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Aula 15: Farmacologia dos Antimicrobianos: antibióticos; antifúngicos e antiparasitários. Lorena Albuquerque Viera Enfermeira - FIP Pós - graduada em Gestão em Saúde – UFRN Mestranda em Psicologia Organizacional e do Trabalho - UnP Objetivos da Aula 1. Conhecer os principais fármacos da classe dos antifúngicos, antiparasitários e antibióticos. 2. Compreender o mecanismo de ação dos antifúngicos, antiparasitários e antibióticos. 3. Identificar os principais usos clínicos e os principais efeitos adversos dos antibióticos, antifúngicos e antiparasitários. Os antimicrobianos correspondem a uma classe de fármacos que é consumida frequentemente em hospitais e na comunidade. Na prática clínica o uso de antimicrobianos tem duas finalidades: profilática e terapêutica. Os fatores que influenciam a escolha dos antimicrobianos são: As características do paciente como: idade, função renal e hepática, estado imunológico, localização do processo infeccioso, terapia prévia com antimicrobianos, gravidez/lactação e sensibilidade do paciente; Os agentes etiológicos que envolvem a análise do antibiograma e os prováveis mecanismos de resistência; As propriedades dos antimicrobianos como a farmacocinética e a farmacodinâmica, mecanismo de ação, sinergismo ou antagonismo, toxicidade, interação medicamentosa e custos. ANTIBIÓTICOS (ANTIBACTERIANOS) Antibacterianos são compostos naturais ou sintéticos capazes de inibir o crescimento da população bacteriana (bacteriostáticos) ou causar a morte de bactérias (bactericidas). Mecanismo de Ação Os antibióticos com aplicações terapêuticas devem apresentar toxicidade seletiva. Devem ser tóxicos para o agente causador da doença – mas não para o ser humano – por atuarem em etapas do metabolismo do microrganismo e não do indivíduo infectado. Vejamos os principais mecanismos de ação de antibióticos sobre bactérias. Mecanismos de Ação de Antibióticos sobre Bactérias 1. Inibição da Síntese da Parede Celular: A parede celular é uma estrutura relativamente rígida, formada pela substância peptidoglicano, que protege a membrana plasmática de bactérias. Há antibióticos que impedem a formação completa do peptidoglicano. Isso acarreta a lise da célula bacteriana. Ex.: penicilina, amoxicilina, ampicilina, cefalosporinas, vancomicina, bacitracina. 2. Danos à Membrana Plasmática: modificam a permeabilidade da membrana plasmática da bactéria, fazendo com que metabólitos importantes sejam perdidos através dela. Ex.: polimixina B, daptomicina. 3. Inibição da Síntese Proteica: Como existe uma diferença estrutural entre os ribossomos de bactérias e os de humanos, esses medicamentos não afetam a produção protéica humana. Ex.: cloranfenicol, eritromicina, azitromicina, neomicina, tetraciclinas, gentamicina. 4. Inibição da Síntese de Ácidos Nucleicos: inibição da duplicação do cromossomo bacteriano (o impede a proliferação do microrganismo) ou da transcrição do DNA em RNA mensageiro (fonte de informação para a síntese protéica). Ex.: quinolonas (norfloxacino, ciprofloxacino). 5. Inibição da Síntese de Metabólitos Essenciais: que imitam substâncias usadas pela célula bacteriana (metabólitos) e se ligam a enzimas, inibindo-as. Ex.: trimetoprina e sulfas (inibem a produção de ácido fólico, essencial ao crescimento bacteriano; o ser humano não produz ácido fólico, o obtém da alimentação). Efeitos Colaterais dos Antibióticos Fezes moles, diarreia e náuseas. Pessoas alérgicas a determinados antibióticos, sobretudo penicilinas e sulfas, podem apresentar desmaios, falta de ar, urticária, inchaço ou erupções cutâneas na face, lábios e língua. Antibiótico x Anticoncepcional Os contraceptivos orais são formados pela associação de hormônios, como o estrogênio e a progesterona, em doses reduzidas, que atuam inibindo a ovulação, modificando a superfície uterina e o muco cervical, e dificultando a passagem dos espermatozoides. Na presença de certos antibióticos, as baixas doses hormonais diminuem ainda mais, comprometendo sua eficácia. Os antimicrobianos destroem as bactérias intestinais que produzem as enzimas que podem reagir com o estrogênio para sua absorção pela corrente sanguínea e provocam a aceleração do metabolismo hepático que compromete a absorção dos outros hormônios, prejudicando assim a ação contraceptiva. Resistência Bacteriana aos Antibióticos Atualmente a classe terapêutica dos antibióticos tem causado preocupação para a comunidade médica mundial, pois as bactérias tem desenvolvido mecanismos para se tornarem resistentes aos antibióticos. Neste sentido, o uso incorreto quando não há realmente uma infecção bacteriana ou o uso apenas durante os sintomas da doença (sem respeitar a posologia indicada) pode levar à resistência bacteriana que pode se espalhar entre as populações e inclusive aumentar a incidência de infecção hospitalar (gerando um problema de saúde pública). Questões Norteadoras 1. Descreva o mecanismo de ação de cada antibacteriano descrito, sempre fornecendo exemplos de fármacos que pertencem as respectivas classes farmacológicas. 2. Cite indicações clínicas dos antibacterianos e correlacionar com seus mecanismos de ação. 3. Descreva as ações para evitar a resistência bacteriana aos antibióticos. FÁRMACOS ANTIFÚNGICOS E ANTIPARASITÁRIOS As infecções por fungos em seres humanos aumentaram drasticamente a incidência e gravidade nos últimos anos, em razão sobretudo de avanços obtidos nos tratamentos cirúrgicos, oncológicos, de pacientes com transplante de órgãos sólidos e de medula óssea, da epidemia de HIV, além do uso crescente da antibioticoterapia de amplo espectro. Essas mudanças resultaram em maior número de pacientes com risco de infecções fúngicas. FÁRMACOS ANTIFÚNGICOS Antifúngicos são agentes que inibem a proliferação dos fungos ou pode ainda, destruí-los. Os agentes antifúngicos são classificados em categorias: agentes antifúngicos sistêmicos para tratamento de infecções sistêmicas, agentes antifúngicos orais para infecções mucocutâneas e agentes antifúngicos tópicos para infecções mucocutâneas. Fármacos Antiparasitários São fármacos que atuam sobre as parasitoses, provocando sua expulsão ou morte sem lesar de forma grave o hospedeiro. As drogas antiparasitárias podem ser dividas nos seguintes grupos: Antiprotozoários Cloroquina Metronidazol Tinidazol As drogas antiparasitárias podem ser dividas nos seguintes grupos: Anti-helmínticos Piperazina Levamisol Mebendazol Tiabendazol Praziquantel Albendazol Ivermectina As drogas antiparasitárias podem ser dividas nos seguintes grupos: Tratamento de Ectoparasitas Ivermectina - Age imobilizando os vermes. Aula 16 Farmacologia do Sistema Endócrino: antidiabéticos; fármacos para tratamento de disfunções tireoideanas. Lorena Albuquerque Viera Enfermeira - FIP Pós - graduada em Gestão em Saúde – UFRN Mestranda em Psicologia Organizacional e do Trabalho - UnP Objetivos da Aula Conhecer os principais fármacos da classe dos antidiabéticos e para disfunções tireoidianas; Compreender o mecanismo de ação dos antidiabetogênicos e dos fármacos para disfunções tireoidianas; Identificar os principais usos clínicos e os principais efeitos adversos dos antidiabetogênicos e para disfunções tireoidianas. Atualmente, existem várias categorias de agentes antidiabetogênicos orais para o tratamento do diabetes tipo-1 e tipo-2: 1) agentes que se ligam ao receptor de sulfoniluréias e que estimulam a secreção de insulina sendo considerados secretagogos (sulfoniluréias); 2) agentes que reduzem os níveis de glicose em virtude de suas ações sobre o fígado, o músculo e o tecido adiposo (biguanidas, tiazolidinedionas) -> agem sobre a gliconeogênese e sobre a resistência insulínica. 3) agentes que retardam principalmente a absorção intestinal da glicose (inibidores da α- glucosidase) -> aumentam a excreção de carboidratos pelas fezes. 4) agentes que inibem a reabsorçãode glicose no rim (inibidores do cotransportador de sódio- glicose [SGLT]) -> aumentam a excreção renal de glicose. 5) insulina como reposição principalmente para o diabetes tipo-1 FÁRMACOS PARA TIREOIDE Agentes antitireoidianos A redução da atividade da tireoide e dos efeitos de seus hormônios pode ser obtida por fármacos que interferem na produção dos hormônios tireoidianos, por agentes que modificam a resposta dos tecidos a esses hormônios ou pela destruição da glândula com irradiação ou cirurgia. Os bociógenos são agentes que suprimem a secreção de T3 e de T4 para níveis subnormais, aumentando assim o TSH, que, por sua vez, produz aumento de tamanho da glândula (bócio). Os compostos antitireoidianos usados clinicamente incluem as tioamidas, os iodetos e o iodo radiativo. Tratamento do hipotireoidismo À exceção do hipotireoidismo causado por fármacos, que pode ser tratado, em alguns casos, pela simples remoção do agente depressor, a estratégia geral de terapia de reposição é apropriada. A preparação mais satisfatória é a levotiroxina, administrada como preparação comercial ou genérica. Questões Norteadoras 1. Descreva o mecanismo dos antidiabéticos orais e dos fármacos para tireoide. 2. Explique os efeitos adversos provenientes de representantes das classes acima citadas. 3. Descreva as aplicações terapêuticas dos antidiabéticos orais e dos fármacos para tireoide corticoides. Prescrição de medicamentos Bibliografia da Aula RANG, H.P.; RITTER, J.M.; FLOWER, R. Farmacologia. 7 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. 808 p. KATZUNG, Bertram, MASTERS, Susan, TREVOR, Anthony. Farmacologia Básica e Clínica, 13th edição. AMGH, 2017 Feedback da Disciplina!
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