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Puericultura Acompanhamento periódico e sistemático das crianças para avaliação de seu crescimento e desenvolvimento, vacinação, orientações aos pais e/ou cuidadores sobre a prevenção de acidentes, aleitamento materno e orientação alimentar no período do desmame, higiene individual e ambiental, assim como pela identificação precoce dos agravos, com vistas à intervenção efetiva e apropriada. CONSULTAS 7 consultas de rotina no primeiro ano de vida (na 1ª semana, no 1º mês, 2º mês, 4º mês, 6º mês, 9º mês e 12º mês). 2 consultas no 2º ano de vida (no 18º e no 24º mês). A partir do 2º ano de vida, consultas anuais, próximas ao mês do aniversário. ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO Risco habitual: Toda criança que não apresenta condições ou patologias de risco. Risco intermediário: Filhos de mãe negra e indígena; Filhos de mãe com menos de 15 anos ou mais de 40 anos; Filhos de mães analfabetas ou com menos de 3 anos de estudos; Filhos de mães com menos de 20 anos com 1 (um) filho morto anteriormente; Filhos de mães com menos de 20 anos e mais de 3 partos; Filhos de mães que morreram no parto/puerpério. Alto risco: Asfixia grave (APGAR < 7 no 5.º minuto de vida); Baixo peso ao nascer; Desnutrição grave; Crescimento e/ou desenvolvimento inadequados; Presença de doenças de transmissão vertical (toxoplasmose, sífilis, HIV). Triagem neonatal positiva. PRIMEIRA CONSULTA DE PUERICULTURA Anamnese: - Queixas referidas pela mãe e intercorrências. - Condições gestacionais e perinatais. - Presença de risco ao nascer e risco evolutivo. - Verificar a realização e os resultados dos testes de triagem neonatal (olhinho, orelhinha, coraçãozinho e pezinho) para encaminhamentos necessários. - Alimentação: dificuldades e necessidades de intervenção. - Diurese e hábito intestinal. - Higiene física: banho diário, coto umbilical, com os utensílios da criança. - Higiene mental: condições emocionais e ambientais. - Situação vacinal. Exame físico: - Estado geral, ganho de peso, comprimento e perímetro cefálico; - Frequência cardíaca, frequência respiratória, temperatura, pressão arterial (se necessário e a partir de 3 anos de idade de rotina, anualmente); - Exame da cabeça, palpação das fontanelas e suturas, olhos, implantação das orelhas, otoscopia, exame da orofaringe; - Pescoço, tórax, abdome, genitália, membros, gânglios, pulsos e perfusão periférica; - Desenvolvimento neuropsicomotor e realizar as manobras de Ortolani e Barlow nos primeiros 3 meses de vida (avaliar displasia do desenvolvimento do quadril). - Depois dos 3 meses, a limitação da abdução dos quadris, assimetria de pregas na pele (nádegas ou região inguinal) e o encurtamento de um dos membros inferiores, indicam a possibilidade de luxação displásica do quadril. Orientações gerais: - Condição de saúde da criança, esclarecendo o diagnóstico à mãe ou responsável, em linguagem de fácil compreensão. - Importância do aleitamento materno exclusivo, imunização, cuidados com a higiene, sono e desenvolvimento normal da criança. - Sinais de alerta e se presentes procurar a UBS. - Importância do acompanhamento de puericultura no 1º ano de vida da criança. - Imunização com a vacina BCG. - Medidas preventivas e terapêuticas, quando necessário. - Referências e/ou especialidades, quando necessário. - Retorno semanal para controle de peso, quando necessário. - Estimulação adequada, quando necessária. - Cuidados na prevenção de acidentes. - Importância da construção do vínculo afetivo mãe/ cuidador(a) com a criança. CONSULTAS SUBSEQUENTES Anamnese: - Intercorrências, alimentação, diurese e hábito intestinal, higiene física/mental. Exame físico: - Registros de peso, estatura, comprimento, perímetro cefálico até os 2 anos de idade. - Plotagem de peso, estatura/comprimento nas curvas de IMC por idade e gênero desde o nascimento. - A observação da limitação da abdução dos quadris e o encurtamento de um dos membros inferiores devem ser os exames de rastreamento nas consultas após os 3 meses de idade, ou seja, nas consultas dos 4, 6, 9 e 12 meses. - Quando a criança começa a deambular, a partir da consulta dos 12 ou dos 18 meses, a observação da marcha da criança é o exame de escolha. - Testes de Trendelenburg positivo, marcha anserina e hiperlordose lombar. Ausculta cardíaca: - Ausculta cardíaca e palpação de pulsos no mínimo 3x no primeiro semestre, repetindo-se no final do primeiro ano, idade pré-escolar e entrada da escola. Ausculta pulmonar: Frequência respiratória Avaliação da visão: Teste do Reflexo Vermelho (“Teste do Olhinho”): - Primeira consulta e repetido aos 4, 6 e 12 meses, e na consulta dos 2 anos de idade. - TRV é capaz de identificar a presença de diversas enfermidades: Catarata Congênita, Retinoblastoma, Retinopatia da Prematuridade, o Glaucoma Congênito, o Retinoblastoma, a Doença de Coats, a Persistência Primária do Vítreo Hiperplásico – PVPH, Descolamento de Retina, Hemorragia Vítrea, Uveíte (Toxoplasmose, Toxocaríase), Leucoma e até mesmo Altas Ametropias. - Normal: reflexo vermelho presente bilateralmente Teste de Estrabismo: - Diagnósticos de desvios oculares - Realizado a partir dos 4 meses de idade (presença de estrabismo anterior pode ser um achado normal). - Utiliza-se um oclusor colocado entre 10 a 15cm de um dos olhos da criança, atraindo a atenção do olho descoberto com uma fonte luminosa. - Quando se descobre o olho previamente coberto, observa-se a sua reação. A movimentação em busca da fixação do foco de luz pode indicar estrabismo. - Tal procedimento deve ser repetido no outro olho. - A partir dos 3 anos, está indicada a triagem da acuidade visual, usando-se tabelas de letras ou figuras quando a criança vier para consultas de revisão. Avaliação auditiva: Triagem auditiva neonatal (TAN) ou teste da orelhinha - Detectar o mais precocemente possível a perda auditiva congênita e/ou adquirida - Se o teste for realizado nos recém-nascidos preferencialmente até o final do primeiro mês, ele possibilitará um diagnóstico mais definitivo por volta do 4º e 5º mês, bem como o início da reabilitação até os 6 meses de idade. - Consiste na produção de um estímulo sonoro e na captação do seu retorno por meio de uma sonda introduzida na orelha do bebê Avaliação da pressão arterial: - A partir dos 3 anos de idade nas consultas de rotina (e início da idade escolar - 6 anos) Média das 2 últimas de 3 aferições da PA na consulta PA sistólica média e/ou diastólica média: Rastreamento de Criptorquidia: - A migração espontânea dos testículos ocorre geralmente nos primeiros 3 meses de vida (em 70% a 77% dos casos) e raramente após os 6 a 9 meses. - Se os testículos não forem palpáveis na primeira consulta ou forem retráteis, o rastreamento deve ser realizado nas visitas rotineiras de puericultura - Se aos 6 meses não forem encontrados testículos palpáveis no saco escrotal, será necessário encaminhar a criança à cirurgia pediátrica. - Se forem retráteis, o caso deve ser monitorado a cada 6 a 12 meses, entre os 4 e 10 anos de idade do menino, pois pode ocorrer de a criança crescer mais rápido do que o cordão espermático nessa faixa de idade e os testículos saírem da bolsa escrotal. Exames complementares: - Hemograma - Lipidograma - Urina - EPF Imunização: calendário vacinal Orientações importantes: - Amamentação - Alimentação - Prevenção de acidentes domésticos - Risco de violência - Uso de bebidas alcoólicas e drogas - Prevenção de infecções - Tomar sol e atividade física - Vínculo afetivo familiar
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