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ANATOMIA - SISTEMA NERVOSO

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ANA DA JUSTA BARTOLO M2 – 2020.2 
 
SOI II - anatomia 
1. introdução à neuroanatomia humana 
As propriedades primitivas encontrados em todos os seres 
são: irritabilidade, condutibilidade e contratilidade. Ou 
seja, o ser percebe algo, passa a mensagem para ser 
interpretada e logo após, reage. O estimulo que vai 
conduzir o impulso elétrico da periferia para o centro é 
chamado de aferente (sensitivo), e o que conduz o impulso 
do centro para a periferia é o eferente (efetua ações). 
Apenas músculos ou glândulas conseguem efetuar a 
resposta no corpo humano, podendo ser voluntario, no 
caso de alguns músculos, ou involuntário, no caso de 
outros músculos e todas as glândulas. 
 
© Células do sistema nervoso 
A principal célula do sistema nervoso são os neurônios, e 
eles podem se apresentar de formas diferentes: bipolar, 
multipolar (neurônio motor eferente) ou pseudounipolar 
(aferente). Os neurônios mantem contato uns com os 
outros, ou com um musculo, glândula, tecido, e o espaço 
de junção dessas células é denominado sinapse, que 
podem ser químicas ou elétricas. Além dos neurônios, as 
outras células do sistema nervoso central são 
denominadas células da glia, e algumas delas são 
oligodendrócitos, que envolve os axônios formando a 
bainha de mielina, astrócitos que promovem o 
distanciamento dos neurônios e células ependimarias que 
produzem o liquido cefalorraquidiano que banha todo o 
SNC e cumpre um papel de barreira química ou mecânica 
importante. 
O funcionamento do sistema nervoso está baseado em 
dois mecanismos: 
® Estimulo reação: reação reflexa – reagimos ao 
estimulo sem interferência da nossa vontade 
® Estimulo interpretação reação: reação 
interpretada – reagimos ao estimulo utilizando 
diversos músculos 
 
O sistema nervoso pode ser dividido da seguinte maneira: 
 
O sistema nervoso central pode ser dividido 
estruturalmente, em cérebro e medula espinhal, ou 
funcionalmente, em sistema nervoso somático e sistema 
nervoso visceral. O primeiro é responsável pelas ações 
voluntarias do corpo e o segundo é responsável pelo 
funcionamento involuntário do corpo, sendo que sua 
parte eferente também é chamada de autônomo 
(simpático e parassimpático). A ultima maneira de dividir 
o SNC é uma divisão segmentar, dividindo em SN 
segmentar (tronco encefálico e medula espinhal) e SN 
supra-segmentar (cérebro e cerebelo). 
 
© Anatomia do nervo 
 
No esquema acima é possível perceber a formação do 
nervo espinhal desde a medula. Ele possui uma raiz 
motora (ventral) e uma raiz sensitiva (dorsal). Analisando 
anatomicamente, as raízes não são iguais, pois na raiz 
dorsal do nervo periférico é possível perceber a presença 
de gânglios, uma região mais abaulada pela presença de 
corpos de neurônios. O nervo espinhal é capaz de conduzir 
impulsos aferentes e eferentes. É um sistema altamente 
vascularizado (veias – azul | artéria em vermelho). 
 
© Fibras do SNC 
No sistema nervoso central, tem-se as fibras sensitivas 
(aferentes), ou seja, os estímulos que chegam nele, que 
podem vir de articulações, pele, musculo ou também das 
próprias vísceras. As funções sensitivas somáticas são mais 
precisas que as viscerais, por isso conseguimos localizar 
onde um mosquito pousou em nossa pele, mas não 
conseguimos sabe onde se encontra uma úlcera, apenas 
sentimos desconforto na região. Ou seja, a sensibilidade 
visceral é menos específica que a somática. 
Já as fibras eferentes, ou seja, as fibras de respostas, 
partem do SNC para os músculos esqueléticos, que são as 
fibras somáticas (somatomotoras). Já as fibras que vão 
para as glândulas, músculo liso e cardíaco, são as fibras 
visceromotoras. Ou seja, do ponto de vista de respostas, 
podem haver respostas voluntárias e involuntárias. 
 
O neurônio pseudounipolar faz associação com um outro 
neurônio, que leva a informação até os órgãos superiores 
do SNC. o conjunto de corpos de neurônios que se 
localizam fora do SNC é chamado de gânglio. 
Resumindo então, o que acontece é que a informação 
aferente chega a uma área cortical, é interpretada e, 
assim, é enviada uma resposta eferente uma vez que 
houve uma interação entre as áreas sensitiva e motora. 
As informações podem ir para regiões superiores ou 
apenas passar pela medula e ir direto para o músculo, no 
caso dos reflexos, que são a nível medular. 
 
ANA DA JUSTA BARTOLO M2 – 2020.2 
 
2. anatomia do crânio 
O crânio é o esqueleto da cabeça, fazendo parte do esqueleto axial (crânio e coluna vertebral). Os ossos do crânio nos adultos 
são ligados por articulações fibrosas que não oferecem movimento, apenas formam o envoltório para proteger o encéfalo. 
Já nas crianças, se articulam por meio de articulações cartilaginosas, que tem uma certa elasticidade sendo importante na 
hora do nascimento. A divisão dos ossos é feita seguinte maneira: a parte que protege o encéfalo é chamada de neurocrânio 
e a parte que envolve a face é o viscerocrânio. 
 
Os ossos do crânio não são compactos e entre as duas corticais ósseas é possível perceber uma parte esponjosa/areada que 
é chamada de díploe. A díploe nada mais é do que a medula encontrada nos ossos do braço, por exemplo, onde podem ser 
encontradas trabéculas ósseas. 
 
© Vista anterior 
 
O osso frontal é o osso único que forma a nossa “testa”. O 
nariz é formado por: osso nasal (articulam com o osso 
frontal); septo nasal (formado por dois ossos) e conchas 
nasais (superior, media e inferior). Maxila é o osso em que 
se encontram os dentes superiores. O osso zigomático é o 
que está lateralmente formando a “maçã” do rosto. 
 
© Vista superior 
 
A sutura coronal liga o osso frontal aos parietais, a sutura 
sagital liga os dois parietais e a sutura lambdoide liga os 
parietais ao occipital. O osso occipital é o que forma a 
“nuca”. 
 
© Vista posterior 
 
 
Observa-se com mais destaque o osso occipital e a sutura 
lambdoide. Possível perceber a porção petrosa do osso 
temporal. 
 
© Vista lateral 
 
Observa-se com destaque o osso esfenoide, que parte fica 
posterior ao zigomático, e compõe o fundo da orbita. O 
osso temporal possui um processo zigomático, e o osso 
FRONTAL 
PARIETAL 
OCCIPITAL 
ANA DA JUSTA BARTOLO M2 – 2020.2 
 
zigomático possui um processo temporal, locais em que 
eles se relacionam. 
 
© Vista superior com calota craniana aberta 
 
Pode-se perceber o osso esfenoide com duas asas (maior 
e menor). A região central do esfenoide (aspecto de cela 
de cavalo) é a sela túrcica, onde fica a glândula hipófise. 
O occipital se estende até a base do crânio e tem-se o 
maior forame chamado de forame magno, por onde 
passa a medula espinhal. 
 
© Mandíbula 
 
O osso da mandíbula possui o formato de uma ferradura. 
Se articula com o osso temporal a articulação temporo-
mandibular (ATM), que é a articulação do côndilo da 
mandíbula com o osso temporal/fossa condilar do osso 
temporal. Processo coronóide se situa na parte interna 
do zigomático. 
 
© Órbita 
É uma abertura aproximadamente ovalada na parte 
anterior do crânio. Pode ser definida como uma pirâmide 
de quatro lados onde o ápice (canal óptico e as fissuras 
orbital superior e inferior) encontra-se no fundo. Parede 
superior da órbita é formada pelo osso frontal; borda 
superior pela crista supra orbital do osso frontal e borda 
inferior pelo maxilar e zigomático. O fundo é mais lateral, 
sendo a asa maior do osso esfenoide onde se localizam as 
fissuras orbitais superior e inferior. 
 
© Pontos craniométricos 
 
Pontos craniométricos são pontos anatômicos utilizados 
como referência para craniometria, e classificam-se 
em pontos pares e ímpares. BREGMA – onde a sutura 
coronal se encontra coma sutura sagital; VÉRTIX - ponto 
mais alto do crânio; NASIO – ponto de articulação entre os 
dois ossos nasais com o osso frontal; PTÉRIO – encontro 
de quatro ossos (parietal, frontal, temporal, esfenoide); 
ASTÉRIO – encontro do parietal + temporal + occipital; 
INIO – parte mais posterior da nuca; GÔNIO – ângulo da 
mandíbulae POGÔNIO – região mentual. 
Fazendo uma correlação clinica, as fraturas da base do 
crânio de Le Fort consistem na dissociação do 
neurocrânio com maxila, e pode ser do tipo I, II ou III. 
Um sinal típico desse tipo de fartura é o sinal do guaxinim 
em que os olhos ficam inchados e roxos, e o sinal de 
Bettle em que a parte posterior da orelha fica roxa. A 
anosmia também é um sinal de fratura de base do crânio, 
em que ocorre perda do olfato, já que nessa região se 
encontra o nervo olfatório. A rinorreia é quando se tem 
uma fratura da lâmina clivosa do osso etmoide e o liquor 
que passa na periferia do encéfalo pode extravasar e 
escorrer pelo nariz.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FRONTAL 
ETMÓIDE ® 
ESFENÓIDE 
TEMPORAL 
OCCIPITAL 
PARIETAL ® 
ANA DA JUSTA BARTOLO M2 – 2020.2 
 
3. anatomia do olho 
O olho se localiza no interior da órbita, e a parte da pele 
que cobre os olhos é chamada de pálpebra, que possui 
cílios. Na comissura palpebral medial encontra-se o lago 
lacrimal, e o ducto nasolacrimal é responsável por retirar 
o excesso de lagrimas do olho. O olho é divido em 
campos nasal (medial) e temporal (lateral). Nos campos 
nasais, as informações navegam para o mesmo lado do 
lobo cerebral, enquanto no campo temporal, os impulsos 
são emitidos para o lado oposto. 
 
A mucosa que reveste a face interna da pálpebra é 
chamada de conjuntiva tarsal. Ela produz uma mucina 
(filme lacrimal) que é responsável por facilitar o livre 
movimento do olho, e também funciona como barreira 
contra o microrganismo. A conjuntivite é justamente a 
inflamação dessa conjuntiva, por isso a sensação de 
“areia” nos olhos, já que o mecanismo de deslizamento 
está comprometido. 
 
As pálpebras se fixam nas bordas pelo corpo ciliar através 
do ligamento palpebral lateral, e a glândula lacrimal se 
organiza no teto da órbita lateralmente. 
 
© Bulbo ocular 
O bulbo ocular está separado em 3 camadas: túnica 
fibrosa (camada externa), túnica vascular (camada média) 
e túnica interna/neural. A primeira possui a esclera, parte 
que da a coloração branca ao bulbo, e a córnea, camada 
transparente que cobre a íris e a pupila, e é onde ocorre 
maior parte da refração da luz. Na segunda encontra-se o 
corpo ciliar, que através de seu processo ciliar é produzido 
o humor aquoso, responsável pela nutrição da córnea e 
manutenção da pressão intraocular. Também na túnica 
fibrosa encontra-se o esfíncter da pupila, que faz com que 
ela se mexa. Por ultimo, a túnica interna contem a retina, 
que capta a luz. 
 
O bulbo também possui 3 câmaras: anterior, posterior e 
postrema. A câmara anterior é o espaço entre a córnea e 
a íris, a câmara posterior é o espaço entre a íris e a lente e 
a câmara postrema é onde encontra-se o humor vítreo, 
que mantem a anatomia propícia da camada neural, 
permitindo um bom posicionamento da lente. Se ocorre 
aumento da pressão intraocular, ocorre o glaucoma, que 
pode trazer deformidades a córnea e é um dos maiores 
motivos de cegueira. 
© Definição de cada parte 
A córnea é a porção mais anterior, contínua com a esclera 
e a fóvea é a porção mais posterior. A camada média 
(representada pela linha em vermelho) é chamada de 
corioide, por onde passam os vasos que vago irrigar a 
estrutura ocular. Já a íris confere pigmentação dos olhos, 
a pupila é o esfíncter onde se tem a abertura do olho ou 
sua contração e a retina é a camada mais interna 
(representado na cor amarela). É da retina que os axônios 
saem para formar os nervos (camada neural), e o nervo 
óptico é o segundo par de nervo craniano. A fóvea consiste 
em um sulco, que apresenta a maior acuidade visual, já 
que é rica em fotorreceptores. 
 
© Ponto cego 
O ponto cego é a zona desprovida de fibras 
fotorreceptoras, possuindo apenas milhares de fibras que 
irão compor o nervo óptico, chamado de disco óptico. 
 
 
© Músculos intrínsecos 
Os músculos intrínsecos são responsáveis pelos 
movimentos de miose e midríase da pupila. A miose é a 
redução do diâmetro da pupila, em que ocorre ação 
parassimpática de resposta rápida pelo excesso de 
luminosidade e ativação do músculo constritor da pupila, 
com fibras circulares. A midríase é a dilatação da pupila, 
que ocorre por resposta lenta mediada pelo sistema 
nervoso simpático. Também chamada de acomodação, 
ocorre ativação de musculo dilatador da pupila, com fibras 
radiais. 
 
© Músculos extrínsecos 
 
 
Já os músculos extrínsecos são o reto superior, reto 
inferior, obliquo inferior, obliquo superior, reto medial e 
reto lateral. 
 
ANA DA JUSTA BARTOLO M2 – 2020.2 
 
4. anatomia da orelha 
A orelha é dividida em externa, onde encontra-se o 
pavilhão auricular e o meato acústico externo; em media, 
que possui a cavidade timpânica, os ossículos e a 
membrana timpânica; e a orelha interna, que possui a 
parte petrosa do osso temporal, e em seu interior os 
labirintos ósseo e membranoso. 
 
© Orelha externa 
 
A borda principal da orelha externa é a hélice, e a borda 
anterior a hélice é a antélice. Toda a região interna é 
chamada de concha, e sua anatomia facilita a entrada de 
som no meato acústico externo. Também encontramos o 
trago, o antítrago e o lóbulo. 
 
© Orelha média 
 
A principal função dessa parte da orelha é transmitir o 
som da membrana do tímpano para a orelha interna. A 
estrutura que faz a comunicação entre a nasofaringe e a 
orelha media é chamada de tuba auditiva, que é 
importante na regulação da pressão da orelha media. A 
otite em crianças é muito comum justamente pela relação 
anatômica de a tuba auditiva ser mais horizontalizada, 
facilitando infecções. 
 
 
 
A orelha media possui a câmara timpânica, em que nela 
temos o nervo corda do tímpano que vai se unir com o 
facial até as glândulas submandibulares. A janela oval tem 
contato com estribo e a redonda com a cóclea, na orelha 
interna. A câmara tem contato com o processo mastoide, 
e os músculos que mexem a membrana e os ossículos são 
tensor do tímpano e estapédio. A câmara está 
representada na imagem a seguir. 
 
 
© Orelha interna 
 
 
A orelha interna é constituída pela parte petrosa do osso 
temporal, onde tem o labirinto ósseo e o membranoso. O 
labirinto ósseo possui a cóclea, e o membranoso os canais 
semicirculares e vestíbulos. A endolinfa passa pelo interior 
dos canais semicirculares da cóclea, o que gera um sinal 
elétrico para o nervo vestibular, que gera informações 
sobre o equilíbrio. Ou seja, as principais estruturas da 
orelha interna, canais semicirculares e cóclea são 
responsáveis pelo equilíbrio e pela audição, 
respectivamente. 
 
© Processo de audição 
Som penetra no meato e encontra uma barreira que é a 
membrana timpânica. Delimita orelha média e interna. 
Glândulas produzem cera para ser barreira mecânica e 
amenizar os sons para membrana timpânica. A 
membrana timpânica vibra e estimula os ossículos 
(martelo, bigorna, estribo). Ou seja, onda sonora→ onda 
mecânica→ no interior para cóclea onda liquida→ irrita 
as terminações nervosas da cóclea e transforma em onda 
elétrica. Os nervos do crânio passam no meato acústico 
interno e param nos canais semicirculares. 
 
 
 
 
ANA DA JUSTA BARTOLO M2 – 2020.2 
 
5. envoltórios e cavidades encefálicas 
São as meninges, consideradas as membranas que vão 
envolver o encéfalo e a medula espinhal 
 
© Dura mater 
 
Meninge mais externa, espessa, densa e bilaminar 
(recobre tanto o cérebro, encéfalo quanto a medula 
espinhal), também conhecida como paquimeninge. Possui 
duas camadas: camada periosteal (próxima ao osso) e 
camada meníngea (interna – próxima ao tecido neural 
propriamente dito). Também possui invaginações – 
reflexões/espessamentos específicos da dura mater, e 
esses são: foice do cérebro, foice do cerebelo, tenda do 
cerebelo (por cima do cerebelo) e diafragma da sela 
(membrana fina que recobre a célula túrcica, alojando o 
diencéfalo). 
 
 
As separações da dura mater são: 
® Seio sagital superior e lacunas laterais 
Mais superior na foice do cérebro.® Seio sagital inferior 
Na parte interior da foice do cérebro, 
desemboca no seio reto e chega na confluência 
dos seios. 
® Seio reto 
® Seio transverso 
Chega também na confluência dos seios e vai em 
direção ao seio sigmoide que depois distribui 
para o coração. 
® Seio sigmoide 
® Seio occipital 
® Seios petrosos superiores e inferiores 
® Seio cavernoso 
® Confluência dos seios (um ponto onde alguns 
seios se confluem/unem) 
 
A artéria meníngea média (adentra o crânio pelo forame 
espinhoso) é a principal que vasculariza a Dura mater. As 
artérias da dura vascularizam mais a calvária do que a 
própria dura mater. Os ramos meníngeos dos três ramos 
do nervo trigêmeo (III par de nervo craniano) inervam a 
dura. 
 
© Aracnoide e Pia Mater 
As duas camadas foram a leptomeninge. A Aracnoide é 
uma camada avascular não aderida à camada meníngea da 
dura mater. Já a Pia Mater é altamente vascularizada, 
extremamente fina, transparente e difícil manipulação. 
 
Espaços meníngeos: 
® Extradural ou epidural – espaço patológico. Não é 
continuo com o espaço epidural medular e torna-
se um espaço real, por exemplo, na hemorragia 
arterial 
® Subdural – também patológico, resultado de 
trauma com hemorragia venosa 
® Subaracnóideo – espaço verdadeiro, onde circula 
o liquor cefálio raquidiano (LCR), as trabéculas 
aracnoides ocupam esse espaço 
 
No hematoma epidural observa-se um sangramento por 
fora da dura mater e esse sangramento empurra o tecido 
ósseo, desviando a linha média. Percebe-se que há um 
extravasamento externo pelas têmporas. Já no hematoma 
Subdural, o sangue ele se esparra por esse espaço, ficando 
circunscrito no local do trauma, e acontece na camada 
entre Dura Mater e Aracnoide. 
 
ANA DA JUSTA BARTOLO M2 – 2020.2 
 
O sistema ventricular é o conjunto de cavidades no interior 
do encéfalo onde é produzido e circula o liquor. É 
remanescente do tubo neural e possui ventrículos laterais, 
os maiores, que produzem o liquor e lançam no terceiro 
ventrículo. É importante dizer que o LCR protege o 
encéfalo contra qualquer trauma, servindo como 
amortecedor hidrostático. 
 
Na imagem, é possível observar o contorno do ventrículo 
lateral esquerdo. Ele apresenta um corno frontal, corno 
anterior, corno lateral ou temporal e um corpo posterior 
ou occipital. Os ventrículos laterais, seja ele direito ou 
esquerdo, são os maiores ventrículos. Eles vão produzir o 
liquor e lançá-lo no terceiro ventrículo. 
 
Bem medialmente existe o terceiro ventrículo, que 
apresenta um formato irregular, que recebe o liquor pelos 
forâmenes interventriculares. Tem a capacidade de 
produzir o liquor e o lança através do aqueduto do 
mesencéfalo em direção ao quarto ventrículo, que 
apresenta um formato de um losango (perto do cerebelo). 
Esse liquor a partir do quarto ventrículo, e é lançado no 
espaço subaracnóidea por aberturas medianas (forame 
mediano) e laterais (forame lateral). 
O LCR é incolor, ocupando o espaço subaracnóideo, e um 
indivíduo adulto contém cerca de 120 a 150 ml de líquido 
cerebrospinal. Dos ventrículos laterais, o líquido 
cerebrospinal flui para o 3º pelos forames 
interventriculares, e posteriormente passa para o 4º 
ventrículo pelo aqueduto do mesencéfalo. No 4º 
ventrículo, o líquido cerebrospinal flui para o espaço 
subaracnóideo medular, por meio de três aberturas: uma 
abertura mediana e duas laterais. A absorção do líquido 
cerebrospinal ocorre nas granulações aracnóideas. 
 
© Hidrocefalia 
 
A hidrocefalia é o desequilíbrio entre a produção e 
reabsorção de LCR, levando a uma dilatação do sistema 
ventricular. Pode ser causado por uma obstrução do fluxo 
normal do LCR, e a derivação ventrículo-peritoneal é um 
dos possíveis tratamentos. 
 
 
6. anatomia do cérebro
 
 
 
 
 
 
 
 
O cérebro pode ser divido em telencéfalo e diencéfalo. O 
Telencéfalo é composto pelos hemisférios cerebrais e 
lobos: frontal; parietal; occipital; temporal; ínsula e 
límbico. Já o Diencéfalo é composto pelo Tálamo 
(Metatálamo), Hipotálamo, Epitálamo e Subtálamo. Além 
disso também podemos encontrar os núcleos da base e o 
centro semioval (fibras). 
 
© Telencéfalo 
Formado por duas massas laterais, denominadas 
de hemisférios cerebrais assimétricos, direito e 
esquerdo. São separados parcialmente pela fissura 
longitudinal do cérebro. Funcionalmente, o hemisfério 
esquerdo está relacionado com a lógica e raciocínio, 
enquanto que 
o direito com percepção, abstração e musicalidade. 
 
No telencéfalo encontramos circunvoluções denominadas 
de giros, que aumentam a superfície para os neurônios, e 
ao mesmo tempo diminui o tamanho do telencéfalo. Os 
giros do telencéfalo são separados por sulcos. 
 
® Lobos do telencéfalo 
 
O telencéfalo é dividido em partes 
denominadas lobos. São cinco lobos anatômicos do 
telencéfalo e um lobo considerado funcional. Dos cinco 
lobos anatômicos, quatro deles se relacionam com os 
ossos do crânio, recebendo a mesma denominação. Esses 
ANA DA JUSTA BARTOLO M2 – 2020.2 
 
lobos do telencéfalo são: frontal, parietal, temporal, 
occipital e insular. O lobo insular não se relaciona com os 
ossos do crânio, e sua visualização se dá quando 
afastamos o giro temporal superior e o giro frontal 
inferior. O lobo funcional do telencéfalo é o lobo límbico, 
que abrange parte dos lobos frontal, parietal e temporal. 
 
O lobo límbico é constituído por estruturas nervosas que 
formam um limbo na face medial do telencéfalo (nos 
lobos frontal, parietal e temporal). É formado por 
estruturas corticais e subcorticais, o giro do cíngulo, giro 
parahipocampal e o hipocampo, e é considerado o lobo do 
comportamento emocional. 
 
® Faces do telencéfalo 
 
1. Face súpero-lateral 
Na face súpero-lateral identificamos os quatro lobos do 
telencéfalo (frontal, parietal, temporal e occipital). Dois 
grandes sulcos são visíveis: sulco central e sulco lateral. 
2. Face inferior 
A face inferior do telencéfalo se apoia na base do crânio 
(com exceção do polo occipital). Os lobos frontal, 
temporal e occipital são visualizados nessa face. 
3. Face medial 
A face medial do telencéfalo é estudada nos cortes sagitais 
medianos do encéfalo. Evidencia os lobos frontal, parietal 
e occipital, além de estruturas não corticais, a substância 
branca, sendo: corpo caloso, fórnice, comissura anterior, 
lâmina terminal e o septo pelúcido. Nessa face, também 
fica evidente as estruturas corticais do lobo límbico, 
localizadas nos lobos frontal e parietal (no lobo temporal 
estão localizadas na face inferior). 
 
® Sulcos do telencéfalo 
 
1. Central – divide os lobos frontal e parietal (termina na 
metade do sulco lateral) 
2. Lateral – divide os lobos frontal, parietal e temporal 
3. Pré central – anteriormente ao sulco central 
4. Pós central – posterior ao sulco central 
5. Frontal superior 
6. Frontal inferior 
7. Temporal superior 
8. Temporal inferior 
9. Intraperietal 
10. Parieto-occipital – separa o lobo parietal do occipital 
11. Calcariano – bordas desse sulco é onde ocorre a 
projeção da visão 
 
® Giros do telencéfalo 
1. Pós central – anteriormente ao sulco pré central 
2. Pós central – posteriormente ao sulco pós central 
3. Frontal superior 
4. Frontal médio 
5. Frontal inferior – apresenta 3 porções ou partes (parte 
orbital, triangular e opercular) 
6. Temporal superior 
7. Temporal médio 
8. Temporal inferior 
9. Occipital (marca o lobo occipital) 
10. Parietal superior 
11. Parietal inferior 
12. Supramarginal 
13. Angular 
14. Giro do cíngulo 
15. Giro parahipocampal 
16. Úncus 
 
O Hipocampo é uma formação profunda, localizada no 
lobo temporal, e está relacionado à memória recente. É 
formado pelo córtex mais antigo, por isso é a primeira área 
cortical a surgir. 
 
® Classificação funcional do telencéfalo 
Projeções primarias recebem fibras diretamente de áreas 
sensitivas ou motoras, ou seja, aferentes e eferentes. Já as 
áreas que não recebem fibras diretas, são chamadas de 
Gnósicas ou secundárias.Cada região do telencéfalo é responsável por diferentes 
funções mostradas a seguir: 
1. Linguagem: 80% no hemisfério esquerdo 
2. Palavra escrita: giro frontal médio 
3. Palavra ouvida: giro temporal superior 
4. Palavra lida: giro angular 
5. Palavra falada: giro da broca (porção triangular e 
opercular do giro frontal médio) 
6. Esquema corporal: área cortical de associação – giro 
supramar 
 
 
 
 
 
 
 
ANA DA JUSTA BARTOLO M2 – 2020.2 
 
© Diencéfalo 
 
O diencéfalo está localizado medialmente, entre os 
hemisférios cerebrais. É constituído pelo: tálamo, 
hipotálamo, epitálamo, metatálamo e subtálamo, e 
relaciona-se com o IIIº ventrículo. 
® Tálamo 
 
São duas massas ovaladas, localizadas lateralmente ao IIIº 
ventrículo. O tálamo é constituído, internamente, 
por vários núcleos. A maior parte dos núcleos talâmicos 
está relacionada com estímulos sensitivos tornando o 
tálamo um relé para as vias sensitivas, por isso, o tálamo 
está associado ao controle somático, visceral e o sistema 
emocional. Os núcleos talâmicos são corpos de neurônios 
envolvidos por substância branca dentro do sistema 
nervoso central. 
 
® Hipotálamo 
Está localizado inferiormente ao tálamo, separado deste 
pelo sulco hipotalâmico. O hipotálamo está envolvido com 
diversas funções orgânicas, como: controle da parte 
autônoma do sistema nervoso, sede, fome, saciedade, 
regulação da temperatura, controle endócrino, sono, 
vigília, regulação da diurese e sensações relacionadas ao 
prazer e raiva. 
 
® Epitálamo 
 
Localizado superiormente ao mesencéfalo e, separado 
desde pela comissura posterior. Apresenta 
formações endócrinas e não endócrinas. A principal 
formação endócrina é a glândula pineal (localizada 
inferiormente o esplênio do corpo caloso). A glândula 
pineal atua sobre as gônadas (testículos ou ovários), e 
produção cíclica de melatonina. 
 
® Subtálamo 
O subtálamo é a menor formação diencéfalica, sua 
principal formação é o núcleo subtalâmico, relacionado 
com o controle do movimento somático. Ele não 
estabelece relações com o III ventrículo. 
 
© Núcleos da base 
São corpos de neurônios, bem delimitados e com funções 
específicas, localizados no interior do centro medular 
branco do cérebro. Estão envolvidos diretamente com 
o sistema motor, através de uma função moduladora dos 
movimentos, participando sobremaneira nos processos de 
planejamento e controle dos movimentos. 
 
Os núcleos caudado e lentiforme formam o corpo 
estriado (relacionado com o planejamento motor, 
apresentando conexões com o mesencéfalo e o 
diencéfalo). 
 
1. Núcleo caudado: em forma de arco, se relaciona com o 
ventrículo lateral. Sua porção anterior é dilatada 
constituindo a cabeça do núcleo caudado. 
2. Núcleo lentiforme: formado medialmente pelo globo 
pálido e, lateralmente pelo putâmen. 
3. Claustro: é uma fina lâmina de substância cinzenta, 
localizada entre as cápsulas externa e extrema. 
4. Corpo amigdalóide: localiza-se próximo à cauda do 
núcleo caudado, no lobo temporal. Tem amplas conexões 
com o sistema límbico, relacionando-se com o 
comportamento sexual e agressividade. 
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5. Núcleo basal: formado por neurônios colinérgicos, 
localiza-se anteriormente ao globo pálido. Conecta-se ao 
sistema límbico e ao córtex cerebral, apresentando 
funções correlacionadas com a memória. 
 6. Núcleo acumbens: localizado entre a cabeça do núcleo 
caudado e o putâmen. 
Funcionalmente, o corpo estriado é dividido em: estriado 
(formado pelo núcleo caudado e putâmen), e o pálido 
(constituído pelo globo pálido). A maior parte das fibras 
parte do estriado para o pálido, e desse último, partem 
fibras eferentes do corpo estriado. 
 
 
7. vascularização do snc 
O sistema nervoso central é formado por estruturas 
nobres, frágeis e altamente especializadas. Possui um 
fluxo de sangue elevado, e manutenção de um fluxo 
contínuo e intenso na região encefálica, uma vez que o 
cérebro consome muita glicose e O2 (combustíveis do 
cérebro). 
 
O encéfalo é vascularizado por duas artérias 
extremamente importantes, que são responsáveis por 
suprir o fluxo sanguíneo, carótida interna e artéria 
vertebral. Ambas são bilaterais. 
 
1. Carótida interna: se origina do sistema carotídeo; 
ascende em direção ao cérebro. 
2. Vertebral: ramo direto da artéria subclávia, ascende em 
direção ao encéfalo através de estruturas que são os 
forames transversários, aproveitando o empilhamento 
das vértebras, fornece um caminho para a passagem da 
artéria vertebral. 
 
Ambas as artérias formam dois sistemas de vascularização 
do SNC que acabam se ajudando, anastomosando. A 
carótida interna da origem ao sistema carotídeo, 
enquanto a artéria vertebral dará origem ao sistema 
vértebro basilar. São complementares entre si e 
responsáveis pela vascularização do SNC. 
 
© Sistema carotídeo 
 
Inicia-se com a entrada da artéria carótida interna 
(imagem à direita) que penetra do crânio através do 
acidente ósseo canal carótico, localizado no osso 
temporal. Numa vista interna da base (esquerda) essa 
região do canal carótico fica entre essas duas bolinhas 
brancas (marcada pelo círculo verde). 
 
 
 
 
 
Após essa entrada, essa artéria descreve um trajeto 
formando na sua conformidade anatômica um duplo S, 
sendo essa curvatura de dupla camada S, chamada de 
Sifão Carotídeo (duplo S). Esse sifão vai servir como um 
amenizador da pressão sanguínea, fazendo com que o 
sangue atinja todos os vasos sanguíneos cerebrais. Após 
esse trajeto, essa artéria carótida interna vai se dividir em 
ramos terminais: 
1. artérias cerebrais médias 
2. artérias cerebrais anteriores 
3. artérias cerebrais comunicantes posteriores. 
 
© Sistema vértebro-basilar 
As artérias vertebrais ascendem pela região do pescoço 
pelos forames transversários e adentram ao crânio através 
do forame magno. O Sulco bulbo pontinho, local de 
interseção da ponte com o bulbo, é onde as artérias 
vertebrais esquerda e direita se unem, dando origem à 
artéria basilar. 
 
ANA DA JUSTA BARTOLO M2 – 2020.2 
 
A artéria basilar ascende pelo tronco encefálico e irá se 
bifurcar em: 
® artéria cerebral posterior esquerda 
® artéria cerebral posterior direita. 
Ramos diretos da artéria basilar: 
® artérias cerebelares superiores 
® artéria cerebelar inferior anterior 
® artérias pontinas ou da ponte 
Ramo direto da artéria vertebral: 
® artéria cerebelar inferior posterior 
 
© Polígono de Willis 
 
Na base do crânio estas artérias formam um polígono 
anastomótico, o Polígono de Willis, de onde saem as 
principais artérias para vascularização cerebral. As artérias 
vertebrais se anastomosam originado a artéria basilar, 
alojada na goteira basilar. Ela se divide em duas artérias 
cerebrais posteriores que irrigam a parte posterior da face 
inferior de cada um dos hemisférios cerebrais. 
 
© Vascularização da medula espinal 
A artéria vertebral, no ramo direto da artéria subclávia, 
ascende em direção ao encéfalo através de estruturas que 
são os forames transversários, aproveitando o 
empilhamento das vértebras, fornece um caminho para a 
passagem da artéria vertebral. 
Dois ramos artérias que saem das artérias vertebrais vão 
dar origem a artéria espinal anterior (vascularização 
anterior). Ramos artérias que saem das artérias vertebrais 
vão se posicionar posteriormente e darão origem a duas 
artérias espinais posteriores (esquerda e direita). 
 
© Correlações clínicas - acidente vascular encefálico 
ou cerebral 
É a interrupção de fluxo contínuo de sangue para uma 
determinada área do cérebro, causando sintomas 
diversos. Fatores de risco são obesidade, DM II, HAS, 
sedentarismo, tabagismo, etilismo. Sexo masculino 
aumenta 30% a possibilidade do acontecimento do AVC ou 
AVE. 
 
No AVC isquêmico, um coágulo (ex. placa de ateroma) 
bloqueia o fluxo sanguíneo para uma área do cérebro. Já 
no AVC hemorrágico, o sangramento ocorre dentro ou ao 
redor do cérebro (ex. aneurisma que se rompeu, alta 
pressãonos vasos sanguíneos). 
 
 
8. anatomia do tronco encefálico
 
O tronco encefálico é constituído por três partes: 
mesencéfalo, ponte e o bulbo (de superior para inferior). 
Uma grande quantidade 
de informações aferentes e eferentes atravessa o tronco 
encefálico, e dez dos doze pares de nervos cranianos 
possuem seus núcleos nele. Funções básicas para a 
sobrevivência são mantidas pelo tronco encefálico, como 
a respiração. Toda a parte ventral do tronco cefálico é 
chamada de base e a posterior de tegmento. 
© Mesencéfalo 
É a parte superior do tronco encefálico. É atravessado 
pelo aqueduto do mesencéfalo, que conecta o IIIº 
ventrículo com o IVº ventrículo. O mesencéfalo fica 
interposto ao diencéfalo (superiormente), e a ponte 
(inferiormente). É separado do diencéfalo por uma linha 
imaginária traçada a partir da comissura posterior (limite 
superior do mesencéfalo). Inferiormente, o sulco pontino 
superior separa o mesencéfalo da ponte. 
No mesencéfalo tem-se uma estrutura chamada de véu 
medular que fecha a parte posterior do 4º ventrículo, 
formando um teto. A partir desse véu a superior, tem-se o 
mesencéfalo. 
O mesencéfalo é constituído pelos pedúnculos cerebrais e 
colículos superiores e inferiores. O pedúnculo cerebral são 
duas massas brancas, formadas por axônios mielínicos, 
provenientes do giro pré-central, com trajeto 
descendente pela coroa radiada e ramo posterior da 
cápsula interna, formando os pedúnculos cerebrais. Os 
colículos superiores e inferiores juntos são denominados 
de lâmina quadrigêmea. 
 
ANA DA JUSTA BARTOLO M2 – 2020.2 
 
© Ponte 
É a parte média do tronco encefálico, localizada entre o 
mesencéfalo e o bulbo. O limite superior da ponte é o 
sulco pontino superior, e inferiormente é limitada pelo 
sulco bulbopontino (emergência dos nervos cranianos: 
abducente, facial e vestíbulococlear). A ponte apresenta 
uma base e um tegmento. Na ponte tem o sulco basilar 
que repousa sob a parte ventral, o ramo da artéria basilar. 
Forma uma estrutura (mais lateral) que apresenta intima 
relação com as fibras aferentes e eferentes com o 
cerebelo chamado da Pedúnculo cerebelar médio, 
podendo ser chamado de braço da ponte. Se caracteriza 
por grande quantidade de fibras na parede transversal. 
 
© Bulbo 
O bulbo é a parte inferior do tronco encefálico, que 
continua inferiormente com a medula espinal. Nas regiões 
laterais do bulbo estão localizadas as olivas 
bulbares (formadas por neurônios do núcleo olivar 
inferior, relacionadas com o movimento). Anteriormente 
as olivas bulbares emergem as fibras dos nervos 
hipoglossos. 
Na região anterior do bulbo, estão localizadas as pirâmides 
bulbares (formadas por fibras nervosas mielínicas 
provenientes dos giros pré-centrais). As fibras nervosas 
das pirâmides bulbares cruzam o plano mediano, 
constituindo a decussação das pirâmides. Na passagem 
pela base uma via descendente que é responsável pelo 
movimento voluntário (controle da musculatura estriada 
esquelética), chega no bulbo e cruza de lado (decussação). 
75/80% das fibras cruzam ali, e as lesões na altura superior 
a pirâmide, caso tenha um acidente vascular de um lado, 
se manifesta do outro. 
 
A área posterior ao tronco cefálico apresenta uma 
dilatação e essa área de losango formada é o 4º ventrículo, 
tendo a presença de estrias medulares, que delimitam o 
que é bulbo e ponte (posteriormente). 
 
© Vascularização 
 
Na parte ventral as artérias vertebrais se unem para 
formar a artéria basilar (alojada no sulco basilar) 
1. Artéria Cerebelar póstero inferior – bulbo 
2. Artéria Cerebelar ântero interior – bulbo e ponte 
3. Artéria Cerebelar superior – mesencéfalo 
 
 
As veias cerebelares (veia do verme) desembocam na veia 
cerebral magna que chegam no ponto de confluência (seio 
transversal). 
 
© Estrutura interna 
A maioria dos núcleos se localizam na parte posterior. O 
que está em vermelho são os núcleos motores e em azul 
são os sensitivos, que dão origem aos pares de nervos 
cranianos. Tem nervos que são apenas motores, outros 
apenas sensitivos e alguns que são mistos. 
 
 
 
Bem no meio do mesencéfalo tem o aqueduto cerebral 
que divide no tronco encefálico, posteriormente o tecto 
e anteriormente o pedúnculo cerebral. Quem separa a 
base do tegmento é uma substância negra. O núcleo 
rubro que é responsável pela motricidade somática. 
 
© Correlações clínicas 
A doença de Parkinson é por conta da depleção de 
dopamina produzida pela substância negra, e apresenta 
características como tremor, rigidez, marcha de 
pequenos passos. 
 
 
O traumatismo crânio encefálico é o sangramento entre a 
lâmina óssea e a dura máter, que causa hematoma extra 
dural. Começa a comprimir as estruturas encefálicas, 
desvio do tronco encefálico e compromete as vias que 
vão cruzar, sinal de Babinski (lesão do neurônio motor) e 
também sinal de sangue no canto do olho. 
 
 
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9. anatomia dos nervos cranianos 
 
Nervos cranianos são os que fazem conexão com o 
encéfalo. Os 12 pares de nervos cranianos recebem uma 
nomenclatura específica, sendo numerados em 
algarismos romanos, de acordo com a sua origem 
aparente, no sentido rostrocaudal. Eles estão ligados com 
o córtex do cérebro, com exceção do Nervo olfatório (I) e 
Nervo Óptico (II), pois não estabelecem relações com o 
tronco encefálico. Os nervos cranianos podem ser 
classificados em motores (só com eferentes), sensitivos 
(só com aferentes) e mistos (aferentes e eferentes). Nervo 
olfatório (I) e Nervo Óptico (II) são as únicas exceções, pois 
não estabelecem relações com o tronco encefálico. 
 
© Nervo olfatório (I) - sensitivos 
 
É o único nervo que está no interior da mucosa. Faz 
sinapse na região do bulbo olfatório que conduz os 
impulsos para o telencéfalo (área olfativa). É um nervo 
aferente, ou seja, exclusivamente sensitivo, só leva os 
impulsos nervosos. 
 
O bulbo olfatório repousa sobre a lâmina crivosa (porosa, 
parece uma peneira) do osso etmoide. 
 
© Nervo óptico (II) - sensitivos 
Nervo exclusivamente sensitivo que leva imagem ao 
córtex (permite que o córtex interprete a imagem). O 
nervo óptico possui origem aparente no crânio e se 
encontra no quiasma óptico que é uma estrutura 
diencefálica. Os tratos ópticos (após o quiasma) se 
deslocam até o tálamo e chegam depois nas bordas do 
sulco calcarino, formando a projeção no lobo occipital. 
 
 
 
 
© Nervo oculomotor (III) - mistos 
 
Origem aparente no encéfalo, na fossa interpeduncular. 
Exclusivamente motor e tem o papel de inervar os 
músculos extrínsecos do olho. Ele sai da fossa 
interpeduncular, passa pela fissura orbital superior, ganha 
a órbita e vai inervar os músculos extrínsecos do olho 
 
© Nervo troclear (IV) – motores 
 
Único que emerge posteriormente ao tronco encefálico, 
mais precisamente no véu medular superior. Vai da porção 
logo abaixo do tecto, ganha a fissura orbital superior e vai 
inervar o músculo oblíquo superior. Passa na alça tendínea 
chamada de tróclea. 
 
© Nervo trigêmeo IV) - mistos 
 
Recebe esse nome porque tem três partes formando 
gânglios: V1 (oftalmo), V2 (maxilar) e V3 (mandibular). É 
um nervo misto, onde a sua maior parte é sensitiva 
(oftalmo, maxilar e mandibular), e a única parte motora é 
a mandibular, e é responsável pela sensibilidade geral da 
face. A parte mandibular também tem uma função motora 
capaz de inervar os músculos da mastigação. Esse nervo 
passa pela Fissura orbital superior (oftalmo); forame 
redondo (maxilar) e forame oval (mandibular). 
 
 
 
 
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© Nervo abducente (VI) – motores 
 
Emerge no sulco bulbo pontino, mais medial, e inerva 
apenas o músculo reto lateral. Sai do núcleo, emerge no 
bulbo, ganha a fissura orbital superior e inerva o músculo 
reto lateral. 
 
© Nervo facial (VII) - misto 
Sai do sulco bulbo pontino, penetra pelo meato acústico 
interno, passa no interior do osso temporal (canal facial) e 
ganha o forame estilomastóide (saindo do crânio).Tem-se 
dois troncos (superior e inferior) que darão origem a 5 
ramos: Ramo frontal; Ramo zigomático; Ramo maxilar; 
Ramo mandibular e Ramo cervical do trigêmeo. Passa por 
dentro da parótida, mas não participa da inervação da 
glândula parótida. 
® Aplicação clínica 
 
A face é dividida em quatro quadrantes. Tem-se dois tipos 
de paralisias faciais: periférica e central. Os quadrantes 
inferiores são inervados apenas pelas fibras do lado 
oposto do córtex. Já os quadrantes superiores são 
inervados pelas fibras do mesmo lado e do lado oposto. 
Quando você tem uma paralisia do quadrante inferior, 
sabe-se que a lesão é do lado oposto, logo é uma paralisia 
facial central. Essa paralisia se caracteriza pelo desvio da 
comissura labial (pro lado que não tem paralisia). 
 
A paralisia facial periférica paralisa todo o nervo, ou seja, 
metade da face fica paralisada (sempre no mesmo lado da 
lesão) Ocorre desvio da boca, e o olho não fecha. Também 
é conhecida como Paralisia de Bell. 
Resumindo, a paralisia facial central ocorre sempre no 
quadrante inferior, do lado oposto da lesão. Por outro 
lado, a paralisia facial periférica ocorre em metade da face, 
do mesmo lado da lesão. 
 
© Nervo vestibulococlear (VIII) - sensitivo 
 
Possui origem aparente do sulco bulbo pontino. É 
constituído pelo nervo vestibular e o nervo coclear. A 
parte vestibular é responsável pelo equilíbrio, enquanto a 
parte coclear pela audição. Ele sai do sulco bulbo pontino 
e penetra no meato acústico interno. 
 
© Nervo glossofaríngeo (IX) – misto 
 
Inerva tanto a língua quanto a faringe e também a glândula 
parótida. Sua parte motora inerva os músculos 
constritores da faringe e palato, e sua parte sensitiva é o 
principal componente da gustação. Posteriormente a oliva 
tem ponto de emergência de três pares cranianos (9º / 10º 
/ 11º nervos). No caso de lesão, a úvula sempre se desloca 
para o lado saudável, então você encontra lesão no 
glossofaríngeo, chamada de “paralisia lateral com desvio 
da úvula”. 
 
© Nervo vago (X) – misto 
 
Inerva boa parte das vísceras abdominais e musculatura 
da faríngea e é o principal componente do sistema 
autônomo parassimpático. 
 
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© Nervo acessório (XI) – motor 
Sai do sulco pós olivar e vai inervar dois músculos: 
esternocleidomastóideo e trapézio. 
 
© Nervo hipoglosso (XII) - motor 
Passa inferiormente à língua e inerva músculos motores da 
língua. Emerge anterior a oliva (pré olivar) e passa pelo 
canal do hipoglosso, superior aos côndilos occipitais. 
 
Sempre que tiver uma lesão no nervo hipoglosso a língua 
desvia para o lado da lesão (nesse caso da imagem acima, 
ele desvia da esquerda para a direita), quando o paciente 
faz a protrusão da língua. 
 
 
 
10. anatomia do cerebelo 
Cerebelo significa pequeno cérebro. O cerebelo e cérebro 
juntos formam o sistema suprassegmentar. Em sua borda 
é encontrada uma massa cinzenta (córtex) e em seu 
interior uma massa branca, além da presença de algumas 
ilhas neurais (núcleos). 
 
Nesse corte axial do crânio podem ser percebidas algumas 
estruturas: fossa anterior (lobo frontal); fossa média: lobo 
temporal e fossa posterior, com a fossa cerebelar que 
abriga o cerebelo. Essa fossa possui íntima relação com o 
osso occipital abrigando o forame magno. 
 
Já nesse corte sagital mediano, pode-se perceber que o 
cerebelo é recoberto por uma reflexão da dura mater 
chamada de tenda do cerebelo e por dentro dela 
encontra-se um seio (drenagem venosa), chamado de seio 
reto. 
 
A esquerda da imagem é possível ver o cerebelo na vista 
anterior e na direita vista superior. Anatomicamente o 
cerebelo é dividido em dois hemisférios cerebelares 
(direito e esquerdo), e uma porção mediana, que divide os 
dois hemisférios, denominada de vermis. Além da divisão 
em hemisférios, ele também pode ser dividido em lobos: 
1. Lobo anterior (vermelho) 
2. Lobo posterior (verde) - maior dos lobos 
3. Lobo Floculonodular (azul) 
Na vista anterior é possível destacar o quarto ventrículo 
(marrom - fossa) e pode-se ver acima um rosa claro que 
são os pedúnculos cerebelar médio, inferior, superior e o 
véu medular superior. Na vista superior é possível ver com 
clareza uma fissura que separa o lobo anterior do 
posterior que é a fissura prima. A fissura póstero lateral 
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separa o lobo floculonodular do posterior, e as depressões 
são as fissuras e as elevações as folhas. 
 
A tonsila do cerebelo é uma porção dilatada, mais 
evidente na face inferior do cerebelo, projetando-se 
medialmente sobre a face dorsal do bulbo. Esta relação é 
importante, pois em certos casos de hipertensão craniana 
as tonsilas podem comprimir o bulbo com graves 
consequências. Isto decorre, por exemplo, de acidente nas 
punções lombares, quando a retirada do liquor diminui 
subitamente a pressão no espaço subaracnóideo da 
medula, ou menos na presença de massas expansivas 
intracranianas. Nestes casos, estando aumentada a 
pressão intracraniana, as tonsilas podem ser deslocadas 
caudalmente, penetrando no forame magno e 
comprimindo o bulbo. 
 
Cada parte do vermis pode ser dividida, e é importante dar 
destaque para o nódulo, que realiza funções primitivas do 
cerebelo como controle da postura e equilíbrio. 
 
 
Essa imagem posterior do tronco encefálico evidencia 
bem, na região central, a área de um losango que 
compreende o IVº ventrículo. Na secção oblíqua do 
cerebelo, a presença de substância cinzenta dentro da 
árvore da vida é o núcleo, sendo este o maior núcleo 
chamado de núcleo denteado, que é importante para o 
controle do movimento. Ele se conecta com o tronco 
encefálico por meio do pedúnculo cerebelar superior. 
Outros núcleos importantes são: 
1. Núcleo fastigial direito e esquerdo (centrais) 
2. Núcleos globosos (lateralmente aos fastigiais) 
3. Núcleos interpósitos - emboliforme (lateralmente aos 
globosos) 
Os núcleos do cerebelo exercem influencia no controle 
motor dos músculos estriados esqueléticos, o núcleo 
fastigial controla os músculos axiais e proximais dos 
membros (postura e equilíbrio), os núcleos interpósito e 
denteado controlam os músculos distais. 
 
 
Os pedúnculos cerebelares (superior, médio e inferior) 
conectam o cerebelo ao tronco encefálico. Na imagem 
preta é possível destacar os pedúnculos 
1. Pedúnculo cerebelar superior (conectando com o 
mesencéfalo) - azul 
2. Pedúnculo cerebelar inferior (importante via eferente 
para o cerebelo) - amarelo 
3. Pedúnculo cerebelar médio (se deslocada ponte até o 
cerebelo) -verde 
 
© Funções do cerebelo 
O cerebelo possui função cognitiva afetiva, vestibular 
(equilíbrio) e motora. O lobo floculonodular é responsável 
pela função vestibular, enquanto o lobo anterior pela 
função motora e o lobo posterior (neo-cerebelo) pela 
função cognitiva afetiva. 
 
© Vascularização 
 
A artéria vertebral penetra a dura mater, entrando no 
forame magno emitindo o primeiro ramo, a artéria 
cerebelar inferior posterior (região posterior e inferior do 
cerebelo). As artérias vertebrais se unem formando a 
artéria basilar e o primeiro ramo que se direciona para o 
cerebelo é a artéria cerebelar inferior anterior, mais 
superiormente emite a artéria cerebelar superior 
(principal artéria que supre o cerebelo – inclusive os 
núcleos). 
 
A veia superior do verme e inferior do verme que vão fazer 
a drenagem por um sistema espinal ou através do seio 
petroso inferior. Já a veia basilar e cerebral magna é a que 
 
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desemboca no seio reto, drenando para a confluência dos 
seios. 
 
© Aspectos anatomoclínicos e cirúrgicos do cerebelo 
Os seguintes testes são relacionados com a semiologia do 
cerebelo. 
1. Equilíbrio/marcha (arquicerebelo – cerebelo vestibular) 
 
Testes: solicitar que o paciente ande em linha reta ou ande 
na ponta dos pés. 
Constituído pelo lobo floculonodular do cerebelo e recebe 
conexões vestibulares. Desta forma, o cerebelo recebe 
impulsosdos canais semicirculares (localizados na parte 
vestibular da orelha interna) e permitem ao cerebelo 
coordenar a atividade muscular de modo a manter o 
equilíbrio. 
 
2. Tônus muscular (paleocerebelo – cerebelo espinal) 
 
Formado pelo lobo anterior do cerebelo, além da pirâmide 
e úvula do vérmis. O paleocerebelo recebe informações de 
receptores especiais denominados fusos musculares e 
órgãos neurotendinosos, que originam impulsos nervosos 
denominados proprioceptivos, os quais, após um trajeto 
pela medula espinal e bulbo, chegam ao cerebelo, levando 
informação sobre o grau de contração dos músculos. Estas 
informações são importantes para a regulação do tônus 
muscular e postura. 
3. Coordenação motora (neocerebelo – cerebelo cortical) 
Constituido pelo declive, folium, túber (e seus respectivos 
lobos correspondentes nos hemisférios), além dos lóbulos 
biventre e tonsilas (o que corresponde à maior parte dos 
hemisférios cerebelares). O neocerebelo relaciona-se com 
o controle de movimentos em geral (execução orientada 
ao alvo das ações motoras), em vista de usar conexões 
com o córtex motor e tálamo. Desta forma, o neocerebelo 
permite que se desenvolva a capacidade de utilizar os 
membros para movimentos delicados, finos e 
assimétricos, os quais requerem uma coordenação 
nervosa muito elaborada. 
 
© Imagens 
 
 
 
Essa é uma imagem clássica de tomografia 
computadorizada, em que o osso brilha intensamente. É 
possível perceber que há um sangramento na região do 
cerebelo. 
 
 
 
Na imagem acima é possível perceber uma isquemia 
cerebelar. 
 
11. anatomia da medula espinal 
A medula espinal é a parte do tubo neural que sofreu 
menos alterações durante o desenvolvimento. É também 
a parte alongada do sistema nervoso central localizada no 
interior da coluna vertebral, de aproximadamente 45cm 
de comprimento, contínua com o bulbo, que se estende 
até a margem inferior de L1. 
 
A medula espinal faz parte do sistema nervoso central, 
logo apresenta as três camadas de envoltório, dura mater, 
aracnoide e pia mater. A meninge que está em contato 
direto com a medula espinal é a pia-máter, essa meninge 
forma no término da medula espinal um prolongamento, 
denominado de filamento terminal. As outras meninges 
são a dura-máter (externa) e a aracnóide-máter (entre a 
dura máter e pia-máter). A dura-máter e a aracnóide-
máter se projetam mais inferiormente em relação à 
medula espinal. 
 
Algumas características gerais da medula são: 
1. No recém-nascido, a medula espinal se estende até a 
altura do disco intervertebral L2 L3 
2. Seu início é abaixo do bulbo, na altura do forame 
magno. 
3. Sua forma é cilíndrica, achatada ântero-
posteriormente. 
4. Em duas regiões, a medula espinal apresenta dilatações, 
na região cervical (entre os segmentos C4 e T1), dilatação 
denominada de intumescência cervical e; na região 
lombossacral (entre os segmentos L2 e S3), denominada 
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de intumescência lombossacral. As intumescências 
contêm um maior número de neurônios, destinados a 
inervação dos membros (plexos) 
5. A medula termina no nível de L1. Para coleta de LCR, a 
altura utilizada é entre L4 ou L5 
 
© Anatomia macroscópica 
 
Origina 31 pares de nervos espinhais: 
1. 8 cervicais 
2. 12 torácicos 
3. 5 lombares 
5. 5 sacrais 
6. 1 coccígeo 
 
Em verde na imagem está a porção cervical, em azul a 
torácica e em roxo a lombar. O final da medula está 
marcado em vermelho. É importante saber que os níveis 
da medula não coincidem com a altura das vértebras. 
 
 
O corno posterior da medula é responsável pela 
informação sensitiva, enquanto o corno anterior, pela 
motora. Na medula espinal a substância branca está 
localizada externamente, enquanto que, a substância 
cinzenta é interna. A substância branca é constituída por 
fibras nervosas mielínicas que possuem direção 
ascendente ou descendente. Está separada por funículos, 
pelos sulcos da superfície da medula. Nos funículos 
encontram-se os principais tratos ou fascículos (vias) de 
condução de estímulos. 
 
 
 
 
No interior do canal medular tem-se um espaço de 
gordura. O espaço azul mostrado na imagem é preenchido 
por liquor. Já o forame intervertebral é por onde emergem 
as raízes nervosas. 
 
© Vascularização 
O suprimento arterial é da seguinte maneira: 
 
1. Vertical 
® Artéria espinal anterior 
® Artérias espinhais posteriores 
2. Artérias segmentares 
® Ramos das artérias vertebrais (cervical), das 
artérias intercostais posteriores (tórax) ou das 
artérias lombares (lombar) 
® Artérias radiculares posterior e anterior 
® Artéria medular segmentar 
® Artéria radicular magna (Adamkiewcz) 
 
Já a drenagem venosa é da seguinte maneira: 
 
1. Vertical 
® Veia espinhal anterior 
® Veia espinhal posterior 
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® Veias espinhais ântero laterais 
® Veias espinhais póstero laterais 
2. Veias radiculares 
3. Pleno venoso vertebral interno 
4. Plexo venoso vertebral externo – leva o sangue para a 
veia cava superior 
 
© Terminologia (vias medulares) 
Funículo é uma classificação anatômica, relacionada a 
grande conjunto de fibras com origens diversas. Já 
fascículo, outra classificação anatômica, está relacionada 
a um grupo de fibras que fica no interior de um funículo. 
Trato é uma classificação funcional, um grupo de fibras 
que compartilham mesma origem, destino, trajeto e 
função. Possui nome da origem e destino. Já via é o 
conjunto de tratos e núcleos que compartilham uma 
mesma função. Pode ser: 
1. Aferente: via ascendente, sensitiva 
2. Eferente: via descendente, motora 
 
© Principais vias medulares 
1. Ascendentes 
No funículo posterior temos: 
o Fascículos grácil e cuneiforme vermelho 
(propriocepção consciente, sensibilidade 
vibratória, tato epicrítico - detalhado) 
o Fascículo grácil – carreia sob os membros inferiores 
(medial) 
o Fascículo cuneiforme – carreia sob os membros 
superiores (lateral) 
Nos funículos lateral/anterior temos: 
o Trato espinotalâmico lateral azul (TETL) – 
sensibilidades térmicas e dolorosa 
 
o Trato espinotalâmico anterior amarelo (TETA) – 
tato protopático (percebe-se que tem algo em 
contato, mas não consegue definir exatamente o 
que é) 
 
o Trato espinocerebelares anterior e posterior (TEC) 
– propriocepção inconsciente 
 
2. Descendentes 
No funículo lateral temos: 
o Trato rubroespinal – controle da musculatura distal 
dos membros 
 
o Trato corticoespinal lateral (piramidal) – motor 
Ipsilateral 
No funículo anterior temos: 
o Trato vestibuloespinal – controla da musculatura 
axial e proximal dos membros 
o Trato raticuloespinal – controle da musculatura 
axial, postura da cabeça 
o Trato corticoespinal anterior (piramidal) – motor 
contralateral 
 
Entre todas essas, as mais importantes são: 
1. TETA e TETL 
Decussam na medula, um ou dois níveis acima da entrada 
pela raiz dorsal e fascículo de Lissauer 
2. Cordão posterior 
Decussa no bulbo, formando o leminisco medial após os 
núcleos grácil e cuneiforme 
3. Trato piramidal 
75-90% das fibras decussam no bulbo e descem pelo TCEL, 
o resto desde pelo TCEA e decussa na medula 
 
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