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1 4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC SAÚDE DA MULHER JULIANA OLIVEIRA A inflamação ou infecção de vulva ou vagina corresponde a cerca de 50 a 70% das queixas em consultas ginecológicas. Estima-se que dez milhões de consultas por ano sejam decorrentes de sintomas relacionados às vulvovaginites. ➔ Ambiente vaginal fisiológico: Fisiologicamente tem-se as glândulas sebáceas, sudoríparas, de Bartholin e de Skene (parauretrais) que produzem as secreções fisiológicas. A mulher no menacme é naturalmente lubrificada, diferente da mulher na pós menopausa que passa a ter um ressecamento vaginal. A fase hormonal influencia o tipo e a quantidade de células. ➔ Conteúdo vaginal fisiológico: Na vagina além do muco cervical tem-se células vaginais e cervicais, secreção das glândulas, proteínas, glicoproteínas, carboidrato, pequena quantidade de leucócitos e microrganismo da flora vaginal. SECREÇÃO VAGINAL FISIOLÓGICA - Consistência flocular. - Branca ou transparente. - Presente no fundo da vagina, podendo se exteriorizar. - Microscopia da secreção: Células epiteliais superficiais, poucos leucócitos e poucas células indicadoras (gardnerella vaginalis), pH 4,5 (o sêmen é alcalino). O que se deve perguntar a paciente quando ela chega com a queixa de que está com corrimento? Coloração, odor e prurido. Não tendo nenhum desses fatores é algo fisiológico, mas mesmo assim a paciente será submetida aos exames ginecológicos, avaliando a secreção. Obs: A gardnerella vaginalis compõe a flora vaginal normal, é um anaeróbio, no entanto, quando se tem um desequilíbrio dessa flora, tem-se uma proliferação desses organismos, causando alteração no pH e sintomas em relação a essa população de anaeróbio que estão colonizando a vagina. Ainda acerca do conteúdo vaginal fisiológico tem-se bactérias aeróbias principalmente os lactobacilos, os quais permitem que o pH vaginal permaneça ácido sendo extremamente importante para manter o equilíbrio da flora vaginal na mulher, tem-se outros tipos de bactérias aeróbias como p.ex. escherichia coli, tem-se os anaeróbios facultativos como gardnerella vaginalis, de modo que seu achado no conteúdo vaginal é normal, mas não em grandes quantidades e fungos como a cândida spp, de modo que faz parte da flora e não causa danos desde que esteja com um número reduzido na vagina, em casos de um super crescimento de uma população de cândida, tem-se uma vulvovaginite por candidíase, mas seu achado ocasional não significa que aquela paciente tem uma vulvovaginite que precise ser tratada. Os lactobacillus representa 90% das bactérias presentes na flora normal de uma mulher sadia em idade reprodutiva e respondem pelo pH ácido que inibe o crescimento de bactérias nocivas à mucosa vaginal. Tem-se outros mecanismos de defesa da região genital contra agressões externas, como visto na imagem abaixo. A própria conformação da vulva como o tegumento mais resistente, pelos mais abundantes, pequenos lábios atuam fazendo a proteção local, assim como o pH vaginal, a presença de uma população de lactobacilos, a integridade do assoalho pélvico, justaposição das paredes vaginais, espessura e pregueamento das paredes vaginais, a mulher na pós menopausa quando ela fica com a parede vaginal mais fina, estando mais propensa a infecções e quadros mais sintomáticos ligado ao crescimento de bactérias e as alterações cíclicas hormonais. O colo, possui um muco endocervical que tem uma ação bactericida, e precisa estar íntegro para evitar a ascensão de bactérias para o trato genital superior. Atenção! O tema da aula é vulvovaginites, o que remete a um quadro de inflamação, no entanto, foi necessário mudar a nomenclatura, pois, quando se tem um super crescimento de anaeróbios, muitas vezes não se tem sinais de inflamação como o aumento de leucócitos, a paciente não relata prurido ou aquelas reações inflamatórias. Assim, a nomenclatura foi mudada, logo, quando se tem uma infecção por uma população de bactérias anaeróbias principalmente a gardnerella, chama-se de vaginose bacteriana. 2 4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC SAÚDE DA MULHER JULIANA OLIVEIRA VAGINOSE BACTERIANA O quadro é marcado por uma secreção esbranquiçada e o odor extremamente fétido sendo semelhante a “peixe podre”. ➔ Patogenia: Consiste em um desequilíbrio da flora bacteriana normal, visto que a gardnerella faz parte da flora, nesse sentido, tem-se uma diminuição de lactobacilos produtores de H2O2, consequentemente tem-se um aumento do pH e o super crescimento de bactérias anaeróbicas como gardnerella vaginalis e outras. ➔ Microbiologia da gardnerella: ▪ Também chamada de clue cells, as quais seriam células evidentes ou em destaque. ▪ Bastonetes pleomórficos. ▪ Anaeróbio facultativo. ▪ Não capsulado. ▪ Imóvel. ➔ Características clínicas: ▪ Odor desagradável. ▪ Corrimento (pequena intensidade, homogêneo e branco acinzentado). ▪ Não apresenta habitualmente prurido, ardor ou queimação. ▪ Comum recorrência. ▪ Maior risco de DIP, DIP pós-abortamento, infecções pós operatórias da cúpula vaginal após histerectomia, citologia cervical anormal. ➔ Diagnóstico: Deve-se ter pelo menos 3 desses critérios de Amsel para que o diagnóstico seja feito. No teste das aminas de Whiff deve-se colher a secreção vaginal, coloca-la em uma lâmina e pingar algumas gotas de hidróxido de potássio, a partir disso o odor de peixe podre é exalado. ➔ Exame bacterioscópico: ▪ Usar exame a fresco ou corado pelo gram. ▪ Presença de clue cells. ▪ Nº pequeno ou inexistente de leucócitos, devido à ausência de reações inflamatórias. ▪ Não se faz culturas. Não se deve esperar o resultado desse exame para iniciar o tratamento, principalmente se a queixa da paciente e as características do exame físico forem muito condizentes com o quadro de vaginose bacteriana. ➔ Tratamento: ▪ Metronidazol é o fármaco de escola, 2g VO, dose única. 400 mg, VO, de 12/12h por 7 dias. ▪ Tinidazol 2g, VO, dose única. ▪ Pacientes imunodeprimidos, VB recorrente ou associada a mobiluncus, utiliza-se: Clindamicina – 300 mg, VO, 2x/dia por 7d ou creme vaginal 1x/noite, por 7d. ▪ Gestantes: Metronidazol → Mesma indicação das mulheres não grávidas. O parceiro não necessita ser tratado visto que não é DST. Geralmente é uma infecção polimicrobiana, onde se tem um super crescimento de bactérias, especialmente bactérias anaeróbias, enfatizando a gardnerella vaginalis, mas é uma alteração da flora vaginal da própria mulher. CANDIDÍASE VULVOVAGINAL A candidíase deixa a vulva edemaciada, hiperemiada e com uma secreção esbranquiçada grudada na vulva. ➔ Epidemiologia: ▪ 75% das mulheres já foram acometidas por uma espécie de cândida. ▪ 40 a 50% tem um 2º episódio. ▪ 5% apresentam recorrência, ou seja, 4 ou mais episódios em 12 meses. ▪ 80 a 90% Candida albicans. ▪ 5 a 10% Candida glabrata. ➔ Características: ▪ É um microorganismo comensal. ▪ Possui uma capacidade dimórfica de se transformar de esporos para hifas. ▪ O sistema imune do trato genital é quem regula a transformação para o estado infeccioso. ▪ É frequente na menacme. ▪ São quadros sintomáticos quando se tem uma concentração desses organismos superior a 104/ml. 3 4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC SAÚDE DA MULHER JULIANA OLIVEIRA ➔ Fatores predisponentes: ▪ Gestação. ▪ Diabetes Mellitus. ▪ Contraceptivos orais.▪ Uso de ATB → Tendem a candidíase recorrente. ▪ Uso de coricosteróides. ▪ HIV. ▪ Hábitos higiênicos inadequados. ▪ Roupas íntimas justas ou sintéticas → Recomenda-se que evite roupas justas e calcinhas de algodão e que se evite o uso de calcinhas para dormir. ➔ Quadro clínico: ▪ Prurido genital. ▪ Vulva edemaciada e hiperemiada. ▪ Corrimento branco, aderente à parede vaginal. ▪ Pode ocorrer disúria e dispareunia → Dispareunia principalmente superficial, isso porquê no início da penetração a vulva estará completamente hiperemiada, causando incômodo no início da penetração e disúria porquê o meato uretral está muito próximo, podendo referir esse ardor ao urinar. ▪ Piora no período pré-menstrual → Relaciona-se a alterações imunes locais. ▪ Nota-se no exame ginecológico um eritema, edema ou fissura vulvar que é comum devido ao prurido. ▪ Nota-se no exame especular o conteúdo vaginal aumentado e placas aderidas à parede vaginal ou colo uterino com aspecto de leito coalhado. ▪ pH < 4,5 → A cândida albicans compõe a flora normal e consegue se desenvolver bem no pH ácido, logo, nesses casos NÃO tem alteração de pH da vagina. ▪ O odor NÃO é uma característica nesses casos. Ocasionalmente pode ocorrer corrimento amarelado, marcando também uma colonização de bactérias. ➔ Diagnóstico: O principal diagnóstico da candidíase é clínico, no entanto, esses são alguns instrumentos diagnósticos que podem auxiliar, logo, pode-se solicitar alguns exames, mas deve-se começar a tratar antes do resultado desses. ▪ Bacterioscopia a fresco pode-se identificar as hifas e em casos de cultura pode ser negativo em cerca de 50% dos casos. - Se for negativo deve-se continuar a investigação. - Visualiza-se no microscópio hifas ou esporos. ▪ Bacterioscopia com coloração pelo método de gram (melhor definição de hifas e esporos). ▪ Cultura (sabouraud e nickerson). ▪ Teste das aminas é negativo, visto que não exala odor fétido. ➔ Tratamento: ▪ Em episódios isolados utiliza-se via vaginal, miconazol creme vaginal a 2% ou óvulos vaginais de 100 mg uma aplicação ao deitar durante 7 dias. Ou também pode-se utilizar nesses casos fluconazol, 150mg, VO, dose única tem um resultado muito bom. ▪ Pode-se utilizar também tioconazol, isoconazol, terconazol, clotrimazol, nistatina, fenticonazol. ▪ Os azóis é o tratamento mais frequente e mais efetivo que a nistatina. ▪ Os casos recorrentes incluem um tratamento sistêmico, que pode ocorrer de forma conjunta a depender do quadro sintomático da paciente, associando um comprimido VO com o tratamento sistêmico. Aspectos observados: - Confirmação microbiológica pela cultura. - Identificação e tratamento dos fatores predisponentes. - Avaliar a necessidade de indução e manutenção da terapia supressora com azólicos. - Apoio psicológico. ▪ Terapia de supressão serve para controlar a recorrência. ▪ Utiliza-se fluconazol – 150 mg, 1x/sem, por até 6 meses. ▪ NÃO é indicado o tratamento do parceiro visto que não transmite por via sexual. TRICOMONÍASE VAGINAL ➔ Características: ▪ É um protozoário trichomonas vaginalis. ▪ É uma IST curável. ▪ Se associa de maneira importante com outra IST, então, quando feito o diagnóstico de tricomoníase, é importante investigar outras ISTs inclusive HIV. ▪ Taxa de transmissão é alta. ▪ 70% dos homens contraem a doença após uma única exposição. ▪ É uma célula polimorfa com pseudópodes. ▪ Possui uma forma trofozoítica flagelada. ▪ Não sobrevive fora do sistema urogenital. 4 4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC SAÚDE DA MULHER JULIANA OLIVEIRA ▪ Sua divisão é binária longitudinal. ▪ É um anaeróbio facultativo. ▪ O organismo cresce em pH > 5, logo, há uma alteração de pH. ➔ Fatores de virulência: ▪ Cisteína proteinase (citotóxica e hemolítica). ▪ Degrada a porção C3 do complemento. ▪ Degrada IgG, IgM e IgA. ▪ Adesinas. ▪ Glicosidases. ➔ Transmissão: ▪ Via sexual. ▪ Sobrevive por mais de uma semana no prepúcio do homem sadio. ▪ O homem é o vetor da doença. ▪ A tricomoníase neonatal é adquirida durante o parto. ➔ Quadro clínico: ▪ Pode ser assintomática e pode provocar um quadro inflamatório agudo. ▪ Corrimento purulento com odor desagradável. ▪ Como queixa ela pode referir queimação, prurido, disúria, polaciúria e dispareunia. ▪ Pode ocorrer sangramento pós-coito, visto que há comprometimento há nível do colo uterino ▪ Nota-se no exame físico e especular o eritema da vulva e mucosa vaginal, corrimento bolhoso amarelo esverdeado com odor desagradável, colpite multifocal, pequenos pontos hemorrágicos na vagina e no colo conhecido como colo de “framboesa”. ▪ Nesse caso o paciente deve ser tratado. ➔ Complicações: ▪ Problemas relacionados com a gravidez: p.ex. ruptura prematura de membranas, parto prematuro, baixo peso ao nascer, endometrite pós parto, natimorto e morte neonatal. ▪ Problemas relacionados com a fertilidade: - Risco 2x maior. - Resposta inflamatória pode destruir a estrutura tubária. ➔ Diagnostico: A clínica é soberana, no entanto, tem-se os seguintes métodos para ajudar. ▪ Microscopia, a qual é capaz de identificar o protozoário no exame a fresco. ▪ pH > 4,5 – teste da amina positivo. ▪ Bacterioscopia pelo gram – identificação do protozoário. ▪ Colpocitologia. ▪ Cultura em meio Diamond (apresenta elevada sensibilidade e especificidade). ➔ Tratamento: ▪ Metronidazol: 2g, VO, dose única (scnidazol e tinidazol). ▪ A dose única tem uma maior aderência e nesse caso a via oral é mais resolutiva que a vaginal. ▪ Recidivas ocorrem por falta de tratamento do parceiro ou falta de tratamento de uma 3ª pessoa envolvida na relação, tratamento primário incompleto ou reinfecção. Gestantes: ▪ Metronidazol é a droga de escolha (500mg, VO, 2x ao dia, durante 5 a 7 dias). ▪ Tinidazol não é recomendado. ▪ A partir do 2º trimestre. ▪ Parceiros: ▪ São assintomáticos e transitórios. ▪ Resolução espontânea em até 10 dias. ▪ Tem que ser tratado e suspender as relações durante o tratamento. CERVICITES Nesses casos, as bactérias estão a nível de colo uterino, ou seja, ainda não ascenderam para o trato genital superior, logo, estão causando inflamação somente à nível do colo, sendo chamado de cervicite, inflamação da cérvice. ▪ Assintomática em 80% dos casos. ▪ Presença de corrimento endocervical mucopurulento. ▪ Principais agente etiológicos: Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae. ▪ Aumentam o risco para doença inflamatória pélvica. Neisseria gonorrhoeae Chlamydia trachomatis Características: Diplococo gram negativo, não flagelado, sem esporos, encapsulado, anaeróbio facultativo. Características: É um tipo de DST, bacilo gram- negativo, intracelular obrigatório que possui 17 sorotipos. Região acometida: Acomete principalmente mucosas do trato genital inferior. Região acometida: Possui tropismo por células epiteliais colunares/cilíndricas. (células da endocérvice). Sorotipos D à K relacionados às cervicites. Período de incubação: 2 a 5 dias. Período de incubação: 14 a 30 dias com evolução mais arrastada. 5 4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC SAÚDE DA MULHER JULIANA OLIVEIRA Lócus primário: Endocérvice. Sintomas: Cervicite, uretrite, corrimento vaginal, disúria e sangramento intermenstrual, dor pélvica geralmente associada à salpingite. Sintomas: 70% das mulheres são assintomáticas. Os principais sintomas são corrimento vaginal, dispareunia ou disúria.Exame físico: Exsudato cervical purulento ou mucopurulento, sem odor. Colo uterino doloroso à mobilização. Exame físico: Exsudato mucopurulento, sangramento endocervical, colo edemaciado e hiperemiado, doloroso à mobilização. Complicações: DIP, obstrução tubária e infertilidade, gravidez ectópica, aborto espontâneo, parto prematuro, conjuntivite gonocócica do neonato. Complicações: Uretrite, endometrite, DIP, esterilidade, gravidez ectópica, peri-hepatite, aborto, restrição do crescimento fetal, prematuridade, baixo peso ao nascer, conjuntivite e pneumonia no RN. Diagnóstico: Bacterioscopia da secreção (gram negativo com inúmeros leucócitos), cultura em meio Thayer- Martin (isolamento da bactéria), PCR. Diagnóstico: Bacterioscopia vaginal, cultura em meio McCoy, imunofluorescência direta e PCR. Pode-se solicitar IgM e IgG. Tratamento: Azitromicina, 1g, dose única. (É preferível tratar os parceiros assim, a mulher é melhor que seja tratada no esquema clássico, por pelo menos 7 dias.) Ofloxacina, 400 mg, dose única. Doxiciclina solúvel, 100 mg, 12/12h por 7 dias. Tianfenicol, 500 mg, 12/12h por 7 dias. Gestantes: Eritromicina 500mg, 6/6h, por 10 dias. Ampicilina 3,5g ou amoxicilina 3g, dose única, precedido de probenecide, 1g em dose única. Tratamento: Azitromicina 1g, dose única para os homens. Doxiciclina 100 mg, 2x/dia, por 7 dias. Gestantes: Azitromicina 1g, em dose única. OU Eritromicina 500mg, 6/6h, por 7 dias. OU Amoxicilina, 500 mg, 8/8h, por 7 dias. A OMS recomenda o tratamento conjunto da gonorréia na presença de infecção por clamídia. EM SÍNTESE ➔ Vaginose bacteriana: ➔ Candidíase: ➔ Tricomoníase: Atenção! Geralmente quando há suspeita de cervicite há a solicitação de cultura de secreção endocervical com pesquisa de chlamydia, mycoplasma, ureaplasma e neisseria ghonorroeae, são feitas todas as pesquisas e tem-se o resultado se é positivo ou não. Nesse caso, se a paciente é assintomática, houve apenas uma suspeita, pode-se esperar o resultado para só depois iniciar o tratamento. 6 4º SEMESTRE 2021 – UNIFTC SAÚDE DA MULHER JULIANA OLIVEIRA FLUXOGRAMA
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