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FSSL + Calculo de doses pediatricas


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Pediatria – Febre Sem Sinais Localizatorios 
A febre é uma das principais causas de procura ao pronto-socorro na 
infância; na maioria dos casos, ela é benigna e autolimitada, mas pode 
significar infecções bacterianas graves e outros processos infecciosos, 
sendo, portanto, um grande desafio na pediatria. 
 
A febre sem sinais localizatorios é definida como: febre < 7 dias com 
paciente em bom estado geral e sem outros sinais e sintomas que 
localizem a infecção. Nestes casos, os esforços devem ser concentrados 
na busca daqueles pacientes com risco de bacteremia e ITU, por isso é 
interessante a solicitação do hemograma completo + hemocultura + EAS 
+ urocultura. O principal agente de bacteremia oculta é o Streptococus 
pneumoniae. 
 
Doença Bacterina Grave→ É uma doença com alto risco de 
mortalidade se o diagnostico for tardia 
Bacteremia Oculta→ Hemocultura +, sem sinais clínicos sugestivos. 
Está presente em 2-11% dos casos de FSSL, em crianças de 3-36 
meses, sendo o principal agente etiológico o Streptococcus 
pneumoniae. 
 
Os fatores de risco associados a bacteremia oculta são: 
▪ Idade 6-12 meses 
▪ Febre ≥ 39 
▪ Leucocitose ≥ 15000 
▪ Vacinação antipneumocócica incompleta (<3 doses) 
 
Além da bacteremia oculta, a ITU é outra grande causa de FSSL, estando 
prevalente em crianças <2 anos, sendo a febre geralmente o único 
sintoma, o principal agente etiológico a E. coli. São fatores de ITU: 
 → Idade <1 ano 
 Etnia branca 
 TAX ≥ 39º 
 Febre ≥ 2 dias 
 Ausência de outras causas possíveis de febre 
 → Idade < 6 meses 
 Etnia não negra 
 TAX ≥ 39º 
 Febre ≥ 1 dia 
 Não circuncidados 
 Ausência de outras causas possíveis de febre 
Deve-se indicar a coleta de urina para EAS e urocultura para com ≥ 2 
fatores de risco e > 6 meses não circuncidados + ≥ 3 fatores de risco. 
 
A pesquisa de vírus respiratórios via swab de nasofaringe não está 
disponível em todos os serviços, mas quando é + reduz o risco de 
infecção bacteriana grave. 
SINAIS DE TOXEMIA 
Irritabilidade 
Alteração do nível de consciência 
Hipoatividade 
Hipotonia 
Letargia 
Hiper ou hipoventilação 
Hipotensão 
Taquicardia 
Sinais de má perfusão 
Cianose 
 
Nos casos em que se tem sinais de toxemia é preciso internar o paciente 
e além dos exames básicos é interessante solicitar RX de tórax + exame 
de LCR (quimiocitologico, bacterioscopia, cultura, latex ou 
contraimunoeletroforese) + iniciar ATB empírico (ceftriaxona). O mesmo 
se aplica para as crianças com comorbidades, imunossuprimidas e em 
contato com doença meningocócica. 
 
RECEM NASCIDOS (0 – 28 DIAS) 
Mesmo quando tem um bom estado geral, há um alto risco de doença 
bacteriana grave, devido a influência de bactérias e vírus do trato genital 
da mãe no momento do parto. 
 
Nestes casos, deve-se internar o paciente e solicitar: 
▪ Hemograma + hemocultura 
▪ EAS + urocultura 
▪ LCR (quimiocitologico, bacterioscopia, cultura, latex ou 
contra-imunoeletroforese, pesquisa de herpes vírus + 
enterovírus) 
▪ RX se houver sintomas respiratórios 
 
Após a coleta de exames também deve-se iniciar ATB empírico 
(cefotaxima ou ceftriaxona) até o resultado das culturas. 
 
PACIENTES 1 – 3 MESES 
A vacina de pneumocócica sem prestara incompleta e o risco de ITU é 
altíssimo, além do exame físico ser insuficiente. Solicitar Hemograma + 
Hemocultura + EAS + Urocultura + Pesquisa de vírus respiratórios. Os 
exames solicitados servem para determinar os Critérios de Rochester 
para avaliação do risco de infecção bacteriana grave: 
Baixo risco na presença de todos os critérios (Reavaliação diária) 
Alto risco na ausência de algum (Internação) 
 
CLINICOS LABORATORIAIS 
Previamente hígido 
Nascido a termo 
Sem complicações neonatais 
Sem toxemia 
Exame físico normal 
Sem comorbidades 
Leucócitos 5 000 - 15 000 
Bastonetes < 1 500 
EAS < 10 leucócitos/campo 
Microscopia de fezes < 5 
leucócitos/campo (se diarreia) 
Deve-se coletar o LCR dos pacientes de alto risco e iniciar ATB empírico 
(ceftriaxona) mantendo-o até os resultados das culturas. 
 
Se o paciente for de baixo risco, mas o paciente tem dificuldade em vir 
nas reavaliações diárias, deve-se trata-las como se fossem de alto risco. 
 
PACIENTES 3 – 6 MESES 
Nestes casos, a conduta é guiada pela TAX: 
<39º →Baixo risco 
 Alta com reavaliação médica diária 
≥39º → Avaliar fatores de risco de bacteremia oculta e ITU 
 
Se a criança tem ≥39º e tem 3-6 meses, ele obrigatoriamente está com 
vacinação incompleta e se enquadra no alto risco. 
▪ HMG + EAS normais→ Não iniciar ATB e reavaliar diariamente 
até resultado de culturas 
▪ HMG alterada + EAS normal→ Iniciar amoxicilina VO + 
Reavaliação diária até resultados de culturas, mas se a 
pesquisa de vírus no swab for +, não precisa do ATB. 
▪ EAS alterado→ Iniciar Amoxicilina-Clavulanato ou cefuroxima 
VO até resultado de culturas 
 
PACIENTES 6 - 24 MESES 
Aqui também a conduta é guiada pela TAX: 
<39º →Baixo risco 
 Alta com reavaliação médica diária 
≥39º → Avaliar fatores de risco de bacteremia oculta e ITU 
 
Nestas situações é preciso antes avaliar se a vacinação 
antipneumocócica está completa (3 doses) para decidir sobre a coleta 
de hemograma e hemocultura. A conduta também é diferenciada se há 
ou não risco para ITU. 
 
Quando a vacinação está incompleta e NÃO há risco para ITU: solicitar 
HMG + HMC + Pesquisa para vírus respiratórios. 
▪ HMG alterado→ Amoxicilina-clavulanato ou cefuroxima VO 
até resultado de culturas 
▪ HMG normal→ Sem ATB e reavaliação diária até culturas 
 
Quando a vacinação está incompleta e HÁ risco para ITU: solicitar HMG 
+ HMC + EAS + Urocultura + Pesquisa para vírus respiratórios. 
▪ HMG + EAS normais→ Não iniciar ATB e reavaliar diariamente 
ate resultado de culturas 
▪ HMG alterado + EAS normal→ Iniciar amoxicilina VO + 
Reavaliação diária até resultados de culturas, mas se a 
pesquisa de vírus no swab for +, não precisa do ATB. 
▪ EAS alterado→ Iniciar Amoxicilina-Clavulanato ou cefuroxima 
VO até resultado de culturas 
 
Quando a vacinação está completa e NÃO há risco para ITU: Sem ATB 
 
Quando a vacinação está completa e HÁ risco para ITU: Solicitar EAS e 
Urocultura. 
▪ EAS normal→ Não iniciar ATB e reavaliar diariamente ate 
resultado de culturas 
▪ EAS alterado→ Iniciar Amoxicilina-Clavulanato ou cefuroxima 
VO até resultado de culturas 
 
Nos casos em que existe apenas risco de bacteremia e alteração no HMG 
+ pesquisa para vírus respiratórios +, podemos manter o paciente sem 
ATB até o resultado da hemocultura, mas apenas se o acesso a 
reavaliação diária for possível. 
 
CALCULO DE DOSES PEDIATRICAS 
Para o cálculo de doses pediátricas é necessário que o profissional saiba: 
1) Peso da criança 
2) Apresentação do medicamento (mg/ml) 
3) Dose terapêutica 
4) Posologia (24/24 horas, 12/12 horas, 8/8 horas ...?) 
 
Outra formula simplificada seria: 
ML/DIA ou ML/DOSE = DOSE X PESO (kg) X ML (apresentação) / MG (apresentação) 
 
➢ EXEMPLO 01 
Para uma criança de 20kg, precisamos administrar Ibuprofeno 
(100mg/5ml) numa dose de 10 mg/kg/dose. Quantos ml/dose seriam na 
prescrição? 
 
ML/dose = 10 X 20 X 5 / 100 → ML/dose = 1000/100 → 10 ml/dose 
 
Então, 
1. Ibuprofeno Xarope (100 mg/5ml) ------------------------01 frasco 
Dar 10 ml a cada 8/8 horas se dor ou febre 
 
➢ EXEMPLO 02 
Para uma criança de 20kg, precisamos administrar Amoxicilina 
(250mg/5ml) numa dose de 50 mg/kg/dia. Quantos ml/dose seriam na 
prescrição? 
 
ML/DIA= 50 X 20 X 5 / 250 → ML/DIA = 500 / 250 → 20 ml/dia 
 ↓ Dividido por 3 
 6,6 ml/dose 
Então, 
1. Amoxicilina xarope (250mg/5ml) ------------------------01frasco 
Dar 6,6 ml de 8/8 horas por 10 dias 
➢ EXEMPLO 03 – POR REGRA DE 3 
Para uma criança de 30kg, precisamos administrar Amoxicilina 
(250mg/5ml) numa dose de 50 mg/kg/dia. Quantos ml/dose seriam na 
prescrição? 
 
250 mg ---------------- 5 ml 
30 x 50 mg ----------- Y 
Y = 30 ml/dia ----------------------------- 30 ml / 3 doses = 10 ml/dose 
 
Então, 
1. Amoxicilina xarope (250mg/5ml) --------------------- 01 frasco 
Dar 10 ml de 8/8 horas por 10 dias 
 
➢ EXEMPLO 04 – PELA REGRA DE CLARK 
Para criança de 15 kg, precisamos administrar dipirona (500 mg/ml) qual 
a dosagem condizente? Para efeito de cálculo, utilize a regra de Clark 
com base no peso típico de um adulto de 70 kg (500 mg/dose). Além 
disso, considere que 1 ml equivale a 20 gotas. 
 
Posologia pediátrica = Peso criança (kg) x Dose adulto / 70 
Posologia pediátrica = 15 X 500 / 70 → 107,14 mg/dose 
 
500 mg ------------- 1ml 
107 mg -------------- Y 
Y = 0,214 ml 
 
20 gts -------------- 1 ml 
X gts ---------------- 0,214 ml 
X = 4,28 gts 
Então, 
1. Dipirona gotas (500mg/ml) ----------------------- 01 frasco 
Dar 4 gotas de 8/8 horas se dor ou febre 
 
 
MEDICAMENTOS PARA RESOLUÇÃO DA FEBRE 
 
ATÉ 3 MESES DE IDADE – PARACETAMOL VO OU DIPIRONA EV 
 
➢ PARACETAMOL VO 
Suspensão oral: 20 – 30 – 40 – 50 mg/ml 
Gotas: 50 mg/ml (1 gota = 5 mg) e 100 mg/ml (1 gota = 10 mg) 
 
Dose: 5-10 mg/kg/dose se formulação 50 mg/ml 
 4-10 mg/kg/dose se formulação 100 mg/ml 
 
EXEMPLO 
Para uma criança de 5 kg, 
Dar 5 – 10 gotas de 6/6 ou 8/8 horas VO (formulação 50 mg/ml) 
Dar 2,5 – 5 gotas de 6/6 ou 8/8 horas VO (formulação 100 mg/ml) 
 
➢ DIPIRONA EV 
Ampola: 1000 mg/2 ml = 500 mg/ml 
Dose: 20 -25 mg/kg/dose 
 
EXEMPLO 
Para uma criança de 10 kg, 
0,4 – 0,5 ml/dose ate 6/6 horas EV 
 
3 – 6 MESES DE IDADE – DIPIRONA VO 
Solução oral (xarope): 100 ml/frasco (50 mg/ml) 
Gotas: 20 gotas = 500 mg = 1 ml 
 
Doses: 20-25 mg/kg/dose se xarope ou gotas 
 
EXEMPLO 
Para uma criança de 10 kg, 
Dar 4 – 5 ml/dose até 6/6 horas VO (xarope) 
Dar 8-10 gotas/dose até 6/6 horas VO (gotas) 
 
>6 MESES – DIPIRONA OU IBUPROFENO VO 
 
➢ IBUPROFENO VO 
Suspensão oral: 20 – 30 – 40 – 50 mg/ml 
Gotas: 50 mg/ml (1 gota = 5 mg) e 100 mg/ml (1 gota = 10 mg) 
 
Dose: 5-10 mg/kg/dose se formulação 50 mg/ml [02 gts/kg] 
 4-10 mg/kg/dose se formulação 100 mg/ml [01 gts/kg]

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