Buscar

Artigo1 sindrome do ovario policistico

Prévia do material em texto

Recebido em 31.05.2005.
Aprovado pelo Conselho Consultivo e aceito para publicação em 04.07.2005. 
* Trabalho realizado na Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina (Unifesp - EPM) - São Paulo (SP), Brasil.
1 Médica Comissionada, Departamento de Dermatologia, Mestre em Dermatologia - Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina(Unifesp-EPM) - São Paulo 
(SP), Brasil.
2 Médica, Departamento de Dermatologia, Doutora em Dermatologia - Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina (Unifesp - EPM) - São Paulo (SP), Brasil.
3 Médica, Departamento de Dermatologia, Mestre em Dermatologia - Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina (Unifesp - EPM) - São Paulo (SP), Brasil.
4 Médica Voluntária, Departamento de Dermatologia - Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina (Unifesp - EPM) - São Paulo (SP), Brasil.
5 Professor Adjunto, Departamento de Dermatologia, Mestre em Dermatologia - Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina (Unifesp - EPM) - São Paulo 
(SP), Brasil.
©2005 by Anais Brasileiros de Dermatologia
Hiperandrogenismo e pele: síndrome do ovário policístico e
resistência periférica à insulina*
Hyperandrogenism and skin: polycystic ovary syndrome
and peripheral insulin resistance*
Samira Yarak1 Ediléia Bagatin2 Karime Marques Hassun3
Meire Odete Américo Brasil Parada4 Sérgio Talarico Filho5
395
An Bras Dermatol. 2005; 80(4):395-410.
Artigo de Revisão
Resumo: A síndrome do ovário policístico é distúrbio endócrino feminino, extremamente comum
na idade reprodutiva. Caracteriza-se por anormalidades menstruais, hiperandrogenismo e/ou hipe-
randrogenemia. A principal alteração na fisiopatologia é desconhecida. Entretanto, parece que a
resistência à insulina, o hiperandrogenismo e a alteração na dinâmica das gonadotropinas são os
mais importantes mecanismos fisiopatológicos envolvidos. As características clínicas mais freqüen-
tes da síndrome do ovário policístico estão relacionadas com a unidade pilossebácea, como hirsu-
tismo, acne, seborréia e alopecia. Desse modo, o dermatologista pode ser responsável pelo diagnós-
tico precoce da síndrome, evitando o retardo na instituição de medidas terapêutico-preventivas.
Atualmente, as drogas recomendadas para as manifestações cutâneas da síndrome do ovário policís-
tico são os contraceptivos orais conjugados, antiandrógenos e sensibilizantes de insulina e, além
disso, é geralmente recomendada a modificação no estilo de vida. Trata-se de artigo de revisão sobre
diagnóstico, fisiopatologia e tratamento da síndrome do ovário policístico. Os autores enfatizam que
o conhecimento da fisiopatologia dessa síndrome, principalmente pelos dermatologistas, é funda-
mental para seu tratamento preventivo, nas diferentes fases da vida da mulher. 
Palavras-chave: Hiperandrogenismo / diagnóstico; Hiperandrogenismo / terapia; Pele; Resistência à
insulina; Sistema hipotálamo-hipofisário
Abstract: The polycystic ovary syndrome is an extremely common endocrine disorder in women
of chilbearing age. It is characterized by menstrual disturbance, hyperandrogenism and/or
hyperandrogenemia. The primary pathophysiological defect is unknown, but important characteristics
include insulin resistance, androgen excess and impaired gonadotropin dynamics. The most
frequent clinical characteristics of polycystic ovary syndrome are associated with the piloseba-
ceous unit, such as hirsutism, acne, seborrhea and alopecia. Thus, the dermatologist may be res-
ponsible for making an early diagnosis of the syndrome, thus preventing delay in establishing pre-
ventive and therapeutic measures. The current management recommended for skin manifesta-
tions of polycystic ovary syndrome includes combined oral contraceptives, antiandrogens and
insulin-sensitizing agents, besides changes in life style. This is a review article on diagnosis,
pathophysiology and treatment of polycystic ovary syndrome. The authors emphasize that a clear
understanding of pathophysiology of this syndrome, especially by dermatologists, is crucial for its
preventive treatment through the different phases in the life of women. 
Keywords: Hyperandrogenism / diagnosis; Hyperandrogenism / therapy; Skin; Insulin resistance;
Hypothalamic-pituitary axis; Treatment
Revista80N480.qxd 08.09.05 11:34 Page 395
INTRODUÇÃO
Hiperandrogenismo é o termo utilizado para
descrever os sinais clínicos, devidos ao aumento da
ação biológica dos andrógenos.1-3 Hiperandrogenemia
ou hiperandrogenismo bioquímico é o aumento dos
andrógenos no sangue.2 A expressão clínica máxima
do hiperandrogenismo é a virilização.2 O hiperandro-
genismo idiopático caracteriza-se pela presença de
expressão clínica e ausência das alterações bioquími-
cas, e o oculto, pela ausência de expressão clínica e
presença de alterações bioquímicas.2
O hiperandrogenismo no sexo feminino ocasio-
na quadro clínico de severidade variável, incluindo
puberdade precoce, hirsutismo, acne, seborréia, alo-
pecia, distúrbios menstruais e disfunção ovulatória
com infertilidade durante a vida reprodutiva, síndro-
me metabólica, disfunção psicológica e virilização.1,2,4
A intensidade e extensão dessas manifestações clínicas
dependem de vários fatores,* e não existe correlação
estrita entre a intensidade do quadro clínico e as alte-
rações bioquímicas.2-4
Várias etiologias podem levar ao hiperandroge-
nismo feminino, desde um quadro funcional de dese-
quilíbrio hormonal2,5 nos ovários e adrenais (síndro-
me do ovário policístico - SOPC e hiperplasia adrenal
congênita - forma não clássica - HAC-NC) até o câncer
de ovários ou adrenais.2
A principal causa de hiperandrogenismo no
sexo feminino é a funcional ovariana ou SOPC,6-9 que
representa dois terços das mulheres hiperandrogêni-
cas,2,6 e metade dos casos de SOPC é acompanhada do
hiperandrogenismo funcional adrenal.2,4,9
A SOPC apresenta quadro clínico bastante hete-
rogêneo4,6-9 e é a endocrinopatia mais comum nas
mulheres em idade fértil,10 com prevalência de 6% a
10%.6,11,12 Caracteriza-se por hiperandrogenismo clíni-
co e/ou bioquímico e irregularidades menstruais,10 e,
provavelmente, é a causa mais comum de hirsutismo
e infertilidade.6 A etiopatogenia permanece desconhe-
cida,7,11 apesar de terem sido descritas associações
com as várias anormalidades bioquímicas.6,7,13
Stein, Leventhal14 foram os primeiros a reconhe-
cer a associação entre ovários aumentados e policísti-
cos com amenorréia, hirsutismo e obesidade. A SOPC
foi associada à hiperplasia adrenal8,15 e, ulteriormente,
à hiperinsulinemia,16 tornando-se evidente sua morbi-
dade metabólica e reprodutiva. Posteriormente,
outros pesquisadores17-19 observaram que o defeito se
situava no receptor de insulina e que a hiperinsuline-
mia estava presente em mulheres obesas e não obe-
sas.20 A partir desse período, a associação entre hipe-
randrogenismo, hiperinsulinemia21,22 e alteração dos
lipídios séricos23-25 obteve especial atenção por ser
capaz de alterar o prognóstico da SOPC.23
Vários fatores contribuem para as dificuldades
no diagnóstico da SOPC. O National Institute of Child
Health & Human Development (NIHD/NICHD)26 con-
siderou critérios diagnósticos da SOPC a presença de
anovulação crônica, hiperandrogenismo e/ou hipe-
randrogemia e a exclusão de outras doenças endócri-
nas com fenótipo semelhante. A European Society of
Human Reproduction and Embryology e a American
Society for Reproductive Medicine9 (ESHRE/ASRM)
propuseram, além da exclusão de outras doenças, a
presença de dois dos três critérios: 1) disfunção mens-
trual com oligovulação ou anovulação, 2) hiperandro-
genismo ou hiperandrogenemia e 3) presença ou não
de ovários policísticos. 
O diagnóstico precoce da SOPC é importante,
em princípio, pela possibilidade de se prevenir o
desenvolvimento de doenças associadas à síndrome.
Assim, o dermatologista poderá ser responsável por
esse diagnóstico, devido às manifestações cutâneas do
hiperandrogenismo. O objetivo desta revisão é a atua-lização, em relação à fisiopatologia, ao diagnóstico e
tratamento da SOPC, visto que, nos últimos 10 anos foi
possível correlacionar a fisiopatologia e o tratamento,
em especial, à resistência periférica à insulina.
EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-OVÁRIOS-ADRE-
NAIS - BIOSSÍNTESE DE ANDRÓGENOS E FATO-
RES QUE ENVOLVEM A SUA PRODUÇÃO E O
PAPEL DA INSULINA
1. Eixo hipotálamo-hipófise-ovários-adrenais 
O hipotálamo e a hipófise são as estruturas
reguladoras do sistema endócrino.5 As informações
sensoriais e endócrinas são processadas e integradas
no cérebro, mediante a conexão da hipófise com os
neurônios do hipotálamo ou o sistema portal.3,5 No
lobo anterior da hipófise, o sistema portal secreta
peptídeos que se ligam a receptores específicos da
membrana celular, iniciando a liberação (RH) ou ini-
bição (RIH) de hormônios** (Quadro 1).3,5,27,28 O hipo-
tálamo estimula a produção de gonadotropinas na
hipófise, por meio da liberação pulsátil do hormônio
liberador de gonadotropinas (GnRH), aumentando a
transcrição dos genes das gonadotropinas (hormônio
luteinizante - LH e hormônio folículo estimulante -
FSH) (Figura 1A).27,28 Assim, a freqüência de estímulo
pulsátil do GnRH determina, em parte, a proporção
396 Yarak S, Bagatin E, Hassun KM, Parada MOAB, Talarico Filho S.
An Bras Dermatol. 2005; 80(4):395-410.
* Etiologia, sexo, idade, associação a outros transtornos hormonais e fatores individuais de suscetibilidade.2
** Mecanismos de feedback positivo e negativo.
Revista80N480.qxd 08.09.05 11:34 Page 396
Hiperandrogenismo e pele: síndrome do ovário policístico... 397
relativa da síntese de LH e FSH.27 O aumento da fre-
qüência do pulso de liberação de GnRH favorece a
transcrição da subunidade β de LH sobre a de FSH; de
maneira contrária, a diminuição da freqüência de
pulso de GnRH favorece a transcrição da subunidade
β de FSH, diminuindo a taxa de transcrição de LH
sobre a FSH.27,28
2. Biossíntese de andrógenos e fatores que
envolvem a sua produção 
Os andrógenos são derivados do colesterol e,
no sexo feminino, são sintetizados pelos ovários,
adrenais e nos locais de conversão extraglandulares
dos esteróides (fígado, músculos, pele e tecido adipo-
so).29,30 No tecido muscular e adiposo ocorre a aroma-
tização dos andrógenos, isto é, a testosterona (T) e a
androstenediona (A) são convertidas em estrógenos -
estrona e estradiol - enquanto na unidade pilossebá-
cea e pele, a T é convertida em diidrotestosterona
(DHT) pela enzima 5α redutase 1 ou 2 (Figura 1B).29
An Bras Dermatol. 2005; 80(4):395-410.
Neuro-hormônios Estrutura Efeito Hipófise anterior Tecido-alvo
(hipotálamo)
TRH peptídeo + TSH Tireóide
PRL Mama
GnRH* peptídeo + LH, FSH Ovários
PRL (?) Mamas (?)
Dopamina amina - LH Ovários
FSH
PRL Mamas
TSH Tireóide
CRH peptídeo + ACTH Adrenal
GHRH peptídeo + GH Ossos
VIP peptídeo + PRL Mamas
Somatostatina peptídeo - GH Ossos
- TSH Tireóide
QUADRO 1: Neuro-hormônios do hipotálamo
Fontes: Perez Gutierrez JF et al3, Herman JP et al5
TRH - hormônio liberador de tireotropina LH - hormônio luteinizante
CRH - hormônio liberador de corticotropina FSH - hormônio folículo estimulante
GnRH - hormônio liberador de gonadotropinas TSH - hormônio estimulante da tireóide
GHRH - hormônio liberador do hormônio do crescimento PRL - prolactina
VIP - peptídeo intestinal vasoativo GH - hormônio do crescimento
ACTH - hormônio adrenocórticotrópico
+ = estímulo
- = inibição
* sob condições fisiológicas ou de pulsos intermitentes. O uso contínuo de GnRH inibe o FSH e LH.
A unidade pilossebácea e a pele representam as
estruturas-alvo dos andrógenos, explicando assim, a
fisiopatologia das manifestações cutâneas do hiperan-
drogenismo (hirsutismo, acne, seborréia e alopecia).2 
O 3α androstenediol glucoronídeo (3α diol G)
origina-se da conversão da DHT e da A, por ação da
5αredutase. É considerado marcador da ação biológi-
ca dos andrógenos na unidade pilossebácea, e a pele
é o principal local da sua produção.2,4,29,30
A biossíntese dos andrógenos (Figura 2) é
mediada pelo citocromo P-450c-17, uma enzima
com atividades 17α hidroxilase, 17, 20-liase e 17β-
hidroxiesteróide desidrogenase (17β HSD ou 17β
R). Os andrógenos (A e T) são aromatizados pela
enzima aromatase (citocromo p-450 aromatase) em
estrona.27,29,31
Nos ovários, os andrógenos são precursores da
produção de estrógenos, e sua produção está sob o
controle do LH/FSH (Figuras 1A e 2, e Quadro 2).29,30,32
A função ovariana normal é determinada pela ação
Revista80N480.qxd 08.09.05 11:34 Page 397
combinada de LH nas células da teca, corpo lúteo e
estroma, e de FSH nas células da granulosa.28
O FSH estimula a síntese dos estrógenos, assim
como da inibina, ativina e folistatina nas células da
granulosa.33 As secreções de SHBG, IGF, inibina, ativi-
na e folistatina pelas células da granulosa modulam a
quantidade de andrógenos formados em resposta ao
LH.34-36 A insulina e o fator de crescimento insulínico
(IGF) aumentam a ação do FSH nas células da granu-
losa (Figura 1A).13,31,32,34
Oitenta por cento da T circulante apresenta-se
ligada a uma proteína produzida pelo fígado, a β-glo-
bulina (SHBG), 19% à albumina, e apenas 1% é livre
e responsável pelo efeito periférico dos andróge-
nos.3,29,30
A elevação dos níveis da β-globulina está corre-
lacionada ao aumento da concentração de estrógenos
e hormônios tireoidianos, enquanto os andrógenos, a
obesidade, os glicocorticóides, o hormônio do cresci-
mento (GH) e insulina inibem sua síntese.3,29
A conexão de andrógenos com os receptores
de andrógenos (AR) está correlacionada ao DNA, à
produção do RNA-mensageiro e de proteínas enzimá-
ticas necessárias a sua ação (Figura 1B).4,31
3. O papel da insulina 
A insulina é um polipeptídeo secretado pelas
células β do pâncreas, com importante papel na
homeostase da glicose.4,19,31 Os tecidos-alvo clássicos
incluem o hepático, muscular e adiposo. As expres-
sões sensibilidade à insulina e resistência à insulina
(RI) referem-se à ação da insulina na homeostase da
glicose.4,19,31
FISIOPATOLOGIA DA SOPC
A heterogeneidade da SOPC reflete a participa-
ção de múltiplos mecanismos fisiopatológicos (Figura
3). Entretanto, o quanto cada um contribui para gerar
a SOPC ainda permanece desconhecido. 
Anormalidades bioquímicas13 foram descritas e
parece que o defeito primário é a RI no tecido mus-
cular e adiposo, com hiperinsulinemia compensató-
adipócitos
leptina
inibina
inibina/ativina
Folistatina
Insulina
aromatase Te 
livre
Te
AR
DHT
ativina
A, SDHEA, DHEA
T, A ,SDHEA
ACTH
T1
E
Adrenal
SHBG
H
GHGR
VIP
CGR
GnRH
LH
GH
PRL?
IGF-I
FSH
E
TGF α e β
IGF-II
IGFPB-1
Fígado
Pâncreas
Núcleo
RNA
mensageiro
DNA
5α
redutase
Células de tecidos periféricos
FIGURA 1A E 1B: Fatores envolvidos na regulação da esteroidogênese e o efeito periférico dos andrógenos
FIGURA 1A: Regulação da esteroidogênese. FIGURA 1B: Efeito periférico dos andrógenos.
�PRL - prolactina, TGFα e β - fator de crescimento e transformação αβ, E - estradiol, VIP - peptídeo intestinal vasoativo, CRH - hormônio
liberador de corticotropina, GHRH - hormônio liberador do hormônio do crescimento, Te - testosterona
�O fígado é a maior fonte de IGF-1, apesar de o fator estar presente em outros tecidos. O GH controla a síntese de IGF-1
�Inibina e ativina pertencem à superfamília do fator beta de crescimento e transformação (transforming growth factor-beta - TGFbeta) e
são moduladores da secreção de FSH.33,34 Inibina é uma glicoproteína secretada pelas células da granulosa do folículo ovariano, placenta e
outros tecidos, e inibe a secreção de FSH, enquanto a ativina é sintetizada pela hipófise e células da granulosa do folículo ovariano e
estimula a secreção de FSH.35,36 Folistatina é um peptídeo que se liga à ativina, inibindo suas ações34
�O efeito periférico dos andrógenos depende da quantidade de Tl, da atividade da enzima 5α redutase e dos receptores periféricos de
andrógenos (AR) 
�A especificidade das reações em diferentes tecidos aos hormônios esteróides depende dapresença de receptores protéicos específicos
intracelulares.3,4
An Bras Dermatol. 2005; 80(4):395-410.
398 Yarak S, Bagatin E, Hassun KM, Parada MOAB, Talarico Filho S.
Revista80N480.qxd 08.09.05 11:34 Page 398
ria, ainda que os ovários permaneçam sensíveis à
insulina.19,37-39 Além disso, é provável que a RI possa
estar relacionada com a disfunção intrínseca das célu-
las β-pacreática.38
A etiologia genética pode estar associada, prin-
cipalmente pelo aumento da freqüência da síndrome40
e de RI,41 em mães e irmãs de pacientes com SOPC.
Portanto, o modelo de hereditariedade permanece
incerto e desconhecido, bem como a participação de
vários fatores ambientais, como dieta e estilo de vida. 
Outra característica importante na SOPC é a
alteração na dinâmica das gonadotropinas.4,9 Estudos
in vivo e in vitro (cultura de células teca), em mulhe-
res com a SOPC, sugerem que as células da teca são
mais eficientes para converter os precursores de
andrógenos em T do que as células normais. A capa-
cidade dessas células em aumentar a produção de
andrógenos é intrínseca e, possivelmente, genetica-
mente determinada.29,30 Outros estudos42,43 observa-
ram, in vivo, anormalidades das células da granulosa
de mulheres com a SOPC.
As teorias propostas para explicar a fisiopatologia
da SOPC podem ser classificadas em quatro categorias:
a) defeito único, na ação e secreção da insuli-
na, ocasionando hiperinsulinemia e RI;
b) defeito primário neuroendócrino, ocasio-
nando aumento da freqüência de pulso e amplitude
do LH;
c) defeito na síntese de andrógenos, resultan-
do em aumento da produção dos andrógenos ovaria-
nos; e
d) alteração no metabolismo do cortisol, resul-
tando em aumento da produção dos andrógenos
adrenais.
1. Hiperinsulinemia e RI 
Acredita-se que a hiperinsulinemia seja a altera-
ção bioquímica, central e, provavelmente, hereditária
da SOPC (Figura 4). Em 1980, foi reconhecida a asso-
ciação do hiperandrogenismo, resitência à insulina e
acantose nigricans (síndrome de Hairan).16 Desde
então, a RI foi a melhor correlação bioquímica da
acantose nigricans.4
A insulina pode atuar por meio dos receptores
de insulina, que estão amplamente distribuídos nos
ovários,44,45 pelos receptores do IGF-I ou ainda por
receptores híbridos, que contêm combinação das
subunidades α e β dos receptores de insulina e IGF-
I.46 Parece haver uma predisposição genética hereditá-
LH
FSH
Ovário (célula da teca)
Ovário (célula da granulosa)
Estrona Estradiol
Inibina
IGF
Insulina
Colesterol
Progesterona
17OH-Progesterona17OH-pregnenolona
Androstenediona
5α redutase
Testosterona
aromatase aromatase
(SHBG,Tel, Te-A)
Pregnenolona
DHEA
DHT
desmolase 3 β
17,20 3 β 17 α
17, 20
17 β−R 
17 β−R 
5 α
−R
 
17 α 3 β
AR - 
3α diol
tecidos
periféricos
(+)
(-)
(+)
(-)
AdrenalColesterol
Progesterona DOC aldosterona
11 desoxicortisol
cortisol
OH-androstenediona
17OH-Progesterona17OH-pregnenolona
Androstenediona
Pregnenolona
DHEA
desmolase 3 β
17 α 3 β 17 α
11 β - 18
11 β− 
21
11 β− 17, 2017 α 3 β
SDHEA
17 β−R 17 β−R 
Testosterona
�17-OH - 17 hidroxi, 3β - 3β hidroxidesidrogenase, Te-A - testos-
terona ligada à albumina, 11β - 11β hidroxilase, 17α - 17 hidroxi-
lase, 17,20 - 17,20liase, 17β R - 17β redutase, DOC - acetato de des-
oxicorticosterona,18 - 18 aldosterona sintetase, 21 - 21 hidroxilase 
�No córtex adrenal, os andrógenos são precursores da síntese
dos glicocorticóides e mineralocorticóides, e sua produção está
sob o controle do ACTH (hormônio adrenocorticotrópico)30
�Os receptores de LH nos ovários estão presentes nas células da
teca, corpo lúteo e estroma, enquanto os receptores de FSH estão
nas células granulosas30
FIGURA 2: Esteroidogênese. Modelo da biossíntese
dos andrógenos nos ovários e adrenais
Hormônios Ovários Adrenal
Androstenediona 50% 50%
Testosterona total 5-20% 0-30%
DHEA 1-10% 90%
SDHEA 5% 95%
QUADRO 2: Percentagem da produção de andrógenos
em relação aos ovários e adrenais
Fontes: Spinedi E et al1, Perez Gutierrez JF et al3
An Bras Dermatol. 2005; 80(4):395-410.
Hiperandrogenismo e pele: síndrome do ovário policístico... 399
Revista80N480.qxd 08.09.05 11:34 Page 399
An Bras Dermatol. 2005; 80(4):395-410.
Hipotálamo
secreção LH
secreção FSH
Ovário
Estimado no
estroma e na teca
Tecido adiposo
Aromatização
extraglandular
Andrógenos da adrenal
(cortisol plasmático normal)
Anovulação
crônica maturação
do folículo
FSH
plasmático
LH plasmáticoestrona
ACTH
Metabolismo do cortisol
atividade da 5α redutase
(Fígado)
atividade 11β HSD1
(Fígado tecido adiposo)
Obesidade
Adrenal
Excesso de
andrógenos secreção de
andrógenos
ovarianos
FIGURA 3: Fisiopatologia da SOPC
Fontes: American Association of Clinical Endocrinologists2, Rosenfield RL4, The Rotterdam ESHRE/ASRM et al9
�O excesso de andrógenos na SOPC pode ser ovariano e/ou adrenal e, conseqüentemente, o aumento da biossíntese de andrógenos
ovarianos resulta em anormalidades em todo o eixo hipotálamo-hipófise-ovários2,4,9
�O aumento periférico do metabolismo do cortisol, por alteração na atividade da 5α redutase e/ou da 11 beta hidroxilase, pode 
desenvolver a SOPC.49 Entretanto, nas mulheres com a SOPC, a causa dessa alteração permanece desconhecida49
Obesidade abdominal
História familiar de DM tipo 2
Predisposição genética - SOPC
Envelhecimento 
Gravidez
Drogas (corticoesteróides, diuréticos tiazídicos e danazol)
Estilo vida (deficiência de exercício físicos, fumante)
Altera metabolismo do
colesterol e das 
lipoproteínas
HIPÓFISE
Pulso e amplitude de LH
SOPC
Testoesterona livre
estradiol
IGF-I 
SHBG
IGBP-I
Resistência à insulina
hiperinsulinemia
Receptor da insulina - da fosforilação da serina
Transporte de glicose
P450c-17
Alteração dos
andrógenos
OVÁRIO
Androstenediona
Testosterona
ADRENAL
DHEA
SDHEA
�Na patogênese do
hiperandrogenismo da
SOPC, o modo de ação da
insulina pode ser direto
e/ou indireto44,45
�DM - diabete melito,
P450c-17 - citocromo, 11
HSD1 - 11 hidroxilase
�Terapia da SOPC
novo alvo 
alvo tradicional 
FIGURA 4: Resistência periférica à insulina e SOPC
Fontes: Kidson W37, Tsilchorozidou T49
400 Yarak S, Bagatin E, Hassun KM, Parada MOAB, Talarico Filho S.
Revista80N480.qxd 08.09.05 11:34 Page 400
ria nos mecanismos pós-receptores à ação da insuli-
na, pois há muitas mulheres obesas e com RI que não
desenvolvem a SOPC.19,46
O receptor de insulina pertence à família de
receptores tirosina-quinase, que inclui fator de cres-
cimento insulínico (IGF-I), fator de crescimento epi-
dérmico, fator de crescimento dos fibroblastos, fator
de crescimento derivado das plaquetas e fator de
crescimento estimulante da colônia-I, e os vários
receptores de citocinas.18,19 O fator que induz a fosfo-
rilação da serina no receptor de insulina e no cito-
cromo P450-c17α parece ser uma proteína-quinase
que causa RI e hiperandrogenismo, respectivamente.
O fator responsável pela fosforilação da serina é
geneticamente determinado. Assim, o defeito genéti-
co na fosforilação da serina, poderia explicar a asso-
ciação de SOPC e RI.19,24 A hiperinsulinemia aumenta
a produção de andrógenos nos ovários e dos fatores
de crescimento insulínico I e II (IGFs) no fígado.37,39
O efeito direto da insulina e do IGF-I é o aumento de
atividade da 17-hidroxilase nos ovários, causando
hiperprodução androgênica, principalmente da A e
da T e de seu precursor, a 17-hidroxiprogesterona
(17-OHP).46 O IGF-I inibe a enzima aromatase, impe-
dindo, assim, a conversão da T em estrógenos.47
Indiretamente, a insulina parece potencializar a ação
do LH nos ovários.48 Outro efeito da hiperinsuline-
mia, assim como a obesidade, é o de diminuir a pro-
dução hepática de SHBG, a proteína que transporta
o hormônio sexual, e de IGFBP-I, a proteína que
transporta IGF-I ou proteína ligante de IGF-I, contri-
buindo para ação mais ampla de testosterona livre
(Tl) e IGF-I, respectivamente nas células-alvo.45,49
Intolerância a glicose, leptina e lípidios 
A SOPC é fatorde risco mais importante para
intolerância a glicose do que a raça ou etnia.24 A asso-
ciação familiar entre SOPC e diabete gestacional (tipo
I e II) é controversa.50,51
A leptina* parece apresentar efeito direto na
esteroidogênese ovariana, por causa da presença de
receptores de leptina nas células da teca e granulosa,
e, além disso, as células da granulosa podem sinteti-
zar leptina (Figura 1A).52-54 É provável que a resistên-
cia periférica à insulina seja responsável pela diminui-
ção da concentração da leptina55 e resistina56 nos adi-
pócitos das mulheres com SOPC. 
Na SOPC, o colesterol total está aumentado,
por causa do aumento da fração da lipoproteína de
baixa densidade (LDL); entretanto, a fração da lipo-
proteína de alta densidade (HDL) está diminuída. A
concentração sangüínea de triglicérides está aumen-
tada, assim como a concentração do inibidor do ati-
vador de plasminogênio (PAI). O aumento do PAI e a
alteração dos lipídios parecem ser responsáveis pelo
aumento da incidência de hipertensão arterial, doen-
ça coronariana e trombose na SOPC.57
2. Defeito no sistema neuroendócrino
Em geral, a secreção inadequada de gonado-
tropinas está associada à forma clássica da SOPC. O
aumento da secreção de gonadotropinas está asso-
ciado ao aumento da atividade do pulso gerador de
GnRH e à resposta da hipófise ao GnRH. A síntese e
secreção de LH e FSH são dependentes do estímulo
pela GnRH, que se caracteriza por freqüências rápi-
das e lentas, favorecendo a secreção dos mesmos,
respectivamente.58 A desregulação do mecanismo de
secreção do GnRH ainda não está esclarecida.
Postulou-se, por meio de observações no período
peripuberal (adrenarca), no sexo feminino, que as
alterações nas informações do sistema neuronal pela
insulina, IGFs (IGFI e IGFII) e esteróides sexuais
poderiam induzir a desregulação do pulso gerador
da atividade do GnRH.42,59 A fraca aromatização peri-
férica dos andrógenos a partir da A e a concentração
de estrona são capazes de aumentar a sensibilidade
hipofisária ao GnRH pela ação direta na síntese de
gonadotropinas, bem como a sensibilidade dos
receptores de GnRH,60 contribuindo para a patogê-
nese da SOPC e justificando o aumento nas concen-
trações de LH e a resposta exagerada de LH ao
GnRH. Marshall et al.58 observaram anormalidades
na função dos neurotransmissores hipotalâmicos.**
Entretanto, ainda não foi esclarecido se esses neuro-
transmissores podem ter algum papel na fisiopatolo-
gia da SOPC. Na SOPC, durante a fase folicular, há
desproporção entre as gonadotropinas, isto é, a
secreção pulsátil de LH apresenta-se aumentada, e a
de FSH, diminuída.60 O aumento da relação
LH/FSH*** de 2:1 para 3:1 é o indicador da secreção
anormal das gonadotropinas.61-63
3. Defeito na síntese de esteróides ovarianos 
As mulheres com SOPC apresentam aumento
da freqüência de pulso do GnRH28 e de LH,64 e, con-
seqüentemente, da síntese de andrógenos ovaria-
nos.28,29,49,64 Ainda não está claro se o aumento da fre-
* Os indivíduos obesos apresentam resistência à ação da leptina.52, 53
** Dopamina, opióides e sistema alfa-adrenérgico.
*** A prevalência do aumento dessa taxa varia de 30% a 90%. A razão dessa variabilidade é devida ao número e intervalo das amostras cole-
tadas e da especificidade das gonadotropoínas. O gene responsável pela especificidade apresenta-se na subunidade β do LH, e mutações
nessa subunidade parecem estar associadas à disfunção gonodal e infertilidade.61- 63
An Bras Dermatol. 2005; 80(4):395-410.
Hiperandrogenismo e pele: síndrome do ovário policístico... 401
Revista80N480.qxd 08.09.05 11:34 Page 401
402 Yarak S, Bagatin E, Hassun KM, Parada MOAB, Talarico Filho S.
qüência de pulso do GnRH é devido a anormalida-
des intrínsecas no pulso gerador de GnRH ou causa-
do pelos níveis relativamente baixos de progestero-
na, resultando em ciclos anovulatórios (Figura 3).28,29
Estudos realizados com cultura de células da
teca sugerem que essas células, na SOPC, são mais
eficientes em converter precursores de andrógenos
em T do que as células normais29 e que também há
a desregulação da esteroidogênese ovariana, por
alterações nas enzimas 17-hidroxilase e 17, 20-
liase, ou seja, no citocromo P450c das células da
teca.28,30,49 Além disso, o efeito sinérgico da hiperin-
sulinemia e o aumento IGF não podem ser excluí-
dos.48,49,65
Nas mulheres com SOPC, a concentração de
folistatina apresentava-se mais elevada, e a de activi-
na, mais baixa do que nas mulheres sem SOPC.66
O metabolismo periférico dos esteróides reve-
lou-se alterado na SOPC, principalmente, nos tecidos
adiposo e muscular, e na unidade pilossebácea.
Assim, o hirsutismo, a acne, a seborréia e a alopecia
são comuns, refletindo o hiperandrogenismo que
pode ou não ser progressivo. 
O tecido adiposo apresenta a capacidade de
formar T e estrona a partir de precursores inativos,67
contribuindo para o aumento dos esteróides. Na uni-
dade pilossebácea, há aumento da atividade da enzi-
ma 5α-redutase, convertendo a T em DHT.68,69 A ativi-
dade da 5α-redutase é mediada pelo IGF-I e pode ser
amplificada pela hiperinsulinemia, agravando o hirsu-
tismo.68,69 Parece que a insulina apresenta efeito dire-
to e estimulador na unidade pilossebácea (hirsutis-
mo, acne, seborréia e alopecia)4 e na epiderme (acan-
tose nigricans).16
4. Aumento periférico do metabolismo do cortisol
O aumento da produção de andrógenos pelas
adrenais é encontrado em 25% dos casos de SOPC,70 pro-
vavelmente como resultado de traços genéticos ou secun-
dários à secreção anormal de andrógenos ovarianos.31,65
GENÉTICA DA SOPC 
Acredita-se que a SOPC seja hereditária; entre-
tanto, o modelo dessa hereditariedade é desconheci-
do. Os vários genes4,19,29,30,40,42,43 propostos e investiga-
dos como principais e possivelmente relacionados à
SOPC incluem aqueles que regulam o eixo hipotála-
mo-hipófise- ovários29,30,42,43 e os associados à resistên-
cia periférica à insulina e suas seqüelas.4,19,40,41 Foram
identificados novos genes relacionados à ação e secre-
ção da insulina e gonadotropinas, à biossíntese, à
secreção, ao transporte e metabolismo dos andróge-
nos, contribuindo para o fenótipo heterogêneo da
síndrome.64,66,71
CLÍNICA E DIAGNÓSTICO DA SOPC
O quadro clínico (Quadro 3) e o perfil hormo-
nal laboratorial heterogêneos, a teoria multifatorial
da patogênese e a falta de consenso quanto à defini-
ção da SOPC representam os fatores que contribuem
para a dificuldade em seu diagnóstico. 
Conforme o último consenso,9 a SOPC pode ser
Intra-uterina Criança (peripuberal) Adolescente e adulto Adulto
(idade fértil): (pós-menopausa):
Síndrome do bebê Exagerada adrenarca →→ SOPC Síndrome metabólica: 
pequeno
Retardo do crescimento Pubarca prematura Oligomenorréia (85% a 90%) doença cardiovascular, diabete
intra-uterino ↑andrógenos ou amenorréia (30% a 40%), tipo 2, obesidade, hiperplasia
↑insulina hirsutismo* (92%), acne, de endométrio, câncer do
hiperandrogenismo seborréia, alopecia, resistência endométrio
funcional à insulina (70%), síndrome
ovariano - hirsutismo metabólica (30% a 40%),
obesidade (30% a 40%),acantose
nigricans, infertilidade (75%)
Controverso: bulimia, ansiedade
e anorexia nervosa
QUADRO 3: Manifestações clínicas da SOPC em diferentes idades
Fontes: Azziz R et al6, The Rotterdam ESHRE/ASRM et al9, Hull MG10, Burghen GA16, Urbanek M71
* O grau e a extensão do hirsutismo são avaliados clinicamente por meio da escala de Ferriman-Gallwey. Esse método é útil tanto para
o diagnóstico do hirsutismo como para o follow-up da resposta terapêutica. Para cada região do corpo, o método de Ferriman-Gallwey
avalia com graduações de 0 (ausência de hirsutismo) a 4 (severo hirsutismo). O diagnóstico de hirsutismo é consistente com escore
superior a 8.
An Bras Dermatol. 2005; 80(4):395-410.
Revista80N480.qxd 08.09.05 11:34 Page 402
diagnosticada após a exclusão de outras doenças que
causam ciclos menstruais irregulares e excesso de
andrógenos (Figura 5, Quadro 4), pela identificação
de pelo menos dois dos seguintescritérios: oligovula-
ção ou anovulação, que se manifesta, em geral, com
oligomenorréia ou amenorréia, níveis elevados de
andrógenos no sangue (hiperandrogenemia) ou mani-
festações clínicas de excesso de andrógenos (hiperan-
drogenismo) e cistos de ovários definidos pela ultra-
sonografia (10 ou mais cistos entre 2 e 8mm).9
A SOPC é uma condição crônica que apresen-
ta manifestações clínicas em todas as idades e não
apenas nas mulheres em idade fértil (Quadro 3).71
A forma clássica caracteriza-se por altos níveis de
andrógenos, estrógenos, insulina e LH. A síndrome
metabólica (Quadro 5)9 nas mulheres com SOPC,
em especial na pré-menopausa, caracteriza-se por
obesidade, RI e dislipidemia. O aumento de trigli-
cérides e do colesterol total, com aumento de LDL
e diminuição de HDL,25,72 é o que caracteriza a dis-
lipidemia. O hirsutismo* é a característica clínica
mais freqüente do hiperandrogenismo na pele e,
além disso, pode causar transtornos psíquicos na
mulher. 
A importância do estabelecimento do diagnós-
tico precoce da SOPC é devida a sua associação com
a alta morbidade reprodutiva e o aumento de risco
para o câncer hormônio-dependente, justificando,
assim, o tratamento preventivo.23 A diabete melito
tipo II, a dislipidemia, o câncer de endométrio, a
hipertensão arterial, a doença cardiovascular e o cân-
cer de ovário constituem os fatores de risco a longo
prazo.23,25,72
Os exames complementares necessários à
investigação da SOPC são basicamente a ultra-sono-
grafia e as dosagens hormonais.2,9,7
Dois ou três critérios de diagnóstico
Oligomenorréia ou amenorréia
Hiperandrogenismo ou hiperandrogenemia
Ultra-sonografia com ovários polcísticos
Doenças endócrinas que devem ser excluídas
1. Hiperprolactenemia
2. Hiperplasia adrenal congênita-forma não clássica
3. Síndrome de Cushing
4. Neoplasia de ovários
5. Acromegalia
SOPC
17OHP, prolactina
da [17OHP]
da prolactina
Hiperprolactenemia
SDHEA, DHEA
Teste do ACTH, FSH, LH, DHEA,
SDHEA, TI, 3α DiolG
discreto da
[17OHP] ou
[normal]
SDHEA, DHEA normal,
3 α DiolG, FSH>3
Teste de supressão da dexametasona:
diagnóstico diferencial entre o 
hiperandrogenismo adrenal funcional 
e o tumoral
FIGURA 5: Algoritmo para diagnóstico da SOPC
Fontes: American Association of Clinical Endocrinologists2, Ehrmann DA31
�[ ] - concentração
�↑ − aumento
�As pacientes que foram submetidas ao teste de estímulo com ACTH podem iniciar no dia seguinte à realização do teste de depressão
com dexametasona2
�Interpretação do teste de supressão da dexametasona: a) Tt é suprimida em mais de 40% e SDHEA em mais de 60% - andrógenos de
origem adrenal, b) Tt é suprimida em menos de 40% - o excesso de T é de origem adrenal e ovariana c) Tt não é suprimida, mas o
SDHEA e cortisol são suprimidos - o excesso de T é de origem ovariana. Quando ocorre deficiência associada da secreção de
andrógenos e de cortisol, provavelmente, o indivíduo apresenta hiperfunção adrenal (como, por exemplo, doença de Cushing ou
câncer da adrenal) ou não ingeriu adequadamente a dexametasona2
* Hirsutismo é definido como o crescimento excessivo de pêlos terminais na mulher, em áreas anatômicas características, andrógeno-sensíveis
ou de distribuição masculina. No hirsutismo observa-se excessivo ou inapropriado desenvolvimento e crescimento da unidade pilossebácea. Os
andrógenos causam a transformação do pêlo vellus (fino, macio, não pigmentado) em pêlo terminal nas áreas andrógeno-sensíveis.2,72
An Bras Dermatol. 2005; 80(4):395-410.
Hiperandrogenismo e pele: síndrome do ovário policístico... 403
Revista80N480.qxd 08.09.05 11:34 Page 403
404 Yarak S, Bagatin E, Hassun KM, Parada MOAB, Talarico Filho S.
An Bras Dermatol. 2005; 80(4):395-410.
Doença Hiperandrogenismo Oligomenorréia Características
e/ou hiperandrogenemia ou amenorréia
Clínicas Hormonais ou
bioquímicas
HAC-NC (deficiência Sim Freqüentemente História familiar ↑ nível basal da 17-OHP 
da 21 hidroxilase) ausente de hirsutismo e/ou pela manhã ou após a
infertilidade estimulação
Síndrome de Cushing Sim Presente Hipertensão, estrias ↑ cortisol na urina de 
24 horas
Hiperprolactenemia Não ou moderado Presente Galactorréia ↑ prolactina no sangue
ou prolactinona
Hipotireoidismo Não ou moderado Pode estar Fraqueza, distúrbios ↑ hormônio estimulante 
primário presente menstruais, xerodermia, da tireóide (TSH),
alopecia, ↑ de peso e ↓ tiroxina (T4) e o 
bócio nível de prolacitna 
pode estar alterado
Virilização da adrenal Sim Presente ↑ clitóris, extremo hir ↑ extremo dos níveis de 
ou neoplasma ovariano sutismo, alopecia andrógenos no sangue
androgenética
QUADRO 4: Diagnóstico diferencial da SOPC
Fonte: Ehrmann DA31
↑ - aumento, ↓ - diminuição.
Fator de risco
Obesidade abdominal (circunferência da cintura) >88cm 
Triglicérides >150mg/dL 
HDL <50mg/dL
Pressão sangüínea >130/>85mm Hg
Glicemia rápida e glicemia duas após horas o teste de Glicemia rápida =110-126mg/dL e/ou
tolerância a glicose, insulinemia. Glicemia duas horas após o teste de tolerância a glicose
= 140-199mg/dL
Fonte: The Rotterdam ESHRE/ASRM et al9
� A análise de apenas um critério para a RI não deve ser utilizada para indivíduos com RI73
� HDL - lipoproteínas de alta densidade. Confirma-se a síndrome metabólica com três ou quatro critérios
Outros índices que avaliam a resistência à insulina:
� Índice de Homa-b (homeostasis model Assesment): 20x insulinemia (µUI/ml)/glicemia (mmol/L) - 3,5
Valor normal: 167 a 175.71,73 Avalia a função secretora da célula β74-76
� HOMA-r (Homeostasis Model Assesment): insulina (µUI/ml) x glicemia (mmol/L)/22,5. Valor normal: 0,97-174-76
� Taxa da glicose e insulinas rápidas. Resistência à insulina < 4,575
Para transformar glicemia mg/dL em mmol/L: multiplicar por 0,05551.
QUADRO 5: Critérios de diagnóstico para a síndrome metabólica
Revista80N480.qxd 08.09.05 11:34 Page 404
1. Ultra-sonografia
Deve ser solicitada entre o 25o dia do atual
ciclo menstrual e o terceiro do próximo. A ultra-
sonografia transvaginal é melhor do que a abdomi-
nal, por permitir melhor visualização.2,61
2. Hormônios
Orientações gerais 
a) Deve-se colher o sangue pela manhã (8h), na
primeira semana do ciclo menstrual regular.*
Dosagens hormonais plasmáticas
a) 17-OHP - importante que seja realizada pela
manhã, por causa do pico da corticotropina. Na
SOPC, a 17-OHP pode estar normal ou com discreto
aumento.31 A dosagem plasmática da prolactina e 17-
OHP é em geral suficiente para exclusão de hiper-
prolactenemia e HAC-NC por deficiência da 21-
hidroxilase. 
b) Prolactina - níveis normais.31
c) FSH e LH - a relação LH/FSH é > 3:1.61
d) Testosterona total (Tt), Tl e SHBG - para cal-
cular a Tl, o método recomendado9 é o cálculo das
concentrações de Tt e de SHBG. A Tl está aumentada
e a SHBG está diminuída. A Tt pode estar aumentada
ou normal.2,9
e) Diidroepiandrosterona (DHEA) e sulfato de
diidroepiandrosterona (SDHEA) - tanto na SOPC como
na HAC-NC, o aumento do SDHEA é inferior a 7µg/dL.
Nos tumores adrenais o SDHEA é superior a 7µg/dL. O
DHEA apresenta-se aumentado na HAC-NC (Quadro 2).2
f) 3-alfa diol G - é um metabólito da DHT pro-
duzido nos tecidos responsivos aos andrógenos (por
exemplo, folículo piloso). Apresenta-se aumentado
na SOPC, hirsutismo idiopático e diminuído na defi-
ciência da 5α redutase.2
g) Teste de estímulo com hormônio adrenocor-
ticotrópico (ACTH). Cortrosina® - 250ug EV- o teste é
conduzido para detectar, nas glândulas adrenais, a
deficiência de várias enzimas da esteroidogênese, pre-
dominantemente a deficiência da 21-hidroxilase.2 O
teste é indicado apenas para o screening de manhã da
17-OHP com concentrações acima do normal ou se
há suspeita de deficiência enzimática. Devem ser
dosados o cortisol plasmático, a 17-OHP, o SDHEA e a
DHEA pela manhã, antes e 60 minutos após a injeção
de Cortrosina®.2
h) Teste de estímulo da GnRH - é conduzido
para confirmar a origem ovariana dos andrógenos. Na
pesquisa da SOPC, é útil para identificar a presença
de disfunção da 17- hidroxilase.2i) Teste de supressão da dexametasona (Figura
5) - é conduzido para diferenciar o hiperandrogenis-
mo adrenal funcional (ACTH-dependente) do hipe-
randrogenismo adrenal tumoral (ACTH-independen-
te). Indica-se o teste quando a Tt for superior a
200ng/mL, e/ou o SDHEA, a 7µg/dL. Devem ser dosa-
dos o cortisol plasmático, o SDHEA e a Tt pela manhã
antes e cinco dias após a administração de dexameta-
sona (0,5mg, quatro vezes ao dia, às seis, 12, 18 e 24
horas).2,**
j) RI - vários critérios têm sido sugeridos para
avaliar a RI (Quadro 5):72-75
� glicemia de jejum,
� índice de massa corpórea (IMC), RI com
IMC ≥ 25kg por m2 de superfície corpórea,
� índice glicêmico,
� teste de tolerância à glicose de 2 horas com
75mg de glicose, 
� insulinemia de jejum - RI com insulinemia ≥
a 17.3 Ui/l nas mulheres, 
� relação da taxa da glicose e insulina rápida, 
� índice de HOMA-r, 
� índice de HOMA-b, e 
k) quanto ao metabolismo lipídico é recomen-
dada a dosagem de colesterol total e frações (LDH e
LDL) e dos triglicérides (Quadro 5).2
TRATAMENTO
A escolha do tratamento, na SOPC, dependerá
do quadro clínico e laboratorial. Assim, o objetivo do
tratamento da SOPC na dermatologia é reduzir a con-
centração de andrógenos,** para atenuar seus efeitos
na pele e unidade pilossebácea. Em conjunto com a
terapia médica, a modificação do estilo de vida, com
adaptação da dieta e a prática de exercícios físicos, é
necessária.76
As opções terapêuticas das manifestações cutâ-
neas do excesso de andrógenos incluem:
1. anticoncepcionais orais conjugados:
acetato de ciproterona (2mg) + etinil estradiol
(35µg) por 21 dias ou drospirenona*** (3mg) + eti-
nil estradiol (30µg) por 28dias. O efeito antiandro-
gênico é devido à redução do LH e, conseqüente-
mente, da produção ovariana de andrógenos pelo
componente estrogênico.2 Os estrógenos também
aumentam a síntese de SHBG, reduzindo, assim,
Tl.2 O uso dos anticoncepcionais orais exige moni-
An Bras Dermatol. 2005; 80(4):395-410.
* Ciclo menstrual irregular: colher o sangue de maneira aleatória.
** A diminuição da concentração de andrógenos pode ocorrer pela inibição de sua produção nos ovários, aumento da SHBG ou pelo blo-
queio dos receptores nos tecidos-alvo.
*** Drospirenona é análogo da espironolactona.
Hiperandrogenismo e pele: síndrome do ovário policístico... 405
Revista80N480.qxd 08.09.05 11:34 Page 405
toramento especial, isto é, exames ginecológicos e
das mamas.2 A efetividade dos anticoncepcionais é
maior na acne (50%) e menor no hirsutismo, neces-
sitando de mais tempo de administração.2,31,77 Os
efeitos adversos dos anticoncepcionais na RI, tole-
rância à glicose, reatividade vascular e coagulabili-
dade devem ser considerados, em especial após a
disponibilidade das drogas que diminuem a con-
centração de insulina.78
2. antiandrógenos: a) acetato de ciproterona
(25mg a 50mg nos primeiros 10 dias do ciclo) - é
uma progesterona potente, com ação antiandrógena
moderada. Inibe a ligação da T e da DHT no recep-
tor de andrógenos, reduz a concentração da 5α
redutase da pele e diminui a secreção de andróge-
nos ovarianos por inibir a liberação de gonadotrofi-
nas.2 A melhora do hirsutismo ocorre após intervalo
de três a seis meses de tratamento.77 Os efeitos cola-
terais incluem sangramentos uterinos irregulares,
náuseas, vômitos, cefaléias, fadiga, ganho de peso e
diminuição da libido,2,79
b) espironolactona - apresenta efeito antian-
drogênico moderado, quando administrada na
dose de 100-200mg/dia. Shaw80 publicou o guideli-
nes para a espirolanoctona, que consiste em ini-
ciar com dose de 25mg 2x/dia e, se bem tolerada,
aumentar para 50mg 2x/dia; caso não haja benefí-
cios após três meses, doses altas podem ser consi-
deradas. A duração do tratamento pode ser pro-
longada e associada ao uso de anticoncepcionais
orais conjugados,
c) flutamida - potente antiandrógeno não
esteróide efetivo no tratamento do hirsutismo,
porém a disfunção hepatocelular grave tem limitado
seu uso,31
d) finasterida - inibidor da 5α redutase. É admi-
nistrada, no hirsutismo, na dose de 5mg/dia, e a
melhora ocorre após três meses, e81
d) eflornithine - inibidor da enzima decarboxy-
lase ornithine na pele humana, disponível em creme,
para uso tópico. A ação primária da droga é a inibição
do crescimento do pêlo.82
3. agentes sensibilizantes da insulina: met-
formina, tiazolidinediona.31,78 Esses agentes aumen-
tam a sensibilidade dos tecidos à ação da insulina. 
a) metformina* - Velásquez83 publicou o pri-
meiro estudo da metformina na SOPC. A metfor-
mina reduz a gluconeogênese hepática e aumenta
a sensibilidade do músculo à insulina, diminuin-
do a concentração da insulina sérica e, conse-
qüentemente, diminuindo a produção de andró-
genos pelas células da teca.84 Entretanto, ela não é
hipoglicemiante, por não aumentar a secreção de
insulina.2,85 Além disso, a metformima diminui a
concentração de colesterol total, LDH e triglicéri-
des, e aumenta a concentração de HDL.86,87 A dimi-
nuição na concentração dos andrógenos pela met-
formina ainda não está esclarecida.84 Parece que
ela influencia diretamente a esteroidogênse ova-
riana, reduzindo a produção dos andrógenos.84 A
dose recomendada é de 500mg 3x dia ou 850mg
3x/dia. É efetiva no tratamento da anovulação em
mulheres com a SOPC e, em tratamentos de longa
duração, parece ser capaz de melhorar o hirsutis-
mo.87 Os efeitos colaterais importantes são rea-
ções gastrointestinais (diarréia, náuseas, vômitos,
flatulência e anorexia), que ocorrem em 30% dos
casos, diminuição dos níveis de vitamina B12 em
percentual que varia de 6% a 9% dos casos e gosto
metálico em 3%. As contra-indicações são: doença
renal, acidose metabólica, insuficiência cardíaca
congestiva e hipersensibilidade à metformina.
Exames contrastados com iodo devem ser evita-
dos,2,83,84
b) tiazolidinedionas (troglitazona, pioglitazo-
na, rosiglitazona) - são os verdadeiros sensibilizantes
de insulina capazes de melhorar a ação da insulina
no fígado, músculo esquelético e tecido adiposo.85,86
Essas drogas apresentam a capacidade de ativar cer-
tos genes envolvidos na síntese de gordura e no
metabolismo dos carboidratos, melhorando, assim, a
RI, a hiperandrogenemia, a tolerância à glicose,85-87 e,
além disso, causam menor perda de peso do que os
outros agentes sensibilizantes da insulina.88
Atualmente, foram aprovadas a roziglitazona e a pio-
glitazona. O tratamento com roziglitazona foi asso-
ciado à melhora da função das células β-pancreáticas
e à redução de PAI.85,86
c) D-chiro-inositol - foi estudado recentemen-
te nas mulheres com a SOPC. Trata-se de uma subs-
tância pura denominada pinitol,** proveniente do
pinheiro.89 O tratamento com D-chiro-inositol, em
mulheres obesas com SOPC, melhora a ação da insu-
lina, por atuar em seus receptores, diminuindo a
concentração sérica de insulina e de andrógenos (Tl
e aumento de SHBG).86,89 A dose recomendada é de
1.200mg/dia.85
A resposta ao tratamento com agentes sensibi-
lizadores da insulina é diretamente proporcional ao
IMC, insulina de jejum, colesterol total e LDL-coleste-
rol e pressão arterial, e inversamente proporcional à
concentração de A e HDL.
* É uma molécula de biguanida.
** Quimicamente, essa droga é definida como inositol.
An Bras Dermatol. 2005; 80(4):395-410.
406 Yarak S, Bagatin E, Hassun KM, Parada MOAB, Talarico Filho S.
Revista80N480.qxd 08.09.05 11:34 Page 406
CONCLUSÃO
A SOPC é um distúrbio complexo, de etiologia
desconhecida, que envolve vários especialistas, por
apresentar implicações reprodutiva, endocrinológica,
dermatológica, ginecológica, cardíaca e psicológica. 
A hiperinsulinemia parece ser uns dos princi-
pais fatores responsáveis pela desregulação da este-
roidogênese. 
O quadro clínico variável e heterogêneo difi-
culta o diagnóstico e tende a retardar as medidas
terapêuticas que evitam as complicações da SOPC a
longo prazo. 
Seu tratamento é preventivo e direcionado
para a manutenção da saúde do endométrio, a anta-
gonização das ações dos andrógenos nostecidos-
alvo, a redução da resistência insulínica (RI) e a cor-
reção da anovulação. Além dos anticoncepcionais
conjugados e antiandrógenos, os agentes sensibiliza-
dores de insulina são efetivos na prevenção das
doenças relacionadas com a hiperinsulinemia. É difí-
cil de explicar o sucesso terapêutico da metformina,
no sentido de diminuir os níveis da insulina e dos
andrógenos, que foi observado em alguns estudos.
Talvez possa estar relacionado às variações genéticas,
ao peso corpóreo, ao estilo de vida, ao tempo de tra-
tamento e à dose da droga.
Atualmente, na tentativa de evitar as complica-
ções tardias, os especialistas compartilham as pesqui-
sas, em busca do aprendizado sobre a etiologia e a
fisiopatologia da SOPC, os quais são fundamentais
para seu tratamento. O foco dessas pesquisas tem
sido nos diferentes determinantes genéticos e
ambientais da síndrome, pois refletem seu fenótipo
heterogêneo. �
An Bras Dermatol. 2005; 80(4):395-410.
REFERÊNCIAS
1. Spinedi E, Mariani V, Bulfon M, Colombani-Vidal M, 
Scaglia H. Analysis of the hypothalamic-pituitary-ovary 
axis in the neonatally-androgenized female rat. J 
Endocrinol Invest. 1990;13:481-8.
2. American Association of Clinical Endocrinologists. 
Medical guidelines for clinical practice for the diagnosis 
and treatment of hyperandrogenic disorders. Endocr 
Practice. 2001;7:121-34.
3. Perez Gutierrez JF. The physiology of the hypothalamo-
hypophyseal axis. An R Acad Nac Med. 1994;111:333-61.
4. Rosenfield RL. Polycystic ovary syndrome and insulin-
resistant hyperinsulinemia. J Am Acad Dermatol. 
2001;45:S95-104.
5. Herman JP, Prewitt CM, Cullinan WE. Neuronal circuit 
regulation of the hypothalamo-pituitary-adrenocortical 
stress axis. Crit Rev Neurobiol. 1996;10:371-94.
6. Azziz R, Woods KS, Reyna R, Key TJ, Knochenhauer ES, 
Yildiz BO. The prevalence and features of the polycystic 
ovary syndrome in an unselected population. J Clin 
Endocrinol Metabol. 2004;89:2745-9.
7. Lobo RA, Carmina E. The importance of diagnosing the 
polycystic ovary syndrome. Ann Int Med. 2000;132:989-93.
8. Gallagher TF, Kappos A, Hallman L, Lipsett MB, Pearson 
OH, West CD. Adrenocortical hyperfunction in idiopathic 
hirsutism and the Stein-Leventhal syndrome. J Clin 
Invest. 1958;57:794.
9. The Rotterdam ESHRE/ASRM-sponsored PCOS consensus
workshop group. Revised 2003 consensus on diagnostic 
criteria and long term health risks related to polycystic 
ovary syndrome (PCOS) Human Reprod. 2004;19:41-47.
10.Hull MG. Epidemiology of infertility and polycystic ovarian
disease: endocrinological and demographic studies. 
Gynecol Endocrinol. 1987;1:235-45. 
11.Polson DW, Wadsworth J, Adams J, Franks S. Polycystic 
ovaries - a common finding in normal women. Lancet. 
1988;1:870-2.
12.Glueck CJ, Wang P, Goldenberg N, Sieve-Smith L. 
Pregnancy outcomes among women with polycystic 
ovarian syndrome treated with metformin. Human 
Reprod. 2002;17:2858-64.
13.Michelmore KF, Balen AH, Dunger DB, Vessey MP. 
Polycystic ovaries and associated clinical and biochemical
features in young women. Clin Endocrinol. 1999;51:779-86.
14.Stein IL, Leventhal ML. Amenorrhea associated with
bilateral polycystic ovaries. Am J Obstet Gynecol. 
1935;29:181-91.
15.Pinheiro AS, Clapauch R. Importância da dosagem da 
17OH-Progesterona na síndrome dos ovários policísticos.
Arq Bras Endocrinol Metab. 2001;45:361-8.
16.Burghen GA, Givens JR, Kitabchi AE. Correlation of 
hyperandrogenism with hyperinsulinism in polycystic 
ovarian disease. J Clin Endocrinol Metab. 1980;50:113-6. 
17.Dunaif A, Hoffman AR, Scully RE, Flier JS, Longcope C, 
Levy LJ, et al. Clinical, biochemical, and ovarian morphologic
Hiperandrogenismo e pele: síndrome do ovário policístico... 407
Revista80N480.qxd 08.09.05 11:34 Page 407
features in women with acanthosis nigricans and
masculinization. Obstet Gynecol. 1985;66:545-52.
18.Dunaif A, Xia J, Book CB, Schenker E, Tang Z. Excessive 
insulin receptor serine phosphorylation in cultured 
fibroblasts and in skeletal muscle. A potential mechanism
for insulin resistance in the polycystic ovary syndrome. J 
Clin Invest. 1995;96:801-10. 
19.Dunaif A. Insulin resistance and the polycystic ovary
syndrome: mechanism and implications for pathogenesis.
Endocr Rev. 1997;18:774-800.
20.Chang RJ, Nakamura RM, Judd HL, Kaplan SA. Insulin 
resistance in nonobese patients with polycystic ovarian 
disease J Clin Endocrinol Metab. 1983;57: 356-9.
21.Nestler JE, Jakubowicz DJ. Decreases in ovarian 
cytochrome P450c-17a activity and serum free testosterone
after reduction in insulin secretion in women with polycystic
ovary syndrome. N Engl J Med.1996; 335:617-6.
22.Nestler JE, Jakubowicz DJ. Lean women with polycystic 
ovary syndrome respond to insulin reduction with 
decreases in ovarian P450c-17a activity and serum
androgens. J Clin Endocrinol Metab. 1997;82:4075-9.
23.Sir-Petermann T, Maliqueo M, Pérez-Bravo F, Angel B, 
Carvajal F, Del Solar MP, et al. PCOS: the importance of 
establishing diagnosis. Rev Med Chil. 2001;129:805-12. 
24.Legro RS, Kunselman AR, Dodson WC, Dunaif A. 
Prevalence and predictors of risk for type 2 diabetes mellitus
and impaired glucose tolerance in polycystic ovary
syndrome: a prospective, controlled study in 254 affected
women. J Clin Endocrinol Metab. 1999;84:165-9. 
25.Birdsall MA, Farquhar CM, White HD. Association 
between polycystic ovaries and extent of coronary artery 
disease in women having cardiac catheterization. Ann 
Intern Med. 1997;126:32-5. 
26.Zawadzki JK, Dunaif A. Diagnostic criteria for polycystic 
ovary syndrome: towards a rational approach. In: Dunaif 
A, Givens JR, Haseltine F, Merriam GR, editors. Polycystic 
ovary syndrome. Boston, MA: Blackwell; 1992. p. 377-84.
27.Haisenleder DJ, Dalkin AC, Ortolano GA, Marshall JC, 
Shupnik MA. Pulsatile gonadotropin-releasing hormone 
stimulus is required to increase transcription of the 
gonadotropin subunit genes: evidence for differential 
regulation of transcription by pulse frequency in vivo. 
Endocrinology. 1991;128:509-17.
28.Turgeon JL, Kimura Y, Waring DW, Mellon PL. Steroid and 
pulsatile gonadotropin-releasing hormone (GnRH)
regulation of luteinizing hormone and GnRH receptor in 
a novel gonadotrope cell line. Mol Endocrinol. 
1996;10:439-50.
29.Nelson VL, Qin Kn KN, Rosenfield RL, Wood JR, Penning 
TM, Legro RS, et al. The biochemical basis for increased 
testosterone production in theca cells propagated from 
patients with polycystic ovary syndrome. J Clin 
Endocrinol Metab. 2001;86:5925-33.
30.Nelson VL, Legro RS, Strauss JF 3rd, McAllister JM. 
Augmented androgen production is a stable steroidogenic
phenotype of propagated theca cells from polycystic 
ovaries. Mol Endocrinol. 1999;13:946-57.
31.Ehrmann DA. Polycystic ovary syndrome. N Engl J Med. 
2005;352:1223-36.
32.Adams J, Franks S, Polson DW, Mason HD, Abdulwahid N, 
Tucker M, et al. Multifollicular ovaries: clinical and 
endocrine features and response to pulsatile 
gonadotropin releasing hormone. Lancet. 1985;2:1375-9.
33.Vale W, Wiater E, Gray P, Harrison C, Bilezikjian L, Choe S.
Activins and inhibins and their signaling. Ann NY Acad 
Sci. 2004;1038:142-7.
34.Welt C, SidisYl, Keutmann H, Schneyer A. Activins, 
Inhibins, and Follistatins: Endocrinology to Signaling. A 
paradigm for the new millennium. Exp Biol Med. 
2002;227:724-52.
35.Smitz J, Cortvrindt R, Hu Y,Vanderstichele H. Effects of 
recombinant activin A on in vitro culture of mouse
preantral follicles. Mol Reprod Dev. 1998;50:294-304.
36.Li R, Phillips DM, Mather JP. Activin promotes ovarian
follicle development in vitro. Endocrinology. 
1995;136:849-56.
37.Kidson W. Polycystic ovary syndrome: a new direction in 
treatment. Med J Aust. 1998;169:537-40.
38.Goodarzi MO, Erickson S, Port SC, Jennrich RI, 
Korenman SG. β-cell function: a key pathological determinant
in polycystic ovary syndrome. J Clin Endocrinol. Metab. 
2005;90: 310-15.
39.Rosenfield RL. Ovarian and adrenal function in polycystic
ovary syndrome. EndocrinolMetab Clin North Am.
1999;28:265-93.
40.Kahsar-Miller MD, Nixon C, Boots LR, Go RC, Azziz R. 
Prevalence of polycystic ovary syndrome (PCOS) in first-
degree relatives of patients with PCOS. Fertil Steril. 
2001;75:53-8.
41.Yildiz BO, Yarali H, Oguz H, Bayraktar M. Glucose
intolerance, insulin resistance, and hyperandrogenemia 
in first degree relatives of women with polycystic ovary 
syndrome. J Clin Endocrinol Metab. 2003;88:2031-6.
42.Coffler MS, Patel K, Dahan MH, Malcom PJ, Kawashima T, 
Deutsch R, et al. Evidence for abnormal granulosa cell 
responsiveness to follicle-stimulating hormone in 
women with polycystic ovary syndrome. J Clin 
Endocrinol Metab. 2003;88:1742-7.
43.Apter D, Butzow T, Laughlin GA, Yen SS. Accelerated 24-
hour luteinizing hormone pulsatile activity in adolescent 
girls with ovarian hyperandrogenism: relevance to the 
developmental phase of polycystic ovarian syndrome. J 
Clin Endocrinol Metab. 1994;79:119-25.
44.Poretsky L, Smith D, Seibel M, Pazianos A, Moses AC, 
Flier JS. Specific insulin binding sites in human ovary. J 
Clin Endocrinol Metab. 1984;59:809-11.
45.Poretsky L, Cataldo NA, Rosenwaks Z, Giudice LC. The 
insulin-related ovarian regulatory system in health and 
disease. Endocr Rev. 1999;20:535-82.
46.Morales AJ, Laughlin GA, Butzow T, Maheshwari H, 
Baumann G, Yen SS. Insulin, somatotropic, and luteinizing
hormone axes in lean and obese women with polycystic 
ovary syndrome: common and distinct features. J Clin 
Endocrinol Metab. 1996;81:2854-64.
47.Cataldo NA. Insulin-like growth factor binding proteins: 
do they play a role in polycystic ovary syndrome? Semin 
Reprod Endocrinol. 1997;15:123-36.
48.Barbieri RL, Makris A, Randall RW, Daniels G, Kistner RW, 
Ryan KJ. Insulin stimulates androgen accumulation in 
incubations of ovarian stroma obtained from women 
with hyperandrogenism. J Clin Endocrinol Metab. 
1986;62:904-10.
49.Tsilchorozidou T, Overton C, Conway GS. The
pathophysiologyovary syndrome. Clin Endocrinol. 2004; 
60:1-17.
50.Escobar-Morreale HF, Roldan B, Barrio R, Alonso M, 
An Bras Dermatol. 2005; 80(4):395-410.
408 Yarak S, Bagatin E, Hassun KM, Parada MOAB, Talarico Filho S.
Revista80N480.qxd 08.09.05 11:34 Page 408
Sancho J, de la Calle H, et al. High prevalence of the 
polycystic ovary syndrome and hirsutism in women with 
type 1 diabetes mellitus. J Clin Endocrinol Metab. 
2000;85:4182-7.
51.Vollenhoven B, Clark S, Kovacs G, Burger H, Healy D. 
Prevalence of gestational diabetes mellitus in polycystic 
ovarian syndrome (PCOS) patients pregnant after ovulation
induction with gonadotrophins. Aust N Z J Obstet 
Gynaecol. 2000;40:54-8.
52.Bray GA, York DA. Clinical review 90: leptin and clinical 
medicine: a new piece in the puzzle of obesity. J Clin 
Endocrinol Metab. 1997;82: 2771-6.
53.Vauhkonen I, Niskanen L, Haffner S, Kainulainen S, 
Uusitupa M, Laakso M. Insulin resistant phenotype is 
associated with high serum leptin levels in offspring of 
patients with non-insulin-dependent diabetes mellitus. 
Eur J Endocrinol. 1998;139:598-604.
54.Karlsson C, Lindell K, Svensson E, Bergh C, Lind P, Billig 
H, et al. Expression of functional leptin receptors in the 
human ovary. J Clin Endocrinol Metab. 1997;82:4144-8.
55. Jacobs HS, Conway GS. Leptin, polycystic ovaries and 
polycystic ovary syndrome. Hum Reprod Update. 
1999;5:166-71
56.Steppan CM, Bailey ST, Bhat S, Brown EJ, Banerjee RR, 
Wright CM, et al. The hormone resistin links obesity to 
diabetes. Nature. 2001; 409: 307-12.
57.Talbott E, Clerici A, Berga SL, Kuller L, Guzick D, Detre 
K, et al. Adverse lipid and coronary heart disease risk 
profiles in young women with polycystic ovary syndrome:
results of a case-control study. J Clin Epidemiol. 
1998;51:415-22.
58.Marshall JC, Eagleson CA. Neuroendocrine aspects of 
polycystic ovary syndrome. Endocrinol Metab Clin North 
Am. 1999;8:295-324.
59.Apter D, Butzow T, Laughlin GA, Yen SS. Metabolic
features of polycystic ovary syndrome are found in
adolescent girls with hyperandrogenism. J Clin 
Endocrinol Metab. 1995;80:2966-73.
60.Lobo RA, Granger L, Goebelsmann U, Mishell DR Jr. 
Elevations in unbound serum estradiol as a possible 
mechanism for inappropriate gonadotropin secretion in 
women with PCO. J Clin Endocrinol Metab.1981;52:156-8.
61.Arroyo A, Laughlin GA, Morales AJ, Yen SS. Inappropriate 
gonadotropin secretion in polycystic ovary syndrome: 
influence of adiposity. J Clin Endocrinol Metab. 
1997;82:3728-33.
62.Conway GS, Honour JW, Jacobs HS. Heterogeneity of the 
polycystic ovary syndrome: clinical, endocrine and
ultrasound features in 556 patients. Clin Endocrinol. 
1989;30:459-70.
63.Ramanujam LN, Liao WX, Roy AC, Loganath A, Goh HH. 
Association of molecular variants of luteinizing hormone 
with menstrual disorders. Clin Endocrinol. 1999;51:243-6.
64.Liao WX, Roy AC, Chan C, Arulkumaran S, Ratnam SS. A 
new molecular variant of luteinizing hormone associated 
with female infertility. Fertil Steril. 1998;69:102-6.
65.Ehrmann DA, Barnes RB, Rosenfield RL. Polycystic ovary 
syndrome as a form of functional ovarian hyperandro-
genism due to dysregulation of androgen secretion.
Endocr Rev. 1995;16:322-53.
66.Norman RJ, Milner CR, Groome NP, Robertson DM. 
Circulating follistatin concentrations are higher and 
activin concentrations are lower in polycystic ovarian 
syndrome. Hum Reprod. 2001;16:668-72.
67.Bleau G, Roberts KD, Chapdelaine A. The in vitro and in 
vivo uptake and metabolism of steroids in human
adipose tissue. J Clin Endocrinol Metab. 1974;39:236-46.
68.Stewart PM, Shackleton CH, Beastall GH, Edwards CR. 5 
alpha-reductase activity in polycystic ovary syndrome. 
Lancet. 1990;335:431-3.
69.Rodin A, Thakkar H, Taylor N, Clayton R. 
Hyperandrogenism in polycystic ovary syndrome. 
Evidence of dysregulation of 11 beta-hydroxysteroid 
dehydrogenase. N Engl J Med. 1994;330:460-5.
70.Ehrhart-Bornstein M, Hinson JP, Bornstein SR, Scherbaum 
WA, Vinson GP. Intraadrenal interactions in the regulation
of adrenocortical steroidogenesis. Endocr Rev. 
1998;19:101-43.
71.Urbanek M, Spielman RS. Genetic analysis of candidate 
genes for the polycystic ovary syndrome. Curr Opin 
Endocrinol Diabetes. 2002; 9:492-501.
72.Norman RJ, Wu R, Stankiewicz MT. Polycystic ovary
syndrome. Med J Aust. 2004;180:132-7.
73.Katz A, Nambi SS, Mather K, Baron AD, Follmann DA, 
Sullivan G, et al. Quantitative insulin sensitivity check 
index: a simple, accurate method for assessing insulin 
sensitivity in humans. J Clin Endocrinol Metab. 
2000;85:2402-10.
74.Diamanti-Kandarakis E, Kouli C, Alexandraki K, Spina G. 
Failure of mathematical indices to accurately assess 
insulin resistance in ean, overweight, or obese women 
with polycystic ovary syndrome. J Clin Endocrinol. 
Metab. 2004;89:1273-6.
75.Legro RS, Finegood D, Dunaif A. A fasting glucose to 
insulin ratio is a useful measure of insulin sensitivity in 
women with polycystic ovary syndrome. J Clin 
Endocrinol Metab. 1998; 83:2694-8.
76.Sharpless JL. Polycystic ovary syndrome and the metabolic
syndrome. Clin Diabets. 2003;21:154-61.
77.Deplewski D, Rosenfield RL. Role of hormones in 
pilosebaceous unit development. Endocr Rev. 
2000;21:363-92.
78.Diamanti-Kandarakis E, Baillargeon JP, Iuorno MJ, 
Jakubowicz DJ, Nestler JE. A modern medical quandary: 
polycystic ovary syndrome, insulin resistance, and oral 
contraceptive pills J. Clin. Endocrinol. Metab. 
2002;88:1927-32.
79.Rittmaster RS. Clinical review 73: medical treatment of 
androgen-dependent hirsutism. J Clin Endocrinol Metab. 
1995;80:2559-63.
80.Shaw JC. Low- dose adjunctive spironolactone in
treatment of acne in women: A retrospective analysis of 
85 consecutively treated patients. J Am Acad Dermatol. 
2000;43:498-502.
81.Tartagni M, Schonauer LM, De Salvia MA, Cicinelli E, De 
Pergola G, D’Addario V. Comparison of Diane 35 and 
Diane 35 plus finasteride in the treatment of hirsutism. 
Fertil Steril. 2000;73:718-23.
82.Balfour JA, McClellan K. Topical eflornithine. Am J Clin 
Dermatol.2001;2:197-201.
83.Velazquez EM, Mendoza S, Hamer T, Sosa F, Glueck CJ. 
Metformin therapy in polycystic ovary syndrome reduces 
hyperinsulinemia, insulin resistance, hyperandrogenemia,
and systolic blood pressure, while facilitating normal 
menses and pregnancy. Metab Clin Exp. 1994;43:647-54.
84.Mansfield R, Galea R, Brincat M, Hole D, Mason H. 
An Bras Dermatol. 2005; 80(4):395-410.
Hiperandrogenismo e pele: síndrome do ovário policístico... 409
Revista80N480.qxd 08.09.05 11:34 Page 409
Metformin has direct effects on human ovarian
steroidogenesis. Fertil Steril. 2003;79:956-62.
85.Azziz R, Ehrmann D, Legro RS, Whitcomb RW, Hanley R, 
Fereshetian AG, et al. Troglitazone improves ovulation 
and hirsutism in the polycystic ovary syndrome: a
multicenter, double blind, placebo-controlled trial. J 
Clin Endocrinol Metab. 2001;86:1626-32.
86.Lord JM, Flight IH, Norman RJ. Insulin-sensitising drugs 
(metformin, troglitazone, rosiglitazone, pioglitazone, D-
chiro-inositol) for polycystic ovary syndrome. Cochrane 
Database Syst Rev. 2003;3:CD003053.
87.Ganie MA, Khurana ML., Eunice M, Gulati M, Dwivedi 
SN, Ammini AC. Comparison of efficacy of spironolactone 
with metformin in the management of polycystic ovary 
syndrome: an open-labeled study. J Clin Endocrinol. 
Metab. 2004;89:2756-62.
88.Ortega-González C, Luna S, Hernández L, Crespo G, 
Aguayo P, Arteaga-Troncoso G, Parra A. Responses of 
serum androgen and insulin resistance to metformin 
and pioglitazone in obese, insulin-resistant women with 
polycystic ovary syndrome. J Clin Endocrinol. Metab. 
2004;90:1360-5.
89.Nestler JE, Jakubowicz DJ, Reamer P, Gunn RD, Allan G. 
Ovulatory and metabolic effects of D-chiro-inositol in 
the polycystic ovary syndrome. N Engl J Med. 
1999;340;1314-20.
ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA:
Samira Yarak
Departamento de Dermatologia
Unifesp - Escola Paulista de Medicina
Rua Botucatu, 740
04023-900 - São Paulo - SP
Tel./fax: (11) 5571-2947
E-mail: sa.la@ terra.com.br
An Bras Dermatol. 2005; 80(4):395-410.
410 Yarak S, Bagatin E, Hassun KM, Parada MOAB, Talarico Filho S.
Revista80N480.qxd 08.09.05 11:34 Page 410
<<
 /ASCII85EncodePages false
 /AllowTransparency false
 /AutoPositionEPSFiles true
 /AutoRotatePages /All
 /Binding /Left
 /CalGrayProfile (Dot Gain 20%)
 /CalRGBProfile (sRGB IEC61966-2.1)
 /CalCMYKProfile (U.S. Web Coated \050SWOP\051 v2)
 /sRGBProfile (sRGB IEC61966-2.1)
 /CannotEmbedFontPolicy /Warning
 /CompatibilityLevel 1.4
 /CompressObjects /Tags
 /CompressPages true
 /ConvertImagesToIndexed true
 /PassThroughJPEGImages true
 /CreateJDFFile false
 /CreateJobTicket false
 /DefaultRenderingIntent /Default
 /DetectBlends true
 /ColorConversionStrategy /LeaveColorUnchanged
 /DoThumbnails false
 /EmbedAllFonts true
 /EmbedJobOptions true
 /DSCReportingLevel 0
 /EmitDSCWarnings false
 /EndPage -1
 /ImageMemory 1048576
 /LockDistillerParams false
 /MaxSubsetPct 100
 /Optimize true
 /OPM 1
 /ParseDSCComments true
 /ParseDSCCommentsForDocInfo true
 /PreserveCopyPage true
 /PreserveEPSInfo true
 /PreserveHalftoneInfo false
 /PreserveOPIComments false
 /PreserveOverprintSettings true
 /StartPage 1
 /SubsetFonts true
 /TransferFunctionInfo /Apply
 /UCRandBGInfo /Preserve
 /UsePrologue false
 /ColorSettingsFile ()
 /AlwaysEmbed [ true
 ]
 /NeverEmbed [ true
 ]
 /AntiAliasColorImages false
 /DownsampleColorImages true
 /ColorImageDownsampleType /Bicubic
 /ColorImageResolution 300
 /ColorImageDepth -1
 /ColorImageDownsampleThreshold 1.50000
 /EncodeColorImages true
 /ColorImageFilter /DCTEncode
 /AutoFilterColorImages true
 /ColorImageAutoFilterStrategy /JPEG
 /ColorACSImageDict <<
 /QFactor 0.15
 /HSamples [1 1 1 1] /VSamples [1 1 1 1]
 >>
 /ColorImageDict <<
 /QFactor 0.15
 /HSamples [1 1 1 1] /VSamples [1 1 1 1]
 >>
 /JPEG2000ColorACSImageDict <<
 /TileWidth 256
 /TileHeight 256
 /Quality 30
 >>
 /JPEG2000ColorImageDict <<
 /TileWidth 256
 /TileHeight 256
 /Quality 30
 >>
 /AntiAliasGrayImages false
 /DownsampleGrayImages true
 /GrayImageDownsampleType /Bicubic
 /GrayImageResolution 300
 /GrayImageDepth -1
 /GrayImageDownsampleThreshold 1.50000
 /EncodeGrayImages true
 /GrayImageFilter /DCTEncode
 /AutoFilterGrayImages true
 /GrayImageAutoFilterStrategy /JPEG
 /GrayACSImageDict <<
 /QFactor 0.15
 /HSamples [1 1 1 1] /VSamples [1 1 1 1]
 >>
 /GrayImageDict <<
 /QFactor 0.15
 /HSamples [1 1 1 1] /VSamples [1 1 1 1]
 >>
 /JPEG2000GrayACSImageDict <<
 /TileWidth 256
 /TileHeight 256
 /Quality 30
 >>
 /JPEG2000GrayImageDict <<
 /TileWidth 256
 /TileHeight 256
 /Quality 30
 >>
 /AntiAliasMonoImages false
 /DownsampleMonoImages true
 /MonoImageDownsampleType /Bicubic
 /MonoImageResolution 1200
 /MonoImageDepth -1
 /MonoImageDownsampleThreshold 1.50000
 /EncodeMonoImages true
 /MonoImageFilter /CCITTFaxEncode
 /MonoImageDict <<
 /K -1
 >>
 /AllowPSXObjects false
 /PDFX1aCheck false
 /PDFX3Check false
 /PDFXCompliantPDFOnly false
 /PDFXNoTrimBoxError true
 /PDFXTrimBoxToMediaBoxOffset [
 0.00000
 0.00000
 0.00000
 0.00000
 ]
 /PDFXSetBleedBoxToMediaBox true
 /PDFXBleedBoxToTrimBoxOffset [
 0.00000
 0.00000
 0.00000
 0.00000
 ]
 /PDFXOutputIntentProfile ()
 /PDFXOutputCondition ()
 /PDFXRegistryName (http://www.color.org)
 /PDFXTrapped /Unknown
 /Description <<
 /FRA <FEFF004f007000740069006f006e00730020007000650072006d0065007400740061006e007400200064006500200063007200e900650072002000640065007300200064006f00630075006d0065006e00740073002000500044004600200064006f007400e900730020006400270075006e00650020007200e90073006f006c007500740069006f006e002000e9006c0065007600e9006500200070006f0075007200200075006e00650020007100750061006c0069007400e90020006400270069006d007000720065007300730069006f006e00200061006d00e9006c0069006f007200e90065002e00200049006c002000650073007400200070006f0073007300690062006c0065002000640027006f00750076007200690072002000630065007300200064006f00630075006d0065006e007400730020005000440046002000640061006e00730020004100630072006f0062006100740020006500740020005200650061006400650072002c002000760065007200730069006f006e002000200035002e00300020006f007500200075006c007400e9007200690065007500720065002e>
 /ENU (Use these settings to create PDF documents with higher image resolution for improved printing quality. The PDF documents can be opened with Acrobat and Reader 5.0 and later.)
 /JPN <FEFF3053306e8a2d5b9a306f30019ad889e350cf5ea6753b50cf3092542b308000200050004400460020658766f830924f5c62103059308b3068304d306b4f7f75283057307e30593002537052376642306e753b8cea3092670059279650306b4fdd306430533068304c3067304d307e305930023053306e8a2d5b9a30674f5c62103057305f00200050004400460020658766f8306f0020004100630072006f0062006100740020304a30883073002000520065006100640065007200200035002e003000204ee5964d30678868793a3067304d307e30593002>
 /DEU <FEFF00560065007200770065006e00640065006e0020005300690065002000640069006500730065002000450069006e007300740065006c006c0075006e00670065006e0020007a0075006d002000450072007300740065006c006c0065006e00200076006f006e0020005000440046002d0044006f006b0075006d0065006e00740065006e0020006d00690074002000650069006e006500720020006800f60068006500720065006e002000420069006c0064006100750066006c00f600730075006e0067002c00200075006d002000650069006e0065002000760065007200620065007300730065007200740065002000420069006c0064007100750061006c0069007400e400740020007a0075002000650072007a00690065006c0065006e002e00200044006900650020005000440046002d0044006f006b0075006d0065006e007400650020006b00f6006e006e0065006e0020006d006900740020004100630072006f0062006100740020006f0064006500720020006d00690074002000640065006d002000520065006100640065007200200035002e003000200075006e00640020006800f600680065007200200067006500f600660066006e00650074002000770065007200640065006e002e>
 /PTB <FEFF005500740069006c0069007a006500200065007300740061007300200063006f006e00660069006700750072006100e700f5006500730020007000610072006100200063007200690061007200200064006f00630075006d0065006e0074006f0073002000500044004600200063006f006d00200075006d00610020007200650073006f006c007500e700e3006f00200064006500200069006d006100670065006d0020007300750070006500720069006f0072002000700061007200610020006f006200740065007200200075006d00610020007100750061006c0069006400610064006500200064006500200069006d0070007200650073007300e3006f0020006d0065006c0068006f0072002e0020004f007300200064006f00630075006d0065006e0074006f0073002000500044004600200070006f00640065006d0020007300650072002000610062006500720074006f007300200063006f006d0020006f0020004100630072006f006200610074002c002000520065006100640065007200200035002e0030002000650020007300750070006500720069006f0072002e>/DAN <FEFF004200720075006700200064006900730073006500200069006e0064007300740069006c006c0069006e006700650072002000740069006c0020006100740020006f0070007200650074007400650020005000440046002d0064006f006b0075006d0065006e0074006500720020006d006500640020006800f8006a006500720065002000620069006c006c00650064006f0070006c00f80073006e0069006e006700200066006f00720020006100740020006600e50020006200650064007200650020007500640073006b00720069006600740073006b00760061006c0069007400650074002e0020005000440046002d0064006f006b0075006d0065006e0074006500720020006b0061006e002000e50062006e006500730020006d006500640020004100630072006f0062006100740020006f0067002000520065006100640065007200200035002e00300020006f00670020006e0079006500720065002e>
 /NLD <FEFF004700650062007200750069006b002000640065007a006500200069006e007300740065006c006c0069006e00670065006e0020006f006d0020005000440046002d0064006f00630075006d0065006e00740065006e0020007400650020006d0061006b0065006e0020006d00650074002000650065006e00200068006f0067006500720065002000610066006200650065006c00640069006e00670073007200650073006f006c007500740069006500200076006f006f0072002000650065006e0020006200650074006500720065002000610066006400720075006b006b00770061006c00690074006500690074002e0020004400650020005000440046002d0064006f00630075006d0065006e00740065006e0020006b0075006e006e0065006e00200077006f007200640065006e002000670065006f00700065006e00640020006d006500740020004100630072006f00620061007400200065006e002000520065006100640065007200200035002e003000200065006e00200068006f006700650072002e>
 /ESP <FEFF0055007300650020006500730074006100730020006f007000630069006f006e006500730020007000610072006100200063007200650061007200200064006f00630075006d0065006e0074006f0073002000500044004600200063006f006e0020006d00610079006f00720020007200650073006f006c00750063006900f3006e00200064006500200069006d006100670065006e00200070006100720061002000610075006d0065006e0074006100720020006c0061002000630061006c006900640061006400200061006c00200069006d007000720069006d00690072002e0020004c006f007300200064006f00630075006d0065006e0074006f00730020005000440046002000730065002000700075006500640065006e00200061006200720069007200200063006f006e0020004100630072006f00620061007400200079002000520065006100640065007200200035002e003000200079002000760065007200730069006f006e0065007300200070006f00730074006500720069006f007200650073002e>
 /SUO <FEFF004e00e4006900640065006e002000610073006500740075007300740065006e0020006100760075006c006c006100200076006f0069006400610061006e0020006c0075006f006400610020005000440046002d0061007300690061006b00690072006a006f006a0061002c0020006a006f006900640065006e002000740075006c006f0073007400750073006c00610061007400750020006f006e0020006b006f0072006b006500610020006a00610020006b007500760061006e0020007400610072006b006b007500750073002000730075007500720069002e0020005000440046002d0061007300690061006b00690072006a0061007400200076006f0069006400610061006e0020006100760061007400610020004100630072006f006200610074002d0020006a00610020004100630072006f006200610074002000520065006100640065007200200035002e00300020002d006f0068006a0065006c006d0061006c006c0061002000740061006900200075007500640065006d006d0061006c006c0061002000760065007200730069006f006c006c0061002e>
 /ITA <FEFF00550073006100720065002000710075006500730074006500200069006d0070006f007300740061007a0069006f006e00690020007000650072002000630072006500610072006500200064006f00630075006d0065006e00740069002000500044004600200063006f006e00200075006e00610020007200690073006f006c0075007a0069006f006e00650020006d0061006700670069006f00720065002000700065007200200075006e00610020007100750061006c0069007400e00020006400690020007300740061006d007000610020006d00690067006c0069006f00720065002e0020004900200064006f00630075006d0065006e00740069002000500044004600200070006f00730073006f006e006f0020006500730073006500720065002000610070006500720074006900200063006f006e0020004100630072006f00620061007400200065002000520065006100640065007200200035002e003000200065002000760065007200730069006f006e006900200073007500630063006500730073006900760065002e>
 /NOR <FEFF004200720075006b00200064006900730073006500200069006e006e007300740069006c006c0069006e00670065006e0065002000740069006c002000e50020006f00700070007200650074007400650020005000440046002d0064006f006b0075006d0065006e0074006500720020006d006500640020006800f80079006500720065002000620069006c00640065006f00700070006c00f80073006e0069006e006700200066006f00720020006200650064007200650020007500740073006b00720069006600740073006b00760061006c0069007400650074002e0020005000440046002d0064006f006b0075006d0065006e00740065006e00650020006b0061006e002000e50070006e006500730020006d006500640020004100630072006f0062006100740020006f0067002000520065006100640065007200200035002e00300020006f0067002000730065006e006500720065002e>
 /SVE <FEFF0041006e007600e4006e00640020006400650020006800e4007200200069006e0073007400e4006c006c006e0069006e006700610072006e00610020006e00e40072002000640075002000760069006c006c00200073006b0061007000610020005000440046002d0064006f006b0075006d0065006e00740020006d006500640020006800f6006700720065002000620069006c0064007500700070006c00f60073006e0069006e00670020006f006300680020006400e40072006d006500640020006600e50020006200e400740074007200650020007500740073006b00720069006600740073006b00760061006c0069007400650074002e0020005000440046002d0064006f006b0075006d0065006e00740065006e0020006b0061006e002000f600700070006e006100730020006d006500640020004100630072006f0062006100740020006f00630068002000520065006100640065007200200035002e003000200065006c006c00650072002000730065006e006100720065002e>
 >>
>> setdistillerparams
<<
 /HWResolution [2400 2400]
 /PageSize [612.000 792.000]
>> setpagedevice

Continue navegando