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MUITO BOM - mia_helder_nascimento_dissertacao

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Prévia do material em texto

http://repositorio.ulusiada.pt
Universidades Lusíada
Nascimento, Hélder Manuel Alves do, 1988-
Espaços de arte e silêncio : Rui Chafes, Pedro
Calapez e Bernando Sassetti
http://hdl.handle.net/11067/3580
Metadados
Data de Publicação 2017
Resumo A presente dissertação tem como objectivo fazer uma reflexão sobre a
importância e a influência do silêncio na Arquitectura. Investiga o diálogo
da Escultura, Pintura e Música com o espaço arquitectónico. Fá-lo quer
ao nível conceptual, quer ao nível programático. O tema “Espaços de
Arte e Silêncio” surgiu da necessidade de sustentar a proposta realizada
no âmbito de Projecto III, cuja ideia passa por potencializar o silêncio.
Assim, numa primeira fase do trabalho exploramos os conceitos de silê...
Palavras Chave Chafes, Rui, 1966- - Crítica e interpretação, Calapez, Pedro, 1953-
- Crítica e interpretação, Sassetti, Bernardo, 1970-2012 - Crítica e
interpretação, Arte e arquitectura
Tipo masterThesis
Revisão de Pares no
Coleções [ULL-FAA] Dissertações
Esta página foi gerada automaticamente em 2020-11-03T15:39:51Z com
informação proveniente do Repositório
http://hdl.handle.net/11067/3580
 
 
 
 
 
 
 
 
 
U N I V E R S I D A D E L U S Í A D A D E L I S B O A 
 
F a c u l d a d e d e A r q u i t e c t u r a e A r t e s 
 
Mest rado Integrado em Arqu i tectura 
 
 
 
Espaços de arte e silêncio: Rui Chafes, Pedro Calapez e Bernando 
Sassetti 
 
 
 
 
 
 
Realizado por: 
Hélder Manuel Alves do Nascimento 
 Orientado por: 
Prof. Doutor Arqt. Bernardo de Orey Manoel 
 
 
 
 
 
 
Constituição do Júri: 
 
Presidente: Prof. Doutor Horácio Manuel Pereira Bonifácio 
Orientador: Prof. Doutor Arqt. Bernardo de Orey Manoel 
Arguente: Prof.ª Doutora Arqt.ª Maria de Fátima Silva Freire e Veiga 
 
 
 
Dissertação aprovada em: 
 
16 de Outubro de 2017 
 
 
 
 
 
Lisboa 
 
2017 
 
 
 
 
 
 
 
U N I V E R S I D A D E L U S Í A D A D E L I S B O A 
F a c u ld ad e de A r qu i t ec t u ra e A r t es 
Mestrado Integrado em Arquitectura 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Espaços de arte e silêncio: 
Rui Chafes, Pedro Calapez e Bernardo Sassetti 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Hélder Manuel Alves do Nascimento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lisboa 
Setembro 2017
 
 
 
 
 
U N I V E R S I D A D E L U S Í A D A D E L I S B O A 
F a c u ld ad e de A r qu i t ec t u ra e A r t es 
Mestrado Integrado em Arquitectura 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Espaços de arte e silêncio: 
Rui Chafes, Pedro Calapez e Bernardo Sassetti 
 
 
 
 
 
 
 
Hélder Manuel Alves do Nascimento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lisboa 
Setembro 2017 
 
Hélder Manuel Alves do Nascimento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Espaços de arte e silêncio: 
Rui Chafes, Pedro Calapez e Bernardo Sassetti 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Dissertação apresentada à Faculdade de Arquitectura e 
Artes da Universidade Lusíada de Lisboa para a 
obtenção do grau de Mestre em Arquitectura. 
 
 
 
Orientador: Prof. Doutor Arqt. Bernardo d'Orey Manoel 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lisboa 
Setembro 2017
 
Ficha Técnica 
Autor Hélder Manuel Alves do Nascimento 
 
Orientador Prof. Doutor Arqt. Bernardo d'Orey Manoel 
 
Título Espaços de arte e silêncio: Rui Chafes, Pedro Calapez e Bernardo 
Sassetti 
 
Local Lisboa 
 
Ano 2017 
 
 
 
Mediateca da Universidade Lusíada de Lisboa - Catalogação na Publicação 
 
NASCIMENTO, Hélder Manuel Alves do, 1988- 
 
Espaços de arte e silêncio : Rui Chafes, Pedro Calapez e Bernardo Sassetti / Hélder Manuel Alves do 
Nascimento ; orientado por Bernardo d'Orey Manoel. - Lisboa : [s.n.], 2017. - Dissertação de 
Mestrado Integrado em Arquitectura, Faculdade de Arquitectura e Artes da Universidade Lusíada de 
Lisboa. 
 
I - MANOEL, Bernardo de Orey, 1969- 
 
LCSH 
1. Arte e arquitectura 
2. Chafes, Rui, 1966- - Crítica e interpretação 
3. Calapez, Pedro, 1953- - Crítica e interpretação 
4. Sassetti, Bernardo, 1970-2012 - Crítica e interpretação 
5. Universidade Lusíada de Lisboa. Faculdade de Arquitectura e Artes - Teses 
6. Teses - Portugal - Lisboa 
 
1. Art and architecture 
2. Chafes, Rui, 1966- - Criticism and interpretation 
3. Calapez, Pedro, 1953- - Criticism and interpretation 
4. Sassetti, Bernardo, 1970-2012 - Criticism and interpretation 
5. Universidade Lusíada de Lisboa. Faculdade de Arquitectura e Artes - Dissertations 
6. Dissertations, Academic - Portugal - Lisbon 
 
LCC 
1. N72.A75 N37 2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Dedico esta dissertação aos meus pais, aos 
meus irmãos e à Carina Inácio pelo carinho, 
dedicação e apoio oferecido, 
incondicionalmente, não só durante a minha 
formação académica, como também todos 
os outros, e não menos importantes, 
momentos da minha vida. Tudo o que sou, 
devo-o a vocês! Obrigado! 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
Dedico este espaço para fazer um agradecimento à Universidade Lusíada e a todos 
os professores, pela oportunidade de aprender e pelo contributo fundamental para a 
minha formação. 
Ao meu orientador Professor Doutor Arquitecto Bernardo d'Orey Manoel pelo 
acompanhamento e pelas conversas que fomos tendo sobre esta caminhada da 
dissertação. 
Ao Artista Plástico Pedro Calapez e ao Professor Pedro Moreira pelo apoio e 
disponibilidade. 
A todos os colegas e amigos pelo carinho, dedicação e amizade. 
À Marília Santos, por toda a ajuda ao longo desta etapa e pela determinação e 
incentivo transmitidos. 
À Carina Inácio, por todo o apoio. 
Aos meus pais, irmãos e família, pelo apoio e paciência. 
Obrigado! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Perco-me nas minhas longas esperas; 
reencontro-me pelas surpresas que me 
causo a mim mesmo; e no meio destes 
sucessivos graus do meu silêncio, avanço 
na minha própria edificação; e aproximo-me 
de uma tão exacta correspondência entre o 
meu desejo e as minhas forças, que me 
parece ter feito das existências que me foi 
dada uma espécie de obra humana. 
À força de tanto construir, disse-me ele 
sorrindo, acredito que me construi a mim 
mesmo.” 
 
VALÉRY, Paul (2009) – Eupalino ou o 
Arquitecto. Lisboa : Fenda Edições. p. 32. 
 
 
 
APRESENTAÇÃO1 
 
Espaços de Arte e Silêncio: Rui Chafes, Pedro Calapez e Bernardo 
Sassetti 
 
Hélder Manuel Alves do Nascimento 
 
A presente dissertação tem como objectivo fazer uma reflexão sobre a importância e a 
influência do silêncio na Arquitectura. Investiga o diálogo da Escultura, Pintura e 
Música com o espaço arquitectónico. Fá-lo quer ao nível conceptual, quer ao nível 
programático. O tema “Espaços de Arte e Silêncio” surgiu da necessidade de 
sustentar a proposta realizada no âmbito de Projecto III, cuja ideia passa por 
potencializar o silêncio. 
Assim, numa primeira fase do trabalho exploramos os conceitos de silêncio, esvaziar e 
pausa no confronto da Escultura, Pintura e Música com a Arquitectura, através de uma 
estratégia que permite ao Homem refugiar-se dos estímulos agressores do nosso 
Mundo. 
Numa segunda fase, apresentamos a leitura crítica de três obras arquitectónicas com 
características distintas, quer ao nível do programa e território, quer ao nível do 
contexto, díspares no tempo e na função. Tentaremos mostrar as particularidades que 
tornam estas obras “Espaços de Arte e Silêncio”. 
Por fim, expomos a importância de “Espaços de Arte e Silêncio” na reedificação de um 
território ruidoso e marginalizado, especialmente na consolidação social e urbana, 
através de novas dinâmicas espaciais e silenciosas. Concluímos com o estudo prático 
no âmbito da unidade curricular Projecto III, da proposta de Centro Cultural de Apoio 
aos Sem Abrigo, para a encosta nascente do Vale de Alcântara, em Lisboa. 
 
Palavras-chave: Silêncio, escultura, pintura, música, espaço arquitectónico. 
 
1 Este trabalho é escrito ao abrigo do antigo acordo ortográfico. 
 
 
 
PRESENTATION 
 
Spaces of Art and Silence: Rui Chafes, Pedro Calapezand Bernardo 
Sassetti 
 
Hélder Manuel Alves do Nascimento 
 
The present dissertation has as purpose to make a reflection about the importance and 
the influence of silence in Architecture. It investigates the dialogue of Sculpture, 
Painting and Music with the architectonical space, in a conceptual and programmatic 
level. The theme “Spaces of Art and Silence” came from the necessity to sustain the 
proposal made for Project III, in which the idea was to enhance silence. 
Thus, in the first part of the work we explore the concepts of silence, empty and pause 
in a confrontation of Sculpture, Painting and Music with Architecture, through a strategy 
that allows Man to refuge from aggressive stimuli of our World. 
In the second part we present the critical reading of three architectonical works with 
distinct characteristics in a programmatic, territorial and context level and also with a 
difference in time and function. We will try to show the particularities that make these 
works “Spaces of Art and Silence”. 
At last, we expose the importance of “Spaces of Art and Silence” in the re-edification of 
a noisy and marginalised territory, especially in an urban and social consolidation, 
through new space and silent dynamics. We conclude with the practical study, in the 
scope of the curricular unit of Project III, of a proposal of a Cultural Centre of Support 
to the Homeless, in the east side of the hillside of the Alcântara Valley, in Lisbon. 
 
Keywords: Silence, sculpture, painting, music, architectonical space. 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
Ilustração 1 - Rui Chafes, Alcino Gonçalves. (Salema, 2011). .................................... 28 
Ilustração 2 - O Silêncio de..., Rui Chafes, Alcino Gonçalves. (Chafes, 2006, p. 14). . 33 
Ilustração 3 - Durante o fim..., no atelier do artista, documentário Rui Chafes, João 
Trabulo, 2003. (Trabulo, 2003). .................................................................................. 35 
Ilustração 4 - Durante o fim..., na Serra de Sintra, documentário Rui Chafes, João 
Trabulo, 2003. (Trabulo, 2003). .................................................................................. 36 
Ilustração 5 – Entrada do Jardim Botânico de Coimbra. (Ilustração nossa, 2013). ...... 37 
Ilustração 6 - Um sopro dolorosamente suave, Rui Chafes, ferro, Jardim Botânico de 
Coimbra, Alcino Gonçalves, 2008. (Pimentel, 2008, p. 44). ........................................ 38 
Ilustração 7 - «Que farei sem este mundo», ferro, Jardim Botânico de Coimbra, Alcino 
Gonçalves, 2008. (Pimentel, 2008, p. 46). .................................................................. 39 
Ilustração 8 - Jogo da Péla, Jardim da Sereia, Coimbra. (Ilustração nossa, 2013). ..... 41 
Ilustração 9 - Fonte e Escadaria, Jardim da Sereia, Coimbra. (Ilustração nossa, 2013).
 ................................................................................................................................... 42 
Ilustração 10 - Lago, Jardim da Sereia, Coimbra. (Ilustração nossa, 2013). ............... 43 
Ilustração 11 - «O Mundo Fica em Silêncio», escultura em ferro, Rui Chafes, Jardim da 
Sereia, Coimbra, 2004. (Ilustração nossa, 2013). ....................................................... 44 
Ilustração 12 - «O Mundo Fica em Silêncio», escultura em ferro, Rui Chafes, Jardim da 
Sereia, Coimbra, 2004. (Ilustração nossa, 2013). ....................................................... 45 
Ilustração 13 - «Ter Medo do Medo», escultura em ferro, Rui Chafes, Jardim da 
Sereia, Coimbra, 2004. (Ilustração nossa, 2013). ....................................................... 47 
Ilustração 14 - «A Linguagem dos Pássaros», escultura em ferro, Rui Chafes, Jardim 
da Sereia, Coimbra, 2004. (Ilustração nossa, 2013). .................................................. 48 
Ilustração 15 - Pedro Calapez, Manuel Calapez. (Pinharanda, 2007, p. 2). ................ 50 
Ilustração 16 - «Muro contra muro», Galeria Luís Serpa, 1994. (Calapez, 2004, p. 35)
 ................................................................................................................................... 54 
Ilustração 17 - Esmeralinda, acrílico s/ tela, 150 x 200 cm, 1993. (Calapez, 2004, p. 
133). ........................................................................................................................... 56 
Ilustração 18 – Dentro, Unidade Habitacional, Contentor de Paisagem e Terra Firme, 
Javier Ayarza, 2005, (Pinharanda, 2007, p. 52). ......................................................... 57 
Ilustração 19 - Pintura Rothko, interior da Capela Rothko, Texas. (Rothko Chapel, 
2013). ......................................................................................................................... 59 
Ilustração 20 - Interior da Capela Rothko, Rexas, Hickey-Robertson. (Rothko Chapel, 
2013). ......................................................................................................................... 60 
Ilustração 21 - Escultura Broken Obelisk sobre Espelho de água, Capela Rothko, 
Texas, Hickey-Robertson. (Rothko Chapel, 2013). ..................................................... 61 
Ilustração 22 - Biblioteca de Ílhavo, ARX Portugal, Ílhavo. (Ilustração nossa, 2013). .. 63 
Ilustração 23 - Solar Visconde de Almeida, Biblioteca de Ílhavo. ARX Portugal, Ílhavo. 
(Ilustração nossa, 2013). ............................................................................................ 64 
 
Ilustração 24 - Capela de Nª. Srª. das Neves, Biblioteca de Ílhavo ARX Portugal, 
Ílhavo. (Ilustração nossa, 2013). ................................................................................. 65 
Ilustração 25 - «Neve de Espinhos», acrílico sobre alumínio, Capela de Nª. Srª. das 
Neves Biblioteca Municipal de Ílhavo, Ílhavo, 2005 (Calapez, 2005). .......................... 66 
Ilustração 26 - Maqueta de estudo, «Neve de Espinhos» (Calapez). .......................... 67 
Ilustração 27 - «Neve de Espinhos», acrílico sobre alumínio, Capela de Nª. Srª. das 
Neves Biblioteca Municipal de Ílhavo, Ílhavo, 2005 (Calapez, 2005) ........................... 68 
Ilustração 28 - Bernardo Sassetti, Beatriz Batarda. (Batarda, 2012). .......................... 70 
Ilustração 29 - Capa do álbum Ascent, Bernardo Sassetti, 2005, Clean Feed. (Trem 
Azul, 2005). ................................................................................................................ 75 
Ilustração 30 - John Cage, Vincent Menzel. (Cage, 2014). ......................................... 76 
Ilustração 31 - 4'33", John Cage, tinta sobre papel 27.9 x 21.6 cm, 1952/53, O Museu 
de Arte Moderna de Nova Iorque. Adquirida através da generosidade de Henry Kravis 
em homenagem a Marie-Josée Kravis, 2012. (MoMa, 2013). ..................................... 77 
Ilustração 32 - White Painting, sete telas, Óleo sobre tela, 72 x 125 x 1 1/2 polegadas, 
1951. (Guggenheim, 2004). ........................................................................................ 77 
Ilustração 33 - Esquema, Quatro Palavras Sobre Arquitectura e Música, Raul Lino. 
(Lino, 1947, p. 49). ...................................................................................................... 80 
Ilustração 34 - Bernardo Sassetti, Pátio do Pavilhão de Portugal, Piano, espaço e 
momento, Maria Manuel Barreiros e Mário André Carvalhal, 2007. (Alves, Barreiros e 
Carvalho, 2008, p. 40) ................................................................................................ 81 
Ilustração 35 - Mosteiro da Cartuxa, Évora. (Fundação Eugénio de Almeida, 2014a). 86 
Ilustração 36 – Entrada do Mosteiro Santa Maria Scala Coeli, Évora. (Ilustração nossa, 
2016). ......................................................................................................................... 88 
Ilustração 37 - Aqueduto da Água de Prata, Évora. (Ilustração nossa, 2016). ............ 89 
Ilustração 38 – Portãode entrada do Mosteiro Santa Maria Scala Coeli, Évora. 
(Ilustração nossa, 2016). ............................................................................................ 89 
Ilustração 39 – Fachada da igreja do Mosteiro Santa Maria Scala Coeli, Évora. 
(Ilustração nossa, 2013). ............................................................................................ 95 
Ilustração 40 - Interior da igreja com os Retábulos Colaterais e Capela-mor do 
Mosteiro Santa Maria Scala Coeli, Évora. (Ilustração nossa, 2013). ........................... 96 
Ilustração 41 – Capela-mor da igreja do Mosteiro Santa Maria Scala Coeli, Évora. 
(Ilustração nossa, 2013). ............................................................................................ 96 
Ilustração 42 - Cadeiral dos Clérigos da igreja do Mosteiro Santa Maria Scala Coeli, 
Évora. (Ilustração nossa, 2013). ................................................................................. 97 
Ilustração 43 – Capela, Antiga Sacristia do Mosteiro Santa Maria Scala Coeli, Évora. 
(Ilustração nossa, 2013). ............................................................................................ 99 
Ilustração 44 – Grande Claustro do Mosteiro Santa Maria Scala Coeli, Évora. 
(Ilustração nossa, 2013). .......................................................................................... 100 
Ilustração 45 – Cemitério, Grande Claustro do Mosteiro Santa Maria Scala Coeli, 
Évora (Ilustração nossa, 2013). ................................................................................ 100 
 
Ilustração 46 – Galeria do Grande Claustro do Mosteiro Santa Maria Scala Coeli, 
Évora. (Ilustração nossa, 2013). ............................................................................... 101 
Ilustração 47 - Entrada da cela do Mosteiro Santa Maria Scala Coeli, Évora. (Ilustração 
nossa, 2013). ............................................................................................................ 102 
Ilustração 48 - Quarto da Cela Individual do Mosteiro Santa Maria Scala Coeli, Évora. 
(Ilustração nossa, 2013). .......................................................................................... 103 
Ilustração 49 - Pátio da Cela Individual do Mosteiro Santa Maria Scala Coeli, Évora. 
(Ilustração nossa, 2013). .......................................................................................... 103 
Ilustração 50 – Claustrinho do Mosteiro Santa Maria Scala Coeli, Évora (Ilustração 
nossa, 2013). ............................................................................................................ 104 
Ilustração 51 - Interior do Refeitório do Mosteiro Santa Maria Scala Coeli, Évora. 
(Ilustração nossa, 2013). .......................................................................................... 105 
Ilustração 52 - Interior do Refeitório, mesa de refeições, do Mosteiro Santa Maria 
Scala Coeli, Évora. (Ilustração nossa, 2013). ........................................................... 105 
Ilustração 53 – Interior da Biblioteca do Mosteiro Santa Maria Scala Coeli, Évora. 
(Ilustração nossa, 2013). .......................................................................................... 105 
Ilustração 54 – Biblioteca, antigo Refeitório do Mosteiro Santa Maria Scala Coeli, 
Évora. (Ilustração nossa, 2013). ............................................................................... 105 
Ilustração 55 - Materialidade das galerias do grande claustro - Mosteiro Santa Maria 
Scala Coeli, Évora. (Ilustração nossa, 2013). ........................................................... 106 
Ilustração 56 – Pormenor da materialidade do Mosteiro Santa Maria Scala Coeli, 
Évora. (Ilustração nossa, 2013). ............................................................................... 107 
Ilustração 57 - Padre Antão, guia da visita ao Mosteiro Santa Maria Scala Coeli, Évora. 
(Ilustração nossa, 2013). .......................................................................................... 108 
Ilustração 58 - Vista sobre o lugar de Lorvão, Penacova. (Ilustração nossa, 2015). . 109 
Ilustração 59 – Pórtico de entrada do Mosteiro de Santa Maria de Lorvão, Penacova. 
(Ilustração nossa, 2015). .......................................................................................... 110 
Ilustração 60 – Fachada principal, arco da portaria e acesso à igreja do Mosteiro de 
Santa Maria de Lorvão, Penacova. (Ilustração nossa, 2015). ................................... 110 
Ilustração 61 - Esquema da evolução cronológica da Arquitectura do Mosteiro de 
Santa Maria de Lorvão, com base na investigação desenvolvida pela Arquitecta Tânia 
Antunes na Dissertação de Mestrado Lorvão: Um Mosteiro e um Lugar. Análise e 
reconstituição, 2013. (Ribeiro, 2015). ....................................................................... 112 
Ilustração 62 - Mosteiro de Santa Maria de Lorvão, planta do piso térreo e perfil 
transversal, João Mendes Ribeiro, 2014. (Ribeiro, 2014). ......................................... 113 
Ilustração 63 – Mosteiro de Santa Maria de Lorvão, planta do piso elevado e perfil 
longitudinal, João Mendes Ribeiro, 2014. (Ribeiro, 2014). ........................................ 114 
Ilustração 64 - Capela Mor e Cúpula do Interior da igreja do Mosteiro de Santa Maria 
de Lorvão, Penacova. (Ilustração nossa, 2015) ........................................................ 115 
Ilustração 65 - Cúpula do interior da igreja do Mosteiro de Santa Maria de Lorvão, 
Penacova. (Ilustração nossa, 2015) .......................................................................... 115 
Ilustração 66 – Grade ferro forjado, do século XVIII, do interior da igreja do Mosteiro de 
Santa Maria de Lorvão, Penacova. (Ilustração nossa, 2015) .................................... 115 
 
Ilustração 67 – Órgão sobre o arco do coro, do interior da igreja do Mosteiro de Santa 
Maria de Lorvão, Penacova. (Ilustração nossa, 2015) .............................................. 115 
Ilustração 68 – Interior da Sala Tesouro com obras de arte pertencentes ao espólio do 
Mosteiro de Santa Maria de Lorvão, Penacova. (Ilustração nossa, 2015). ................ 116 
Ilustração 69) – Vista sobre o alçado principal do Mosteiro de Santa Maria de Lorvão, 
Penacova. (Ilustração nossa, 2015) .......................................................................... 117 
Ilustração 70 – Vista sobre o alçado posterior do Mosteiro de Santa Maria de Lorvão, 
Penacova. (Ilustração nossa, 2015) .......................................................................... 117 
Ilustração 71 – Claustro do Silêncio, planta do piso térreo, João Mendes Ribeiro, 2014. 
(Ribeiro, 2014) .......................................................................................................... 118 
Ilustração 72 – Claustro do Silêncio, corte AA’, João Mendes Ribeiro, 2014. (Ribeiro, 
2014). ....................................................................................................................... 118 
Ilustração 73 – Claustro do Silêncio do Mosteiro de Santa Maria de Lorvão, Penacova. 
(Ilustração nossa, 2015). .......................................................................................... 119 
Ilustração 74 – Galeria do Claustro do Silêncio do Mosteiro de Santa Maria de Lorvão, 
Penacova. (Ilustração nossa, 2015). ......................................................................... 120 
Ilustração 75 – Capelas do Claustro do Silêncio do Mosteiro de Santa Maria de 
Lorvão, Penacova. (Ilustração nossa, 2015). ............................................................ 120 
Ilustração 76 – Claustro do Silêncio Fonte obelisco do século XVII do Mosteiro de 
Santa Maria de Lorvão, Lorvão, Penacova. (Ilustração nossa, 2015). ...................... 121 
Ilustração 77 – Capela do Claustro do Silêncio do Mosteiro de Santa Maria de Lorvão, 
Penacova. (Ilustração nossa, 2015). .........................................................................122 
Ilustração 78 – Capela do Claustro do Silêncio do Mosteiro de Santa Maria de Lorvão, 
Penacova. (Ilustração nossa, 2015). ......................................................................... 122 
Ilustração 79 - Claustro do Silêncio do Mosteiro de Santa Maria de Lorvão, Penacova, 
A. S. Sousa, 1883. (Borges, 2013, p. 95). ................................................................. 122 
Ilustração 80 - Claustro do Silêncio do Mosteiro de Santa Maria de Lorvão, Lorvão, 
Penacova. (Ilustração nossa, 2015.) ......................................................................... 122 
Ilustração 81 - Claustro do Silêncio, planta do piso elevado, espaço museológico, João 
Mendes Ribeiro, 2014. (Ribeiro, 2014)...................................................................... 123 
Ilustração 82 - Claustro do Silêncio entrada para o espaço museológico do Mosteiro de 
Santa Maria de Lorvão, Penacova. (Ilustração nossa, 2015). ................................... 124 
Ilustração 83 - Claustro do Silêncio, caixa de luz do espaço museológico do Mosteiro 
de Santa Maria de Lorvão, Penacova. (Ilustração nossa, 2015). .............................. 124 
Ilustração 84 – Espaço museológico do Claustro do Silêncio, Penacova, João Mendes 
Ribeiro, Do mal o menos, 2013. (Nascimento e Fôja, 2013). .................................... 125 
Ilustração 85 – Espaço museológico do Claustro do Silêncio, Penacova, João Mendes 
Ribeiro, Do mal o menos, 2013. . .............................................................................. 125 
Ilustração 86 - Claustro do Silêncio, corte BB’, João Mendes Ribeiro, 2014. (Ribeiro, 
2014). ....................................................................................................................... 126 
Ilustração 87 - Claustro do Silêncio, tecto da galeria em madeira do Mosteiro de Santa 
Maria de Lorvão, Penacova. (Ilustração nossa, 2015). ............................................. 127 
 
Ilustração 88 - Claustro do Silêncio, revestimento do alçado exterior, em lajetas de 
pedra, do Mosteiro de Santa Maria de Lorvão, Penacova. (Ilustração nossa, 2015). 127 
Ilustração 89 - Claustro do Silêncio, alçado tardoz, João Mendes Ribeiro, 2014. 
(Ribeiro, 2014). ......................................................................................................... 128 
Ilustração 90 - Claustro do Silêncio, vista nocturna, Penacova, João Mendes Ribeiro, 
Do mal o menos, 2014. (Nascimento e Fôja, 2013). ................................................. 129 
Ilustração 91 –Ortofotomapa da Zona do Bairro do Carandá, em Braga. Assinalado a 
vermelho está o Mercado Cultural de Braga. (Adaptado a partir de : Google inc., 
2015). ....................................................................................................................... 130 
Ilustração 92 - Esquiço, Mercado do Carandá, Eduardo Souto de Moura. (Moura, 
1998, p. 81). ............................................................................................................. 132 
Ilustração 93 - Mercado do Carandá, Cidade de Braga, M. Magalhães, D. Malagamba. 
(Moura, 1998, p. 80). ................................................................................................ 132 
Ilustração 94 - Interior do Mercado do Carandá, vista sobre a nave, Braga, Eduardo 
Souto de Moura, Duccio Malagamba, 1997. (Malagamba, 2008). ............................. 132 
Ilustração 95 - Interior do Mercado do Carandá, vista sobre as bancadas laterais, 
Braga, Eduardo Souto de Moura, Duccio Malagamba, 1997. (Malagamba, 2008). ... 132 
Ilustração 96 - Exterior do Mercado do Carandá, Souto Moura, Braga, Duccio 
Malagamba 1997. (Malagamba, 2008). .................................................................... 133 
Ilustração 97 - Interior do Mercado do Carandá, Braga, Souto Moura, Duccio 
Malagamba 1997. (Malagamba, 2008). .................................................................... 133 
Ilustração 98 – Demolição do Mercado do Carandá, Braga, Eduardo Souto de Moura. 
(Moura, 2012, p. 9). .................................................................................................. 133 
Ilustração 99 – Esquiço do Mercado Cultural, Entrada da Escola de Música Souto 
Moura. (Moura, 2012, p. 6). ...................................................................................... 134 
Ilustração 100 - Esquiços do Mercado Cultural, das colunas do antigo Mercado, Souto 
Moura. (Moura, 2012, p. 7). ...................................................................................... 134 
Ilustração 101 – Maquetas de Estudo do Mercado Cultural, Eduardo Souto de Moura. 
(Moura, 2012, p. 8). .................................................................................................. 135 
Ilustração 102 – Antigo muro do Mercado, Braga. (Ilustração nossa, 2015). ............ 136 
Ilustração 103 – Ruínas do antigo mercado e alçado poente da Escola de Música, 
Mercado Cultural, Braga. (Ilustração nossa, 2015). .................................................. 136 
Ilustração 104 – Vista do acesso pela rua Rua Doutor Costa Júnior, Mercado Cultural, 
Braga. (Ilustração nossa, 2015). ............................................................................... 137 
Ilustração 105 – Vista do acesso pela Praça Doutor Cândido Pires, Mercado Cultural, 
Braga. (Ilustração nossa, 2015). ............................................................................... 137 
Ilustração 106 - Entrada Nascente do Mercado Cultural, Praça Doutor Cândido Pires, 
Braga. (Ilustração nossa, 2015). ............................................................................... 137 
Ilustração 107 - Vista sobre o muro do antigo Mercado que separa o parque de 
estacionamento do Mercado Cultural, Braga. (Ilustração nossa, 2015). ................... 137 
Ilustração 108 – Vista sobre a nova rua pedonal, Mercado Cultural, Braga. (Ilustração 
nossa, 2015). ............................................................................................................ 138 
 
Ilustração 109 - Vista sobre a entrada de acesso à Escola de Música, Mercado 
Cultural, Braga. (Ilustração nossa, 2015). ................................................................. 138 
Ilustração 110 - Vista sobre o jardim do Mercado de Rua, Mercado Cultural, Braga. 
(Ilustração nossa, 2015). .......................................................................................... 138 
Ilustração 111 - Vista da zona do Mercado de Rua, Mercado Cultural, Braga. 
(Ilustração nossa, 2015). .......................................................................................... 138 
Ilustração 112 - Banca do antigo Mercado, Braga. (Ilustração nossa, 2015). ............ 139 
Ilustração 113 - Mercado de rua, Mercado Cultural, Braga. (Ilustração nossa, 2015).
 ................................................................................................................................. 139 
Ilustração 114 – Espaço de recepção, Escola de Música, Mercado Cultural, Braga. 
(Ilustração nossa, 2015). .......................................................................................... 140 
Ilustração 115 – Entrada da Escola de Música, Mercado Cultural, Braga. (Ilustração 
nossa, 2015). ............................................................................................................ 140 
Ilustração 116 - Auditório da Escola de Música, Mercado Cultural, Braga. (Ilustração 
nossa, 2015). ............................................................................................................ 140 
Ilustração 117 – Palco do auditório da Escola de Música, Mercado Cultural, Braga. 
(Ilustração nossa, 2015). .......................................................................................... 141 
Ilustração 118 – Plateia do auditório da Escola de Música, Mercado Cultural, Braga. 
(Ilustração nossa, 2015). ..........................................................................................141 
Ilustração 119 – Pormenor da caixilharia, Mercado Cultural, Braga. (Ilustração nossa, 
2015). ....................................................................................................................... 141 
Ilustração 120 – Pormenor do revestimento em tijolo do auditório da Escola de Música, 
Mercado Cultural, Braga. (Ilustração nossa, 2015). .................................................. 141 
Ilustração 121 - Ortofotomapa da zona de Alcântara a Algés, em Lisboa, 
fotomontagem nossa. (Adaptado a partir de : Google inc., 2015). .......................... 144 
Ilustração 122 - Ortofotomapa da zona do Vale de Alcântara, assinalado a vermelho o 
Centro Cultural de Apoio aos Sem Abrigo, Lisboa, fotomontagem nossa. (Adaptado a 
partir de : Google inc., 2015). .................................................................................. 145 
Ilustração 123 - Ortofotomapa do sítio do exercício académico de Projecto III no Vale 
de Alcântara, junto à Rua Maria Pia (zona assinalada), fotomontagem nossa. 
(Adaptado a partir de : Google inc., 2015). ............................................................. 146 
Ilustração 124 – Vista da área de intervenção, Vale de Alcântara, Lisboa. (Ilustração 
nossa, 2012). ............................................................................................................ 146 
Ilustração 125 – Rua Maria Pia, Lisboa,(Ilustração nossa, 2012). ............................. 146 
Ilustração 126 – Formação rochosa no Vale de Alcântara, Lisboa. (Ilustração nossa, 
2012). ....................................................................................................................... 149 
Ilustração 127 – Vista da Ermida do Senhor Jesus do Triunfo, Vale de Alcântara, 
Lisboa. (Ilustração nossa, 2012). .............................................................................. 149 
Ilustração 128 – Esquiço, corte longitudinal do Centro Cultural de Apoio aos Sem 
Abrigo, Alcântara, Lisboa (Ilustração nossa, 2012.) .................................................. 151 
Ilustração 129 – Modelo tridimensional da rampa do Centro Cultural de Apoio aos Sem 
Abrigo, Alcântara, Lisboa (Ilustração nossa, 2012). .................................................. 151 
 
Ilustração 130 – Esquiço tridimensional da rampa do Centro Cultural de Apoio aos 
Sem Abrigo, Alcântara, Lisboa (Ilustração nossa, 2012). .......................................... 152 
Ilustração 131 – Fotomontagem da maqueta, vista aérea do Centro Cultural de Apoio 
aos Sem Abrigo, Alcântara, Lisboa. (Ilustração nossa, 2012). .................................. 153 
Ilustração 132 - Maqueta do Centro Cultural de Apoio aos Sem Abrigo, Alcântara, 
Lisboa. (Ilustração nossa, 2012). .............................................................................. 154 
Ilustração 133 – Planta de Implantação do Centro Cultural de Apoio aos Sem Abrigo, 
Alcântara, Lisboa. (Ilustração nossa, 2012). ............................................................. 154 
Ilustração 134 - Maqueta, vista aérea sobre a Rua Maria Pia do Centro Cultural de 
Apoio aos Sem Abrigo, Alcântara, Lisboa. (Ilustração nossa, 2012). ........................ 155 
Ilustração 135 – Corte transversal a passar pelo pátio do Centro Cultural de Apoio aos 
Sem Abrigo, Alcântara, Lisboa (Ilustração nossa, 2012). .......................................... 155 
Ilustração 136 - Planta do piso elevado do Centro Cultural de Apoio aos Sem Abrigo, 
Alcântara, Lisboa (Ilustração nossa, 2012). .............................................................. 156 
Ilustração 137 - Corte transversal a passar pelo refeitório e pelo espaço expositivo do 
Centro Cultural de Apoio aos Sem Abrigo, Alcântara, Lisboa. (Ilustração nossa, 2012).
 ................................................................................................................................. 157 
Ilustração 138 - Fotomontagem da maqueta, vista do pátio do Centro Cultural de Apoio 
aos Sem Abrigo, Alcântara, Lisboa. (Ilustração nossa, 2012). .................................. 157 
Ilustração 139 - Corte a passar pela rampa do Centro Cultural de Apoio aos Sem 
Abrigo, Alcântara, Lisboa (Ilustração nossa, 2012). .................................................. 158 
Ilustração 140 - Corte longitudinal do Centro Cultural de Apoio aos Sem Abrigo, 
Alcântara, Lisboa. (Ilustração nossa, 2012). ............................................................. 158 
Ilustração 141 – Alçado Poente do Centro Cultural de Apoio aos Sem Abrigo, 
Alcântara, Lisboa. (Ilustração nossa, 2012). ............................................................. 159 
Ilustração 142 - Planta da cave do Centro Cultural de Apoio aos Sem Abrigo, 
Alcântara, Lisboa. (Ilustração nossa, 2012). ............................................................. 159 
Ilustração 143 – Interior da Maquete do Centro Cultural de Apoio aos Sem Abrigo, 
Alcântara, Lisboa. (Ilustração nossa, 2012). ............................................................. 160 
Ilustração 144 - Fotomontagem da maqueta, vista da rua tardoz, Centro Cultural de 
Apoio aos Sem Abrigo, Alcântara, Lisboa. (Ilustração nossa, 2012). ........................ 161 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. Introdução ........................................................................................................... 25 
2. Poética do silêncio .............................................................................................. 27 
2.1. Escultura e silêncio ..................................................................................... 28 
2.2. Pintura e esvaziar ........................................................................................ 50 
2.3. Música e pausa ........................................................................................... 70 
3. Lugar e silêncio ................................................................................................... 85 
3.1. Sagrado e transcendental ........................................................................... 86 
3.2. Silêncio e luz ............................................................................................. 109 
3.3. Cultura e silêncio ....................................................................................... 130 
4. Centro Cultural de Apoio aos Sem Abrigo ......................................................... 143 
4.1. Os sentidos e o silêncio ............................................................................. 144 
4.2. Silenciados pelo sentir ............................................................................... 148 
4.3. O silêncio e a arte ..................................................................................... 153 
5. Considerações finais ......................................................................................... 163 
Referências .............................................................................................................. 167 
Bibliografia ................................................................................................................ 179 
Anexos ..................................................................................................................... 181 
Lista de anexos ......................................................................................................... 183 
Anexo A ................................................................................................................ 185 
Anexo B ................................................................................................................ 189 
 
 
 
 
 
Espaços de arte e silêncio 
Hélder Manuel Alves do Nascimento 25 
 
1. INTRODUÇÃO 
O tema “Espaços de Arte e Silêncio” surge como complemento ao exercício prático de 
Projecto III: CentroCultural de Apoio aos Sem Abrigo, no Vale de Alcântara, junto à 
Rua Maria Pia, em Lisboa. A escolha do tema para a dissertação partiu dos resultados 
da pesquisa inicial como complemento à concretização do projecto. O “silêncio” surgiu 
da vontade de potencializar as condições do sítio. Assim, esta investigação tem como 
princípio entender a poética do silêncio na Arquitectura, começando por estudar este 
conceito em várias obras de arte. Pretende-se ainda observar os comportamentos em 
alguns casos de estudo. 
Este conceito de “silêncio” procura reduzir a Arquitectura à sua linguagem pura, à sua 
simplicidade, dando a sensação de criação de um Mundo protegido, onde cada ser, na 
sua individualidade, possa experimentar o silêncio exterior num espaço interior. 
São necessários espaços de refúgio capazes de tocar, comunicar de modo imediato e 
instintivo com a percepção emocional, “onde nada nos prende e podemos 
simplesmente existir” (Zumthor, 2006, p. 45). 
Numa primeira fase procuramos encontrar pontos onde o silêncio toca na Arquitectura. 
Para tal, faremos uma leitura crítica a diversas abordagens não restritas à disciplina 
em estudo, de modo a permitir uma compreensão global do tema. 
Este enquadramento inicial terá como principais referências: Rui Chafes - Escultor, 
Novalis - Poeta, Pedro Calapez - Pintor, Mark Rothko - Pintor, Bernardo Sassetti - 
Músico e Compositor e Raul Lino - Arquitecto. 
Com base nos estudos e nas obras dos artistas citados, é através de estratégias, 
recursos e implantações silenciosas, que se constroem espaços e percursos que 
comunicam com o Homem, que o contagiam, que cuidam, que lhe “provocam” 
silêncio. “E os Homens sentem ali, todos os dias, a tremenda emoção que apenas a 
mais bela de todas as Belas Artes é capaz de produzir: a Arquitectura” (Baeza, 2004, 
p. 45). 
Procuramos perceber as diversas perspectivas de entendimento do silêncio na 
Arquitectura, através da leitura crítica do tema e das seguintes obras: O Mosteiro de 
Santa Maria Scala Coeli, a reabilitação do Claustro do Mosteiro de Santa Maria de 
Lorvão e a Escola de Música do Mercado Cultural do Carandá. Para além das 
 
Espaços de arte e silêncio 
Hélder Manuel Alves do Nascimento 26 
 
diferenças geográficas e culturais que as separam, estas três obras interpretam o 
silêncio de diversos modos. A sua leitura crítica permitirá retirar dados qualitativos, 
referentes à caracterização, à leitura do território e à formalização de estratégias 
desenvolvidas. 
Em seguida, apresentaremos o estudo prático realizado no âmbito de Projecto III, 
referente ao Centro Cultural de Apoio aos Sem Abrigo, situado na área urbana entre o 
Vale de Alcântara e o Rio Tejo, em Lisboa. Neste projecto serão apresentados: o Sítio, 
como narrativa espacial inerente à criação do Lugar; o programa e contexto 
histórico/cultural e o Silêncio como conceito base na criação espacial e arquitectónica. 
Existe ainda a necessidade de responder a algumas questões designadamente: “como 
soa realmente um edifício quando o percorremos?” (Zumthor, 2006). “Não será o 
branco semelhante à música silenciosa face ao ruído da superficialidade que nos 
persegue?” (Baeza, 2004, p. 31). 
Em modo conclusivo, pretende-se averiguar até que ponto o silêncio resulta como 
expressão puramente concreta, subtil, transcendente e poética na obra de 
Arquitectura, actuando como componente criativa e determinante no pensamento e 
entendimento da matéria. 
 
 
Espaços de arte e silêncio 
Hélder Manuel Alves do Nascimento 27 
 
2. POÉTICA DO SILÊNCIO 
Proponho uma Arquitectura que chegue ao âmago das questões que a própria 
disciplina coloca. Uma Arquitectura sem adjectivos. Uma Arquitectura essencial, tão 
essencial como a Poesia o é para a Literatura. Poética, no seu sentido mais rigoroso 
do termo, tal como deveria ser toda a Arquitectura. (Baeza, 2013, p. 17) 
 
Silêncio. 
Ao longo dos tempos, vários artistas reflectiram sobre este conceito nas suas obras. 
Exemplos desta busca constante são Rui Chafes, Pedro Calapez e Bernardo Sassetti, 
no diálogo entre a obra de Arte e o Homem. 
Os Arquitectos, ao longo da história, procuraram criar espaços de silêncio. Os 
templos, as bibliotecas e os espaços de exposição são exemplos dessa busca 
constante. São manifestações do Homem na relação com a transcendência, como 
fractura entre o corpo e o espírito. São locais onde a luz e a matéria desenham um 
vazio provocando uma sensação de suspensão. A Arquitectura e as obras de arte 
expressam essas experiências emocionais. Experiências do corpo no espaço, tendo 
em conta o modo como as obras são absorvidas e, mais tarde, aplicadas nos 
projectos. 
Os lugares e as obras destinadas ao silêncio estabelecem uma relação emocional 
com o Homem. Ninguém fica indiferente ao observar a escala da igreja de um 
Mosteiro; ao entrar numa Catedral, onde o silêncio se impõe, a temperatura corporal 
reduz e, instintivamente, o olhar é dirigido para o alto. Esta é, sem dúvida, uma 
Arquitectura poética que, independentemente da carga espiritual de cada indivíduo, 
actua sobre o sistema nervoso humano. Os Arquitectos e os Artistas buscam uma 
interpretação destas percepções, aplicadas às suas obras. 
Neste capítulo faremos uma leitura crítica da relação ou da ausência da mesma, entre 
as obras de arte e a Arquitectura, na procura pelo silêncio. 
 
 
 
 
Espaços de arte e silêncio 
Hélder Manuel Alves do Nascimento 28 
 
 
2.1. ESCULTURA E SILÊNCIO 
 
Ilustração 1 - Rui Chafes, Alcino Gonçalves. (Salema, 2011). 
 
 “«O Silêncio de...» é uma escultura em evolução, permanentemente a crescer.” 
(Chafes, 2006, p. 23). Uma constante na obra de Rui Chafes2 (Ilustração 1) é a busca 
pelo transcendental a partir das suas esculturas em ferro negro, que se relacionam 
com o sítio, transformando os sítios em lugares. 
 
2 Rui Chafes nasceu em Lisboa, em 1966 e actualmente vive e trabalha em Lisboa. Estudou na 
Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Entre 1990 e 1992, estudou com Gerhard Merz na 
Kunstakdemie de Düsseldorf, Alemanha. Trabalha com o ferro e com o aço desde 1987. Expõe 
regularmente em diversas galerias e museus em Portugal e no estrangeiro e o seu trabalho encontra-se 
representado em várias colecções europeias (Esbjerg Kunstmuseum, Esberg, Museum Folkwang Essen; 
Museum Würth, Künzelsau; Museo Nacional Reina Sofia, Madrid; Centro Gallego de Arte 
Contemporaneo, Santiago de Compostela; Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; Museu Serralves, 
Porto; Museu Colecção Berard, Lisboa; S.M.A.K., Ghent). Representou Portugal, em 1995, na XLVI 
edição da Bienal de Veneza, com José Pedro Croft e Pedro Cabrita Reis e, em 2004, na XXVI edição da 
Bienal de São Paulo, com Vera Mantero. Também em 2004, recebeu o Prémio de Escultura Robert-
Jacobsen atribuído pelo Würth Foundation, Künzelsau/Berlim. O Peso do Paraíso, a sua primeira 
exposição antológica, teve lugar no CAM, Fundação Gulbenkian, em 2014. Mais recentemente, foi 
vencedor da 29ª edição do Prémio Pessoa, em 2015. (Jorge, 2011, p. 169) 
 
Espaços de arte e silêncio 
Hélder Manuel Alves do Nascimento 29 
 
Neste sub-capítulo, faremos uma abordagem aos conceitos de Escultura e Silêncio na 
obra de Rui Chafes, na relação com o sítio e o lugar, assim como, na ligação entre a 
percepção e o relacionamento das obras de arte com o espaço envolvente. 
Não só as suas esculturas, os seus escritos, os seus desenhos,mas também os 
títulos das suas obras fazem parte de um todo. “«O artista, com a sua consciência 
especial do mundo, vê as coisas antes dos outros e oferece-as.»” (Chafes, 2006, p. 
93). A ética e a moralidade do artista são a base essencial da sua obra. 
«É evidente que pode dar a impressão de que estou à margem do modernismo, de que 
estou à margem da contemporaneidade e de que estou à margem da minha geração (o 
que quer que isso queira dizer); mas é-me totalmente indiferente o que a maioria faz ou 
pensa, ou pensa que se deve fazer correctamente. A minha obra assenta em termos e 
princípios que parecem ser obsoletamente ignorados pela contemporaneidade, como: 
o silêncio e as sombras, a quietude, a religião e o mito, a beleza e a impossibilidade de 
beleza, a solidão, a dor, a morte e a serenidade, a suspensão do tempo, a paragem do 
tempo no meio da velocidade.» (Chafes, 2006, p. 94) 
O artista trabalha conceitos base como a transcendência, a florescência, a 
imaterialidade, o silêncio, o peso/leveza, o ferro, o fogo, o lugar da escultura, a morte, 
o não objecto, a desmaterialização, a luz/sombra, a suspensão e o tempo. Estes 
conceitos manifestam-se como paradoxos, tensões e confrontos na sua obra, através 
dos quais o artista cria o seu imaginário. 
Nomes como Tilman Riemenschneider3, Reiner Ruthenbeck4, Robert Bresson5, 
Samuel Beckett6 e Joseph Beuys7 fazem parte deste imaginário. As suas influências 
 
3 Tilman Riemenschneider (1460-1531) foi um escultor alemão, nascido em Osterode. De 1483 a 1525 
viveu em Wurzburgo, cidade da qual foi burgomestre em 1520. Os seus trabalhos são feitos em madeira e 
em pedra. Executou muitas estátuas e altares, retratando cenas bíblicas. Uma das suas obras mais 
conhecidas é o monumento ao imperador Henrique II e sua esposa Cunegunda. Após a sua participação 
na Guerra dos Camponeses foi afastado da vida pública, terminando assim a sua carreira enquanto 
escultor. (Grande Enciclopédia Universal, 2004a, p. 11424) 
4 Reiner Ruthenbeck nasceu em 1937 em Velbert, Alemanha, e foi um importante artista plástico 
europeu. Expôs amplamente as suas obras na Europa desde o final da década de 1960: Kunsthalle 
Dusseldorf e Wilhelm Lembruck Museum, Duisburg (ambos de 2008); Stedelijk Museum Amesterdão 
(1972); Nationalgalerie / Altes Museum, em Berlim (1990). Em conjunto com Joseph Beuys e Jochen Gerz 
exibiu no Pavilhão Alemão na 37ª Bienal de Veneza em 1976. Recebeu vários prémios, entre eles Art 
Prize of the City of Krefeld (1973), Fifth Graphics Prize Griffelkunst – Members, Hamburg (2005). 
(Serpentine Gallery, 2014) 
5 Robert Bresson (1907-1999), realizador francês, nasceu em Bromont-la-Mothe. É considerado um dos 
maiores cineastas do século XX. As suas películas: Les Dames du Bois de Bologne (1943); Diário de Um 
Pároco de Aldeia (1950); Fugiu Um Condenado à Morte (1956); Le Procès de Jeanne D´Arc (1962); Amor 
e Morte (1968); Le Diable Probablemente (1977); ou O Dinheiro (1982). (Grande Enciclopédia Universal, 
2004b, p. 2182) 
6 Samuel Beckett (1906-1989) foi um escritor irlandês, nascido em Dublin. Em 1937 fixou-se em Paris. 
Escreveu a sua primeira obra em inglês, incluindo o seu primeiro romance Murply (1938). O seu singular 
talento de romancista manifestou-se numa trilogia, escrita em francês, constituída por Malloy, Malone 
 
 
Espaços de arte e silêncio 
Hélder Manuel Alves do Nascimento 30 
 
situam-se desde a arte medieval à escultura do pós-modernismo americano, passando 
pelo romantismo alemão, período que mais influencia o artista. 
Friedrich Nietzsche8, Rainer Maria Rilke9, Georg Trakl10, Gottfried Benn11, Caspar 
David Friedrich12 e Philipp Otto Runge13 são alguns dos artistas que, através do seu 
legado, marcam a obra de Chafes, a par de Friedrich Hölderlin14 e Heinrich von 
Kleist15. O artista estabelece uma relação profunda com a história e com os mestres 
 
meurt e L´Innomable (1951-1953). Também escreveu dramas como En attendant Godot (1953). Recebeu 
o prémio Nobel da Literatura em 1969. (Grande Enciclopédia Universal, 2004c, p. 1748) 
7 Joseph Beuys, artista Alemão, nasceu em 1921 em Krefeld na Alemanha e morreu em 1986. A suas 
obras artísticas geraram muito controvérsia, tornando-se um dos mais importantes artistas do século XX. 
De 1947 a 1951 estudou artes em Düsseldorf e em 1961 foi nomeado professor de escultura na Staatliche 
Kunstakademie em Düsseldorf. Uma das suas obras mais conhecidas é How to Explain Pictures to a 
Dead Hare (1965). (Encyclopædia Britannica, 2013b) 
8 Friedrich Nietzsche, filósofo alemão, nasceu em 1844 em Röcken e morreu em 1900. As suas 
reflexões caracterizaram-se por uma violenta crítica aos valores da cultura ocidental. A crítica 
nietzschiana acaba por abranger os fundamentos da razão, considerando que o erro e o devaneio estão 
na base dos processos cognitivos e que a fé na ciência, como qualquer fé em verdade absoluta, não 
passa de uma quimera. Entre as suas obras, são de destacar: Origem da Tragédia (1872), Humano, 
Demasiado Humano (1878), Aurora (1881), A Gaia Ciência (1882), Assim Falou Zaratustra (1883-85), 
Para além do Bem e do Mal (1886), A Vontade de Poder (1886, editado 1906), A Genealogia da Moral 
(1887), Ecce Homo (1888), O Anticristo (1888). (Turner, 1996a, p. 123) 
9 Rainer Maria Rilke, escritor modernista alemão, nasceu em 1875 em Praga e morreu em 1926, no 
sanatório de Valmont. Tendo frequentado a Academia Militar e as Universidades de Munique e Berlim, 
produziu, durante a infância e a adolescência, as primeiras colectâneas líricas, entre elas, Leben Lieder 
(1896) e Advent (1898). A sua obra foi influenciada pelos anos que passou em Praga e pelas diversas 
viagens que fez pela Europa ao longo da vida. Entre as suas obras são de destacar: o romance, Die 
Aufzeichnungen des Malte Laurids Brigge (Os cadernos de Malte Laurids Brigge, 1910), e na poesia 
Sonette an Orpheus (Sonetos a Orfeu, 1923) e Duineser Elegien (Elegias de Duino, 1923). (Turner, 
1996b, p. 394) 
10 Georg Trakl, poeta austríaco, nasceu em 1887 e morreu em 1914. Foi forçado a sacrificar a sua 
vocação de artista por necessidade e acabou por exercer a profissão de farmacêutico. Solitário 
espiritualmente, foi marcado pela experiência de combate durante a Primeira Guerra Mundial, ficando 
perturbado a nível psíquico. Publicou uma colectânea de poesia em 1913 e uma obra de prosa, Sebastian 
im Traum (O Sonho de Sebastião), em 1914. Só mais tarde foi reconhecido como um dos grandes líricos 
modernos alemães. (Encyclopædia Britannica, 2009) 
11 Gottfried Benn foi poeta, ensaísta e pensador alemão. Nasceu em 1886 e morreu em 1956 e foi um 
dos escritores mais importantes do Expressionismo. (Encyclopædia Britannica, 2007a) 
12 Caspar David Friedrich (1774-1840) foi um dos mais importantes pintores do romantismo alemão. 
Nasceu em Greifwald ma Alemanha. Os seus quadros têm temas ligados a ambientes naturais e 
paisagens. A sua obra encontra-se pelos principais museus da Alemanha. (Grande Enciclopédia 
Universal, 2004d, p. 5959) 
13 Philipp Otto Runge (1777-1810) foi um pintor e escritor romântico alemão, nascido em Wolgast. 
Publicou um ensaio sobre estética e técnica, cujos princípios não se chegaram a atingir na prática. Deixou 
uma obra singular. Os seus quadros mostram o espírito da sua época. (Grande Enciclopédia Universal, 
2004, p. 11621) (Grande Enciclopédia Universal, 2004e, p. 11621) 
14 Friedrich Hölderlin, poeta lírico alemão, nasceu em 1770 e morreu em 1843. Licenciado em Teologia, 
não pôde seguir a vida religiosa devido ao seu posicionamento filosófico e mesmo estético, que atribuía 
grande valor à tradição mitológica clássica. A sua obra mais conhecida é o romanceHyerion (1799). O 
poeta deixou uma obra que é uma constante interrogação metafísica, uma tentativa de diálogo com o 
transcendente. (Encyclopædia Britannica, 2007b) 
15 Heinrich von Kleist, poeta alemão, nasceu em 1777 e morreu em 1811. Abandonou a carreira militar 
em 1799 para se dedicar ao estudo da filosofia e da matemática. Foi fortemente influenciado pela obra de 
Kant. A insatisfação e um constante conflito consigo próprio levaram a que produzisse uma vasta obra, de 
onde se destacam: Robert Guizcardo, Duqueda Normandia (1802-1803), Amphitryon (1807), A Bilha 
Quebrada (1811), Michael Kohlhaas (1810-1811) A Batalha de Armínio (1821) e Príncipe de Humburg 
(1821). Suicidou-se em 1811. (Harrison, Wood e Gaiger, 2000a, p. 1031) 
 
Espaços de arte e silêncio 
Hélder Manuel Alves do Nascimento 31 
 
que o ensinaram a construir a sua obra. Acredita na ideia de uma arte mágica e 
mística. Porém, o poeta Novalis16 é a referência incontornável do artista. (Chafes, 
2006, pp. 122–124) 
Durante o período em que estudou na Academia de Belas Artes de Düsseldorf, na 
Alemanha, Rui Chafes traduziu os Fragmentos de Novalis para português, tendo sido 
publicado, pela primeira vez, pela Assírio e Alvim em 1992. Esta obra literária de 
Novalis, aborda a transcendência na obra de arte. (Gabner, 1998, p. 5) 
A arte é: formação da nossa efectividade – querer de um determinado modo – de 
acordo com uma ideia – efectuar e querer é aqui a mesma coisa. Apenas o exercício 
frequente da nossa efectividade, pela qual se torna mais determinada e mais vigorosa, 
forma de arte. (Novalis, 2000, p. 23) 
A tradução de Fragmentos de Novalis é um ponto fulcral na obra de Rui Chafes. Estes 
textos são uma das bases estéticas mais importantes na obra do escultor. Os 
pensamentos deixados pelo poeta são pensamentos místicos, cientificamente 
rigorosos, conduzindo a uma poesia original. Os fragmentos poéticos são como 
sementes espalhadas, como o pólen de uma flor em floração, espalhados pelo Mundo 
do Homem, na intenção que um dia floresçam em qualquer lugar. (Chafes, 1992, pp. 
9–12) 
Contudo, a tradução de Rui Chafes não pode ser dissociada dos desenhos que a 
acompanham. Estes não são meras ilustrações do livro, mas sim um Todo e têm de 
ser entendidos como uma continuidade: uma escultura que é um livro. (Chafes, 2006, 
p. 107) 
Para mim, trabalhar o ferro, desenhar ou escrever são uma e a mesma coisa, com 
algumas diferenças pontuais. Tal como quero para as esculturas um estatuto de Ideia, 
 
16 Georg Philipp Friedrich von Hardenberg, de pseudónimo Novalis, foi um poeta do Romantismo 
Alemão, nascido em 1772 em Oberwiederstedt na Saxónia, Alemanha. Faleceu em 1801. Pertenceu a 
uma família da pequena nobreza religiosa pietista, foi educado em casa com professores particulares. Em 
1790 entrou na Universidade de Jane para estudar Direito. Também frequentou as Universidades de 
Göttingen e Leipzig, onde conheceu Friedrich Schlegel. A primeira vez que ultilizou o pseudónimo Novalis 
foi na colecção de fragmentos intitulada Blütenstaub (Pólen), publicada na revista Athenäum em 1798. A 
morte precoce da sua noiva, de 15 anos, Shophie von Kuhn, iniciou uma profunda crise espiritual e 
religiosa que se expressou na obra literária Hymnen an die Nacht, também publicada na revista Athenäum 
em 1800. Estes foram os poucos trabalhos que Novalis conseguiu terminar antes da sua morte prematura 
em 1801. Ele deixou para trás uma grande quantidade de escritos e fragmentos que foram editados e 
publicados, logo após a sua morte por Friedrich Schlegel e Ludwing Tieck. Ele foi fortemente influenciado 
pela filosofia e pelo idealismo alemão. Os seus escritos abordam assuntos filosóficos, científicos, 
matemáticos e técnicos, bem como questões relacionadas com poder transformador da “poesia”. A sua 
declarada ambição era “poetizar o mundo” para descobrir o poder original por trás das aparências das 
coisas e investi-lo com significado maior. (Harrison, Wood e Gaiger, 2000b, pp. 815–816) 
 
Espaços de arte e silêncio 
Hélder Manuel Alves do Nascimento 32 
 
quero para este livro um estatuto de Escultura. Estes desenhos não são nenhuma 
forma de ilustração do texto. Eles são parte integrante do Todo, são a parte mais visual 
desta Escultura. (Chafes, 2006, p. 105) 
Em 1798, Novalis publicou no primeiro volume da revista Athenäum, Fragmentos de 
Pólen (Blütenstaub Fragmente), uma ligação entre o pó e o vazio. “Pólen” e 
“Fragmento” são dois conceitos que provocam uma relação de tensão. Por um lado, 
temos a flor (Blüte) que simboliza o início da vida, por outro temos o pó (Staub) que 
significa a morte. (A base desta ideia vem da Bíblia). (Gabner, 1998, p. 7) 
As flores. A flor é uma coisa que explode. As minhas esculturas são florescências; têm 
o mesmo sentido de desenvolvimento de dentro para fora, a mesma forma excessiva 
de ocupação do espaço, a mesma violência acompanhada de um sentido de vitalidade. 
A ideia de flor sintetiza da forma mais directa o sentido da escultura que faço. Que 
todas as minhas esculturas são flores no seu movimento irredutível. (Chafes, 2006, p. 
103) 
O Fragmento, tanto para os Românticos como para Rui Chafes, remete para o 
Universal. No âmbito artístico, conduz-nos ao infinito, iniciando-se um movimento no 
qual as coisas se transformam sem se concluírem. As esculturas de Rui Chafes 
partem deste princípio. São como sementes fechadas, como botões de flores ainda 
por florir. São evocações de algo que está para nascer. 
A arte romântica vive de tensões entre finito e infinito, eu e universo, microcosmo e 
macrocosmo, a vida e a morte, a flor e o pó. (Gabner, 1998, p. 7) A obra de Rui 
Chafes vive destas tensões, numa busca por objectos imateriais, promovida por uma 
reflexão profunda de um percurso em torno da ideia: “Não acredito em objectos, mas 
sei que só posso demonstrar a sua ideia por meio de objectos. É tudo o que me é 
possível fazer.” (Chafes, 2006, p. 119). Por outras palavras “A redução é uma 
transcendência." (Chafes, 2006, p. 93) 
«A redução é uma transcendência. Essa ideia de transcendência associada à redução 
– que é uma ideia que já vem dos ícones, da arte bizantina e também da arte medieval 
– é uma ideia que é fundamental para o meu trabalho.» (Chafes, 2006, p. 93) 
O conceito de transcendência, na obra de Rui Chafes, não é mais do que a procura de 
algo que é imaterial, sublime. Consiste na busca pelo ilimitado, espiritual e infinito. As 
suas esculturas estão numa fronteira entre o visível e o invisível, entre o natural e o 
sobrenatural. Na sequência da sua procura pela essência, pela verdade, remete o 
espectador para o que verdadeiramente importa, confrontando-o consigo mesmo e 
com tudo aquilo que está para além do Mundo. 
 
Espaços de arte e silêncio 
Hélder Manuel Alves do Nascimento 33 
 
Por consequência, as suas obras provêm de uma síntese entre o material, a forma e o 
seu significado simbólico. Tudo isto tem como base Novalis, não só um engenheiro de 
minas, mas também um poeta (Gabner, 1998, p. 8). “É a sua maneira científica e 
rigorosa: a ciência que estuda o Mundo é a poesia. A «ciência natural» de Novalis é a 
pura poesia.” (Chafes, 2006, p. 107). 
 
 
Ilustração 2 - O Silêncio de..., Rui Chafes, Alcino Gonçalves. (Chafes, 2006, p. 14). 
 
Para mim, o trabalho manual é essencial para sentir o peso, a escala, a inércia e 
resistência dos materiais, o equilíbrio e a queda iminente; perceber a realidade dos 
materiais é aceitar que os músculos são também órgãos do pensamento, uma forma 
de consciênciado mundo. (Chafes, 2006, p. 22) 
É importante reflectir sobre o material utilizado pelo artista: o ferro pintado de negro, 
assim como sobre o processo de sintetização do mesmo e sobre as suas 
características inerentes como o peso, a maleabilidade e o rigor. (Ilustração 2) “O ferro 
e a tinta negra ajudam ainda a atingir, aproximar esse ponto de imaterialidade.” 
(Chafes, 2006, p. 127). Este material está relacionado com a Alquimia e tem vindo a 
 
Espaços de arte e silêncio 
Hélder Manuel Alves do Nascimento 34 
 
ser utilizado ao longo da história da arte por artistas como David Smith17 e Alberto 
Giacometti18. (Gabner, 1998, p. 8) 
O material utilizado confere um estado de abstração e de imaterialidade às suas 
obras, através da cor negra do ferro. Chafes utiliza um material pesado para 
demonstrar que o material não é pesado, criando assim um paradoxo. Trabalha a 
partir de algo rígido, como o ferro, convertendo-o em formas leves e delicadas. 
“Acredito na palavra redentora, acredito que a arte é um local de silêncio no meio do 
caos do mundo mediático.” (Chafes, 2006, p. 127). 
O trabalho sobre o lugar da escultura e a relação com o espaço é essencial. Um dos 
pontos fundamentais no trabalho de Rui Chafes é a colocação e relação das suas 
esculturas com o espaço, isto é, a obra de arte só passa a existir quando estiver no 
“sítio”. A distância a que está da parede, a altura a que está do chão, da terra, tudo 
isto é importante. Assim, quando as esculturas estão no atelier, no chão da galeria ou 
dispersas no parque são somente um amontoado de ferro. Elas só nascem no 
momento em que ocupam o seu espaço no local a que se destinam e ultrapassam a 
sua dimensão física. Transcendem-se. A sua ligação com o espaço envolvente, torna-
as “invisíveis” ao olhar comum, tal como demonstra João Trabulo no documentário 
intitulado Durante o Fim. São intervenções subtis, tão intrínsecas aos lugares, que 
nem todos as conseguem ver. (Chafes, 2006, p. 147) 
«Não é difícil fotografar escultura, é impossível fotografar escultura, porque uma 
fotografia é tudo o que uma escultura não é. A escultura tem a leitura do espaço, a 
consciência do espaço, o espaço que fica atrás de nós, o espaço que é preciso 
percorrer, a luz, a temperatura; e uma fotografia não é nada disso, é uma imagem 
bidimensional.» (Chafes, 2006, p. 93) 
 
17 David Smith foi um escultor norte-americano, nascido em 1906 em Decatur, Indiana, EUA. Faleceu em 
1965 em Albany, Nova Iorque. As suas esculturas são peças de metal ligadas através da solda com 
formas abstractas. A obra é influenciada pelas esculturas metálicas de Pablo Picasso, e pelo escultor 
espanhol Julio González. O seu trabalho influenciou a arte minimal durante a década de 60. Algumas das 
suas obras mais importantes são: série Albany (iniciada em 1959); série Zig (iniciada 1960); Cubi (iniciado 
em 1963). (Encyclopædia Britannica, 2013d) 
18 Alberto Giacometti (1901-1966) foi um escultor, desenhador e pintor suíço. O seu estilo evoluiu ao 
longo dos tempos, para uma interpretação das formas humanas sob influência de Brancuisi, Lipchitz e 
Laurens da escultura africana. Em 1930 ligou-se ao movimento do surrealismo. As suas obras expressam 
a sua vontade e a sua dificuldade em aprender a realidade das formas no espaço. O expressionismo na 
obra de Giacometti é marcado pelo dramatismo e proporções alongadas da figura humana, manipulada 
através da materialidade. (Grande Enciclopédia Universal, 2004f, pp. 6228–6229) 
 
Espaços de arte e silêncio 
Hélder Manuel Alves do Nascimento 35 
 
De facto, a Escultura tem esta dimensão de espaço-tempo19 que Chafes nos fala, tal 
como a Arquitectura. A Escultura e a Arquitectura só podem ser entendidas nesta 
leitura do objecto em confronto com tudo o que rodeia. 
 
 
Ilustração 3 - Durante o fim..., no atelier do artista, documentário Rui Chafes, João Trabulo, 2003. (Trabulo, 2003). 
Durante o Fim é uma fusão entre ficção e documentário de João Trabulo20, sobre a 
obra do escultor Rui Chafes. Durante 70 minutos, percorremos o universo artístico do 
escultor. Esta viagem leva-nos à Serra de Sintra, ao universo de ficção do imaginário 
do escultor, ao íntimo do seu atelier (Ilustração 3), envolvido pelo barulho das 
máquinas, o som do ferro a bater, em contraste com o silêncio da criação artística. 
Neste espaço, Chafes cria cada uma das suas esculturas, muitas vezes só, outras 
vezes com os seus colaboradores. As imagens e sons do filme levam-nos para um 
tempo lento, onde tudo tem a sua duração. 
 
19 Espaço-tempo, segundo o dicionário de língua portuguesa da Porto Editora, é a referência à teoria da 
relatividade, o conceito é o resultado da fusão do conceito de espaço geométrico a três dimensões e o 
conceito de tempo, formando assim um conceito a quatro dimensões. (Porto Editora, 2003a) 
20 João Trabulo vive e trabalha em Lisboa. Iniciou-se no Cinema com o produtor Paulo Branco na Gemini 
(Paris) e Madragoa (Lisboa) colaborando em filmes de Manoel de Oliveira, João César Monteiro, Robert 
Kramer e Pedro Costa. Conta, no seu currículo de realizador, com vários filmes, destacando-se: LH-Saber 
Ver, Demora sobre Fernando Lanhas; a curta metragem A Arte da Fuga filmada em película super 8 e 16 
mm que trata dos domínios da representação artística e do universo pessoal do realizador, Durante o Fim, 
que funde ficção e documentário, a partir do trabalho do escultor português Rui Chafes, a longa metragem 
Sombras – Um filme sonâmbulo sobre o poeta Teixeira de Pascoaes e uma dezena de outros trabalhos 
no domínio do vídeo. A sua mais recente longa-metragem, Sem Companhia, teve estreia mundial no 
Festival Internacional de Cinema Independente – IndieLisboa’1 e arrecadou o Prémio AIP/KODAK de 
Melhor Fotografia para Longa Metragem Portuguesa e a estreia internacional no Torino Film Festival na 
categoria de ‘Cult Award’. Após a sua estreia esteve em competição internacional no maior festival de 
cinema documental em França – Cinema du Réel e no Festival Internacional de Cinema de Montevideu. 
(Trabulo, 2004) 
 
Espaços de arte e silêncio 
Hélder Manuel Alves do Nascimento 36 
 
A janela do seu atelier é uma constante do filme. Por ela, a luz é filtrada antes de 
entrar no interior, onde o escultor trabalha as esculturas. As sombras ganham grande 
força neste ambiente. O realizador não utilizou luz artificial de modo a criar a 
atmosfera vivida neste espaço de criação, onde os sons do ferro se misturam com as 
vozes e o silêncio. 
 
Ilustração 4 - Durante o fim..., na Serra de Sintra, documentário Rui Chafes, João Trabulo, 2003. (Trabulo, 2003). 
 
A “floresta”, na Serra de Sintra, é equiparada a uma catedral (Ilustração 4), onde as 
esculturas se espalham pelo espaço, a luz é filtrada pelas nuvens e pelos ramos das 
árvores e os pássaros cantam. Muitas das pessoas que por ali passam não se 
apercebem das esculturas. Alguns param, permanecem, e olham em seu redor. “«O 
mais importante na arte é a emoção. Só a emoção pode tocar as pessoas.»” (Chafes, 
2006, p. 94). 
Em suma, este filme reflecte sobre a obra de Rui Chafes, o seu método e o universo 
das suas esculturas em ferro negro. Somos envolvidos pelos sons, pelas vozes, pelas 
imagens e pela narrativa de Rui Chafes. O processo de desenvolvimento da arte, o 
tempo, o silêncio e o universo ideológico e filosófico do artista são os pilares que 
sustentam toda a sua obra. 
Como exemplo dos conceitos anteriormente apresentados, iremos abordar uma 
exposição e uma intervençãode Rui Chafes na cidade de Coimbra. A primeira 
intitulada A mesma origem nocturna, no Jardim Botânico de Coimbra, e a segunda, 
 
Espaços de arte e silêncio 
Hélder Manuel Alves do Nascimento 37 
 
permanente até aos dias de hoje, no Parque de Santa Cruz (Jardim da Sereia). 
Abordaremos a importância dada pelo artista à relação das esculturas com o 
espectador, assim como o diálogo entre as suas esculturas e os espaços envolventes, 
procurando encontrar e ampliar os limites desse lugar. 
 
 
Ilustração 5 – Entrada do Jardim Botânico de Coimbra. (Ilustração nossa, 2013). 
 
A mesma origem nocturna. O Jardim Botânico de Coimbra acolheu várias esculturas 
de Rui Chafes, entre os meses de Março e Setembro de 2008. As obras em aço negro 
foram distribuídas pelo jardim, por entre os ramos das árvores ao longo dos percursos 
envolvidos pela vegetação natural. O Jardim é limitado por muros em pedra, 
acompanhado por colunas que sustentam as grades em aço (Ilustração 5), que 
protegem o “Jardim Misterioso”. (Pimentel, 2008, p. 4) No seu interior foram reveladas 
ao público as obras deste artista. 
O Jardim Botânico da Universidade de Coimbra situa-se no coração da cidade de 
Coimbra desde 1772, surgindo no âmbito da reforma educativa promovida pelo 
 
Espaços de arte e silêncio 
Hélder Manuel Alves do Nascimento 38 
 
Marquês de Pombal21. Este foi construído, à semelhança dos jardins europeus desta 
época, com o objectivo de estudar as plantas medicinais. O jardim ocupa uma área de 
treze hectares, sendo uma importante peça de ligação entre a alta e a baixa da 
cidade. Este é desenhado por duas áreas distintas: a mata e o jardim clássico. Ao 
longo do tempo, a escola de botânica tem vindo a recolher sementes do jardim, 
produzindo, assim, um importante banco de sementes. (Freitas, 2008, pp. 11–13) 
O silêncio da noite é ensurdecedor. (Sardo, 2011, p. 393) Delfim Sardo intitula assim a 
exposição de Rui Chafes no Jardim Botânico de Coimbra. Começa por falar de tempo, 
do percurso pelo jardim, tempo para parar e observar, o movimento do observador no 
espaço, o tempo lento (Ilustração 6). 
 
Ilustração 6 - Um sopro dolorosamente suave, Rui Chafes, ferro, Jardim Botânico de Coimbra, Alcino Gonçalves, 2008. (Pimentel, 
2008, p. 44). 
De facto, a sensação de quem caminha pelo Jardim Botânico é a de que estas obras 
sempre ali estiveram, que pertencem à estrutura veementemente racional do Jardim, 
 
21 Marquês de Pombal (1699-1782) foi um político e estadista português, nascido em Lisboa. De seu 
nome Sebastião José de Carvalho e Melo, era descendente da pequena nobreza. Frequentou Leis em 
Coimbra. Passou por Londres e por Viena onde ganhou uma grande bagagem política e como mediador. 
Conde de Oeiras por título concedido por D. José em 1759, o mesmo rei que anos mais tarde iria 
conceder-lhe o título de Marquês de Pombal em 1769. Em 1750 foi chamado pelo rei D. José para a 
assumir a secretaria dos Negócios Estrageiros e da Guerra passando, em 1756, para o Reino. Foi o 
responsável por reformas estruturais deste período em diversos domínios institucionais, estendendo-se 
da administração central à reforma do ensino. Dois acontecimentos importantes durante a sua 
governação política foram o terramoto de 1755 e o atentado a D. José. No primeiro com a colaboração de 
Manuel da Maia, Eugénio dos Santos e Carlos Mardel, planeou e executou um extraordinário e inovador 
plano para a Baixa de Lisboa. O segundo acontecimento proporcionou a sua afirmação em relação ao 
poder religioso. No reinado de D. Maria afastou-se do poder Político. (Grande Enciclopédia Universal, 
2004g, p. 10460) 
 
Espaços de arte e silêncio 
Hélder Manuel Alves do Nascimento 39 
 
que cumprem uma função: a de se definirem como momentos assertivos, mas dúcteis, 
ao longo da movimentação peripatética para a qual os jardins, em geral, são 
edificados. (Sardo, 2011, p. 393) 
O jardim é uma peça importante da cidade, sendo uma obra de Arquitectura 
paisagística que cruza o Barroco com o Neoclássico. A criação deste espaço natural 
permite ao visitante uma experiência sensorial, onde o olfacto, a visão e a audição são 
despertados pela envolvência. 
A exposição é um extraordinário ensaio sobre a inclusão da Arte na paisagem. O 
modo como o artista dispõe as peças no espaço implica uma maior atenção por parte 
do espectador, fazendo com que as esculturas, quando descobertas, ganhem maior 
relevância. As obras têm a capacidade de se camuflar no ambiente que as rodeia: são 
esculturas do invisível. (Sardo, 2011, pp. 393–397) 
É assim o imaginário nocturno e romântico, só visível na violência da luz do dia, se 
torna numa última e poderosa desadequação. O silêncio da noite, na luz do dia, torna-
se ensurdecedor – e esse é o poder destas esculturas.(Sardo, 2011, p. 397) 
 
 
Ilustração 7 - «Que farei sem este mundo», ferro, Jardim Botânico de Coimbra, Alcino Gonçalves, 2008. (Pimentel, 2008, p. 46). 
 
«Que farei sem este mundo» (Ilustração 7). Esta moldura em ferro foi a única 
escultura executada propositadamente para esta exposição. O terraço onde se 
encontra a estátua de Avelar Brotero, um miradouro sobre o jardim, recebeu uma 
janela em aço negro que enquadra a paisagem. Esta escultura, aquando da 
 
Espaços de arte e silêncio 
Hélder Manuel Alves do Nascimento 40 
 
exposição, encontrava-se encostada a uma árvore, emoldurando o tronco da mesma, 
mas também a paisagem de fundo. Esta peça em ferro tem um sentido voyeurista e 
cenográfico de olhar sobre uma natureza artificial. (Pimentel, 2008, pp. 4–6) 
O espaço envolvente de cada escultura influencia a sua percepção. O facto de a obra 
estar exposta num Museu, ou num lugar para o qual foi concebida, afectará 
definitivamente a nossa relação com a mesma, não apenas a materialidade, ou a 
forma, mas o seu alcance, o seu verdadeiro significado. A instalação das suas obras 
em espaços naturais é apreendida através de perspectivas diferentes que 
condicionam a sua leitura, revelando uma enorme preocupação do artista na 
colocação das esculturas, como iremos abordar na instalação presente no Parque de 
Santa Cruz. Vulgarmente conhecido como Jardim da Sereia, este espaço fazia parte 
do vasto território do Mosteiro de Santa Cruz. Abrangia grande parte da cidade de 
Coimbra, com uma paisagem magnífica e diversificada. Nele encontram-se sete 
esculturas em ferro negro de Rui Chafes. 
O jardim localiza-se no topo do Vale da Ribeira onde outrora foi uma mata, integrado 
no território da Quinta de Santa Cruz. Este é um largo e longo vale, onde o terreno é 
fértil e abundante em água. Em tempos, abastecia o Mosteiro, os campos agrícolas e 
as hortas da quinta. As cercas dos Mosteiros abrangiam sempre os terrenos mais 
férteis, deste modo, o sítio reunia as condições ideais para se erguer um jardim. 
O Prior D. Gaspar da Encarnação foi o responsável pela reformulação da Quinta de 
Santa Cruz, entre 1723 e 1752. O Parque de Santa Cruz ou Jardim da Sereia fez parte 
desta reforma. Da antiga mata da quinta nasceu o jardim, desenvolvido como espaço 
de meditação e de lazer para os monges, em estilo Barroco. 
 
Espaços de arte e silêncio 
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Ilustração 8 - Jogo da Péla, Jardim da Sereia, Coimbra. (Ilustração nossa, 2013). 
 
Entramos no jardim pela

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