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Bianca Marchezi - UFES Prótese Fixa TIPOS DE TERMINAÇÃO CERVICAL OMBRO OU DEGRAU A parede axial do preparo forma um ângulo de 90º com a parede cervical (gengival) · Indicações: preparos para coroas cerâmicas; preparos para coroas metaloceramicas com ombro estético em porcelana · Vantagens: confere rigidez ao material (porcelana), pois tem espessura suficiente de material suficiente pra que ele não frature; linha de terminação nítida e rígida · Desvantagens: exige maior desgaste dentário; dificulta o escoamento do cimento. OMBRO OU DEGRAU ARREDONDADO Um tipo de término em que o ânulo entre as paredes gengival e axial do preparo é de aproximadamente 90º, mantendo arredondada a intersecção entre essas duas paredes para evitar a formação de tensões da cerâmica nessa área. Esse término é indicado nos preparos para coroas cerâmicas, em dentes anteriores ou posteriores e, contraindicado em dentes com coroa clínica curta ou com largura vestibulolingual que impeça a realização de desgaste uniforme nas paredes sem diminuir a resistência da própria coroa do dente. O preparo deve apresentar desgaste uniforme de 1mm de espessura na região do término cervical, de até 1,5mm nas faces axiais e de 2mm nas faces oclusal e incisal. Recomenda-se que o desgaste nas faces axiais seja de até 1,5mm, dependendo da cerâmica empregada e da cor do dente. Dentes escuros que receberão coroas confeccionadas em cerâmicas mais translucidas deverão ter um desgaste mais acentuado. A presença do término em ombro ou degrau é importante para proporcionar uma espessura uniforme e suficiente à cerâmica nessa região, para resistir aos esforços mastigatórios e reduzir a possibilidade de fratura. Esse término provoca um tipo de junção entre as paredes axiais e gengival que pode dificultar o escoamento do cimento, acentuando o desajuste oclusal e cervical com maior espessura de cimento exposto ao meio oral. Para minimizar esse problema, o CD deve usar uma técnica de cimentação que proporcione uma fina camada de cimento no interior da coroa; o pincel é o instrumento ideal para essa finalidade. · Pontas diamantadas MF para fazer o ombro arredondado: 3098MF · Indicações: preparos para coroa metaloceramica com ombro estético em porcelana; preparos para coroas cerâmicas de 1,0 a 1,2mm de espessura. OMBRO OU DEGRAU BISELADO É um término em que ocorre a formação de um ângulo de aproximadamente 90º entre a parede axial e a cervical, com biselamento da aresta cavossuperficial. Esse tipo de término está indicado para as coroas metaloceramicas com ligas áureas na sua face vestibular e na metade das faces vestibuloproximais. O bisel deverá apresentar uma inclinação mínima de 45º, o que permite um selamento marginal e um escoamento do cimento melhores que os proporcionados pelo término em ombro. O ombro ou degrau biselado proporciona um colar de reforço que reduz as alterações dimensionais provocadas durante a queima da cerâmica, e consequentemente, o desajuste marginal. Ele deverá ser realizado nas faces em que a estética for indispensável. A parede axial do preparo forma um ângulo em 90º com a parede cervical Requer remoção exagerada de estrutura dentária, sem oferecer vantagens significativas sobre uma terminação em chanfro. Em coroas metaloceramicas, além de ser de difícil execução, não oferece uma linha de terminação precisa. Também é difícil a compatibilização com a estética, necessitando de extensões subgengivais profundas, que podem comprometer o epitélio juncional, e com riscos de distorção do metal, se não houver um colar com pelo menos 1,00mm, tanto para biséia de 45º como para os de 70º. CHANFRADO Tipo de término em que a junção entre a parede axial e a gengival é feita por um segmento de círculo, que deverá apresentar espessura suficiente para acomodar o metal e a faceta estética. É considerado o tipo de término cervical ideal, porque permite uma espessura adequada para as facetas estéticas de cerâmica ou resina e seus respectivos suportes metálicos, facilitando a adaptação da peça fundida e o escoamento do cimento. É indicado para a confecção de coroas metalocerâmicas com ligas básicas (não áureas), por apresentarem maior resistência e dureza que as ligas a base de ouro. Assim, a infraestrutura pode ser mais fina, sem sofrer alterações por contração durante a cocção da cerâmica. Também indicado para coroas metaloplásticas e para restaurações MOD em metal para proteção das cúspides vestibular e lingual. O término em chanfrado deverá ser realizado apenas nas faces envolvidas esteticamente, pois não se justifica um maior desgaste exclusivamente para colocação de metal. · Por definição, o chanfro é uma determinação em “segmento de círculo” e é formada pela imagem negativa da terminação arredondada do instrumento. Isso significa que metade ou menos da metade do diâmetro pode ser usado. Uma profundidade maior leva a terminações cervicais com características totalmente distorcidas e mais fracas, e que deixam mais facilmente prismas de esmalte sem apoio dentinário, além de ser necessária uma proteção do epitélio sucular para evitar sua ulceração. · A junção entre as paredes axial e gengival é feita por um segmento se círculo, com espessura suficiente para acomodar o metal e a cerâmica · Indicações: Face vestibular e metades vestíbulo-proximais de coroas metaloceramicas; coroa metaloceramica sem cinta metálica; áreas de proteção de cúspide vestibular e lingual de restaurações MOD (onlay). · Vantagens: melhor escoamento do cimento; facilita a adaptação da peça fundida; é mais conservador do que o preparo em ombro. · Desvantagens: degaste mais acentuado em comparação ao chanferete Instrumentos indicados: pontas diamantadas cilíndricas 2215 e 3216. CHANFRADO PROFUNDO É utilizada uma broca de um diâmetro maior para fazer um desgaste maior. Utilizado quando se deseja uma deflexão dupla na raiz em dentes com recessão gengival. Ponta diamantada: 4138 CHANFERETE É um tipo de término em que a junção entre a parede axial e a gengival é feita por um segmento de círculo de pequena dimensão (aproximadamente a metade do chanfrado), devendo apresentar espessura suficiente para acomodar o metal. Por apresentar a mesma configuração do preparo anterior, a adaptação da peça fundida e o escoamento do cimento são facilitados, permitindo uma visualização nítida da linha de acabamento e a preservação da estrutura dentária. Indicado para coroa total metálica e como término cervical nas faces lingual e linguoproximal das coroas metaloplásticas e metalocerâmicas, independentemente da liga a ser utilizada. Dentes com tratamento periodontal ou recessão gengival que resulte em aumento acentuado da coroa clínica também podem receber esse tipo de término cervical, para obter maior conservação da estrutura dentária e do próprio órgão pulpar. Nesses casos a estética fica prejudicada, pois não é possível limitar a cinta metálica da coroa metaloplástica ou metaloceramica no nível subgengival em virtude do pouco desgaste.