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Data: 04/05/2020 Disciplina: Fisioterapia em Saúde da Mulher Profa. Thais Blaya Leite Gregolis Tema: Puerpério Objetivo: Estudar o período pós-parto. PUERPÉRIO Prof. Thais Blaya Leite Gregolis O período puerperal (puerpério, pós-parto, sobreparto) inicia-se ao final do parto, prolonga- se por 6 a 8 semanas e termina quando todos os órgãos da reprodução retornam ao estado não gravídico. Intensas modificações corporais e psíquicas. Fases • Pós-parto imediato: 1o ao 10o dia • Pós-parto tardio: 11o ao 40o dia • Pós-parto remoto: a partir do 41o dia. Puerpério imediato • Onde ocorrem as mais importantes alterações fisiológicas do puerpério, bem como o surgimento de complicações clinicocirúrgicas, que podem ocasionar o puerpério patológico. • Necessita monitoramento minucioso em busca de sinais e/ou sintomas de doenças cujas consequências sejam imprevisíveis e o conhecimento da fisiologia do puerpério. • Na avaliação clinicoginecológica da puérpera, deve-se ter atenção com as condições da assistência ao parto e do recém-nascido, às intercorrências na gestação, no parto e no pós-parto (hipertensão arterial, diabetes melito, convulsões, sensibilização fator Rh, febre e hemorragia), às medicações prescritas, aos dados vitais, ao estado psicoemocional, ao vínculo do binômio mãe-filho e às condições sociais. • Importante examinar as mamas, o abdome, a involução uterina, os genitais externos, as características do lóquios e as condições da ferida cirúrgica, caso a paciente tenha passado por algum procedimento restritivo, assim como episiotomia ou cesariana. • Examinar as panturrilhas na busca ativa de indícios de trombose nos membros inferiores e avaliar o aleitamento. • Dor e problemas psicoemocionais e com o aleitamento são as queixas mais frequentes. Puerpério Útero • Após o secundamento, o útero retrai-se para abaixo da cicatriz umbilical, medindo aproximadamente 15 cm de comprimento, 12 cm de largura e 8 a 10 cm de espessura, com peso de 1.000 g. • Ao fim da 1a semana, o útero pesa ± 500 g; na 2a semana, 350 g; e ao final da 6a e 8a semanas, 80 e 60 g, respectivamente. • Ao final da 2a semana, não é mais palpado no abdome e, com 6 semanas, retorna às condições pré-gravídicas. • A atividade contrátil uterina é permanente, mesmo após o secundamento, sendo a grande responsável pela involução uterina e pela hemostasia da região placentária. • As primíparas têm um ritmo de involução uterina mais rápido que as multíparas. • A lactação acelera essa involução, principalmente devido ao efeito Ferguson (reflexo uteromamário – a estimulação do mamilo e dos ácinos galactóforos libera ocitocina, que causa a ejeção do leite e a contração uterina). • O colo uterino dilatado a 10 cm para a passagem do feto, fecha-se , entre o 7o e o 10o dia de pós-parto, o colo uterino espessa-se, tomando aspecto pré-gestacional. • Os ligamentos uterinos sofrem involução durante o puerpério, e a sua subinvolução pode predispor ao prolapso uterino e à retroversão. Puerpério Endométrio/lóquios • A eliminação de fragmentos de tecido é por descamação contínua e progressiva da porção superficial da decídua remanescente. • Ao término de 10 dias, a área é reduzida em 50% e apresenta um infiltrado leucocitário, que não é infecção, mas, sim, parte do processo involutivo do endométrio. • No 30o dia, o endométrio alcança sua espessura normal. Sua recuperação ocorre em quatro etapas: regressão, cicatrização, proliferação e retorno ao estado normal. • Lóquio é constituído de sangue, muco cervical, transudato vaginal e produtos da necrose da camada superficial do endométrio: Lóquio vermelho/ rubro: contendo sangue e decídua Lóquio seroso: paulatinamente, torna-se serossanguínea . Lóquio branco/alvo: ao término da 2a ou 3a semana, é uma secreção serosa esbranquiçada . • Em geral, o lóquio cessa em aproximadamente 4 a 6 semanas após o parto, e a quantidade total eliminada é de 230 g. Doenças do endométrio, do colo uterino e da vagina alteram suas características quanto a cor, quantidade e cheiro. • O retorno da menstruação ocorre, em média, 45 dias após o parto, e, geralmente, 80% dos ciclos são ovulatórios. O aleitamento pode determinar amenorreia de 8 a 12 meses e oferecer certo grau de proteção anticonceptiva, influenciado pela frequência das mamadas, pelo tempo de sucção e pela introdução de suplementos alimentares na dieta do recém-nascido. Puerpério Genitália externa e vagina • Logo após o parto, a genitália externa e a vagina apresentam um estado congestivo e edematoso, que regride comumente nas primeiras 48 h, com o relaxamento das paredes vaginais. • A crise vaginal pós-parto é uma atrofia da vagina por carência estrogênica, que reduz a espessura do epitélio à metade e atinge seu clímax em torno do 15o dia pós-parto. As pregas da parede vaginal reaparecem em 3 semanas. • A região perineal apresenta-se edemaciada e regride em 1 a 2 semanas após o parto. • A episiorrafia, quando presente, deve ser inspecionada e observada. Podem-se usar compressas de gelo para reduzir o edema e a dor, além de água e sabão na higienização da região. O tônus muscular restabelece-se em 6 semanas, dependendo do grau de lesão durante o parto. Puerpério Parede abdominal • A parede abdominal e o peritônio tornam-se flácidos, e as vísceras, aos poucos, voltam à posição original. • No pós-parto imediato, pode-se evidenciar a diástase dos músculos retos abdominais. • Mesquita et al. (1999) afirmam que a recuperação da tonicidade da musculatura da parede abdominal, distendida pelo útero gravídico, ocorre em média 6 semanas após o parto, é lenta e, às vezes, imperfeita. • O exercício físico supervisionado e a fisioterapia ajudam na sua recuperação. Não é aconselhável o uso de cintos ou cintas elásticas. Puerpério Sistema urinário • Monheit et al. (1980) relatam que o retorno da função renal em níveis pré-gestacionais ocorre em 6 meses. • As alterações morfológicas do sistema urinário, como a dilatação da uretra, da pelve renal e dos ureteres e o relaxamento da parede vesical, podem persistir por 3 meses após o parto. • Estudos têm demonstrado que o parto, especialmente o vaginal, é o maior causador de desenvolvimento de incontinência urinária no pós- parto imediato, em função de lesão da função muscular da uretra e dos tecidos adjacentes. A reversão do quadro se dá ao final do 3o mês de pós-parto. • No pós-parto, ocorrem hiperdistensão vesical e aumento da urina residual, agravada pela anestesia peridural ou geral, favorecendo o desenvolvimento de infecções das vias urinárias. • Atenção à puérpera com dificuldade de urinar espontaneamente e instituir o imediato cateterismo vesical preventivo. Há diminuição da diurese nos primeiros dias de pós-parto. Puerpério Sistema cardiovascular • O rendimento cardíaco, o volume plasmático e a resistência vascular retornam aos seus valores normais em 6 a 12 semanas de pós-parto. • Ueland e Metcal (1975) estimam uma perda sanguínea de 500 a 1.000 mℓ para os partos vaginal e cesariano, respectivamente. • Estima-se perda de um terço do aumento do volume sanguíneo materno durante o parto, outro um terço até o final da 1a semana de pós-parto e o último terço durante o restante do puerpério. • A pressão arterial (PA) eleva-se de 10 a 20 mmHg no pós-parto, devido a eliminação da circulação placentária e da contração uterina, que sobrecarregam o sistema circulatório. • O débito cardíaco é normalizando ao final da 2a semana de pós-parto. • A ocorrência de taquicardia leva a suspeita de hemorragia ou de descompensação cardíaca. • Observa-se edema dos membros inferiores até o 12o dia de pós-parto. A identificação de fatores de risco e a palpação das panturrilhas e do pulso pedioso são importantes na busca ativa de trombose venosa profunda. • A série vermelha quase nãose altera. Ocorre aumento da leucocitose já existente (10 a 30.000 glóbulos brancos), que em 6 dias, está na faixa da normalidade. • Surge um estado de hipercoagulabilidade e a atividade fibrinolítica também aumenta. Entre a 1a e a 4a semana após o parto todos os valores voltam ao normal. Puerpério Sistema digestivo • Aumenta a sede no pós-parto: devida à perda de líquidos (o suor, os lóquios e a urina). • O timpanismo abdominal presente no período pós-cesariana, é decorrente da diminuição do peristaltismo intestinal. • A evacuação espontânea é difícil nos primeiros dias, devido à diminuição de ingestão de alimentos (inapetência), aos músculos abdominais e perineais enfraquecidos e à inibição antiálgica. Com a deambulação precoce e o fornecimento de dieta regular, restabelece- se a normalidade intestinal. Puerpério Manifestações gerais Pulso • O pulso pouco se altera, mas reflete o estado geral da puérpera. O seu aumento pode ser a primeira indicação de perda excessiva de sangue, processo infeccioso ou descompensação cardíaca. Temperatura • Na maioria das vezes, a temperatura média das puérperas fica abaixo de 38°C. Atenção à elevação da temperatura no 3o e 4o dias pós-parto, coincidindo com a descida do leite (apojadura mamária) e com a proliferação de germes vaginais que ascendem à cavidade uterina. Todo aumento de temperatura que dure mais de 24 h deve ser investigado. Puerpério Respiração • Segundo Contreras et al. (1991), a capacidade residual funcional e o volume de reserva expiratório reduzidos durante a gravidez retornam aos valores basais no pós-parto. • A dispneia causada pelo deslocamento cranial do diafragma pelo útero gravídico tende a desaparecer nos primeiros dias do pós-parto. Perda de peso • Estima-se em 5 a 6 kg a perda de peso logo após o parto, com a saída do feto, seus anexos e a perda sanguínea. • Mais a perda de 2 a 5 kg no pós-parto, devido a diurese, sudorese, involução uterina e lóquios. • Normalmente, a puérpera perde 500 a 1.000 g de peso por mês durante os 6 primeiros meses. • O Instituto de Medicina (IOM) dos EUA estima um ganho ponderal de 10 a 12 kg durante a gravidez e uma retenção de 1 kg de peso por filho (Parker, 1994). Assistência pós-parto • Sinais vitais • Sangramento vaginal • Inspeção da ferida “cirúrgica” • Mamas • Mobilização precoce • Intestino Complicações pós-parto Hemorragia pós-parto • Perda sanguínea pós-parto superior a 500 a 1.000 ml. • A hemorragia pós-parto (HPP) imediata ou precoce ocorre nas primeiras 24 h do puerpério, e a tardia entre 24 h e 12 semanas de pós-parto. • A incidência é de 1 a 2%, respondendo por mais de 75% das complicações puerperais graves encontradas nas primeiras 24 h que se sucedem ao parto, sendo a 5a causa de morte materna (Mousa e Walkinshaw, 2001). • As causas de HPP são divididas em: uterinas (90%), incluem hipotonia e/ou atonia uterina, retenção placentária, placentação anômala, sangramento do local de implantação placentária, lacerações e ruptura uterina; e não uterinas, representadas pela laceração do sistema genital inferior, coagulopatias e hematomas. Complicações pós-parto Hematomas vaginais e vulvares • São complicações pouco comuns do parto. • Sua incidência oscila entre 1 em 7.500 e 1 em 310 partos. • Requer diagnóstico precoce e tratamento adequado. • Utiliza-se drenagem cirúrgica nos grandes hematomas e bolsa de gelo ou calor nos pequenos. Complicações pós-parto Infecção puerperal Entre as causas predisponentes estão: -Fatores anteparto: baixo nível socioeconômico, anemia, má nutrição, extremos etários, higiene precária, infecções dos sistemas urinário e pulmonar e diabetes - Fatores intraparto: contaminação bacteriana (ruptura de membrana, excesso de exames vaginais e manipulação uterina para a saída do feto e da placenta), traumatismos (lesões de períneo, vulva, vagina e colo), sangramento, hematoma e parto prolongado e cesariano - Fatores pós-parto imediato: contaminação da ferida cirúrgica e hemorragias significantes. • A infecção pélvica é uma complicação séria e frequente no puerpério, responsável por cerca de 4% das mortes maternas. Geralmente, é polimicrobiana, e sua gravidade e seu prognóstico estão relacionados com a extensão da infecção para as cavidades pélvica e abdominal. • O “teste do cotonete” identifica gestantes colonizadas por Streptococcus grupo B durante o pré-natal, com material coletado na região perianal e vaginal, e o tratamento durante o trabalho de parto têm reduzido o risco de corioamniotite, infecção materna pós-parto e infecção e sepses neonatais. Complicações pós-parto Ingurgitamento mamário • Nas primeiras 24 a 72 h pós-parto, as mamas tornam-se firmes, nodulares, distendidas e sem hiperemia, e a temperatura axilar eleva-se até 39°C. O tratamento consiste em retirada do leite (sucção do recém-nascido ou ordenha manual), aplicação de compressa de gelo, enfaixamento mamário e uso de antitérmicos e analgésicos, se necessário. Complicações pós-parto Mastite • Cerca de 10% das puérperas com ingurgitamento mamário desenvolvem mastite, que aparece na 2a ou 3a semana de pós-parto ou mais, geralmente unilateral. • Dor, rubor, calor local, febre (≥ 38°C), calafrios, tremores, taquicardia, mal-estar e descarga mamilar purulenta são os principais sintomas. • Os agentes infecciosos mais comuns são: Staphylococcus aureus (65 a 90%), estafilococos coagulase-negativos, estreptococos e Escherichia coli. • Rachaduras, fissuras e via hematogênica são as portas de entrada dos microrganismos. • O tratamento inclui, além de agentes antibacterianos, medidas como suporte mamário, compressa fria, drenagem mamária e analgésicos. Recomenda-se manter a amamentação. Complicações pós-parto Doenças circulatórias • Durante as 6 primeiras semanas de pós-parto, ocorre uma queda substancial do risco de doenças circulatórias, como trombose venosa, embolia pulmonar, hemorragia subaracnóidea e infarto do miocárdio (Salonen et al., 2001). • Segundo Mehta et al. (2001), a cardiopatia periparto, principalmente a cardiomiopatia dilatada, está associada a um aumento da morbidade e mortalidade maternas. Sua incidência varia de 1:1.300 até 1:15.000 gestações e tem como fatores de risco a multiparidade, a gestação gemelar, a idade materna avançada, a pré-eclâmpsia, a hipertensão arterial crônica e a raça negra. • Cerca de 2% das puérperas apresentam complicações de hipertensão arterial pós-parto (PA > 140/90 mmHg em duas ou mais aferições) ou hipertensão grave (PA > 160/110 mmHg em duas ou mais aferições) e, por isso, devem ser orientadas quanto aos sintomas e ao tratamento no sentido de minimizar as complicações (Sharma e Kilpatrick, 2017). Complicações pós-parto Doença tromboembólica • A doença tromboembólica é uma importante causa de morte materna durante a gravidez e o puerpério. • Sua incidência tem diminuído no pós-parto pela instituição da deambulação precoce, pois a estase sanguínea venosa é, provavelmente, o maior fator predisponente isolado de trombose venosa profunda. • Ocorre mais comumente no 2o dia de pós-parto. • O risco de desenvolver a doença tromboembólica aumenta com: idade, paridade, realização de procedimentos cirúrgicos, história prévia de tromboembolismo, deficiência isolada de proteínas envolvidas na inibição da coagulação sanguínea ou no sistema fibrinolítico, acamamento prolongado, trauma, câncer em atividade, doenças neurológicas e uso de anticoncepcional oral. Complicações pós-parto Distúrbios emocionais • Ocorrido o parto, além dos problemas situacionais, fisiológicos e anatômicos, iniciam-se as ansiedades do esvaziamento e da castração, da recuperação pós- parto, do primeiro contato com o filho, da relação mãe-filho, da nova constituição familiar e da lactação.• Algumas questões surgem, como, por exemplo: “Terei condições de criar e amamentar satisfatoriamente?” Esses conflitos podem aflorar na nova mãe desequilíbrios emocionais insuspeitados. • Na sua fisiopatologia, além do estresse da responsabilidade da criação do filho, são citados a queda hormonal súbita, a disfunção tireoidiana e o passado de doenças psiquiátricas. • O puerpério é, portanto, um período de significantes transformações intra e interpessoais. • Nesse período, a puérpera encontra-se debilitada, cansada, excitada pelo nascimento do filho e com uma grande labilidade emocional. É provavelmente uma das maiores crises existenciais pelas quais um ser humano pode passar. • A melancolia da maternidade, a depressão pós-parto, a psicose puerperal e a síndrome do pânico são os principais quadros de distúrbios psiquiátricos puerperais, os quais não são raros e afetam a vida da nova mãe. Complicações pós-parto Melancolia da maternidade • A melancolia da maternidade (síndrome da tristeza pós-parto, maternidade azul, blues puerperal, melancolia pós-parto) afeta 50 a 80% das mães no puerpério imediato, mas se resolve ao término da 2a semana pós-parto. • Os sintomas incluem crises de choro, irritabilidade e labilidade afetiva e de humor. • O tratamento não é farmacológico, mas consiste em compreensão, carinho, tranquilização, apoio emocional e observação dos cuidados com o recém-nascido e consigo mesma, bem como atenção ao aparecimento de novos sintomas. • Alguns autores consideram a melancolia da maternidade uma resposta normal às flutuações hormonais (estrogênio, progesterona, triptofano etc.), haja vista sua curta duração e sua alta incidência (Schorr e Richardson, 1995). Complicações pós-parto Depressão pós-parto • A depressão pós-parto moderada ou acentuada afeta 7 a 10% das puérperas. • Inicia-se mais tardiamente que a melancolia da maternidade. • Da Silva et al. (1998) encontraram taxa de prevalência de 12% de depressão até o 3o mês de pós-parto em brasileiras, bem como uma associação com a baixa paridade. • Os sintomas incluem transtorno do sono, agitação psicomotora, choro fácil, cansaço extremo, falta de libido, autocensura, depressão do humor, ansiedade intensa, agorafobia (fobia de lugares abertos ou públicos) e intenção ou planos de suicídio. • Fatores de risco incluem problemas conjugais, sintomas depressivos antes da gravidez, percalços socioeconômicos, intercorrências obstétricas dramáticas (óbito fetal, malformação) e acontecimentos traumáticos de vida (falecimento de pessoa querida, separação). A conduta na depressão pós-parto depende da intensidade do quadro, mas a intervenção psiquiátrica e, às vezes, farmacológica, é necessária, além do suporte familiar. Complicações pós-parto Psicose pós-parto • É mais rara e a mais grave das alterações psiquiátricas, afetando 1 a 2 mães a cada 1.000 nascimentos. • O que era antes uma distorção da realidade agora é uma ruptura com a realidade. • Trata-se de uma emergência psiquiátrica caracterizada pela incapacidade de a puérpera diferenciar o real do irreal, apesar de alternar com períodos de comportamento normal. • Sintomas como agitação, confusão mental, delírios e alucinações têm pico entre o 10o e o 14o dia pós-parto. • Geralmente ocorre após o 3o dia pós-parto. • Síndrome do pânico pós-parto • Os sintomas são semelhantes à síndrome do pânico clássica, tais como palpitação, dispneia, sentimento de terror, tontura e ansiedade. Aconselha-se acompanhamento psiquiátrico. Complicações pós-parto Síndrome do pânico pós-parto • Os sintomas são semelhantes à síndrome do pânico clássica, tais como palpitação, dispnéia, sentimento de terror, tontura e ansiedade. Aconselha-se acompanhamento psiquiátrico. Puerpério tardio/anticoncepção • No puerpério tardio, idealmente a puérpera deve ser examinada com 10 e 30 ou 40 dias de pós-parto. • Na primeira consulta, realiza-se exame clínico completo à procura de pontos infecciosos, inspeciona-se a ferida cirúrgica, avalia-se a cicatrização, retiram-se os pontos da ferida cirúrgica, observa-se a involução uterina, examinam-se minuciosamente as mamas e fornecem-se esclarecimentos sobre o aleitamento. • Na consulta de 30/40 dias pós-parto, realiza-se exame ginecológico completo e verificam-se a integridade do períneo e da musculatura perineal, a involução uterina e as condições das mamas. Puerpério tardio/anticoncepção • Existe uma alta prevalência de dispareunia pós-parto pelo trauma do nascimento, pela episiotomia e episiorrafia, entre outros motivos, especialmente em primíparas. • Nessa consulta, portanto, é importante discutir com o casal sobre o reinício da atividade sexual e a anticoncepção, lembrando da associação de intervalos curtos entre as gestações com o abortamento. É importante ressaltar ao casal que o aleitamento não é um método eficaz de anticoncepção. Machado, A. V. Puerpério. In: BARACHO, E. Fisioterapia Aplicada à Saúde da Mulher. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018
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