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ORIGENS DA MORAL OCIDENTAL Sofistas: o termo originalmente significaria “sábios”, mas adquiriu o sentido de desonestidade intelectual, principalmente em decorrência das definições de Aristóteles e Platão. Marcas dos Sofistas: • Argumentação. • Oratória. • Convencimento. • Retórica. • Persuasão. Os sofistas eram professores que viajavam pelas cidades ensinando a arte da retórica a quem lhes pagasse. • Platão e Aristóteles eram os principais adversários teóricos dos sofistas. Entre os mais importantes sofistas está: • Protágoras: • Para ele, era preciso aprender a argumentar pró e contra uma posição, pois ambas são verdadeiras. (antilógica) • A máxima de Protágoras: "O homem é a medida de todas as coisas". • A verdade é relativa e subjetiva, não é absoluta e objetiva. A Sócrates devemos o início da filosofia moral e a Aristóteles devemos a distinção entre saber teorético e saber prático. • Saber teorético: é o conhecimento de seres e fatos que existem e agem independentemente de nós e sem nossa intervenção ou interferência. • Saber prático: conhecimento daquilo que só existe como consequência de nossa ação, por isso, depende de nós. A ética é um saber prático. - A ética refere-se à práxis. No campo da práxis há três aspectos inseparáveis: aquele que age, a ação e o objetivo da ação. Aristóteles distingue a ética e a técnica como práticas diferentes a partir do modo de relação entre o agente com a ação e com a finalidade da ação. Aristóteles diz que, na técnica o agente, a ação e a finalidade da ação estão separadas, são independentes. Distingue a ética e a técnica como práticas diferentes a partir do modo de relação entre o agente com a ação e com a finalidade da ação. • Na práxis, falar a verdade é uma virtude do agente, inseparável de sua fala (ação) e da finalidade, que é enunciar uma verdade. Isso quer dizer que, na práxis ética, somos aquilo que fazemos e o que fazemos é a finalidade boa ou virtuosa. Tudo relacionado, inseparável. • Na técnica, o tripé agente, ação e objetivo da ação estão separados. Um carpinteiro, por exemplo, ao fazer uma mesa, realiza uma ação técnica, mas ele próprio não é essa ação nem é a mesa produzida pela ação Aristóteles definiu o campo das ações éticas: • Virtude • Bem • Obrigação Para Chauí: a ética é concebida como educação do caráter do sujeito moral para dominar racionalmente seus desejos e impulsos orientando assim a vontade dirigida à felicidade, ao bem, formando o homem como membro da coletividade. • Para que haja conduta ética, é necessário que exista o agente consciente, isto é, o sujeito que sabe a diferença entre certo e errado, entre bem e mal, entre permitido e proibido, por exemplo. • A consciência moral conhece as diferenças e também avalia sua própria capacidade de julgar as condutas e de agir em consonância com os valores morais. • Passa a responder de forma responsável por seus sentimentos e ações, pelas consequências do que sente e do que faz. • Consciência e responsabilidade são condições indispensáveis da vida ética. Para Platão: há diferentes maneiras de conhecer, diferentes graus de conhecimento. Ele se dedicou a definir as formas de conhecer e as diferenças entre o conhecimento verdadeiro e a ilusão. Quatro graus de conhecimento que vão do grau inferior ao superior: • Crença • Opinião • Raciocínio • Intuição intelectual Esses conhecimentos se dividem, segundo ele, em dois grupos: • Conhecimento sensível: que abrange a crença e a opinião. A crença é nossa confiança no conhecimento sensorial, cremos que as coisas são como as percebemos de forma sensorial. Já a opinião é nossa aceitação sobre o que nos ensinaram sobre as coisas. Pensamos de acordo com nossas lembranças e sensações. • Platão defende que devemos nos afastar desses conhecimentos por serem ilusórios, por nos oferecerem apenas a aparência das coisas, as sombras das coisas verdadeiras. • Conhecimento inteligível: composto pelo raciocínio e intuição intelectual. Esse é o conhecimento considerado válido para Platão. O raciocínio exercita e treina o pensamento, nos distância das meras sensações e opiniões e nos prepara para a intuição intelectual, que é como podemos conhecer a essência das coisas. Dialética (na visão de Platão): consiste em trabalhar a partir da análise e do exame de ideias contrárias sobre um mesmo assunto. A dialética platônica descobre qual das duas teses é falsa e verdadeira, que deve ser conservada. O objetivo do exercício dialético para Platão, é o de proporcionar a intuição intelectual de uma essência ou ideia. A IDEIA DO DEVER Sócrates defendia que os sentidos nos dão as aparências das coisas e as palavras, meras opiniões sobre elas. Conhecer, então, é passar da aparência à essência, da opinião ao conceito, do ponto de vista individual à ideia universal de cada um dos seres e de cada um dos valores da vida moral e política. No esforço para definir as formas de conhecer e as diferenças entre o conhecimento verdadeiro e a ilusão, Platão e Aristóteles introduziram na Filosofia a ideia de que existem diferentes maneiras de conhecer ou graus de conhecimento e que esses graus se distinguem pela ausência ou presença do verdadeiro, pela ausência ou presença do falso. Santo Agostinho – com a importância da revelação Renê Descartes – com o valor da intenção. Chauí aponta que o Cristianismo fez uma clara distinção entre fé e razão, entre verdades reveladas e verdades racionais, entre espírito e matéria, entre corpo e alma. Foi o cristianismo que afirmou que tanto o erro quanto a ilusão compõem a natureza humana porque o pecado original perverteu a nossa vontade. Para Agostinho, o pensamento é ao mesmo tempo a essência do ser humano e a fonte dos erros que podem afastá-lo da verdade. Sendo que o conhecimento é a capacidade de concluir verdades imutáveis por meio dos processos mentais. Ao considerar que o homem é sempre sujeito ao erro, uma verdade imutável só poderia provir de Deus, que é a perfeição. Agostinho elaborou sua teoria do conhecimento humano indicando três níveis distintos: • o conhecimento sensível (o existir) • a sensação (o viver) • a razão ou ciência (o pensar) Segundo ele, há, ainda, um quarto grau: a verdade, mas este grau não está no domínio do homem, pois pertenceria apenas a Deus. Os dois filósofos que iniciam o exame da capacidade humana para o erro e a verdade são: • O inglês Francis Bacon • O francês René Descartes Para os filósofos modernos a busca é pela compreensão e explicação de como relatos mentais – que são as nossas ideias – podem corresponder ao que se apresenta verdadeiramente na realidade. Descartes localizava a origem do erro em duas atitudes que chamou de atitudes infantis: • A prevenção, que é a facilidade com que nosso espírito se deixa levar pelas opiniões e ideias dos outros sem a preocupação de analisar e verificar se são ou não verdadeiras. • A precipitação, que é a facilidade e a velocidade com que nossa vontade nos faz emitir juízos sobre as coisas antes de verificarmos se nossas ideias são ou não são verdadeiras. Descartes está convencido de que é possível vencer os efeitos das origens dos erros ao apelar para uma reforma do entendimento e das ciências. É o próprio sujeito do conhecimento que vai agir contra os efeitos do erro ao decidir e optar pela necessidade de encontrar fundamentos seguros para o saber. Para tal, Descartes criou um procedimento: a dúvida metódica. Para Descartes, o conhecimento sensível – que é composto pela sensação, percepção, imaginação, memória e linguagem – é a causa do erro e deve ser afastado. Já o conhecimento verdadeiro é puramente intelectual, parte das ideias inatas e controla, através de regras, as investigações filosóficas, científicas e técnicas. LEMBRE-SE: • Para Agostinho, o conhecimentoé a capacidade de concluir verdades imutáveis por meio dos processos mentais. Ao considerar que o homem é sempre sujeito ao erro, uma verdade imutável só poderia provir de Deus, que é a perfeição. Veja: o ser humano tem pensamento autônomo e acesso à verdade eterna, mas dependeria, para isso, de iluminação divina. • Para Descartes, o conhecimento sensível – que é composto pela sensação, percepção, imaginação, memória e linguagem – é a causa do erro e deve ser afastado. Já o conhecimento verdadeiro é puramente intelectual, parte das ideias inatas e controla, através de regras, as investigações filosóficas, científicas e técnicas. INDIVIDUALIDADE E SUBJETIVIDADE Para Rousseau: Rousseau defende que o Estado Ideal é um estado social legítimo, em estreita relação com a vontade geral e distante da perversão. A soberania deve estar nas mãos do povo, através do corpo político dos cidadãos. A sociedade então transforma os direitos naturais de cada homem em direitos civis. O governo é justo e, através da cidadania, resguarda o bem comum. • Quem cumpre o dever é ético, pois o dever visa um bem e nós aspiramos ao bem. O sentimento tem primazia sobre a razão. • Rousseau nos mostrou que para o homem ser livre e feliz, precisa estabelecer uma boa relação consigo mesmo e com os demais (um novo Contrato Social). Para Kant: O homem é um ser racional capaz de se regular por leis que impõe a si mesmo; • Somos egoístas e a única intenção capaz de dar valor moral a uma ação é a de cumprir o dever pelo dever. • Kant nos mostrou que a razão deve nos guiar no sentido de agirmos sempre por respeito à pessoa. Somente isto tornaria possível a convivência humana. A MORAL NA MODERNIDADE Hegel (1770-1831) • A moral é uma construção histórico-cultural; • Além da vontade subjetiva (eu) há uma vontade objetiva (social) que determina nossa conduta. Devemos ter maturidade para fazer nossas escolhas entre elas. Nietzsche (1844-1900) • A transgressão é a verdadeira expressão da liberdade (ousadia dos fortes); • Nietzsche criticou a moral racionalista e mostrou que em muitos momentos é importante questionarmos os valores impostos. Sartre (1905-1980) • A liberdade é a escolha incondicional que o próprio homem faz de seu ser e de seu mundo; • Somos definidos por nossas escolhas, e mesmo quando estamos sob o poder de forças externas, isso resulta de uma decisão livre.
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