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Nesta webaula vamos ver o conceito de proposta de valor aplicado ao digital branding, bem como o design thinking e o design UX para mapeamento e melhorias na jornada do usuário em prol da proposta de valor propriamente dita. O trabalho de mapear e melhorar continuamente a jornada do usuário promove a qualidade do relacionamento entre empresa (ou marca) e usuário (ou cliente), e é neste ponto que a jornada do usuário está relacionada com a proposta de valor da marca. Proposta de valor Proposta de valor de uma marca refere-se ao conjunto de benefícios percebido pelo consumidor. Os benefícios podem ser tangíveis ou intangíveis quando se trata do produto em si e, também, atrelados aos custos emocionais e �nanceiros quando se trata do processo de aquisição do produto propriamente dito (KOTLER; KELLER, 2012). A chamada tríade do valor para o cliente pode ser expressa pela combinação entre qualidade, serviço e preço. As duas primeiras, qualidade e serviço, são diretamente proporcionais a percepção de valor, enquanto o fator preço é inversamente proporcional. Vale dizer que quando as expectativas de valor não são atendidas, o cliente �ca insatisfeito. Do contrário - se atendidas - o cliente tende a �car satisfeito. Agora, se houver entrega além das expectativas, ou seja, se a expectativa for superada, haverá o encantamento (KOTLER; KELLER, 2012). Valor de marca brand equity É o conjunto de ativos e passivos ligados à marca – seu nome e símbolos – que adicionam ou subtraem valor de um produto ou serviço. + brand value É o ativo �nanceiro em si. Em outras palavras, é o quanto a marca pesa nos balanços patrimoniais da empresa. + consumer based brand equity É o ativo �nanceiro em si. Em outras palavras, é o quanto a marca pesa nos balanços patrimoniais da empresa. + Os dois primeiros conceitos estão relacionados ao valor do ativo frente à empresa, ou seja, o potencial de receita a partir da construção da marca. Uma camiseta lisa que traga uma marca renomada será mais cara do que outra que não apresenta marca alguma estampada ou presente na etiqueta. Já o último está relacionado ao valor percebido pelo cliente, a forma como eles aprenderam, sentiram, viram ou ouviram sobre a marca como resultado de suas experiência ao longo do tempo. Digital Branding Proposta de valor, conteúdo e a jornada do usuário Você sabia que seu material didático é interativo e multimídia? Isso signi�ca que você pode interagir com o conteúdo de diversas formas, a qualquer hora e lugar. Na versão impressa, porém, alguns conteúdos interativos �cam desabilitados. Por essa razão, �que atento: sempre que possível, opte pela versão digital. Bons estudos! Trazendo para a realidade do digital branding, a percepção de valor acaba relacionando-se em grande parte com o design de interação e qualidade do conteúdo veiculado. Exatamente por isso, adequar os canais de comunicação aos interesses do público seguidor permitirá a entrega de maior valor. O valor supracitado passa pelo marketing de conteúdo. A partir do momento que você acopla informações relevantes aos visitantes de seu site, maior a con�ança gerada e menor a dúvida com relação à aquisição do bem ou serviço. Desta forma, um site com uma interface bastante amigável e palavras-chave bem colocadas, atrai atenção e prende no conteúdo fornecido, e o resultado, muitas vezes, pode ser o consumo dentro da página, até mesmo quando o cliente não o conhecesse antes. Segundo Kotler e Keller (2012), há três tipos de canal: de comunicação, de distribuição e de serviços. Canais de comunicação Servem para comunicar, propriamente, e entregar valor ao cliente e podem ser unidirecionais ou de mão dupla. O primeiro está relacionado com a mídia de massa, ou seja, com a televisão, rádio, jornal, revista, outdoor, correio etc. Agora, quando o canal possibilita a interação, daí temos a abertura ao diálogo, ao recolhimento de feedbacks constantes, e este se dá, em especial, pela internet. Canais de distribuição Servem para que a marca apresente, distribua e venda os produtos e serviços do seu portfólio. Distribuidores, atacadistas, revendedores e varejistas fazem parte deste grupo. Canais de serviços Referem-se aos processos acessórios da jornada do usuário. Aqui são envolvidos desde bancos até transportadoras. Ou seja, são serviços adicionados ao processo de aquisição do produto, mas que afetam diretamente a percepção de valor do cliente. Imagine as seguintes situações: Comprar uma camiseta da sua marca favorita, mas ter que esperar longos dois meses para chegar. E que essa informação chegou a você depois de efetuada a compra, ou seja, você não teve ciência disso para compor a sua tomada de decisão. Ou, ainda pior, o produto está atrasado e a responsabilidade é da transportadora. Acredite, você (o cliente) vai atribuir a culpa à marca e não à transportadora, que sequer sabe o nome. Relacionados especialmente ao espaço físico de contato com clientes, o brand sense e brand experience também são estratégicos para criar associações positivas com a marca e encantar o cliente. Saiba mais Para ler mais sobre ambos os conceitos, sugerimos o livro de Martin Lindstrom chamado, propriamente, Brand sense: segredos sensoriais por trás das coisas que compramos (2012) e o tópico sobre brand experience no livro de Cristina Pastore, Gestão de marcas (2018). Jornada do usuário Como nosso foco é o ambiente digital, vamos saber mais sobre criação de valor, entrega de signi�cado e estratégias de posicionamento da marca no ambiente conectado. Duas estratégias que envolvem, de certa forma, o brand experience são o buzz marketing e storytelling. Ambos são tentativas de reinventar a forma de comunicar valor ao mercado. Buzz marketing O buzz marketing utiliza os formadores de opinião para criar rumores (buzz, do inglês, “zumbido”) positivos com relação à marca, uma vez que a publicidade, por vezes, depara-se com certa resistência do público. Storytelling O storytelling reinventa a forma do discurso, tornando-o muito mais parecido com o ato de contar uma história do que um texto publicitário defendendo/vendendo determinado produto. A jornada do usuário, por sua vez, faz parte de algo maior, capaz de ser, inclusive, mapeado. Neste mapeamento estão envolvidos todos os pontos de contato antes, durante e depois da utilização, incluindo as ações por parte do usuário, necessidades que o usuário tem ou pode ter e, por �m, como o usuário se sente ao longo de todo contato que tem com a sua marca. Em geral, a jornada do usuário olha para seis momentos do relacionamento do cliente com a marca: Descoberta (do problema) Interesse (ou a busca por soluções) Consideração (ou a avaliação das soluções encontradas) Decisão (de compra por uma solução) Avaliação (dos benefícios trazidos pela solução escolhida) Ação (aqui, o cliente se torna promotor da marca) Não obstante, como forma de agregar informações relevantes e estratégicas ao entendimento acerca da jornada do usuário, são utilizados dois métodos: design thinking e design UX. Design thinking É uma tentativa de aproximar a realidade do mercado aos processos corporativos internos. O design thinking acontece geralmente em quatro passos: imersão, ideação, prototipação e realização. A imersão consiste em conhecer o problema de perto, acumulando o maior número de informações possível. Já a ideação passo busca elencar o máximo de ideias de solução para então testar via prototipação. E a realização, por �m, trata-se da validação do protótipo e sua consequente comercialização. Design UX Prima pela qualidade da experiência do usuário. Os designers thinkers utilizam diversas ferramentas para entender as possibilidades de melhoria da experiência do usuário que entreguem valor e sejam mais intuitivos, diminuindo assim o custo psicológico da utilização ou mesmo busca de informações sobre determinado produto ou serviço. Os benefícios de tangibilizar a proposta de valor pormeio do incremento da jornada do usuário podem construir associações positivas dos clientes com a marca. A �gura a seguir ilustra o processo de criação e ideação de designers sobre o layout de um aplicativo móvel. Perceba que a posição de cada botão, bem como a sua composição imagética, pode in�uenciar a percepção e facilidade de navegação dos usuários. Fonte: Shutterstock. Para visualizar o vídeo, acesse seu material digital. Jornada 1 5 6 do Usuário A jornada do usuário busca esclarecer o relacionamento do cliente com a marca ao longo de todos os possíveis pontos de contato. O grau de complexidade do mapeamento aumenta com a necessidade e escopo estratégico do problema que se quer resolver. A seguir, veja um exemplo da jornada do usuário em busca da solução para gripe. Pesquise mais! O breve capítulo Steve Jobs, paixão e intuição, da obra indicada a seguir (disponível na Biblioteca Virtual), expressa a tamanha preocupação que Jobs tinha pelos detalhes. Em meio a um design intuitivo e altamente racional, a Apple acumula verdadeiros fãs e seguidores no lugar de meros clientes satisfeitos. HILLER, M. Branding: a arte de construir marcas. São Paulo: Trevisan Editora Universitária, 2012. https://view.genial.ly/5e6144bde857da50baf919e1 Para entender, do ponto de vista técnico, a importância do design de interação, leia a Unidade 4 do livro Projeto de interface com o usuário, organizado por Valquiria Santos Segurado e disponível na Biblioteca Virtual. SEGURADO, V. S. (org.). Projeto de interface com o usuário. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015. Para visualizar o vídeo, acesse seu material digital.