Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
M e d ic in a U N IC ID T X X IX Práticas F.- M1- Triagem Neonatal Práticas Funcionais- Módulo 1- 3ª Etapa Rodrigo Barbosa Guerra 1 Triagem neonatal O teste do pezinho também é conhecido como triagem neonatal biológica e é responsável pela pesquisa de 6 doenças: 1. Fenilcetonúria 2. Hipotireoidismo congênito 3. Doença falciforme e outras hemoglobinopatias 4. Fibrose cística 5. Hiperplasia adrenal congênita 6. Deficiência de biotinidase Teste do Pezinho deve ser realizado entre o 3º e 5º dia de vida. O Teste do Pezinho é um exame simples, porém de grande importância para garantir o desenvolvimento saudável da criança Fases de implementação Fase 1 Foi quando começaram a realizar o teste do pezinho, começando pelos testes da fenilcetonúria e hipotireoidismo congênito Fase 2 Houve a implementação de Hemoglobinopatias, como a doença falciforme Fase 3 Houve a implementação da Fibrose Cística Fase 4 Implementação da Hiperplasia Adrenal Congênita e Deficiência de Biotinidase “Fase 5” No início de 2020, foi incorporado ao teste do pezinho, a detecção para a toxoplasmose congênita Realização da coleta 1. Identificação da área da punção (área sombreada) 2. Massageie o calcanhar do bebê suavemente, além de limpar a área puncionada com algodão e álcool 3. Friccionar a perna para produzir uma maior afluência de sangue no pé 4. Puncionar o calcanhar com um só movimento contínuo e firme 5. Permitir a formação de uma grande gota de sangue 6. Encostar a gota no centro do círculo do papel filtro e deixar o sangue preencher o círculo M e d ic in a U N IC ID T X X IX Práticas F.- M1- Triagem Neonatal Práticas Funcionais- Módulo 1- 3ª Etapa Rodrigo Barbosa Guerra 2 completamente. Deve-se observar o verso do papel para ter certeza de que foi impregnado até a parte posterior 7. Esperar uma nova gota e repita o mesmo procedimento até preencher os demais círculos 8. Concluída a coleta de sangue, pressionar a área puncionada com um algodão limpo e/ou coloque uma bandagem anti-séptica Cartilha do teste do pezinho Fatores que interferem na coleta Dentre as condições maternas, destacam-se o hipotireoidismo, uso de esteroides (prednisona, dexametasona, betametasona), mãe com HAC ou PKU, esteatose hepática da gravidez, deficiência de vitamina B12, nutrição parenteral e transfusão de hemácias Em relação às condições do recém-nascido que podem interferir nos resultados, estão imaturidades do eixo hipotálamo-hipófise, imaturidade das enzimas hepáticas, hipotireoidismo, hipóxia, pré-termo, nutrição parenteral total, transfusão de hemácias, uso de dopamina e esteroides Normalmente, os recém-nascidos que ficam internados nas unidades de terapia intensiva, na maioria das vezes, são compostos por prematuros, apresenta condições clínicas instáveis Fenilalanina A fenilalanina é um aminoácido essencial que é hidroxilado em tirosina por ação da fenilalanina hidroxilase. A enzima é um tetrâmero composto por quatro subunidades iguais e é regulada através da fosforilação oxidativa, sendo ativada pela fenilalanina e inibida pela TH4 Uma diminuição dessa conversão enzimática pode ser causada por mutações no gene da enzima, quer por defeitos na síntese ou reciclagem das biopterinas A via alternativa de metabolização da fenilalanina é ativada quando a via principal está parcialmente bloqueada. Esta via secundária consiste na transaminação da fenilalanina a fenilpiruvato; seguidamente, a descarboxilação deste metabolito origina fenilacetato, enquanto a sua redução leva à produção do fenil-lactato. O fenilacetato poderá, posteriormente, ser conjugado com a glutamina e produzir fenilacetilglutamina. O nome fenilcetonúria deriva do nome do metabolito excretado em quantidades nesta doença, nomeadamente o fenilpiruvato, uma fenilcetona que confere o odor característico (“cheiro a urina de rato”) à urina destes doentes. Relação com o teste do pezinho – fenilcetonúria A fenilcetonúria consiste em um erro inato do metabolismo, com padrão de herança automossômica recessiva, caracterizando por um defeito na enzima Fenilalanina Hidroxilase, levando ao acúmulo de fenilalanina M e d ic in a U N IC ID T X X IX Práticas F.- M1- Triagem Neonatal Práticas Funcionais- Módulo 1- 3ª Etapa Rodrigo Barbosa Guerra 3 O diagnóstico é feito pela dosagem quantitativa de fenilalanina da amostra sanguínea (valor superior a 10 mg/dL em pelo menos 2 amostras distintas). O método é realizado por amostra fluorimétrica, enzimática ou espectrometria de massa O aumento da fenilalanina só é detectada se a criança tiver ingerido quantidade suficiente de proteína: por isso, a coleta só pode ser feita após 48 horas dos nascimento Hiperfenilalaninemia Benigna Quando a atividade enzimática é superior a 3% e os níveis de FAL encontram-se entre 4 mg/dl e 10 mg/dl; está situação é considerada benigna, não ocasionando qualquer sintomatologia clínica Classificação Denominação Atividade enzimática Concentração de Fenillalanina no plasma Fenilcetonúria moderado ou grave (clássica) < 1% >20 mg/100 mL Fenilcetonúria leve 1 a 3% 10 a 20 mg/100 mL Hiperfenilalaninemia benigna >3% 4 a 10 mg/100 mL TSH e T4 (Tiroxina) Histologia da Adeno-hipófise É formada por cordões de células epiteliais cuboides ou poligonais produtoras de hormônios. Os hormônios são armazenados em grânulos de secreção. As células não secretoras da adeno-hipófise são chamadas células foliculoestelares. Elas possuem muitos prolongamentos, os quais estabelecem contato com outras células do mesmo tipo por meio de junções intercelulares Entre os cordões e ilhas de células há muitos capilares sanguíneos. Os poucos fibroblastos produzem poucas fibras reticulares que sustentam os cordões de células Células secretoras da pars distalis A pars distalis secreta vários hormônios, fatores de crescimento e citocinas. As células podem ser classificadas como cromófobas e cromófilas. As células cromófilas podem se subdividir em acidófilas e basófilas Controle funcional da pars distalis O padrão de secreção de vários hormônios produzidos na pars distalis não é contínuo, porém pulsátil, por picos de secreção, obedecendo o ciclo circadiano. As atividades são controladas por vários mecanismos: 1. Hormônios peptídicos produzidos pelos agregados de células neurossecretoras. Esses hormônios são armazenados nos terminais axônicos, sendo transportados à pars distalis pelo plexo capilar. São denominados hormônios liberadores hipotalâmicos 2. Hormônios produzidos por várias glândulas endócrinas, os quais agem sobre a liberação de peptídeos. Sistema de retroalimentação 3. Moléculas como inibina e activina, produzidos nas gônadas e controlam a produção de FSH Pars tuberalis Região em forma de funil que cerca o infundíbulo da neuro-hipófise Pars intermedia É uma região rudimentar composta de cordões e folículos de células fracamente basófilas que contêm pequenos grânulos de secreção TSH O TSH, também chamado de tireotropina, é um hormônio da hipófise anterior. Ele aumenta a secreção M e d ic in a U N IC ID T X X IX Práticas F.- M1- Triagem Neonatal Práticas Funcionais- Módulo 1- 3ª Etapa Rodrigo Barbosa Guerra 4 de tiroxina e tri-iodotironina pela tireoide. Seus efeitos específicos: 1. Aumento da proteólise da tireoglobulina, resultante no aumento da liberação de hormônios tireoidianos 2. Aumento da atividade da bomba de iodeto que aumenta a captação de iodeto pelas células glandulares 3. Aumento da iodização da tirosina para formar os hormônios tireoidianos 4. Aumento do tamanho e da atividade secretora das células tireoidianas 5. Aumento do número de células tireoidianasApós a administração de TSH, é o início da proteólise da tireoglobulina, que provoca a liberação de tiroxina e tri-iodotironina no sangue A secreção de TSH pela hipófise anterior é controlada pelo hormônio hipotalâmico, o hormônio liberador de tireotropina (TRH). Ele é transportado para a hipófise anterior pelo sangue portal hipotalâmico- hipofisário. O TRH afeta diretamente as células da hipófise anterior, elevando a secreção de TSH Anatomia e fisiologia da tireoide A tireoide é composta por grande número de folículos fechados, que estão cheios de uma substância secretora, chamada coloide, e revestidos por células epiteliais cuboides, que secretam seus produtos para o interior dos folículos. O coloide é constituído de tireoglobulina, cuja molécula contém os hormônios tireoideanos A tireoide contém também células C, que secretam calcitonina, um hormônio que contribui para a regulação da concentração plasmática de íons cálcio Formação e secreção de tireoglobulina As células da tireoide são típicas células glandulares secretoras de proteínas. O retículo endoplasmático e o aparelho de Golgi sintetizam e secretam para os folículos uma grande glicoproteína chamada tireoglobulina Cada molécula de tireoglobulina contém moléculas de tirosina, que são os principais substratos que se combinam com o iodo para formar os hormônios tireoidianos Liberação de T4 e T3 A maior parte da tireoglobulina não é liberada para a circulação, sendo necessário clivar a tiroxina e a tri-iodotironina da molécula de tireoglobulina, em seguida, ambos esses hormônios livres são liberados Transporte dos hormônios tireoidianos A tiroxina e a tri-iodotironina se combinam imediatamente às diversas proteínas plasmáticas sintetizadas pelo fígado. Elas se combinam, principalmente, com a globulina de ligação de tiroxina, com a pré-albumina de ligação de tiroxina e a albumina Relação com o teste do pezinho – Hipotireoidismo congênito A doença é causada pela incapacidade da tireoide em produzir suficientemente os hormônios, resultando em redução geral do metabolismo. A doença pode ser primária (disgenesia tireoidiana); secundária, com deficiência do TSH hipofisário; terciária, com deficiência do TRH hipotalâmico; além de resistência periférica à ação dos hormônios tireoidianos O diagnóstico vem com o teste do pezinho. Após o resultado positivo, deve-se dosar o T4 (total e livre) e TSH de sangue venoso, para confirmação do diagnóstico. A dosagem deve ser realizada entre o terceiro e quinto dia de vida quando existe estabilização da função hormonal do recém-nascido. Ela é realizada por fluorescência e níveis enzimáticos M e d ic in a U N IC ID T X X IX Práticas F.- M1- Triagem Neonatal Práticas Funcionais- Módulo 1- 3ª Etapa Rodrigo Barbosa Guerra 5 Hemoglobina Função A hemoglobina realiza o transporte de oxigênio dos pulmões aos tecidos é efetuado pela hemoglobina presente nas hemácias. Além disso, a hemoglobina realiza a conversão de dióxido de carbono em ácido carbônico. Depois desse processo, ocorre a liberação de íons hidrogênio, nesse caso, a hemoglobina realiza a restrição das variações de pH, mantendo o sangue em um meio constante Estrutura da hemoglobina A hemoglobina predominante nos seres humanos adultos é a HbA, que é formada por quatro cadeias polipeptídicas, duas alfa (alfa 1 e alfa 2) e duas beta (beta 1 e beta 2). Elas exibem estruturas terciárias semelhantes Apresentam a maior extensão da cadeia formada por segmentos alfa-hélice, conectados por regiões sem estruturas regular. As hélices recebem letras e os seus aminoácidos constituintes, números Na estrutura quaternária da hemoglobina, as ligações não covalentes são muito mais numerosas entre subunidades diferentes alfa/beta, do que em M e d ic in a U N IC ID T X X IX Práticas F.- M1- Triagem Neonatal Práticas Funcionais- Módulo 1- 3ª Etapa Rodrigo Barbosa Guerra 6 subunidades iguais, constituindo uma molécula tetramétrica composta pela união de dois dímeros alfa1-beta1/alfa2-beta2. Esses contatos sofrem modificações na oxigenação e na desoxigenação Síntese de hemoglobina Cada molécula de heme se combina com uma longa cadeia polipeptídica chamada globina (sintetizada pelos ribossomos), formando cadeias de hemoglobina. As 4 cadeias de hemoglobina se ligam para formar a molécula completa de hemoglobina Hemoglobina fetal O feto humano, possui uma hemoglobina HbF, com uma cadeia polipeptídica gama, no lugar da beta. Ela possui maior afinidade pelo oxigênio do que a HbA, sendo oxigenada às custas da materna Relação com o teste do pezinho – Doença falciforme e hemoglobinopatias A doença falciforme tem herança genética autossômica recessiva, causada por um defeito na estrutura da cadeia beta da hemoglobina, levando as hemácias a assumirem formas falcêmicas A hemoglobina predominante em um homem adulto normal é a A (Hb A); nos recém-nascidos, há predominância da Hemoglobina F (Hb FA). Por outro lado, as hemoglobinas variantes mais frequentes são a S e a C. Sendo assim, quando o indivíduo adulto é heterozigoto, ou seja, Hb AS, é dito como portador do “traço falciforme”; se é homozigoto (Hb SS), possui a doença. Nos recém-nascidos, é possível identificar os heterozigotos como Hb FAS (portadores de traço falciforme) e os homozigotos (doentes), como Hb FS. Na HbS há a troca do códon GAC para GTC no RNAm, levando a uma troca do ácido glutâmico pela valina na posição 6 da cadeia beta da globina. Esta troca modifica a carga elétrica da molécula, pois a valina é um aminoácido neutro e o ácido glutâmico apresenta carga negativa. As hemácias com esse traço falciforme, possuem o formato de foice, sendo chamados de Drepanócitos O período de triagem é entre o terceiro e quinto dia após o nascimento. É recomendado a detecção e início do tratamento antes de 4 meses de vida para a adequada prevenção das infecções e outras complicações que frequentemente podem levar à morte da criança Nos exames de triagem é realizada a pesquisa e quantificação das hemoglobinas encontradas na amostra. As metodologias dessas dosagens são realizadas por eletroforese por focalização isoelétrica (FIE) e cromatografia líquida de alta resolução (HPLC). Qualquer uma das técnicas pode ser utilizada de forma isolada para a triagem inicial. Todos os casos que apresentarem padrão inconclusivo na técnica escolhida, deverão ser reavaliados na outra técnica No resultado, se espera a presença de HbS na ausência de HbA, HbS com outra Hb variante ou uma quantidade de HbS maior do que HbA M e d ic in a U N IC ID T X X IX Práticas F.- M1- Triagem Neonatal Práticas Funcionais- Módulo 1- 3ª Etapa Rodrigo Barbosa Guerra 7 Cromatograma Tripsina Histologia do pâncreas M e d ic in a U N IC ID T X X IX Práticas F.- M1- Triagem Neonatal Práticas Funcionais- Módulo 1- 3ª Etapa Rodrigo Barbosa Guerra 8 O pâncreas é uma glândula exócrina e endócrina, que produz enzimas digestivas e hormônios. As enzimas são armazenadas e secretas por células da porção exócrina em ácinos. Os hormônios são sintetizados em grupamentos de células epiteliais endócrinas conhecidos como ilhotas pancreáticas Núcleos circundados por citoplasma claro pertencem às células centroacinosas, que constituem a porção intra-acinosa dos duetos inter-calares. Duetos intercalares são tributários de duetos interlobulares maiores revestidos por epitélio colunar. O ácino pancreático exócrino é constituído por várias células serosas que circundam um lúmen Uma cápsula delgada de tecido conjuntivo reveste o pâncreas e envia septos para o seu interior, separando-o em lóbulos. Além de água e íons, o pâncreas exócrino humano secreta diversas proteinases, amilase, lipases,fosfolipase A2 e nucleases. A maioria das enzimas é armazenada na forma inativa (pré-enzimas) nos grânulos de secreção das células acinosas, sendo ativadas no lúmen do intestino delgado após a secreção. Este fato é muito importante para a proteção do pâncreas contra a atividade dessas enzimas. A secreção pancreática cxócrina é controlada principal- mente por meio de dois hormônios - secretina e colecistoquinina - que são produzidos por células enteroendócrinas da mucosa intestinal (duodeno e jejuno). O estímulo do nervo vago (parassimpático) também aumenta a secreção pancreática A existência de ácido (pH < 4,5) no lúmen intestinal é um forte estímulo para a secreção de secretina. Esse hormônio promove uma secreção fluida abundante, pobre em atividade enzimática e rica em bicarbonato. Esta secreção alcalina é produzida pelas células dos duetos intercalares e serve para neutralizar a acidez do quimo (alimento parcialmente digerido), para que as enzimas pancreáticas possam funcionar em sua faixa ótima de pH (neutro). A liberação de colecistoquinina é estimulada por ácidos graxos de cadeia longa, ácido gástrico e alguns aminoácidos essenciais no lúmen intestinal. A colccistoquinina promove uma secreção pouco abundante e rica em enzimas. Este hormônio atua principalmente na extrusão dos grânulos de zimogênio. A ação integrada da secretina e colecistoquinina provê a secreção abundante de suco pancreático alcalino, rico em enzimas. Tripsina A tripsina é uma enzima envolvida na digestão de proteínas. Ela age nas proteínas que se encontram no quimo (estômago) e no intestino delgado (duodeno) Ela é produzida pelo pâncreas em uma forma inatva denominada tripsinogênio, que ao atingir o duodeno, é convertida em tripsina ativa devido a enteroquinase presente no suco intestinal A tripsina atua sobre o quimotripsinogênio e as propeptidases, convertendo-as em quimotripsinas e peptidases ativas Secreção ecbólica ou suco pancreático A secreção ecbólica ocorre na fase cefálica quando o sistema parassimpático é ativado através da acetilcolina. Ela é composta pela secreção das enzimas pancreáticas estimuladas pelo hormônio colecistoquinina Relação com o teste do pezinho – Fibrose cística Também chamada de mucoviscosidose, é uma doença hereditária grave, de herança autossômica recessiva, que afeta predominantemente os pulmões e o pâncreas. Envolve um processo obstrutivo causado pelo aumento da viscosidade do muco e tem mortalidade elevada, com os sintomas aparecendo nos primeiros anos de vida A fibrose cística é uma mucovisidose, devido a um erro no transporte de íons nas células epiteliais, ele afeta o sistema respiratório, glândulas exócrinas, sistema reprodutor, e células do TGI. O muco fica muito mais viscoso, que é produzido pelas células caliciformes M e d ic in a U N IC ID T X X IX Práticas F.- M1- Triagem Neonatal Práticas Funcionais- Módulo 1- 3ª Etapa Rodrigo Barbosa Guerra 9 O paciente possui uma mutação no gene CFTR que constitui o transportador de canais de cloro que são encontrados nas células caliciformes, logo, ele não funciona. Esse canal trabalha junto com o ENAC (canal epitelial de sódio). O CFTR inibe o canal de sódio quando não há alterações O diagnóstico presuntivo é feito pelos níveis da tripsina imunorreativa (IRT); já a confirmação dos casos suspeitos é feito com a dosagem de cloreto no suor. O período ideal pra triagem é entre o terceiro e quinto dia de vida. O exame de triagem possui como metodologia a fluorescência. Resultado da dosagem do IRT é positivo, realizar nova dosagem em papel filtro após duas semanas, e se esta ainda se mostrar elevada, um teste de eletrólitos no suor e/ou análise de DNA. Biotina A Biotina é uma vitamina hidrossolúvel do complexo B, necessária na função enzimática do transporte de carboxila e na fixação de CO2, na gliconeogênese, na lipogênese, na biossíntese de ácidos graxos, no metabolismo do propionato e no catabolismo de aminoácidos de estruturas ramificadas. A absorção gastrin- testinal é 50%. A excreção principal é renal. A biotina é necessária para a síntese de ácidos graxos e para o catabolismo de lipídeos e aminoácidos e participa como cofator de algumas reações do Ciclo de Krebs Obtenção A Biotina é uma vitamina hidrossolúvel que é produzida no nosso intestino pelas bactérias presentes e sua obtenção é principalmente através da alimentação. Biotinidase A biotinidase (biotin-amido-hidrolase) é enzima de fundamental importância no ciclo da biotina. Sua função é liberar a biotina, ligada covalentemente à proteína ou aos peptídeos biotinilados, da dieta ou da biocitina endógena. A biotina sempre está ligada a lizina, formando o complexo de biocitina Relação com o teste do pezinho – Deficiência de Biotinidase M e d ic in a U N IC ID T X X IX Práticas F.- M1- Triagem Neonatal Práticas Funcionais- Módulo 1- 3ª Etapa Rodrigo Barbosa Guerra 10 Doença metabólica hereditária com herança autossômica recessiva, na qual há um defeito no metabolismo da biotina. Os pacientes com resultados alterados na triagem são submetidos posteriormente à confirmação, através do teste quantitativo da atividade da biotinidase Na dosagem de enzimas, podemos dosar a quantidade da enzima e a sua atividade, sendo a quantidade, o número de moléculas, e a atividade, uma simulação mostrando se aquela enzima trabalha ou não. Pode haver quantidades normais de enzimas, que não possuem atividade normal, e quantidades baixas, que levam a pequenas atividades por conta da quantidade O período ideal para triagem é entre o terceiro e quinto dia de vida. Os exames de triagem possuem como metodologia a fluorimetria quantitativa, em que é feita a dosagem da atividade de biotinidase. Em casos de resultados alterados, tem que realizar o exame confirmatório quantitativa da atividade da biotinidase no plasma heparinizado. Estudo complementar de biologia molecular é necessário para a conclusão do diagnóstico Valores de referência Atividade de biotinidase superior a 70 U = normais Entre 30 e 70 U = nova coleta para o teste confirmatório em plasma Inferiores a 30 U = nova coleta 17-hidroxi-progesterona Histologia do córtex da adrenal As células do córtex da adrenal têm uma ultraestrutura típica de células secretoras de esteroides em que a organela predominante é o retículo endoplasmático liso. Elas não armazenam os seus hormônios em grânulos, pois a maior parte de seus hormônios esteroides é sintetizada após estímulo e secretada logo em seguida O córtex possui três camadas concêntricas: 1. Zona glomerulosa 2. Zona fasciculada 3. Zona reticulada A zona glomerulosa se situa abaixo da camada de tecido conjuntivo e é composta de células piramidais ou colunares, organizadas em cordões que têm forma de arcos envolvidos por capilares sanguíneos A zona fasciculada é um arranjo de células em cordões de uma ou duas células de espessura, retos e regulares, semelhantes a feixes entremeados por capilares As células são poliédricas com grande número de gotículas de lipídios no citoplasma e aparecem vacuoladas, por conta disso, são também chamadas de espongiócitos Na zona reticulada, zona entre o córtex e a medula possui células dispostas em cordões irregulares que formam uma rede de anastomoses. As células são menores com menos gotas de lipídios Hormônios do córtex Em sua maioria soa esteroides, hormônios lipídicos formados pelas células a partir do colesterol. A maior parte do colesterol utilizado pelas células do córtex adrenal é originada do plasma e é convertida em uma molécula mais complexa, a pregnenolona Os esteroides são divididos em: 1. Glicocorticoides 2. Mineralcorticoides 3. Andrógenos Dos glicocorticoides, dentro os quais um dos mais importantes é o cortisol, são secretados principalmentepelas células da zona fasciculada e em menor grau por células da zona reticulada Alguns glicocorticoides também apresentam atividade mineralcorticoide, porém de maneira mais fraca que a aldosterona. A zona reticulada produz andrógenos e, em menor grau, mineralcorticoides Controle da secreção dos hormônios O controle inicial da secreção pelo córtex adrenal ocorre pela liberação de hormônio liberador de corticotropina na eminência mediana da hipófise (CRH). Esse é transportado para a pars distalis da hipófise, onde estimula as células corticotróficas a secretarem hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), também chamado de corticotropina, que estímula a síntese e a secreção de hormônios no córtex adre- nal. Glicocorticoides circulantes podem inibir a secreção de ACTH tanto no nível do hipotálamo como da hipófise. A secreção de aldosterona depende principalmente de outros fatores, primariamente da angio- tensina II do sistema renina-angiotensina M e d ic in a U N IC ID T X X IX Práticas F.- M1- Triagem Neonatal Práticas Funcionais- Módulo 1- 3ª Etapa Rodrigo Barbosa Guerra 11 17-hidroxi-progesterona Ela surge a partir da 21-hidroxilase. A 17-hidroxi- progesterona é um dos precursores na síntese do cortisol e da aldosterona Relação com o teste do pezinho- Hiperplasia adrenal congênita Engloba um conjunto de síndromes autossômicas recessivas, que se caracterizam por diferentes deficiências enzimáticas na síntese dos esteroides adrenais. A deficiência mais comum é da 21- hidroxilase (95% dos casos), envolvida na síntese do cortisol e da aldosterona. O paciente contém deficiência enzimática na cascata de formação dos hormônios baseados no colesterol. Ele possui deficiência na enzima 21- hidroxilase. Nesses pacientes, a cascata tende a produção de andrógenos acima do que é considerado normal, não produzindo cortisol, nem aldosterona O diagnóstico presuntivo na triagem neonatal é feito pela quantificação da 17-hidroxi-progesterona (17- OHP), seguido de testes confirmatórios. Ocorre a dosagem de 17-hidroxiprogesterona que é regurgitada para o sangue, pois é difícil de dosar as enzimas. A 17-hidroxiprogesterona está em níveis elevados em pacientes com essa deficiência O período ideal para triagem é entre o terceiro e quinto dia de vida. A metodologia do exame é realizada por imunofluorimétrico. Ocorre a dosagem de 17-hidroxi-progesterona. Se estiver alterado serão realizadas dosagens de 17-hidroxi-progesterona, cortisol, androstenediona, testosterona, sódio e potássio, por meio de radioimunoensaio
Compartilhar