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Juliana Geller - 103 Dura-máter Introdução Dura-máter é o nome oficial e, também, mais utilizado, porém, algumas pessoas se referem à ela como paquimeninge. Ao retirar a calvária do resto do crânio, já é possível observar a dura-máter, a qual é uma estrutura extremamente espessa, firme, sem elasticidade, assemelhando-se ao pericárdio fibroso. Durante a necropsia, a dura é facilmente separada da calvária, enquanto na base do crânio, ela está firmemente aderida. Em um indivíduo vivo, só ocorre essa separação (independente do local) em caso de doença, na qual há a criação de um espaço extradural real, cheio de sangue ou líquido. Ex: hemorragia epidural A principal artéria responsável por irrigar a dura-máter é a artéria meníngea média, que entra pelo forame espinhoso do osso esfenoide. Apesar de existirem artérias meníngeas anterior e posterior, a mais importante é a média. Funções 1. Drenagem do encéfalo A dura-máter é muito importante para a drenagem venosa do encéfalo (cérebro, cerebelo, tronco encefálico). As estruturas responsáveis por isso são os seios. Seios são cavidades ocas que serão preenchidos por sangue venoso. 2. Compartimentalização do encéfalo Através das pregas da dura-máter, que são invaginações dessa meninge, são formados os septos durais, ou seja, compartimentos no encéfalo. Funcionalmente, a divisão da cavidade craniana em compartimentos não interfere no funcionamento encefálico, mas existem muitas repercussões clínicas quanto à isso. Características A dura-máter encefálica possui dois folhetos: • um folheto externo: camada periosteal externa, que fica em contato íntimo com o crânio, tomando a função de periósteo • um folheto interno: camada meníngea interna, que, na sua maioria, está firmemente aderido ao folheto externo, mas em alguns lugares, há a separação desses folhetos e a projeção da camada interna. Créditos do desenho à Amanda Lima fofa! Nos locais de separação dos folhetos, são formados alguns seios de formato triangular. Eles são formados por parte da camada externa quanto da interna, exceto um dos seios que é formado apenas por um folheto interno. Pregas As invaginações da dura-máter recebem nomes: - Foice do cérebro: fixada nas cristas do etmoide e do frontal até a protuberância occipital interna, divide os hemisférios do cérebro - Foice do cerebelo: inferior ao tentório do cerebelo, está fixada na protuberância occipital interna - Tentório do cerebelo: do latim tenda, é uma projeção que sai das duas laterais do crânio em formato de U e possui uma incisura, incisura do tentório, que dá 1 Juliana Geller - 103 passagem ao tronco encefálico, fixa-se no processo clinoide posterior O tentório divide a cavidade do crânio em compartimentos supratentorial e infratentorial, que possuem importância clínica. - Diafragma da sela: teto parcial da sela turca, fixado sobre os processos clinoides, formando um teto sobre a fossa hipofisial do esfenoide. Ele possui um espaço que serve para a comunicação da hipófise com o diencéfalo Ilustração: cama com dossel Os processos clinoides seriam as barras laterais que formam os pés da cama e o dossel seria o diafragma da sela, e a princesa é a hipófise. - Cavidade Trigeminal: os folhetos externo e interno envelopam, como um sanduíche, o gânglio trigeminal Seios Definição do Eduardo: canais triangulares, na maior parte das vezes, entre os dois folhetos da dura-máter Os seios conduzem o sangue venoso do encéfalo para a veia jugular interna Esses seios, internamente, são revestidos por endotélio, assim como as veias que irão desembocar no interior dos seios Todos os seios a seguir são ímpares e se encontram no plano mediano: - Seio sagital superior: é um seio extremamente grande que vai desde o osso frontal até o occipital (crista do etmoidal até protuberância occipital interna), seguindo uma “linha"na foice do cérebro Desemboca na confluência dos seios - Seio sagital inferior: uma dobra da foice do cérebro sobre si própria Desemboca no seio reto - Seio reto: quase perpendicular ao crânio, desce inferoposteriormente, formado pelo seio sagital inferior e pela veia cerebral magna Desemboca na confluência dos seios - Seio occipital: segue uma “linha” na foice do cerebelo, ou seja, é inferior a confluência dos seios Desemboca na confluência dos seios - Confluência dos seios (prensa de Herófilo): local de confluência de vários seios Desemboca nos seios transversos direito e esquerdo Da confluência dos seios, partem 2 seios transversais, um para cada lado. Normalmente, o sangue do seio sagital superior vai para o seio transverso direito e dos outros seios - reto, sagital inferior e occipital - para o seio transverso esquerdo. Os seios transversos vão em direção ao osso temporal para desembocar no seio sigmoideo, o qual desemboca no forame jugular. Na base do crânio existem outros seios pares: - Seio esfenoparietal: segue o contorno da asa menor do esfenoide Desemboca no seio cavernoso - Seio cavernoso: grande seio que está localizado de cada lado da sela turca, se 2 Juliana Geller - 103 estendendo desde a fissura orbital superior até o ápice da parte petrosa do osso temporal. Pode haver a comunicação entre os seios cavernosos através dos seios intercavernosos . Dentro dele estão estruturas neurovasculares, com ênfase para a artéria carótida interna. Na parede lateral do seio, estão os nervos: oculomotor; troclear; trigêmeo. Desemboca no seio petroso superior ou seio petroso inferior - Seio petroso superior: desemboca no seio sigmoide - Plexo basilar: localizado na parte basilar do osso occipital Desemboca no seio petroso inferior - Seio petroso inferior: desemboca no forame jugular - Seio sigmoideo: vai para o forame jugular, continuando-se com a veia jugular interna TRAJETO A PARTIR DO FORAME JUGULAR: Veia jugular interna - veia subclávia - veia braquiocefálica direita + veia braquiocefálica esquerda - veia cava superior - átrio direito Vascularização Artéria meningea média: • Ramo frontal ou anterior • Ramo parietal ou posterior Veias meníngeas médias: Acompanham a artéria meníngea média, deixando a cavidade do crânio pelo forame espinhoso/forame oval, drenando para o plexo venoso pterigoideo Hemorragia Epidural Fratura do ptério Fragmentos ósseos decorrentes dessa fratura podem rasgar a parede da artéria meníngea média que passa atrás desse ponto craniométrico, podendo gerar uma hemorragia epidural (acima da dura). Isso pode acumular sangue entre o crânio e a dura-máter, o que irá comprimir o cérebro. Se não for devidamente tratado, leva à morte. IMPRESSÕES NA FACE INTERNA - Sulco do seio sagital superior - Sulco do seio transverso - Sulco do seio sigmoide - Sulco do seio petroso superior - Sulco do seio petroso inferior 3
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