Buscar

Contabilidade Social de Meio Ambiente

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 134 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 134 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 134 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Contabilidade Social e 
Meio Ambiente
1ª edição
2019
Contabilidade Social e 
Meio Ambiente
Presidente do Grupo Splice
Reitor
Diretor Administrativo Financeiro
Diretora da Educação a Distância
Gestor do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas 
Gestora do Instituto da Área da Saúde
Gestora do Instituto de Ciências Exatas
Autoria
Parecerista Validador
Antônio Roberto Beldi
João Paulo Barros Beldi
Claudio Geraldo Amorim de Souza 
Jucimara Roesler
Henry Julio Kupty
Marcela Unes Pereira Renno
Regiane Burger
Renato Rocha
Pedro Paulo Garcia de Carvalho
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência.
Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Nenhuma parte 
desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A violação dos 
direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
44
Sumário
Unidade 1
Meio Ambiente: conceito, caracterização e 
gerenciamento ...............................................................6
Unidade 2
Responsabilidade Social: dos indivíduos e das 
empresas .......................................................................22
Unidade 3
Normatização Aplicada, Contabilidade Geral, 
Ambiental e Social .......................................................37
Unidade 4
Balanço Social: indicadores de desempenho 
social .............................................................................55
Unidade 5
Governança Corporativa e Gestão Sustentável .......70
Unidade 6
Ativo, Passivo e Resultado Ambiental .......................86
Unidade 7
Contabilização de eventos ambientais ...................101
Unidade 8
Demonstração do Valor Adicionado ........................119
5
Palavras do professor
Bem-vindo(a) à disciplina Contabilidade Social e Meio Ambiente.
Você sabia que a preocupação com o meio ambiente cresceu muito nos 
últimos anos, impulsionada pelos aumento de desastres ecológicos ocor-
ridos por todo o mundo? Eles impactam diretamente a vida do ser humano 
e somam-se à escassez de recursos naturais ocasionada pela sua explora-
ção predatória. Assim, torna-se fundamental um controle mais eficaz das 
ações do homem, que modificam o equilíbrio natural.
Sabemos que muitas legislações foram criadas por todo o mundo, para 
favorecer o controle mais efetivo das ações de empresas poluidoras e da 
depredação desordenada do meio ambiente. Entretanto, o grande salto 
no controle ambiental se deu pela conscientização da população sobre 
tais questões, que passou a cobrar das empresas ações que contribuíssem 
para a preservação das riquezas naturais. 
Temerosas pelo impacto que essa conscientização poderia representar no 
faturamento, as empresas aderiram a relatórios e ações que dessem visi-
bilidade às suas atitudes em prol da preservação ambiental. Consequen-
temente, os seus fornecedores e parceiros também foram estimulados a 
apresentarem ações de responsabilidade ambiental.
Esse é um contexto bem interessante que fará parte do cenário desta 
disciplina. Estudaremos o meio ambiente, a responsabilidade social dos 
indivíduos e das empresas, bem como os principais normativos da con-
tabilidade geral, ambiental e social. Veremos, também, o balanço social; a 
importância da governança corporativa e da gestão sustentável e, o Ativo, 
o Passivo e o Resultado Ambiental. Por fim, você aprenderá sobre a conta-
bilização de eventos ambientais e a definição, demonstração e distribui-
ção do Valor Adicionado.
Você entenderá que somente a Contabilidade pode medir os fatos eco-
nômico-ambientais que afetam as empresas na geração de informação 
confiável, oportuna, compreensível, objetiva e integral, permitindo o 
desenho de estratégias de prevenção ou correção para elas. Assim, espe-
ramos oferecer as melhores práticas que contribuam no exercício da sua 
futura profissão.
Bons estudos!
1
6
Unidade 1
Meio Ambiente: conceito, 
caracterização e gerenciamento
Para iniciar seus estudos
Nesta unidade, estudaremos sobre o meio ambiente. Você perceberá que 
meio ambiente não abrange apenas os seres vivos, mas todo um conjunto 
de elementos, que interagem entre si.
Está preparado para fazer um tour pelos eventos ambientais mais impor-
tantes que ocorreram e que trouxeram sérios danos ao meio ambiente, 
afetando diretamente o ser humano? Esperamos que sim, pois, nesta uni-
dade, conheceremos os maiores problemas enfrentados pela sociedade 
atualmente, com destaque para a iminente falta de água potável.
Aprenderemos como a legislação pode contribuir para o controle dos 
impactos ambientais, além dos estudos de impactos ambientais para a 
instalação de obras ou atividade potencialmente causadora de degrada-
ção do meio ambiente. Por fim, conheceremos um pouco sobre a Gestão 
Ambiental e alguns tópicos sobre sua implantação. Vamos lá?
Objetivos de Aprendizagem
Ao final desta unidade, é esperado que você compreenda sobre:
• O conceito de meio ambiente.
• As consequências ambientais.
• Os problemas ambientais.
• O impacto ambiental.
• Os sistemas de gestão ambiental.
7
Contabilidade Social e Meio Ambiente | Unidade 1 - Meio Ambiente: Conceito, caracterização...
1.1 Introdução
Houve um tempo em que o ser humano acreditava que os recursos naturais eram infinitos. A degradação do 
meio ambiente tomou proporções insustentáveis, levando à extinção de espécies e ecossistemas inteiros. Nesse 
contexto, os processos industriais danosos ao meio ambiente eram implementados sem qualquer limitação. 
Os dejetos, por exemplo, eram liberados nos rios, tornando as suas águas impróprias para banho e consumo. Os 
gases eram liberados na atmosfera, causando doenças respiratórias às populações locais, somadas a um desma-
tamento desordenado, os quais destruíam as florestas e acabavam com a população de animais silvestres. Tudo 
isso em nome da “modernidade”. 
O desequilíbrio no ecossistema começou a ser sentido pelo homem: extinção de espécies, destruição da camada 
de ozônio, efeito estufa, poluição descontrolada e, uma das mais importantes, a redução significativa da dispo-
nibilidade de água potável. 
No Brasil, somente a partir da década de 1960 houve uma legislação específica voltada para a preservação da natu-
reza por meio do Código Florestal de 1965, além do Código de Caça, datado de 1967 (BRASIL, 1965; BRASIL, 1967).
Figura 1.1: Meio Ambiente
Legenda: A figura apresenta duas mãos segurando o planeta Terra; no alto há uma 
árvore frondosa que representa a importância da preservação da natureza. 
Fonte: Plataforma Deduca (2018). 
Já no cenário internacional, a primeira menção ao meio ambiente ocorreu por meio do pacto internacional de 
direitos econômicos, sociais e culturais. O marco do direito ambiental internacional e seu reconhecimento como 
direito fundamental se deu por meio da conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente, realizada na 
cidade de Estocolmo, momento em que foi elaborada a declaração de Estocolmo.
A partir desses acontecimentos, revela-se um ser humano mais preocupado com a utilização consciente dos 
recursos naturais.
8
Contabilidade Social e Meio Ambiente | Unidade 1 - Meio Ambiente: Conceito, caracterização...
1.2 Conceito de meio ambiente
Normalmente, quando falamos em meio ambiente, imaginamos a a natureza como um local a ser apreciado, res-
peitado e preservado. Entretanto, o meio ambiente é muito mais que isso; ele envolve o ar que respiramos, a água, 
o solo, além do próprio ser humano, que faz parte desse meio ambiente com vínculos naturais e essenciais à sua 
sobrevivência.
Para Tinoco (2008, p. 17), “O meio ambiente pode ser definido como o conjunto de elementos biológicos (orga-
nismos vivos) e abióticos (energia solar, solo, água e ar) que integram a camada da terra chamada biosfera, sus-
tentáculo e lar dos seres vivos”.
Por meio do conceito apresentado por Tinoco (2008), entendemos que o meio ambiente não abrange apenasos 
seres vivos, mas um conjunto de elementos que interagem com esses seres e que, de alguma forma, sustentam 
a vida ao seu redor. 
De acordo com a Resolução CONAMA n. 306, meio ambiente é um “conjunto de condições, leis, influência e 
interações de ordem física, química, biológica, social, cultural e urbanística, que permite, abriga e rege a vida em 
todas as suas formas” (CONAMA, 2002, s.p.). 
Como vimos, a Resolução CONAMA n. 306 amplia um pouco mais o conceito de meio ambiente e inclui normas, 
questões sociais, culturais e urbanísticas. Ela trata como meio ambiente o ser humano, suas relações intersociais 
que são regidas pelas normas, pelas questões culturais e sociais, incluindo além das questões naturais as leis que 
protegem esse ambiente (CONAMA, 2002).
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) é o órgão consultivo e deliberativo 
do Sistema Nacional do Meio Ambiente; foi instituído pela Lei nº 6.938/1981, que dispõe 
sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, regulamentada pelo Decreto n. 99.274/1990. 
Conheça um pouco mais sobre esse conselho acessando o site: <http://www.mma.gov.br/
port/conama/>.
A NBR ISO 14.001 conceitua meio ambiente como “circunvizinhança em que uma organização opera, incluindo-
-se ar, água, solo, recursos naturais, flora, fauna, seres humanos e suas interrelações” (ABNT, 2004, p. 2). Essa 
norma é voltada para as organizações empresariais, tratando como meio ambiente suas relações com a socie-
dade em que está inserida, considerando desde questões de preservação ambiental até questões de ordem social.
http://www.mma.gov.br/port/conama/
http://www.mma.gov.br/port/conama/
9
Contabilidade Social e Meio Ambiente | Unidade 1 - Meio Ambiente: Conceito, caracterização...
1.3 Consequências ambientais
Dando continuidade aos nossos estudos, Tinoco (2008) apresenta como consequências ambientais uma série 
de acontecimentos históricos, na sua maioria, gerados por negligência ou imprudência de pessoas e empresas. 
Vamos conhecer alguns desses acontecimentos?
• Anos de 1930: na Bélgica em 1930, ocorreu o primeiro grave acidente ambiental. Uma espessa névoa 
cobriu uma zona industrial, com isso, as pessoas apresentaram diversos sintomas como tosse e dificul-
dade de respirar. Aproximadamente 70 pessoas morreram e centenas de outras pessoas ficaram doentes 
por vários dias. As causas da grande concentração de poluentes no ar que ocasionou as mortes e doenças 
foram as emissões atmosféricas das indústrias associadas a condições climáticas desfavoráveis.
• Anos de 1950: um acidente com derramamento de mercúrio, em Minamata, Japão, deixou 700 mortos 
e 9.000 doentes crônicos. Nessa época, começaram a ocorrer, em pequenas comunidades da Baía de 
Minamata, casos de distúrbios nervosos, convulsões, perda da coordenação e outros sintomas relaciona-
dos ao sistema neurológico. 
Existiam no local colônias de pescadores e indústrias químicas. Após estudos, verificou-se que a conta-
minação era relacionada ao mercúrio, e a fonte geradora era uma fábrica de PVC que utilizava mercúrio 
(Hg) como catalisador do processo, descarregando os resíduos na baía. Assim o mercúrio era assimilado 
por micro-organismos aquáticos, entrava na cadeia alimentar e envenenava as pessoas.
• Anos de 1970: em 1976, um grande incêndio numa indústria de pesticidas localizada em Seveso, Itália, 
originou uma pequena nuvem branca. Ela continha apenas dois quilos e meio de dioxina, que logo foi dis-
seminada pela atmosfera na região. Cinco dias mais tarde, as crianças começaram a aparecer com pontos 
vermelhos e borbulhas na pele, além de sofrerem problemas renais e vômitos constantes. As mulheres 
grávidas geraram crianças sem cérebro e com deformações físicas diversas. Pelas estatísticas da época, 
aproximadamente 5.000 italianos teriam sido vítimas desse acidente.
• Anos de 1980: na Índia, em 1984, ocorreu um vazamento acidental de gás metil isocianato nas insta-
lações da multinacional Union Carbide, em Bhopal. Pelas estatísticas, morreram 3.323 pessoas, 35.000 
ficaram doentes crônicas e 200.000 pessoas foram retiradas com urgência. Outro fato foi o desapareci-
mento em setembro de 1987, em Goiânia, de uma cápsula de césio 137 do Instituto Goiano de Radio-
terapia. Com a mudança do instituto, foram abandonados alguns aparelhos de radioterapia, vendidos 
como sucata a um ferro velho. O dono do ferro velho, ao abrir a cápsula, liberou o pó radioativo e, pouco 
tempo depois, as pessoas que frequentavam o local começaram a apresentar os sintomas básicos de 
contaminação, que são queimaduras por todo o corpo, vômitos e diarreias. Com esse acidente, 110 pes-
soas foram contaminadas e quatro morreram.
 O Fórum-Desafio permite a interatividade, a troca de informações e experiências para a 
construção do conhecimento. Fique atento aos conteúdos que estamos abordando, eles 
podem ser fundamentais para a sua participação!
10
Contabilidade Social e Meio Ambiente | Unidade 1 - Meio Ambiente: Conceito, caracterização...
• Anos de 1990: uma gigantesca nuvem de fumaça, misturada com uma densa neblina, cobriu o Sudeste 
asiático devido a incêndios nos bosques. Tal ocorrência causou a queda de um avião em setembro de 
1997. Esses incêndios foram provocados pela enorme quantidade de turfa (material de origem vegetal) 
e pelas altas temperaturas.
• Anos 2000: em 18 de janeiro de 2000, um duto avariado da Petrobras permitiu que 1,3 milhão de litros 
de óleo contaminassem o maior cartão postal do país, a Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. Esse desas-
tre ambiental levou o governo estadual a criar o Grupo Gestor da Baía de Guanabara, formado por todos 
os órgãos da administração estadual ligados ao meio ambiente. O óleo espalhou-se por uma faixa de três 
quilômetros, atingindo praias da ilha de Paquetá e 1.434 hectares da área de Proteção Ambiental de Gua-
pimirim, a reserva mais importante da Baía de Guanabara e uma área de manguezal. Até hoje, pescadores 
e moradores da Baía de Guanabara sofrem as consequências do derramamento de óleo.
Figura 1.2: Contaminação e pesca
Legenda: A figura apresenta duas mãos segurando um peixe pescado naquele local. Há tam-
bém uma rede com peixes, representando o reflexo da contaminação na pesca.
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
• Ano de 2001: o acidente foi com óleo diesel na Serra do Mar do oleoduto que liga a Refinaria Presidente 
Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, ao terminal do Paranaguá, Paraná. Foram derramados 50 mil litros 
de óleo. Esse vazamento trouxe um prejuízo ambiental incalculável ao estado, pois atingiu um dos trechos 
da Mata Atlântica mais bem preservados do país, a Área de Proteção Ambiental - APA e a Área de Inte-
resse Turístico - AIT. Toda a região atingida pelo desastre é considerada reserva da biosfera pela Unesco 
e foi uma tragédia para a fauna e a flora. Vale ressaltar que houve a contaminação de várias espécies de 
peixes, que se tornaram alimentos de aves, isso fez com que esse grupo de animais também morresse.
• Ano de 2002: no dia 13 de novembro de 2002, o petroleiro Prestige, que pertence à empresa grega Maré 
Shipping, com bandeira das Bahamas, encalhou diante do litoral da Galícia (Noroeste da Espanha), afun-
dando no dia 19 do mesmo mês, há 250 quilômetros da costa espanhola. Consequentemente, derramou 
no mar 20 mil toneladas de óleo.
• Ano de 2003: neste ano, houve o vazamento de barragem em Cataguases, com o rompimento de uma 
barragem de celulose em Minas Gerais que ocasionou o derramamento de mais de 500 mil metros cúbi-
cos de rejeitos, compostos por resíduos orgânicos e soda cáustica. Os rios Pomba e Paraíba do Sul foram 
atingidos, causando sérios danos ao ecossistema e à população ribeirinha. As empresas foram multadas 
em R$ 50 milhões pelo Ibama.
11
Contabilidade Social e Meio Ambiente | Unidade 1 - Meio Ambiente: Conceito, caracterização...
• Ano de 2007: uma barragem rompeu em Miraí, uma cidade mineira, causando um vazamento de mais 
de dois milhões de metros cúbicos de água e argila. A empresa foimultada em R$ 75 milhões, mas os 
danos ainda permanecem evidentes.
• Ano de 2011: houve um vazamento de óleo na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro. A empresa ame-
ricana Chevron despejou no mar cerca de três mil barris de petróleo, provocando uma mancha de 160 
quilômetros de extensão. Animais foram mortos e o Ibama aplicou duas multas à empresa, totalizando R$ 
60 milhões, e ela foi também obrigada a pagar uma indenização de R$ 95 milhões ao governo brasileiro, 
pelos danos ambientais.
Por meio desses acontecimentos, percebemos as consequências devastadoras que esses desastres podem cau-
sar, tanto aos rios, aos mares, quanto às matas, animais e, principalmente, ao ser humano, que, como estudamos, 
também pertence a esse meio e sofre seus impactos da mesma forma.
Por muito tempo, o homem seguiu o caminho da degradação da natureza. As empresas 
sempre priorizaram o lucro a qualquer custo, desconsiderando fatores como preservação 
e sustentabilidade. Agora que os recursos naturais ameaçam se esgotar, eis que surge uma 
sociedade voltada à preservação. Será que ainda há tempo para salvar o pouco que nos res-
tou ou estamos fadados à extinção, como fizemos com outras espécies?
1.4 Principais problemas ambientais
Você já deve ter percebido que os altos índices de crescimento da população mundial têm levado à demanda 
cada vez maior de produtos. O avanço tecnológico tenta, de alguma forma, compensar esse crescimento, mas, 
muitas vezes, o preço dessa tecnologia acaba refletindo diretamente no meio ambiente.
Consideramos, por exemplo, que os grandes centros urbanos, cada vez mais populosos, dependem de meios de 
transporte que, na sua maioria são movidos a combustíveis fósseis, considerados grandes poluidores.
Um dos impactos que o uso de combustíveis fósseis tem produzido sobre o meio ambiente terres-
tre é o aumento da concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, dando lugar, por sua 
vez, a um aumento da temperatura global da Terra. (TINOCO, 2008, p. 25)
Além disso, sabemos que uma população em pleno crescimento também precisa de alimentos. Novas técnicas 
de produção e cultivo de alimentos aumentam sua produtividade, entretanto a utilização de pesticidas conta-
mina regiões agrícolas, interferindo no metabolismo das aves. O cultivo sem a devida restauração de áreas plan-
tadas leva solos à erosão. Em estudos, cientistas calculam que em torno de 35% das terras de cultivo de todo o 
mundo estão sofrendo erosão.
12
Contabilidade Social e Meio Ambiente | Unidade 1 - Meio Ambiente: Conceito, caracterização...
Figura 1.3: Crescimento populacional
Legenda: A figura apresenta inúmeras casas, construídas muito próximas umas das outas, represen-
tando que muitos problemas ambientais são causados pelo crescimento acelerado da população.
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
Outro problema que vem crescendo de forma assustadora é o esgotamento dos aquíferos subterrâneos, além da 
queda na qualidade da água. Esses problemas podem levar, em pouco tempo, à escassez de água potável para 
abastecer a população mundial. Não são por acaso as intensas campanhas para o consumo consciente da água 
que temos na atualidade. 
Tinoco (2008) apresenta uma série de problemas ambientais, todos decorrentes da atuação do homem no meio 
ambiente. São eles:
• Destruição da biodiversidade ou extinção de espécies.
• Destruição progressiva da camada de ozônio por gases.
• Efeito estufa ou aquecimento global.
• Crescimento da população mundial.
• Poluição.
• Indisponibilidade de água potável.
A busca por soluções para esses problemas é o grande desafio a ser enfrentado pelo homem moderno.
1.5 Impactos ambientais
Você sabia que. nos anos de 1980, diversos países perceberam a necessidade de estabelecer diretrizes e critérios 
para avaliar os impactos ambientais causados pela intervenção do homem na natureza?
No Brasil, a norma federal que trata desse assunto é a Resolução no 1 de 1986, emitida pelo Conselho Nacional do 
Meio Ambiente (CONAMA). No seu Artigo 1º, trouxe com muita propriedade a definição de impacto ambiental:
13
Contabilidade Social e Meio Ambiente | Unidade 1 - Meio Ambiente: Conceito, caracterização...
[...] impacto ambiental é qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do 
meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades 
humanas que, direta ou indiretamente, afetam: 
I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
II - as atividades sociais e econômicas; 
III - a biota; 
IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; 
V - a qualidade dos recursos ambientais. (CONAMA, 1986, s.p.).
Podemos considerar o impacto ambiental como a alteração do meio ambiente causada pela ação do homem de 
tal forma que o ambiente não consiga absorvê-la, afetando a estabilidade dos ciclos ecológicos.
No quadro a seguir, apresentamos as atividades causadoras de impacto ambiental e os tipos de degradação que 
essas atividades causam (TINOCO, 2008).
Quadro 1.1: Impactos Ambientais
Atividades de maior potencial de 
impacto ambiental
Tipos de degradação
Garimpo de ouro
• Assoreamento e erosão nos cursos d’água.
• Poluição das águas, aumento da turbidez e metais pesados.
• Formação de núcleos populacionais com grandes problemas 
sociais.
• Degradação da paisagem.
• Degradação da vida aquática com consequências diretas sobre a 
pesca e a população.
Mineração industrial, ferro, 
manganês, cassiterita, cobre, 
bauxita etc.
• Degradação da paisagem.
• Poluição e assoreamento dos cursos d’água.
• Esterilização de grandes áreas.
• Impactos socioeconômicos.
Agricultura e pecuária extensivas 
(grandes projetos agropecuários)
• Incêndios florestais, destruição da fauna e da flora.
• Contaminação dos cursos d’água por agrotóxicos.
• Erosão e assoreamento dos cursos d’água.
• Destruição de áreas de produtividade natural.
• Reservas extrativistas.
14
Contabilidade Social e Meio Ambiente | Unidade 1 - Meio Ambiente: Conceito, caracterização...
Atividades de maior potencial de 
impacto ambiental
Tipos de degradação
Grandes usinas hidrelétricas
• Impacto cultural – povos indígenas.
• Impacto socioeconômico.
• Inundação de áreas florestais, agrícolas, vilas etc.;.
• Impacto sobre flora, fauna e ecossistemas adjacentes.
Polos industriais e/ou grandes 
indústrias
• Poluição do ar, água e solo.
• Geração de resíduos tóxicos.
• Conflitos com o meio urbano.
Caça e pesca predatórias
• Extinção de mamíferos aquáticos e diminuição de peixes.
• Drástica redução de animais de valores econômico e ecológico.
Indústrias de alumínio
• Poluição atmosférica.
• Poluição marinha.
• Impactos indiretos pela enorme demanda de energia elétrica.
Crescimento populacional 
vertiginoso (migração interna)
• Problemas sociais graves, chegando – em alguns casos – a um 
aumento de 40% da população entre 1970 e 1980.
• Ocupação desordenada do solo com sérias consequências sobre os 
recursos naturais.
Fonte: Adaptado de Tinoco (2008, p. 93).
Fica evidente a necessidade de um controle preventivo desses danos ambientais. A obrigatoriedade da elabora-
ção dos Estudos de Impactos Ambientais (EIA) foi um passo importante na busca pela preservação da natureza. 
O assunto tomou tamanha relevância que foi incluído no texto da Constituição Federal de 1988. O § 1º do Art. 
225 exige a elaboração do EIA para a instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de degradação 
do meio ambiente.
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de 
significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará 
publicidade. (BRASIL, 1988).
O EIA identifica e caracteriza os impactos ambientais benéficos e adversos que podem ocorrer na região, pela ins-
talação do empreendimento. Ele constituirá o Relatório de Impacto ao Meio Ambiente (RIMA), mostrando todas as 
conclusões apresentadas. O objetivo do RIMA é a comunicação dos resultados alcançados no EIA à sociedade.Esses documentos tomaram relevância internacional de tal forma que, muitos organismos exigem sua apresen-
tação como requisito fundamental, para a concessão de linhas de financiamentos.
15
Contabilidade Social e Meio Ambiente | Unidade 1 - Meio Ambiente: Conceito, caracterização...
1.6 Gestão ambiental
Houve um período em que a questão ambiental era tratada mais como uma exigência normativa do governo do 
que uma opção do empresariado. Nesse contexto, surgiu uma pressão dos consumidores para que as empresas 
adotassem procedimentos voltados à preservação dos recursos naturais. 
Os consumidores passaram a ter força de quem controla o consumo e pode optar por uma ou outra empresa, de 
acordo com os compromissos que cada uma assume com a sociedade na redução das consequências ambientais 
negativas. Tais exigências dos consumidores começaram a causar efeito e uma legião de empresários passou a 
atuar de acordo com as necessidades do mercado e não apenas pela força das normas. 
Figura 1.4: Consequências ambientais negativas
Legenda: A figura apresenta vários peixes mortos na encosta de um rio poluído, represen-
tando as consequências ambientais negativas que as empresas podem causar. 
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
O engajamento desses empresários criou um ambiente favorável, que logo se espalhou por organizações que 
passaram a exigir posição similar de seus parceiros comerciais. Assim, fica claro que a implementação de uma 
gestão ambiental pode trazer grandes vantagens competitivas para as empresas, pois clientes conscientes estão 
mais propensos a consumir produtos de empresas que respeitem o meio ambiente.
As boas práticas ambientais favorecem a redução de custos, por meio da melhoria dos processos e redução dos 
consumos de água e de energia elétrica, por exemplo. Uma gestão ambiental adequada pode trazer muito mais que 
lucros econômicos às empresas. Pode ser um fator determinante para melhorar a imagem da empresa, associando 
a sua marca a ações que não agridem o meio ambiente ou a ações de restauração do meio ambiente destruído.
Tinoco (2008, p. 101) apresenta as etapas que devem ser seguidas para a institucionalização da gestão ambiental 
nas organizações. Essas etapas são apresentadas na forma de princípios:
Política do ambiente: é a posição adotada por uma organização relativamente ao ambiente. A 
elaboração e a definição dessa política é o primeiro passo a ser dado na implementação de um 
SGA [Sistema de Gestão Ambiental], traduzindo-se numa espécie de comprometimento com as 
questões do ambiente, numa tentativa de melhoria contínua dos aspectos ambientais;
16
Contabilidade Social e Meio Ambiente | Unidade 1 - Meio Ambiente: Conceito, caracterização...
Planejamento: o sucesso de um bom SGA, tal como acontece com muitas das medidas que que-
remos que sejam tomadas com sucesso, requer um bom planejamento. Deve-se começar por 
identificar aspectos ambientais e avaliar seu impacto no meio ambiente. Por aspectos ambientais 
entendem-se, por exemplo, o ruído, os resíduos industriais e as águas residuais. A organização 
deve estabelecer e manter procedimentos para identificar os aspectos ambientais que controla e 
sobre os quais exerce alguma influência, devendo igualmente garantir que os impactos por eles 
provocados sejam considerados no estabelecimento de sua política ambiental;
Implementação: as regras, responsabilidades e autoridades devem estar definidas, documenta-
das e comunicadas a todos, de forma a garantir sua aplicação.
Verificação e ações corretivas: a organização deve definir, estabelecer e manter procedimen-
tos de controle e medida das características-chave de seus processos que possam ter impacto 
sobre o ambiente. Do mesmo modo, a responsabilidade pela análise de não conformidades e pela 
implementação de ações corretivas e preventivas deve estar devidamente documentada, bem 
como todas as alterações daí resultantes. Todos os registros ambientais, incluindo os respeitantes 
às formações e auditorias, devem estar identificáveis e acessíveis;
Revisão pela direção: cabe à direção, com uma frequência definida por ela própria, rever o SGA e 
avaliar sua adequabilidade e eficácia, num processo que deverá ser devidamente documentado. 
A revisão pela direção deve ter em conta a possível necessidade de alterar a política do ambiente, 
os objetivos e procedimentos, como resposta a alterações organizacionais, melhorias contínuas 
e modificações externas.
 O Sistema de Gestão Ambiental – SGA é uma estrutura criada dentro da empresa com o 
objetivo de avaliar e monitorar os impactos ambientais derivados de suas atividades.
Glossário
A implementação de um SGA inicia com a definição de uma política ambiental, que deve ter por base o cumpri-
mento das normas ambientais e as diretrizes do programa ambiental traçado pela empresa. Sua divulgação para 
os colaboradores e para a sociedade é de suma importância para o sucesso do programa.
O planejamento é a próxima etapa da implantação do SGA; nessa etapa, se faz necessário identificar os processos 
empresariais que mais impactam o meio ambiente. A partir dessas informações, é possível definir os objetivos 
que visam à redução desses impactos e à atribuição de metas de redução.
Com o planejamento pronto, já é possível partir para a ação. É a implementação do SGA, ou seja, começar a colo-
car em prática o planejamento, visando a alcançar os resultados esperados.
17
Contabilidade Social e Meio Ambiente | Unidade 1 - Meio Ambiente: Conceito, caracterização...
Figura 1.5: Gestão Ambiental
Legenda: A figura apresenta o céu ao fundo e mãos ao redor de uma imagem que sim-
boliza o planeta Terra, representando a importância da gestão ambiental.
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
A verificação é a confrontação dos resultados com o planejado. No momento em que se identificam desvios 
são necessárias atitudes corretivas para colocar as ações no caminho do planejamento. Para que o SGA tenha 
sucesso, é necessário que seja acolhido por toda a estrutura da organização, principalmente pela alta adminis-
tração.
Cabe lembrar que não existe a obrigatoriedade de implantação de um SGA, entretanto, o próprio mercado 
tem imposto condições que levam as empresas a implementarem esse procedimento. A certificação de Ges-
tão Ambiental de fornecedores já é uma realidade e muitas empresas adotam esse critério na escolha de seus 
parceiros comerciais.
18
Considerações finais
Nesta unidade refletimos sobre vários aspectos referentes ao meio 
ambiente. Vamos relembrá-los?
• Conhecemos o conceito de meio ambiente.
• Aprendemos que meio ambiente não abrange apenas os seres 
vivos, mas todo um conjunto de elementos que interagem entre si.
• Conhecemos diversos eventos ocorridos no mundo, que demons-
traram as consequências devastadoras dos acidentes ambientais 
e que afetam diretamente os seres humanos.
• Entendemos os maiores problemas enfrentados pela sociedade 
atualmente, tendo como destaque a iminente falta de água potável.
• Aprendemos, também, que a legislação tem cobrado, como 
forma de controle dos impactos ambientais, estudos de impactos 
ambientais (EIA) para a instalação de obras ou atividades poten-
cialmente causadoras de degradação do meio ambiente.
• Conhecemos o RIMA, Relatório de Impacto sobre o Meio Ambien-
tal, criado com o objetivo de comunicação dos resultados alcan-
çados no Estudos de Impactos Ambientais à sociedade.
• Por fim, exploramos a Gestão Ambiental e como ocorre a sua 
implantação.
Referências
19
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Norma Téc-
nica ABNT NBR ISO 14001 de 2004. Sistemas de gestão ambiental - 
Requisitos com orientações para uso. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 1988. 
______. Decreto n. 99.274, de 6 de junho de 1990. Regulamenta a Lei n. 
6.902, de 27 de abril de 1981, e a Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981, 
que dispõem, respectivamente sobre a criação de Estações Ecológi-
cas e Áreas de Proteção Ambientale sobre a Política Nacional do Meio 
Ambiente, e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, 7 
jun. 1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/
antigos/d99274.htm>. Acesso em: 21 jun. 2018.
______. Lei no 4.471 de 15 de setembro de 1965. Institui o novo código 
florestal. Revogada pela Lei n. 12.651, de 2012. Diário Oficial da União. 
Brasília, 16 set. 1965. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/cci-
vil_03/Leis/l4771.htm>. Acesso em: 21 jun. 2018.
______. Lei no 5.197, de 3 de janeiro de 1967. Dispõe sobre a proteção à 
fauna e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, 5 jan. 
1967. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l5197.
htm>. Acesso em: 21 jun. 2018.
______. Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política 
Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e 
aplicação, e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, 2 
set. 1981. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/
L6938.htm>. Acesso em: 21 jun. 2018.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (CONAMA). Resolução 
Conama n. 1, de 23 de janeiro de 1986. Dispõe sobre critérios básicos e 
diretrizes gerais para a avaliação de impacto ambiental. Diário Oficial da 
União. Brasília, 17 fev. 1986. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/
port/conama/res/res86/res0186.html>. Acesso em: 21 jun. 2018.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/antigos/d99274.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/antigos/d99274.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l4771.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l4771.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l5197.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l5197.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6938.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6938.htm
http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res86/res0186.html
http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res86/res0186.html
Referências
20
______. Resolução Conama n. 306, de 5 de julho de 2002. Estabelece os 
requisitos mínimos e o termo de referência para realização de auditorias 
ambientais. Diário Oficial da União. Brasília, 19 jul. 2002. Disponível 
em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=306>. 
Acesso em: 21 jun. 2018.
TINOCO, J. E. P. Balanço Social: uma abordagem da transparência da res-
ponsabilidade pública das organizações. São Paulo: Atlas, 2008. 
http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=306
2
22
Unidade 2
Responsabilidade Social: dos 
indivíduos e das empresas
Para iniciar seus estudos
Nesta unidade, estudaremos a Responsabilidade Social das organizações. 
Vamos conhecer alguns conceitos da doutrina e da norma vigente. Vamos 
entender suas características e suas dimensões. Vamos estudar os prin-
cípios especificados na NBR 26.000 atribuídos às empresas. Passaremos 
rapidamente sobre o conceito de marketing social, com o intuito de criar 
uma ligação entre as organizações e a comunicação com os consumidores. 
Também veremos, nesta unidade, a percepção dos consumidores sobre a 
responsabilidade social, e ainda trataremos sobre os princípios relaciona-
dos aos consumidores, elencados na norma, e os princípios atribuídos aos 
consumidores conscientes.
Vamos conhecer alguns detalhes da NBR 26.000, norma que estabeleceu 
as diretrizes sobre Responsabilidade Social.
Bons estudos!
Objetivos de Aprendizagem
• Estudar a responsabilidade social e pública das organizações.
• Entender a percepção dos consumidores sobre a responsabili-
dade social.
23
Contabilidade Social e Meio Ambiente | Unidade 2 - Responsabilidade Social: dos indivíduos e...
2.1 Introdução
A evolução tecnológica e a modernização das indústrias trouxeram consideráveis benefícios à sociedade, mais 
conforto, melhora na qualidade de vida, aumento da expectativa de vida das pessoas, mais produtividade e 
maiores lucros para as empresas; entretanto, esses avanços trouxeram, também, degradações ecológicas, além 
de problemas sociais e econômicos. Com o passar dos anos, o homem percebeu que essa degradação, apesar dos 
benefícios tecnológicos, traria consequências catastróficas para o meio ambiente e, consequentemente, para o 
ser humano. 
Iniciou-se um processo de conscientização da população e, assim, uma cobrança para que as empresas tomas-
sem medidas que evitassem esse processo destrutivo. 
Hoje, a exigência já é maior as pessoas procuram consumir produtos de empresas que estão preocupadas, não só 
com o meio ambiente, mas também com o meio em que elas estão inseridas. As externalidades positivas, termo 
utilizado para os benefícios trazidos pelas instituições à sociedade oriundos das atividades destas, precisam estar 
presentes em proporções muito superiores às externalidades negativas, termo utilizado para os prejuízos à socie-
dade e ao meio ambiente causados pelas ações das empresas. Essa diferença impacta positiva ou negativamente 
na visão dos consumidores, levando-os, inclusive, a consumir ou deixar de consumir produtos. 
2.2 Responsabilidade Social e Pública das organizações 
Quando as empresas decidem, de forma voluntária, contribuir para que tenhamos uma sociedade mais justa, 
evitando o desperdício e buscando um ambiente mais limpo, podemos dizer que essa empresa possui respon-
sabilidade social? A responsabilidade social vai muito além da preocupação com o meio ambiente e com a pre-
servação ambiental; ela envolve aspectos relativos à sustentabilidade, ao comportamento ético, à transparência, 
entre outros. Para demonstrar a amplitude dessa expressão, vamos apresentar a definição encontrada na NBR 
26.000 emitida pela ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT, 2010, s.p.):
Responsabilidade Social
Responsabilidade de uma organização pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade 
e no meio ambiente, por meio de um comportamento ético e transparente que:
• Contribua para o desenvolvimento sustentável, inclusive a saúde e o bem-estar da socie-
dade;
• Leve em consideração as expectativas das partes interessadas;
• Esteja em conformidade com a legislação aplicável e seja consistente com as normas inter-
nacionais de comportamento, e
• Esteja integrada em toda a organização e seja praticada em suas relações.
Podemos destacar também o conceito de Responsabilidade Social atribuída por Ashley et al. (2002, p. 6):
Responsabilidade Social pode ser definida como o compromisso que uma organização deve ter 
para com a sociedade, expresso por meio de atos e atitudes que a afetem positivamente, de modo 
amplo, ou a alguma comunidade, de modo específico, agindo proativamente e coerentemente 
no que tange a seu papel específico na sociedade e na sua prestação de contas para com ela.
24
Contabilidade Social e Meio Ambiente | Unidade 2 - Responsabilidade Social: dos indivíduos e...
Temos, ainda, o conceito atribuído por Tenório (2004, p. 45):
A responsabilidade social corporativa surge com a mudança de valores proposta pela sociedade 
pós-industrial: a valorização do ser humano, o respeito ao meio ambiente, a busca de uma 
sociedade mais justa e uma organização empresarial de múltiplos objetivos. Os novos valores 
pós-econômicos são também evidentes na crescente insistência pública de que as corporações 
se preocupem com o desempenho social e não apenas com o econômico.
Para Tinoco (2008, p. 135):
[...] o conceito de responsabilidade social corporativa está associado ao reconhecimento de que 
as decisões e os resultados das atividades das companhias alcançam um universo de agentes 
sociais muito mais amplos do que o composto por seus sócios e acionistas (shareholders).
A Corporate Social Responsability (CSR) considera que a responsabilidade social não tem uma definição universal, 
e pode ser percebida pelo setor privado como uma maneira de integrar a variável econômica, social e ecológica. 
Perceba que esse é o tripé da sustentabilidade empresarial, logo, a Responsabilidade Social Corporativa converge 
para o mesmo objetivo da sustentabilidadeempresarial. Apesar dessa convergência, a NBR 26.000 deixa bem 
claras as diferenças entre Responsabilidade Social e Sustentabilidade Social, a partir dos conceitos apresentados 
a seguir:
A Responsabilidade Social tem como foco a organização e refere-se às responsabilidades da orga-
nização com a sociedade e o meio ambiente. A Responsabilidade Social está intimamente ligada 
ao desenvolvimento sustentável. Pelo fato do desenvolvimento sustentável tratar de objetivos 
econômicos, sociais e ambientais comuns a todas as pessoas ele pode ser usado como forma de 
abarcar as expectativas mais amplas da sociedade a serem levadas em conta por organizações 
que buscam agir responsavelmente. Portanto, convém que um objetivo amplo de responsabili-
dade social da organização seja o de contribuir para o desenvolvimento sustentável. [...]
Desenvolvimento Sustentável refere-se a satisfazer as necessidades do presente dentro dos limi-
tes ecológicos do planeta sem comprometer a capacidade das futuras gerações de suprir suas 
próprias necessidades. O desenvolvimento sustentável tem três dimensões – econômica, social e 
ambiental – as quais são interdependentes. (ABNT, 2010, s.p.)
Para Borger (2001), as empresas de sucesso são cada vez mais cobradas a olhar e analisar tanto de forma interna 
quanto externa o impacto que suas políticas e ações acarretam para os stakeholders.
 Stakeholders são pessoas ou grupos de pessoas que, de alguma forma, tenham interesse em 
uma empresa, mesmo que não tenham investimentos nela. Do inglês “stake” significa inte-
resse e “holder” é aquele que possui.
Glossário
A responsabilidade social já foi um diferencial para as empresas. Com a mudança do comportamento do consu-
midor, houve uma alteração nessa visão; hoje, a falta de responsabilidade social é que é um diferencial empresa-
rial, só que um diferencial negativo. Os consumidores deixam de adquirir produtos das empresas notadamente 
indiferentes à situação do ambiente em que estão inseridas.
25
Contabilidade Social e Meio Ambiente | Unidade 2 - Responsabilidade Social: dos indivíduos e...
Figura 2.1: Responsabilidade Social
Legenda: Empresário é responsável social.
Fonte: Plataforma Deduca (2018). 
As empresas de sucesso são cada vez mais cobradas a olhar e analisar, de forma interna quanto 
externa o impacto que suas políticas e ações acarretam para os stakeholders. Dessa forma, pode-
mos afirmar que uma empresa que investe em Responsabilidade Social fortalece sua marca?
As características da responsabilidade social estão muito bem descritas na NBR 26.000, vejamos:
A característica essencial da responsabilidade social (2.18) é a disposição da organização de incor-
porar considerações socioambientais em seus processos decisórios, bem como a Accountability 
pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente. Isso implica um 
comportamento transparente e ético que contribua para o desenvolvimento sustentável, esteja 
em conformidade com as leis aplicáveis e seja consistente com as normas internacionais de com-
portamento. Também implica que a responsabilidade social esteja integrada em toda a organiza-
ção, seja praticada em suas relações e leve em conta os interesses das partes interessadas. Uma 
parte interessada tem um ou mais interesses que podem ser afetados pelas decisões e atividades 
de uma organização. Esse interesse dá à parte interessada uma “participação” na organização, 
que cria uma relação com a organização. Essa relação não precisa ser formalizada ou mesmo 
reconhecida pela parte interessada ou pela organização. As partes interessadas podem também 
ser chamadas “stakeholders”. Ao determinar quais interesses de partes interessadas serão reco-
nhecidos, convém que a organização considere a legalidade desses interesses e sua consistência 
com as normas internacionais de comportamento. (ABNT, 2010, s.p.)
26
Contabilidade Social e Meio Ambiente | Unidade 2 - Responsabilidade Social: dos indivíduos e...
A norma nos ensina que a característica principal da responsabilidade social é a incorporação de práticas socio-
ambientais nas decisões e essas decisões podem ser distribuídas em quatro diferentes dimensões: Responsabili-
dades Econômicas, Responsabilidades Legais, Responsabilidades Éticas e Responsabilidades Filantrópicas.
Essas dimensões foram apresentadas por Carroll (1991) em forma de pirâmide, como mostra a figura a seguir:
Figura 2.2: Pirâmide de responsabilidade social corporativa
Responsabilidades
Filantrópicas
Responsabilidades
Éticas
Responsabilidades
Legais
Responsabilidades
Econômicas
Legenda: A pirâmide apresenta as quatro dimensões da R.S.C
Fonte: Adaptada de Carroll (1991). 
A Responsabilidade Econômica representa a necessidade de a empresa ser lucrativa; as empresas, na sua maio-
ria, têm como foco principal o lucro, salvo entidades públicas, entidades beneficentes, entre outras. O motivo da 
Responsabilidade Econômica estar localizada na base da pirâmide é pelo fato de esta ser a principal função da 
empresa, sua principal responsabilidade, a base que sustenta todo o restante da pirâmide.
A Responsabilidade Legal representa as leis às quais a empresa deve respeitar, significa que a empresa precisa 
seguir adequadamente o ordenamento jurídico ao qual está inserida.
A Responsabilidade Ética representa realizar o que é certo e justo, mesmo que amparado na lei, ou seja, mesmo 
que uma decisão da empresa seja legal, entretanto, ela sendo imoral ou antiética, então essa decisão deve ser 
evitada, a empresa deve atuar dentro das expectativas da sociedade do que é ético, moral, certo e justo.
A dimensão filantrópica tem relação com a empresa cidadã, é a empresa devolvendo para a sociedade parte do 
que ela recebeu, na forma de programas de bem-estar humano. É a menos importante das dimensões apresen-
tadas, contudo muito apreciada pela sociedade.
Tomando por base as definições mais conhecidas, Dahlsrud (2008) identificou outras cinco dimensões da Res-
ponsabilidade Social Corporativa: dimensão ambiental, dimensão social, dimensão econômica, dimensão 
stakeholders, dimensão voluntária. Vamos detalhá-las:
27
Contabilidade Social e Meio Ambiente | Unidade 2 - Responsabilidade Social: dos indivíduos e...
• Dimensão Ambiental – refere-se ao relacionamento da empresa com o meio ambiente.
• Dimensão social – refere-se ao relacionamento da empresa com a sociedade.
• Dimensão econômica – refere-se aos aspectos socioeconômicos e financeiros, incluindo a descrição da 
Responsabilidade Social Corporativa em termos de uma operação de negócio.
• Dimensão Stakeholders – refere-se aos stakeholders ou a grupos de stakeholders, tais como empregados, 
fornecedores, clientes e comunidade.
• Dimensão Voluntária – refere-se às ações não prescritas pela lei, é baseada em valores éticos.
A definição de Responsabilidade Social apresentada na norma NBR 26.000 retrata perfeitamente as dimensões 
de Carroll (1991) e Dahlsrud (2008), apresentamos:
É o desejo da organização de incorporar considerações socioambientais em seus processos deci-
sórios e se responsabilizar pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio 
ambiente. Isso implica um comportamento transparente e ético que contribua para o desenvolvi-
mento sustentável, leve em conta os interesses das partes interessadas, esteja em conformidade 
com as leis aplicáveis e seja consistente com as normas internacionais de comportamento, que 
esteja integrado em toda a organização e seja praticado em suas relações. (ABNT, 2010, s.p.)
2.2.1 Princípios da Responsabilidade Social
Neste tópico, vamos estudar um pouco sobre os princípios da Responsabilidade Social. Eles foram estabelecidos 
na NBR 26.000, são em número de sete e estão demonstrados no quadro a seguir:
Quadro 2.1 – Princípios
Princípio Princípio é:
Accountability
Convém que a organização preste contas e se responsabilize por 
seus impactos na sociedade, na economia e no meio ambiente.
Transparência
Convém que uma organização seja transparenteem suas decisões 
e atividades que impactam na sociedade e no meio ambiente.
Comportamento Ético Convém que uma organização se comporte eticamente.
Respeito pelos interesses das 
partes envolvidas
Convém que uma organização respeite, considere e responda 
aos interesses de suas partes envolvidas.
Respeito pelo Estado de Direito
Convém que uma organização aceite que o respeito pelo Estado 
de Direito é obrigatório.
Respeito pelas normas 
internacionais de Direito
Convém que uma organização respeite as normas 
internacionais de comportamento, ao mesmo tempo em que 
adere ao princípio de respeito pelo Estado de Direito.
28
Contabilidade Social e Meio Ambiente | Unidade 2 - Responsabilidade Social: dos indivíduos e...
Princípio Princípio é:
Respeito pelos Direitos Humanos
Convém que uma organização respeite os direitos humanos e 
reconheça tanto sua importância como sua universalidade.
Fonte: Adaptado de ABNT (2010, s.p.)
Na literatura, as tentativas de especificar princípios para a Responsabilidade Social Corporativa têm girado em 
torno de três fenômenos: expectativas colocadas sobre todas as empresas devido ao seu papel como instituições 
econômicas; expectativas colocadas sobre a empresa, em particular, por causa do que elas são e do que elas 
fazem; e expectativas colocadas sobre os gestores como atores morais dentro das empresas.
Partindo dos três níveis (institucional, organizacional e individual), Wood (1991) reuniu vários conceitos para 
explicar três princípios de Responsabilidade Social Corporativa:
1. Princípio de Legitimidade: a sociedade concede legitimidade e poder para as empresas. No longo prazo, 
aquelas que não usarem o poder da maneira que a sociedade considera responsável irão perdê-lo.
2. Princípio da Responsabilidade Pública: a empresas são responsáveis pelos resultados relacionados às suas 
áreas primárias e secundárias de envolvimento com a sociedade.
3. Princípio da discrição gerencial: gestores são atores morais. Dentro de cada domínio da responsabilidade 
social corporativa, eles são obrigados a exercerem tal discrição, conforme ela se encontra disponível para 
eles, em direção aos resultados socialmente responsáveis.
A empresa responsiva preocupa-se com o ambiente, ela monitora e avalia para perceber as mudanças e se adap-
tar a elas. Está sempre atenta para manter uma boa comunicação com os stakeholders. Entende o que é impor-
tante para a sociedade, monitora e gerencia para atender as suas expectativas, criando um ambiente de partici-
pação e solidariedade com a sociedade.
Figura 2.3: Atitude Responsiva
Legenda: A empresa responsiva preocupa-se com a coletividade. 
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
29
Contabilidade Social e Meio Ambiente | Unidade 2 - Responsabilidade Social: dos indivíduos e...
2.2.1 Marketing social 
O apelo por maior responsabilidade social fez criar um novo segmento na área de marketing: o marketing social. 
As empresas precisam comunicar-se com seu público, com seu mercado, com seu ambiente. As empresas pre-
cisam demonstrar os impactos ambientais e sociais de suas ações para a sociedade, precisam levar ao conheci-
mento dos stakeholders os esforços empreendidos nas ações relativas à Responsabilidade Social.
Para entender o marketing social, vamos conceituar marketing primeiro:
Podemos definir marketing como o processo social e gerencial através do qual indivíduos e gru-
pos obtém aquilo que desejam e de que necessitam, criando e trocando produtos e valores uns 
com os outros (KOTLER; ARMSTRONG, 1998, p. 145)
Esse é um conceito tradicional de marketing. Percebe-se, pelo conceito, que o marketing trata com pessoas, 
clientes, entregando-lhes bens e serviços que gerem satisfação e que supram suas necessidades.
Vejamos o conceito de marketing social:
Sustenta que a organização deve determinar as necessidades, desejos e interesse dos 
mercados-alvo, e então proporcionar aos clientes um valor superior de forma a manter ou melhorar 
o bem-estar do cliente e da sociedade (KOTLER; ARMSTRONG, 1998, p. 11)
O marketing social pode ser dividido em dois outros segmentos, o marketing de causa e o marketing social. O marke-
ting de causa dedica-se a dar suporte a uma causa social, enquanto o marketing social busca reduzir problemas sociais.
2.2 Percepção dos consumidores sobre a responsabilidade social 
A influência financeira exercida por consumidores, clientes e, principalmente, por investidores sobre as organizações 
tem surtido grande efeito sobre as decisões dos gestores. A legislação dá suporte à possibilidade de a comunidade ter 
acesso a informações detalhadas sobre decisões e atividades de muitas organizações, pressionando-os de tal forma 
que já existem diversas empresas produzindo relatórios para prestarem contas de suas atividades à sociedade. 
Figura 2.4: Consumo
Legenda: Consumidor escolhendo o produto.
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
30
Contabilidade Social e Meio Ambiente | Unidade 2 - Responsabilidade Social: dos indivíduos e...
O balanço social é um relatório anual com o objetivo de tornar públicas as ações das empresas, direcionadas a 
projetos sociais e ambientais, demonstrando seu compromisso com a responsabilidade social. Sua publicação é 
fundamental para manter um diálogo com a sociedade, a fim de que ela possa compreender, de forma transpa-
rente, sua política de investimentos nas áreas ambientais, econômicas e sociais.
A NBR 26.000 traz alguns princípios que convêm que orientem as práticas socialmente responsáveis em relação 
às necessidades legítimas dos consumidores. E esses princípios estão apresentados no quadro a seguir:
Quadro 2.2: Princípios relativos ao consumidor
Segurança
É o direito de acesso a produtos não perigosos e de proteção dos 
consumidores contra perigos para sua saúde provenientes de processos de 
produção, produtos e serviços.
Ser informado
É o acesso dos consumidores a informações adequadas que lhes permitam 
fazer escolhas fundamentadas de acordo com seus desejos e necessidades e 
ser protegidos contra a propaganda ou rotulagem desonesta ou enganosa.
Fazer escolhas
É a promoção e proteção dos direitos econômicos dos consumidores, 
inclusive a capacidade de escolher a partir de uma série de produtos e serviços 
oferecidos a preços competitivos com garantia de qualidade satisfatória.
Ser ouvido
É a liberdade de criar grupos ou organizações de consumidores ou similares 
e a oportunidade de essas organizações apresentarem seus pontos de vista 
nos processos decisórios que os afetem, especialmente na elaboração e 
aplicação de políticas governamentais e no desenvolvimento de produtos e 
serviços.
Indenização
É a disponibilidade de uma efetiva indenização ao consumidor, 
especialmente na forma de pagamento justo para reivindicações 
procedentes, inclusive indenização por falsificação ideológica, bens mal 
produzidos ou serviços insatisfatórios.
Educação
Educação para o consumo, inclusive educação sobre os impactos ambientais, 
sociais e econômicos das escolhas do consumidor, que possibilita aos 
consumidores fazerem escolhas fundamentadas e independentes de 
produtos e serviços, estando cientes de seus direitos e responsabilidades 
básicas e de como agir sobre elas.
Um ambiente saudável
Esse é um ambiente que não ameaça o bem estar das gerações atuais 
e futuras. O consumo sustentável visa atender às necessidades das 
gerações presentes e futuras de produtos e serviços de uma forma que seja 
econômica, social e ambientalmente sustentável.
Fonte: Adaptado de ABNT (2010, s.p.)
31
Contabilidade Social e Meio Ambiente | Unidade 2 - Responsabilidade Social: dos indivíduos e...
Entretanto, as empresas não podem ser responsáveis pela sociedade em geral, suas responsabilidades ficam 
limitadas ao meio em que elas estão inseridas, ou seja, seus stakeholders.
Os stakeholders podem ser divididos em:
• Comunitários – são aquelas pessoas residentes na região e setores de interesses pessoais.
• Organizacionais – empregados, consumidores, fornecedores, sócios, acionistas.• Regulatórios – controles legais e autoridades da região.
• Midiáticos – veículos de comunicação.
As externalidades positivas, termo utilizado para os benefícios trazidos pelas instituições à 
sociedade, oriundos de suas atividades, precisam estar presentes em proporções muito supe-
riores às externalidades negativas, termo utilizado para os prejuízos à sociedade e ao meio 
ambiente causados pelas ações das empresas. E essa diferença impacta positiva ou negativa-
mente na visão dos consumidores, levando-os, inclusive, a consumir ou a deixar de consumir 
produtos.
A ideia de consumo consciente vem crescendo muito na sociedade e ele depende muito da percepção que a pessoa 
tem do impacto que suas atitudes exercem sobre seu ambiente: sociedade, meio ambiente e economia. Nesse con-
texto podemos entender a importância que uma comunicação eficaz pode ter ao fazer toda a diferença.
O instituto Akatu (2004) enumera 12 princípios norteadores do consumo consciente:
Quadro 2.3: Consumo Consciente
I. Planeje suas compras
Não seja impulsivo. A impulsividade é inimiga do consumo 
consciente. Planeje antecipadamente e, com isso, compre 
menos e melhor.
II. Avalie o impacto de seu consumo
Leve em consideração o meio ambiente e a sociedade, em suas 
escolhas de consumo.
III. Consuma apenas o necessário
Reflita sobre as suas reais necessidades e procure viver com 
menos.
IV. Reutilize produtos e embalagens
Não compre outra vez o que você pode consertar, transformar 
e reutilizar.
V. Separe seu lixo
Recicle e contribua para a economia de recursos naturais, a 
redução da degradação ambiental e a geração de empregos.
32
Contabilidade Social e Meio Ambiente | Unidade 2 - Responsabilidade Social: dos indivíduos e...
VI. Use crédito consciente
Pense bem se o que você vai comprar a crédito não pode 
esperar e esteja certo de que poderá pagar as prestações.
VII. Conheça e valorize as práticas 
de responsabilidade social das empresas
Em suas escolhas de consumo, não olhe apenas o preço 
e qualidade. Valorize as empresas em função de sua 
responsabilidade para com os funcionários, a sociedade e o 
meio ambiente.
VIII. Não compre produtos piratas ou 
contrabandeados
Compre sempre do comércio legalizado e, dessa forma, 
contribua para gerar empregos estáveis e para combater o 
crime organizado.
IX. Contribua para a melhoria de 
produtos e serviços
Adote uma postura ativa. Envie às empresas sugestões e 
críticas sobre seus produtos e serviços.
X. Divulgue o consumo consciente
Seja um militante da causa. Sensibilize outros consumidores 
e dissemine informações, valores e práticas do consumo 
consciente. Monte grupos para mobilizar seus familiares, 
amigos e pessoas mais próximas.
XI. Cobre dos políticos
Exija de partidos, candidatos e governantes propostas e ações 
que viabilizem e aprofundem a prática do consumo consciente.
XII. Reflita sobre seus valores
Avalie constantemente os princípios que guiam suas escolhas 
e seus hábitos de consumo.
Fonte: Instituto Akatu (2004).
 O Instituto Akatu é uma organização não governamental e, entre suas atividades, está a 
atuação junto a empresas que buscam caminhos para a nova economia, ajudando a iden-
tificar oportunidades que levem a novos modelos de produção e consumo, que respeitem o 
ambiente e o bem-estar, sem deixar de lado a prosperidade.
33
Contabilidade Social e Meio Ambiente | Unidade 2 - Responsabilidade Social: dos indivíduos e...
Procurar e valorizar empresas que buscam ser socialmente responsáveis torna o cidadão um consumidor cons-
ciente. É preciso buscar informações e divulgá-las sobre as práticas de responsabilidade social das empresas.
A comunicação entre empresa e sociedade tem papel fundamental nesse processo, pois, se não tivermos cidadãos 
que pratiquem ações envolvendo toda a sociedade num processo de ação e fiscalização, o ciclo não estará completo.
 O Fórum Desafio permite a interatividade, a troca de informações e experiências para a 
construção do conhecimento.
34
Considerações finais
Nesta unidade, estudamos os pontos mais importantes sobre a respon-
sabilidade social:
• Conhecemos os conceitos de Responsabilidade social.
• As características da Responsabilidade Social.
• As quatro dimensões da Responsabilidade Social.
• Os princípios da Responsabilidade Social.
• Breve apresentação sobre marketing social.
• Percepção dos consumidores sobre a Responsabilidade Social.
• Princípios relativos aos consumidores de acordo com a NBR 26.000.
• Princípios do consumidor consciente, publicado pelo Instituto 
AKATU.
Referências
35
ASHLEY, P. A. et al. Ética e responsabilidade social nos negócios. São 
Paulo: Saraiva, 2002.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR ISO 
26000. Diretrizes de responsabilidade social. Rio de Janeiro: ABNT, 2010.
BORGER, F. G. Responsabilidade social: efeitos da atuação social na 
dinâmica empresarial. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São 
Paulo, 2001.
CARROLL, A. B. The pyramid of corporate social responsibility: Toward the 
moral management of organizational stakeholders. Business Horizons, v. 
34, n. 4, p. 39-48, 1991.
DAHLSRUD, A. How corporate social responsibility is defined: an analy-
sis of 37 definitions. Corporate Social Responsibility and Environmental 
Management, v. 15, n. 1, p. 1-13, 2008.
INSTITUTO AKATU. Conheça os 12 princípios do consumo consciente. 
[2004]. Disponível em: <https://www.akatu.org.br/noticia/conheca-
-os-12-principios-do-consumo-consciente/>. Acesso em: 23 abr. 2018.
KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de Marketing. 7. ed. São Paulo: 
LTC, 1998.
TENÓRIO, F. G. Responsabilidade social empresarial: teoria e prática. 1. 
ed. São Paulo: FGV, 2004.
TINOCO, J. E. P. Balanço Social: uma abordagem da transparência da res-
ponsabilidade pública das organizações. São Paulo: Atlas, 2008. 
WOOD, D. J. Corporate social performance revisited. Academy of manage-
ment review, v. 16, n. 4, p. 691-718, 1991.
3
37
Unidade 3
Normatização Aplicada, 
Contabilidade Geral, Ambiental 
e Social
Para iniciar seus estudos
Nesta unidade estudaremos sobre a normatização aplicada à contabili-
dade geral, ambiental e social.
Conheceremos o conceito de sistema e aprenderemos um pouco sobre o 
sistema contábil.
Estudaremos também sobre a transparência empresarial e como ela está 
diretamente ligada à contabilidade. Veremos que algumas informações 
devem ser obrigatoriamente apresentadas pela contabilidade e outras 
têm caráter facultativo.
Nesta unidade, também veremos os normativos mais importantes da 
contabilidade e trataremos sobre a regulamentação do Balanço Social.
Por fim, trataremos sobre os padrões ambientais do sistema de gestão 
mais importantes.
Bons estudos!
Objetivos de Aprendizagem
• Conhecer os sistemas de informações contábeis e a transparência 
empresarial.
• Aprender sobre os principais normativos da contabilidade geral, 
ambiental e social.
• Aprender sobre a regulamentação do Balanço Social.
• Conhecer os padrões ambientais do sistema de gestão.
38
Contabilidade Social e Meio Ambiente | Unidade 3 - Normatização Aplicada, Contabilidade Geral...
3.1 Sistemas de informações contábeis e transparência 
empresarial
Vamos conhecer um pouco sobre os sistemas contábeis. Para começarmos a entender os sistemas contábeis, 
primeiro precisamos saber o que é sistema.
De acordo com o dicionário Aurélio (2010), sistema significa “combinação de partes reunidas para concorrerem 
para um resultado, ou de modo a formarem um conjunto”. Pois bem, se sistema é uma combinação de “coisas” 
reunidas que levam a um resultado, então podemos dizer que sistema de informação é uma combinação de 
informações que levam a algum resultado, que são outras informações.
Vamos ver como a doutrina trata o assunto.
Stair (1998, p. 6) conceitua sistema de informação como: 
Um conjunto de elementos ou componentes que interagem para se atingir objetivos. Os próprios 
elementos e as relações entre eles determinam como o sistema trabalha. Os sistemastêm entra-
das, mecanismos de processamento, saídas e feedback.
Para Gil (1999, p. 14), sistemas de informação:
Compreendem um conjunto de recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros agrega-
dos segundo uma sequência lógica para o processamento dos dados e correspondente tradução 
em informações.
Agora que entendemos o que são sistemas de informações, vamos aprofundar um pouco mais. Os sistemas de 
informações podem ser divididos de duas formas:
• sistemas de informações de apoio às operações; e 
• sistema de informações de apoio à gestão.
As tarefas operacionais executadas pelos diversos departamentos de uma empresa são realizadas com o auxílio 
dos sistemas de informações de apoio às operações. Departamentos como compras, estocagem, produção, ven-
das, faturamento, recebimentos, pagamentos, qualidade, manutenção, planejamento e controle de produção, 
entre outros, utilizam essa arquitetura de sistema para automatizar rotinas, tornando as tarefas executadas mais 
rápidas e de maior confiabilidade.
39
Contabilidade Social e Meio Ambiente | Unidade 3 - Normatização Aplicada, Contabilidade Geral...
Figura 3.1: Sistema de informações
Legenda: Um homem e uma mulher no local de trabalho, ambos em frente a computadores.
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
Já os sistemas de informações de apoio à gestão são direcionados, como o próprio nome diz, para dar apoio 
à gestão da empresa. Esse sistema utiliza as informações geradas pelos sistemas de informações de apoio às 
operações que, depois de manipuladas, geram novas informações. Nesse momento, para auxiliar a gestão eco-
nômico-financeira da empresa. O sistema de informações contábeis e os demais sistemas de controladoria e 
finanças fazem parte do sistema de gestão.
Entre os tipos de sistemas podemos destacar ainda os sistemas de informação de apoio à decisão. Podemos 
dizer que são um refinamento do sistema de apoio à gestão. Esses sistemas são desenhados especificamente 
para a geração de informações destinadas à tomada de decisão. Normalmente são denominados como DSS 
– Decision Support Systems (Sistema de Suporte a Decisão), EIS – Executive Information System (Sistema de Informa-
ções Executivas) e BI – Business Inteligence. 
Os sistemas de informação de apoio à gestão utilizam as bases dos outros dois sistemas, sistemas operacionais e 
sistemas de apoio à gestão. Seu objetivo é flexibilizar as informações, gerando novas informações para dar apoio 
ao processo de tomada de decisão.
3.1.1 Sistema Contábil
Consoante definição apresentada pela Deliberação CVM 29 de fevereiro de 1986 “a contabilidade é, objetiva-
mente, um sistema de informação e avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises 
de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização”. 
O sistema contábil é uma importante fonte de informações úteis para o processo decisório. É através dele que são 
registrados os eventos contábeis que permitirão subsidiar as decisões a serem tomadas pelos administradores.
Consoante Gil (1999, p. 23):
O sistema de informação contábil pode ser definido como o conjunto de recursos humanos e de 
capital dentro da organização o qual é responsável pela preparação de informações financeiras e 
também das informações obtidas da coleta e processamento dos dados das transações.
40
Contabilidade Social e Meio Ambiente | Unidade 3 - Normatização Aplicada, Contabilidade Geral...
Para Marion (2003, p. 255):
O sistema de contabilidade é o conjunto de atividades contábeis compatíveis que vai desde a com-
preensão da atividade empresarial (necessidade para elaborar um plano de contas adequado), 
passando pela análise e interpretação de cada fato contábil isoladamente, sua contabilização, até 
a elaboração das demonstrações financeiras, sua análise, interpretação e recomendações para 
aperfeiçoar o desempenho da empresa.
A contabilidade por si só já é considerada um sistema de informações. Por meio da coleta, armazenagem e pro-
cessamento dos dados, ela gera relatórios que promovem a comunicação com seus usuários apresentando 
informações úteis e relevantes para a tomada de decisões.
A informação contábil precisa atender a três requisitos básicos: 
• operacionalidade;
• integração; e
• custo da Informação.
3.1.1.1 Operacionalidade
O princípio básico da operacionalidade é que as informações prestadas pela contabilidade são operações agluti-
nadas a partir de dados armazenados em seu sistema oriundos de informações reais operadas nos departamen-
tos onde foram geradas.
Podemos destacar algumas características importantes de operacionalidade. São elas a produção de relatórios 
concisos; relatórios elaborados de acordo com as necessidades dos usuários, são informações as quais são de 
fácil entendimento pelos usuários das informações, não deixam margem para dúvidas sobre seu conteúdo e sua 
apresentação visual e manipulação são adequadas.
3.1.1.2 Integração
Podemos dizer que o sistema é integrado quando todas as informações da empresa estão concentradas em um 
único sistema de informação contábil. É quando todos se utilizam do mesmo e único sistema de informações.
Em sistemas integrados as informações são registradas no local em que os fatos contábeis acontecem, transitam 
por todo o sistema, alimentando os sistemas de apoio à gestão.
3.1.1.3 Custo da informação
O princípio básico do custo da informação é que ele não supere o benefício que trará aos usuários da informação. 
Os custos para manter um sistema contábil de informação já foram muito expressivos, entretanto, com o avanço 
da tecnologia e com a possibilidade da utilização da microinformática, esses custos baixaram muito. Hoje, qualquer 
empresa ou pequena empresa tem plenas condições de manter um adequado sistema de informações contábeis.
41
Contabilidade Social e Meio Ambiente | Unidade 3 - Normatização Aplicada, Contabilidade Geral...
3.1.2 Transparência empresarial
Segundo Bushman, Piotroski e Smith (2001, p. 1):
A transparência pode ser definida como a abrangente disponibilidade de informação relevante 
e confiável sobre o desempenho periódico, situação financeira, oportunidades de investimento, 
governança, valor e risco das empresas de capital aberto. 
A transparência empresarial está relacionada diretamente com a contabilidade. É por meio dos relatórios contá-
beis que as empresas divulgam as informações relacionadas à sua situação financeira, seu desempenho perió-
dico, entre muitas outras informações relevantes que podem ser retiradas desses importantes relatórios.
Muitas informações disponibilizadas pelas empresas são de caráter obrigatório, todavia, algumas informações 
são disponibilizadas de forma voluntária pelas empresas.
As informações disponibilizadas pelas organizações são de vital relevância para sua continuidade. 
Figura 3.2: Transparência
Legenda: Cinco executivos em uma sala de reunião. Um em pé, repassando informações em um flipchart.
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
Não só a comunicação com investidores, mas também a comunicação com a sociedade, com consumidores e 
com fornecedores elevam a importância de disponibilização de informações relevantes sobre a organização.
É nesse contexto que se apresenta a divulgação do balanço social. Mesmo sem a obrigatoriedade imposta sobre 
as empresas, muitas aderiram à divulgação dessas informações impulsionadas principalmente pelos benefícios 
relacionados à imagem da empresa perante seus colaboradores, sociedade e consumidores.
 O Fórum Desafio permite a interatividade, a troca de informações e experiências para a 
construção do conhecimento. Participe!
42
Contabilidade Social e Meio Ambiente | Unidade 3 - Normatização Aplicada, Contabilidade Geral...
3.2 Principais normativos da contabilidade geral, ambiental 
e social
O ordenamento jurídico brasileiro que versa sobre contabilidade é bastante amplo. Existem normas que tra-
tam sobre a contabilidade pública como a Lei n. 4.320/1964, existem normas que tratamsobre a contabilidade 
empresarial como a Lei n. 6.404/1976, além de uma infinidade de normas emitidas pelo Conselho Federal de 
Contabilidade, normas emitidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Resoluções emitidas pelo Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis, entre outros.
3.2.1 Lei n. 6.404/1976
Apesar dessa infinidade de leis, normas, resoluções etc., podemos afirmar que a principal norma que trata da 
contabilidade é a Lei 6.404/1976. A Lei das Sociedades Anônimas, como é chamada, foi aprovada em 15 de 
dezembro de 1976 dando um novo rumo à contabilidade brasileira.
Na visão de Bacci (2002, p. 134): “A nova lei veio consagrar a adoção do sistema contábil americano com algu-
mas contribuições brasileiras de relevância, sendo algumas práticas essencialmente nacionais como a correção 
monetária.“
O autor destaca prática contábil da correção monetária como contribuição brasileira à Lei n. 6.404/1976, já 
que é baseada no sistema americano, entretanto, esta prática foi abolida a partir de 1 de janeiro de 1995, pela 
Lei n. 9249.
Apesar de terem sido implementadas diversas alterações a essa lei ao longo dos anos, duas alterações foram 
consideras de maior importância e merecem ser destacadas.
A primeira grande modificação aconteceu em 1997. As alterações introduzidas pela Lei n. 9.457 já buscavam 
naquela época alinhar as práticas contábeis brasileiras ao padrão internacional seguindo a tendência de movi-
mentos de governança corporativa.
Bacci (2002, p. 144) destacou estas alterações:
A contabilidade do mundo atual procura a harmonização de procedimentos, de padrões que 
atendam a globalização, e que pela pulverização dos investimentos a nível mundial nas bolsas 
de valores, vêm tentando uma uniformização dos informes contábeis com objetivos claros de se 
adotar maior transparência e evidenciação dos critérios aplicados [...].
A segunda grande modificação aconteceu em 28 de dezembro de 2007. Por meio da Lei n. 11.638 foram intro-
duzidas profundas modificações na Lei n. 6.404. O objetivo dessas modificações era a convergência das normas 
brasileiras de contabilidade às normas internacionais do International Accounting Standards Board – IASB.
43
Contabilidade Social e Meio Ambiente | Unidade 3 - Normatização Aplicada, Contabilidade Geral...
Figura 3.3: Normas de contabilidade
Legenda: Malhete (martelo), um dos símbolos do direito.
Fonte: Plataforma Deduca (2018).
As normas emanadas pelo IASB possuem regras de evidenciação, exigindo maiores conteúdos de informações 
qualitativas e quantitativas, desenvolvidas especialmente para possibilitar informações confiáveis e relevantes.
 A Lei n. 6.404/1976 é uma das leis mais importantes para a contabilidade, todavia existem 
outros normativos que devem ser observados pelos profissionais da contabilidade, princi-
palmente os normativos emitidos pelo Conselho Federal de Contabilidade, órgão maior da 
contabilidade no Brasil.
3.2.1.1 Lei n. 4.320/1964
A contabilidade pública no Brasil tem sua origem em 1808 com a necessidade de disciplinar a cobrança de 
impostos aduaneiros. Dom João VI criou o Erário Público (Tesouro Nacional) e ordenou o uso da contabilidade 
no Brasil Colônia.
A partir daí, são muitos os esforços do Governo Federal e da sociedade civil na tentativa de implementação de 
técnicas de contabilidade na área pública com o objetivo de controle dos atos de gestão.
A Lei n. 4.320 aprovada em 1964 foi um grande avanço para a contabilidade pública do Brasil, apesar de ser vol-
tada para o orçamento público tem nos seus capítulos exclusivamente assuntos sobre a contabilidade pública. 
Apesar de já se passarem mais de cinquenta anos, a Lei n. 4.320/1964 continua sendo a mais importante norma 
relacionada à contabilidade pública. Vários projetos foram apresentados para a substituição desse normativo, no 
entanto, nenhum deles demonstrou capacidade para atualizar e atender às necessidades do setor.
44
Contabilidade Social e Meio Ambiente | Unidade 3 - Normatização Aplicada, Contabilidade Geral...
No esforço de tentar modernizar a contabilidade pública, o Conselho Federal de Contabilidade tem emitido 
diversos dispositivos. As resoluções emitidas em 2008 buscaram mudar o enfoque orçamentário trazido pela Lei 
n. 4.320 para o enfoque patrimonial.
Quadro 3.1: Estrutura das Normas Brasileiras de Contabilidade do S.P.
Norma Resolução CFC Assunto
NBC TSP 
ESTRUTURA 
CONCEITUAL
DOU 04/10/2016
Estrutura conceitual para elaboração e divulgação de 
informação contábil de propósito geral pelas entidades do 
Setor Público
NBC TSP 01 DOU 28/10/2016 Receita de Transação sem contraprestação
NBC TSP 02 DOU 28/10/2016 Receita de Transação com contraprestação
NBC TSP 03 DOU 28/10/2016 Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes
NBC TSP 04 DOU 06/12/2016 Estoques
NBC TSP 05 DOU 28/10/2016 Contrato de concessão de serviços públicos: concedente
NBC TSP 06 DOU 28/09/2017 Propriedade para investimento
NBC TSP 07 DOU 28/09/2017 Ativo imobilizado
NBC TSP 08 DOU 28/09/2017 Ativo intangível
NBC TSP 09 DOU 28/09/2017 Redução de valor recuperável de ativo não gerador de caixa
NBC TSP 10 DOU 28/09/2017 Redução ao valor recuperável de ativo gerador de caixa
NBC T 16.6 DOU 31/10/2014 Demonstrações contábeis
NBC T 16.7 1.134/08 Consolidação das Demonstrações Contábeis
NBC T 16.8 1.135/08 Controle interno
NBC T 16.11 1.366/11 Sistema de informação de custos do setor público
Fonte: Conselho Federal de Contabilidade (2016).
45
Contabilidade Social e Meio Ambiente | Unidade 3 - Normatização Aplicada, Contabilidade Geral...
Perceba que a maioria das normas relacionadas ao setor público é extremamente recente, 
demonstrando a dinâmica de alterações que vem sofrendo o setor com o intuito de moder-
nizar a contabilidade direcionada para a área.
3.2.1.2 Contabilidade ambiental e social
Ao sistema de contabilidade financeira cabe evidenciar as variações do Patrimônio de uma organização, por sua 
vez, o sistema de contabilidade ambiental busca evidenciar fatores relacionados ao meio ambiente.
Um Sistema de Contabilidade Ambiental pretende fundamentalmente incorporar à contabilidade 
financeira tradicional os efeitos ambientais, identificando de forma separada aqueles custos e 
ingressos relacionados com o meio ambiente; em resumo, busca incorporar o conceito de sus-
tentabilidade do meio ambiente aos negócios, acolhendo todos os subsistemas de uma empresa. 
(TINOCO, 2008, p. 134)
Para alguns profissionais a obrigatoriedade da contabilidade ambiental se dá em função do certificado ISO 
14000, ou ainda pelos princípios constitucionais relativos ao meio ambiente tratados no artigo 225. Para outros 
profissionais a exigência de uma contabilidade ambiental está mais ligada à necessidade de atendimento aos 
mercados globalizados, hoje extremamente competitivos.
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum 
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o 
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. (BRASIL, 1988)
Dessa forma, os normativos vigentes pouco exigem em relação a manter uma contabilidade voltada especifica-
mente para a contabilidade ambiental, por outro lado, o estudo do patrimônio ambiental é uma inovação que 
vem crescendo no meio empresarial.
A implantação de uma contabilidade ambiental traz benefícios como controlar os investimentos realizados na 
proteção de danos ecológicos que podem gerar pesadas multas, o controle de despesas na manutenção ou cor-
reção de efeitos ambientais e ainda a possibilidade de uma aproximação maior com a sociedade.
3.3 Regulamentação do Balanço Social
O FIPECAFI destaca o balanço social da seguinte forma:
O Balanço Social, componente não obrigatório das demonstrações contábeis requeridas, 
tem por objetivo demonstrar o resultado da interação da empresa com o meio em que está 
inserida. Possui quatro vertentes: O Balanço Ambiental, o Balanço de Recursos Humanos, 
Demonstração

Outros materiais