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Professora: Ruth Kelly Disciplina: Enfermagem neonatológica e pediátrica CLASSIFICAÇÃO DO RECÉM-NASCIDO De acordo com a Organização Mundial de Saúde: •Prematuros ou pré-termo: aqueles com idade gestacional inferior a 37 semanas. •A termo: aquele que apresenta idade gestacional de 37 a 41 semanas. •Pós-termo: aquele que apresenta idade gestacional acima de 42 semanas. CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS DA ADAPTAÇÃO • O RN assume funções vitais após o nascimento; • Inicia-se um período crítico de 24h – período de transição, relacionado a adaptação do neonato à vida extrauterina; • Período de transição – ocorrem alterações em todos os sistemas corporais. • O enfermeiro precisa estar atento ao período de transição e reconhecer os sinais de uma adaptação deficiente – intervir quando necessário. SISTEMA CARDIOVASCULAR SISTEMA CARDIOVASCULAR Vida intrauterina - Circulação fetal • Placenta - órgão de troca; • Ducto venoso - liga a veia cava inferior à veia umbilical desvia o sangue da placenta para a veia cava inferior e supre o fígado; • Forame oval - abertura entre os átrios desvia o sangue do AD para o AE; • Ducto arterioso - liga a artéria pulmonar à aorta desvia o sangue para a aorta → suprimento do tronco e membros inferiores. SISTEMA CARDIOVASCULAR Vida extrauterina - Circulação neonatal • Placenta – deixa de existir • Ducto venoso – fecha após o nascimento → os vasos são laqueados e contraem-se ligamento venoso Veia umbilical ligamento redondo SISTEMA CARDIOVASCULAR Vida extrauterina - Circulação neonatal Forame oval • Fechamento funcional – após o nascimento → pressão do AE AD • Fechamento anatômico – meses após o nascimento Ducto arterioso • Fechamento funcional – 15 a 24h após o nascimento → os pulmões enchem de ar → redução da resistência pulmonar • Fechamento anatômico – 1 a 2 semanas → ligamento arterial SISTEMA CARDIOVASCULAR • Como o fechamento anatômico ocorre após o fechamento funcional, os shunts fetais podem se abrir intermitentemente antes de se fechar por completo. • A abertura intermitente do shunt ocorre devido a condições que causam aumento da pressão da veia cava e do átrio D (choro), o que poderá causar sopros funcionais. • Os shunts permitem que o sangue não oxigenado passe do lado D para o lado E do coração, desviando-se da circulação pulmonar, podendo ocorrer cianose transitória. SISTEMA RESPIRATORIO SISTEMA RESPIRATORIO Vida intrauterina – Placenta Forma-se por volta da 3ª semana; Transporte de O2 e metabólitos; Eliminação de produtos degradáveis; Órgão endócrino. SISTEMA RESPIRATORIO Vida intrauterina – Pulmões fetais • Preenchido por líquido alveolar e amniótico; • Saturação de O2 de 10 a 20% (hipoxemia); • Pressão parcial de dióxido de carbono (PaCO2) de 58% (hipercapnia); • pH arterial de 7,28 (acidose). SISTEMA RESPIRATORIO Vida intrauterina – Surfactante: • Secretado pelos pneumócitos tipo II por volta da 24 e 30 semanas de gestação; • Fosfolipídio que diminui a tensão superficial dos fluidos pulmonares e evita o colapso alveolar ao final da expiração; • Facilita as trocas gasosas, diminui as pressões de insuflação necessárias para a abertura das vias respiratórias, melhora a complacência pulmonar e diminui o trabalho respiratório. SISTEMA RESPIRATORIO SISTEMA RESPIRATORIO Substituição de líquido por ar SISTEMA RESPIRATORIO Estímulos que deflagram a 1ª respiração • Químico: Oxigênio baixo, dióxido de carbono elevado e pH baixo → Impulsos → excitam o centro respiratório. • Térmico: Calafrio do RN → impulsos sensoriais da pele → transmitidos para o centro respiratório. • Mecânico: Compressão torácica e retração elástica → alterações nas pressões intra e extrauterina dos pulmões. • Sensorial: Luz, som e toque. SISTEMA RESPIRATORIO • Tempo necessário para limpar os pulmões → 6 a 24h após o parto vaginal de um RN sadio a termo. • A remoção inadequada do líquido pulmonar pode causar Taquipnéia Transitória do RN. • A FR do neonato varia no primeiro dia, estabilizando-se em cerca de 24h após o nascimento. Sistema Hematopoiético Sistema Hematopoiético Intrautero Extrautero • Baixa sat. de O2 → aumento da produção de eritropoietina → produção de hemácias • Feto: Baixa sat. de 02 → ↑ liberação de eritropoietina → ↑ produção de hemácias → oxigenação tissular adequada • ↑ a sat. de O2 → liberação de eritropoietina ↓ a produção de hemácias • RN: ↑ sat. de 02 → ↓ liberação de eritropoietina → ↓ produção de hemácias → anemia fisiológica • Extrautero Sistema Hematopoiético Sistema Hematopoiético Intrautero Extrautero • Hemácias fetais - produzem hemoglobina F que tem maior afinidade com oxigênio que a hemoglobina A. • Hemoglobina RN a termo é de 17,5g/dl Prematuro (26 a 30 sem) é de 13,4g/dl. • Hemácias RN - hemoglobina A é substituída por hemoglobina F. • Hematócrito RN a termo é de 53,5% e no prematuro (26 a 30 sem) é de 41,5%. Sistema Hematopoiético Hemostasia • Sistema hemostático eficaz, porém imaturo; • Tempo de sangramento mais curto no RN a termo e mais longo no prematuro; • Plaquetas com vida média semelhantes à do adulto, porém com capacidade de agregação diminuída; • ↓ fatores dependentes de Vitamina K, ↓ produção de trombina e desequilíbrio entre os inibidores de coagulação e sistema fibrinolítico. Sistema Hematopoiético Assistência de Enfermagem com o neonato com sangramento • Evitar injeções IM, punções e procedimentos invasivos; • Lavagem gástrica cuidadosa com soro em temperatura ambiente, evitar soro gelado (hipotermia) e lavagens repetidas; • Controlar estado hemodinâmico; • Manter vias aéreas pérvias; • Monitorização da saturação O2; • Avaliar o RN. SISTEMA HEPÁTICO SISTEMA HEPÁTICO • O fígado é o mais imaturo dentre os órgãos gastrointestinais; • Atividade da enzima glicuronil transferase está reduzida; • Deficiente na formação das proteínas plasmáticas (edema); • A protrombina e outros fatores de coagulação mostram- se baixos; • Armazena menos glicogênio ao nascimento. SISTEMA HEPÁTICO Responsável por • Conjugação da bilirrubina • Coagulação sanguínea • Metabolismo dos carboidratos • Armazena- mento de ferro SISTEMA HEPÁTICO Conjugação de Bilirrubina • Quebra das hemácias – bilirrubina não conjugada (lipossolúvel) • O fígado converte a bilirrubina em conjugada (hidrossolúvel) para ser excretada Coagulação sanguínea • Imaturidade na utilização da vitamina K, que catalisa a síntese da protrombina pelo fígado, e ativa 4 fatores de coagulação (II, VII, IX, X). ICTERÍCIA FISIOLÓGICA • 48 a 72 horas após o nascimento • Nível sérico de bilirrubina: 4 a 12 mg/dl em torno do 3° ao 5° dia após o nascimento • Desaparece em torno do sétimo dia de vida • Condições que podem provocar a icterícia fisiológica: circulação hepática diminuída, aumento na carga de bilirrubina, captação hepática de bilirrubina plasmática reduzida, conjugação da bilirrubina diminuída e excreção de bilirrubina diminuída. ICTERÍCIA PATOLÓGICA • Ocorre dentro das primeiras 24 horas • Nível sérico de bilirrubina: acima de 13mg/dl • Condições como: incompatibilidade sanguínea ABO ou Rh; anormalidade hepáticas, biliares ou metabólicas; ou infecções. ICTERÍCIA DO LEITE MATERNO • Teoria: está relacionada a níveis elevados da enzima beta- glicuronidase no leite materno – o que provoca um aumento da absorção de bilirrubina intestinal no neonato, bloqueando a excreção de bilirrubina. • Aparece quando a icterícia fisiológica cede. • Nível sérico de bilirrubina: 15 a 25mg/dl entre o 10° e o 15° dia. • Pode persistir por vários dias ou meses • Um nível de bilirrubina que diminue de 24 a 48 horas após a descontinuação da amamentação confirma o diagnóstico. ICTERÍCIA ASSOCIADA À AMAMENTAÇÃO • Causa: ingestão calórica deficiente que leva a um transporte hepáticoe remoção da bilirrubina corporal reduzida. • Manifesta-se de 48 a 72 horas após o nascimento • Nível sérico de bilirrubina: 15 a 19mg/dl por 72 horas. • Tratamento: medidas que garantam um adequado suprimento de leite materno. • Amamentar a cada 2 horas estimula a produção de leite materno e a motilidade intestinal. • FOTERAPIA: níveis de bilirrubina de 18 a 20mg/dl • KERNICTERUS (encefalopatia bilirrubínica) – depósito de bilirrubina nos gânglios basais do cérebro. ICTERÍCIA NEONATAL SISTEMA HEPÁTICO Metabolismo dos carboidratos • A principal fonte de energia durante as primeiras 24h após o nascimento é a glicose → armazenada no fígado como glicogênio. • O RN utiliza 90% dessas reservas nas primeiras 3h após o nascimento, além dos depósitos de glicogênio dos músculos esqueléticos. • Glicogenólise - quebra do glicogênio em forma utilizável de glicose na corrente sanguínea. SISTEMA HEPÁTICO Metabolismo dos carboidratos O aumento da necessidade de energia e a redução da liberação hepática de glicose → rápida depleção de reservas de glicogênio → hipoglicemia A glicemia estabiliza entre 50 a 60mg/dl nas primeiras horas após o parto Os níveis de glicose ficam entre 60 a 70mg/dl no 3 dia de vida Níveis de glicose inferiores a 40mg/dl são considerados anormais A hipoglicemia neonatal precoce é frequentemente transitória A hipoglicemia persistente necessita de intervenção SISTEMA HEPÁTICO Armazenamento de ferro • No RN a termo o fígado contém ferro suficiente para produzir hemácias até a idade de 4 a 6 meses. • O fígado remove o ferro das hemácias destruídas e o armazena para utilizar em novas hemácias. SISTEMA RENAL SISTEMA RENAL Todos os componentes estruturais estão presentes, mas há deficiência funcional na capacidade renal de concentrar a urina e de lidar com as condições de estresse hidroeletrolítico (desidratação e sobrecarga de solutos). SISTEMA RENAL • Capacidade diminuída para secretar os íons de hidrogênio nos túbulos para promover o equilíbrio ácido-básico → acidose e desequilíbrio hidroeletrolítico. • Estreitos e curtos, inibem a concentração e a acidificação da urina e aumentam a excreção de aminoácidos, fosfatos e bicarbonatos. SISTEMA RENAL • Capacidade de 30 a 50%, com pressão de perfusão glomerular baixa e resistência vascular alta: • Remoção diminuída de nitrogênio e outras toxinas do sangue. • Capacidade reduzida de excretar o excesso de solutos e regular a composição corporal de água. • Taxa de Filtração Glomerular (TFG) eleva-se rapidamente no primeiro mês de vida. SISTEMA RENAL Diurese • Deve ocorrer nas primeiras 24h; • A primeira urina pode ser vermelho-escura e nebulosa pela presença de uratos e muco; • Aspecto levemente vermelho não tem significado clínico Incolor e inodora, possui densidade específica que varia entre 1.000 a 1.020 ↑ ingestão hídrica ↑ débito urinário → urina clara RN amamentado com fórmula, requer 6 trocas de fraldas diárias RN amamentado no peito - 10 a 12 trocas de fraldas. COR DA URINA DO RECÉM-NASCIDO Sistema Gastrointestinal SISTEMA GASTROINTESTINAL • O RN a termo deglute, digere, absorve, metaboliza proteínas, carboidratos simples e emulsifica gorduras. Enzima Amilase pancreática • Produção deficiente até os 6 meses → compromete a utilização de carboidratos complexos Enzima Lipase pancreática • Deficiente → limita a absorção dos lipídios, em especial alimentos com elevado teor de ácidos graxos (leite de vaca) SISTEMA GASTROINTESTINAL Glândulas salivares • Função adequada ao nascimento → começa a secretar saliva no 2 e 3 mês de vida Capacidade gástrica • Varia de acordo com o tamanho do bebê < 30 ml no primeiro dia até 90 ml no terceiro Esvaziamento gástrico • De 2 a 4h, varia com o volume da alimentação, o tipo de alimentação e a idade do neonato SISTEMA GASTROINTESTINAL Peristalse • Ondas peristálticas rápidas e antiperistálticas simultâneas ao longo de todo esôfago → regurgitação. Esfíncter do cárdia • Relaxado e imaturo → regurgitação. Intestino • Maior número de glândulas secretoras e maior área de superfície → maior absorção que o adulto. SISTEMA GASTROINTESTINAL Fezes neonatais Mecônio - Substância fecal espessa, verde-escura e inodora que consiste em líquido amniótico, bile, células epiteliais e cabelo. É eliminado nas primeiras 48h após o nascimento SISTEMA GASTROINTESTINAL Fezes neonatais Fezes transicionais - 2º ao 3º dia após inicio da alimentação. São marrom- esverdeadas e liquefeitas Fórmula láctea - fezes pastosas, amareladas e de odor forte Leite materno - fezes amarelo-vivo, liquefeitas e de odor adocicado. SISTEMA GASTROINTESTINAL Síntese de vitamina K • Realizada por meio da colonização bacteriana e microbiota normal dentro da primeira semana após o nascimento. • Nos primeiros dias após o nascimento, o trato gastrointestinal é estéril, não tem atividade bacteriana suficiente para sintetizar vitamina K, por isso todo RN recebe injeção profilática de vitamina K ao nascimento. SISTEMA IMUNOLÓGICO SISTEMA IMUNOLÓGICO 1ª Linha de defesa • Pele e mucosas protegem o corpo contra agentes invasores 2ª Linha de defesa • Células de defesa → neutrófilos, monócitos, eosinófilos, linfócitos T e B 3ª Linha de defesa • Anticorpos específicos para um antígeno SISTEMA IMUNOLÓGICO 3ª Linha de defesa • O RN não é capaz de produzir suas próprias imunoglobulinas até o inicio do 2º mês de vida. • Recebe imunidade passiva na forma de IgG, a partir da circulação materna e do leite humano. • São protegidos das principais doenças infantis por cerca de 3 meses. SISTEMA NEUROLÓGICO SISTEMA NEUROLÓGICO SISTEMA NEUROLÓGICO Sistema Nervoso Autônomo • Estimula as respirações iniciais. • Mantém o equilíbrio ácido-básico. • Regula parcialmente a temperatura corporal. • Reflexos - alimentares, protetores e posturais. • Reflexos primitivos de sucção e procura. SISTEMA NEUROLÓGICO • Ao nascer o cérebro mede ¼ do tamanho do adulto. • Cresce e amadurece: cefalo → caudal. • Necessita de suprimento de glicose constante. • Necessita de alto nível de oxigênio. SISTEMA NEUROLÓGICO • REFLEXOS são reações involuntárias a um estímulo → primeiras formas de movimento humano. • São usados para avaliar a integridade do SNC e para detectar anormalidades periféricas, como alterações músculoesqueléticas congênitas ou lesões nervosas. • A persistência da maioria desses reflexos no segundo semestre de vida → anormalidades do desenvolvimento. SISTEMA NEUROLÓGICO TERMORREGULAÇÃO TERMORREGULAÇÃO É a manutenção do balanço entre perda e produção de calor Extremamente importante para a sobrevida e crescimento do neonato O RN tem capacidade termorreguladora limitada: Tendência à hipotermia Hipotermia por excessiva perda de calor → problema comum e perigoso! Superaquecem com facilidade Vida intrautero – temperatura aproximadamente 37,5ºC TERMORREGULAÇÃO Transição para a vida extrauterina A temperatura corpórea diminui cerca de 0,2ºC/min Prematuro – até 0,3ºC/min No RN normal, a temperatura pode cair até 33,5ºC em 15´ de exposição (temperatura ambiental e condição do RN) Perda de calor A temperatura corporal do RN depende da troca de calor entre o bebê e o ambiente externo O RN hipotérmico precisa de várias horas para que a temperatura corporal alcance valores normais (ambiente favorece o ganho de calor) Perda de calor TERMORREGULAÇÃO TERMORREGULAÇÃO Mecanismos da perda de calor TERMORREGULAÇÃO • Resposta vasomotora (vasoconstrição periférica). • Resposta comportamental (mudança postural e choro). • Termogênese sem tremor (gordura marrom). TERMORREGULAÇÃO • Gordura Marrom – formação ocorre no último trimestre da gestação • Localização: Região cervical, interescapular,atrás do esterno e axilas. • Mais profundamente: circundando a traquéia, esôfago, rins, glândulas suprarenais e algumas artérias principais • Perda de calor → receptores da pele e nervos → libera norepinefrina → oxidação da gordura marrom → aumento da produção de calor. • A gordura marrom pode aumentar a produção de calor do RN em até 100%. TERMORREGULAÇÃO Estresse causado pelo frio • Maior consumo de O2 – aumento da FR • Vasoconstrição – perfusão pulmonar: - Acidose metabólica - Angústia respiratória - Piora desconforto respiratório preexistente; • Maior consumo de glicose – hipoglicemia; • Metabolismo basal aumenta – Hiperbilirrubinemia; • O RN apresenta vasoconstrição, cianose de extremidades, taquipnéia e taquicardia; • Avaliar TERMORREGULAÇÃO • Hipotermia: temperatura corpórea inferior a 36,5ºC • Na hipotermia o neonato pode apresentar hiperatividade, vasoconstrição, taquipnéia, taquicardia e acidose. • O tratamento consiste em aquecer e monitorizar a temperatura do RN. TERMORREGULAÇÃO • Hipertermia: temperatura corpórea superior a 37,5ºC • Nos estados hipercatabólicos, o RN apresenta-se taquicárdico, vasoconstrito, com extremidades frias e pálidas. • Na hipertermia iatrogênica o RN apresenta-se vasodilatado, hipercorado, com extremidades quentes e postura de extensão. Aumentar e/ou diminuir o aquecimento; Monitorizar a temperatura do neonato; Avaliação geral do neonato. TERMORREGULAÇÃO Como manter a temperatura adequada? • Manter a temperatura ambiente entre 25 e 29,5ºC; • Favorecer contato pele a pele com a mãe; • Utilizar incubadoras ou berço de calor radiante; • Banho morno somente após estabilização térmica; • Manter o RN seco com roupas adequadas ao clima; • Proteger contra correntes de ar; • Utilizar toalhas e roupas aquecidas; • Aferir temperatura axilar a cada 4 horas; • Manter a temperatura do RN entre 36,5 e 37,5ºC; • Orientar equipe sobre manipulação mínima. SISTEMA TEGUMENTAR SISTEMA TEGUMENTAR Ao nascimento • Todas as estruturas da pele estão presentes, mas muitas funções do tegumento são imaturas. Epiderme e derme • Frouxamente ligadas entre si e muito delgadas. Uma fricção discreta através da epiderme poderá provocar separação destas camadas e formação de bolhas. Glândulas sebáceas • Ativas no final da vida fetal e na fase inicial da vida extrauterina pelos ândrogenos maternos. Localizam-se no couro cabeludo, face, órgãos genitais, produzindo o vérniz caseoso. SISTEMA TEGUMENTAR Glândulas écrinas • Funcionantes ao nascimento, produzem suor em resposta ao estímulo térmico ou emocional. A sudorese palmar é valiosa na avaliação da dor. Folículos pilosos • Nos primeiros meses pode haver crescimento excessivo do cabelo ou alopecia temporária. Melanina • Baixa ao nascimento → pele com menos pigmento. SISTEMA TEGUMENTAR Recém-nascido • Pele úmida e quente ao toque • Lanugem, cabelo fino e felpudo, pode existir sobre as costas e ombros • Camada cutânea mais externa contém verniz caseoso. SISTEMA TEGUMENTAR • Pele eritematosa (vermelha) por várias horas após o nascimento; • Acrocianose → instabilidade vasomotora, estase capilar e níveis elevados de hemoglobina; • Cianose central. SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO Nascimento • Ossificação é incompleta, porém prossegue rapidamente; • Os músculos são anatomicamente completos no RN a termo. Crescimento • Com a idade, a massa, a força e o tamanho muscular aumentam. Sistema Reprodutor SISTEMA REPRODUTOR Masculino • Testículos: descem para o saco escrotal ao nascimento (90%) • O esperma aparece na puberdade • Aderências no prepúcio (evita a separação do prepúcio da glande) Feminino • Ovários femininos contêm todos os óvulos • Hipertrofia mamária (↑ do estrogênio) e pseudomenstruação (queda súbita dos hormônios maternos) CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS • Capacidades sensoriais: visão, audição, toque, paladar e olfato. Padrões de sono e atividade • Período de reatividade neonatal: o Primeiro período: 30m, rn bem alerta, em intensa atividade e consciência de estímulos externos. • Estágio do sono: 30 a 120 m após o nascimento ( período de atividade diminuída). • Segundo período de reatividade: Resposta exagerada a estímulos externos e internos. Pode durar de 2 a 8 horas. É comum a eliminação de mecônio durante esse período. RESPOSTAS COMPORTAMENTAIS DO NEONATO • Os comportamentos esperados dos RNs incluem: o Orientação: resposta aos estímulos; o Criação de hábito: capacidade adquirida de processar e responder a estímulos visuais e auditivos o Maturidade motora: depende da IG e envolve a avaliação da postura, do tônus, da coordenação e dos movimentos; o Capacidade de se acalmar: refere-se a habilidade que o RN adquire de se acalmar ou se confortar; o Comportamentos sociais: incluem aceitar o carinho aconchegar-se nos braços do genitor quando é pego. CUIDADOS DE ENFERMAGEM METAS: • Manter via aérea pérvia e suporte a respiração. • Manter temperatura adequada e prevenir a hipotermia. • Garantir ambiente seguro e prevenir contra acidentes ou infecção. • Identificar problemas que possam interferir na adaptação adequada. • Avaliação periódica do RN • Incentivar o contato pele a pele • Estimular o aleitamento materno • Orientar os pais sobre os cuidados com os bebês REFERÊNCIA RICCI, S. S. Enfermagem Materno-Neonatal e Saúde da Mulher. Cap. 16, pág. 377, Ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2008. KENNER, C. Enfermagem neonatal. Reichmann e Affonso editores, Rio de Janeiro, 2011. KOPELMAN et al. Diagnóstico e Tratamento em Neonatologia. Atheneu, São Paulo, 2010. WHALEY; WONG. Enfermagem Pediátrica, elementos essenciais à intervenção efetiva. Guanabara-Koogan, Rio de Janeiro, 2010.
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