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Parasitoses intestinais

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1 
5º SEMESTRE 2021.2 – UNIFTC PEDIATRIA 
JULIANA OLIVEIRA 
 PARASITOSES 
INTESTINAIS 
➔ Epidemiologia: 
▪ São distribuídas, de modo geral, pelo mundo inteiro, 
tendo uma prevalência de 24% na população mundial. 
▪ É mais prevalente nos países de área tropical como 
África, China e as Américas. 
▪ No Brasil, tem-se uma prevalência em torno de 11% da 
população. 
CLASSIFICAÇÃO 
➔ Helmintos: 
▪ São os parasitas que vão ser pluricelular, visíveis ao 
olho nu, possuem sistema nervoso, musculares e vão 
ter até sistema muscular rudimentar. 
▪ São vermes maiores. 
▪ Podem se subdividir em platelmintos e nematelmintos. 
Platelmintos: São vermes achatados, se subdividem ainda 
em: 
- Trematódeos: São verme chatos, não segmentados. P.ex. 
esquistossomose. 
- Cestódeos: São vermes chatos, segmentados em forma de 
fita. P.ex. tênia solium e saginata 
 
Nematelmintos: São vermes cilíndricos, não segmentados. 
Tem-se p.ex. áscaris lumbricóide, enterobius vermicularis, 
strogyloides, trichuris tricuris. 
 
➔ Protozoários: 
▪ São os vermes unicelulares. 
p.ex. giárdia e a amoeba histolytica ou díspar. 
 
TRANSMISSÃO 
Tem-se dois principais modos de transmissão, por meio 
dos alimentos e ambiental. 
➔ Alimentos: 
A maioria dos parasitas vão ser transmitidos através de 
contaminação fecal oral, logo, tem-se a contaminação dos 
alimentos que vai se dá através da irrigação da água e uma 
má higiene desses alimentos na hora de servir. 
 
➔ Ambiental: 
Contato direto com solo contaminado, banho em água 
parada ou de fato condições precárias de higiene. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
➔ Relacionados ao hospedeiro: 
O paciente é imunocompetente ou imunossupresso? Ou 
possui alguma condição clínica que o torna 
imunossupresso? 
➔ Parasitose: 
Carga parasitária p.ex. o áscaris pode-se ter infecção leve, 
moderada e grave e cada uma dessas cargas parasitárias 
possui uma manifestação clínica, além da sua virulência. 
 
➔ Ambientais: 
Ausência de saneamento básico em algumas regiões, além 
disso, é necessária uma educação contínua para os pais e 
cuidadores acerca da lavagem das mãos, cuidados com as 
fraldas e conscientização de que criança doença NÃO vai 
para a escola. 
 
A depender desses três fatores pode-se ter manifestações 
clínicas diversas, como: 
▪ Sintomas gastrointestinais crônicos p.ex. diarreia, 
náusea, vômito, dor abdominal, prurido abdominal. 
▪ Alterações hematológicas: O exame pode apresentar 
eosinofilia, principalmente os relacionados helmintos, 
presença de anemia ferropriva (anemia microcítica e 
hipocrômica). 
▪ Sintomas respiratórios quando acometidos por 
parasitas que cursam com a síndrome de Loeffler p.ex 
strongyloides, ancilostomídeos, áscaris. 
▪ Outros p.ex. hepatoesplenomegalia, perda ponderal, 
dermatite perianal, febre, etc. 
Na pediatria tem-se um quadro clínico sugestivo de 
parasitose sempre que tiver alteração do ritmo intestinal, 
dor abdominal, náusea e flatulência, visto que sua 
imunocompetência depende também da sua idade. 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
➔ Parasitológico de fezes: 
Possui uma baixa sensibilidade, pois, para cada amostra 
feita, tem-se em torno de 50% negativo e isso não significa 
que não há parasita naquele hospedeiro, pois, o TGI é 
grande e pode-se ter parasitas colonizando todo o trato. 
Assim, as vezes o que falta é que naquela amostra haja a 
presença daquele parasita. Logo, o que pode ser feito é 
solicitar três amostras de três evacuações diferentes 
em dias alternados, aumentando a chance de positividade. 
Essa amostra ou tem que ser colocada em um líquido 
fixados ou ser entregue ao laboratório em até 1 hora após 
a coleta e após a coleta imediatamente. 
 
➔ Hemograma: 
Todas as vezes que houver mais de 6% ou uma quantidade 
absoluta de 600 eosinófilos, pode-se pensar estar diante de 
uma parasitose ou quadros alérgicos. 
Pode-se encontrar ainda quadros de anemia que sugerem 
um quadro de parasitose. 
Baixa de ferritina. 
 
➔ Testes de biologia molecular: 
São pouco utilizados, pois, possuem um custo mais elevado. 
São mais sensíveis, mas não estão disponíveis para a maior 
parte da população. 
 
2 
5º SEMESTRE 2021.2 – UNIFTC PEDIATRIA 
JULIANA OLIVEIRA 
 ➔ Escarro: 
Quando se tem um paciente que está supostamente 
passando pela fase da “síndrome de Loeffler”, ao fazer o 
exame de escarro, tem-se a presença de larvas e cristais de 
Charcot Leyden fechando o diagnóstico de parasitose. 
 
➔ Testes sorológicos: 
Pode-se dosar os anticorpos, no entanto, a sua persistência 
não vai me dizer se estou diante de uma infecção ativa ou 
se é uma infecção passada que já foi tratada. Pode-se ter 
reações cruzada entre os anticorpos a depender do 
parasita. 
TRATAMENTO 
Antes de iniciar o tratamento deve-se saber: 
➔ Ligantes de beta-tubulina: 
São o mebendazol e albendazol. Se liga à beta-tubulina 
nos nemátodos, inibindo a formação dos microtúbulos, 
destruindo o citoesqueleto. Altera também a captação de 
glicose, a qual é o meio energético desse parasita. 
O albendazol é absorvido no uso intestinal e com efeito 
sistêmico, por isso é indicado para tratar todas as fases do 
ciclo. 
O mebendazol é utilizado para tratar apenas a fase 
intestinal, NÃO tem efeito sistêmico. 
Pensando em strongiloidíase, devemos utilizar a 
ivermectina que tem uma melhor resposta ao tratamento 
de 1ª linha para os strongilóides. 
 
➔ Agentes espásticos paralisantes: 
Vão paralisar o parasita. Tem-se o pamoato de pirantel 
e o levamisol que não são tão utilizados de maneira 
frequente. 
 
➔ Agentes indutores de paralisia flácida: 
São específicos para os helmintos e inibem reversivelmente 
a transmissão neuromuscular no verme p.ex. piperazina. 
 
➔ Nitazoxanida: “Anita” 
É o único que é liberado a partir dos 12 meses. É utilizada 
em casos de poliparasitismo, em infecções mais graves. 
Apesar de ser mais ampla e captar muitos parasitas, possui 
várias reações adversas associadas como alteração de 
apetite, náusea, vômito e dor abdominal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Considerações prévias à escolha do 
antiparasitário: 
Há poliparasitismo? 
Difícil saber sem um parasitológico de fezes. 
Qual a idade do paciente? 
Em bula, a maioria dos antiparasitários só são liberados a 
partir dos 2 anos com exceção da nitazoxanida que é 
liberado a partir de 1 ano de idade. Fora da bula, a 
depender dos sintomas do paciente, pode-se utilizar 
abaixo de 1 ano. 
Qual o efeito desejado? 
Tem-se algumas questões, pode-se parar o parasita com 
o uso de um paralisante, pode-se ter algumas 
medicações que sejam ovicida (mate os ovos), larvicida 
(mate as larvas) e vermicida (matando o parasita na fase 
aguda). 
A posologia e possíveis reações adversas podem 
comprometer a adesão ao tratamento? 
A melhor medicação é aquela que é inóqua, ou seja, 
aquela que após a ingesta não cause efeitos colaterais, 
dentre esses o mebendazol se destaca, contudo, por 
não ser absorvível, algumas parasitoses não são tratadas 
de forma adequada. 
Em 2ª linha tem-se o albendazol, ivermectina e 
nitazoxanida. 
A grande questão é que ao tratar o paciente com 
esses medicamentos o sintoma causado por ele não 
pode ser maior do que o que o paciente já está sentindo. 
Como prevenir reinfecção?Tratando o paciente e os contactantes domiciliares, p.ex. 
no caso de oxiúros. 
Como fazer o controle de cura? 
Se for possível e viável, deve-se coletar a série de 
parasitológicos por 7, 14 e 21 dias, tratando e retratando 
esse paciente com 15 dias. 
O paciente tem terapia imunossupressiva 
programada? 
Deve-se ter cuidado com o strongloidíase, utilizando a 
medicação de modo profilático, evitando uma infecção 
disseminada por strongilóides. 
 
3 
5º SEMESTRE 2021.2 – UNIFTC PEDIATRIA 
JULIANA OLIVEIRA 
 ➔ Vermifugação periódica: 
A OMS definiu que para a vermifugação periódica é 
necessário saber qual é o risco daquela população, se estou 
diante de uma gestante, trabalhador rural, criança 
que mora em zona rural, tem-se um alto risco, no 
entanto, quando diante de um grupo de baixo risco, não é 
necessário. 
 
A vermifugação periódica objetiva diminuir a população, 
mas não erradicar. Sendo assim, as medicações utilizadas 
para profilaxia são albendazol: 400mg → dose única e 
mebendazol: 500mg → dose única. 
 
PREVENÇÃO 
São todas as questões relacionadas com a transmissão. 
▪ Buscando saneamento adequado para todos. 
▪ Educação em relação à lavagem de mãos. 
▪ Como se higienizar após evacuação. 
▪ Lavar as mãos após trocar fralda. 
▪ Etiqueta do côco: Criança com diarreia não deve ir 
para a creche/escola. 
HELMINTÍASES 
ASCARIDÍASE 
(ÁSCARIS LUMBRICOIDES) 
➔ Patogenia e manifestações clínicas: 
▪ Pelas larvas: 
Quando em infestações mais 
intensas, pode ocorrer migração de larvas para 
o parênquima hepático, com necrose focal e fibrose 
(semelhante ao quadro de toxocaríase). 
A principal ação das larvas é no pulmão: pneumonite 
larvária, com febre, tosse, expectoração, 
dispneia, eosinofilia periférica moderada ou intensa 
(síndrome de Löeffler – duração de uma ou duas semanas.) 
 
▪ Vermes adultos: 
No intestino o quadro é assintomático ou há sintomas 
inespecíficos. Quando ocorre infestação média (mais de 
30 vermes) ou maciça (mais de 100 vermes) as 
manifestações são perigosas. 
1. Ação espoliadora: 
Consumo de grande parte dos macronutrientes e 
micronutrientes ingeridos pela criança, desnutrição 
proteico-energética, baixa estatura, desenvolvimento 
comprometido. 
 
2. Sub-oclusão ou obstrução intestinal: 
Está presente nas infecções maciças. É um quadro grave, 
letal em muitos casos e de incidência ainda elevada no 
Brasil. O enovelamento de grande nº dos parasitas obstrui 
o lúmen do ID. 
3. Migração do áscaris: 
Pode sair do local intestinal e causar quadros graves como 
p.ex. 
- Apendicite por invasão do apêndice cecal. 
- Colestase e colangite por obstrução da ampola de 
Vater e árvore biliar, 
- Abcesso hepático pela subida dos vermes até o interior 
do parênquima do fígado. 
- Asfixia por obstrução de vias aéreas ou cânula traqueal. 
 
➔ Tratamento: 
▪ 1ª linha: 
- Albendazol: 400mg (200mg em < 2 anos) VO, dose 
única. (infecções leves) 
- Mebendazol: 100mg, VO, 1x/dia por 3 dias. 
▪ 2ª linha: 
- Ivermectina: 150-200 mcg/kg, VO, dose única. 
- Pamoato de pirantel: 11mg/kg (máx 1g), VO, 1x/dia 
por 3 dias. 
- Nitrazoxamida: 7,5mg/kg/dose (máx 500mg), 2x/dia 
por 3 dias. 
 
Atenção! 
Em casos de obstrução ou semiobstrução relacionada 
ao Ascaris, o paciente deve ficar em dieta zero, passar 
uma sonda nasoenteral, e utilizar o óleo mineral, a fim de 
que a paciente não faça broncoaspiração. O óleo nesse caso 
tem o objetivo de lubrificar o lúmen e facilitar a eliminação 
dos vermes. 
Pode se utilizar outras medicações, mas somente quando o 
óleo mineral não funciona e em último caso há intervenção 
cirúrgica. 
ANCILOSTOMÍASE 
Tem-se o necator americanus ou ancylostoma 
duodenale. 
➔ Patologia e manifestações clínicas: 
Esses parasitas ocasionam tanto afecções dermatológicas 
quanto um parasitismo gastrointestinal. 
Esse paciente tende a apresentar prurido, eritema, edema, 
erupções pápula vesiculares que durem até 2 semanas. 
Pode fazer em seu período de evolução uma síndrome de 
Loeffler, causando uma pneumonite larvária menos intensa 
que nas áscaris e na sua fase intestinal ocasiona sintomas 
relacionadas ao trato digestivo como p.ex. dor epigástrica, 
náusea, vômito, flatulência, diarreia. 
 
Conforme se complicam, tem-se repercussões no 
hemograma, como anemia hipocrômica microcística e suas 
repercussões que variam de acordo com a quantidade de 
parasitas. 
 
➔ Tratamento: 
▪ 1ª linha: 
- Albendazol: 400mg, VO, dose única (200 mg em < 2 
anos). 
- Mebendazol: 100mg, VO, 1x/dia por 3 dias. 
▪ 2ª linha: 
- Pamoato de pirantel: 11mg/kg (máx 1g), VO, 1x/dia 
por 3 dias. 
 
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5º SEMESTRE 2021.2 – UNIFTC PEDIATRIA 
JULIANA OLIVEIRA 
 - Nitrazoxamida: 7,5mg/kg/dose (máx 500mg), 2x/dia 
por 3 dias. 
 
ESTRONGILOIDÍASE 
Tem-se em sua maioria quadros assintomáticos, 
oligossintomáticos ou algumas formas graves. 
➔ Patologia e manifestações clínicas: 
Provocam dermatites mais localizadas em pés, mãos, 
nádegas e região anogenital. Também cursa com a síndrome 
de Loeffler e de uma maneira mais crônica pode-se ter os 
sintomas de má absorção. 
Nos imunosupressos, há uma tendência a quadros mais 
graves, de modo que a infecção pode ocorrer mais 
maciçamente. 
➔ Tratamento: 
▪ 1ª linha: 
- Ivermectina: 200 mcg/kg, VO, por 2 dias. 
Na hiperinfecção por srongyloides, prolongar para 7 a 
14 dias após a depuração do parasita ou repetições 
podem ser necessárias. 
▪ 2ª linha: 
- Albendazol: 400 mg, VO, 2x/dia, 10 a 14 dias. (na 
hiperinfecção por strongyloides associar ivermectina). 
- Tiabendazol: 25 mg/kg, VO, 2x/dia por 3 dias. 
- Nitazoxamida: 7,5mg/kg/dose (máx 500mg), 2x/dia 
por 3 dias. 
 
TRICHIURÍASE 
➔ Patologia e manifestações clínicas: 
Na sua fase adulta se fixa e ocasiona ulcerações na 
mucosa, possui uma capacidade aumentada de sugar. 
 
Cada verme suga cerca de 0,005 ml de sangue por dia, 
sendo assim, meu quadro clínico está diretamente 
relacionado com a carga parasitária. Desse modo, cada 
criança pode estar infectada por mais ou menos 2 a 5 mil 
vermes. 
 
Pode-se ter distensão abdominal, cólica, vômito, disenteria 
crônica com fezes mucossanguinolentas devido as múltiplas 
lesões na mucosa. Logo, é importante pensar em sintomas 
intestinais + fezes mucossanguinolentas. 
 
O paciente pode apresentar ainda uma anemia hipocrômica 
e microcítica devido à perda sanguínea e também uma 
desnutrição energético proteica devido a quantidade de 
parasitas. 
 
➔ Tratamento: 
Deve ser feito 3x com o intervalo de 15 dias. 
▪ 1ª linha: 
- Albendazol: 400mg, VO, 1x/dia por 3 a 7 dias. 
- Mebendazol: 100mg, VO, 1x/dia por 3 – 7 dias. 
▪ 2ª linha: 
- Ivermectina: 200 mcg/kg, VO, por 3 dias. (sinergismo 
com albendazol). 
- Nitrazoxamida: 7,5mg/kg/dose (máx 500mg), 2x/dia 
por 3 dias. 
OXIURÍASE 
➔ Patologia e manifestações clínicas: 
O parasita coloniza a mucosa do cólon e o paciente pode 
apresentar náusea, tenesmo, cólica abdominal e prurido 
anal intenso que piora a noite, pois faz parte do processo 
de migração das fêmeas. 
 
Nas meninas, pode haver uma migração do verme para o 
trato urinário, vulva ou vagina. 
 
➔ Tratamento: 
▪ 1ª linha: 
- Albendazol: 400mg, VO, dose única. (repetir em duas 
semanas)- Mebendazol: 100mg, VO, dose única. (repetir em 
duas semanas). 
▪ 2ª linha: 
- Pamoato de pirantel: 11mg/kg (máx 1g), VO, 1x/dia 
por 3 dias. 
- Nitrazoxamida: 7,5mg/kg/dose (máx 500mg), 2x/dia 
por 3 dias. 
 
TENÍASE 
Esse parasita possui dois tipos, tanto a tênia saginata 
(advêm do boi) quanto a solium (advêm do porco). 
É adquirida de acordo com o consumo de carne crua ou 
mal cozida. 
➔ Patologia e manifestações clínicas: 
Tem-se fadiga, dor abdominal, anorexia, irritação, tontura, 
náusea, vômito e associado à isso, mas a longo prazo, há 
perda de peso, variações entre diarreia e constipação, caso 
tenha uma eosinofilia moderada/intensa pode-se ter 
urticária, onde a tênia se fixa pode-se ter uma lesão e por 
serem grandes podem cursar com suboclusão ou migrar 
para o apêndice ocasionando apendicite. 
 
Ao longo do seu ciclo, seus ovos migram pela corrente 
sanguínea e podem parar no sistema neurológico, 
ocasionando a neurocisticercose. Nessa situação o paciente 
se torna o hospedeiro intermediário. 
 
➔ Tratamento: 
▪ 1ª linha: 
- Praziquantel: 5-10 mg, VO, dose única. 
Após o tratamento, as fezes devem ser coletadas por 3 
dias para procurar proglotes de tênia para identificação 
das espécies. As fezes devem ser reexaminadas para os 
ovos de tênia 1 e 3 meses após o tratamento para 
controle de cura. 
 
5 
5º SEMESTRE 2021.2 – UNIFTC PEDIATRIA 
JULIANA OLIVEIRA 
 ▪ 2ª linha: 
- Niclosamida: 50mg/kg, VO, dose única. 
- Nitazoxanida: 7,5 mg/kg/dose (max 500mg), 
2x/dia por 3 dias. 
HIMENOLEPÍASE 
➔ Patologia e manifestações clínicas: 
É a tênia anã. É assintomática na maioria dos casos, no 
entanto, se alta carga parasitária em crianças que têm 
alguma imunossupressão ou que são desnutridas, 
podem ter sintomas de cólica abdominal e diarreia. 
A contaminação ocorre por ingesta de artrópodes. 
➔ Tratamento: 
▪ 1ª linha: 
- Praziquantel: 25mg/kg/dia, VO, dose única. 
▪ 2ª linha: 
- Niclosamida: 11- 34 kg: 1g, VO, seguido por 500 
mg/dia, durante 6 dias. 
- Nitazoxanida: 7,5 mg/kg/dose (max 500mg), 2x/dia 
por 3 dias. 
DIFILOBOTRÍASE 
➔ Patologia e manifestações clínicas: 
É conhecido como tênia do peixe, é frequente nos 
pacientes que tem o costume de comer o peixe defumado 
ou cru, por isso é necessário saber a procedência desses 
alimentos antes de ingerir. 
São consumidores de vitamina B12, logo, cursam com uma 
anemia megaloblástica, assim, diferente dos outros tem-se 
uma anemia macrocítica. 
➔ Tratamento: 
▪ Niclosamida 
▪ Praziquantel 
▪ Suplementação de vitamina B12. 
PROTOZOOSES 
AMEBÍASE 
(ENTAMOEBA HISTOLYTICA) 
Tem-se a histolytica e a díspar (normalmente assintomática 
e também a mais comum). 
➔ Manifestações clínicas: 
Tem-se normalmente quadros assintomáticos, no entanto, a 
depender da carga parasitária do hospedeiro pode-se ter o 
quadro de uma colite desentérica, não desentérica ou 
necrosante e uma amebíase extra intestinal, sendo 
incomum na pediatria. 
 
▪ Colite desentérica 
▪ Colite não desentérica: 
▪ Colite necrosante 
➔ Tratamento: 
 
BALANTIDÍASE 
Proveniente do porco, logo, acomete mais comumente 
pessoas da zona rural. 
➔ Patologia e manifestações clínicas: 
Tem-se o acometimento da mucosa do ceco, 
desencadeando um processo inflamatório nesse local, que 
quando ocasiona sintomas tem-se um quadro semelhante à 
colite amebiana, alternando entre períodos de diarreia, 
remissão da doença e constipação. 
 
Em pacientes imunosupressos pode-se ter um quadro mais 
grave e ser fatal. 
 
➔ Tratamento; 
 
 
GIARDIA: 
➔ Patologia e manifestações clínicas: 
Tem-se um quadro clínico variável, de modo que a maioria 
será assintomática, exceto crianças desnutridas ou que tiver 
alguma outra doença primária ou carga parasitária mais alta. 
Acredita-se que na vida se tenha apenas uma infecção por 
giárdia e as recidivas sejam assintomáticas. 
 
O quadro clínico vai desde uma diarreia aguda até quadros 
mais graves e arrastados, que tendem a cronificação. 
Pode-se ter diarreia, náusea, vômito, distensão abdominal 
alta, dor epigástrica, flatulência. 
Como tende a cronificação pode haver todas as 
complicações associadas ao quadro de diarreia crônica. 
 
➔ Tratamento: 
 
 
 
 
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5º SEMESTRE 2021.2 – UNIFTC PEDIATRIA 
JULIANA OLIVEIRA 
 CRIPTOSPORIDIOSE 
➔ Patologia e manifestações clínicas: 
São as crianças que foram vistas de transmissão vertical, 
pode acometer principalmente crianças imunocompetentes, 
normalmente é assintomática, mas pode ter uma diarreia 
aguda e volumosa, no entanto, autolimitada, cessando em 
no máximo 2 semanas. 
Nos imunocomprometidos pode-se ter uma evolução de 
uma diarreia aguda de até 14 semanas para uma diarreia 
prolongada, cursando com algumas complicações. 
➔ Tratamento: 
 
 
ISOSPORÍASE 
É mais comum entre os imunossuprimidos. Invade os 
enterócitos, se multiplica e causa dano à essa estrutura. Já 
que há dano, tem-se uma diarreia aguda autolimitada, 
quando há imunodeficiência, tem-se um quadro mais 
arrastado e a síndrome de maior absorção. 
➔ Tratamento: 
 
 
BLASTOMICOSE 
Ocorre em pacientes imunossupressos, apresentam 
sintomas gastrointestinais inespecíficos como diarreia aguda 
que podem se cronificar. 
➔ Tratamento: 
 
CICLOSPORÍASE 
Quadro clínico muito parecido com a criptosporidiose, 
começando com uma diarreia aguda que tende a se tornar 
uma diarreia prolongada. 
➔ Tratamento: 
 
 
 
 
 
 
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