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Gardnerella Vaginalis Introdução A Gardnerella vaginalis é uma bactéria anaeróbica e comensional que coloniza preferencialmente o trato genital feminino. Quando ocorre seu predomínio em relação às demais bactérias existentes no meio, pode surgir uma infecção vaginal, conhecida como vaginose bacteriana ou vaginite de Gardnerella. A vaginose bacteriana é a causa mais comum de corrimento vaginal presente principalmente em mulheres em idade reprodutiva. Cerca de 10 a 30% das gestantes, apresentam vaginose bacteriana, e aproximadamente 45% das mulheres atendidas na atenção básica, possuem tal vaginose sendo 50% destas assintomáticas. Homens também podem ser infectados através de relações sem preservativo com uma parceira infectada. Gardnerella vaginalis ● Gardnerella é um gênero de bactéria cocobacilar, Gram variável, anaeróbia facultativa, imóvel, não encapsulada e que não forma esporos. Conhecida anteriormente como Haemophilus vaginalis. É flora normal de vagina e reto humano, também podendo ser encontrado em sangue, urina e faringe ● G. vaginalis cresce em colônias pequenas, circulares, convexas e cinzentas no ágar chocolate ou HBT. Um meio seletivo para G. vaginalis é o ágar sangue colistina-ácido oxolínico. ● PH > 4,5 é favorável ao quadro de vaginose, especialmente por associação desse bacilo com outras bactérias . ● Período de incubação: 2 a 21 dias https://www.google.com/url?q=https://pt.wikipedia.org/wiki/Cocobacilo&sa=D&source=editors&ust=1617840205824000&usg=AOvVaw30aIgiorMDVON3WC9ZkCL7 https://www.google.com/url?q=https://pt.wikipedia.org/wiki/Anaer%25C3%25B3bia&sa=D&source=editors&ust=1617840205824000&usg=AOvVaw3qCv5XVRfydA_jZgTPcb4T https://www.google.com/url?q=https://pt.wikipedia.org/wiki/%25C3%2581gar&sa=D&source=editors&ust=1617840205824000&usg=AOvVaw0caMd5AJTTuowmihexADkM https://www.google.com/url?q=https://pt.wikipedia.org/wiki/%25C3%2581gar_sangue&sa=D&source=editors&ust=1617840205824000&usg=AOvVaw3nI8fHkHyM-yn3byHYbtrR O que causa a infecção? Não existe uma causa específica para este tipo de infecção, no entanto é mais comum em mulheres com fatores de risco como vários parceiros sexuais, uso de cigarro, prática regular de lavagens vaginais ou uso de DIU como método contraceptivo. Assim, a infecção genital por Gardnerella não é considerada uma IST (Infecção Sexualmente Transmissível) e o período de incubação da doença é de 2 a 21 dias, que é o tempo em que a bactéria está presente mas não se manifestam os sintomas. Sintomas Na mulher: ● Corrimento branco ou acinzentado; ● Pequenas bolhas na vagina; ● Odor desagradável que se intensifica após o contato íntimo desprotegido; ● Dor durante o contato íntimo; ● Existem casos em que a mulher pode apresentar pequenos sangramentos, especialmente depois do contato íntimo. O odor fétido, é oriundo da produção de aminopeptidases, com formação de aminas (Whiff-test), principalmente, putrescina e cadaverina, resultando na esfoliação das células epiteliais. Sintomas No homem: ● Vermelhidão no prepúcio, glande ou uretra; ● Dor ao urinar; ● Coceira no pênis; ● Secreção amarelada na uretra; Em muitos homens, é mais comum que a infecção por Gardnerella sp. não provoque qualquer sintoma e, por isso, também pode não ser necessário fazer tratamento. Consequências ● A infecção por Gardnerella aumenta consideravelmente o risco de se contrair infecções como a gonorreia e a tricomoníase. ● Maior possibilidade de se infectar pelo vírus HIV ● Em Mulheres, pode resultar em endometrite, salpingite, infertilidade e/ou aborto. Complicações na Gravidez ● Parto prematuro ● Aborto (sem ser no primeiro trimestre) ● Rompimento mais cedo da bolsa amniótica ● Infecção das membranas que formam a bolsa e o líquido amniótico ● Infecção e inflamação do revestimento do útero após o parto. Diagnóstico Clínico e Citológico O diagnóstico é realizado baseado nos seguintes critérios: secreção vaginal fluida e homogênea, pH vaginal acima de 4.5 e teste das aminas positivo. No esfregaço citológico observa-se a presença de células com o bacilo aderido ao citoplasma o que gera um aspecto granular , alterações inflamatórias e presença ou não, de numerosos leucócitos, caracterizando um processo inflamatório leve a moderado. t Aspecto granular observado em células. Esfregaço cervicovaginal, Papanicolaou, 400x Esfregaço cervicovaginal, Papanicolaou, 400x. Observa-se duas células-guia ao centro, que revelam a capacidade de adesão do bacilo. Diagnóstico Clínico e Citológico Esfregaço cervicovaginal, Papanicolaou, 100x. Inflamação discreta, ausência de neutrófilos e presença do agente infeccioso. Amostra cervical, citologia de meio líquido, Papanicolaou, 400x. Falsa célula guia. Tratamento ● Antibióticos: Metronidazol, Secnidazol ou Clindamicina, uso tópico (região intima) e/ou comprimidos, uma adequada higiene íntima, lavando somente a região genital externa com sabonete neutro ou apropriado para a região. ● Na gravidez, o tratamento deve apenas ser feito com o antibiótico em comprimido, recomendado pelo ginecologista, juntamente com higiene adequada da região. ● O tratamento deve ser estendido ao parceiro(a). Posologia Normalmente, estes antibióticos devem ser usados entre 5 a 7 dias e podem ser encontrados na forma de comprimidos ou como creme vaginal, no entanto, no caso de mulheres grávidas, o tratamento deve ser feito preferencialmente com comprimidos. O medicamento mais indicado para tratar a vaginose é o metronidazol administrado em doses de 500 mg - 2x ao dia ou 250 mg - 3x ao dia, durante 7 dias. A clindamicina na dose de 300mg 2x ao dia por 7 dias é outra opção de tratamento. Prevenção ● Use preservativo ● Evite duchas vaginais; ● Não utilizar perfumes na vulva; ● Evitar roupas justas e de material sintético; ● Dormir sem calcinha, ● Utilizar sabonetes íntimos com pH adequado, ● Mulheres que usam algum dispositivo intrauterino, como DIU, têm mais risco de apresentar vaginoses https://www.google.com/url?q=https://drauziovarella.uol.com.br/corpo-humano/vulva/&sa=D&source=editors&ust=1617840208048000&usg=AOvVaw0By8nrcjliI7DzLZdqNxyG Referências ● FREITAS, Samila Moreira de et al. GARDNERELLA VAGINALIS: CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO E ABORDAGEM TERAPÊUTICA. Mostra Científica da Farmácia, [S.l.], v. 4, n. 2, aug. 2018. ISSN 2358-9124. Disponível em: <http://publicacoesacademicas.unicatolicaquixada.edu.br/index.php/mostracientificafarmacia/article/view/229 9>. Acesso em: 03 Nov. 2019. https://www.google.com/url?q=http://publicacoesacademicas.unicatolicaquixada.edu.br/index.php/mostracientificafarmacia/article/view/2299&sa=D&source=editors&ust=1617840208407000&usg=AOvVaw2gRDeO0BlrBNDlJSnAiz-a https://www.google.com/url?q=http://publicacoesacademicas.unicatolicaquixada.edu.br/index.php/mostracientificafarmacia/article/view/2299&sa=D&source=editors&ust=1617840208407000&usg=AOvVaw2gRDeO0BlrBNDlJSnAiz-a
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