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DENTISTICA II – P5 – ANA BEATRIZ CAVALCANTI 1 - É o ponto básico do equilíbrio estético; - O planejamento e o tratamento precisam estar integrados e em harmonia com ela; - Muitas linhas imaginárias, tanto no sentido vertical quanto no horizontal, podem ser utilizadas como pontos de referência para realizar uma análise estética da face; - Forma da face: De modo geral, podemos classificar os tipos de forma da face em quadrada, ovóide e triangular. Uma observação da face em perfil eventualmente serve para detectar alterações da relação mandíbula- maxila, que podem ocorrer por razões dentárias ou esqueléticas, influenciando a forma da face. Essas alterações podem ser tratadas pela ortodontia ou cirurgia bucomaxilofacial, respectivamente. O profissional pode usar linhas de referência que dividem a face em terçoos, tanto frontal como em perfil, para verificar o equilíbrio ou a proporcionalidade entre as partes que compõem a face. Linha interpupilar: É uma linha reta que passa no centro dos olhos e pode ser considerada correta quando paralela ao plano horizontal; Linha média: É uma reta imaginária traçada verticalmente tendo como referência o centro da glabela, a ponta do nariz, o filtro do lábio e o mento. Podemos nos deparar com desarmonias horizontais (linha interpupilar e comissura labial) e com desarmonias verticais (linha média), que dificultam a estética odontológica. Nesses casos, porém, a escolha do melhor protocolo clínico a ser seguido deverá ser pautada pelo bom senso e decidida entre dentista e paciente. Plano incisal: O plano incisal deve estar paralelo à linha interpupilar e à linha gengival para propiciar um equilíbrio estético, especialmente em pessoas com sorriso alto. Tipos de sorriso: o quanto de exposição dos dentes ocorre durante o sorriso é um parâmetro utilizado para classificar os tipos de sorriso em alto, médio e baixo. O SORRISO ALTO é aquele que expõe toda a altura cervico-incisal dos dentes ântero- superiores e uma área de gengiva. O SORRISO MÉDIO permite a visualização da totalidade ou de pelo menos 75% da altura da coroa clínica dos dentes ântero-superiores e as papilas interdentais. O SORRISO BAIXO é aquele em que apenas 75% ou menos da altura da coroa clínica dos dentes ântero-superiores são visíveis. Plano que se estende do ponto mais inferior da órbita até a parte superior do meato acústico ostial (pório). Em posição normal, forma um ângulo de 8° com o plano estético – esse sim paralelo ao plano horizontal. Perfil normal: Quando ocorre a união de três pontos de referência da face (glabela, subnasal e ponta do mento), ocorre a formação de um ângulo aproximado de 170°. Perfil convexo: Quando o paciente apresenta esse perfil, a angulação da união dos três pontos de referência apresenta-se reduzida, consequentemente notamos a convexidade da face. DENTISTICA II – P5 – ANA BEATRIZ CAVALCANTI 2 Perfil côncavo: Ao apresentar um perfil côncavo, presume-se que a união dos três pontos de referência apresente uma angulação maior que 180°. Linha-E ou plano de Ricketts: É uma reta que une a ponta do nariz à ponta do mento. Ela tem fundamental importância na análise de perfil e, juntamente com a avaliação dos lábios, determina o tipo de perfil de cada indivíduo. Para um perfil normal, é necessário que os lábios superior e inferior estejam distanciados, respectivamente, 4 mm e 2 mm da linha-E. O ângulo nasolabial é formado pela união de duas linhas, uma que tangencia a base do nariz e outra que tangencia a margem externa do lábio superior. Em um perfil normal, os ângulos variam, aproximadamente, de 90° a 95°, nos homens, e de 100° a 105°, nas mulheres. Lábios: Para classificar os diferentes tipos de lábios, podemos usar uma referência vertical e outra horizontal. Na primeira, dividimos os lábios em grossos, médios e finos. Com relação ao sentido horizontal, podemos dividir os lábios em largos, médios ou estreitos. Do ponto de vista clínico, os pacientes com lábios finos geralmente apresentam maior exposição dos dentes e especialmente da gengiva durante o sorriso, enquanto, naqueles com lábios grossos, ocorre exatamente o contrário. O comprimento do lábio superior pode ser medido pela distância entre o subnasal e o ponto mais alto do lábio superior, com uma medida média entre 19 e 22 mm, e do lábio inferior, pela distância do seu ponto mais baixo até o ponto mais saliente do mento. Então, podemos classificar os lábios em longos, médios ou curtos. Filtro labial: É o centro da base do nariz (subnasal) à margem da base do lábio superior. Em geral, o filtro labial é de 2 a 3 mm mais curto que a altura da comissura labial, medida da base do nariz. Ocorre quando os dentes apresentam-se em máxima intercuspidação habitual (MIH), o que leva os lábios a se tocarem levemente, ou seja, o terço incisal dos incisivos superiores é coberto pela área umedecida do lábio inferior. Um sorriso harmônico deve apresentar uma exposição entre 1 e 5 mm, sendo que, para mulheres, ocorre variação de 3 a 5 mm e, para homens, de 1 a 3 mm. De grande importância estética e funcional por tornar possível a desoclusão dos dentes posteriores durante os movimentos excursivos (ver Capítulo 18) e a fonação, a borda incisal deve estar localizada entre as porções seca e molhada do lábio, facilitando a análise estética e a harmonia do sorriso. A curva incisal deve ser observada sempre frontalmente. Ela deve apresentar-se como uma curva convexa, seguindo a concavidade do lábio inferior durante o sorriso. Quando plano ou invertida/reversa, temos um grande prejuízo à estética, resultando em um sorriso/rosto de DENTISTICA II – P5 – ANA BEATRIZ CAVALCANTI 3 aparência envelhecida ou que transmite sensação de tristeza. Os tipos de relação entre os incisivos centrais superiores e o lábio inferior são os seguintes: Contativa: quando há contato dos dentes superiores com o lábio inferior; Não contativa: quando não ocorre o contato dos dentes superiores com o lábio inferior; Cobertura: quando, ao sorrir, o lábio inferior recobre os incisivos superiores. A linha do sorriso, ou curvatura incisal, é determinada por uma linha imaginária que tangencia as bordas incisais dos incisivos superiores e a ponta de cúspide dos caninos superiores. Como regra, o lábio inferior precisa acompanhar a curvatura dos dentes superiores. Podemos classificar a linha do sorriso em baixa, média e alta. ▪ SORRISO ALTO: mostra a totalidade dos dentes superiores e ainda uma faixa do tecido gengival. ▪ SORRISO MÉDIO: mostra grande parte ou a altura total dos dentes superiores mais a ponta das papilas interdentais; ▪ SORRISO BAIXO: mostra menos de ¼ dos dentes superiores. Chamamos de sorriso agradável a exposição completa dos dentes centrais superiores (incisivos centrais, laterais e caninos) e de cerca de 1 mm de tecido gengival. O sorriso gengival se caracteriza pela exposição de tecido gengival superior a 3 a 4 mm, o que é considerado esteticamente desagradável. Alguns fatores podem provocar esse excesso de exposição do tecido mole, tais como: lábio superior curto, extrusão dentoalveolar anterior, desenvolvimento vertical excessivo da maxila superior. A exposição dos dentes durante o sorriso varia de indivíduo para indivíduo e deve ser levada em conta tanto na análise estética quanto na reabilitação. A depender do caso, são exibidos seis, oito, dez e até doze dentes no momento do sorriso. É o espaço escuro (espaço negativo) observado nos arcos dentais da cavidade bucal durante o sorriso. Localiza-se entre as bochechas e as faces vestibulares dos dentes superiores quando os arcos dentários se separam e os lábios se distendem durante o sorriso. O primeiro localiza-se na região anterior e propicia um destaque dos dentesanteriores. O segundo localiza-se entre a superfície externa dos dentes superiores e os cantos direito e esquerdo da boca, formando o corredor bucal. Sorriso esteticamente agradável onde pode s/er observado o corredor bucal (setas azuis), as ameias cervicais (setas brancas) e as ameias incisais (setas pretas). Note que as ameias incisais aumentam no sentido do incisivo central para o canino (indicações em verde). DENTISTICA II – P5 – ANA BEATRIZ CAVALCANTI 4 A avaliação da linha média dentária é importante porque determina a simetria do arco, já que representa uma linha imaginária que divide os incisivos centrais superiores e/ou inferiores. Em uma relação dento-facial agradável, a linha média dentária está no centro médio da face. Análise do terço inferior da face, ou seja, dos lábios e dentes, especificamente. Gengiva livre: Estende-se da margem gengival até a junção cemento-esmalte. Apresenta a mesma altura do sulco gengival (1 a 2 mm). Gengiva inserida: Localiza-se desde a gengiva livre até a junção mucogengival. Distingue-se da mucosa alveolar pela cor rosada. Mucosa alveolar: Por ser bastante vascularizada, sua coloração é vermelho- brilhante. Cor: Quando saudável, o tecido gengival apresenta cor rosada; quando inflamado, torna- se vermelho intenso. Pontilhado: Aproximadamente 40% da população exibem pontilhado semelhante a uma “casca de laranja”. Forma: A forma é determinada pela redução gradual da espessura gengival, da extremidade da gengiva inserida até a margem gengival livre. Arquitetura: Comparada às áreas interproximais, na região vestibular, a gengiva é posicionada mais apicalmente. Biotipo periodontal: O biotipo espesso normalmente está relacionado com uma exposição normal ou reduzida das coroas clínicas. O biotipo fino está associado principalmente com um aumento de exposição da coroa clínica. Paralelismo: Deve-se manter o nível gengival paralelo ao plano oclusal e às linhas de referência horizontais (linha interpupilar e linha da comissura). A ausência desse paralelismo pode repercutir negativamente na harmonia do sorriso. Para um bom efeito estético, o contorno gengival deve ser delineado pelas cervicais dos caninos e incisivos centrais superiores e paralelo à borda incisal e à curvatura do lábio inferior. Simetria: Incisivos laterais superiores devem se apresentar coronariamente à linha traçada a partir da margem dos caninos e incisivos centrais. Podem exibir contornos gengivais tanto mais apicais quanto mais coronais, não influenciando o resultado estético. Zênite do contorno gengival: o ponto mais apical do contorno gengival de cada dente, ou seja, o zênite gengival, geralmente está localizado mais para distal do centro do dente. Esse aspecto deve ser observado e respeitado durante a fase de preparo para restaurações diretas ou indiretas que envolvam toda a superfície vestibular. Papila interdental: Promove o fechamento dos espaços interdentais aquém do ponto de contato interproximal. Por descuido com as ações de manutenção da saúde periodontal, por problemas de apinhamento dental ou por sobrecontorno de restaurações, a papila pode apresentar-se hiperplasiada ou retraída, “quebrando” a harmonia do sorriso. DENTISTICA II – P5 – ANA BEATRIZ CAVALCANTI 5 A partir da imagem retida na mente e da possibilidade de ainda comparar com a aparência de um dente homólogo do paciente, fica mais fácil restaurar eventuais detalhes anatômicos perdidos quando da confecção de restaurações estéticas. Existem três formas dentais básicas, que podem ou não ter correlação com sexo, classificadas em triangular, quadrada e ovoide. A forma tem uma influência decisiva, visto que pequenas alterações de cor ou de textura superficial podem até passar despercebidas, ao passo que alterações de forma em geral são mais facilmente detectadas. Fenômenos de reflexão e refração são capazes de determinar a cor dental, que pode ser percebida e representada por três parâmetros: matiz, croma e valor. É perceptível aos nossos olhos que as cores dentais variam de acordo com a luz que recebem, ou seja, os incisivos centrais superiores aparentam ser mais claros que os outros dentes por serem os mais salientes da arcada dentária e, portanto, os mais expostos à luz. Esses dentes, devido ao seu tamanho e brilho, tornam-se bastante importantes para a estética dental. Os incisivos laterais e pré-molares, por seu turno, apresentam o mesmo matiz dos incisivos centrais, mas, por situarem-se em local menos exposto à luz, acabam aparentando ser menos claros. Os caninos são os dentes que exibem o croma mais elevado, dando, por isso, a impressão de serem os dentes mais escuros da arcada. Matiz: É o aspecto mais individualizado na cor. É considerado a cor básica do dente (vermelho, verde, azul, amarelo etc.). No caso de dois dentes com o mesmo matiz, aquele que estiver posicionado mais para vestibular parecerá mais claro devido à ilusão de óptica (incisivo central superior versus incisivo lateral superior). Croma: Grau de pureza ou saturação de uma cor. No terço cervical do dente, há uma dentina mais evidente graças a um esmalte mais delgado, o que produz grande saturação de cor. Já no terço incisal, ocorre o contrário: existem esmalte espesso e alta translucidez. Valor: Quantidade de cinza, brilho ou luminosidade do dente. Alto valor: branco. Baixo valor: preto. É uma característica inerente ao esmalte e, por isso, pode ser facilmente detectada na região incisal do dente. Quando o esmalte é submetido à luz refletida, permite a passagem de ondas de luz com espectro mais longo, como o laranja- vermelho, e reflete, ou seja, realça as ondas curtas como as de cor cinza-azulado. Se submetido à luz transmitida, ocorre exatamente o contrário e podemos perceber áreas com aspecto laranja-vermelho evidenciando o fenômeno de contra-opalescência. É uma característica de absorver energia luminosa de ondas curtas, como a ultravioleta, e difundi-la para o espectro visível entre o branco intenso e o azul-claro. A dentina apresenta aproximadamente três vezes mais fluorescência do que o esmalte. Esse fenômeno de fluorescência pode ser facilmente identificado sobre os dentes e/ ou restaurações quando as DENTISTICA II – P5 – ANA BEATRIZ CAVALCANTI 6 pessoas estão expostas à luz ultravioleta, ou “luz negra” das boates, por exemplo. Refere-se ao aspecto da superfície. Os dentes naturais possuem sulcos e cristas (lóbulos), que podem ser chamados de macro e microtexturas. Essas, por sua vez, são bastante visíveis em dentes jovens; em adultos (40 e 50 anos), porém, podem estar em número reduzido ou mesmo ausentes. As microtexturas, ou sulcos horizontais, também são conhecidas por periquimácias; as macrotexturas, ou sulcos verticais, dividem a vestibular dos incisivos centrais superiores em três lóbulos distintos. Quando o profissional vai confeccionar restaurações estéticas, é importante respeitar a proporção individual entre altura × largura dos dentes. Média do comprimento e largura da coroa dos dentes anteriores de pessoas do sexo feminino e masculino. Mulher Homem Altura do incisivo central superior 9,4 mm 10,2 mm Largura do incisivo central superior 8,1 mm 8,6 mm Altura do incisivo lateral superior 7,8 mm 8,7 mm Largura do incisivo lateral superior 6,1 mm 6,6 mm Altura do canino 8,9 mm 10,1 mm Largura do canino 7,1 mm 7,6 mm Para o planejamento estético das proporções dentais, pode-se utilizar como guia as grades de Levin, que se baseiam na teoria da proporção áurea. Essa teoria explica as relações entre as larguras dos dentes anteriores superiores, incluindo os incisivos centrais e laterais e os caninos. Áreas de contato: Os pontos de contato estão localizadosde forma gradual mais apicalmente, desde os incisivos centrais até os caninos. Ângulos interincisais (ameias incisais): Espaços formados, na região do terço incisal, entre as faces proximais incisais de dois dentes anteriores adjacentes. DENTISTICA II – P5 – ANA BEATRIZ CAVALCANTI 7 Ameias cervicais: Quando presentes em dentes anteriores, se apresentam em forma de um “V” mais fechado. Ameias oclusais: Em dentes posteriores, graças a uma maior espessura da papila e do tecido ósseo, o “V” das papilas é mais aberto. A inclinação axial deve ser sempre comparada à linha média. Os dentes possuem distoinclinações apicais e mesioinclinações incisais. Se todos os dentes apresentarem essas inclinações, a composição dentária será mais agradável. O posicionamento dos dentes é obtido por três métodos diferentes: empírico, fonético e por meio dos marcos anatômicos. É raro encontrar naturalmente um arranjo dental com alinhamento perfeito. Em uma composição ideal, os incisivos laterais permaneceriam dentro dos limites de duas linhas, que uniriam os incisivos centrais aos caninos tanto pela porção cervical quanto pela incisal. A presença de dentes alinhados e bem- posicionados no arco sem dúvida contribui para a harmonia e o equilíbrio estético do sorriso porque permite uma transição gradual e suave no sentido ântero-posterior e látero-central quando a pessoa é vista sorrindo de modo frontal ou lateral, respectivamente. A presença de dentes girados, apinhados ou excessiva- mente inclinados para vestibular ou palatino pode interromper uma transição visual agradável dos dentes em conjunto, gerando pontos de tensão visual que geralmente estão associados com efeito estético negativo do sorriso.
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