulmonar), essa é produzido pelo cininogênio pelo fígado. Porém, uma quantidade de bradicinina que não foi ativada, vai ter a capacidade de atuar diretamente nas células endoteliais do vaso, produzir óxido nítrico e levar a vasodilatação. A vasodilatação por sua vez diminui a resistência vascular periférica, que contribui para a diminuição da pressão arterial. Ela também tem a função de aumentar prostaglandina, permitindo novamente a vasodilatação. Isabella Alvarenga – UNINOVE – T4C O fármaco vai impedir a ECA de inativar a bradicinina. A bradicinina começa a aumentar na sua concentração, pois não foi ativada, com isso, no pulmão ela atua como broncoconstritora, o efeito colateral que vai ter no paciente é tosse. Se um paciente hipertenso for asmático ou ter bronquite, esse fármaco irá potencializar as duas patologias devido a broncoconstrição. O efeito maléfico seria nos pulmões, porém, no vaso o fármaco é de extrema qualidade, permitindo a vasodilatação e a diminuição da pressão. Captopril, enalapril, lisinopril, benazepril, ramipril, fisinopril, moexipril, quinapril. Enalapril e outros: pró-fármaco; Captopril: administrar 1h antes das refeições como ele e um fármaco ativo - vou perder a absorção do e isso vai interferir na atividade terapêutica do tratamento. Afetam vasos de capacitância e de resistência e reduzem a carga cardíaca (Vasodilatação indireta; artérias e veias); Aumenta a eficácia dos diuréticos: pelo bloqueio da angiotensina 2 - se eu diminuo aldosterona - diminui a retenção de sódio e água e o diurético faz o mesmo efeito - então eu potencializo o fármaco; Aumenta o potássio plasmático; Menor hipertrofia miocárdica. Gravidez: efeitos no feto como hipotensão, insuficiência renal e má-formação. Uso de AINES: efeito contrário aumenta a pressão, diminui prostaglandina, causando vasoconstrição, aumentando a pressão. Não associar com diuréticos poupadores de potássio, pois pode dar hipercalemia. Tosse seca (até 40%): provável acúmulo de bradicinina (edema e broncoespasmo); Edema angioneurótico: nariz, garganta, boca, glote, laringe, lábios, língua; Alterações no paladar (disgeusia); Hipotensão (primeira dose); Hipercalemia (excesso de potássio); Neutropenia, glicosuria, hepatotoxicidade (raros). Os antagonistas de AT1, são antagonistas de receptores da ANGIOTENSINA 2, são responsáveis por diminuir/ bloquear a vasoconstrição e a atividade da aldosterona. São fármacos mais eficazes e de primeira escolha. Existem enzimas que consegue converter ANGIOTENSINOGÊNIO EM ANGIOTENSINA 1 E 2, além da ECA, por isso, é muito mais vantagem dar um antagonista de receptores AT1 do que dar inibidores da ECA. Isabella Alvarenga – UNINOVE – T4C Sistema Vascular – constrição; Miocárdio: aumento contratilidade; SNC: aumento do efluxo simpático; Rins: reabsorção sódio; Supra- renal: liberação de aldosterona. Losartana, ibesartana, candesartana, eprosartana, olmesartana, telmisartana, valsartana. Bloqueio da contração do músculo liso vascular Bloqueio das respostas pressoras; Bloqueio da sede, da liberação de ADH; Bloqueio da liberação de aldosterona e de catecolaminas adrenais. Gravidez; Estenose bilateral da artéria renal; AINES; Não associar com diuréticos poupadores de potássio. Menor propensão para causar tosse ou angioedema (não inibem a ECA); hipercalemia. Fármaco capaz de inibir a renina, ou seja, não vai ter a conversão entre ANGIOTENSINOGÊNIO EM ANGIOTENSINA 1, diminuindo a formação de ANGIOTENSINA 2. Tem só um fármaco disponível para o uso: Alisquireno (Rasilez®). Capacidade, em monoterapia, de redução da PA: semelhante aos demais anti-hipertensivos. Gravidez. ‚Rash‛ cutâneo; Diarreia (especialmente com doses elevadas); Aumento de CPK (creatinofosfoquinase); Tosse são os eventos mais frequentes. São bloqueadores diretos dos receptores alfa e beta adrenérgicos do SN simpático. : propranolol, nadolol, pindolol, timolol, labetalol. atenolol, bisoprolol, metoprolol, esmolol e nebivolol. O PROPANOLOL (BETA BLOQUEADOR NÃO SELETVO) possui receptores B1 (coração, rins) e B2 no pulmão.Antagonismo de receptor alfa-1 periférico: Carvedilol e Labetalol Produção de óxido nítrico: Nebivolol (betabloqueadores de terceira geração). Quanto maior a lipossolubilidade de um betabloqueador, maiores os efeitos no sistema nervoso central, como confusão, pesadelo e letargia. Fármacos hidrossolúveis como o atenolol tem menos efeitos colaterais centrais que o lipossolúvel propranolol. A retirada deve ser gradual, se retirar de maneira abrupta, pode ocorrer: Arritmias cardíacas: todos os receptores estão bloqueados, quando tira abruptamente a adrenalina Isabella Alvarenga – UNINOVE – T4C pode estar circulante e ela acaba atuando de uma vez só; Agravar a Insuficiência Coronariana; Infarto do Miocárdio (ocasionalmente; Morte súbita (ocasionalmente). As possíveis causas que podem levar a estes problemas, são: Ao tirar os medicamentos do dia para noite, a epinefrina ou noraepinefrina circulante vai atuar nos receptores mandando produzir mais neurotransmissores, todos os receptores vão estar ocupados e aquele efeito de diminuição da contratilidade, do débito e da frequência, permitir que aconteça uma descarga adrenérgica de uma vez só, e com isso terá a cessação dos efeitos protetores dos betabloqueadores, causando o efeito rebote. Pode ter aumento da sensibilidade do receptor devido estar muito tempo bloqueado, quando ativa pode dar a sensação de ‘’energia’’. Aumento do número de receptores b-adrenérgicos (up-regulation): se os receptores estão bloqueados, vou aumentar os neurotransmissores para ver se consigo ativar mais receptores, quando tira o medicamento, o nível de receptores estará elevado. Aumento das catecolaminas circulantes: se os receptores estão bloqueados, vou aumentar os neurotransmissores para ver se consigo ativar mais receptores, vai ter o aumento de adrenalina e noradrenalina, vai ativar tudo de uma vez – arritmia. Indução ICC em susceptíveis; Cansaço, fraqueza (diminuição da atividade dos receptores B); Tonturas, hipotensão (pacientes que tomam beta bloqueadores que são mais lipossolúveis); Insônia (compostos lipossolúveis); Bradicardia ou Bloqueio AV; Broncoespasmo (quando bloqueia o B2); Diminuir taquicardia induzida pela hipoglicemia (pacientes diabéticos quando estão com a glicemia baixa costuma dar taquicardia, porém quando esses pacientes usam beta bloqueadores adrenérgicos eles vão não ter a taquicardia – e acabam desconfiando e tomam outra dose de remédio). Prazosina, doxazosina, terazosina, tansulosina. Produz inibição da vasoconstrição induzida por catecolaminas; Pode ocorrer vasodilatação arteriolar e venosa, com queda da PA; Não são considerados tratamento de primeira escolha. Não são antagonistas, eles estimulam os receptores ALFA 2 adrenérgicos pré-sinápticos lá no SNC reduzindo o tônus simpático, participa do feedback negativo. Alfametildopa, clonidina, guanabenzo, moxonidina, rilmenidina, reserpina = agonista dos receptores alfa 2 adrenérgicos presentes na região pré-sináptica. Em condições normais: o neurônio tem suas vesículas com neurotransmissores (noradrenalina), após um processo de despolarização vai ter a liberação da noradrenalina, e essa vai atuar em receptores alfa 1 no vaso (músculo liso – aumenta a concentração de cálcio). Quando o receptor é ativado, o músculo é respondido com a contração e se tiver a contração vai ter aumento de pressão. Além disso, quando tem grandes quantidades de NORADRENALINA, ela mesmo consegue controlar sua concentração, através da ligação do receptor A2, esse receptor está acoplado a proteína G inibitória e essa vai diminuir a adenilato e AMPc que vai mandar a informação para neurônio para diminuir a concentração dela mesma. Ao tomar o fármaco, vou reduzir a quantidade de noradrenalina na fenda, como consequência, pouca noradrenalina ligando no receptor, deixando de entrar cálcio e tendo como resposta a não ativação dos receptores A1, permitindo a diminuição da pressão. Sonolêcia; Sedação; Boca seca, fadiga e hipertensão postural. Isabella Alvarenga – UNINOVE – T4C
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