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Guia de Medicamentos Estratégicos da 
Assistência à Saúde 
 
 
Governador do Estado de Pernambuco 
João Soares Lyra Neto 
 
Secretário de Estado de Saúde de Pernambuco 
Ana Maria Albuquerque 
 
Secretaria Executiva de Atenção à Saúde 
Ivette Maria Buril de Macedo 
 
Superintendência de Assistência Farmacêutica 
Jean Batista de Sá 
 
Gerência de Operacionalização da Política de Assistência Farmacêutica 
Maria Selma Lopes Machado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Elaboração 
Equipe 
Alcidesia Barbosa de O. Medeiros – Farmacêutica da Gerência de Monitoramento, 
Avaliação e Sustentabilidade da Assistência Farmacêutica 
Dayse Christine Leal de Lima – Estagiária (Curso de Farmácia) 
Maria Conceição Lima Freitas – Farmacêutica da Coordenação de Assistência 
Farmacêutica Ambulatorial 
Maria Selma Lopes Machado – Farmacêutica da Gerência de Operacionalização da 
Política de Assistência Farmacêutica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
Apresentação 5 
Tuberculose 6 
Hanseníase 7 
Cólera 11 
Dengue 12 
Doença de chagas 12 
Febre maculosa Brasileira 13 
Filariose 14 
Leishmaniose 14 
Malária 15 
Meningite 20 
Tracoma 21 
Influenza 21 
Tabagismo 22 
Lúpus 23 
Mieloma múltiplo 25 
Coagulopatias 25 
Diabetes 26 
Helmintíases 27 
 Infecção por vírus sincicial respiratório 28 
Febre Maculosa 28 
Micoses sistêmicas 29 
Paracoccidioidomicose 29 
Histoplasmose 30 
Coccidioidomicose 30 
Criptococose 30 
Alimentação e nutrição 31 
Aids/ Dsts 31 
Anexos 33 
Referências Bibliográficas 40 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Apresentação 
 
 
 
A cordialidade tem, mesmo, suas vantagens. Uma delas, a de convidarem-me – sempre 
– os colegas de trabalho da Superintendência de Assistência Farmacêutica, da Secretaria 
Estadual de Saúde, de Pernambuco, a colaborar em suas realizações voltadas à atenção dos 
pacientes que buscam atendimento nas “Farmácias de Pernambuco” (estaduais) e farmácias 
municipais. Servidor da referida SAF, é com alegria que recebo delegações como esta de 
apresentar aos usuários do Sistema Único de Saúde, em nosso Estado, mais um manual. Este, 
destinado a esclarecer dúvidas e facilitar a vida dos que buscam a saúde e, no caso específico, 
medicamentos “estratégicos” que nos cabe administrar e dispensar, como instrumentos para a 
garantia dessa conquista – a saúde – “direito do cidadão e dever do Estado”, como manda a 
Constituição brasileira. 
Para começo de conversa porque não deixa de ser “conversa” e – cordial, como, de 
resto, deveriam ser todas as comunicações entre agentes do Serviço Público e seus usuários – 
este Guia, define como “estratégicos”, os medicamentos direcionados a determinadas 
patologias, como endemias e outras doenças mais prevalentes em nossa região. Destina-se, 
portanto, a médicos, farmacêuticos, enfermeiros, agentes de saúde e a todos os que, de algum 
modo e em situações específicas, estejam revestidos de função assistencial. E, naturalmente, 
a todas as pessoas envolvidas no processo “saúde”, como o usuário de medicamentos, seu 
cuidador (a) e representante. É outra linha direta de comunicação com a Farmácia. 
Estão entre as patologias alcançadas pelo Guia que se apresenta: Tuberculose, 
Hanseníase, Esquistossomose, Leishmaniose, Dengue, entre outras tantas que a correta leitura 
do pequeno volume vai mostrar e esclarecer. É disso que todos precisamos para uniformizar 
linguagens e aclarar entendimentos. 
Com este pequeno serviço, temos certeza de haver dado mais um passo no caminho – 
que todos queremos largo e sem percalços – do Sistema Único de Saúde, SUS, pelo qual 
todos trabalhamos. 
Recife, 27 de maio de 2014 
Dagoberto Carvalho Jr. 
Coordenação de Farmácia e Terapêutica 
SAF/SES 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
Tuberculose 
 
A tuberculose é transmitida pelo Mycobacterium tuberculosis, o bacilo de Koch, 
provavelmente a doença infecto-contagiosa que mais causa mortes no Brasil. Estima- se, que 
mais ou menos 30% da população mundial estejam infectados, embora nem todos venham a 
desenvolver a doença. 
Na verdade, as pessoas se comportam como reservatórios do bacilo, ou seja, convivem com 
ele porque não conseguem eliminá-lo ou destruí-lo e, uma vez reativado o foco, passarão a ser 
infectantes. 
Tratamento: 
O tratamento da Tuberculose deve ser feito em regime ambulatorial, supervisionado, no 
serviço de saúde mais próximo à residência do doente. 
Drogas usadas: 
 Isoniazida (H) 
Rifampicina (R) 
Pirazinamida (Z) 
Etambutol (E) 
 
Para crianças menores de 10 anos de idade a recomendação de 3 fármacos na 1ª fase (RHZ) e 
2 fármacos (RH) na 2ª fase. 
 
Na primeira fase, ou fase de ataque: As 4 drogas preconizadas serão administradas em 
comprimidos compostos por dosagens fixas de Rifampicina 150mg, Isoniazida 75mg, 
Pirazinamida 400mg e Etambutol 275mg. 
Segunda fase ou fase de manutenção: 2 drogas preconizadas serão administradas em 
comprimidos com dosagens fixas de Rifampicina 150mg e Isoniazida 75mg. 
Obs: Em crianças menores de cinco anos, que apresentem dificuldade para ingerir os 
comprimidos, recomenda-se o uso das drogas, na forma de xarope ou suspensão. 
 
 
7 
 
Quadro 1 - Esquema básico para o tratamento da TB em adultos e adolescentes 
 
G 
 
Regime 
 
Fármaco 
 
Faixa de Peso 
 
Unidade/dose 
 
 Meses 
 
2 RHZE 
Fase 
intensiva 
 
 
RHZE 
150/75/400/275 
comprimido 
em dose fixa 
20kg a 35kg 2 comprimidos 
2 36kg a 50kg 3comprimidos 
> 50kg 4 comprimidos 
4 RH 
Fase de 
manutenção 
 
RH 
Comprimido ou 
cápsula 
300/200 ou 
150/100 
 
20 a 35kg 1 comprimido ou 
cápsula 
300/200mg 
 
 
 
 
 
4 
36kg a 50kg 1 comprimido ou 
cápsula 
300/200mg + 1 
comprimido ou 
cápsulas 150/100mg 
 > 50kg 2 comprimidos ou 
cápsulas 
300/200mg 
 
2. Esquema básico 2RHZ/4RH para criança (EB) (2RHZ /4RH) 
Indicação: 
 
 
 
Fases do 
Tratamento 
 
 
 
 
 
Fármacos 
 
 
 
 Peso do doente 
 
Até 20Kg 
 
 
>21Kg a 35 
kg 
 
 
>36Kg a 
45Kg 
 
 
>45Kg 
 
 
Mg/Kg/dia 
 
 
 
Mg/dia 
 
Mg/dia 
 
Mg/dia 
 
2 RHZ 
Fase de 
Ataque 
 
R 
 
10 
 
300 
 
450 
 
600 
H 10 200 300 400 
Z 35 1000 1500 2000 
4 RH 
Fase de 
manutenção 
R 10 300 450 600 
H 10 200 300 400 
 
Hanseníase 
Doença crônica granulomatosa, proveniente de infecção causada pelo Mycobacterium leprae. 
Esse bacilo tem a capacidade de infectar grande número de indivíduos (alta infectividade), no 
entanto poucos adoecem (baixa patogenicidade); essas propriedades dependem das 
características intrínsecas do bacilo, de sua relação com o hospedeiro e o grau de 
endemicidade do meio. O alto potencial incapacitante da Hanseníase está diretamente 
relacionado ao poder imunogênico do M. leprae. 
 
8 
 
Há uma classificação operacional do caso de Hanseníase, visando o tratamento com 
poliquimioterapia que é baseada no número de lesões cutâneas de acordo com os seguintes 
critérios: 
Paucibacilar (PB) – Casos com até 5 lesões de pele. 
Multibacilar (MB) – Casos com mais de 5 lesões de pele. 
 
Tratamento: 
Esquema Paucibacilar (PB) 
Neste caso é utilizada uma combinação da Rifampicina e Dapsona, acondicionados 
Em uma cartela, no seguinte esquema: 
 
 Rifampicina Dapsona 
 
Mensal supervisionada 
 
 
Mensal supervisionada 
 
Diária Auto-
administrada 
 
 
600 mg (2 cápsulas de 300 mg) 
 
100mg 
 
100mg 
 
Duração do tratamento: 6 doses mensais supervisionadas de rifampicina. 
Critério de alta: 6 doses supervisionadas em até 9 meses. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
Esquema Multibacilar (MB) 
Aqui é utilizada umacombinação da rifampicina, dapsona e de clofazimina, 
acondicionados numa cartela, no seguinte esquema: 
 
 
Rifampicina Clofazimina Dapsona 
Mensal supervisionada Mensal 
supervisionada 
Diária 
auto-administrada; 
Mensal 
supervisionada 
 
Diária auto-
administrada 
 
 
600 mg 
(2 cáps de 300 mg) 
300 mg 
(3 cáps de 100 mg) 
50mg 
 
100mg 
 
100mg 
 
 
Duração do tratamento: 12 doses mensais supervisionadas de rifampicina. 
Critério de alta: 12 doses supervisionadas em até 18 meses. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
Esquemas de tratamento para crianças 
Para crianças com hanseníase, as doses de medicamentos dos esquemas Paucibacilar e 
Multibacilar são ajustadas, de acordo com os seguintes quadros: 
 
PAUCIBACILAR 
IDADE DAPSONA 
DIÁRIA 
Auto -
administrada 
 DAPSONA 
Supervisionada 
RIFAMPICINA 
MENSAL 
 Supervisionada 
0 - 5 25 mg 25mg 150 – 300mg 
6 - 14 50 – 100mg 50 – 100mg 300 – 450mg 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 MULTIBACILAR 
IDADE DAPSONA(DDS) 
DIÁRIA Auto-
administrada 
DAPSONA(DDS) 
Supervisionada 
RIFAMPCINA(RFM
) 
MENSAL 
Supervisionada 
 CLOFAZIMINA 
 Auto-
administrada 
Supervisionada 
Mensal 
0 - 5 25mg 25mg 150 - 300mg 100mg/seman
a 
100mg 
6 - 14 50 – 100mg 50 – 100mg 300 – 450mg 150mg/seman
a 
150 – 200mg 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esquema alternativo 
11 
 
Casos multibacilares que iniciam o tratamento com numerosas lesões e/ou extensas áreas de 
infiltração cutânea poderão apresentar uma regressão mais lenta das lesões de pele. A maioria 
desses doentes continuará melhorando após a conclusão do tratamento com 12 doses. É 
possível, no entanto, que alguns desses casos demonstrem pouca melhora e por isso poderão 
necessitar de 12 doses adicionais de PQT-MB. 
 
 
Classificação MEDICAMENTO 
 
 
PB, LESÃO ÚNICA SEM ENVOLVIMENTO DE 
TRONCO NERVOSO(1) 
 
Rifampicina 600mg, em dose única, supervisionada 
Minociclina 100mg, em dose única, supervisionada 
Ofloxacino 400mg, em dose única, supervisionada 
 
Este esquema é conhecido como ROM (Rifampicina, Ofloxacina e Minociclina) e deve ser 
usado exclusivamente para tratar pacientes PB com lesão única, sem envolvimento de troncos 
nervosos. Esse esquema é recomendado somente para uso em centros de referência. 
 
Cólera 
Infecção intestinal aguda, causada pela enterotoxina do bacilo da Cólera 
Vibrio cholerae, frequentemente assintomática ou oligossintomática, com diarreia leve. Pode 
se apresentar de forma grave, com diarreia aquosa e profusa, com ou sem vômitos, dor 
abdominal e câimbras. 
O principal reservatório é o homem. O período de incubação é de algumas horas a 5 dias. Na 
maioria dos casos, de 2 a 3 dias. 
O período de transmissibilidade dura enquanto houver eliminação do V. cholera e nas fezes, o 
que ocorre, geralmente, até poucos dias após a cura. Para fins de vigilância, o padrão aceito é 
de 20 dias. Alguns indivíduos podem permanecer portadores sadios por meses ou até anos, 
situação de particular importância, já que podem se tornar responsáveis pela introdução da 
doença em área indene. 
 
Tratamento: 
 
Formas leves e moderadas: com soro de reidratação oral (SRO). 
Formas graves: com hidratação venosa e antibióticos: 
 
 Para menores de 8 anos: recomenda-se Sulfametoxazol (50mg/kg/dia) + Trimetoprim 
(10mg/kg/dia), via oral, de 12/12 horas, por 3 dias; 
 
Para maiores de 8 anos: Tetraciclina, 500mg, via oral, de 6/6 horas, por 3 dias; 
 
Para gestantes e nutrizes: Ampicilina, 500mg, Via oral, de 6/6 horas, por 3 dias. 
 
Prevenção: 
 
Hipoclorito de sódio: usa-se 2 (duas) gotas para cada litro de água. 
 
 
 
 
12 
 
Dengue 
 
Doença infecciosa febril aguda, que pode ser de curso benigno ou grave, dependendo da 
forma como se apresente. A primeira manifestação do Dengue é a febre, geralmente alta 
(39ºC a 40ºC), de início abrupto, associada à cefaleia, adinamia, mialgias, artralgias, dor retro 
orbitária, com presença ou não de exantema e/ou prurido. Anorexia, náuseas, vômitos e 
diarreia podem ser observados por 2 a 6 dias. As manifestações hemorrágicas, como epistaxe, 
petéquias, gengivorragia,metrorragia, hematêmese, melena, hematúria e outras, bem como a 
plaquetopenia, podem ser observadas em todas as apresentações clínicas de Dengue. 
Os transmissores são mosquitos do gênero Aedes, nas Américas o vírus da Dengue persiste na 
natureza, mediante o ciclo de transmissão homem → Aedes aegypti → homem. 
A transmissão se faz pela picada da fêmea do mosquito A. aegypti no ciclo homem → A. 
aegypti → homem. Após um repasto de sangue infectado, o mosquito está apto a transmitir o 
vírus, depois de 8 a 12 dias de incubação extrínseca. 
Período de incubação 
È geralmente de 3 a 15 dias; em média, de 5 a 6 dias. Já o período de transmissibilidade é 
quando o homem infecta o mosquito durante o período de viremia, que começa um dia antes 
da febre e perdura até o sexto dia da doença. 
Tratamento: 
 
Os dados de anamnese e exame físico serão utilizados para orientar as medidas terapêuticas 
cabíveis. É importante lembrar que a Dengue é uma doença dinâmica e o paciente pode 
evoluir de um estágio a outro, rapidamente. O manejo adequado dos pacientes depende do 
reconhecimento precoce dos sinais de alarme, do contínuo monitoramento e reestadiamento 
dos casos e da pronta reposição hídrica. 
Com isso, torna-se necessária a revisão da história clínica, acompanhada do exame físico 
completo, a cada reavaliação do paciente, com o devido registro em instrumentos pertinentes 
(prontuários, ficha de atendimento, cartão de acompanhamento). O tratamento é sintomático 
(com analgésicos e antipiréticos), sendo indicada hidratação oral ou parenteral, dependendo 
da caracterização do paciente. 
 
Doença de chagas 
 
Doença parasitária com curso clínico bifásico (fases aguda e crônica), podendo manifesta-se 
sob várias formas: 
 Fase aguda - Caracterizada por miocardite difusa, com vários graus de severidade, às vezes 
só identificada por eletrocardiograma ou eco-cardiograma. Pode ocorrer pericardite, derrame 
pericárdico, tamponamento cardíaco, cardiomegalia, insuficiência cardíaca congestiva, 
derrame pleural. As manifestações clínicas mais comuns são: febre prolongada e recorrente, 
cefaleia, mialgias, astenia, edema de face ou membros inferiores, rash cutâneo, hipertrofia de 
linfonodos, hepatomegalia, esplenomegalia, ascite. Manifestações digestivas (diarreia, vômito 
e epigastralgia intensa) são comuns em casos por transmissão oral: há relatos de icterícia e 
manifestações digestivas hemorrágicas. 
Fase crônica- Passada a fase aguda, aparente ou inaparente, se não for realizado tratamento 
específico, ocorre redução espontânea da parasitemia com tendência à evolução para as 
formas: Indeterminada (forma mais frequente); Cardíaca; Digestiva; Forma associada 
(cardiocongestiva); Forma congênita. 
13 
 
 
Tratamento: 
O tratamento específico deverá ser realizado o mais precocemente possível quando forem 
identificadas a forma aguda ou congênita da doença, ou a forma crônica recente (crianças 
menores de 12 anos). A droga disponível no Brasil é o Benzonidazol (comp. 100mg), que 
deve ser utilizado na dose de 5mg/kg/dia (adultos) e 5-10mg/kg/dia (crianças), divididos em 2 
ou 3 tomadas diárias, durante 60 dias. O Benzonidazol é contra-indicado em gestantes. 
 
O tratamento sintomático depende das manifestações clínicas. Para alterações cardiológicas 
são recomendadas as mesmas drogas que para outras cardiopatias (cardiotônicos, diuréticos, 
antiarrítmicos, vasodilatadores, etc). Nas formas digestivas, pode ser indicado tratamento 
conservador (dietas, laxativos, lavagens)ou cirúrgico, dependendo do estágio da doença. 
 
Febre Maculosa Brasileira 
Doença infecciosa febril aguda, de gravidade variável, podendo cursar desde formas leves e 
atípicas até formas graves com elevada taxa de letalidade. 
Em geral, entre o segundo e o sexto dia da doença, surge o exantema maculopapular, 
predominantemente nas regiões palmar e plantar, que pode evoluir para petéquias, equimoses 
e hemorragias. A Febre Maculosa Brasileira é geralmente adquirida pela picada de carrapato 
infectado e a transmissão ocorre quando o artrópode permanece aderido ao hospedeiro por, no 
mínimo, de 4 a 6 horas. A doença não se transmite de pessoa a pessoa. O período de 
incubação é de 2 a 14 dias (em média, 7 dias). 
 
Tratamento: 
Adultos - Cloranfenicol 500 mg de 6 em 6horas, por via oral, otempo de tratamento padrão é 
de 7 dias, mas pode ser optado por uma duração que inclua 3 dias adicionais após p término 
da febre. 
Criança – Cloranfenicol 50 a 100 mg/kg/dia, de 6 em 6horas, até a recuperação da 
consciência e melhora do quadro clínico geral, nunca ultrapassando 2,0 g por dia, dependendo 
das condições do paciente. O tempo de tratamento padrão é de 7 dias, mas pode ser optado 
por uma duração que inclua 3 dias adicionais após o término da febre. 
Adultos 
Doxiciclina 100mg de 12 em 12 horas por via oral 
Cloranfenicol 
 
500mg de 6/6 hrs por via oral mantendo-se por 3 dias após o término da febre. 
Em casos mais graves, recomenda-se 1,0g por via endovenosa, a cada 6 hrs, ate 
a recuperação da consciência e melhora do quadro clinico geral, mantendo-se o 
medicamento por mais de sete dias, por via oral, na dose de500mg de 6/6 horas. 
 
Crianças 
Cloranfenicol 50 a 100mg/kg/dia de 6/6 horas ate a recuperação da consciência e melhora do 
quadro clínico geral, nunca ultrapasse 2g por dia, por via oral ou venosa, 
dependendo das condições do paciente. 
Doxiciclina Peso menor que 45 kg: 4 mg/kg/dia, dividimos em duas doses. 
14 
 
Filariose 
A Filariose causada pela Wuchereria bancrofti se manifesta clinicamente no homem sob 
várias formas. Existem indivíduos com esta parasitose que nunca desenvolvem sintomas, 
havendo ou não detecção de microfilárias no sangue periférico; outros podem apresentar febre 
recorrente aguda, astenia, mialgias, fotofobia, quadros urticariformes, pericardite, cefaleia, 
linfadenite e linfangite retrógrada, com ou sem microfilaremia. Os casos crônicos mais graves 
são de indivíduos que apresentam hidrocele, quilúria e elefantíase de membros, mamas e 
órgãos genitais. 
Não se transmite de pessoa a pessoa. O ciclo ocorre quando um inseto transmissor pica um 
homem infectado com microfilaremia e a transmite a outro indivíduo, após maturação das 
microfilárias no vetor, que ocorre entre 12 a 14 dias do repasto sanguíneo. A microfilaremia 
pode persistir, aproximadamente, por 5 a 10 anos. 
 
Tratamento: 
 
A droga de escolha é a Dietilcarbamazina (DEC), com vários esquemas preconizados: 
6mg/kg/dia Via Oral, com periodicidade semestral ou anual 
6mg/kg/dia,Via Oral, por 12 dias 
6mg/kg/dia, VO, por 2 a 4 semanas. 
 
Leishmaniose 
 
Leishmaniose Tegumentar Americana 
Doença infecciosa, não contagiosa, causada por protozoários do gênero Leishmania, de 
transmissão vetorial, que acomete pele e mucosas. É primariamente uma infecção zoonótica 
que afeta outros animais que não o homem, o qual pode ser envolvido secundariamente. A 
doença cutânea apresenta-se classicamente por pápulas, que evoluem para úlceras com fundo 
granuloso e bordas infiltradas em moldura, que podem ser únicas ou múltiplas, mas indolores. 
Também pode manifestar-se como placas verrucosas, papulosos, nodulares, localizadas ou 
difusas. A forma mucosa, secundária ou não à cutânea, caracteriza-se por infiltração, 
ulceração e destruição dos tecidos da cavidade nasal, faringe ou laringe. Quando a destruição 
dos tecidos é importante, podem ocorrer perfurações do septo nasal e/ou palato. 
 
Leishmaniose Visceral 
Protozoose cujo espectro clínico pode variar desde manifestações clínicas discretas até as 
graves, que, se não tratadas, podem levar a óbito (cerca de 90% dos casos). A Leishmaniose 
Visceral (LV), primariamente, era uma zoonose caracterizada como doença de caráter 
eminentemente rural. 
 
Mais recentemente, vem se expandindo para áreas urbanas de médio e grande porte. É uma 
doença crônica, sistêmica, caracterizada por febre de longa duração, perda de peso, astenia, 
adinamia e anemia, dentre outras manifestações. Muitos infectados apresentam a forma 
inaparente ou assintomática da doença. Suas manifestações clínicas refletem o desequilíbrio 
entre a multiplicação dos parasitos nas células do sistema fagocítico mononuclear (SFM), a 
resposta imunitária do indivíduo e o processo inflamatório subjacente. 
 
 
15 
 
Esquema terapêutico: 
 
Tabela 1. Antimonianto de N- Metilglucamina (Leishmaniose Tegumentar Americana): 
Forma clínica Dose Tempo de duração mínimo 
Leishmaniose Cutânea 10-20mg/ Sb+5/kg/dia 
(Recomenda-se 15 
mg/Sb+5/kgdia) 
20 dias 
Leishmaniose Difusa 20 mg/ Sb+5kg/dia 20 dias 
Leishmaniose Mucosa 20 mg/ Sb+5/kg/dia 30 dias 
 
Tabela 2 - Calculo para dose: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Malária 
Doença infecciosa febril aguda, cujos agentes etiológicos são protozoários transmitidos por 
vetores. No Brasil, três espécies de Plasmodium causam Malária em seres humanos: P. 
malariae, P. vivax e P. falciparum. 
O modo de transmissão é apenas por meio da picada da fêmea do mosquito Anopheles, 
infectada pelo Plasmodium. 
Não há transmissão direta da doença de pessoa a pessoa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Antimonianto de N- Metilglucamina 
Apresentaçao = frascos com 5 ml, contendo 81 mg/ Sb+5 por ml . 
Exemplos para calculos das doses . 
Adultos com 60kg: 
 
10mg Sb+5/kg/dia 
10x60 = 600 mg Sb+5/kg/dia÷81= 7,4 ml ou aproximadamente uma ampola e meia. 
15 mgSb+5/kg/dia 
15x60= 900mg Sb+5/dia÷81=111,1ml ou aproximadamente duas ampolas. 
20mg Sb+5/kg/dia 
20x60= 1200mg Sb+5/dia ÷81=14,8 ou aproximadamente três ampolas 
Crianças com 10 kg: 
15mgSb+5/5kg/dia 
15x10 = 150mgSb+5/dia ÷81= 1,8 ml ou aproximadamente um terço de ampola 
Dose máxima diária: 
Adultos: 3 ampolas ou 1215mg/Sb+5 
Crianças até 12 anos: metade de dose máxima de adultos ( uma ampola e meia) 
16 
 
Tratamento: 
Tabela 1 -Tratamento das infecções pelo P. vivax ou P. ovale com Cloroquina em 3 dias e 
Primaquina em 7 dias (esquema curto). 
 
Cloroquina: comprimidos de 150 mg, Primaquina infantil: comprimidos de 5 mg e 
Primaquina adulto: comprimidos de 15 mg. Sempre dar preferência ao peso para a escolha da 
dose.Todos os medicamentos devem ser administrados em dose única diária. Não administrar 
Primaquina para gestantes ou crianças menores de 6 meses . 
Se o paciente tiver mais de 70 kg, ajustar a dose de Primaquina 
 
Tabela 2 -Tratamento das infecções pelo P. vivax, ou P. ovale com Cloroquina em 3 dias e 
Primaquina em 14 dias (esquema longo) 
Idade/Peso 1º dia 2º dia 3º dia 4°-7° dia 
Idade/ peso Cloroquina Primaquina 
infantil 
Cloroquina Primaquina 
infantil 
Cloroquina Primaquina 
infantil 
Primaquina 
infantil 
6-11meeses 
e 5-9kg 
½ 1/2 ¼ ½ ¼ ½ 1/4 
1-3 anos 
10-14 kg 
1 1 ½ 1/2 ½ ½ 1/2 
4-8 anos 
15-24 k 
 
1 1 1 1 1 1 1 
Idade/ peso Cloroquina Primaquina 
Adulto 
Cloroquina Primaquina 
Adulto 
Cloroquina Primaquina 
Adulto 
Primaquina 
Adulto 
9-11 anos 
25-34 kg 
 
2 1/2 2 1/2 2 ½ ½ 
12-14 anos 
35-49 kg 
 
3 1 2 1 2 1 1 
≥ 15 anos 
≥ 50 kg 
 
4 1 3 1 3 1 1 
1º dia 2º dia 3º dia 4°-7° dia 
Idade/ peso Cloroqu
i-na 
Primaquina 
infantil 
Cloroquina Primaquina 
infantil 
Cloroquina Primaquina 
infantil 
Primaquin
a infantil 
6-
11meeses e 
5-9kg 
½ 1 ¼ 1 ¼ 1 ½ 
1-3 anos 
10-14 kg 
1 2 ½ 1 ½ 1 1 
4-8 anos 
15-24 k 
 
1 2 1 2 1 2 2 
Idade/ peso Cloroquina 
Primaquina 
Adulto 
Cloroquina Primaquina 
Adulto 
Cloroquina Primaquina 
Adulto 
Primaquin
a Adulto 
9-11 anos 
25-34 kg 
 
3 1 2 1 2 1 1 
12-14 anos 
35-49 kg 
 
2 2 2 2 2 2 1 
≥ 15 anos 
≥ 50 kg 
2 2 3 2 3 2 2 
17 
 
Tabela 3 -Ajuste da dose e tempo de administração da primaquina para pacientes com peso 
igual ou superior a 70 kg. 
Faixa de peso (kg) Dose total do 
Primaquina (mg) 
Esquema longo 
15mg/dia 
Esquema curto 
30mg/dia 
70-79 240 
 
16 8 
80-89 274 18 9 
90-99 304 20 10 
100-109 336 22 11 
110-120 368 24 12 
Tabela 4 -Tratamento das infecções pelo P. malariae para todas as idades e das infecções por 
P. vivax ou P. ovale em gestantes e crianças com menos de 6 meses, com cloroquina em 3 
dias. 
Cloroquina 
Idade/ peso 1° dia 2° dia 3° dia 
<6 meses 1-4 kg 14 1/4 1/4 
6-11 meses 
5-9 kg 
 
1/2 1/4 1/4 
1-3 anos 
10-14 kg 
 
1 1/2 1/2 
4-8 anos 
15-24 kg 
 
1 1 1 
9-11 anos 
25-34 kg 
 
2 2 2 
12-14 anos 
35-49 kg 
 
3 2 2 
≥ 15 anos 
≥ 50 kg 
 
4 3 3 
Tabela 5- Esquema recomendado para prevenção das recaídas frequentes por Plasmodium 
vivax ou P. ovale com cloroquina semanal em 12 semanas. 
Idade / Peso Cloroquina/ N° de comprimidos 
< 6 meses 
1-4 kg 
 
¼ 
6-11 meses 
5-9 kg 
 
1/4 
1-3 anos 
10-14 kg 
 
1/2 
4-8 anos 
15-24 kg 
 
¾ 
9-11 anos 
25-34 kg 
 
1 
12-14 anos 
35-49 kg 
 
1 e ½ 
≥ 15 anos 
≥ 50 kg 
 
2 
18 
 
Cloroquina: comprimidos de 150 mg. Para utilizar esse esquema deve-se ter certeza que o 
paciente aderiu corretamente ao tratamento convencional. 
 
Tabela 6- Tratamento das infecções por Plasmodium falciparum com a combinação fixa de 
artemeter+lumefantrina em 3 dias. 
 
Idade/ Peso 
 
 
1° Dia 2 ° dia 3° dia 
Manhã Noite Manhã Noite Manhã Noite 
 Artemeter + 
Lumefantina 
Primequina 
comp 15mg 
Artemeter + 
Lumefantina 
Artemeter + 
Lumefantrina 
Artemeter + 
Lumefantrina 
6m-2 anos 
5-14 kg 
 
1 1/2 1 1 1 
3-8 anos 
15-24 kg 
 
2 1 2 2 2 
9-14 anos 
25-34 kg 
 
3 ½ e 1 3 3 3 
≥ 15 anos 
≥ 35 kg 
 
4 3 4 4 4 
Comprimido: 20 mg de artemeter e 120 mg de lumefantrina; Primaquina: comprimidos de 
15mg. Cada tratamento vem em uma cartela individual, em quatro tipos de embalagem, de 
acordo com o peso ou idade das pessoas. 
 
Tabela 7- Tratamento das infecções por Plasmodium falciparum com a combinação fixa de 
artesunato+mefloquina em 3 dias. 
Numero de Comprimidos por dia. 
Idade/ Peso 1° dia Infantil 2° dia infantil 3° dia infantil 
6-11 meses (5-8kg) 1 1 1 
1-5 meses (9-17kg) 2 2 2 
Idade/Peso Adulto Adulto Adulto 
6-11anos (18-29kg) 1 1 1 
≥12 (≥30kg) 2 2 2 
Comprimido infantil: 25 mg de artesunato e 50 mg de mefloquina; adulto: 100 mg de 
artesunato e 200 mg de Mefloquina. 
 
Tabela 8- Esquema de segunda escolha, recomendado para o tratamento das infecções por 
Plasmodium falciparum com quinina em 3 dias, Doxiciclina em 5 dias e Primaquina no 6º dia. 
Idade/ Peso 
 
1° 2° e 3° dia 4° e 5° dia 6° dia 
Quinina Doxiciclina Doxiciclina Primaquina 
8-10 anos 
22-29 kg 
 
1 e 1/2 1 1 1 
11-14 anos 
30-49 kg 
 
2 e 1/2 ½ e 1 ½ e 1 2 
≥ 15 anos 
≥ 50 kg 
 
4 2 2 3 
19 
 
Sulfato de quinina: comprimidos de 500 mg do sal; Doxiciclina: comprimidos de 100 mg do 
sal e Primaquina: comprimidos de 15 mg. 
 
A dose diária de quinina e da Doxiciclina devem ser divididas em duas tomadas de 12/12 
horas. Sempre dar preferência ao peso para a escolha da dose. A Doxiciclina não deve ser 
dada a gestantes ou crianças menores de 8 anos. 
A Primaquina não deve ser dada a gestantes ou crianças menores de 6 meses. Não administrar 
a gestantes, nem crianças menores de 6 meses (nesses casos, usar a Tabela 9). A dose de 
Primaquina não é necessária quando o paciente não reside, ou permanece, em área de 
transmissão. 
Tabela 9- Tratamento das infecções mistas por Plasmodium falciparum e Plasmodium vivax 
ou Plasmodium ovale. 
 Idade/Peso Esquema para 
P. falciparum 
Primaquina Primaquina Primaquina 
1° ao 3° dia 4° dia infantil 5° dia infantil 6° dia infantil 7° a 10° 
dia infantil 
6-11 meses 
5-9 kg 
 
Artemeter + 
Lumefantrina 
(Tabela 5) 
ou 
Artesunato + 
Mefloquina 
 
1 1 1 ½ 
1-3 anos 
10-14 kg 
 
Artemeter + 
Lumefantrina 
Ou Artesunato 
+ 
Mefloquina 
 
2 1 1 1 
4-8 anos 
15-24 kg 
 
Artemeter + 
Lumefantrina 
ou 
Artesunato + 
Mefloquina 
 
2 2 2 1 
Idade/ Peso 4° dia adulto 5° dia adulto 6° dia adulto 7° a 10° 
dia Adulto 
9-11 anos 
25-34 kg 
 
Artemeter + 
Lumefantrina 
ou 
Artesunato + 
Mefloquina 
 
1 1 1 1 
12-14 anos 
35-49 kg 
 
Artemeter + 
Lumefantrina 
ou 
Artesunato + 
Mefloquina 
 
2 2 2 1 
≥ 15 anos 
≥ 50 kg 
 
Artemeter + 
Lumefantrina 
ou 
Artesunato + 
Mefloquina 
2 2 2 2 
 
20 
 
Se infecção mista com P. malariae, administrar apenas o esquema de P. 
falciparum.Primaquina infantil: comprimidos de 5 mg, Primaquina adulto: comprimidos de 15 
mg. Sempre dar preferência ao peso para a escolha da dose. Para crianças menores de 6 meses 
e gestantes no 1º trimestre tratar apenas malária por P. falciparum segundo a Tabela 9. Não 
administrar primaquina para gestantes. Administrar os medicamentos preferencialmente às 
refeições. Se surgir icterícia, suspender a primaquina.Se o paciente tiver mais de 70 kg, 
ajustar a dose de primaquina. 
 
Meningite por Haemophilus Influenzae 
 
Infecção bacteriana aguda das meninges, comum na primeira infância. Início geralmente 
súbito com febre, cefaleia intensa, náuseas, vômitos e rigidez de nuca, aos quais se associam 
os sinais de Kernig e Brudzinski. 
Lactentes, raramente, apresentam sinais de irritação meníngea ou de hipertensão 
intracraniana, como rigidez de nuca, convulsões e opistótono. 
Os sinais clínicos iniciais são inespecíficos, comuns a outras doenças desse período, a 
exemplo de instabilidade térmica (hipotermia ou hipertermia), desconforto respiratório, 
irritabilidade, letargia, recusa alimentar, vômitos, icterícia. Pode-se observar, ainda, a 
presença de outros sinais e sintomas como: agitação, grito meníngeo (a criança grita, quando 
manipulada, principalmente quando as pernas são flexionadas para troca de fraldas) e recusa 
alimentar. 
O modo de transmissão é através do contato direto pessoa a pessoa, doente ou portador, por 
meio das vias respiratórias. 
 
Meningite Turbeculosa 
É uma das complicações mais graves da Tuberculose. O seu quadro clínico é, comumente, de 
início insidioso, embora alguns casos possam ter um início abrupto, marcado pelo surgimento 
de convulsões. 
Diferentemente das demais meningites, a Meningite Tuberculosa podem apresentar uma 
evolução mais lenta, de semanas ou meses, tornando difícil o diagnóstico de suspeição. 
 
Meningites virais 
 
As Meningites Virais são também chamadas assépticas ou serosas. O sistema nervoso central 
pode ser infectado por um variado conjunto de vírus, mas, independente do agente viral, o 
quadro clínico caracteriza-se por aparição súbita de cefaleia, fotofobia, rigidez de nuca, 
náuseas, vômitos e febre. 
Ao exame físico, destaca-se o bom estado geral do paciente e a presença de sinais de irritação 
meníngea. Em geral, a evolução é rápida e benigna sem complicações (exceto nos casos de 
indivíduos com imunodeficiências). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
Tratamento: 
 
Adulto – Rifampicina – 600mg/dose de 12 em 12horas por 2 dias. 
Criança – Rifampicina - > 1 mês até 10 anos – dose 10mg/kg/dose de 12 em 12horas (dose 
máxima 600mg dia) por 2 dias. 
< 1 mês – dose 5mg/kg/dose de 12 em 12horas por 2 dias (dose máxima 600mg dia) 
 
Tracoma 
 
É uma ceratoconjuntivite crônica recidivante, afecção inflamatória ocular de começo insidioso 
ou súbito, que pode persistir durante anos se não tratada. Em áreas hiperendêmicas, em 
decorrência de infecções repetidas, produz cicatrizes na conjuntiva palpebral superior.No início, o paciente pode apresentar fotofobia, blefaropasmo, lacrimejamento e sensação de 
“areia nos olhos”, com ou sem secreção. Evolui para hipertrofia papilar como consequência 
da presença de folículos e inflamação difusa da mucosa, principalmente da conjuntiva arsal, 
que cobre a pálpebra superior. Essa inflamação crônica resulta em cicatrizes que evoluem 
para deformidades palpebrais e dos cílios (entrópio e triquíase) que, por sua vez, determinam 
a abrasão crônica da córnea com diminuição progressiva da visão. Caso não sejam tratadas, 
evoluem até a cegueira. As infecções bacterianas secundárias são frequentes e as secreções 
que se formam contribuem para aumentar a transmissibilidade da doença. 
O modo de transmissão é por contato direto, pessoa a pessoa, ou contato indireto, por meio de 
objetos contaminados (toalhas, lenços, fronhas). As moscas podem contribuir para a 
disseminação da doença, por transporte mecânico. O período de incubação varia de 5 a 12 
dias. 
 
Tratamento: 
 
Azitromicina em adulto usa-se1g em dose única via oral. 
 
Azitromicina em criança 600mg pó em suspensão oral. 
Na aplicação usa-se 20mg por kg de peso. 
 
Influenza 
 
A Influenza ou gripe é uma infecção viral aguda do trato respiratório, com distribuição global 
e elevada transmissibilidade. Apresenta-se com início abrupto com febre, mialgia e tosse seca. 
Em geral, tem evolução autolimitada, de poucos dias. Sua importância deve-se ao caráter 
epidêmico e alta morbidade, com elevadas taxas de hospitalização em idosos ou pacientes 
portadores de doenças debilitantes crônicas. Recentemente, tem sido destacado seu potencial 
pandêmico, resultado da emergência, a intervalos de tempo não muito bem definidos, de 
novos subtipos virais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
Tratamento: 
 
Droga 
 
Faixa etária Tratamento 
 
 
 
Fosfato de Oseltamivir 
(Tamiflu) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Criança maior que 1 
ano de idade 
<15kg 75 mg, 12/12hrs, 5 dias. 
>15kg a 23kg 30 mg, 12/12 hrs, 5 dias. 
>23kg a 40kg 45 mg, 12/12 hrs, 5 dias. 
>40 75 mg, 12/12hrs, 5 dias. 
Criança menos de 1 
ano de idade 
<3 meses 12 mg, 12/12 hrs, 5 dias. 
3 a 5 meses 20mg, 12/12, 5 dias. 
6 a 11 meses 25mg 12/12 hrs, 5 dias. 
 
Zanamivir 
 Adulto 10mg: duas inalações de 5 mg. 
12/12 hrs, 5 dias. 
Criança >7 anos 10mg: duas inalações de 5 mg, 
12/12 hrs, 5 dias. 
 
Tabagismo 
 
O tabagismo é o ato de se consumir cigarros ou outros produtos que contenham tabaco, cuja 
droga ou princípio ativo é a nicotina. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que o 
tabagismo deve ser considerado uma pandemia, ou seja, uma epidemia generalizada, e como 
tal precisa ser combatido. 
Tratamento: 
No momento, os medicamentos considerados como 1ª linha no tratamento da dependência à 
nicotina, e utilizados no Brasil são: 
Terapia de Reposição de Nicotina, através do adesivo transdérmico e goma de mascar, 
Cloridrato de Bupropiona. 
 
Goma de Mascar com Nicotina 
Apresentação: goma de mascar em tabletes com 2 mg de nicotina 
Posologia: 
Semana 1 a 4: 1 tablete a cada 1 a 2 horas (máximo 15 tabletes por dia); 
Semana 5 a 8: 1 tablete a cada 2 a 4 horas; 
Semana 9 a 12: 1 tablete a cada 4 a 8 horas. 
Duração total do tratamento: 12 semanas. 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
Adesivos Transdérmicos de Nicotina 
Apresentação com 7 mg, 14 mg e 21 mg de nicotina. 
Posologia: 
Pacientes com escore do teste de Fagerström entre 8 a 10, e/ou fumante de mais de 20 
cigarros por dia, utilizar o seguinte esquema: 
Semana 1 a 4: adesivo de 21mg a cada 24 horas; 
Semana 5 a 8: adesivo de 14mg a cada 24 horas; 
Semana 9 a 12: adesivo de 7mg a cada 24 horas. 
Duração total do tratamento: 12 semanas. 
 
Cloridrato de Bupropiona 
Apresentação: Bupropiona em comprimidos de 150 mg. 
Posologia: 
A dosagem preconizada é a seguinte: 
1 comprimido de 150mg pela manhã nos primeiros 3 dias de tratamento; 
1 comprimido de 150mg pela manhã e outro comprimido de 150mg, oito horas após, a partir 
do 4º dia de tratamento, até completar 12 semanas. 
Orientações para o uso de Bupropiona: 
A dose máxima recomendada de Bupropiona é de 300mg por dia. Em caso de intolerância à 
dose preconizada, ela pode sofrer ajuste posológico, a critério clínico. Deve-se parar de fumar 
no 8º dia após o início da medicação. 
Observação: A dispensação desse medicamento deve ocorrer mediante apresentação do 
Receituário de Controle Especial em duas vias. 
 
Lúpus 
 
É uma doença autoimune rara, mais frequente nas mulheres do que nos homens, provocada 
por um desequilíbrio do sistema imunológico, exatamente aquele que deveria defender o 
organismo das agressões externas causadas por vírus, bactérias ou outros agentes patológicos. 
O fato é que, no lúpus, a defesa imunológica se vira contra os tecidos do próprio organismo 
como pele, articulações, fígado, coração, pulmão, rins e cérebro. Essas múltiplas formas de 
manifestação clínica, às vezes, podem confundir e retardar o diagnóstico. 
Lúpus exige tratamento cuidadoso por médicos especialistas. Pessoas tratadas adequadamente 
têm condições de levar vida normal. As que não se tratam, acabam tendo complicações sérias, 
às vezes, incompatíveis com a vida. 
 
Tratamento: 
 
A utilização da Talidomida no Lúpus Eritematoso Cutâneo é considerada uma indicação 
precisa, com taxas de remissão em até 90% na maioria dos 
trabalhos.Talidomida em pacientes com Lúpus Eritematoso Sistêmico parece melhorar os 
sintomas cutâneos e articulares sem agir sobre as manifestações viscerais da doença. 
A Talidomida é apresentada em comprimidos de 100mg. 
 
O esquema de Administração consiste: 
Dose inicial de 100 a 200mg/dia, via oral. A dose/dia pode ser administrada em até 2 tomadas. 
 
 
24 
 
Tempo de tratamento: 
 
Manter a dose indicada até regressão das lesões (na maioria dos casos em 2 a 4 semanas). 
Pode ser utilizada dose de manutenção de 25 a 50mg/ dia por tempo indeterminado e em 
ausência de efeitos adversos. 
 
O principal efeito adverso da Talidomida é a teratogenicidade, sendo particularmente sensível 
o período da 5ª a 8ª semana de concepção. Uma única dose de 100mg neste período é 
suficiente para produzir malformações. 
 
Enxerto contra hospedeiro 
Cerca de 50% dos doentes que fizeram transplante alogênico têm doença enxerto contra 
hospedeiro. Esta complicação característica do transplante alogênico resulta do seguinte: 
juntamente com o enxerto de medula entram em circulação no paciente doente células do 
doador (linfócitos) que atacam quaisquer células do paciente doente que tenham à superfície 
antigênios que são reconhecidos pelas células do doador como estranhos. As células atingidas 
libertam produtos químicos que vão estimular outras células do doador e deste conjunto de 
reações resultam diversas manifestações clínicas que constituem a doença enxerto contra 
hospedeiro. 
 
Tratamento: 
 
O tratamento é feito com Talidomida, e os esquemas de administração consiste em: 
Administração de aproximadamente 400mg/dia em adultos e 3-12 mg/kg/dia em crianças, por 
um período de até 03 (três) meses, quando deverá ser apresentado um relatório com exames 
complementares pertinentes demonstrando resposta ao tratamento e relato de efeitos 
colaterais. 
 
Recomenda-se que se inicie com 50-100mg/dia e que a dose seja escalonada 
semanalmente, caso haja tolerância. 
 
Doses acima de 200mg/dia devem ser divididas em 2 a 4 tomadas por dia, 1 hora após as 
refeições. A dose alvo é de 400mg/dia, mantendo-se a dose continuamente em caso de 
resposta objetiva. 
A avaliação de resposta deve ser feita após 3 meses de terapia; em caso de ausência de 
resposta, a medicação deve ser suspensa. 
Doses acima de 400mg/dia devem ser prescritas com cautela, pois podem ser muito perigosas. 
 
É importante ressaltar que a Talidomida tem efeito teratogênico principalmente o 
período da 5ª a 8ª semanade concepção do medicamento. Uma única dose de 100mg é 
responsável por malformações. 
Seu uso deve atender as exigências: Pacientes do sexo masculino; pacientes do sexo 
feminino em idade não reprodutiva; Pacientes do sexo feminino em idade reprodutiva que 
estejam usando dois ou mais métodos contraceptivos por pelo menos 1 mês antes do início do 
tratamento e com teste de gravidez negativo pré início de tratamento. Os métodos 
anticoncepcionais devem ser mantidos pelo menos até 1 mês após o término do tratamento; 
Pacientes com diagnóstico de doença enxerto contra hospedeiro crônica refratária à 
terapêutica padrão. 
25 
 
 
Mieloma múltiplo 
 
É um tipo de câncer da medula óssea (tecido esponjoso que preenche o centro da maioria dos 
ossos) que afeta as células plasmocitárias ou plasmócitos, as quais são um tipos de glóbulos 
brancos. 
As células plasmocitárias são células produtoras de anticorpos, normalmente presentes na 
medula óssea (< 5% das células). 
Uma célula plasmocitária cancerosa é chamada de célula de mieloma. 
No mieloma essas células plasmocitárias cancerosas aumentam em número (> 20% das 
células da medula) e em atividade. Essas células de mieloma causam problemas que precisam 
de tratamento. O mieloma é chamado de “mieloma múltiplo” porque são afetadas, 
normalmente, múltiplas áreas da medula óssea. 
 
Quando está no primeiro estado, o mieloma pode não apresentar sintomas. Mas à medida que 
a doença progride os sintomas aparecem. 
Os sintomas típicos são: dores ósseas, anemia, problemas renais e fraturas patológicas. 
Infecções frequentes também são comuns, porque o sistema imunológico fica comprometido. 
 
Tratamento: 
 
È feito com Talidomida e seu uso deve atender critérios como: 
Pacientes do sexo masculino; 
Pacientes do sexo feminino em idade não reprodutiva; 
Pacientes do sexo feminino em idade reprodutiva que estejam usando dois ou mais métodos 
contraceptivos por pelo menos 1 mês antes do início do tratamento e com teste de gravidez 
negativo pré início de tratamento. Os métodos anticoncepcionais devem ser mantidos pelo 
menos até 1 mês após o término do tratamento; 
Pacientes com mieloma múltiplo recém diagnosticado, recidivado ou refratário à 
quimioterapia, sendo que o tratamento somente pode continuar após 03 (três) meses se houver 
comprovação laboratorial da remissão da doença. 
A Talidomida é apresentada em comprimidos de 100mg. 
 
Esquema terapêutico: 
 
O tratamento preconizado com Talidomida para o mieloma múltiplo refratário é de 200mg/dia 
acrescentados de 200mg a cada 2 semanas com limite de 400mg/dia ou até o limite de 
tolerância do paciente em relação aos efeitos colaterais. 
A dose diária é de 100mg, por via oral, nos primeiros 14 dias e, não havendo intolerância, 
aumentar para 200mg continuamente até progressão da doença. Havendo intolerância, manter 
a dose de 100mg ao dia. Usar continuamente até progressão de doença. 
 
Coagulopatias 
As coagulopatias hereditárias são doenças hemorrágicas resultantes da deficiência quantitativa 
e/ou qualitativa de uma ou mais das proteínas plasmáticas (fatores) da coagulação. 
Têm como característica comum a redução da formação de trombina, fator essencial para a 
coagulação do sangue. 
Pacientes acometidos por coagulopatias hereditárias podem apresentar sangramentos de 
gravidade variável, espontâneos ou pós-traumáticos, presentes ao nascimento ou 
26 
 
diagnosticados ocasionalmente. No entanto, as coagulopatias hereditárias apresentam herança 
genética, quadro clínico e laboratorial distintos entre si. Sob um critério estritamente 
etiológico, as coagulopatias hereditárias podem ser classificadas de acordo com as seguintes 
deficiências de fator: 
 
Deficiência de fibrinogênio (fator I), que subdivide-se em: 
Afibrinogenemia 
Hipofibrinogenemia 
Disfibrinogenemia 
Deficiência de protrombina (fator II) 
Deficiência de fator V 
Deficiência de fator VII 
Deficiência de fator VIII - Hemofilia A 
Deficiência de fator IX - Hemofilia B 
 
O tratamento das coagulopatias tem como principal pilar a reposição dos fatores da 
coagulação que se encontram deficientes, devendo-se respeitar as características biológicas 
individuais de cada fator. (Tabela 1). 
 
Tabela 1. Propriedades dos fatores de coagulação “in vivo” 
 
Fator Concentração 
plasmática 
necessária para 
hemostasia 
Meia-vida 
do fator 
Transfundido 
Recuperação 
no sangue 
(% do total 
transfundido) 
Estabilidade 
em plasma líquido 
(estocado a 4oC) 
I 
(Fibrinogênio) 
100 mg/dl 4 - 6 dias 50% Estável 
II 
(Protrombina) 
40 UI/dl (40%) 2 - 3 dias 40% - 80% Estável 
V 10 - 15UI/dl (10% - 15%) 12 horas 80% Instável 
VII 5 - 15 UI/dl (5% – 15%) 2 - 6 horas 70% - 80% Estável 
VIII 10 - 40 UI/dl (10% - 15%) 8 - 12 horas 60% - 80% Instável 
IX 10% - 40% 18 - 24 horas 40% - 50% Estável 
X 10% - 15% 2 dias 50% Estável 
XI 30% 3 dias 90% - 100% Estável 
XII – – – Estável 
XIII 1% - 5% 6 - 10 dias 5% - 100% Estável 
 
Diabetes 
 
É uma doença causada pela deficiência na produção de insulina. O pâncreas é o órgão 
responsável pela produção deste hormônio, que tem uma função bastante simples: aumentar a 
permeabilidade da membrana plasmática a glicose. 
A insulina também estimula as células musculares e hepáticas a transformar a pequena 
molécula de glicose na grande molécula de glicogênio, estimulando, assim, a lipogênese. 
As principais características desta doença são: hiperglicemia, ou seja, uma elevação da 
quantidade de glicose no sangue e glicosúria (presença de açúcar na urina). 
Entre seus sintomas mais freqüentes estão: o aumento da freqüência em urinar, sede 
exagerada, apetite exagerado, perda de peso, coceiras e doenças na pele, inflamações dos 
nervos, etc. 
Por ter esta deficiência na produção de insulina, o diabético deve evitar doces, massas (pois 
estas ao serem metabolizadas dentro de nosso organismo são transformadas em glicose), 
bebidas alcoólicas, etc. 
27 
 
É importante que o diabético sempre controle sua alimentação, pois agindo assim, conseguirá 
levar uma vida com menos riscos de ser acometido pelas complicações tão comuns aos 
portadores de diabetes. 
 
Há dois tipos de diabetes: 
 
Tipo 1, neste, seu portador é dependente de insulina. Os mais acometidos por este tipo são 
crianças e adolescentes. 
 
Tipo 2, ao contrário do tipo 1, seus portadores não são dependentes de insulina e sua maior 
incidência se dá entre os adultos. 
 
Tratamento: 
 
Insulina humana regular 100UI/ml - Insulina humana NPH 100 UI/ml 
 
Helmintíases 
 
As enteroparasitoses são comuns em diversos países em desenvolvimento, 
como o Brasil, ocasionando danos ao desempenho físico e cognitivo dos indivíduos 
acometidos. A ascaridíase, a ancilostomíase e a tricuríase representam as parasitoses 
intestinais mais freqüentes no país. No Brasil, observou-se diminuição na prevalência de 
infecção por enteroparasitas nos últimos 30 anos, mas mesmo algumas áreas com índices 
privilegiados de desenvolvimento ainda apresentam taxas de infecção próximas a 30% quando 
se considera a ocorrência de pelo menos uma espécie de enteroparasita. A OMS recomenda o 
tratamento em massa com Albendazol em escolares onde a prevalência for entre 20 a 50%. 
 
Tratamento: 
Indicações Idade Dose Período 
Ascaris lumbricoides, 
Necator americanus 
Trichuris trichiura 
 
Adultos e crianças 
acima de 2 anos de 
idade 
 
400mg (10mL da 
suspensão a 4%) 
 
 
Dose única 
Crianças de 1 a 2 anos 
de idade 
 
200mg (5mL da 
suspensão a 4%) 
Enterobius 
vermicularis 
Ancylostoma 
duodenale 
Adultos e crianças 
acima de 2 anos de 
idade 
 
400mg (10mL 
da suspensão 
a 4%) 
 
Dose única 
Strongyloides 
stercoralis 
Taenia 
spp. 
Hymenolepis nana 
Adultos e crianças 
acima de 2 anos de 
idade 
 
400mg (10mL 
da suspensão 
a 4%) 
 
 
1 dose por dia 
durante 3 dias 
 
Giardíase(Giardia lamblia, G 
duodenalis, G. 
intestinalis) 
Crianças de 2 a 12 
anos de idade 
 
400mg (10mL 
da suspensão 
a 4%) 
 
1 dose por dia 
durante 5 dias 
 
Larva migrans 
cutânea 
 
Adultos e crianças 
acima de 2 anos de 
idade 
 
400mg (10mL 
da suspensão 
a 4%) 
1 dose por dia por 1 a 3 
dias 
 
 
28 
 
Infecção por vírus Sincicial respiratório 
 
O vírus sincicial respiratório (VSR) é um dos principais agentes etiológicos das infecções que 
acometem o trato respiratório inferior entre lactentes e crianças menores de 2 anos de idade, 
podendo ser responsável por até 75% das bronquiolites e 40% das pneumonias durante os 
períodos de sazonalidade. 
Lactentes com menos de seis meses de idade, principalmente prematuros, crianças com 
doença pulmonar crônica da prematuridade e cardiopatas são a população de maior risco para 
desenvolver infecção respiratória mais grave, necessitando de internação por desconforto 
respiratório agudo em 10% a 15% dos casos. Nesta população, as condições associadas ao 
desenvolvimento de doença grave são decorrentes do sistema imune imaturo, reduzida 
transferência de anticorpos maternos e menor calibre das vias aéreas; acrescidos da baixa 
reserva energética, freqüente desmame precoce, anemia, infecções de repetição e uso de 
corticóides, tornando-se mais suscetíveis à ação do VSR. 
O VSR atinge o trato respiratório através do contato íntimo de pessoas infectadas ou através 
de superfícies ou objetos contaminados. 
 
Tratamento: 
 
O tratamento se dá pelo uso do palivizumabe, que é comercializado no Brasil em caixa com 1 
frasco de 100mg na forma de pó liofilizado estéril para reconstituição e 1 ampola de diluente 
com 1,0 mL de água para injetáveis. Este deve ser reconstituído somente com a água estéril 
para injetáveis que vem com o produto e não deve ser misturado a outro(s) medicamento(s) ou 
outro(s) tipo(s) de diluente. 
A posologia recomendada de palivizumabe é 15 mg/kg de peso corporal, administrados uma 
vez por mês durante o período de maior prevalência do VSR previsto na respectiva 
comunidade, no total de, no máximo, cinco aplicações mensais consecutivas, dentro do 
período sazonal, que é variável em diferentes regiões do Brasil. A primeira dose deve ser 
administrada um mês antes do início do período de sazonalidade do VSR e as quatro doses 
subseqüentes devem ser administradas com intervalos de 30 dias durante este período no total 
de até 5 doses. 
 
Febre maculosa 
 
A Febre Maculosa Brasileira é uma doença causada por microrganismos do gênero Rickettsia, 
sendo que a falta de conhecimento sobre o quadro clínico por parte da população e dos 
profissionais da saúde, especialmente nas áreas sem casos humanos prévios da doença, tem 
levado ao diagnóstico tardio ou ausência de diagnóstico, resultando na elevada letalidade 
associada à doença, ainda que sua incidência seja baixa. 
A elevada letalidade da Febre Maculosa Brasileira relaciona-se com: diagnóstico e tratamento 
tardios, falta de opções terapêuticas ideais, fator de virulência do agente etiológico, espécie do 
carrapato vetor. 
 
Tratamento: nos casos suspeitos, o início imediato e precoce da antibioticoterapia, antes 
mesmo da confirmação laboratorial, tem assegurado maior recuperação dos pacientes. 
 
Adultos: Cloranfenicol, 50 mg/kg/dia, via oral, dividida em 4 tomadas, ou Doxiciclina, 100 
mg, de 12/12 horas, via oral. 
 Manter o esquema ate 3 dias após o termino da febre. Nos casos graves, a droga de escolha e 
o Cloranfenicol, 500 mg de 6/6 horas. 
29 
 
Crianças: Cloranfenicol, não ultrapassando 1 g/dia, durante o mesmo período. 
A Doxiciclina pode ser usada em crianças acima dos 8 anos, na dose de 2 a 4 mg/kg/dia, 
máximo de 200 mg/dia, em 2 tomadas, de 12/12 horas 
 
Micoses Sistêmicas 
 
Micoses Sistêmicas são infecções causadas por fungos patogênicos primários e que têm como 
porta de entrada o trato respiratório, donde podem disseminar para todo o organismo. As 
micoses sistêmicas endêmicas no Brasil são: Paracoccidioidomicose, Histoplasmose, 
Coccidioidomicose e Criptococose. 
Paracoccidioidomicose 
Manifestações clínicas relacionadas a um ou mais órgãos, dependentes das lesões fúngicas em 
atividade ou de suas seqüelas.Existe em três formas: 
Forma regressiva: È uma doença benigna, com manifestações clinicas discretas, em geral 
pulmonares. Apresenta regressão espontânea, independente de tratamento. 
Forma progressiva: Ocorre comprometimento de um ou mais órgãos, podendo evoluir para 
óbito, caso não seja tratada de maneira adequada. E dividida nas formas aguda e crônica, de 
acordo com a idade, duração e manifestações clinicas. 
Forma aguda/subaguda, tipo infanto-juvenil ou juvenil: Representa 
a minoria dos casos (em geral, menos de 10%), podendo chegar a 50% 
em algumas regiões do Brasil, principalmente em áreas de colonização 
mais recentes submetidas a desmatamento. 
Acomete igualmente ambos os sexos até a puberdade, com ligeiro predomínio do sexo 
masculino após essa fase até os 30 anos. Os sítios orgânicos mais frequentemente 
atingidos são linfonodos superficiais, fígado, baço, pele, ossos, articulações. Geralmente, 
surgem massas abdominais decorrentes da fusão de linfonodos mesentéricos, podendo levar a 
quadros diversos, como de oclusão ou 
semi-oclusão intestinal, síndrome disabsortiva, dentre outras. 
 
Tratamento: 
 
Itraconazol- 200mg/dia, logo apos uma das principais refeições, em única tomada, por 6 a 9 
meses nas formas leves, e 12 a 18 meses nas formas moderadas. É considerada a droga de 
escolha. 
Sulfametoxazol + Trimetropim ( adultos) - 800/160mg/dia, 12/12 horas, , 12 meses nas 
formas leves, e 18 a 24 meses, nas formas moderadas. 
Crianças- Trimetoprim, 8 a 10mg/kg e Sulfametoxazol, 40 a 50mg/kg de 12/12 horas. Nas 
formas graves AnfotericinaB - 1mg/kg/dia, IV, diluído em 50ml de soro glicosado a 5% não 
ultrapassando a dose máxima diária de 50mg, ou solução endovenosa de 
Sulfametozaxol/Trimetoprim, na dose de 2 ampolas de 8/8 horas até a melhora clínica do 
paciente, quando então passa a receber medicação via oral. 
30 
 
Histoplasmose 
 
A Histoplasmose é uma infecção fúngica sistêmica, podendo apresentar-se desde uma 
infecção assintomática até a forma de doença disseminada, com êxito letal. A grande maioria 
das infecções primárias é assintomática. Alguns indivíduos apresentam formas 
semelhantes ao estado gripal, não requerendo assistência médica. O principal fator 
determinante no desenvolvimento dos sintomas é o tamanho do inóculo. 
A infecção, quase sempre é produzida pela inalação de microconídias da fase filamentosa do 
fungo. 
Tratamento: 
 
Na forma pulmonar aguda, leve a moderada, geralmente o tratamento é desnecessário. 
Em pacientes que mantêm sintomatologia por mais de 1 mês, pode-se iniciar o Itraconazol, na 
dose de 200 a 400mg/dia, durante 6 a 12 semanas. 
Nas formas pulmonares agudas graves, está indicado o uso da Anfotericina B, na dose de 0,5 
a 1mg/ kg/dia, não ultrapassando 50mg/dia, durante 1 a 2 semanas, seguida de Itraconazol, na 
dose de 200mg, 3 vezes ao dia durante 3 dias, e manutenção de 200mg, 2 vezes ao dia durante 
12 semanas. 
Nas formas cavitárias pulmonares crônicas, a recomendação é o uso do Itraconazol, 200mg, 3 
vezes ao dia, durante 3 dias, seguido de 200 a 400mg por dia, por pelo menos 12 meses, 
devendo no entanto, chegar a 18 ou 24 meses. 
 
Coccidioidomicose 
 
Micose sistêmica, predominantemente pulmonar, podendo também comprometer pele, 
laringe, ossos, articulação e meninges, entre outros. Após a infecção, 60% dos indivíduos 
apresentam infecção 
primária inaparente; os demais, geralmente, cursam com uma infecção 
moderada ou levemente grave. São sinais mais frequentes: comprometimento 
respiratório baixo, febre, sudorese noturna, dor pleural, dispneia, 
tosse produtiva, artralgia, anorexia. 
 
Tratamento: 
 
Anfotericina B, 1 a 3gda dose total, seguida por Fluconazol 400mg/dia, por 6 a 12 meses ou 
Itraconazol 300mg/dia, pelo mesmo período. 
O critério de cura é clínico, agregado à negativação do exame micológico. 
 O Fluconazol está especialmente indicado nas formas que comprometem o SNC, por sua 
excelente difusão cerebral. 
 
Criptococose 
 
Infecção fúngica que apresenta duas formas: cutânea e sistêmica. A forma cutânea aparece em 
10% a 15% dos casos (na maioria das vezes precede a doença sistêmica) e é caracterizada por 
manifestações de lesões acneiformes, rash cutâneo, ulcerações ou massas subcutâneas que 
simulam tumores. 
A forma sistêmica freqüentemente aparece como uma meningite subaguda ou crônica, 
caracterizada por febre, fraqueza, dor no peito, rigidez de nuca, dor de cabeça, náusea 
e vômito, sudorese noturna, confusão mental e alterações de visão. 
Pode haver comprometimento ocular, pulmonar, ósseo e às vezes da próstata. 
31 
 
Tratamento: 
 
A escolha da droga vai depender da forma clínica. 
Na Criptococose disseminada, o esquema terapêutico de primeira escolha é Anfotericina B, 
na dose de 1,0mg/kg/dose, e não ultrapassar 50mg/dia, durante 6 semanas, com todos os 
cuidados que envolvem o seu uso. 
Em caso de toxicidade à Anfotericina B desoxicolato, está indicado o uso da formulação 
lipídica, na dose de 3 a 5mg/kg/dia. 
Na fase de consolidação o Fluconazol é recomendado, na dose de 200 a 400mg/dia, Via oral 
ou endovenosa, por aproximadamente 6 semanas, ou associado à Anfotericina B, até a 
negatividade das culturas. 
Nas formas exclusivamente pulmonares ou com sintomas leves, está indicado o uso de 
Fluconazol, na dose de 200mg/dia por 6 meses a 12 meses, ou Itraconazol 200mg/dia, durante 
6 a 12 meses. 
 
Alimentação e Nutrição 
 
A alimentação e a nutrição constituem requisitos básicos para a promoção e a proteção da 
saúde, possibilitando a afirmação plena do potencial de crescimento e desenvolvimento 
humano, com qualidade de vida e cidadania. 
A concretização dos direitos humanos, e mais particularmente no âmbito da alimentação e 
nutrição, compreende responsabilidades tanto por parte do Estado, quanto da sociedade e dos 
indivíduos. Assim é que, no preâmbulo da Declaração Universal dos Direitos Humanos, está 
inscrita a condição do ser humano de sujeito do desenvolvimento, a qual é explicitada, na 
Declaração sobre o Direito ao Desenvolvimento da ONU (1986), nos seguintes termos: 
“Todos os seres humanos são responsáveis pelo desenvolvimento, individualmente e 
coletivamente, levando em conta a necessidade do respeito integral de seus direitos humanos 
e liberdades fundamentais, bem como suas obrigações para com a comunidade, que podem 
garantir a livre e completa realização do potencial humano.” 
 
Tratamento: Vitamina A 
 
AIDS/ DSTs 
 
A Aids é uma doença que representa um dos maiores problemas de saúde da atualidade, em 
função do seu caráter pandêmico e de sua gravidade. 
Os infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) evoluem para uma grave 
disfunção do sistema imunológico, à medida que vão sendo destruídos os linfócitos T CD4+, 
uma das principais células alvo do vírus. A contagem de linfócitos T CD4+ é um importante 
marcador dessa imunodeficiência, sendo utilizada tanto para estimar o prognóstico e avaliar a 
indicação de início de terapia antirretroviral, quanto para definição de casos de Aids, com fins 
epidemiológicos. 
O HIV pode ser transmitido por via sexual (esperma e secreção vaginal); pelo sangue (via 
parenteral e vertical); e pelo leite materno. 
Desde o momento de aquisição da infecção, o portador do HIV é transmissor, entretanto, os 
indivíduos com infecção muito recente (“infecção aguda”) ou imunossupressão avançada têm 
maior concentração do HIV no sangue (carga viral) e nas secreções sexuais, transmitindo com 
maior facilidade o vírus. Alguns processos infecciosos e inflamatórios favorecem a 
transmissão do HIV, a exemplo de doenças sexualmente transmissíveis (DST), como a sífilis, 
o herpes genital e o Cancro Mole. 
32 
 
As DST não ulcerativas, tais como: Gonorreia, infecção por clamídia, tricomoníase, ou outras 
infecções do trato genital inferior como, por exemplo, a vaginose bacteriana e Candidíase, e 
processos inflamatórios, como vaginites químicas causadas por espermicidas e outras 
substâncias. 
As cervicites, além do processo inflamatório adjacente, cursam quase que invariavelmente 
com a presença de ectopias, o que lhes confere solução de continuidade entre o ambiente 
vaginal e a circulação sanguínea, favorecendo a aquisição ou transmissão do HIV. As 
verrugas igualmente causam friabilidade da mucosa infectada, levando à formação de 
microfissuras, e portanto maior risco de aquisição ou transmissão do HIV. 
 
Tratamento: 
 
Crianças infectadas pelo HIV- Atualmente, indica-se tratamento antirretroviral potente, com a 
associação de três ou mais drogas, por tempo indeterminado, e monitoramento periódico da 
eficácia clínico-laboratorial e sinais de toxicidade aos medicamentos. 
Gestantes - Vale ressaltar que alguns medicamentos estão contraindicados em virtude do 
potencial teratogênico, como o Efavirenz e Hidroxiureia, contudo, os casos devem ser 
individualmente analisados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
ANEXOS 
 
ELENCO DE MEDICAMENTOS ESTRATÉGICOS 
 
 
 
MEDICAMENTO 
 
 
CONCENTRAÇÃO/ 
COMPOSIÇÃO 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
ONDE OBTER 
Pirimetamina + 
Ácido fólico 
25mg e 5mg Comprimido CSAP;HAM;HBL;HCP
HC; HOF; HUOC; IMIP; 
FARMÁCIAS DE PE 
Anfotericina B 50mg Solução injetavel CSAP; HAM; 
HBL;HCP; HC; HOF; 
HUOC; IMIP; 
FARMÁCIAS DE PE 
Antimonianto de N-
Metilglucamina 
300mg/ml Solução injetável 
Artemeter + 
Lumefantrina 
20mg + 120mg Comprimido HUOC; IV GERES; VII 
GERES; VIII GERES E 
IX GERES. 
Azitromicina 600mg e 500mg Pó pra suspensão e 
comprimido 
respectivamente 
FARMÁCIAS DE PE 
Albendazol 40mg/ml Suspensão Oral FARMÁCIA 
MUNICIPAL 
Albendazol 400mg Comprimido 
mastigável 
FARMÁCIA 
MUNICIPAL 
Benzonidazol 100 mg ou 12,5mg Comprimido 
Clindamicina 150mg e 300mg Solução injetável e 
cápsula 
respectivamente 
HUOC; IV GERES; VII 
GERES; VIII GERES E 
IX GERES. 
Clofazimina (CFZ) 
+Rifampicina + 
Dapsona (DDS) 
(ADULTO) 
Cápsula de 300mg +2 DDS: 
comprimido de 100 mg + 
CFZ: cáps de 100mg e cáps 
de 50 mg 
Blíster CSAP; HAM; HBL; 
HCP; HC; HOF; HUOC; 
IMIP; FARMÁCIAS DE 
PE 
Clofazamina (CFZ) 
+ Rifampicina (RFZ) 
+ Dapsona 
(PEDIÁTRICO) 
RFM: cápsula de 300mg + 
DDS: comprimido de 50mg 
+ CFZ: cáps de 50mg 
Blíster CSAP; HAM; HBL; 
HCP; HC; HOF;HUOC; 
IMIP; FARMÁCIAS DE 
PE 
Cloroquina 150 mg HUOC; IV GERES; VII 
GERES; VIII GERES E 
IX GERES. 
Cloridrato de 
Bupropiona 
150 mg Comprimido FARMÁCIA 
MUNICIPAL 
Dapsona (DDS) + 
Rifampicina (RFM) 
(ADULTO) 
RMF: cáps de 300mg + 
DDS: comprimido de 100mg 
Blíster CSAP; HAM; 
HBL;HCP; HC; HOF; 
HUOC; 
IMIP;HGM;CSAP; 
CISAM; P.J.B;PL.A; 
P.CSL;SAEs; 
FARMÁCIAS 
MUNICIPAIS. 
34 
 
Dapsona (DDS) + 
Rifampicina (RMF) 
(PEDIÁTRICO) 
RMF: cápsula de 150mg e 
cáps de 300mg + DDS: 
comprimido de 50mg 
Blíster CSAP; HAM; HBL; 
HCP; HC; HOF; HUOC; 
IMIP; HGM;CSAP; 
CISAM; PJ.B;P. L.A; 
P.SL; FARMÁCIAS 
MUNICIPAIS. 
Dietilcarbamazina 50mg Comprimido FARMÁCIA 
MUNICIPAL 
Doxiciclina 100mg Comprimido GERES 
Etambutol+ 
Rifampicina 
+Isoniazida+ 
Pirazinamida 
150mg+75mg +400mg+ 275 
mg 
Comprimido HUOC; IV GERES; VII 
GERES; VIII GERES E 
IX GERES. 
Fosfato de 
Oseltamivir 
30mg Cápsula CSAP; HAM; HBL; 
HCP; HC; HOF;HUOC; 
IMIP; HGM;CSAP; 
CISAM; POLIC. J.B;P 
L.A;PC.SL;SAEs; 
FARMÁCIAS 
MUNICIPAIS. 
Fluconazol 100mg e 2mg/ml Cápsula e Solução 
injetável 
CENTRO DE SAP; 
(CARUARU); CISAM; 
HAM; HBL; HCP; HC; 
HOF; HUOC; IMIP ; 
SAE's FARMÁCIAS DE 
PE 
Insulina humana 
regular 
100UI/mlSolução injetável FARMÁCIAS DE PE 
Insulina humana 
NPH 
100UI/ml Suspensão injetável FARMÁCIAS DE PE 
Isoniazida 100mg Comprimido CSAP; HAM; HBL; 
HCP; HC; HOF; HUOC; 
IMIP; HGM;CSAP; 
CISAM; P. JB; PL.A; 
POLIC C.SL; SAEs; 
Isoniazida + 
Rifampicina 
100mg+150mg Cápsula CSAP; HAM; HBL; 
HCP; HC; HOF; HUOC; 
IMIP; HGM ;CSAP; 
CISAM; P. JB; P. LA; 
P.CSL; SAEs; 
Isoniazida 
+Rifampicina 
200mg+300mg Cápsula CSAP; HAM; HBL; 
HCP; HC; HOF; HUOC; 
IMIP; HGM ;CSAP; 
CISAM; P. JB; P. LA; 
P.CSL; SAEs; 
Isoniazida 
+Rifampicina 
75mg +150 mg Comprimido CSAP; HAM; HBL; 
HCP; HC; HOF; HUOC; 
IMIP; HGM ;CSAP; 
CISAM; P. JB; P. LA; 
P.CSL; SAEs; 
Nicotina 7mg, 14mg ou 27 mg Adesivo 
transdérmico 
FARMÁCIA 
MUNICIPAL 
Nicotina 2mg Goma de mascar ou 
pastilha 
FARMÁCIA 
MUNICIPAL 
35 
 
Ofloxacino 400mg Comprimido CSAP; HAM; HBL; 
HCP; HC; HOF; HUOC; 
IMIP; HGM ;CSAP; 
CISAM; P. JB; P. LA; 
P.CSL; SAEs; 
Primaquina 5mg Comprimido HUOC; IV GERES; VII 
GERES; VIII GERES E 
IX GERES. 
Primaquina 15mg Comprimido HUOC; IV GERES; VII 
GERES; VIII GERES E 
IX GERES. 
Pirazinamida 3% Solução CSAP; HAM; HBL; 
HCP; HC; HOF; HUOC; 
IMIP; HGM ;CSAP; 
CISAM; P. JB; P. LA; 
P.CSL; SAEs; 
Pirazinamida 500mg Comprimido CSAP; HAM; HBL; 
HCP; HC; HOF; HUOC; 
IMIP; HGM ;CSAP; 
CISAM; P. JB; P. LA; 
P.CSL; SAEs; 
Rifampicina 300mg Cápsula CSAP; HAM; 
HBL;HCP; HC; HOF; 
HUOC;IMIP;HGM;CSA
P; CISAM; 
P.J.B;PL.A;P.CSL;SAEs; 
FARMÁCIAS 
MUNICIPAIS. 
Rifampicina 2% Suspensão Oral CSAP; HAM; 
HBL;HCP; HC; HOF; 
HUOC;IMIP;HGM;CSA
P; CISAM; P.J.B;PL.A; 
P.CSL;SAEs; 
FARMÁCIAS 
MUNICIPAIS. 
Talidomida 100mg Comprimido CSAP; HAM; 
HBL;HCP; HC; HOF; 
HUOC;IMIP;HGM;CSA
P; CISAM; 
P.J.B;PL.A;P.CSL;SAEs; 
FARMÁCIAS 
MUNICIPAIS. 
Cloridrato de 
Tetraciclina 
1% Pomada oftálmica FARMÁCIA 
MUNICIPAL 
Zanamivir 5mg Pó inalante CSAP; HAM; HBL; 
HCP;HC; HOF; 
HUOC;IMIP;HGM;CSA
P; CISAM; P.J.B;PL.A; 
P.CSL; SAEs; 
FARMÁCIAS 
MUNICIPAIS. 
 
 
36 
 
DOENÇAS E NOTIFICAÇÕES 
1. NOTIFICAÇÃO DO CASO DE TUBERCULOSE 
Os casos novos, os reingressos após abandono, as recidivas e os casos que são transferidos 
oficialmente ou não, para tratamento em outra unidade de saúde devem ser notificados 
utilizando a Ficha Individual de Notificação/Investigação de Tuberculose. 
segundo o fluxo e a periodicidade estabelecidos por portaria nacional e complementados por 
portarias estaduais/municipais. 
Acompanhamento do Caso de TB Os dados referentes às baciloscopias de controle e outros 
exames realizados, o número de contatos examinados, a situação do tratamento até o 9º ou 
12º mês (se meningite) e no encerramento, bem como a data de encerramento, compõem as 
informações do acompanhamento do tratamento e possibilitam a avaliação do resultado do 
tratamento. 
Portanto, é importante que esses dados sejam registrados pela Unidade de Saúde. O 
instrumento de coleta dos dados de acompanhamento do tratamento para digitação no SINAN 
é o Boletim de Acompanhamento de Casos de Tuberculose. Esse deverá ser emitido pelo 
primeiro nível informatizado do sistema e enviado às unidades de saúde, pelo menos quatro 
vezes ao ano (janeiro, abril, julho e outubro), para preenchimento e digitação. 
2. NOTIFICAÇÃO DE HANSENÍASE 
A Hanseníase é uma doença de notificação compulsória em todo Território Nacional e de 
investigação obrigatória. Cada caso diagnosticado deve ser notificado na semana 
epidemiológica de ocorrência do diagnóstico, utilizando-se a ficha de notificação e 
investigação do Sistema Nacional de Agravos de Notificação/SINAN. Esta é enviada em 
papel ou meio magnético ao órgão de vigilância epidemiológica hierarquicamente superior, 
permanecendo uma cópia no prontuário. As fichas de notificação dos casos devem ser 
preenchidas por profissionais das unidades de saúde, onde o paciente tenha sido 
diagnosticado. 
3. NOTIFICAÇÃO DE CÓLERA 
37 
 
Doença de notificação compulsória internacional, com desencadeamento de investigação 
epidemiológica imediatamente após o estabelecimento da suspeita. 
4. NOTIFICAÇÃO DA DENGUE 
É doença de notificação compulsória e de investigação obrigatória, principalmente quando se 
tratar dos primeiros casos diagnosticados em uma área ou quando se suspeitar de FHD. Os 
óbitos decorrentes da doença devem ser investigados imediatamente. 
5. NOTIFICAÇÃO DE DOENÇA DE CHAGAS 
Todos os casos de DCA devem ser imediatamente notificados ao sistema de saúde (portaria 
SVS 5/2006). Não notificar casos de reativação ou crônico. 
6. NOTIFICAÇÃO DE FEBRE MACULOSA 
É doença de notificação compulsória, devendo ser informada pelo meio mais rápido 
disponível; é obrigatória a investigação epidemiológica com busca ativa, para evitar a 
ocorrência de novos casos e óbitos. 
7. NOTIFICAÇÃO DE FILARIOSE 
Doença de notificação nos estados que permanecem com foco. Em situações de detecção de 
novos focos, deve-se notificar como agravo inusitado, de acordo com a normatização do 
Ministério da Saúde 
8. NOTIFICAÇÃO MALÁRIA 
Todo caso de malária deve ser notificado às autoridades de saúde, tanto na área endêmica, 
pelo Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Malária (Sivep- Malária), por 
meio da ficha em anexo, quanto na área não-endêmica, pelo Sistema de Informação de 
Agravos de Notificação (Sinan), por meio da ficha em anexo. 
9. NOTIFICAÇÃO MENINGITE 
É de notificação compulsória e investigação imediata 
10. NOTIFICAÇÃO DE TRACOMA 
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O tracoma não é uma doença de notificação compulsória, entretanto é uma doença sob 
vigilância epidemiológica de interesse nacional, sendo orientado o registro de todos os casos 
confirmados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação Sinan NET, sob a forma 
de modulo agregado, em boletim especifico. Além do Sinan NET, o registro dos casos deve 
ocorrer em fichas especificas do agravo, no nível local, para acompanhamento e controle. 
11. NOTIFICAÇÃO DE INFLUENZA 
 Devem ser notificados, de forma imediata, os casos suspeitos de infecção por um novo 
subtipo viral (pandêmico); surtos de casos ou agregados de óbitos de Influenza Humana 
(sazonal); epizootias de Influenza Aviária; os resultados de exame de Influenza Humana 
por novo subtipo viral; e de surto de Influenza Humana. A notificação imediata deverá ser 
feita por telefone, fax ou e-mail à secretaria estadual de saúde e dessa à Secretaria de 
Vigilância em Saúde/MS, por meio do CIEVS. 
12. NOTIFICAÇÃO DE PARACOCCIDIOIDOMICOSE 
Não é doença de notificação compulsória nacional 
 
13. NOTIFICAÇÃO DE HISTOLPLASMOSE 
Não é doença de notificação compulsória nacional. 
 
14.NOTIFICAÇÃO DE CRIPTOCOCOSE 
Não é doença de notificação compulsória. A investigação deve buscar sua associação à 
imunodeficiência, bem como implantar as medidas de controle disponíveis. 
15.NOTIFICAÇÃO COQUELUCHE 
É doença de notificação compulsória. 
16.NOTIFICAÇÃO DE DOENÇAS DIARRÉICAS 
Não é doença de notificação compulsória, em virtude de sua elevada frequência. A vigilância 
é feita pela monitorização das Doenças Diarreicas Agudas, que consiste no registro de dados 
mínimos dos doentes (residência, idade, plano de tratamento) em unidades de saúde. 
39 
 
17.NOTIFICAÇÃO DA DIFTERIA 
Doença de notificação compulsória e de investigação imediata e obrigatória. 
18.NOTIFICAÇÃO FEBRE AMARELA 
Doença de notificação compulsória e investigação epidemiológica obrigatória de todos os 
casos. A ocorrência de surtos exige a aplicação do algoritmo de decisão do novo 
Regulamento Sanitário Internacional. 
19. NOTIFICAÇÃO DE FEBRE TIFÓIDE 
Doença de notificação compulsória. Todo caso e surto devem ser investigados para a adoção 
das medidas de controle pertinentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Referências bibliográficas: 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de 
Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias:guia de bolso / Ministério da 
Saúde.Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – 8. 
ed. rev. – Brasília : Ministério da Saúde, 2010. 444 p.: Il. – (Série B. Textos Básicos de 
Saúde) 1. Doenças transmissíveis. 2. Vigilância epidemiológica. 3. Saúde pública. I. Título. 
II. Série. CDU 616.9 
 
MINISTÉRIO DA SAÚDE - Portalsaude.saude.gov.br Acessado em 1° de Julho/2014 
Guia de tratamentos de coagulopatias 2009. Acessado em 22/07/2014 
Portaria n° 571 de 05/04/2013- Atualiza as diretrizes de cuidado á pessoa tabagista no 
âmbito da rede de atenção á saúde das pessoas com doenças crônicas do sistema único de 
saúde (SUS) e dá outras providências. 
Portaria n° 298 SAS/MS, de 21/03/13: Atualiza os protocolos de uso da Talidomida no 
tratamento da doença Enxerto Contra Hospedeiro e do Mieloma Múltiplo. 
Resolução n° 11 de 22/03/11: Dispõe sobre o controle da substância Talidomida e do 
medicamento que a contenha.

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