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Anatomia, Fisiologia eAnatomia, Fisiologia e BiologiaBiologia AUTORIA Marcelo A. de Lima Bem vindo(a)! Seja muito bem-vindo(a)! Prezado(a) aluno(a), se você se interessou pelo assunto desta disciplina, isso já é o início de uma grande jornada que vamos trilhar juntos a partir de agora. Vamos juntos, entrar nesse novo universo conhecido como corpo humano. Desde o nível molecular até a grande complexidade do funcionamento dos sistemas orgânicos, guiarei você pelos caminhos exuberantes e encantadores do corpo humano. Na unidade I faremos uma introdução à Anatomia Humana, sua terminologia e estudaremos o esqueleto humano, as articulações, os músculos e o sistema circulatório. A �siologia do sistema neuromuscular, o controle neural do movimento e o funcionamento dos sistemas respiratório, endócrino e digestório e excretor �carão para a unidade II. A unidade III trata da biologia celular, da composição e funcionamento das estruturas e organelas celulares. E para �nalizar, a unidade IV trata da reprodução celular, do mecanismo de síntese protéica e do estudo dos tecidos humanos, a histologia. Seja bem vindo a estudo fascinante do corpo humano! Muito obrigado e bom estudo! Sumário Essa disciplina é composta por 4 unidades, antes de prosseguir é necessário que você leia a apresentação e assista ao vídeo de boas vindas. Ao termino da quarta da unidade, assista ao vídeo de considerações �nais. Unidade 1 Unidade 2 Unidade 3 Unidade 4 Anatomia Humana Fisiologia Bases macromoleculare da constituição celular Biologia - ciclo celular Anatomia Humana AUTORIA Marcelo A. de Lima Anatomia Humana é a ciência que estuda macro e microscopicamente, a constituição e o desenvolvimento do ser humano. A palavra Anatomia é derivada do grego anatome (ana = através de; tome = corte). Dissecação deriva do latim (dis = separar; secare = cortar) e é equivalente etimologicamente a anatomia. Anatomia X Cinesiologia Cinesiologia é a ciência que tem como objetivo a análise dos movimentos do corpo humano. Sabe-se que a compreensão das estruturas que compõem o aparelho locomotor, assim como, da nomenclatura anatômica, são conhecimentos de suma importância para o conhecimento dos movimentos humanos. A terminologia anatômica Designa todos os termos utilizados para indicar e descrever as estruturas do corpo humano. Os nomes anatômicos o�ciais devem ser escritos em latim, mas cada país pode fazer uso do próprio vernáculo para �ns de ensino, o que facilita em muito o estudo da anatomia. Algumas abreviaturas são de uso corrente entre os anatomistas, são elas: A.= artéria; Aa.= artérias; Lig.= ligamento; Ligg.= ligamentos; M.= músculo; Mm.= músculos; N.= nervo; Nn.= nervos; R.= ramo; Rr.= ramos; V.= veia; Vv.= veias; gl.= glândula; g.= gânglio. Posição Anatômica Nos agrupamentos humanos há evidentes diferenças morfológicas, todas as descrições do corpo humano devem ser feitas imaginando-se o corpo em uma posição especí�ca, chamada de posição anatômica. Na posição anatômica, o indivíduo está em posição ereta, em pé (posição ortostática) com a face voltada para frente e em posição horizontal, de frente para o observador, com os membros superiores estendidos paralelos ao tronco e com as palmas voltadas para frente, membros inferiores unidos (calcanhares unidos), com os dedos dos pés voltados para frente. A idade é responsável por alterações anatômicas evidentes. Desde a fase intrauterina até a velhice nosso corpo passa por inúmeras transformações. Pelo fator sexo (masculino ou feminino) é possível diferenciar indivíduos, devido às características especiais, muito além da simples diferença de órgãos genitais. Pela raça, um grupo humano se distingue de outro devido a características físicas, como por exemplo, pela cor da pele. Com a grande variabilidade morfológica humana há possibilidade de reconhecer várias formas constitucionais, do tipo médio aos tipos extremos e mistos. Os tipos são chamados de brevilíneo, mediolíneo e longilíneo. Figura 1: Posição anatômica Fonte: shutterstock Osteologia AUTORIA Marcelo A. de Lima Conceito de esqueleto É o conjunto de ossos e cartilagens que se interligam para formar o arcabouço do corpo humano o sistema esquelético e responsável pela sustentação do organismo, na proteção de estruturas vitais e como base mecânica para o movimento, sempre correlacionando a teoria com a prática. Aproximadamente um quinto do peso total de um indivíduo saudável é composto por seus ossos. O esqueleto humano é uma estrutura resistente, viva e �exível. Funções do Sistema Esquelético: Sustentação para partes moles do organismo Proteção de estruturas vitais Base mecânica para o movimento (são os elementos passivos do movimento) – os elementos ativos são os músculos Armazenamento de sais minerais Hematopoiética ou hematopoiética Divisão do Esqueleto e número de ossos: O esqueleto pode ser dividido em: Esqueleto Axial – Composto pelo eixo formado pelos ossos da cabeça, pescoço e do tronco.(do latim axis igual a eixo, está formado por 80 ossos, sendo 28 ossos entre crânio e face. E 26 ossos da coluna vertebral, 24 costelas, um osso esterno e um osso hioide). Esqueleto Apendicular – Composta pelos ossos dos membros superiores e inferiores. ATENÇÃO A união do esqueleto axial com o apendicular se faz por meio das cinturas escapular e pélvica. O esqueleto normalmente apresenta 206 ossos, podendo ocorrer variações individuais. Figura 2: Esqueleto humano Fonte: shutterstock Classi�cação dos Ossos Os ossos são classi�cados de acordo com a sua forma em: Ossos Longos: Tem o comprimento maior que a largura e espessura e são constituídos por um corpo ou diá�se e duas extremidades ou epí�ses. Exemplo: Fêmur, tíbia, falanges. Ossos Curtos: São parecidos com um cubo, tendo seus comprimentos praticamente iguais às suas larguras. Exemplo: Ossos do Carpo e do tarso. Ossos Laminares (Planos): São ossos �nos e compostos por duas lâminas paralelas de tecido ósseo compacto, com camada de osso esponjoso entre elas. Exemplos: Frontal e Parietal. Ossos Alongados: São ossos longos, porém achatados e não apresentam canal central.Exemplo: Costelas. Ossos Pneumáticos: São osso ocos, com cavidades cheias de ar e revestidas por mucosa (seios), apresentando pequeno peso em relação ao seu volume.Exemplo: esfenoide, maxilas, etimoiode. Ossos Irregulares: Apresentam formas complexas e não podem ser agrupados em nenhuma das categorias prévias. Exemplo: vértebras, zigomático, mandíbula. Ossos Sesamoides: Estão presentes no interior de alguns tendões em que há considerável fricção, tensão e estresse físico, como as palmas das mãos e plantas dos pés. Exemplo: Ossos Suturais: São pequenos ossos localizados dentro de articulações, chamadas de suturas, entre alguns ossos do crânio. Exemplo: osso do inca. Figura 3 - Classi�cação dos Ossos Fonte: Shutterstock Artrologia AUTORIA Marcelo A. de Lima Articulações ou junturas são as uniões funcionais entre os diferentes ossos do esqueleto, devemos sempre ter em mente que o nosso corpo, do ponto de vista �siológico e anatômico, é a mais perfeita das máquinas em funcionamento. Graças as suas articulações o corpo humano é capaz de realizar in�nitos movimentos juntamente com as estruturas ósseas, conferindo mobilidade entre as mesmas e estabilizando as zonas de junção entre os vários segmentos do esqueleto, tudo isso graças ao Sistema Articular, os ossos do corpo humano unem-se uns aos outros para constituir o esqueleto e esta união não tem somente a �nalidade de por ossos em contato, mas também de permitir mobilidade. Podemos a�rmar que o Sistema Articular é formado por articulações ou junturas que estão diretamente responsáveis por realizar diversos movimentos de vários segmentos do nosso corpo. As articulações são classi�cadas em três grandes grupos apesar das variações entre elas, mas observamos alguns aspectos estruturais e funcionais em comum a todas as articulações. Os três grandes grupos são: as articulações �brosas (sinartroses)ou sólidas, as cartilaginosas (an�artroses) ou com movimentos limitados e as sinoviais (diartroses) que são as articulações de movimentos amplos. Fibrosas: contém tecido conjuntivo �broso. Ex. suturas do crânio. Cartilaginosas: contém cartilagem. Ex. sín�se púbica. Sinoviais: Providas de cavidade com líquido sinovial. Ex. articulação do joelho. Figura 1 - Articulação sinovial Fonte: @Gustavo_Laskoski em ResearchGate Figura 2 - Principais articulações sinoviais do corpo humano Fonte: MOORE: Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. Miologia AUTORIA Marcelo A. de Lima A miologia estuda os músculos. A função básica dos músculos é permitir o movimento de partes do corpo através do processo de contração e relaxamento muscular. Sabemos que este sistema é de grande importância para o funcionamento do corpo humano, pois, constantemente estamos usando estes músculos de maneira voluntária, como por exemplo, levantar uma caixa, e, involuntariamente, no caso dos movimentos peristálticos de alguns órgãos do abdome e os batimentos do coração. Algumas literaturas estimam um total de 650 músculos, outras falam em 500 aproximadamente. Os músculos são estruturas anatômicas de formas e comprimentos variáveis, formadas por miócitos e que se inserem aos ossos através de tendões, são caracterizados pela contração (capacidade de diminuir o comprimento) e relaxamento, onde estas ações movimentam partes do corpo, inclusive os órgãos internos. Os músculos representam cerca de 40% a 50% do peso corporal total, e são capazes de transformar energia química em energia mecânica. Apresentamos três tipos de músculos em nosso corpo: Músculo estriado esquelético: encontrado preso ao esqueleto, de controle nervoso voluntário. Músculo estriado cardíaco: encontrado somente no coração, de controle nervoso involuntário, também pode ser chamado de miocárdio. Músculo liso: encontrado em órgãos viscerais como intestino, ductos, vasos sanguíneos, de controle nervoso involuntário. O músculo apresenta proteínas importantes para sua contração, as principais são a actina e a miosina. Basicamente, o músculo apresenta sua parte mais carnosa conhecida como ventre muscular e nas extremidades podem ocorrer tendões ou aponeuroses. Os músculos representam os elementos ativos do movimento, pois necessitam de Adenosina Trifosfato para entrarem em movimento. Os músculos do corpo humano são classi�cados de várias formas, como: quanto à situação, temos os músculos super�ciais ou cutâneos e os músculos profundos ou subaponeuróticos. quanto ao movimento, temos os músculos �exores, extensores, rotadores, abdutores e adutores. quanto à forma do ventre, temos o músculo longo, curto e largo. quanto à disposição da �bra muscular, temos o transverso, reto e oblíquo. quanto à função, na realização de algum movimento, são envolvidos vários músculos como o músculo agonista, antagonista, sinergista e músculos �xadores ou posturais. Vimos que os músculos contêm uma grande rede vascular que é nutrida pelo sangue arterial, recebendo oxigênio e nutrientes. Figura 1: Tipos de tecido muscular Fonte: Brasil Escola Sistema Cardiovascular AUTORIA Marcelo A. de Lima O coração, os vasos sanguíneos e o sangue formam o sistema cardiovascular ou circulatório. A circulação do sangue permite o transporte e a distribuição de nutrientes, oxigênio, dióxido de carbono e hormônios para as células de vários órgãos. O sangue também transporta produtos do metabolismo para que possam ser eliminados do corpo. Este sistema transporta material nutritivo que foi absorvido pela digestão e o oxigênio captado pela respiração para todas as células do corpo e de modo semelhante, recolhe os produtos residuais do metabolismo celular levando-os até onde serão excretados. O sistema circulatório é do tipo fechado, ou seja, sem comunicação com o meio externo do corpo, sendo formado pelo coração, vasos, sangue e linfa. O coração consegue bombear o sangue devido à força de contração do músculo cardíaco, o miocárdio, o qual é revestido externamente por uma serosa protetora denominada pericárdio. O coração é dividido em câmaras, dois átrios e dois ventrículos, separados pelo septo atrioventricular, e a comunicação entre essas câmaras acontece devido aos óstios atrioventriculares, cada um com suas valvas. O coração tem o tamanho aproximado da mão fechada, e bombeia o sangue para todo o corpo. Localiza-se na cavidade torácica, entre os dois pulmões, no mediastino. O ápice (ponta do coração) está voltado para baixo, para a esquerda e para frente. O coração é um órgão tetracavitário, sendo essas cavidades: Átrio direito e átrio esquerdo, em sua parte superior; Ventrículo direito e ventrículo esquerdo, em sua parte inferior (mais musculosos e fortes). O coração é formado por três camadas: Pericárdio– é a membrana que reveste externamente o coração, como um saco. Esta membrana propicia uma superfície lisa e escorregadia ao coração, facilitando seu movimento; Endocárdio– é uma membrana que reveste a superfície interna das cavidades do coração, é impermeável ao sangue; Miocárdio– é o músculo responsável pelas contrações vigorosas e involuntárias do coração; situa-se entre o pericárdio e o endocárdio. É mais espessa nos ventrículos. Circulação do sangue pelo coração O sangue venoso (rico em dióxido de carbono) que entra no átrio direito pelas veias cavas superior e inferior passa para o ventrículo direito através do óstio atrioventricular direito. Do ventrículo direito, o sangue venoso é bombeado para o tronco pulmonar que se rami�ca em artérias pulmonares direita e esquerda, uma para cada pulmão. Nos pulmões ocorre a hematose (troca do dióxido de carbono �gura 1: Coração Fonte: Shutterstock SAIBA MAIS O coração é um músculo que pesa 250 gramas, em média. No ritmo normal, que é de 70 a 75 batidas por minuto, ele chega a dar mais de 110 000 batimentos por dia. Mas, em caso de pânico ou susto, pode subir para 150 pulsações por minuto. No corpo em repouso, os 5 litros de sangue são bombeados por todo o organismo em apenas um minuto. ACESSAR https://fernandobraganca.com.br/2016/07/30/nosso-corpo-e-nossos-numeros/ pelo oxigênio) e o sangue arterial (rico em oxigênio) retorna ao coração pelas quatro veias pulmonares que se abrem no átrio esquerdo. Do átrio esquerdo, o sangue arterial passa pelo óstio atrioventricular esquerdo e cai no ventrículo esquerdo que pulsa e lança o sangue arterial para a artéria aorta, que distribuirá o sangue para todo o corpo. Pequena e grande circulação Figura 2: Esquema da circulação humana Fonte: shutterstock ATENÇÃO Pequena circulação: coração ⇒ pulmões ⇒ coração Grande circulação: coração ⇒ corpo ⇒ coração Existem três tipos básicos de vasos sanguíneos em nosso corpo: artérias, veias e capilares. 1. Artérias: normalmente conduzem sangue rico em oxigênio. Não possuem válvulas. 2. Veias: normalmente conduzem sangue rico em dióxido de carbono. Possuem válvulas. 3. Capilares: são os vasos mais �nos e permitem as trocas de nutrientes, gases e resíduos metabólicos com as células e tecidos. Sangue O Sangue apresenta seus elementos �gurados (hemácias, leucócitos e plaquetas) e o plasma sanguíneo. As hemácias transportam oxigênio e dióxido de carbono, os leucócitos estão envolvidos com a defesa do organismo e as plaquetas participam Figura 3 - Estrutura da artérias, veias e capilares Fonte: shutterstock dos processos de coagulação do sangue. Figura 4 - Sangue Fonte: Shutterstock REFLITA “No meio da di�culdade encontra-se a oportunidade.” Albert Einstein Sistema Neuromuscular AUTORIA Marcelo A. de Lima No organismo humano há três tipos musculares: o músculo estriado esquelético, o músculo liso e o músculo estriado cardíaco. Basicamente esses três tipos musculares têm a mesma função: realizar a contração e o relaxamento muscular, gerando movimento. Em todos eles há as proteínas denominadas actina e miosina que são as grandes responsáveis pelo movimento. A fonte deenergia é o ATP e todos os músculos dependem de comando nervoso para o funcionamento. Embora todos os músculos realizem movimento, há diferenças importantes que podem ser visualizadas no quadro comparativo a seguir. Figura 1 - Tipos de músculos Fonte: shutterstock Quadro 1: Características dos três tipos de músculos CARACTERÍSTICAS MUSCULATURA ESTRIADA ESQUELÉTICA MUSCULATURA ESTRIADA CARDÍACA MUSCULATURA LISA Estrias transversais Presentes Presentes Ausentes Núcleo Muitosperiféricos Um central Um central Discos intercalares Não há Presentes Não há Contração Rápida evoluntária Rápida, rítmica e involuntária Lenta e involuntária Apresentação Formampacotes Formam as paredes do coração (miocárdio) Formam camadas envolvendo órgãos Fonte: autor Controle neural do movimento AUTORIA Marcelo A. de Lima Embora saibamos que há três tipos de músculos (cardíaco, esquelético e liso), este estudo será direcionado ao Músculo Estriado Esquelético. Esses músculos são compostos por �bras �liformes ou cilíndricas, que apresentam estrias formadas por bandas claras e escuras de forma alternada (�lamentos de actina e miosina). Cada célula ou �bra muscular ou é multinucleada, alongada, podendo ultrapassar os 20 cm de comprimento. Cada célula é envolvida por uma membrana denominada endomísio. Várias �bras musculares com seus respectivos endomísios são envolvidas por outra membrana denominada perimísio, formando os feixes ou fascículos musculares. Vários feixes ou fascículos com seus respectivos perimísios são envolvidas por outra membrana, o epimísio, formando desta forma o músculo. Esses músculos são inervados por nervos espinhais, cranianos e estão sob o controle voluntário do Sistema Nervoso Central. Figura 1: Integração sistema nervoso e muscular Fonte: shutterstock Órgãos envolvidos no sistema neuromuscular No mecanismo de contração das células ou �bras musculares esqueléticas, ocorre o encurtamento dos sarcômeros: os �lamentos de actina “deslizam” sobre os de miosina, graças a certos pontos de união que se formam entre esses dois �lamentos, levando à formação da actomiosina. Para ocorrer esse deslizamento, há a participação de grande quantidade de dois elementos importantes : íons Ca⁺⁺ e ATP. Nesse caso cabe à molécula de miosina o papel de “quebrar” (hidrolisar) o ATP, liberando a energia necessária para a ocorrência de contração. Cada ponto de junção entre uma terminação nervosa e a membrana plasmática ou sarcolema da célula muscular corresponde a uma sinapse neuromuscular. Essa junção é conhecida pelo nome de placa motora ou junção neuromuscular. O impulso nervoso propaga-se pelo neurônio eferente ou motor e atinge a placa Figura 2: Sarcômero, actina e miosina Fonte: shutterstock motora, em uma sinapse axo-muscular. A membrana da célula muscular ou sarcolema recebe o estímulo. Gera-se um impulso nervoso que se propaga por essa membrana, atinge o citoplasma e desencadeia o mecanismo de contração muscular. Figura 3: Unidade motora (neurônio eferente e células musculares por ela inervadas) Fonte: shutterstock Sistema cardiovascular AUTORIA Marcelo A. de Lima A função de circulação é realizada pelo sistema cardiovascular. Esse sistema é formado por um órgão central, o coração, e por uma rede de vasos nos quais circulam o sangue e a linfa. O sistema circulatório sanguíneo tem como órgão central o coração que impulsiona o sangue para vasos denominados artérias. Estas por sua vez se rami�cam em vasos cada vez mais �nos até formarem as arteríolas e os capilares sanguíneos. Os capilares apresentam apenas uma camada e são capazes de realizar trocas de nutrientes, gases e outras substâncias com as células do corpo. Após deixarem o oxigênio e nutrientes às células do organismo, os capilares agora coletam o dióxido de carbono e outros produtos do metabolismo e irão formar as vênulas. Estas por sua vez formam as veias até cheguem ao coração levando o sangue venoso ao átrio direito. Artérias são vasos que saem do coração levando sangue para as diversas partes do corpo. Veias são vasos que chegam ao coração trazendo sangue de todo o corpo. Capilares são vasos que permitem a troca de substâncias com as células do corpo. Figura 1: Vasos sanguíneos Fonte: shutterstock O sistema circulatório linfático é formado pelos capilares linfáticos que possuem fundo cego nos interstícios dos tecidos. Drenam o �uido intercelular, que passa a ser chamado de linfa a partir do momento que é drenado para o interior dos capilares linfáticos. Esses capilares con�uem em vasos cada vez mais calibrosos que desembocam nos ductos linfáticos (que possuem válvulas) que por sua vez lançam a linfa em veias calibrosas do sistema circulatório sanguíneo. Estruturas importantes do sistema linfático são também os linfonodos (�ltram a linfa) e outros órgãos linfoides como baço, timo, tonsilas, adenoides e parte da medula óssea. Quadro 1: Comparação entre artérias e veias Artérias Veias Camadas Túnica externa, média,interna Túnica externa, média e interna Válvulas sem com Quando cortadas Jatos de sangue Sangue corre sem jatos Pulsação forte fraca Posição Geralmente profundas Muitas super�ciais Fonte: autor Figura 2: Sistemas circulatórios sanguíneo e linfático Fonte: shutterstock Tabela X - título aqui Componente Função HEMÁCIAS, ERITRÓCITOS, GLÓBULOS VERMELHOS Transporte de oxigênio e dióxido de carbono LEUCÓCITOS OU GLÓBULOS BRANCOS Defesa: fagocitose ou produção de anticorpos PLAQUETAS OU TROMBÓCITOS Coagulação do sangue PLASMA Contém água, enzimas,hormônios etc. Fonte: autor Sistema respiratório AUTORIA Marcelo A. de Lima O sistema respiratório é formado em sequência pelos seguintes órgãos ou estruturas: nariz externo, cavidade nasal, faringe, laringe, traquéia, brônquios e pulmões. Dá-se o nome de respiração aos processos de inspiração do ar (processo ativo – gasta ATP) e expiração (processo passivo – não gasta ATP). Os órgãos tubulares (nariz, cavidade nasal, faringe, laringe, traquéia e brônquios) correspondem à porção condutora de ar, enquanto os pulmões correspondem à porção respiratória, pois realizam a hematose (troca de dióxido de carbono por oxigênio). Os órgãos da porção condutora, além de conduzirem o ar, também tem as funções de aquecimento, puri�cação e umedecimento do ar inspirado, condições importantes para que seja realizada uma boa hematose por difusão de gases nos alvéolos pulmonares. Figura 1- Sistema respiratório Fonte: freepik O pulmão direito apresenta três lobos e é maior que o pulmão esquerdo que possui dois lobos. Ambos os pulmões são revestidos por uma serosa denominada pleura. A hematose ocorre nos alvéolos pulmonares (últimas rami�cações dos brônquios). Fato interessante é que os pulmões não possuem movimentos próprios e dependem das alterações de pressão na cavidade torácica quando esta se expande e se relaxa devido a ação de vários músculos como o diafragma, intercostais externos, internos e escalenos. O controle nervoso para que estes músculos atuem está sob o comando do bulbo localizado no tronco cerebral. Figura 2: Hematose no alvéolo pulmonar Fonte: shutterstock Figura 3: Mecanismo de inspiração e expiração Fonte: shutterstock Sistema endócrino AUTORIA Marcelo A. de Lima O sistema endócrino é constituído por um grande número de glândulas endócrinas. Juntamente com o sistema nervoso que lhe fornece informações sobre as condições do organismo, esses dois sistemas formam o aparelho integrador do organismo. As glândulas endócrinas produzem os hormônios, que podem atuar em estruturas não endócrinas ou podem ainda atuar sobre outras glândulas (função trópica). Normalmente os hormônios são produzidos em pequenas quantidades e secretados no sangue ou na linfa até que atinjam o órgão-alvo (célula, tecido, órgão ou outra glândula). A estrutura alvo deverá possuir um receptor especí�co para cada hormônio. Figura 1: Sistema endócrino Fonte: shutterstock Quadro 1: Principais hormônios do ser humano HORMÔNIOS GlândulaHormônio Suas principais funções Hipotálamo Tireotropina (TRH) Provoca a liberação de (TSH) na hipó�se e regula o funcionamento da tireoide. Corticotro�na (CRH) Libera o (ACTH) também nahipó�se e estimula as suprarrenais Fator (GRH) Regula o hormônio de crescimento(GH) na hipó�se Fator (LHRH) Regula a produção de (LH) e (FSH), que saem da hipó�se e agem nas gônadas. Pineal Melatonina Controla o relógio biológico e estáligado ao sono. Hipó�se (Lobo anterior) Somatotro�na ou Hormônio de Crescimento (GH) Promove o crescimento de quase todas as células. Prolactina (LTH) Controla a produção do leitematerno e regula a ovulação. Folículo estimulante (FSH) Estimula o crescimento do folículo nos ovários e nos testículos, induz a formação de espermatozoides. Luteinizante (LH) Estimula a ovulação e a secreçãodos hormônios sexuais. Tireotro�na (TSH) Estimula a tireoide a produzir os hormônios (T3 e T4) que controlam o metabolismo. Adrenocorticotró�co (ACTH) Estimula o funcionamento das glândulas suprarrenais. Hipó�se (Lobo posterior) Ocitocina No parto, ajuda contrair o útero; na amamentação, a expulsar o leite. No homem, provoca relaxamento dos vasos e dos corpos eréteis do pênis, aumentando a irrigação sanguínea. Antidiurético (ADH) ou vasopressina Provoca a reabsorção de água pelos rins e controla a eliminação pelos rins. Tireoide Triiodotironina (T3) e Tiroxina (T4) Aumentam a velocidade das reações químicas na maioria das células do corpo, controlando o metabolismo. Calcitonina Regula a taxa de cálcio no sangue, inibindo a sua remoção dos ossos, o que diminui a taxa plasmática do cálcio. Paratireoide Paratormônio Regula o metabolismo do cálcio doorganismo. Suprarrenais Cortisol Indica como devemos gastar osnutrientes. Adrenalina e Noradrenalina Ativam o de alerta do organismo em situações de emergência ou perigosas. Pâncreas Glucagon Aumenta a concentração deglicose no sangue. Insulina Provoca a entrada de glicose nascélulas do corpo. Ovários Estrógeno Estimula o desenvolvimento dos órgãos sexuais e das características femininas. Progesterona Rege o ciclo menstrual; prepara a mulher para a gestação e mantém a gravidez. Testículos Andrógenos O principal é a testosterona, relacionado às características masculinas. Fonte: adaptado pelo autor Sistema digestório AUTORIA Marcelo A. de Lima O sistema digestório humano tem por função �nal promover a absorção de nutrientes. É constituído, em sequência pelos seguintes órgãos tubulares: boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, reto, canal anal e ânus. Estruturas acessórias produzem substâncias que são lançadas na luz desse tubo para ajudar na digestão, são elas: glândulas salivares (parótidas, submandibulares e sublinguais), fígado (produz a bile) e pâncreas (produz enzimas digestivas). Depois de ingerido, o alimento sofre digestão mecânica (mastigação e peristaltismo), física (bile) e química (enzimas) e depois é absorvido. O que não é aproveitado pelo organismo é eliminado através das fezes. Na cavidade oral, os primeiros estágios da digestão iniciam com a mastigação e a secreção da saliva por três pares de glândulas salivares: glândulas sublinguais abaixo da língua, glândulas submandibulares abaixo da mandíbula (osso maxilar) e glândulas parótidas encontradas perto da articulação da mandíbula. Figura 1: Sistema digestório humano Fonte: shutterstock Quadro 1: as principais enzimas digestivas e seus locais de atuação Enzima Substrato Onde éproduzida? Onde atua? Obs. Ptialina (amilase salivar) Quebra o amido (um tipo de carboidrato em maltose) Glândulas salivares Cavidade bucal Atua pH neutro a alcalino Pepsina Quebra proteínas em peptídeos Estômago Estômago Atua em pH ácido (na presença de ácido clorídrico) Renina Quebra a caseína do leite materno Estômago Estômago Produzida nos primeiros meses de vida Suco pancreático Tripsina Quebra proteínas em peptídeos Pâncreas Intestinodelgado Atua em pH alcalino Quimiotripsina Quebra proteínas em peptídeos Pâncreas Intestinodelgado Atua em pH alcalino Lipase pancreática Quebra de lipídeos do tipo triglicerídeos Pâncreas Intestinodelgado Atua em pH alcalino Amilase pancreática Quebra o amido (um tipo de carboidrato) em maltose Pâncreas Intestinodelgado Atua em pH alcalino Peptidases pancreáticas Quebra peptídeos em aminoácidos Pâncreas Intestinodelgado Atua em pH alcalino Nucleases Quebra ácidos nucléicos Pâncreas Intestino delgado Atua em pH alcalino em nucleotídeos Fonte: adaptado pelo autor Sistema renal AUTORIA Marcelo A. de Lima O sistema renal ou excretor é formado pelos rins, ureteres, bexiga urinária e uretra. A excreção é o principal mecanismo homeostático do organismo, pois, regula a quantidade de água e de sais minerais, assim como, elimina os dejetos celulares através da urina. São funções do sistema excretor humano: reabsorção de substâncias úteis ao organismo (glicose, água, aminoácidos), regulação do volume de água, controle de sódio e potássio. Os rins apresentam um córtex e uma medula. Sua unidade funcional é o néfron (aproximadamente um milhão por rim). No néfron ocorrem os processos de reabsorção de substâncias úteis e a excreção através da urina de substâncias que se acumuladas, poderiam se tornar nocivas, como por exemplo, a uréia. A função mais importante dos rins é a regulação homeostática do conteúdo de água e íons no sangue, também chamada de balanço do sal e da água, ou equilíbrio hidroeletrolítico. A remoção de resíduos é importante, mas alterações nos volumes sanguíneos ou nas concentrações iônicas causam sérios problemas clínicos antes que o acúmulo de resíduos metabólicos atinja níveis tóxicos. Os quatro processos que ocorrem nos rins são: Filtração: movimento do sangue para o lúmen; Reabsorção: do lúmen para o sangue; Secreção: do sangue para o lúmen; Excreção: do lúmen para fora do corpo. O hormônio ADH (Hormônio Anti-Diurético) tem papel expressivo no controle de reabsorção de água. Quando o organismo precisa reter água, o hipotálamo secreta o ADH que através da corrente sanguínea chega aos néfrons, levando à reabsorção de água. Figura 1: Néfron Fonte: shutterstock Figura 2: Sistema excretor humano Fonte: shutterstock SAIBA MAIS Os rins podem regular a pressão arterial pelo aumento ou pela diminuição do volume sanguíneo. Essa regulação é por meio de um mecanismo hormonal, chamado sistema renina-angiotensina- aldosterona. Quando a pressão cai até valores inferiores a normalidade, o �uxo sanguíneo pelos rins diminui, fazendo com que o rim secrete a importante substância chamada renina para o sangue. A renina atua como uma enzima convertendo uma das proteínas plasmáticas, o substrato da renina, no hormônio angiotensina I. Esse hormônio tem efeito pouco intenso sobre a circulação e é rapidamente convertido em um segundo hormônio, a angiotensina II, por meio da enzima conversora (ECA). Essa enzima conversora é encontrada apenas nos vasos de menor calibre dos pulmões. A angiotensina II permanece no sangue por pouco tempo, apenas de 1 a 3 minutos, por ser inativada por outras enzimas, encontradas no sangue e no tecido, e chamadas coletivamente de angiotensinas. Não obstante seu reduzido tempo de ação, e que está circulando no sangue, a angiotensina II produz vasoconstrição nas arteríolas, fazendo a pressão aumentar até o seu valor normal. Além do mecanismo hormonal dos rins, outro importante sistema hormonal também participa da regulação da PA: É a secreção de aldosterona pelo córtex da suprarrenal. Esse córtex secreta hormônios corticoides, um dos quais, a aldosterona, controla o débito renal de água e de sal. A aldosterona participa da regulação da seguinte forma: quando a pressão arterial cai a valores muito baixos, a falta de �uxo sanguíneo ideal pelo corpo faz com que os córtices suprarrenais secretem a aldosterona. Uma das causas desse efeito é a estimulação das glândulas suprarrenais pela angiotensina II que é formada quandoocorre a baixa da PA. Essa aldosterona exerce efeito no rim. Como consequência a água e o sal �cam retidos no sangue, aumentando o volume sanguíneo, normalizando a PA. De modo inverso, a PA aumentada inverte esse mecanismo, de modo que os volumes líquidos e, consequentemente a pressão arterial, diminuam. ACESSAR REFLITA “O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no mínimo fará coisas admiráveis.” Fonte: José de Alencar https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/farmacia/a-importancia-dos-rins-na-regulacao-da-pressao-arterial/63501 Proteínas AUTORIA Marcelo A. de Lima São compostos orgânicos complexos (polímeros) de alto peso molecular. São formadas por carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e algumas apresentam ainda o ferro e o enxofre. Suas unidades básicas ou monômeros são os aminoácidos, que se ligam em cadeias, os polipeptídios, através das ligações peptídicas. Os aminoácidos caracterizam quimicamente pela presença de um átomo de carbono, ao qual se ligam um grupo carboxílico (COOH), um grupo amina (NH₂), um radical e um átomo de hidrogênio. Os vegetais conseguem produzir todos os tipos de aminoácidos, enquanto os animais devem obter parte deles por meio da dieta, por não serem capazes de produzi-los. Os aminoácidos produzidos por um organismo são chamados de aminoácidos naturais. Aqueles obtidos por meio da dieta são denominados aminoácidos essenciais. São conhecidos cerca de vinte aminoácidos que rotineiramente participam da estrutura das proteínas. Para formar as proteínas, os aminoácidos combinam-se por meio de ligações químicas denominadas ligações peptídicas. Figura 1: Aminoácido Fonte: shutterstock Em cada ligação há liberação de uma molécula de água. As proteínas podem diferir quanto ao tipo, à quantidade e à ordem dos aminoácidos que as compõem. As proteínas podem ser classi�cadas em duas categorias: as proteínas simples, cujas moléculas são formadas exclusivamente por aminoácidos, e as proteínas conjugadas, que se caracterizam pela presença, em suas moléculas, de uma parte não proteica denominada grupo prostético. As enzimas são proteínas e, como tais, produzidas pelo controle do DNA. Elas são os efetores da informação genética no DNA, e é por meio delas que o DNA comanda todo o metabolismo celular. As proteínas participam de diversas funções, como: estrutural, enzimática, transporte e defesa. ∙ Figura 2: Ligação peptídica Fonte: shutterstock Figura 3: Os aminoácidos e as diferentes estruturas das proteínas Fonte: shutterstock Estrutural: As proteínas compõem a membrana plasmática e os �lamentos que sustentam as células. O colágeno, por exemplo, é uma proteína presente na maioria dos órgãos. A actina e miosina são as principais proteínas dos músculos etc. Enzimática: as enzimas são proteínas que catalisam as reações químicas. Praticamente todas as reações químicas dependem da ação das enzimas. Um exemplo amilase pancreática, que degrada o amido no intestino. Transporte: Na membrana plasmática das células há proteínas responsáveis pelo transporte de íons e algumas moléculas como a glicose entre os meios intra e extracelulares. No sangue, a hemoglobina é uma proteína que transporta o oxigênio e o dióxido de carbono para todas as células do corpo. Defesa: Os anticorpos são proteínas responsáveis pela defesa do organismo contra agentes estranhos, como vírus e bactérias. Fatores como temperatura e pH são de extrema importância para se manter a estrutura e atividade das proteínas. Quando colocadas em meios com variações bruscas de pH e temperatura, as proteínas podem desnatura, perdem a forma e consequentemente a função. Figura 4: atividade enzimática Fonte: acesse o link Disponível aqui Lipídios São moléculas orgânicas de longas cadeias carbônicas e são insolúveis em água e solúveis em solventes orgânicos. São também chamadas ceras, óleos ou gorduras. De acordo com as funções principais, os lipídeos celulares podem ser divididos em duas categorias: lipídeos de reserva nutritiva e lipídeos estruturais, estes têm papel relevante na manutenção da estrutura das membranas celulares. Os lipídios podem ser classi�cados em: glicerídeos, fosfolipídios, ceras ou cerídeos, esteróis e carotenoides. Figura 5: Desnaturação das proteínas do ovo Fonte: shutterstock Glicerídeos: podem ser de origem animal, como a gordura presente em carnes e manteiga ou de origem vegetal, como os óleos vegetais, presentes no azeite de oliva ou no óleo de milho e canola. Os glicerídeos de origem animal são sólidos a temperatura ambiente, enquanto os de origem vegetal são líquidos. Podem desempenhar as funções de isolante térmico e reserva de energia Fosfolipídios: fazem parte das membranas plasmáticas das células de todos os seres vivos. Cada molécula de fosfolipídios tem uma região hidrofílica (que tem a�nidade com a água) e uma região hidrofóbica (sem a�nidade com a água). Essa característica permite que esses lipídios separem meios aquosos, como o meio intra e extracelular, pela forma como se posicionam na membrana plasmática. Cerídeos ou Ceras: são lipídios produzidos por animais e plantas. Nas plantas, de forma geral, as ceras têm função impermeabilizante. São produzidas e depositadas na superfície das folhas ou dos frutos para diminuir a perda de água. A cera produzida pelas abelhas também é formada por lipídios, assim como o cerume presente nas orelhas de alguns mamíferos. Esteroides: Um exemplo é o colesterol, lipídio presente em alimentos de origem animal (não é encontrado nos vegetais), como carne, leite e ovos, que faz parte da composição das membranas celulares dos animais. Os hormônios sexuais, como estrógeno e a testosterona também são exemplos de esteroides. Funções: Participam da composição química da membrana das células Figura 6: Exemplo de lipídio Fonte: shutterstock animais e atuam como precursor de hormônios sexuais (progesterona e testosterona). Carotenoides: são pigmentos avermelhados e alaranjados produzidos por seres autótrofos que participam do processo de fotossíntese. Carboidratos ou Hidratos de Carbono São também conhecidos açucares hidratos de carbono ou glicídios. São compostos orgânicos elaborados pelos organismos autótrofos fotossintetizantes. Já os organismos heterótrofos, como os animais, devem obter essas moléculas por meio da nutrição. Os carboidratos estão presentes em diversos alimentos, como frutas, legumes, pães, massas e doce. Essas substâncias constituem a principal fonte de energia para as células desempenharem suas funções, como produzir e transportar substâncias, crescer e se dividir. Os carboidratos são classi�cados, de acordo com a organização e o tamanho de sua molécula, constituídos por átomos de carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O), em três grandes grupos: ∙ Figura 7: Membrana plasmática Fonte: shutterstock Monossacarídeos São carboidratos simples, que não sofrem hidrólise, de fórmula geral C (H O) , em que n varia, de 3 a 7. As pentoses e hexoses são os monossacarídeos mais importantes e mais comuns nos seres vivos. n 2 n Quadro 1: Principais carboidratos Monossacarídeos Ocorrência e papel biológico Galactose (C H O ) É um dos componentes do açúcar do leite (lactose). Tem função energética Frutose e Glicose (C H O ) Mel e frutos diversos. Tem função energética Ribose (C H O ) Componente estrutural do ácido ribonucleico (RNA) Desoxirribose (C H O ) Componente estrutural do ácido desoxirribonucleico (DNA). Não segue a fórmula geral dos monossacarídeos C (H O) Fonte: adaptada pelo autor. 6 12 6 6 12 6 5 10 6 5 10 4 n 2 n Dissacarídeos ou Oligossacarídeos: São carboidratos formados pela junção de duas moléculas de monossacarídeos. Figura 8: Pentoses Fonte: shutterstock Polissacarídeos: São carboidratos constituídos por centenas ou milhares de monossacarídeos. Essas moléculas recebem o nome de polímeros de monossacarídeos. São exemplos à celulose, o amido, o glicogênioe a quitina. Quadro 2: Principais dissacarídeos Dissacarídeos Ocorrência e papel biológico Sacarose (glicose+frutose) É o açúcar da cana e da beterraba. Tem função energética. Lactose (glicose+galactose) É o açúcar do leite. Tem função energética Maltose (glicose+glicose) É obtido do amido por hidrólise. Tem função energética. Fonte: adaptada pelo autor. Ácidos nucleicos Os ácidos nucléicos são constituídos pela polimerização de unidades chamadas nucleotídeos Os ácidos nucleicos são moléculas orgânicas relacionadas ao controle das atividades celulares, ao armazenamento e à transmissão das informações hereditárias ao longo das gerações. Há dois tipos de ácidos nucleicos, o DNA (ácido desoxirribonucleico) e o RNA (ácido ribonucleico). Quadro 3: Principais polissacarídeos Polissacarídeos Ocorrência e papel biológico Amido (com mais de 1.400 moléculas de glicose) É reserva natural das plantas. Encontra-se armazenado em altas proporções em certos caules (como o da batata), em certas raízes (como a mandioca) e em semente de cereais (como o milho). Celulose É o mais abundante polissacarídeo da natureza. Contitui o principal componente estrutural da parede celular das células vegetais. Glicogênio (pode conter cerca de 30.000 moléculas de glicose) É o polissacarídeo de reserva dos animais em geral. Armazenado principalmente nas células do fígado e dos músculos. Tem papel energético. Quitina É um polissacarídeo nitrogenado que confere rigidez e resistência ao tecido onde ela se encontra. Ela constitui o exoesqueleto dos artrópodes (crustáceos, insetos, aracnídeos), sendo também encontrada na parede celular de certos fungos. Fonte: adaptada pelo autor. Os ácidos nucleicos são polímeros constituídos por monômeros denominadas nucleotídeos. Cada nucleotídeo é constituído por três componentes: uma pentose (açúcar com 5 carbonos na molécula), uma base nitrogenada (púrica ou pirimídica) e um ácido fosfórico. As bases nitrogenadas podem ser divididas em dois grupos: purinas e pirimidinas. No grupo das purinas estão a adenina (A) e a guanina (G). As pirimidinas são a citosina (C), a timina (T) e a uracila (U). Adenina, guanina e citosina estão presentes tanto no DNA como no RNA. No DNA apresenta timina e no RNA só apresenta a uracila. Além dos polímeros de nucleotídeos, que constituem as moléculas dos ácidos nucleicos, as células contêm quantidades relativamente grandes de nucleotídeos livres, desempenhando, sobretudo, as funções de coenzimas. No DNA estão codi�cadas as informações genéticas que controlam praticamente todos os processos celulares. Essas informações são transmitidas de uma geração para a próxima através da duplicação ou replicação semiconservativa do DNA. A Figura 9: nucleotídeos Fonte: shutterstock molécula de DNA é formada por duas cadeias de nucleotídeos ligadas entre si por meio de ligações de hidrogênio entre as bases nitrogenadas, de forma antiparalela. O RNA é formado por apenas uma cadeia de nucleotídeos. As bases nitrogenadas presentes no RNA são a adenina, a uracila, a guanina e a citosina. O RNA, de forma geral, é responsável pela expressão das informações contidas no DNA, atuando na produção de proteínas. As moléculas de RNA são produzidas da moléculas de DNA pelo processo de transcrição. Figura 10: Replicação semiconservativa da molécula de DNA Fonte: shutterstock Dos pontos de vista funcional e estrutural, distinguem-se três variedades principais de ácido ribonucleico: RNA de transferência ou tRNA RNA mensageiro ou mRNA RNA ribossômico ou rRNA Métodos e técnicas de visualização de estruturas celulares O Objetivo da microscopia é a obtenção de imagens ampliadas de um objeto, que nos permitam distinguir detalhes não revelados a olho nu. A forma mais comum é a lupa, seguida do microscópio óptico, que ilumina o objeto com luz visível ou ainda luz ultravioleta. O limite máximo de resolução dos microscópios ópticos é estabelecido pelos efeitos de difração devido ao comprimento de onda da radiação incidente. Mas, em geral, os microscópios ópticos convencionais �cam, então, limitados a um aumento máximo de 2000 vezes. Figura 11: Transcrição e tradução Fonte: shutterstock A imagem microscópica é caracterizada por três parâmetros: aumento, resolução e contraste. Na microscopia óptica tem-se a vantagem de se poder observar células vivas, fato impossível de se realizar no microscópio eletrônico, pois, a estrutura a ser observada é colocada no vácuo. Figura 12: microscópio Fonte: shutterstock No MEV a imagem é formada através de um feixe de elétrons que é usado para varrer o espécime (amostra). O feixe de elétrons é produzido em vácuo para evitar colisão com moléculas do ar. A microscopia eletrônica de varredura de alta resolução (usando canhão de emissão de campo) fornece imagens de superfície e de estruturas abaixo da superfície. Figura 13: Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) Fonte: shutterstock Estrutura das membranas celulares e principais mecanismos de transporte AUTORIA Marcelo A. de Lima A membrana plasmática, membrana celular ou plasmalema é um envoltório visível somente ao microscópio eletrônico, que reveste as células dos seres procariontes e eucariontes (vírus não tem membrana plasmática). Ultraestrutura da membrana plasmática É uma estrutura semipermeável, responsável pelo transporte e seleção de substâncias que entram e saem da célula através dos mecanismos de transportes. Apenas com o desenvolvimento do microscópio eletrônico foi possível a observação da membrana plasmática. As funções da membrana plasmática são: Permeabilidade seletiva, controle da entrada e saída de substâncias da célula; Proteção das estruturas celulares; Delimitação do conteúdo intracelular e extracelular, garantindo a integridade da célula; Transporte de substâncias essenciais ao metabolismo celular; Reconhecimento de substâncias, graças a presença de receptores especí�cos na membrana. Figura 1: estrutura da membrana plasmática Fonte: shutterstock A membrana plasmática ou celular separa o meio intracelular do extracelular e é a principal responsável pelo controle da penetração e saída de substâncias da célula. A membrana plasmática apresenta modelo do “mosaico �uido” de Singer e Nicolson, em 1972. O nome "mosaico �uido" deve-se pela presença de estruturas �exíveis e �uidas, com grande poder de regeneração. A membrana plasmática é quimicamente constituída por lipídios e proteínas. Por isso, é reconhecida por sua composição lipoproteica. Os fosfolipídios estão dispostos em uma bicamada lipídica. Várias proteínas e outros lipídios transitam pela bicamada. Os fosfolipídios apresentam uma porção polar e outra apolar. A porção polar é hidrofílica e volta-se para o exterior. A porção apolar é hidrofóbica e voltada para o interior da membrana. Os fosfolipídios movem-se, porém, sem perder o contato. Isso permite a �exibilidade e elasticidade da membrana. As proteínas podem ser transmembranas (que atravessam a membrana) ou periféricas (estão apenas em um dos lados). Transporte de Substâncias O transporte de substâncias através da membrana plasmática pode ser de modo passivo ou ativo. O transporte passivo ocorre sem gasto de energia. As substâncias deslocam-se do meio mais concentrado para o menos concentrado. São exemplos: Difusão Simples - É a passagem de partículas de onde estão mais concentradas para regiões em que sua concentração é menor. Ex. Oxigênio. Difusão Facilitada - É a passagem, através da membrana, de substâncias que não se dissolvem em lipídios, com ajuda das proteínas da bicamada lipídica da membrana. São necessárias proteínas chamadas permeases para fazer o transporte. Ex. glicose. Osmose - É a passagem de água de um meio menos concentrado (hipotônico) para outro mais concentrado (hipertônico). Ex. água. O transporte ativo ocorre com gasto de energia (ATP). As substâncias deslocam-se de menor para o de maior concentração. São exemplos: Transporte em Bloco: Endocitose e Exocitose - Ocorre quando a célulatransfere grande quantidade de substâncias para dentro ou para fora do seu meio intracelular. Ex. fagocitose. Bomba de Sódio e Potássio - Passagem de íons sódio e potássio para a célula, devido às diferenças de suas concentrações, contra um gradiente de concentração. Ex. bomba de sódio e potássio. Figura 2: Transportes de membrana Fonte: shutterstock Compartimentos celulares, organelas e citoesqueleto AUTORIA Marcelo A. de Lima A substância que compõe o citoplasma se chama citosol ou hialoplasma. É um líquido gelatinoso na qual as organelas �cam mergulhadas e que tem os seus limites de�nidos por uma membrana, que é a membrana celular. O citoplasma é, portanto, o espaço onde se encontram todas as organelas. As membranas têm a função de revestir, proteger e de dar forma aos organismos onde estão presentes. Além da membrana plasmática, as mitocôndrias, os peroxissomos, o retículo endoplasmático rugoso (RER), o retículo endoplasmático liso (REL), o complexo de Golgi e os lisossomos são todas organelas ou organoides celulares membranosos. As principais organelas citoplasmáticas são: Membrana plasmática: é o que envolve a célula, que a delimita e tem a função de permeabilidade seletiva. Núcleo: encontrado nas células eucariontes, guarda o material genético, o DNA do ser vivo e comanda tudo que acontece dentro da célula. Mitocôndria: tem a função principal de respiração celular, de produzir energia (ATP) para aquela célula funcionar e exercer suas atividades. Tem seu próprio DNA e seus próprios ribossomos. Ribossomos: fazem a síntese de proteínas. Lisossomos: têm função de digestão intracelular. Contém enzimas que vão realizar a quebra de substâncias dentro da célula. Eles podem digerir substâncias que vêm de fora (heterofagia), ou pode digerir substâncias que já estão ali dentro (autofagia). Retículo endoplasmático: conjunto de bolsas e tubos que têm função principal de transportar algumas substâncias. Existem dois tipos, Rugoso ou Granuloso (RER) e Liso ou Agranuloso (REL). O granuloso tem esse nome por conter vários ribossomos aderidos a ele, aí a sua função será a síntese de proteínas. A diferença é que ele vai sintetizar proteínas que serão utilizadas fora da célula. Os ribossomos que �cam soltos pela célula irão sintetizar proteínas que são utilizadas pelas células. O retículo endoplasmático liso tem a função de sintetizar lipídeos. Ele vai desintoxicar a célula, vai degradar as substâncias tóxicas que estão ali dentro. Complexo de Golgi: formado também por bolsas sobrepostas, tem a função de secreção celular, isto é, de levar o que está dentro da célula para fora dela. Também tem a função de sintetizar carboidratos do tipo polissacarídeos. Centríolos: são formados por microtúbulos que vão ajudar os cromossomos a se separarem na hora da divisão celular. Estão presentes também em cílios e �agelos, auxiliando na locomoção de algumas células. Peroxissomos: tem a função de quebrar água-oxigenada ou peróxido de hidrogênio. Utiliza para isto, a enzima catalase. O peróxido de hidrogênio pode estar presente dentro das células devido a alguns processos e é extremamente tóxico. Citoplasma: é composto por uma substância gelatinosa chamada citosol, e pelas organelas presentes naquela célula, é todo o espaço onde as organelas estão imersas. Figura 1: Anatomia da célula Fonte: freepik Citoesqueleto: é o que dá sustentação e forma àquela célula, formado por um conjunto de estruturas proteicas que �cam no citoplasma e ajudam nessa sustentação. Estrutura mitocondrial e função energética AUTORIA Marcelo A. de Lima As mitocôndrias são organelas presentes em células de seres eucariotos. A membrana da parte interna forma várias dobras que chamamos de cristas mitocondriais, entre essas cristas existe uma substância preenchendo o espaço, a qual chamamos de matriz mitocondrial. O DNA mitocondrial é idêntico ao das bactérias e são capazes de se autoduplicarem, dizemos que elas têm DNA próprio. Esse fato leva a hipótese de que as mitocôndrias surgiram de bactérias primitivas que invadiram uma célula e passaram a viver harmonicamente com ela – teoria da endossimbiose. Tanto a membrana interna quanto a matriz mitocondrial possuem enzimas respiratórias que estão envolvidas na respiração aeróbia. Figura 1: Estrutura de uma mitocôndria Fonte: shutterstock Respiração celular A respiração celular pode ocorrer de duas formas, uma utiliza o oxigênio para a reação, a respiração aeróbica, e a outra não utiliza, a respiração anaeróbica. As necessidades nutricionais do corpo são supridas, em princípio, ao ingerir os nutrientes, como carboidratos, lipídios e proteínas. Essas moléculas, entretanto, são muito grandes, o que faz com que o corpo as quebre para poder utilizá-las. Após essa digestão feita pelo organismo, restam carboidratos simples, como a glicose, ácidos graxos e aminoácidos, que, então, podem ser utilizados. São essas moléculas que são usadas para obter energia pelo organismo, em especial os açucares simples como a glicose. Entretanto, elas não podem ser utilizadas diretamente, isto é, elas são processadas para gerar outra molécula que poderá ser utilizada com essa �nalidade, a adenosina trifosfato ou apenas ATP. O ATP é uma molécula é composta pela base nitrogenada adenina, açúcar e três fosfatos. A energia é liberada das duas ligações que unem os fosfatos. Elas são ligações de alta energia que, quando necessário para alguma função ou reação do corpo, são quebradas liberando energia su�ciente para esses eventos. SAIBA MAIS Você sabia que as mitocôndrias, organelas celulares responsáveis pela produção de energia para as células são uma herança exclusivamente materna? Pois é, uma das teorias relata que no momento da fecundação, quando o espermatozoide atinge o interior do óvulo, o mesmo contribui para formação do zigoto apenas com o núcleo e o centríolo. A maioria das mitocôndrias do espermatozoide �cam de fora, com a cauda que �ca para trás quando o mesmo adentra ao ovócito. As poucas mitocôndrias do espermatozoide que passam são absorvidas pelo citoplasma do óvulo onde se desintegram. ACESSAR https://www.biotadofuturo.com.br/mitocondria-heranca-materna/ A respiração anaeróbica –glicólise- ocorre no citosol das células e não se trata de uma forma muito e�ciente para a geração de ATP. Isso ocorre porque ao �m do processo é gerada bem pouca energia, mais especi�camente, um mol de glicose acaba gerando apenas dois mols de ATP. Figura 2: Liberação de energia da molécula de ATP Fonte: Shutterstock A respiração aeróbica (ciclos de Krebs e cadeia respiratória) se trata da obtenção de energia utilizando o oxigênio como componente do processo, como ocorre, por exemplo, na fosforilação oxidativa. Esse processo ocorre nas mitocôndrias das células e utiliza um dos produtos da glicólise, o ácido pirúvico ou piruvato. Assim, essa via de obtenção de energia acaba gerando trinta e seis mols de ATP a partir de um mol de glicose. Figura 3: Como fotossíntese e respiração celular se complementam Fonte: Shutterstock Figura 4: A respiração aeróbia depende da mitocôndria Fonte: shutterstock REFLITA “Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado.” Roberto Shinyashiki. Mitose e meiose AUTORIA Marcelo A. de Lima Há dois tipos de divisão celular, a mitose e a meiose. A mitose é um tipo de divisão celular que ocorre desde o surgimento da primeira célula do embrião (célula-ovo ou zigoto) até a nossa morte. É por meio das mitoses que crescemos, renovamos as células da pele, do sangue etc., e fechamos ferimentos quando nossos tecidos são injuriados. A mitose se inicia com uma célula diplóide (2n= 46 cromossomos), ou seja, com o número total de cromossomos da espécie. Antes de ocorrer a mitose, há um período denominado interfase, em que ocorre a duplicação do material genético, para depois começar a divisão propriamente dita. O Ciclo Celular O ciclo celular corresponde aos eventos que ocorrem desde a formação de umacélula até a sua própria divisão em duas células-�lhas, com o mesmo número de cromossomos. Esse ciclo é dividido em duas etapas básicas: a intérfase, etapa em que a célula está se preparando para se dividir, e a mitose, etapa em que a célula está em divisão. Os períodos da intérfase são denominados G , S (onde ocorre a duplicação do DNA) e G e as fases da mitose são denominadas prófase, metáfase, anáfase e telófase. 1 2 Mitose Veja no quadro a seguir, as principais alterações que ocorrem na mitose. Figura 1: Ciclo celular Fonte: shutterstock Quadro 1: Fases da mitose e meiose FASES MITOSE MEIOSE I Prófase Desintegração da carioteca e do nucléolo; Formação do fuso acromático; Condensação dos cromossomos (se tornam visíveis ao microscópio). Desintegração da carioteca e do nucléolo; Formação do fuso acromático; Condensação dos cromossomos (se tornam visíveis ao microscópio) Ocorrência do crossing- over; Pareamento de cromossomos. Metáfase Alinhamento dos cromossomos no plano equatorial da célula. Alinhamento dos PARES de cromossomos duplicados no plano equatorial da célula. Anáfase Separação das cromátides-irmãs. Separação dos pares de cromossomos homólogos. Telófase Reaparecimento do nucléolo e da carioteca; Desaparecimento do fuso acromático; Desorganização dos cromossomos (não é possível diferenciá-los). Divisão do citoplasma e continuação da divisão com a meiose II. Fonte: adaptado pelo autor. Meiose A meiose é um tipo de divisão em que uma célula dá origem a quatro novas células com metade do número de cromossomos da célula inicial (divisão reducional). Uma célula que apresenta 2n = 46 cromossomos, ao sofrer meiose, dá origem a quatro células com n = 23 cromossomos. Na verdade, a meiose está dividida em meiose reducional (R!) e meiose equacional (E!). A primeira separa os cromossomos homólogos e a segunda separa as cromátides-irmãs. A meiose é um processo importante para a variabilidade genética, sendo o tipo de divisão que ocorre no processo de formação de espermatozoides e óvulos. Durante a meiose ocorre o crossing-over ou recombinação gênica, por isso os gametas são sempre diferentes. Figura 2: Fases da mitose Fonte: shutterstock As últimas quatro células são os gametas (espermatozoides ou óvulos) Figura 3: fases meiose Fonte: shutterstock Ribossomos e síntese proteica AUTORIA Marcelo A. de Lima Ribossomos Os Ribossomos são pequenas estruturas em forma de grânulos que estão presentes em todas as células. Participam de uma das funções mais importantes da célula, a síntese ou produção de proteínas. Esta função de síntese de proteínas se concretiza quando os ribossomos �cam en�leirados, formando os polissomas ou polirribossomos, no citoplasma ou aderidos ao retículo endoplasmático rugoso. A função dos ribossomos é auxiliar na produção das proteínas nas células. Essas proteínas podem assumir várias funções no organismo: estrutural, enzimática, hormonal e defesa. Os ribossomos reúnem diversos aminoácidos durante a síntese proteica através de uma ligação química chamada de ligação peptídica (ligação entre um aminoácido e outro). A estrutura dos ribossomos assemelha-se a um grânulo, por isso possui uma forma arredondada. É formado por moléculas de RNA ribossômico (+- 50%), associado às proteínas (+- 50%). Eles estão presentes em grande parte no hialoplasma (ribossomos livres), no entanto, podem ser encontrados nas mitocôndrias, nos cloroplastos e no retículo endoplasmático granular ou rugoso (quando os ribossomos estão aderidos à sua superfície externa). Os ribossomos podem ser considerados organelas celulares não membranosas de forma que permanecem livres no citoplasma (hialoplasma) das células. Apresentam uma subunidade maior e outra menor com sítios especí�cos de ligação para as moléculas de RNAs. Figura 1: Estrutura do ribossomo Fonte: shutterstock Síntese Proteica Tradução é a designação para o processo de síntese de proteínas. Ocorre no citoplasma com a participação, entre outros, de RNA, dos ribossomos e de aminoácidos. Tudo começa no DNA, no gene, segmento de DNA que contém as informações para a síntese de uma proteína. O DNA se abre e pelo processo da transcrição serão produzidos diversos tipos de RNAs (mensageiro, ribossômico e transportador). O RNAm produzido contém uma sequência de bases nitrogenadas transcritas do DNA, onde estão localizados os códons (trinca de nucleotídeos no RNAm). Essas trincas terão que ser “lidas” pelos ribossomos e RNAs transportadores, pois, sequências especí�cas dessas trincas indicam qual é o aminoácido que deverá ser trazido pelo RNAt. No citoplasma, o RNAm irá participar da síntese de proteínas, juntamente com RNA transportador e com o ribossomo. Note que enquanto o DNA é de dupla �ta, os RNAs são de �ta simples. O RNA ribossômico associa-se a proteínas, formando os ribossomos, organelas responsáveis pela leitura da mensagem contida no RNA mensageiro. Os RNAt possuem os anticódons que reconhecem os códons do RNAm, trazendo um aminoácido especí�co de acordo com esse reconhecimento. Os RNAt são responsáveis pelo transporte de aminoácidos até o local onde se dará a síntese de Figura 2: observação da ocorrência da transcrição Fonte: shutterstock proteínas junto aos ribossomos. Os RNAt são moléculas de �ta simples, de pequeno tamanho, lembrando em formato uma cruz invertida que traz em sua extremidade uma molécula de aminoácido. Esquema mostrando as etapas da transcrição e tradução para formação de uma proteína Duas regiões se destacam em cada RNAt: um é o local em que se ligará o aminoácido a ser transportado e a outra corresponde ao trio de bases complementares (anticódon) do RNAt, que se encaixará no códon correspondente do RNAm. Anticódon é o trio de bases nitrogenadas do RNAt, complementar do códon do RNAm. Conforme os RNAt vão se colocando lado a lado na molécula de RNAm, os aminoácidos trazidos por eles �cam próximos e ocorre uma ligação entre esses dois aminoácidos, ligação conhecida como ligação peptídica. Dessa forma, as cadeias de aminoácidos vão se tornando cada mais maiores no caso de formação de proteínas, moléculas de alto peso molecular. Figura 3: Transcrição e tradução Fonte: shutterstock Tipos celulares e diferenciação celular AUTORIA Marcelo A. de Lima São mais de 10 trilhões de células que formam o organismo humano. Obviamente, há inúmeras classi�cações para reuni-las em grupos distintos. Variam em forma, tamanho, tempo de vida e função e algumas estão presentes em uma fase da vida e em outras fases desaparecem ou são substituídas. As células lábeis são células que se regeneram com facilidade e rapidez. São exemplos as células da epiderme, do epitélio que forma os espermatozoides e células formadoras de sangue. Células estáveis são células cuja capacidade de replicação dos núcleos permanece em descanso na maior parte do tempo, mas isso muda rapidamente quando se recebe um estímulo adequado. Ex. �broblastos. Células permanentes são células cujos núcleos não possuem mais a capacidade de reiniciar o processo de divisão celular e uma vez perdida essa capacidade, essas células não são mais substituídas. São exemplos os neurônios. É bom lembrarmos que os 10 trilhões de células se originaram pela multiplicação e diferenciação celular a partir de uma única célula, a célula-ovo ou zigoto, resultante da fecundação do óvulo pelo espermatozoide. Figura 1: Diferenciação celular a partir de células-tronco Fonte: shutterstock No início da formação do embrião, as células eram idênticas (não diferenciadas) e, sob o controle genético, foram dadas informações a essas células-tronco para a formação de outros tipos de células com formatos e funções especí�cos, processo denominado diferenciação celular. Foi a partir desse processo que surgiram as células musculares, os neurônios, o �broblastos, hemácias, leucócitos, mastócitos etc. Características gerais dos principais tecidos e técnicas de coloração. AUTORIA Marcelo A. de Lima A histologia é a ciênciaque estuda os tecidos biológicos, a sua formação, estrutura (tipos diferenciados de células) e funcionamento. Nosso organismo é constituído por diferentes tipos de células, especializadas em realizar diversas funções. As células com determinado tipo de especialização organizam-se em grupos, formando os tecidos (nervoso, muscular, conjuntivo e epitelial). Alguns tecidos são formados por células que possuem a mesma estrutura; outros são formados por células que têm diferentes formas e funções, mas que juntas colaboram na realização de uma função geral maior. Figura 1: Potencial aplicação para células tronco Fonte: shutterstock Os tecidos presentes no homem adulto são formados a partir de três tipos de folhetos embrionários: endoderme, ectoderme e mesoderme. Cada um desses folhetos, durante o desenvolvimento embrionário, é responsável pela formação de células especializadas quanto à forma e função. Figura 2: Tipos de tecidos Fonte: shutterstock Ao �nal do processo de diferenciação das células embrionárias, cada folheto irá originar: Ectoderma Epiderme e anexos cutâneos; O sistema nervoso; Epitélio de revestimento das cavidades nasais, bucal e anal. Mesoderma Derme Músculos; Sistema circulatório; Sistema esquelético; Sistema excretor e reprodutor. Endoderma Figura 3: Esquema da diferenciação celular para formar tecidos Fonte: shutterstock Epitélio de revestimento e glândulas do trato digestivo, com exceção da cavidade oral e anal; Sistema respiratório; Fígado e pâncreas. Tecido Epitelial É o tecido responsável pelo revestimento interno e externo dos órgãos (tecido epitelial de revestimento) e também pela formação de todas as glândulas do corpo (tecido epitelial glandular). Figura 4: Glândulas formadas a partir do tecido epitelial glandular Fonte: shutterstock As células desse tecido são justapostas, unidas por pequena quantidade de material cimentante, com raro espaço intercelular. Os epitélios não avasculares e inervados. A nutrição das células se faz por difusão a partir dos capilares existentes no tecido conjuntivo subjacente. Além disso, as células desse tecido podem ser cilíndricas, cuboides ou pavimentosas e o tecido pode se organizar em uma camada ou em várias camadas, dependo do órgão. Figura 5: Algumas variedades do tecido epitelial de revestimento. Fonte: shutterstock Tecido Muscular O tecido muscular tem como função básica a realização de movimentos do corpo. É capaz de encurtar suas células (contração) e de voltar à forma relaxada (relaxamento). O tecido muscular apresenta como características: Células alongadas e, portanto, são descritas como �bras musculares. Quadro 1: Classi�cação do tecido epitelial de revestimento Classi�cação Característica Função Ocorrência FORMA Pavimentoso Célulasachatadas Facilitar trocas Alvéolos pulmonares Endotélio Células achatadas (Espessura variável) Facilitar trocas Capilares sanguíneos Cúbico Célulascúbicas Revestimento Canais de glândulas Cristalino Prismático (cilíndrico) Células prismáticas (altas) Revestimento Intestino NÚMERO Simples Uma camadacelular Troca de substâncias Absorção Alvéolos pulmonares Estrati�cado Váriascamadas Proteção Epiderme Esôfago Pseudoestrati�cado Aparenta várias camadas Revestimento Traqueia Transição (misto) Poucas camadas com células diferentes Mudança de forma do órgão Bexiga urinária Fonte: adaptado pelo autor. O citoplasma das �bras musculares é especializado para a contração e é conhecido como sarcoplasma. O sarcoplasma possui unidades contráteis chamados mio�brilas. Presença de duas proteínas importantes na contração: actina e miosina. As �bras musculares têm capacidade muito limitada para sofrer divisão celular. O músculo liso O músculo liso ou visceral tem células fusiformes. As �bras musculares são uninucleadas e o núcleo está situado na região mais ampla da �bra. O sarcoplasma contém mio�brilas �nas. No entanto, as mio�brilas não formam faixas transversais ou estrias. As contrações são lentas e rítmicas. É involuntário, uma vez que o seu funcionamento está sob a função do sistema nervoso autônomo. Figura 6: Tipos de tecidos musculares Fonte: shutterstock O músculo liso ocorre em quase todos os órgãos viscerais do corpo, exceto o coração. Ele é particularmente abundante nos vasos sanguíneos e no tubo digestivo. Músculo estriado esquelético O músculo estriado esquelético ocorre em feixes chamados feixes ou fascículos. Cada fascículo tem um grande número de �bras musculares que são mantidas juntas por tecido conjuntivo. A �bra muscular é alongada, cilíndrica, não rami�cada e multinucleada. As mio�brilas presentes no sarcoplasma exibem uma disposição característica, resultando na formação de estrias quando vistas ao microscópio. O músculo estriado esquelético tem um rico suprimento de sangue. Ele recebe inervação motora através de nervos eferentes que terminam em placa motora. As contrações podem ser lentas ou rápidas. O músculo facilmente experimenta fadiga desde que o gasto de energia é muito alto. Ele é descrito como voluntário, pois, responde aos nossos comandos encefálicos voluntários. Exemplos de músculos estriados esqueléticos são o bíceps, diafragma, intercostais, peitorais. Músculo Estriado Cardíaco O Músculo Estriado Cardíaco ou Miocárdio tem suas células em formato de sincício. As �bras musculares são alongadas, cilíndricas e rami�cadas. As �bras musculares são multinucleadas e apresentam os discos intercalares. As �bras musculares cardíacas têm rico suprimento de sangue proveniente das artérias coronárias. O controle nervoso é feito pelos nervos simpáticos e parassimpáticos do sistema nervoso autônomo. As contrações são lentas e rítmicas. O músculo não sofre fadiga, porém, quando suas células morrem por falta de sangue, chamamos a isso de infarto do miocárdio Tecido conjuntivo Caracteriza-se por apresentarem diversos tipos de células imersas em grande quantidade de material extracelular ou matriz, sintetizado pelas próprias células da matriz, assim como, vários tipos de �bras (colágenas, elásticas e reticulares) que estão mergulhadas na substância fundamental amorfa da matriz. O tecido conjuntivo apresenta subtipos, classi�cado da forma que segue: tecido conjuntivo frouxo, denso, adiposo, reticular ou hematopoiético, cartilaginoso e ósseo. Tecido conjuntivo frouxo Preenche os espaços não ocupados por outros tecidos, apóia e nutre células epiteliais, envolve músculos, nervos e vasos. Participa da estrutura de vários órgãos e tem papel importante na cicatrização. É o tecido mais distribuído no corpo. As �bras presentes na substância fundamental amorfa estão frouxamente organizadas, são elas: colágenas (são formadas pela proteína �lamentosa colágeno e são resistentes à tração; elásticas (formadas pela proteína elastina); reticulares (são formadas por colágeno �no) e formam uma rede de sustentação para algumas células. As principais células desse tecido são os �broblastos (que produzem as �bras e a substância fundamental amorfa) e os macrófagos (células de defesa) que realizam fagocitose de elementos estranhos. Tecido conjuntivo denso Nesse tecido há um predomínio de �broblastos e �bras colágenas. É classi�cado em: Modelado: suas �bras são ordenadas com orientação �xa, tornando-o muito resistente à tração. Ex. tendões musculares Não-modelado: as �bras estão dispostas em várias direções. Ex. derme. Figura 7: Componentes do tecido conjuntivo Fonte: shutterstock Tecido conjuntivo adiposo Nesse tecido há uma abundância de adipócitos com pouca matriz extracelular. Tem como papel principal a reserva de lipídios (reserva energética) e também atua no isolamento término e na proteção contra choques mecânicos de alguns órgãos. Tecido conjuntivo reticular As �bras reticulares e as células desse tecido são encontradas principalmente em órgãos com capacidade hematopoiética (produtora de sangue). Em alguns órgãos linfóides, na medula óssea é comum encontrarmos esse tecido. Tecido conjuntivo cartilaginoso Serve paraconferir sustentação para algumas partes do corpo, mas apresenta um pouco de �exibilidade, não sendo totalmente rígido. É avascular e desnervado, sendo nutrido pelo conjuntivo adjacente. Pode ser encontrado nas cartilagens articulares das junturas sinoviais (cartilagem hialina); nos discos intervertebrais (�brocartilagem) e no nariz e orelha (cartilagem elástica). Apresenta dois tipos de células: os condroblastos que produzem as �bras e a substância fundamental, e os condrócitos que fazem a manutenção do metabolismo do tecido. Tecido conjuntivo ósseo Nesse tecido são encontradas como principais células os osteoblastos (produzem osso), os osteócitos (fazem a manutenção) e os osteoclastos (fazem a reabsorção óssea). Estas células estão em lacunas do tecido ósseo. Na matriz, a substância fundamental é rica em sais de cálcio, fósforo e magnésio (conferem rigidez ao osso) e também possui �bras colágenas (conferem um pouco de �exibilidade). Em um osso longo como o fêmur, podemos observar os dois tipos de substâncias ósseas encontradas em todos os ossos do corpo: Substância óssea compacta O tecido ósseo se organiza em tal con�guração que são formadas lamínulas ósseas concêntricas que se sobrepõem, formando espécies de colunas ósseas que não deixam espaços entre si. Nessas colunas há as células do tecido ósseo, �bras, e canais por onde passam vasos sanguíneos e nervos – canais de Havers -. Toda essa estrutura é denominada Sistema de Havers. Os sistemas de Havers conferem rigidez ao osso. Substância óssea esponjosa o tecido ósseo se organiza a forma trabéculas ósseas minúsculas que deixam poros entre si e que são preenchidos por medula óssea. Esse tipo de arranjo deixa o osso mais leve. Figura 8: Sistema de Havers Fonte: Shutterstock Tecido Nervoso O tecido nervoso forma os órgãos do sistema nervoso. Neste tipo de tecido há dois tipos de células: as células da neuróglia ou gliais e as células nervosas propriamente ditas, os neurônios. O neurônio é uma célula altamente especializada em gerar impulso nervoso. Já as células gliais preenchem os espaços entre os neurônios e possuem funções especí�cas para a manutenção do tecido nervoso. Células da Neuróglia Os oligodendrócitos são células presentes no sistema nervoso central. Essas células são responsáveis pela produção e manutenção da bainha de mielina, uma camada de gordura, que envolve os axônios dos neurônios. Figura 9: Observe externamente a substância óssea compacta e internamente, a substância óssea esponjosa. Fonte: shutterstock Astrócitos são células responsáveis pela nutrição dos neurônios, micróglia são células que realizam a fagocitose de microrganismos no sistema nervoso central e as células ependimárias produzem o líquor ou líquido cefalorraquidiano. Neurônio Os neurônios são células responsáveis pela geração e transmissão dos impulsos nervosos, dotadas de um corpo celular e numerosos prolongamentos citoplasmáticos. Figura 10: Células da neuroglia ou glia Fonte: shutterstock O corpo celular ou pericário contém um núcleo grande e arredondado. As mitocôndrias são numerosas e o ergastoplasma é bem desenvolvido. Os prolongamentos do neurônio podem ser de dois tipos: dendritos, rami�cações que têm a função de captar estímulos e o axônio, o maior prolongamento da célula nervosa (pode ser microscópico ou atingir um metro), transmite os impulsos nervosos. Figura 11: Neurônio Fonte: shutterstock As sinapses são regiões de conexão química estabelecidas entre um neurônio pré-sináptico e outro neurônio pós-sináptico; entre um neurônio e uma célula muscular ou entre um neurônio e uma célula glandular. Um neurônio não se comunica �sicamente com outro neurônio nem com a �bra muscular, tampouco com a célula glandular. Existe entre eles um microespaço só visível ao microscópio eletrônico, denominado fenda sináptica, na qual um neurônio descarrega seus neurotransmissores ou mediadores químicos (Adrenalina, acetilcolina, dopamina, serotonina etc) que estavam armazenados nas vesículas sinápticas. Da fenda sináptica, esses neurotransmissores interagem com receptores especí�cos localizados na membrana plasmática do neurônio pós-sináptico, alterando a permeabilidade e as cargas elétricas desta membrana, causando a formação do impulso nervoso ou despolarização. A despolarização percorre todo o neurônio pós-sináptico, repetindo o processo. É dessa forma que a informação é passada de um neurônio a outro. Figura 12: Sinapse nervosa Fonte: shutterstock Técnicas de coloração A �nalidade da coloração é dar cor a diferentes estruturas que compõem os tecidos, muitas vezes suas estruturas são transparentes e invisíveis. Podem ser usadas substâncias que coram de forma difusa as estruturas (colorações difusas), ou que as coram seletivamente (colorações seletivas). As colorações progressivas são aquelas em que o tecido alvo é imerso na solução corante até se obter a intensidade de coloração desejada. As colorações regressivas caracterizam-se por, numa fase inicial, todas as estruturas do tecido serem coradas de uma forma intensa; esta coloração é posteriormente removida das estruturas que não se pretendem corar, por perda seletiva do corante, através da sua extração com um solvente. SAIBA MAIS Impulso nervoso Para que o impulso nervoso seja propagado, é necessário que o neurônio esteja com a membrana em potencial de repouso e que sua superfície interna esteja com carga negativa de 70 a 90 milivolts. Essa fase é conhecida como polarização. Em repouso, a membrana plasmática do axônio bombeia Na+ para o meio externo e, ao mesmo tempo, transfere íons K+ para o interior da célula. Nesse momento, pode ocorrer também a difusão passiva de sódio para o interior da célula e de potássio para fora. O potássio passa para o meio externo com maior rapidez do que o sódio entra, fazendo com que mais cargas positivas permaneçam fora da célula. São essas ações que determinam o potencial de repouso. Quando o neurônio sofre estímulo, ocorre uma mudança transitória do potencial de membrana. Nesse momento, acontece a abertura dos canais iônicos e a entrada rápida de Na+, que estava em grande quantidade, no meio extracelular. Quando esse íon entra, ocorre a mudança de potencial e o interior do axônio passa a ser positivo (despolarização). Esse conjunto de alterações sequenciais que garante a transição de potencial é chamado de potencial de ação. Essa mudança faz com que os canais de Na+ fechem-se e provoca a abertura dos canais de K+. O íon K+ começa a sair por difusão, e o potencial de repouso da membrana retorna ao normal (repolarização). ACESSAR https://brasilescola.uol.com.br/biologia/impulso-nervoso.htm Os corantes básicos são aqueles cuja propriedade corante é devida ao composto básico da sua molécula e ligam-se preferencialmente à cromatina e às proteínas nucleares. As estruturas que se ligam a estes corantes são denominadas de basó�las. Os corantes ácidos devem conter na sua composição grupos ácidos (aniões). Têm uma a�nidade particular para o citoplasma das células e substâncias essenciais, sendo assim denominadas de acidó�las. Os corantes neutros correspondem a compostos cujas propriedades são devidas aos dois compostos das suas moléculas (o ácido e o básico). os seus componentes dissociam-se quando em contacto com os tecidos e os seus compostos ácidos e básicos associam-se, respectivamente, a componentes celulares acidó�lose basó�los. A coloração com Hematoxilina e Eosina (H&E) é provavelmente a técnica mais utilizada na coloração dos tecidos, devido à sua simplicidade e à sua capacidade de permitir visualizar uma grande quantidade diferente de estruturas tissulares. A hematoxilina cora de azul os núcleos, apresentando grande detalhe intranuclear. A eosina cora o citoplasma das células e a maioria das �bras do tecido conjuntivo de forma e intensidade diferentes, variando do rosa ao laranja ou vermelho. Figura 13: Lâmina corada com Hematoxilina e Eosina Fonte: shutterstock REFLITA “Quero conhecer os pensamentos de Deus... O resto é
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