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BNCC-CADERNOS-PEDAGÓGICOS-ANOS-INICIAIS

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Prévia do material em texto

CADERNO 
PEDAGÓGICO 
Ensino Fundamental Anos Iniciais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MATO GROSSO/2019 
 
 
 
 
 
SAGE – SECRETARIA ADJUNTA DE GESTÃO EDUCACIONAL 
SUPEB – SUPERINTENDÊNCIA DE POLÍTICAS DE 
EDUCAÇÃO BÁSICA 
 
 
 
 
 
 
CADERNO PEDAGÓGICO ESINO FUNDAMENTAL 
ANOS INICIAS 
 
Coordenadoria de Currículo e Avaliação 
Coordenadoria de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e 
Educação Infantil 
Núcleo de produção didático- pedagógico do Ensino Fundamental 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Autores 
Eliane Quinhone 
Geniana dos Santos 
Jakline Estfane Alves Martins 
Osinéia Albina Brunelli 
 
 
 
ORGANIZADORES 
Geniana dos Santos 
Jakline Estfane Alves Martins 
 
 
 
 
Prezados Professores, 
Este material foi construído a partir do alinhamento à Base Nacional 
Comum Curricular – BNCC e ao Documento de Referência Curricular para 
Mato Grosso, Anos Iniciais. Trata-se de um caderno composto por diferentes 
formas de planejar a ação pedagógica e que apresenta diversas maneiras de 
percorrer um mesmo caminho. Assim, trazemos exemplos de procedimentos 
pedagógicos e discussões que procuram evidenciar a prática pedagógica na 
unidocência, a partir das metodologias ativas. 
Sabemos que existem muitas outras formas de planejar e registrar o 
trabalho pedagógico, este material não possui o intuito de limitar sua 
atuação, mas sim, de estabelecer o diálogo sobre práticas consonantes às 
metodologias ativas. Desejamos profícua leitura!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 2 
PLANEJAMENTO DO TRABALHO PEDAGÓGICO NOS ANOS INICIAIS ...... 3 
AVALIAÇÃO NOS ANOS INICIAIS ........................................................................ 7 
SEQUÊNCIA DIDÁTICA .......................................................................................... 8 
CULTURA DIGITAL ............................................................................................... 12 
APRENDIZAGEM ATIVA ...................................................................................... 14 
METODOLOGIAS ATIVAS ................................................................................... 15 
Aula expositiva dialogada ........................................................................................ 16 
Aula passeio ou de campo ....................................................................................... 17 
Sala de aula invertida............................................................................................... 19 
Seminário ................................................................................................................ 20 
Feira do Conhecimento (de Ciências) ou Científica ................................................. 20 
Jogos/brincadeiras ................................................................................................... 22 
Oficinas ................................................................................................................... 24 
Dramatização .......................................................................................................... 26 
Sarau ....................................................................................................................... 26 
Show de talentos ou feira cultural ............................................................................ 27 
Simulação................................................................................................................ 28 
Iniciação à Pesquisa ................................................................................................. 30 
Projetos ................................................................................................................... 31 
Aprendizagem entre pares, times ou tutoria ............................................................. 33 
Roda de conversa .................................................................................................... 34 
Gamificação ............................................................................................................ 35 
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 37 
 
 
 
 
 
2 
 
 INTRODUÇÃO 
Neste material apresentamos diferentes possibilidades de organização do trabalho 
pedagógico, a partir das habilidades propostas pela BNCC. Nosso objetivo é contribuir 
tanto com a leitura vertical quanto horizontal das habilidades, a fim de viabilizar a leitura 
panorâmica das competências a serem desenvolvidas pelos estudantes no cotidiano 
escolar. 
A leitura vertical das habilidades diz respeito à compreensão do que necessita ser 
desenvolvido durante o ano, tendo em vista o aprofundamento e a progressão dos 
conhecimentos. A leitura horizontal das habilidades refere-se à relação existente entre as 
diferentes habilidades no decorrer dos anos, possibilitando, desse modo, a consolidação 
da aprendizagem. Já a visão panorâmica é realizada para além das habilidades, por meio 
da integração que possibilita o desenvolvimento de competências. 
A construção deste Caderno está fundamentada nos conceitos e pressupostos do 
Documento de Referência Curricular para Mato Grosso, Anos Iniciais. Material 
elaborado em regime de colaboração, por professores das diferentes redes de ensino do 
Estado de Mato Grosso. Esperamos que este texto possibilite a visualização do trabalho 
realizado a partir das Metodologias Ativas, com enfoque nos Direitos de Aprendizagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
PLANEJAMENTO DO TRABALHO PEDAGÓGICO NOS ANOS INICIAIS 
O tema planejamento, enquanto um tópico da Didática, não tem sido muito 
tematizado nas produções acadêmicas brasileiras, isso se considerarmos o enfoque já 
realizado na década de 70, quando a organização curricular era expressa pela capacidade 
de os professores anteciparem, por meio do planejamento, o ato pedagógico de ensinar. 
Esse aspecto já foi tematizado por Candau (1982, 2004) quando a autora 
problematizava a centralidade da organização curricular tanto no planejamento (com um 
perfil baseado na racionalidade técnica) quanto na avaliação educacional. 
Para os Anos Iniciais, a BNCC estabelece dois pontos norteadores que serão 
retomados como eixo para o planejamento: 
 
Ao pensar na temática culturas infantis tradicionais e contemporâneas, tanto as 
práticas tradicionais relacionadas ao repertório cultural devem estar presentes no 
planejamento do professor quanto as práticas contemporâneas devem estar integradas nas 
ações pedagógicas e serem desenvolvidas pela escola. Portanto, ao planejar o ensino de 
algum objeto do conhecimento, o professor deverá considerar o contexto em que a criança 
se insere e a sua relação com as diferentes culturas infantis. 
 
 
 
 
 
 
Focalizar essas culturas infantis, não significa reportar as crianças a um passado 
vivenciado pelo professor, mas sim, considerar como as crianças se relacionam com o 
mundo, como brincam, do que brincam e como vivenciam a infância. 
Culturas infantis tradicionais 
e contemporâneas
Alfabetização
Pensar em garantir os direitos de 
aprendizagem não equivale a idealização 
dos sujeitos. As crianças estão inseridas 
em diferentes realidades que devem ser 
consideradas como ponto de partida para 
o planejamento de ações pedagógicas. 
 
4 
 
A Alfabetização é entendida como uma aprendizagem necessária para todas as 
áreas do conhecimento, e progride quando se torna mais complexa, a partir do momento 
em que a criança avança em sua aprendizagem. Esse entendimento sugere que a 
alfabetização não está restrita ao sistema da língua portuguesa e da matemática, mas se 
amplia para todos os sistemas de conhecimentos escolarizadoscomo História, Geografia, 
Ciência, Tecnologia, Arte entre outros. 
A valorização do conhecimento de mundo da criança, de nenhuma forma é 
contraditória com a necessidade de apropriação de repertório cultural em esferas 
legitimadas. É por meio do reconhecimento de si e dos conhecimentos produzidos em sua 
comunidade que o estudante pode se colocar diante de saberes sociais produzidos 
historicamente, e desse modo, legitimados como importantes para o ambiente de 
escolarização. 
É nessa articulação de conhecimentos tradicionais com conhecimentos 
transpostos do âmbito científico para o escolar, via planejamento, que os estudantes terão 
seus direitos de aprendizagem e participação social garantidos. 
Conforme apresentado a seguir, o planejamento precisará contemplar diferentes 
dimensões do desenvolvimento humano em uma perspectiva inclusiva, apresentando as 
habilidades e sua articulação com os objetos de conhecimento a serem trabalhados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nesta organização são apresentadas possibilidades de planejamento para as 
realidades: 
 
Campesina 
 
Urbana 
 
 Quilombola 
 
 Especial 
 
 Indígena 
 
 
5 
 
Como professores, sabemos que na dinâmica da escola o planejamento possui 
distintas funcionalidades. Ao iniciarmos o ano letivo elaboramos junto aos nossos pares 
o planejamento anual, que anteriormente era utilizado para listar conteúdo/assuntos a 
serem abordados no decorrer do ano letivo. A partir da BNCC, o conteúdo deixa de ser 
algo central, passando a ser destaque: 
Assim, o foco passa a ser as habilidades a serem construídas para cada ano, as 
competências consolidadas e os direitos de aprendizagem a serem garantidos a todos os 
estudantes. 
 
Outro momento de planejamento vivenciado na escola é o bimestral ou mensal, já 
realizado com o foco na organização e na execução do trabalho pedagógico durante um 
período mais curto. É um momento onde é possível compreender se estamos utilizando o 
tempo de forma equivalente ao planejado para o ano. Esse momento possibilita a 
reorganização das sequências didáticas em face às peculiaridades dos estudantes e 
momentos de aprendizagem. 
O planejamento ainda possui uma reordenação semanal e diária, e contemplam os 
planos de aula dos professores. Nesse sentido, a importância da participação do 
coordenador pedagógico no planejamento deve ser destacada, uma vez que ele é 
responsável por articular as ações pedagógicas entre os professores, pontuando e 
colaborando para a melhoria da atuação dos professores. 
HABILIDADES COMPETÊNCIAS
DIREITOS DE 
APRENDIZAGEM
Mais do que focalizar no que ensinar, 
precisamos entender para que ensinamos 
determinados conhecimentos, agora 
denominados como objeto de 
conhecimento. 
 
6 
 
Considerando o importante papel do coordenador pedagógico na articulação das 
ações que envolvam o planejamento docente, é importante perceber que estas envolvem 
diversas atividades e realidades. Portanto, devem ser pensadas em diferentes tempos, a 
fim de prever as ações a serem desenvolvidas no ano, bimestre, mês, semana e cotidiano 
dos estudantes. 
 
 
 
Tendo em vista à realidade escolar, as diferentes formas de planejamento são 
flexíveis, a fim atender as necessidades pedagógicas dos estudantes, permitindo assim 
que o professor trabalhe para a promoção da aprendizagem e não somente para atender o 
estabelecido no plano. 
Por outro lado, necessitamos refletir sobre como nosso planejamento é ou não 
capaz de direcionar o trabalho, para que ele não necessite ser substituído sempre por uma 
improvisação em sala de aula. Por isso, destacamos a importância da avaliação contínua 
do planejamento e dos meios de registros. 
Para esse fim é usual a utilização do caderno de campo, pois, além de contribuir 
para as anotações dos avanços da proficiência dos estudantes, permite aos professores 
avaliarem sua prática continuamente de forma a viabilizar a melhoria no planejamento. 
Planejamento 
Anual
Planejamento 
Bimestral
Planejamento 
Mensal
Planejamento 
semanal
Planejamento 
Diário
Coordenador 
Pedagógico 
 
 Professor 
7 
 
AVALIAÇÃO NOS ANOS INICIAIS 
Nos Anos Iniciais os estudantes passam por mudanças na rotina escolar, isso pois, 
pela primeira vez, nesta etapa da Educação Básica, o processo avaliativo ocorre de 
maneira diferente do que foi vivenciado na Educação Infantil. É um momento em que 
outros instrumentos avaliativos passam a ser utilizados pelos professores. 
À luz dessa questão, frisamos a importância da avaliação se constituir como 
mediadora do processo de ensino-aprendizagem. A avaliação sendo realizada nessa 
perspectiva possibilitará a intervenção pedagógica e garantirá a aprendizagem dos 
estudantes. Concebida neste viés, é provável que ela não se torne apenas um mecanismo 
de preparação para testes e avaliações de larga escala. Segundo Jussara Hoffmann: 
A ação avaliativa precisa considerar as crianças em sua diversidade: sua 
realidade sociocultural, sua idade, suas oportunidades de conhecimento, etc., e 
a diversidade dos professores que atuam com elas. Muitas de suas percepções, 
o que esses pensam sobre as crianças, podem revelar o grau de importância que 
atribuem ao espaço institucional em termos do futuro dessas crianças e em 
relação ao seu desenvolvimento global, nem sempre considerados 
(HOFFMANN, 2015, p. 26). 
A avaliação em uma perspectiva mediadora estrutura-se pela reflexão e ação 
docente em face das necessidades dos estudantes, como dito anteriormente, é um meio 
que deve ser sistematizado pela escola e pelos professores como forma de compreender 
a ação educativa (HOFFMANN, 2015). 
 
A presença de variedades de instrumentos avaliativos nos Anos Iniciais 
As crianças, a partir da escolarização, passarão por diversas situações em que 
serão avaliadas através de diferentes instrumentos avaliativos, tanto no interior da escola 
quanto no ambiente externo. Por este modo, e tomando os devidos cuidados, o contato 
com instrumentos avaliativos também é algo que a criança nos Anos Iniciais precisa 
vivenciar de diferentes maneiras. Nesse sentido, cabe a escola construir instrumentos que 
superem a centralidade da observação e anotações, uma vez que a observação consiste 
em uma forma de avaliar, não sendo, contudo, a única. 
Assim, se as crianças necessitam desenvolver habilidades ligadas à avaliação 
escrita, ou à aplicação de conceitos em determinadas situações problema, cabe a escola 
apresentar essa multiplicidade de experiências para que elas possam construir tais 
conhecimentos. 
8 
 
A esse respeito, salientamos que ao finalizar o segundo ano dos Anos Iniciais, as 
crianças passarão pela primeira experiência de avaliação externa, todavia, tal avaliação 
não pode consistir no primeiro contato com esse tipo de instrumento avaliativo. 
Ainda que a escola opte, por não aplicar provas já no segundo ano, toda a equipe 
pedagógica deve estar atenta à necessidade de apresentar a estrutura das questões 
utilizadas, dos textos trabalhados, enunciados, descritores e unidades temáticas a serem 
abordados, para que as crianças aprendam os objetos de conhecimentos correspondentes 
à essa fase da aprendizagem, e, sobretudo, desenvolvam as competências equivalentes à 
fase do desenvolvimento em que estão. 
É preciso destacar que, quando as práticas pedagógicas são estruturadas a partir 
das metodologias ativas, os instrumentos avaliativos podem assumir diferentes formas de 
registro e funcionalidades. Tendo em vista que essas metodologias estão centradas na 
aprendizagem, que ocorrem a partir de problemas e situações reais que serão vivenciadas 
pelos estudantes ao longo da vivência em sociedade. 
 
SEQUÊNCIA DIDÁTICA 
A Sequência Didática é uma forma de planejamento pedagógico que possui 
inúmeras vantagens para a promoção da aprendizagem ativa. No que diz respeito as 
escolhas metodológicas realizadas pelo professor, é possível incluir diferentesabordagens 
para o trabalho pedagógico. Tendo como base o Pacto Nacional pela Alfabetização na 
Idade Certa -PNAIC e também o Programa Mais Alfabetização - PMALFA, destacamos 
que a Sequência Didática é constituída por etapas, sendo fundamental a conclusão de cada 
etapa para a realização da próxima (LERNER, 2002). 
 
Fonte: MEC (2017)1. 
 
 
1Imagem extraída do Documento Orientador do PNAIC. 
9 
 
Segundo orientações do PMALF (2018): 
A ordem das ações, no âmbito das sequências didáticas é dada pela crescente 
complexidade e dificuldade dos conhecimentos e conteúdo que mobilizam. Essa 
progressão é a chave para a construção dos conhecimentos, e a organização gradual do 
trabalho é sua característica fundamental. 
 
 Fonte: MEC (2018)2. 
 
 Sequência didática e a construção do currículo 
 
Fonte: PMALFA (2018). 
 
2 Imagem obtida a partir dos documentos orientadores disponibilizados pelo MEC aos Coordenadores 
Estaduais do PMALFA. 
10 
 
Tendo em vista que a BNCC e o Documento de Referência Curricular para Mato 
Grosso, são os documentos normativos e orientadores que subsidiam os currículos das 
escolas públicas de Mato Grosso e, a partir destes os Projetos Pedagógicos e planos de 
aulas dos professores, o trabalho com Sequência Didática como estratégia de ensino deve 
também perpassar por todos esses instrumentos, a fim de que os direitos de aprendizagem 
para cada ano sejam contemplados no planejamento dessa atividade. 
Por este modo, as Sequências Didáticas não podem ser concebidas de maneira 
isolada, a escolha das temáticas a serem trabalhadas devem apresentar intencionalidade 
pedagógica e critérios previamente definidos. 
Essa metodologia de ensino apresenta um conjunto de atividades articuladas entre 
si, sendo que o seu desenvolvimento ocorre de maneira ordenada, mediante a sucessão 
das atividades propostas. Portanto, as atividades devem apresentar uma trajetória bem 
definida com começo, meio e fim. 
Nesse sentido, ao planejar o trabalho com Sequências Didáticas, é importante se 
atentar para as características essenciais dessa atividade, para que a organização do 
trabalho e do tempo pedagógico ocorra de modo qualificado e eficiente. 
 
 
 
Referencialidade 
A sequência didática não é um documento isolado, encontrando 
referência em outros documentos do planejamento, como o plano 
de ensino, o plano da escola e o currículo. Essa é a primeira 
característica da sequência didática, sua referencialidade. Com 
isso, se quer dizer que a sequência não é isolada, devendo observar 
os planos de ensino e da escola, e, em última instância, o currículo. 
Ela sempre possui referência, portanto, está presente em outros 
documentos do planejamento pedagógico. Por isso, é fundamental 
que se tenha clareza das diretrizes anuais que dizem respeito à 
escola como um todo para que a sequência seja elaborada. 
Ordenação 
A sequência apresenta etapas, organizadas segundo uma ordem 
própria: das atividades e conteúdos de menor complexidade para 
aqueles de maior complexidade. A ordenação significa a 
organização gradual da sequência, do conteúdo menos complexo 
ao mais complexo. Dessa forma, há uma lógica na organização da 
sequência didática, que obedece às características dos conteúdos a 
serem trabalhados. Não se pode distribuir os conteúdos ao longo 
Referencialidade Ordenação Objetividade Coerência Flexibilidade Universalidade
Características das Sequências Didáticas 
 
11 
 
da sequência sem a observância dessa lógica de aumento gradativo 
da complexidade. 
Objetividade 
As sequências devem ser objetivas, possíveis de serem executadas 
no tempo proposto, tendo em vista as outras modalidades de 
organização do trabalho pedagógico. A objetividade implica a 
observância da capacidade de realização de uma sequência, tendo 
em vista uma série de aspectos, tais como: o tempo destinado à sua 
realização, as características dos alunos e o tipo de conteúdo 
selecionado para o trabalho. A objetividade exige que a sequência 
didática seja possível de ser realizada, em particular, em virtude do 
fator temporal. Não adianta o professor planejar a execução de uma 
série de tarefas e atividades diante de um tempo inviável para sua 
efetivação. 
Coerência 
Deve haver coerência entre os objetivos a serem atingidos pelas 
sequências (os conhecimentos e as habilidades a serem 
desenvolvidos pelos alunos) e sua proposta metodológica (as 
atividades e ações destinadas a esse desenvolvimento). A 
coerência diz respeito à relação entre teoria e prática. Os 
pressupostos teóricos mobilizados para a construção da sequência 
devem ser coerentes entre si e alinhados com a proposta de ações 
e atividades. Assim, deve haver harmonia entre o que se espera da 
sequência e os caminhos propostos para que seus objetivos sejam 
alcançados. Outro grande problema na elaboração de sequências 
didáticas é o estabelecimento de objetivos desconexos. A 
coerência busca garantir que isso não ocorra. 
Flexibilidade 
As sequências didáticas devem ser flexíveis, abertas a ajustes e 
adequações ao longo de sua efetivação, de maneira que possam 
atender às necessidades das turmas, dos alunos e dos próprios 
professores. A flexibilidade é uma característica muito importante 
para as sequências didáticas, bem como para qualquer modalidade 
de organização do trabalho pedagógico. As sequências se baseiam 
em hipóteses de trabalho, que podem não encontrar 
correspondência em situações concretas específicas. O perfil da 
turma, por exemplo, pode exigir alterações no planejamento 
inicial. Um conjunto significativo de alunos pode não ter 
desenvolvido plenamente habilidades previstas para o ano de 
escolaridade anterior, levando à necessidade de ajustes nas 
sequências. É impossível prever todos os aspectos que podem 
afetar a efetividade de uma sequência, já que estamos diante de um 
fenômeno complexo como é o fenômeno educacional. Isso não 
significa, contudo, que as sequências não possuem nenhuma 
continuidade ou que podem ser alteradas todo o tempo. Contudo, 
sua flexibilidade garante seu atendimento adequado às 
necessidades reais da turma e não apenas àquelas imaginadas. 
Universalidade 
As sequências devem levar em consideração todos os alunos, sem 
exceção, na medida de suas necessidades. A universalidade é um 
imperativo para as sequências didáticas. Ela assegura que todos os 
12 
 
alunos estejam incluídos no planejamento das atividades e ações 
que compõem uma sequência. Isso significa que, desde sua 
elaboração, as atividades a serem desenvolvidas devem ter em seu 
horizonte a enorme heterogeneidade que pode caracterizar os 
alunos de uma turma. O professor deve cuidar para que todos os 
alunos sejam capazes de participar plenamente das ações 
propostas. 
Fonte: Programa Mais Alfabetização (2018). 
 
CULTURA DIGITAL 
Um site bastante interessante, contendo um Referencial pedagógico já articulado 
à BNCC é o http://www.cieb.net.br/. Nesse ambiente virtual, podemos encontrar o 
material denominado Currículo de Referência em Tecnologia e Computação: da 
Educação Infantil ao Ensino Fundamental, que aborda a cultura digital e a construção do 
currículo escolar. 
A seguir apresentamos uma síntese dos temas a serem abordados na organização 
curricular após o alinhamento à BNCC: 
 
 Fonte: CIEB (2018)3. 
Embora pareça complexo trabalhar todos esses temas nos Anos Iniciais, é 
inteiramente possível desenvolver atividades que contemplem as temáticas do eixo 
Cultura Digital, compreendidos nos campos: 
 Cidadania Digital; 
 
3 Referências para a Construção do Currículo em Tecnologia da Computação da Educação Infantil ao 
Ensino Fundamental. Disponível em: http://curriculo.cieb.net.br/.http://www.cieb.net.br/
http://curriculo.cieb.net.br/
13 
 
 Tecnologia e Sociedade; 
 Letramento Digital. 
Os eixos Tecnologia Digital e Pensamento Computacional podem ser encarados 
como etapas da progressão do conhecimento, com objetos que serão apresentados e 
abordados no decorrer do Ensino Fundamental. 
Nesse sentido, é importante que o trabalho com a tecnologia, especialmente nos 
Anos Iniciais, não se resuma a colocar as crianças como expectadoras das aulas ou vídeos, 
mesmo que isso aconteça, às vezes, como uma estratégia para o ensino, tal prática não 
rompe com a lógica passiva de aprendizagem. 
Além da plataforma CIEB, nós professores ainda temos como recurso tecnológico, 
a Plataforma Digital, que disponibiliza inúmeras sugestões de trabalho para a inclusão 
da cultura digital em sala de aula. 
 
 
 
Dos trabalhos mais simples, como manusear o celular, convertido em calculadora, 
ao trabalho de programação/robótica, os estudantes experimentam e descobrem 
funcionalidades, a partir da mediação do professor, tornando a aprendizagem prazerosa e 
prática. 
Com certeza, nem sempre conhecemos as funcionalidades ou “dominamos” todos 
os usos da tecnologia. Existem várias gerações de professores em sala de aula e a 
tecnologia em nosso País foi se desenvolvendo nas últimas décadas de forma muito 
acelerada. Entretanto, ensinamos para uma geração que nasceu e se desenvolveu com tais 
transformações e, por isso, compreendem mais facilmente a cultura digital, sem, muitas 
vezes, ver nela seu potencial para a aprendizagem. Por isso, cabe a nós mediarmos o uso 
escolarizado da tecnologia de forma a tê-la como aliada em nossas práticas pedagógicas. 
Nesse contexto, é importante que não haja momentos estanques para o uso das 
tecnologias, mas que elas estejam inseridas e integradas em diferentes momentos de nossa 
prática. Sugerimos que ocorra a familiarização com os recursos, com os objetos digitais 
de aprendizagem para que cada unidade escolar e seus professores decidam seu melhor 
uso. 
Clique aqui para acessar a Plataforma Digital 
https://www.aprendizageminterativa.seduc.mt.gov.br/ 
 
https://www.aprendizageminterativa.seduc.mt.gov.br/
14 
 
A seguir, apresentaremos um exemplo de planejamento para o primeiro ano dos 
Anos Iniciais, que contempla as Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação – 
TDIC. O modelo enfoca o eixo Cidadania Digital. 
 
 
 Planejamento Linguagem (Campo da vida Pública/Cotidiana) 
 
 
Código da Habilidade 
e articulação à BNCC 
Descrição da 
Habilidade 
Prática Pedagógica 
Avaliação 
CD01LD01+EF15LP09 - 
Expressar-se em situações 
de intercâmbio oral com 
clareza, preocupando-se 
em ser compreendido pelo 
interlocutor e usando a 
palavra com tom de voz 
audível, boa articulação e 
ritmo adequado. 
Reconhecer e explorar 
tecnologias digitais 
 
Trabalhar a definição 
de tecnologia digital, 
usando ou brincando 
em meio digital, com o 
intuito de transferir ou 
manipular dados, por 
exemplo, usando um 
Tablet para tirar foto de 
um parente e gravando 
uma entrevista sobre 
sua história de vida. 
O que avaliar 
A criança identifica as 
características de 
tecnologias digitais? 
Utiliza tecnologias 
digitais para algum 
propósito? 
 
Recursos: http://play.fisher-price.com/pt_BR/gamesandactivities/onlinegames/index.html 
Sugestão de Metodologia ativa 1: Gamificação 
Metodologia Ativa 2: Aprendizagem em Pares, Time ou Tutoria 
Competências Gerais da BNCC: 
CG01 - Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, 
cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de 
uma sociedade justa, democrática e inclusiva. 
CG10 - Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e 
determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e 
solidários. 
APRENDIZAGEM ATIVA 
Originário do Inglês, o termo “aprendizagem ativa” surgiu no intuito de se 
promover um método educativo que oportunizassem as crianças a se desenvolverem para 
uma educação integral (WELTMAN, 2007). O desenvolvimento e a promoção dessa 
http://play.fisher-price.com/pt_BR/gamesandactivities/onlinegames/index.html
15 
 
aprendizagem, requer a utilização de técnicas e estratégias de ensino em que seja possível 
o estudante ser o protagonista no processo de ensino e aprendizagem. 
Nesse contexto, as metodologias ativas são pontos de partida para avançar no 
processo da aprendizagem ativa, tendo em vista a centralidade da aprendizagem no 
estudante. 
METODOLOGIAS ATIVAS 
As metodologias ativas permitem avançar a processos mais elaborados de 
reflexão, de integração cognitiva, de generalização e de reelaboração de novas práticas 
(MORAN, 2015, p. 18). Por meio delas, é possibilitado ao estudante participar de maneira 
mais ativa no contexto de escolarização, o que faz com que a aprendizagem se torne mais 
efetiva e significante. 
Existem vários procedimentos que evidenciam a opção pedagógica pela 
aprendizagem ativa. Neste caderno, apresentamos algumas possibilidades, destacando 
que os professores podem utilizá-las, caso entendam pertinentes, mas também, podem 
modifica-las ou criar outras. 
Neste material a discussão será mais detalhada como um inventário de práticas 
que podem ser aplicadas para estruturar momentos de aprendizagem, focalizando o 
desenvolvimento de habilidades e competências. 
No link a seguir são apresentadas diferentes formas de organização da prática 
docente que podem auxiliar no fazer pedagógico diário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://novaescola.org.br/conteudo/11897/como-as-metodologias-ativas-favorecem-o-aprendizado 
 
https://novaescola.org.br/conteudo/11897/como-as-metodologias-ativas-favorecem-o-aprendizado
16 
 
Aula expositiva dialogada 
 
 
 Fonte: Oficina da mente (2019)4. 
A aula expositiva é uma das mais antigas formas de ensino. Ela se baseia na 
exposição de um tema pelo professor à turma. Embora tenha passado por diferentes 
críticas, principalmente devido a mudança de paradigma educacional, da centralidade no 
professor e seu saber, atualmente direcionada ao estudante e a maneira como ele aprende, 
a aula expositiva ainda mostra sua vitalidade em diferentes escolas brasileiras. 
A possibilidade de encará-la como uma experiência dialética advém de Paulo 
Freire e, nesse sentido, ela pode ser estruturada não somente como uma exposição de 
temas, mas, sobretudo, como o espaço de debates e trocas de saberes sobre os mesmos. 
A partir de um enfoque embasado na metodologia ativa, são imprescindíveis a 
contextualização do tema, a exposição da intencionalidade pedagógica da aula, a 
produção de algo que torne o conhecimento aprendido aplicável ou que possibilite 
registro e sistematização. 
Exemplo da Dinâmica da atividade:5 
O professor: 
 Contextualiza o tema, buscando mobilizar as estruturas mentais quanto aos 
conhecimentos prévios que os estudantes possuem, e articula com os que serão 
apresentados; apresenta os objetivos do estudo e a sua relação com o 
componente curricular. 
 
4 Disponível em: http://oficinadamente.com/a-fala-que-nao-diz-ou-a-escuta-que-nao-ouve/ 
5 A dinâmica da atividade foi extraída do livro Processos de Ensinagem na Universidade, de Lea das 
Graças C. Anastasiou e Leonir Pessati Alves. 
http://oficinadamente.com/a-fala-que-nao-diz-ou-a-escuta-que-nao-ouve/
17 
 
 Faz a exposição, previamente planejada e bem estruturada e dialoga com os 
estudantes, buscando estabelecer conexões entre as experiências vivenciadas 
por eles, com o objeto de estudo e o componente curricular. 
 Ouve o estudante, no intuito de identificar sua realidade e seus conhecimentos 
prévios, que podem mediar a compreensão crítica do assunto e problematizaressa participação. 
 
 
 
 
Aula passeio ou de campo 
 
 
 Fonte: G1.com (2016)6. 
A prática da aula passeio é atribuída a Freinet, um educador francês que acreditava 
que experiências concretas eram capazes de criar um ambiente facilitador para a 
aprendizagem. 
Pelo caráter de descoberta, a aula passeio apresenta muitas potencialidades para a 
aprendizagem de crianças nos Anos Iniciais. Entretanto, para a realização desse trabalho 
são necessários alguns cuidados para que a aula não se caracterize tão somente como um 
 
6 Disponível em: http://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2016/05/museus-oferecem-programacao-
especial-ate-o-dia-22-de-maio-em-mt.html 
O forte dessa estratégia é o diálogo, com espaço para 
questionamento, críticas e solução de dúvidas. Sendo 
fundamental possibilitar ao grupo de estudantes, refletir 
sobre o que está sendo tratado, a fim de que os 
conhecimentos sejam mobilizados. 
http://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2016/05/museus-oferecem-programacao-especial-ate-o-dia-22-de-maio-em-mt.html
http://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2016/05/museus-oferecem-programacao-especial-ate-o-dia-22-de-maio-em-mt.html
18 
 
passeio e sem intencionalidade pedagógica e assim não contribua para a aprendizagem 
dos estudantes. 
Por este modo, a aula de campo deverá ser revestida de uma intencionalidade 
pedagógica, e deverá passar por quatro momentos fundamentais, a saber: 
 
 
Possibilidades proporcionadas pela aula passeio ou de campo: 
 Integração entre teoria e prática; 
 Observação e contato direto com os elementos que compõem o objeto de estudo; 
 Contextualização, que permite a compreensão dos conceitos e a sua relação com 
a vivência dos estudantes; 
 Interdisciplinaridade, pois possibilita a exploração de uma grande variedade de 
conteúdo; 
 Ambiente motivador que favorece a relação positiva entre os professores e os 
estudantes. 
Nesses momentos algumas questões podem auxiliar no planejamento: 
1. Como posso preparar as crianças para um passeio? Para onde ir, com que 
intenção? Eu já conheço o lugar para apresenta-lo para as crianças? 
2. Como posso tornar a aula passeio prazerosa e proveitosa? 
3. Como posso resgatar elementos da aula passeio ao retornar para a sala de aula? 
• PlanejamentoPreparação
• Execução da aulaAção
• Estabelecer relações com 
outros contextos
Prolongamento
• Externalizar o aprendizadoComunicação
19 
 
4. Como posso realizar um fechamento que me mostre o que e como as crianças 
aprenderam? 
 
Sala de aula invertida 
O princípio da sala de aula invertida consiste em delegar aos estudantes a 
responsabilidade de ensinar um determinado tema, executar uma tarefa ou construir um 
produto. Para isso, é importante que o professor conheça os momentos da sala de aula 
invertida, para assim orientar e preparar os estudantes para a ação delegada que é, 
basicamente: 
 Estudar o material preparado pelo professor; 
 Solicitar orientação do professor sobre a temática estudada; 
 Apresentar uma síntese ou aplicação do conhecimento aprendido, seja em 
grupo ou individualmente. 
Nesse sentido, os momentos da sala de aula invertida se organizam em torno do 
antes da aula, durante a aula e depois da aula. 
 
 Fonte: Ensino Virtual de Química (2018)7.
O mais próximo que conhecemos do modelo de sala de aula invertida é o 
seminário, que também consiste em estratégia pertinente para inverter a lógica de ensino 
centralizada no professor. Entretanto, a dinâmica do seminário precisa considerar outras 
etapas, geralmente não abordadas na realidade escolar cotidiana. 
 
7 Disponível em: https://ensinovirtualdequimica.blogspot.com/ 
https://ensinovirtualdequimica.blogspot.com/
20 
 
O professor pode se perguntar, como realizar um trabalho nesses moldes nos 
Anos Iniciais ??? 
 
 
 
 
 
Seminário 
O seminário é uma estratégia utilizada com estudantes maiores, pois, assume a 
mesma sistemática da sala de aula invertida, requer responsabilidade e compromisso que 
crianças não aprenderam a exercer ainda. Entretanto, adaptando a prática, é possível fazer 
com que os estudantes apresentem um tema, partilhem conhecimento e se coloquem na 
situação de ajudar outros colegas a aprenderem. Além disso, o Seminário permite que a 
responsabilidade seja partilhada entre os membros de uma equipe. 
 
 
 
 
 
 
 
Embora a prática de seminário não seja comum nos Anos Iniciais, bem como a 
sala de aula invertida, frisamos que é possível a utilização de tais estratégias de ensino 
nesses anos de escolarização. 
 
Feira do Conhecimento (de Ciências) ou Científica 
Na estrutura de um seminário clássico há a presença de um: 
Já fizemos, muitas vezes, você se lembra da 
estrutura da feira de ciências em que colocávamos as 
crianças para pesquisar, tirávamos as dúvidas e elas 
apresentavam o resultado? 
Espiritualista, aquele que tornará o ambiente calmo e propício para a 
aprendizagem (preparar a sala ou outro espaço); 
 Animador, aquele que fará uma dinâmica (brincadeira) para que a 
aprendizagem possa ser divertida; 
 
Cronometrista, que será responsável por distribuir o tempo de fala entre os 
expositores (coordenará a apresentação, mestre de cerimônia); 
 
Expositores, que falaram sobre o tema da aula (apresentadores). 
 
21 
 
A Feira do Conhecimento, é uma prática pedagógica antiga, geralmente utilizada 
para a exposição dos trabalhos dos estudantes, e pode ser retomada como um importante 
instrumento de iniciação à pesquisa. É uma prática que pode ser convertida em momento 
de integração curricular, se todos os professores (ou o unidocente) se dispuserem a 
trabalhar um tema de forma integrada. Ela pode também estar articulada a um projeto 
interdisciplinar, caso essa seja a opção da escola. 
É importante pensar que em uma organização pedagógica como a Feira do 
Conhecimento, os estudantes aprendem juntos, precisam construir uma explanação do 
que aprenderam e ainda elaboram um produto para expor (maquete, planta, experimento, 
etc.). Essas atividades, mais do que um simples fazer, mobilizam habilidades 
socioemocionais importantes como: responsabilidade, respeito ao outro, liderança, 
comprometimento, criatividade, etc. 
Além disso, com essa prática da Feira, percebemos participação mais efetiva dos 
responsáveis pelas crianças, visto que esse momento de estudo é sempre seguido de uma 
culminância. A seguir, apresentamos as vantagens de se trabalhar com a Feira do 
Conhecimento8. 
 
 
 
 
 
 
 
8 Possibilidades inferidas a partir do texto “Feiras de ciências: produção estudantil, avaliação, 
consequências, de Mancuso (2009). 
Crescimento pessoal e ampliação das vivências e conhecimentos, pois os 
estudantes têm a oportunidade de ouvir comentários e serem questionados sobre 
o trabalho que produziram; 
Desenvolvimento de capacidades comunicativas e de relacionamento, 
devido a troca de ideias com outras pessoas e o trabalho com o público, 
mobilizando assim habilidades sócio emocionais; 
 
 
 
 
Mudanças de hábitos e atitudes, tendo em vista o desenvolvimento da 
autoconfiança e da iniciativa; 
 
 
 
Desenvolvimento da criticidade e da capacidade de avaliação, pois os 
estudantes têm a oportunidade de observar, discutir e examinar os trabalhos 
realizados por outros, o que proporciona o reconhecimento de suas limitações, 
e a importância dos demais trabalhos; 
 
 
Possibilidades proporcionadas pela Feira do Conhecimento 
22 
 
 
 
 
 
 
Jogos/brincadeiras
A inserção de jogos como estratégia pedagógica é bastante utilizada nos Anos 
Iniciais. Seria possível construir um inventário, contendo inúmeras experiências de 
professores que se utilizam de várias formas de jogos, desde os mais tradicionais,como 
os de tabuleiro, até os mediados pelas tecnologias (software) para ensinar conhecimentos 
que envolvem raciocínio lógico e resolução de problemas. Por isso, a seguir apenas 
recordaremos como a utilização dessa ferramenta pode se configurar em metodologia 
ativa. 
Maior estímulo, envolvimento e motivação, tendo em vista que os temas são 
escolhidos pelos próprios estudantes e as atividades preparadas por eles; 
 
 
 
Amplia a criatividade e conduz às diferentes inovações, pois os estudantes 
buscam descobrir formas diferentes de realizar seus trabalhos, a fim de que sua 
apresentação se torne mais interessante e atraente; 
 
 
 O desenvolvimento de 
atividades como a Feira do 
Conhecimento, requer a 
condução do trabalho por 
um Professor orientador, e 
o envolvimento de vários 
mediadores. 
 
 
23 
 
 
Seja individual ou coletivamente, o professor pode, em vários espaços da escola, 
inserir ou articular objetos de conhecimentos que considerar pertinentes. É preciso 
entender que alguns jogos demandam de estrutura, recursos, materiais específicos, porém, 
há outros que necessitam apenas de um espaço. 
Jogos como dama, xadrez, stop, demandam apenas de espaço e disposição dos 
participantes, sendo possível encará-los como forma de tornar a criança protagonista na 
apreensão das regras, na coordenação e socialização dos conhecimentos necessários para 
a realização do jogo/brincadeira. 
 
Fonte: InforMídia (2015)9. 
Um fator importante e que merece ser destacado diz respeito aos termos jogos e 
brincadeiras. Não tivemos a preocupação em distingui-los, pois o que se considera jogos 
nos Anos Iniciais, pode se converter perfeitamente em brincadeira, dado que as crianças 
não realizam a distinção entre essas práticas lúdicas. 
 
9 Disponível em: http://www.informamidia.com.br/cinco-brincadeiras-para-fazer-com-seus-filhos-no-
dia-das-criancas/ 
A partir dos jogos a criança brinca, e 
também constrói estratégias para: 
 Participar 
 Colaborar; 
 Vencer. 
Além de aprender regras, constrói seu 
raciocínio a partir de padrões, 
probabilidades, ameaça. 
http://www.informamidia.com.br/cinco-brincadeiras-para-fazer-com-seus-filhos-no-dia-das-criancas/
http://www.informamidia.com.br/cinco-brincadeiras-para-fazer-com-seus-filhos-no-dia-das-criancas/
24 
 
 
 Fonte: Cultura Mix (2019)10. 
 
A importância dos desafios 
Quando trabalhamos com jogos, é fundamental nos atentarmos para a necessidade 
de mantermos o caráter desafiador dos mesmos. Por isso, é aconselhável que o professor 
desafie os estudantes a avançarem na aprendizagem a partir dessa ferramenta pedagógica, 
de forma que essa estratégia não se restrinja apenas a um instrumento de repetição de 
aprendizagens já consolidadas. 
A exemplo, podemos citar o ensino da matemática a partir dos jogos. É comum 
vermos crianças que gostam e querem repetir um mesmo jogo sem que sejam inseridas 
regras ou desafios novos. Nesse sentido, cabe aos professores perceberem se tais crianças 
gostam, tão somente por já conhecerem ou decorarem a regra do jogo e assim, aos poucos, 
inserirem novos desafios para que as crianças progridam na aprendizagem. 
Oficinas 
Algumas brincadeiras dependem de materiais previamente elaborados. Esses 
materiais podem ser confeccionados por meio de oficinas, em que as crianças poderão 
experienciar momentos de construção e criação. Essa atividade promove o 
desenvolvimento cognitivo, pois há um estímulo ao pensamento lógico matemático, a 
linguagem e a memória, além de vínculos afetivos proporcionados pelo contato com 
 
10 Disponível em: https://www.culturamix.com/bizarro/divertido/brincadeiras-engracadas/ 
https://www.culturamix.com/bizarro/divertido/brincadeiras-engracadas/
25 
 
brincadeiras vivenciadas, muitas vezes, pelos pais ou familiares, como exemplificado a 
seguir. 
Fonte: BlogCamp (2019)11. 
 
As oficinas podem consistir em importante estratégias para o trabalho com 
algumas habilidades, especialmente quando não dispomos de uma determinada expertise. 
Por isso, é preciso admitir que não sabemos tudo e que também estamos dispostos a 
aprender com as crianças. Para as crianças é importante saber que o professor também 
não sabe algumas coisas, mas que pode aprender, como qualquer pessoa. 
É possível a realização de oficinas por meio de parcerias com diferentes 
profissionais ou colegas de trabalho que possuem conhecimentos específicos sobre a 
temática a ser abordada. Muitas vezes, possuímos habilidades diferenciadas e podemos 
facilitar a realização de oficinas em parceria com colegas de profissão que não possuem 
as mesmas habilidades, ou até mesmo necessitamos aprender fazendo, mostrando 
abertura ao constante aprender. 
Como expresso anteriormente, um exemplo interessante de oficina é aquela 
voltada à construção de brinquedos, onde é possível trabalhar de maneira integrada às 
diferentes Áreas do conhecimento e componentes curriculares, articulando assim os 
objetos de conhecimento. 
Nesse cenário os estudantes pesquisam sobre culturas diferentes, bem como sobre 
a origem de brinquedos, aprendem conhecimentos que são pré-requisitos para a 
fabricação, montam, constroem e, posteriormente, brincam com os colegas. 
 
11 Confecção de material para uma brincadeira tradicional (Pipa). Disponível em: 
https://blogcamp.com.br/fazer-pipa-passo-a-passo/ 
https://blogcamp.com.br/fazer-pipa-passo-a-passo/
26 
 
 
Fonte: Como fazer artesanatos (2012)12. Fonte: Como fazer artesanatos (2012). 
 
Dramatização 
Nos Anos Iniciais é muito comum encontrarmos crianças que se envolvem e 
demonstram habilidades ligadas à dança, música ou teatro. Por isso, oportunizar 
momentos em que a dramatização ocorra na escola pode aproximar as crianças de 
diferentes formas de manifestações artísticas. Os docentes podem também escrever peças, 
adaptar histórias já conhecidas, montar roteiros e convite com as crianças de forma que 
elas encenem aquilo que foi aprendido e produzam materiais ligados às experiências 
vivenciadas. 
 
 Fonte: Abrin (2019)13. 
Sarau 
O sarau é uma prática antiga e muito comum nos ambientes escolares. Para 
realizar um trabalho utilizando esse recurso, assim como qualquer outro, é preciso que o 
 
12 Disponível em: https://www.comofazerartesanatos.com.br/brinquedos-reciclados-como-fazer-passo-
a-passo/ 
13 Disponível em: https://www.abrin.com.br/pt-br/noticias/86-expositores/447-fantoches-gonzaga-
apresenta-bonecos-de-personagens-de-contos-infantis 
https://www.comofazerartesanatos.com.br/brinquedos-reciclados-como-fazer-passo-a-passo/
https://www.comofazerartesanatos.com.br/brinquedos-reciclados-como-fazer-passo-a-passo/
https://www.abrin.com.br/pt-br/noticias/86-expositores/447-fantoches-gonzaga-apresenta-bonecos-de-personagens-de-contos-infantis
https://www.abrin.com.br/pt-br/noticias/86-expositores/447-fantoches-gonzaga-apresenta-bonecos-de-personagens-de-contos-infantis
27 
 
professor realize o planejamento das ações a serem desenvolvidas. Para tanto, é preciso 
que o docente perceba a importância dos estudantes conhecer os gêneros textuais e a 
estrutura específica de determinados textos. 
Esta metodologia, é uma importante ferramenta para o desenvolvimento da leitura 
e a escrita compartilhada e autônoma nos processos de progressão da aprendizagem da 
escrita, leitura e oralidade. 
No âmbito da alfabetização, os professores podem focar nas parlendas, quadras, 
quadrinhas, rimas mais simples, enquanto que, nos anos finais da unidocência é possível 
focalizar um pouco mais na produção textual de poemas com rimas mais complexas (mas 
adequadas à faixa etária) ou ainda, investirna prosa, na criação de pequenos contos, etc. 
Como dito anteriormente, a produção textual também pode ser trabalhada na 
perspectiva dos gêneros ou tipologias. Assim, é importante trabalhar com as crianças a 
produção de convites, panfletos de divulgação, cartazes, etc.
 
 Fonte: Diocesano (2015).14 
 
Show de talentos ou feira cultural 
O Show de talentos ou feira cultural é uma estratégia que poderá ser desenvolvida 
no interior de um projeto. Por meio desse recurso é possível trabalhar de forma integrada 
as habilidades cognitivas bem como as habilidades socioemocionais. Vale ressaltar que 
na Rede estadual de Mato Grosso existem excelentes relatos de experiência de professores 
unidocentes. Tratam-se de práticas bastante criativas que envolvem trabalhos 
interdisciplinares realizados com a participação de educadores de educação física, 
música, arte e que possuem grande aceitação por parte dos estudantes. 
 
14 Disponível em: https://diocesanosantaluzia.com.br/destaque/sarau-poetico-criancas-e-poesias-um-
mundo-de-magia-de-17-a-20-novembro/ 
https://diocesanosantaluzia.com.br/destaque/sarau-poetico-criancas-e-poesias-um-mundo-de-magia-de-17-a-20-novembro/
https://diocesanosantaluzia.com.br/destaque/sarau-poetico-criancas-e-poesias-um-mundo-de-magia-de-17-a-20-novembro/
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Nessa forma de trabalho, os estudantes podem escolher suas preferências, 
pesquisando sobre culturas diversas, criando com a ajuda do professor, diversas 
apresentações. 
 
 
 Fonte: Diário de Olímpia (2019)15. 
 
Simulação 
A simulação é uma prática bastante presente no cotidiano dos Anos Iniciais, 
geralmente não nomeamos essa prática ou damos pouca ênfase a ela. Além de precisar de 
pouca estrutura, também demanda de pouco investimento para a caracterização do espaço 
ou dos sujeitos que participarão dessa atividade. 
 
 
Vamos considerar que as crianças estão em um mercado para realizar a compra 
do mês, precisamos de pessoas que serão os trabalhadores do mercado e outros que serão 
os compradores. 
 Nessa atividade faremos a caracterização do espaço, por isso, precisamos que 
nossa sala se pareça com um mercado. Podemos pedir, antecipadamente, que as crianças 
tragam embalagens diversas para a caracterização do nosso supermercado ou mercadinho, 
conforme imagem a seguir. 
 
15 Disponível em: https://leonardoconcon.com.br/wp-content/uploads/2016/04/showdetalentos-1.jpg 
Exemplo de Atividade de Simulação: Mercado 
https://leonardoconcon.com.br/wp-content/uploads/2016/04/showdetalentos-1.jpg
29 
 
 
Fonte: Colégio Riachuelo (2019)16. Fonte: Colégio Riachuelo (2019). 
Por meio dessa estratégia, podemos entender um pouco mais sobre como as 
crianças participam das atividades da família. Algumas crianças falarão espontaneamente 
dos produtos que compram, que é muito caro, que os preços estão subindo, pois repetirão 
a maneira de os responsáveis falarem sobre isso. 
Posteriormente, podemos trabalhar com a confecção dos preços dos produtos, 
criando algumas regras com nossos estudantes (serão próximos aos reais, serão 
inventados?). Dependendo do objeto de conhecimento a ser trabalhado, o professor pode 
ensinar sobre formas geométricas, números, sistema monetário, etc. 
É interessante também construir com as crianças um sistema monetário próprio, 
tudo dependerá da progressão da aprendizagem dos estudantes e até onde o professor 
deseja chegar com a simulação. 
Logo abaixo, indicamos uma fonte onde é possível criar dinheirinho de brinquedo 
e posteriormente imprimi-lo. Há inda no mesmo endereço, um tutorial de como criá-los 
de maneira manual. 
 
Esta atividade propicia um momento ideal para alertar as crianças acerca do valor 
do trabalho, e abrir espaço para que elas dialoguem e compreendam a maneira legitimada 
socialmente para o acesso ao dinheiro. 
 
 
 
16 Disponível em: http://colegioriachuelo.com.br/fundamental/galerias/ver_galeria/238/ 
 Acesse aqui para saber como criar dinheirinho de brinquedo: 
https://pt.wikihow.com/Fazer-Dinheiro-de-Brinquedo 
 
 
 
Acesse esse vídeo e veja como é possível destacar o valor do dinheiro: 
https://www.youtube.com/watch?v=vRz-ZPeUJ_g 
 
http://colegioriachuelo.com.br/fundamental/galerias/ver_galeria/238/
https://pt.wikihow.com/Fazer-Dinheiro-de-Brinquedo
https://www.youtube.com/watch?v=vRz-ZPeUJ_g
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Iniciação à Pesquisa 
 
 Fonte: Longfordpc (2019)17. 
 A iniciação à pesquisa é uma forma de manter viva nas crianças aquela 
curiosidade que elas trazem desde muito pequenas, e, que, contudo, vão perdendo devido 
a maneira como a tratamos quando questionam demais. 
Ver a partir do olhar da criança é um exercício para todos nós, não só na educação 
infantil, mas também nos Anos Iniciais. Mesmo que seja comum escutarmos que ao 
chegar nessa fase “ a brincadeira precisa acabar, pois agora é coisa séria”, é preciso 
registrar, sempre que possível, que as crianças, e todos nós, aprendemos quando estamos 
interessados em determinados temas. Para criança, o interesse é desperto quando a mesma 
consegue imaginar, criar, produzir e, sobretudo, brincar. 
Cabe ao professor revelar para as crianças que durante a realização de uma 
pesquisa é muito importante que a observação seja atenta, que o registro seja cuidadoso 
e que toda a ação executada precisa ser muito bem refletida. A atenção dispensada a esses 
elementos durante a investigação fará com que os estudantes progridam em seus 
conhecimentos. 
 
17 Disponível em: https://longfordpc.com/explore/kindergarten-clipart-science/ 
https://longfordpc.com/explore/kindergarten-clipart-science/
31 
 
 
 Fonte: Longfordpc (2019)18. 
Como forma de despertar o interesse das crianças para um determinado tema, o 
professor pode se utilizar de experimentos simples que podem ser desenvolvidos até 
mesmo em sala de aula e sem a necessidade de investimento em recursos. 
 
 
 
Projetos 
A realização de projetos sempre foi muito incentivada na escola, assim como 
algumas metodologias já apresentadas neste material, essa prática não é nova no contexto 
escolar. O importante destacar é que o projeto pode assumir o status que a equipe 
pedagógica decidir. 
Assim sendo, o projeto pode ser uma realização do professor, no contexto da sua 
sala de aula, devido à necessidade que nasce da relação com seus estudantes, ou ainda, 
pode ser algo que represente o desejo de outros docentes/toda escola. 
Em alguns contextos verificamos que é comum o trabalho entre pares que atuam 
com uma mesma faixa etária ou ano, pois existe a convergência de objetivos pedagógicos. 
Em outros momentos, podemos verificar a atuação interdisciplinar ou integrada entre os 
professores de uma escola. Mesmo sendo mais raro, o projeto pode representar o desejo 
de toda a comunidade escolar, devido a uma demanda maior que impulsiona a criar 
espaços de diálogos ou soluções para problemas. 
 
18 Disponível em: https://longfordpc.com/explore/kindergarten-clipart-science/ 
Acesse esse link e veja as inúmeras possibilidades de experimentos: 
http://cmais.com.br/x-tudo/arquivo/listadeexperiencias.htm 
https://longfordpc.com/explore/kindergarten-clipart-science/
http://cmais.com.br/x-tudo/arquivo/listadeexperiencias.htm
32 
 
Sendo elaborado com um grupo menor ou maior, enquanto metodologia ativa é 
importante que ele seja assumido pelos estudantes, nesse caso crianças. Assim, mesmo 
que o professor, professores, equipe pedagógicaou comunidade escolar, deseje que tudo 
seja perfeito, é fundamental que as crianças não sejam meras expectadoras das atividades, 
das produções e apresentações. 
O fazer da criança é belo, o esforço para produzir algo deve ser considerado como 
elemento importante na construção de conhecimento ou produtos ligados a essa 
construção. Nesse sentido, validar as ações das crianças é de extrema importância para 
que elas se mantenham confiantes no trabalho a ser desenvolvido, ainda que haja 
correções a serem feitas, essas podem assumir um caráter avaliativo motivador e não 
imobilizador. 
 
 
 
Um exemplo de projeto da sala pode ser a mala de leitura (e suas inúmeras 
variações) em que a criança leva para casa o material, produz uma síntese e possui espaço 
para conversar sobre a leitura ou o canto de histórias em que há a possibilidade do 
desenvolvimento da oralidade. 
 
 Fonte: Longfordpc (2019)19.
Nesse sentido, caso haja necessidade de melhorar a leitura das crianças, a unidade 
escolar poderá elaborar um projeto específico para a formação de leitores. 
 
19 Disponível em: https://longfordpc.com/explore/kindergarten-clipart-science/ 
Exemplo de Atividade com Projeto: Mala de Leitura 
https://longfordpc.com/explore/kindergarten-clipart-science/
33 
 
É preciso alertar que a opção da escola pode ser pela leitura deleite, de forma a 
garantir a fruição. Nesses momentos, existirão protocolos diferenciados de leitura, em 
alguns momentos o professor fará a leitura, em outros, as crianças farão de forma coletiva 
ou autônoma, existindo sempre a necessidade de espaços para diálogo acerca do material 
lido, de partilha e decisão sobre novas leituras. 
 
Aprendizagem entre pares, times ou tutoria 
 
 
 Fonte: Longfordpc (2019)20.
Com essa prática, que consiste em fortalecer os vínculos entre os estudantes, o 
professor primeiro necessitará fortalecer os estudantes como um time, salientando que 
alguns membros precisam de treinamento extra, a ser realizado por outros membros do 
time. Se é verdade que aprendemos mais quando ensinamos, nessa estratégia, os 
professores poderão, não só melhorar a aprendizagem daqueles que estão com alguma 
dificuldade, mas também consolidar a aprendizagem daqueles que compreenderam os 
objetos de conhecimento trabalhados. 
Além disso, é preciso considerar que cada criança possui um jeito próprio de 
compreender o que ensinamos, o tutor, por ser criança e conhecer o colega, pode nos 
auxiliar a criar estratégias mais efetivas para atingir nossos objetivos pedagógicos. 
 Sabe-se que a realização da transposição didática (transformação do 
conhecimento científico em conhecimento escolar) não é uma ação simples a ser realizada 
pelos professores, por essa razão, em muitos casos, o auxílio de um colega de turma mais 
 
20 Disponível em: https://longfordpc.com/explore/kindergarten-clipart-science/ 
https://longfordpc.com/explore/kindergarten-clipart-science/
34 
 
experiente pode contribuir significativamente para a aprendizagem escolar. Ademais, o 
trabalho entre os pares também facilita a prática docente, pois permite o atendimento 
individualizado de um número maior de estudantes, dado que os discentes “tutores” farão 
a socialização dos conhecimentos com os colegas. 
 
 Fonte: Steven D. Goldstein (2019)21. 
 
Roda de conversa 
Fonte: Rasbiscos do Gama (2019)22. 
O espaço para a conversa, troca, orientação é algo primordial em um enfoque que 
considere a aprendizagem ativa. Com estudantes maiores é possível desenvolver o círculo 
hermenêutico, em que o diálogo e a leitura crítica são desenvolvidos nesse espaço de 
troca, entretanto, com crianças, é possível também possibilitar, mesmo que não a leitura 
e a análise de um texto, suas partes e o todo, o desenvolvimento da oralidade, da leitura e 
diálogo sobre diferentes pontos de vista que surgem nesse contexto. 
 
21 Disponível em: http://stevendgoldstein.com/combat-communication-overload-with-these-6-proven-
techniques/ 
22 Disponível em: https://rabiscosdogama.wordpress.com/2010/03/19/criancas-2/ 
http://stevendgoldstein.com/combat-communication-overload-with-these-6-proven-techniques/
http://stevendgoldstein.com/combat-communication-overload-with-these-6-proven-techniques/
https://rabiscosdogama.wordpress.com/2010/03/19/criancas-2/
35 
 
 
 Fonte: Construir Notícias (2019)23. 
 
Gamificação 
 Fonte: Ensino IP (2015)24. 
A metodologia que propõe a utilização de games em situações pedagógicas é 
denominada gamificação. Para o seu desenvolvimento é imprescindível o uso de 
tecnologias, sejam elas analógicas ou digitais. Contudo, em todas as propostas de trabalho 
é preciso que o professor organize situações que promovam a aprendizagem, caso 
contrário, a atividade não agregará conhecimentos, servirá tão somente para o 
divertimento dos estudantes. 
É importante lembrar... Tecnologia não se restringe ao uso de aparelhos digitais 
[...]o conceito de tecnologia é muito mais abrangente. Tecnologias são os meios, os apoios, as 
ferramentas que utilizamos para que os alunos aprendam (MORIN, 2003, p. 1). 
Com a gamificação, que é mediada por aparelhos eletrônicos, é possível 
desenvolver habilidades, trabalhar objetos de conhecimento e promover o trabalho 
colaborativo entre as crianças. 
 
23 Disponível em: http://www.construirnoticias.com.br/orientacoes-e-acoes-para-a-educacao-das-
relacoes-etnico-raciais/ 
24 Disponível em: http://ensinoip.com.br/gamificacao-na-educacao/ 
http://www.construirnoticias.com.br/orientacoes-e-acoes-para-a-educacao-das-relacoes-etnico-raciais/
http://www.construirnoticias.com.br/orientacoes-e-acoes-para-a-educacao-das-relacoes-etnico-raciais/
http://ensinoip.com.br/gamificacao-na-educacao/
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Atualmente existem games, onde é possível trabalhar a matemática, a língua 
portuguesa, e demais componentes curriculares cabe ao professor, avaliar as 
possibilidades desse uso em sua realidade escolar. 
 
 
 Fonte: StartSe (2019)25. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 Disponível em: https://www.startse.com/noticia/investimentos/43014/fazgame-investimento-
investclass 
Acesse esse link e veja algumas possibilidades do trabalho com essa metodologia: 
http://playtable.com.br/blog/gamificacao-nas-escolas-3-exemplos-para-professores/ 
https://www.startse.com/noticia/investimentos/43014/fazgame-investimento-investclass
https://www.startse.com/noticia/investimentos/43014/fazgame-investimento-investclass
http://playtable.com.br/blog/gamificacao-nas-escolas-3-exemplos-para-professores/
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REFERÊNCIAS 
 
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Ensinagem na Universidade. 6ª ed. - Joinville SC: Univille, 2006. 144 p. 
 
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de trabalho e sala de aula invertida. E-Tech: Tecnologias para Competitividade 
Industrial, Florianópolis: v.9, n.1,2016. 
 
BERGMANN, J.; SAMS, A. Sala de aula invertida: uma metodologia ativa de 
aprendizagem. (Tradução Afonso Celso da Cunha Serra). 1ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 
2016. 
 
BRASI. Ministério da Educação-MEC. Base Nacional Comum Curricular – 
educação é a base, 2017. Disponível em: 
<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site
.pdf>. Acesso em 07/05/2019. 
 
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Orientador: Pacto Nacional da Alfabetização na Idade Certa. Brasília, 2017. 33p. 
Disponível em: 
http://pacto.mec.gov.br/images/pdf/doc_orientador/doc_orientador_versao_final.pdf. 
Acesso em 20 de jul. de 2019.BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Programa Mais 
Alfabetização. Brasília, 2018. 
 
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contextualização em produções de estudantes de ensino médio. VII Encontro Nacional 
de Pesquisa em Educação em Ciências, 2009. 
 
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sobre a criança: A elaboração de dossiês e relatórios de avaliação. Mediação, Porto 
Alegre 2015, p. 117 a138. 
 
MANCUSO, R. Feiras de ciências: produção estudantil, avaliação, consequências. 
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2000. 
 
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Uma revisão da literatura acerca da implementação da metodologia interativa de 
ensino Peer Instruction (1991 a 2015). Revista Brasileira de Ensino de Física, vol. 39, 
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MENDES, B. C., BOCUTI, E. D., SANTOS, G., BUZATO, G. F., COSTA, I. S., 
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http://pacto.mec.gov.br/images/pdf/doc_orientador/doc_orientador_versao_final.pdf
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https://drive.google.com/file/d/1VSyt6jhD7R-6WXR8IAXVAW2yMuJtBb6G/view>. 
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http://www2.eca.usp.br/moran/wp-content/uploads/2013/12/mudando_moran.pdf. 
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termos BNCC – Material para o estudo dos documentos curriculares em Mato 
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Disponível em: < 
https://drive.google.com/file/d/140MoE24tzq__SZ0wXVX17qamTPkKZFah/view>. 
Acesso em 07/05/2019. 
 
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empirical investigation utilizing a linear mixed model. 2007. 134 p. Tese de 
Doutorado (Doutorado em Filofosia). The University of Texas at Arlington, 2007. 
Disponível em: https://rc.library.uta.edu/uta-ir/bitstream/handle/10106/734/umi-uta-
1921.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em 10 de janeiro de 2019. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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	INTRODUÇÃO
	PLANEJAMENTO DO TRABALHO PEDAGÓGICO NOS ANOS INICIAIS
	AVALIAÇÃO NOS ANOS INICIAIS
	SEQUÊNCIA DIDÁTICA
	CULTURA DIGITAL
	APRENDIZAGEM ATIVA
	METODOLOGIAS ATIVAS
	Aula expositiva dialogada
	Aula passeio ou de campo
	Sala de aula invertida
	Seminário
	Feira do Conhecimento (de Ciências) ou Científica
	Jogos/brincadeiras
	Oficinas
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	Sarau
	Show de talentos ou feira cultural
	Simulação
	Iniciação à Pesquisa
	Projetos
	Aprendizagem entre pares, times ou tutoria
	Roda de conversa
	Gamificação
	REFERÊNCIAS

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