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PARASITOSE INTESTINAL NA CRIANÇA

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Parasitose Intestinal na Criança
As parasitoses intestinais são muito frequentes na infância, principalmente em
pré-escolares e escolares. Sua transmissão depende das condições sanitárias e
de higiene das comunidades. Além disso, muitas dessas parasitoses
relacionam-se a déficit no desenvolvimento físico e cognitivo e desnutrição.
Grande parte dos casos de enteroparasitoses não é diagnosticada, visto serem
muitas vezes assintomáticos, o que dificulta a determinação de sua prevalência e o
controle de sua transmissão. O principal determinante para a presença de
parasitose são as condições de higiene e saneamento básico, bem como os níveis
socioeconômico e de escolaridade da população.
Os parasitas mais comumente encontrados nas crianças pré-escolares e
escolares:
- Giardia lamblia (giardíase)
- Ascaris lumbricoides
- Trichuris trichiura (helmintíases )
- Ancylostomas duodenalis, como a mais comum das ancilostomíases.
No ciclo de vida de Ascaris sp, Trichuris sp e Ancylostomas sp, o parasita adulto habita o trato
gastrointestinal, local em que há a produção de ovos, eliminados por meio das fezes para o meio ambiente, onde
requerem período de maturação para se tornarem infectantes.
Sua transmissão pode ocorrer por meio de alimentos vegetais mal lavados (hortaliças), terra contaminada e
água não tratada (ausência de rede de distribuição e de coleta), dentre outros fatores em que ocorra exposição
ao meio ambiente contaminado.
No caso da giardíase, o ciclo ocorre pela eliminação do parasita infectante desde o momento de eliminação das
fezes, o que permite sua transmissão por meio do contato entre humanos (fecal-oral), mesmo em ambientes
saneados, também podendo ocorrer por meio de água contaminada.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Os sintomas, muitas vezes, são vagos e inespecíficos, o que dificulta o diagnóstico clínico, salvo exceções como
prurido anal em casos de enterobíase (oxiuríase), quando há eliminações de vermes na ascaridíase, ou quando
evoluem para suas complicações, com manifestações clínicas mais específicas.
Podem manifestar-se por diarréia (aquosa, mucóide, aguda, persistente, intermitente), dor abdominal, dispepsia,
anorexia, astenia, emagrecimento e distensão abdominal.
DIAGNÓSTICO
O exame para diagnóstico de ascaridíase, tricuríase e ancilostomíase, se faz a partir da contagem de ovos no
exame parasitológico de fezes. A presença de qualquer contagem significa a possibilidade de eliminação de
parasitas, necessitando de tratamento.
O diagnóstico de giardíase é feito por meio do exame parasitológico, com a identificação de cistos e/ou de
trofozoítos nas fezes. Para valor diagnóstico considera-se a presença do protozoário em qualquer quantidade.
O exame de uma única amostra pode não ser suficiente para descartar o diagnóstico. Amostra positiva é
diagnóstica; porém, casos negativos não significam ausência do parasita. Desta forma, são recomendadas três
coletas seriadas semanais.
TRATAMENTO
PARASITA ANTIPARASITÁRIO DOSE
Giardia lamblia Metronidazol
Albendazol
Tinidazol
15 mg/kg/dia, 3x ao dia, por 5 a 7 dias
400 mg/dia, 5 dias
> ou igual 3 anos: 50 mg/kg, dose única
Secnidazol
Nitazoxanida
30 mg/kg, dose única
> ou igual 1 ano: 7,5 mg/kg/dose, 2x o dia, por 3 dias
Entamoeba histolytica
Forma intestinal assintomática
Forma intestinal sintomática ou
extra-intestinal
A forma intestinal ou
extra-intestinal sintomática
após o tratamento com os
nitroimidazólicos devem
sempre ser seguidos de
administração de Etofamida ou
Teclosan
Etofamida
Teclosan
Metronidazol
Tinidazol
Secnidazol
Etofamida
Teclosan
500 mg, 2x ao dia, 3 dias ou
100 mg, 3x ao dia, 5 dias
500-750 mg, 3x ao dia, 10 dias ou
35-50 mg/kg/dia, em 3 doses, 10 dias
> ou igual 3 anos: 2g ou 50 mg/kg, dose única
2g ou 30 mg/kg, dose única
500 mg, 2x ao dia, 3 dias ou
100 mg, 3x ao dia, 5 dias
HELMINTÍASE 1ª LINHA DOSE 2ª LINHA DOSE
Ascaridíase Albendazol 400 mg (200 mg em <2
anos), VO, dose única
Ivermectina 150-200 mcg/kg VO, dose
única
Mebendazol 100 mg VO, 1x ao dia, 3
dias
Pamoato de
pirantel
11 mg/kg (máximo 1g) VO, 1x
ao dia, 3 dias
Nitazoxanida 7,5 mg/kg/dose (máximo 500
mg), 2x ao dia, 3 dias
Tricuríase Albendazol 400 mg VO, 1x ao dia,
3-7 dias
Ivermectina 200 mcg/kg VO, 3 dias
Sinergismo com Albendazol
relatado na literatura para essa
indicação.
Mebendazol 100 mg VO, 1x ao dia,
3-7 dias
Nitazoxanida 7,5 mg/kg/dose (máximo 500
mg), 2x ao dia, 3 dias
Ancilostomíase
ou Necatoríase
Albendazol 400 mg VO, dose única
(200 mg em <2 anos)
Pamoato de
pirantel
11 mg/kg (máximo 1g) VO, 1x
ao dia, 3 dias
Mebendazol 100 mg VO, 1x ao dia, 3
dias
Nitazoxanida 7,5 mg/kg/dose (máximo 500
mg), 2x ao dia, 3 dias
Estrongiloidíase Ivermectina 200 mcg/kg VO, 2 dias
Na hiperinfecção por
Strongyloides, prolongar
para 7-14 dias após
depuração do parasita
Albendazol 400 mg VO, 2x ao dia, 10-14
dias
Na hiperinfecção por
Strongyloides associar
Ivermectina
Repetições podem ser
necessárias
Tiabendazol 25 mg/kg VO, 2x ao dia, 3 dias
Nitazoxanida 7,5 mg/kg/dose (máximo 500
mg), 2x ao dia, 3 dias
Enterobíase Albendazol 400 mg VO, dose única,
repetir em 2 semanas
Pamoato de
pirantel
11 mg/kg (máximo 1g) VO, 1x
ao dia, 3 dias
Mebendazol 100 mg VO, dose única,
repetir em 2 semanas
Nitazoxanida 7,5 mg/kg/dose (máximo 500
mg), 2x ao dia, 3 dias
CONTROLE DAS PARASITOSES NA COMUNIDADE
Para o controle das parasitoses intestinais em crianças frequentadoras de creches, e/ou que residem em áreas
com saneamento básico precário: Medidas de educação para a saúde. Melhoria das condições de higiene
individual e comunitária. Uso periódico de antiparasitários para as enteroparasitoses mais prevalentes.
Não se faz necessário exame parasitológico rotineiramente, mas o tratamento independentemente do status de
infestação de cada indivíduo. Esta medida, além de segura, também é mais econômica.

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