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Epidemias Mundiais Fitopatologia

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Importância das Doenças de Plantas
1- Algumas Epidemias Famosas: 
a) Fome, morte e emigração: Irlanda 1845 – 1846 
A batata tornou-se a base da alimentação dos habitantes do norte da Europa Ocidental. Ela desalojou os cereais desta posição devido a sua alta produtividade, fácil adaptação, alto valor nutritivo. Quanto mais rural a área, mais a batata pesava na dieta; quanto mais pobre a região, mais batata se comia. Não raro o cardápio destas casas simples consistia de sopa de batata no café da manhã, batata cozida no almoço e batata assada no jantar. Por mais inacreditável que seja, a razão diária de batata de um trabalhador irlandês consistia quase em 4 a 8kg de batatas frescas. Além disso, ocorriam poucos problemas fitossanitários na lavoura e a produção era estável. Por volta de junho de 1845, surge uma nova doença – hoje conhecida como requeima – causada pelo fungo Phytophthora infestans. Os primeiros casos ocorreram na Bélgica, logo após em Flandes, Holanda e França.
A doença era tão destrutiva que todos os jornais da época se ocuparam do assunto. Na Irlanda as consequências são ainda hoje inimagináveis: dois milhões de mortos e um milhão de emigrantes. 
b) A catástrofe de Bengala:
Corria o ano de 1942. A guerra atingia seu apogeu na Ásia. O então vitorioso exército japonês encontrava-se as portas da Índia Oriental. Os anos de guerra haviam consumido todo o estoque de alimentos da região. Em Bengala, hoje dividido em Índia e Bangladesh, a situação tornava-se desesperadora. Dependente do arroz para a sua alimentação, os habitantes de Bengala viam com terror suas plantações serem dizimadas por um fungo, naquela época chamado Helminthosporium aryzae. O clima de Bengala este ano, mostrava-se chuvoso e encoberto. As variedades precoces de arroz conseguiam fugir de parte das chuvas e ainda produziram pouco. As tardias foram atingidas em cheio – 75% a 90%. A fome foi inevitável. Com os japonenes ocupando a vizinha Birmânia, a importação de arroz foi suspensa. 
c) Os Ingleses e o chá: 
O café adaptou-se no longínquo Ceilão tão bem quanto a batata na Irlanda. A área ocupada por esta cultura passou de insignificantes 200ha em 1835 para quase 200 mil em 1870. Toda a produção era exportada para a Inglaterra. E assim os ingleses foram considerados bebedores de café. Em 1869, o diretor do Jardim Botânico Real de Peradenija enviou para Londres algumas folhas de café precocemente caídas, que apresentavam algumas lesões recobertas por um pó amarelo. O reverendo M.J. Berkeley aquele mesmo que ajudara a desvendar a origem fúngica da requeima da batata, logo viu que era uma ferrugem o problema das folhas, e batizou o agente causal como Hemileia vastatrix. A partir de 1869, as plantações foram definhando e a produção de café caiu para praticamente 0. A falência atingiu todos os produtores e o Banco do Oriente. Os nativos passaram fome pois sem café, como iam pagar pelo arroz importado? A preocupação dos ingleses era achar outra bebida, quente e estimulante: o chá foi a solução. 
d) O Fogo de Santo Antônio: 
Um corpo inchado, obsceno, cor púrpura, semelhante a uma espora de galo origina-se quando Claviceps purpúrea infecta as sementes de centeio. A esta estrutura os micologistas chamam de escleródio. Os franceses referem-se a ela por: ergot; os ingleses por: cockspur; entre nós é conhecida como esporão. Seu interior contém grandes quantidades de alcaloides, incluindo o LSD. A ingestão do pão contaminado com estes alcaloides produz uma série terrível de sintomas: aborto, dedos formigam, altas temperaturas, problemas mentais e morte, queda dos membros. A doença ficou conhecida por Fogo de Santo Antônio porque a Ordem de Santo Antônio cuidavam dos doentes de ergostismo. 
 
e) Helminthosporium maydis e os hambúrgueres perdidos: 
Os produtores de sementes de milho híbrido devem, efeturar cruzamentos controlados. No principio o controle era conseguido pelo despendoamento manual da linhagem fêmea, operação muito cara. Para economizar com esta mão de obra os produtores passaram a empregar linhagens fêmeas com pólen estéril. Tudo vinha correndo bem até que em 1970 uma nova raça de Helminthosporium maydis especialmente adaptada para atacar híbridos portadores de citoplasma macho-estéril, foi detectada na Flórida. Sua disseminação foi explosiva e devastadora. 
2- Epidemias Brasileiras Famosas 
a) O mosaico da cana-de-açucar: introduzido no Brasil na década de 20, provavelmente por toletes contaminados trazidos da Argentina. Disseminação rápida. 
b) A tristeza dos citros: final da década de 30, São Paulo, as árvores afetadas tinham seu crescimento paralisado, produção diminuída, seca generalizada de galhos e por fim morriam. 
c) Cancro Cítrico: 1957, Xanthomonas campestris pv. citri. 
d) O mal do Panamá e a banana Maçã: fungo Fusarium oxysporium f.sp. cubense. 1930. 
e) Carvão da cana-de-açucar: década de 40 a 80: Ustilago scitaminea 
f) O mal das folhas da seringueira.

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