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1 Patologia Veterinária | Profª Gabriela Riet | Medicina Veterinária UFPA 2019| @drabichinho HIPEREMIA E CONGESTÃO Hiperemia é um processo ativo resultante da dilatação da arteríola e aumento do influxo sanguíneo. Os tecidos hiperêmicos são mais avermelhados que o normal, pois há um ingurgitamento com sangue oxigenado. Congestão é um processo passivo ocasionado por um comprometimento do fluxo de saída do sangue venoso de um tecido. Os tecidos congestionados têm coloração azul-avermelhada devido ao acúmulo de hemoglobina desoxigenada. Morfologia microscópica da congestão Pulmonar aguda Capilares alveolares ingurgitados com sangue e graus variáveis de edema septal alveolar e hemorragia intra-alveolar Pulmonar crônica Septos se tornam espessados e fibróticos e os espaços alveolares contêm numerosos macrófagos carregados de hemossiderina (“células da insuficiência cardíaca”) derivados das hemácias fagocitadas Hepática aguda A veia central e os sinusoides estão distendidos com sangue, e pode até ocorrer eliminação de hepatócito central decorrente de necrose Hepática passiva crônica Regiões centrais dos lóbulos hepáticos são vermelho- pardacentas e ligeiramente diminuídas (devido à perda celular) e acentuadas contra as zonas circunvizinhas do fígado castanho-amarelado não congestionado, algumas vezes gorduroso (fígado em noz- moscada) Fígado com congestão passiva crônica e necrose hemorrágica (fígado em noz-moscada) EDEMA É um acúmulo de fluido intersticial dentro dos tecidos. O fluido extravascular também pode se acumular em cavidades corporais: cavidade pleural (hidrotórax), na cavidade percárdica (hidropericárdio) ou na cavidade peritoneal (hidroperitônio ou ascite). Anarsaca é um edema grave, generalizado, com um profundo inchaço dos tecidos subcutâneos e acúmulo de fluido nas cavidades corporais. O movimento dos fluidos é regulado por forças opostas: pressão vascular hidrostática e pressão coloide osmótica. O fluido do edema que se acumulou por causa do aumento da pressão hidrostática é chamado de transudato pobre em proteínas. Quando há um aumento da permeabilidade, o fluido do edema inflamatório se chama exsudato rico em proteínas. Morfologia microscópica do edema Subcutâneo Se acumula de preferência abaixo do coração, onde as pressões hidrostáticas são maiores Dependente Edema é tipicamente mais pronunciado nas pernas na posição em pé e no sacro na posição deitada Depressível Pressão digital sobre o tecido subcutâneo edematoso desloca o fluido intersticial deixando uma depressão na forma do dedo HEMORRAGIA É um extravasamento de sangue e pode acontecer em diversas situações. Diferentes aparências e consequências clínicas Hematoma Quando se acumula dentro de um tecido Grandes sangramentos em cavidades Hemotórax, hemopericárdio, hemoperitônio ou hemartrose. Extensas hemorragias podem ocasionalmente resultar em icterícia decorrente da maciça destruição de hemácias e hemoglobina Petéquias Pequenas hemorragias dentro da pele, membranas mucosas e superfícies serosas. Púrpuras Hemorragias maiores resultantes das mesmas desordens que causam petéquias Equimoses São hematomas subcutâneos maiores de mais de 1cm 2 Patologia Veterinária | Profª Gabriela Riet | Medicina Veterinária UFPA 2019| @drabichinho Se houver perda significativa de sangue, o paciente entra em choque hemorrágico/hipovolêmico. HEMOSTASIA E TROMBOSE Hemostasia é o um conjunto de processos que permitem que o sangue se mantenha fluido e livre de trombos e a formação do tampão hemostático rápido no local da lesão vascular. Se a hemostasia for prejudicada, há trombose, quando há coagulação excessiva do sangue. Os trombos são uma massa sólida de plaquetas e fibrinas. Os coágulos são uma massa de sangue não estruturada formada quando o sangue coagula fora dos vasos. Tipos de hemostasia Fisiológica Patológica Mantém o sangue fluido Em lesão endotelial, forma coágulos ou trombos dentro dos vasos Hemostasia normal Vasoconstrição: após uma lesão inicial, há um período de vasoconstrição arteriolar mediada por mecanismos neurogênicos reflexos e aumentada pela secreção local de endotelina (vasoconstritor) Hemostasia primária: uma lesão endotelial expõe a MEC subendotelial que é altamente trombogênica, facilitando aderência e ativação plaquetária, resultando em uma liberação de grânulos e formação de tampão hemostático (hemostasia primária) Hemostasia secundária: a injúria endotelial expõe o fator tissular (fator III ou tromboplastina), ativando a cascata de coagulação, ativando a trombina. A trombina ativada leva a formação de um clot de fibrina e ativa as plaquetas adicionais para reforçar o tampão. ___________________________Endotélio As células endoteliais são as principais reguladoras da hemostasia por expressarem fatores anticoagulantes que inibem a agregação plaquetária e a coagulação. Contudo, com o avanço da lesão ou a ativação, elas adquirem atividades pró-coagulantes. O equilíbrio entre as atividades antitrombóticas e pró- trombóticas do endotélio determina se ocorre a formação, propagação ou dissolução do trombo. Além do trauma, o endotélio pode ser ativado por agentes infecciosos, forças hemodinâmicas, mediadores plasmáticos e citocinas. ___________________________Plaquetas São células anucleadas em forma de disco que se deslocam dos megacariócitos, na medula óssea, para o fluxo sanguíneo. São importantes na hemostasia normal, pois formam um tampão hemostático que sela efeitos vasculares e recrutam fatores de coagulação. _______________Cascata de coagulação A coagulação ocorre por meio de uma ativação proteolítica, sequencial de zimógenos por proteases do plasma, formando trombina que converte a molécula de fibrinogênio em fibrina.
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