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www.portaleducacao.com.br www.portaleducacao.com.br Nossos e-book são registrados e catalogados Internacional Standard book Number (ISBN) Agência Brasileira do ISBN Serra, Ana Maria. Terapia Cognitivo-Comportamental: Principais Fundamentos. Ana Maria Serra. Portal Educação. São Paulo. 2017. Bibliografia ISBN 1. Psicologia. 2. Terapia cognitiva. 3. Fundamentos. 4. Cognitivo. 5. Psicopatologia. 6. Comportamental. www.portaleducacao.com.br Direitos desta obra Portal educação. Todos os direitos reservados. Homepage www.portaleducacao.com.br Autoria Portal Educação Autor Ana Maria Serra Revisão Técnica e pedagógico Portal Educação Revisão Textual Portal Educação Projeto gráfico Portal Educação Ilustração da capa Portal Educação Publicação 2017 http://www.portaleducacao.com.br/ www.portaleducacao.com.br SOBRE O AUTOR ANA MARIA SERRA o PhD em Psicologia e Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) pelo Institute of Psychiatry da Universidade de Londres, Reino Unido. o Mestre pela Universidade de Illinois, EUA. o Fundadora e atual diretora clínica e pedagógica do Instituto de Terapia Cognitiva (ITC), o primeiro de seu gênero no país, hoje reconhecido nacional e internacionalmente como referência em TCC no Brasil. o Coordenadora do Curso de Pós-Graduação Especialização em TCC pelo ITC, reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC). o Presidente fundadora e atual presidente honorária da Associação Brasileira de Psicoterapia Cognitiva (ABPC), fundada em 1997. Psicóloga Forense. o Delegada para o Brasil da International Association of Cognitive Psychotherapy (IACP). www.portaleducacao.com.br APRESENTAÇÃO DO E-BOOK AO ALUNO Caro (a) aluno (a), Este material foi desenvolvido para complementar seus conhecimentos sobre o tema Terapia Cognitivo-Comportamental: Principais Fundamentos. Para trazer uma melhor experiência de leitura, o seu material foi desenvolvido com objetos/ícones, como: saiba mais, dicionário, espaço para anotações, exercícios, entre outros. No decorrer da leitura, você será convidado a refletir sobre o tema, cuja finalidade é contribuir com a sua formação profissional e pessoal. Para alcançar os objetivos propostos neste material, lembramos que sua dedicação e comprometimento são elementos fundamentais para o sucesso. Participe dos fóruns, relate suas experiências relativas ao tema estudado, interaja com os participantes e, principalmente, pratique o que aprendeu e esteja atualizado com os assuntos relacionados à sua área de atuação. Neste material, você encontrará: indicação de material complementar; dicas; saiba mais; atenção; dicionário com explicação do termo/palavra. www.portaleducacao.com.br Antes de iniciar a leitura, reflita? Você sabe quais são os dois campos que atua a Psicoterapia comportamental? O psicólogo graduado pode atuar no campo da psicoterapia cognitivo comportamental? Você sabe qual é a finalidade da terapia cognitiva para o paciente? Você usa algum modelo de processamento humano de informação? As emoções e pensamentos são controláveis? São essas e outras questões que você encontrará neste material, então vamos a leitura? www.portaleducacao.com.br Índice Introdução ............................................................................................................... 8 1.1 Definição de Psicoterapia ..................................................................................... 10 1.2 O que é Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) .............................................. 12 2 Fatores Históricos para o Surgimento da Terapia Cognitiva (TC) e da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) ........................................................................... 17 2.1 Eventos precursores ao surgimento da Terapia Cognitivo-Comportamental ...... 17 2.2 A proposição da Terapia Cognitivo-Comportamental por Beck ........................... 22 2.3 Pressupostos fundamentais da Terapia Cognitivo-Comportamental .................. 25 2.4 A Hipótese de Vulnerabilidade Cognitiva ............................................................. 26 2.5 Testemunhos......................................................................................................... 26 3 Conceitos e Preconceitos ..................................................................................... 28 3.1 Preconceitos sobre a Terapia Cognitivo-Comportamental no Brasil ................... 28 3.2 Origem do nome “Terapia Cognitiva” ................................................................... 32 4 O Modelo Cognitivo ............................................................................................. 32 4.1 Princípio Cognitivo Básico ..................................................................................... 32 4.2 Flexibilidade cognitiva ........................................................................................... 34 4.3 Modelo cognitivo de psicopatologia ..................................................................... 36 4.4 Modelo de processamento humano de informação ............................................ 38 Conclusão ............................................................................................................... 39 www.portaleducacao.com.br INTRODUÇÃO Figura 1. Dr. Aaron Temkin Beck Nessa época, ele se dizia quase evangelizador, em sua tentativa de converter a Psicoterapia à Psicanálise. Mas então, como ainda é hoje, a Psicanálise não era aceita pela academia, devido ao fato de não adotar o método científico e não conduzir pesquisas. Ele decidiu, então, emprestar da academia o método científico e conduzir pesquisas a fim de comprovar a teoria psicanalítica, pensando que, dessa forma, seus colegas acadêmicos teriam que aceitar a Psicanálise. Fonte: wikipedia. www.portaleducacao.com.br Figura 2. Psicanálise E assim ele fez. Porém, como veremos mais adiante, na tentativa de comprovar empiricamente os princípios psicanalíticos, seus resultados, na realidade, o desconfirmaram. Com base em seus dados, ele acabou propondo um novo modelo de depressão – o modelo cognitivo de depressão – que, evoluindo em seus aspectos teóricos e aplicados, resultou na proposição de um novo sistema de psicoterapia, que ele denominou de Terapia Cognitiva. Figura 3. Depressão www.portaleducacao.com.br Vejamos, a seguir, um pouco dessa história e dos fundamentos principais daquela que é hoje a psicoterapia de escolha por clínicos ao redor do mundo, a Terapia Cognitivo-Comportamental ou, como é conhecida, a TCC. Figura 4. Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) 1.1 Definição de Psicoterapia Definir “Psicoterapia” não é uma tarefa fácil. O conceito de Psicoterapia aparenta ser um conceito que todos nós, da área de Saúde Mental, conhecemos bem. Mas defini- lo demonstra-se complexo. A seguir, uma tentativa de definição, em que priorizo alguns aspectos práticos. Terapia Cognitiva T c c Comportamental www.portaleducacao.com.br Psicoterapia refere-se: Por meio da vida e de uma perspectiva transcultural/social/econômica, com a finalidade de explicar, predizer, e aliviar transtornos, deficiências e angústias, bem como promover adaptação, ajustamento e desenvolvimento pessoal, por meio de: métodos técnicas de avaliação planejamento intervenção monitoramento e, manutenção de ganhos. Essa definição, por sua vez, envolve conceitos e práticas que também requerem uma definição aprofundada. Embora, ainda que breve, a definição acima deixa clara a Dicionário Predizer: Dizer antecipadamente, prever, profetizar. www.portaleducacao.com.br utilidade e relevância da Psicoterapia para o campo geral da Saúde Mental e para o bem comum. Passemos, então, a apresentar a TCC. 1.2 O que é Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) A TCC representa uma abordagem teórico-clínica no campo das Psicoterapias e da Psicologia Clínica, que tem como foco os processos cognitivos, como: a percepção, a representação, a avaliação, o raciocínio, a atenção, a atribuição de significado, entre outros. É uma forma de psicoterapia fundamentada em um paradigma de processamento de informação, como um modelo de funcionamento humano. Representa uma forma de terapia propriamente, em que o objetivo central é o: Resultante das emoções e comportamentos disfuncionais, o disfuncional conceituado como tudo o que impede a realização de suas metas pelo sujeito. Áreas de transtornos em que a TCC é aplicável com resultados: Depressão, transtornos de ansiedade, dependência química, ideação e comportamentos suicidas, transtornos alimentares, transtornos de personalidade, psicoses, entre outros. Tratamento de falhas em processos cognitivos www.portaleducacao.com.br Sendo o modelo indicado ao atendimento de crianças, adolescentes e adultos, individualmente ou em grupo. Em resumo, a TCC é aplicável, com base em estudos de eficácia, a todas as classes de transtorno para as quais algum outro modelo psicoterápico seja indicado. Os objetivos centrais da TCC são: Progressivamente, o terapeuta empreenderá esforços a fim de alcançar os seguintes objetivos centrais: restaurar a flexibilidade cognitiva no(s) paciente(s), que defino como capacitá- lo a buscar formas alternativas de interpretação do real interno e externo, com a intenção de modular emoções e comportamentos; promover a reestruturação cognitiva do paciente. www.portaleducacao.com.br Promover a generalização e manutenção dos ganhos terapêuticos representa um dos últimos objetivos do processe clínico. Além de promover a reestruturação cognitiva e a flexibilidade cognitiva, são necessários esforços no sentido de promover a generalização e a manutenção dos ganhos terapêuticos, para que o paciente possa finalizar o processo clínico, mas manter o progresso alcançado e manter ativas as novas habilidades adquiridas ao longo do processo. Desenvolver habilidades para resolução de problemas. Estudos demonstram que depressivos, ansiosos, dependentes químicos, pacientes com ideação e comportamentos suicidas, e portadores de outros transtornos, apresentam um deficit em habilidades de resolução de problemas. Portanto, um aspecto importante no processo clínico é: Isto é, o paciente nos procura com uma estrutura cognitiva própria, ou o seu sistema de esquemas e crenças disfuncionais, localizado em nível inconsciente, e que favorecendo a instalação do transtorno do qual ele é portador. Dicionário Deficit: Eficiência que se pode medir, quantitativa ou qualitativamente. Na terapia, um dos aspectos mais importante, além da evolução e melhoria é manter o progresso do paciente. www.portaleducacao.com.br O processo de resolução de problemas envolve, basicamente, a: identificação do problema, a definição de uma meta, a geração de estratégias para se atingir a meta, a seleção e implementação da estratégia, ou, estratégias, selecionadas, e o monitoramento de resultados Caso o sujeito atinja sua meta, o processo estará finalizado. Caso não a atinja, ele volta ao segundo e terceiro passos, isto é, redefinir a meta e novas estratégias, repetindo o mesmo processo. Em TCC, o paciente e o terapeuta, conjuntamente, elaboram uma lista de problemas e metas, com o objetivo explícito de dotar o paciente de recursos próprios, para que ele se torne um solucionador eficiente e independente de problemas em sua vida. Prevenir recaídas e conduzir um programa de follow-up. Imagem 5. Follow up Diversas estratégias clínicas são aplicadas a fim de prevenir recaídas após o término do processo. Além disso, o paciente é convidado a comparecer a três ou quatro sessões de follow-up, ou acompanhamento, durante o ano que sucede a terminação. Caso o paciente apresente eventualmente alguma dificuldade na sessão de follow-up, podem ser agendadas sessões de reforço, após as quais se repete o processo de terminação. Caso o paciente não atinja a meta, redefina e reveja as estratégias. Ajude o seu paciente a buscar solução eficiente para atingir as metas do tratamento. Dicionário Follow up: Acompanhamento, revisão e avaliação dos objetivos e das metas traçadas durante o tratamento. www.portaleducacao.com.br TC, TCC e Terapia Comportamental. Com frequência, profissionais e leigos nos perguntam se TC e TCC referem-se à mesma abordagem ou se são diferentes. Alguns, ainda, as comparam com uma outra abordagem, a Terapia Comportamental. Inicialmente, internacionalmente e no Brasil, a abordagem cognitiva proposta por Beck chamava-se Terapia Cognitiva, conforme ele mesmo explica, um pouco mais adiante. Aos poucos, internacionalmente, a TC começou a ser rotulada de TCC, podendo ambos os nomes ser utilizados intercambiavelmente. Aqui no Brasil, todavia, profissionais e estudantes ainda se referem ao termo TCC como se significasse a soma de duas abordagens: o a cognitiva; o a comportamental. Sendo uma proposição inviável, devido à incompatibilidade entre as abordagens, conforme veremos mais à frente. A TCC, ou também ainda chamada de TC por muitos, adota modelo: COMPORTAMENTAL COGNITIVA Dicionário: Intercambiavelmente: Pode-se usar o mesmo nome sem alterar a proposta da terapia. Tornar o paciente autônomo para o exercício das habilidades adquiridas no processo clínico. www.portaleducacao.com.br cognitivo de personalidade instalação de psicopatologias. Aplicado cognitivo-comportamental e conceitua cognições como eventos mentais. Propõe a primazia das cognições sobre emoções e comportamentos e propõe a intervenção sobre cognições e comportamentos para mudar cognições. A Terapia Comportamental, ao contrário, adota um modelo comportamental de personalidade e de psicopatologia, conceitua cognições como comportamentos encobertos, não aceita a primazia das cognições sobre emoções e comportamentos, e atua sobre comportamentos para mudar comportamentos. Intervenções sobre cognições são incompatíveis com o modelo da terapia comportamental. 2 FATORES HISTÓRICOS PARA O SURGIMENTO DA TERAPIA COGNITIVA (TC) E DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL (TCC) 2.1 Eventos precursores ao surgimento da Terapia Cognitivo- Comportamental Ascensão das Ciências Cognitivas. responsável por mudar o comportamento comportamento www.portaleducacao.com.br Durante a Segunda Guerra Mundial, surgiram os primeiros esforços para a construção de computadores, inaugurando a era da informática na ciência, e promovendo a ascensão das ciências cognitivas, cujo objetivo era desenvolver a inteligência artificial. Figura 6. Inteligência artificial Nesse sentido, as ciências cognitivas foram convocadas com a finalidadede decompor os processos cognitivos em seus elementos formadores, a fim de mimetizá- los artificialmente. Nessa mesma época, em 1950, Jean Piaget publicou sua obra, “Epistemologia genética”, em que propõe sua teoria de desenvolvimento cognitivo em crianças e enfatiza as bases do construtivismo na ciência psicológica. Nessa época, Piaget e sua teoria ganhavam a atenção da Psicologia acadêmica nos Estados Unidos. Em 1955, outra importante publicação, de George Kelly, intitulada “Psicologia dos construtos pessoais” também influenciou a proposta da TCC por Beck. Observou-se ainda, nessa época, uma convergência surpreendente entre psicanalistas e behavioristas, em sua insatisfação com os próprios modelos de: depressão, modelo psicanalítico da agressão retroflexa comportamental do condicionamento operante. www.portaleducacao.com.br Clínicos questionavam a validade desses modelos como modelos de depressão clínica, argumentando que estes pareciam bem na teoria, mas não pareciam descrever adequadamente a experiência real de depressão clínica que seus pacientes relatavam em consultório. Imagem 7. Depressão O contexto, na realidade, sinalizava uma transição generalizada para a perspectiva cognitiva de processamento de informação, com clínicos defendendo uma abordagem mais cognitiva aos transtornos emocionais. Durante as décadas: www.portaleducacao.com.br Em 1962, Albert Ellis propôs a Rational Emotive Therapy (RET – Terapia Racional Emotiva, em português), a primeira psicoterapia contemporânea com clara ênfase cognitiva, tomando construtos cognitivos como base dos transtornos psicológicos. A RET teve uma influência sobre os primeiros trabalhos de Beck com depressão, mas essa influência reduziu-se gradualmente, sendo que, com o tempo, as duas abordagens já tinham muito pouco em comum. Imagem 8. Albert Bandura Fonte: wikipedia Publicou duas obras seminais, em 1969, “Princípios de modificação do comportamento”, e, em 1971, a “Teoria da aprendizagem social”, propondo os processos cognitivos como cruciais na aquisição e regulação do comportamento. Quem é Aaron Beck? www.portaleducacao.com.br Graduou-se em ciências políticas pela Brown university. Graduou-se em medicina pela universidade de Yale, onde completou sua residência em neurologia. Obteve seu Certificado em Psiquiatria Tornou-se professor de Psiquiatria, no Departamento de Psiquiatria da Escola de Medicina da Universidade da Pensilvânia, Filadélfia. Criou e atuou como diretor do Centro de Terapia Cognitiva da Universidade da Pensilvânia, onde deu início à abordagem que, quarenta anos mais tarde, lhe valeriam uma indicação ao Prêmio Nobel, em 2005, e a obtenção do Prêmio Lasker de Medicina, o mais prestigioso prêmio na área. Beck Institute for cognitive Behavioral Therapy Afastou-se do centro, fundando, com sua filha, Judith Beck. O instituto estava localizado em Bala Cynwid, subúrbio de Filadélfia. Voltou à Universidade da Pensilvânia como professor emérito, com um financiamento de 10 anos do National Institute of Mental Health (NIMH), dos Estados Unidos. Ganhou, através dos anos de atuação, inúmeros prêmios e honrarias de instituições em todo o mundo. www.portaleducacao.com.br 2.2 A proposição da Terapia Cognitivo-Comportamental por Beck Ao contrário do que muitos afirmam, a influência mais importante para a proposição da Terapia Cognitiva foram os experimentos e observações clínicas do próprio Beck. Figura 9. Experimentos e observações clinicas Na área de seus experimentos, o Dr. Beck, inicialmente, investigou o modelo psicanalítico de depressão da agressão retroflexa, com resultados negativos. Em seguida, explorou o conteúdo dos sonhos, buscando dados que confirmassem o modelo psicanalítico da depressão. Porém, seus resultados foram novamente negativos; nos sonhos de depressivos moderados a severos, encontrou apenas conteúdo geral de rejeição, desapontamento ou críticas, que não sustentavam a hipótese motivacional da necessidade de sofrer ou masoquismo, do modelo da agressão retroflexa. www.portaleducacao.com.br Figura 10. Resultado do experimento Nesse ponto, ele se perguntou se conteúdos negativos estavam presentes somente nos sonhos dos depressivos, ou se também estavam presentes em material ideacional durante a vigília. Verificou que conteúdos negativos estavam também presentes na ideação de depressivos durante a vigília. Nessa época, o Dr. Beck e importantes colegas desenvolveram uma escala de depressão, o Beck Depression Inventory (BDI – Inventário de Depressão de Beck, em português), que se tornaria a escala de depressão mais utilizada em pesquisa em todo o mundo. Ele, então, voltou aos seus estudos empíricos e conduziu estudos de manipulação de humor e desempenho. Em ambiente experimental, os pesquisadores ofereciam a depressivos graves e moderados uma experiência de sucesso. A hipótese inicial era de que, se a depressão representasse um processo motivado de autoagressão, então, diante de uma experiência de sucesso, o humor de depressivos deveria cair ainda mais. Escala de Beck de Humor e desempenho Novo experimento - Resultados negativos www.portaleducacao.com.br Porém, seus resultados contrariaram a hipótese inicial: diante de uma experiência de sucesso, depressivos experimentavam uma elevação do humor! Reagiam da mesma forma que reagem as demais pessoas. Figura 11. Customização dos experimentos O Dr. Beck então se perguntou se esses resultados refletiriam realmente a necessidade de sofrer, ou simplesmente refletiriam padrões cognitivos negativos gerais e inespecíficos? Interessantemente, as observações clínicas do Dr. Beck eram consistentes com os seus resultados empíricos. Ele observou que, durante a livre associação, pacientes não estavam relatando um fluxo de pensamentos, automáticos, pré-conscientes, rápidos, específicos ao contexto, em um autodiálogo ininterrupto. Ele, então, questionou a validade da livre associação. Esses fluxos de pensamentos pré-conscientes, em um autodiálogo contínuo, sugeriam que a “livre associação”, na realidade, não era tão livre quanto se pensava! Ao contrário, investigando mais atentamente, ele notou que tais fluxos de pensamentos automáticos e pré-conscientes eram fundamentais para a conceituação do transtorno do paciente. www.portaleducacao.com.br E funcionavam como uma variável mediacional, ou intermediária, entre a ideação do paciente e a sua resposta emocional e comportamental. Além disso, contrariando a hipótese motivacional da depressão, tais pensamentos automáticos expressavam uma negatividade, ou pessimismo, geral do indivíduo contra si, o ambiente e o futuro. Com base nos dados obtidos em seus estudos e em suas observações clínicas. O Dr. Beck propôs o modelo cognitivo de depressão, que, evoluindo em seus aspectos teórico e aplicado, resultou na proposição de um novo sistema de psicoterapia, que ele chamou de Terapia Cognitiva, hoje mais conhecida como Terapia Cognitivo- Comportamental. 2.3 Pressupostos fundamentais da Terapia Cognitivo-Comportamental Antes de iniciarmos o tema, pensemos? Quais são os pressupostos fundamentais do novo modelo de Beck? Primeiro, Beck afirma que a negatividade geral do depressivo não era um sintoma da depressão, mas, sim, a sua causa. Tal negatividade desempenhava uma função central na instalação e manutenção da depressão. Beck faz, então, a proposição revolucionária, que ainda hoje causasurpresa e desconforto entre alguns profissionais: a proposição de que a cognição, e não a emoção, representa o fator essencial na depressão. Nesse sentido, para ele: Beck propõe ainda as noções de erros cognitivos típicos e de esquemas, como elementos fundamentais do novo modelo. Erros cognitivos típicos referem-se a distorções comuns que as pessoas em geral cometem; mas os depressivos as cometem com maior frequência e resistem à desconfirmação. Esquemas, por sua vez, referem-se a superestruturas inconscientes que, implicitamente, organizam nossa percepção do real. Veremos mais sobre esquemas adiante. Dicionário Ideação: Faculdade de compreender; de conhecer algo; formação de ideias. www.portaleducacao.com.br 2.4 A Hipótese de Vulnerabilidade Cognitiva Beck propõe a Hipótese de Vulnerabilidade Cognitiva como a pedra fundamental do novo modelo. Segundo ele, depressivos, ansiosos e portadores de outros transtornos emocionais “sofrem” de uma vulnerabilidade cognitiva, ou seja, uma tendência aumentada a cometer erros e distorções ao processar o real interno e externo. Cometem especialmente três erros de processamento: 2.5 Testemunhos Na seguinte comunicação pessoal a Paul Salkovskis, em 1992, o Dr. Beck descreve como, em suas próprias palavras, ele viu a emergência da TCC: 1 2 3 Superestrutura inconscientes Resistência a desconfirmação Distorções comuns Percepção do real www.portaleducacao.com.br O professor David Goldberg, do Institute of Psychiatry, da Universidade de Londres, também escreveu um comentário interessante, em 1996: Outro comentário interessante foi feito, em 1994, pelo professor Hans Eysenck, do Institute of Psychiatry, da Universidade de Londres, um dos criadores do behaviorismo clínico. Em uma de nossas conversas informais, perguntei-lhe se ele acreditava que a Terapia Cognitiva tivera sua origem no behaviorismo, ao que ele respondeu: www.portaleducacao.com.br 3 CONCEITOS E PRECONCEITOS 3.1 Preconceitos sobre a Terapia Cognitivo-Comportamental no Brasil Devido a diversas razões, mas principalmente devido à sua recente presença no Brasil, a TCC tem sido alvo de preconceitos ou distorções, que refletem apenas o desconhecimento por parte de profissionais sobre o que é e como realmente atua essa abordagem. Algumas das distorções que mais frequentemente observamos seguem: . . . www.portaleducacao.com.br Com relação ao primeiro preconceito, ou seja, de que a TCC seria derivada do Behaviorismo, ou uma abordagem Neo-Behaviorista), note- se que, da perspectiva epistemológica, a TCC é filiada ao Racionalismo, enquanto que o Behaviorismo é filiado ao Positivismo. O Dr. Beck criou a Terapia Cognitiva atuando como psicanalista. Ao propor a TCC, ele utiliza sua experiência passada como psicanalista, mantendo, na nova abordagem, muito de sua forma anterior de raciocínio clínico. O método científico da academia, adotado pela Terapia Comportamental, é igualmente adotado por Beck, em razão de seu objetivo de comprovar cientificamente a Psicanálise. O modelo teórico e aplicado da TCC sofreu o maior impacto do treinamento psicanalítico anterior de Beck e da Psicologia Fenomenológica. Uma fonte adicional de incompatibilidade entre as duas abordagens decorre de que o Behaviorismo: o conceitua cognições como comportamentos encobertos e as intervenções visam a mudanças comportamentais. Enquanto que a TCC conceitua cognições como eventos mentais e intervenções sobre cognições e comportamentos que visam a mudanças cognitivas. Fundamental para o modelo da TCC é a hipótese da “Primazia das Cognições” sobre as emoções e os comportamentos. Dicionário Epistemológico: Teoria do conhecimento que analisa as relações entre sujeito e objeto. Exemplo: Infância – quarto escuro. Vida adulto possível fobia Na Terapia Comportamental, como cognições são conceituadas como comportamentos encobertos, a “Primazia das Cognições” torna-se inviável. Dicionário Fenomenológica: Análise e descrição comparativa de fenômenos de tudo que pode ser observado. www.portaleducacao.com.br Figura 12. Terapia Comportamental Com relação aos demais preconceitos, embora a TCC seja altamente treinável, devido ao seu caráter objetivo e estruturado, a proficiência na oferta da TCC não é alcançada facilmente. O caráter curto do processo clínico em TCC não favorece o deslocamento de sintomas ou uma intervenção superficial. Ao contrário, a intervenção cognitiva visa a mudanças ao nível do sistema de esquemas e crenças do paciente; uma vez dispondo de um novo sistema de esquemas e crenças, o paciente passa a processar informação de uma nova forma. Além disso, os estudos longitudinais de eficácia demonstram que os ganhos terapêuticos se mantêm ao longo do tempo. Exige treinamento formal e prolongado, mesmo para terapeutas experientes em outras abordagens, até que o novo terapeuta esteja suficientemente preparado para atuar de forma independente. AO CONTRÁRIO www.portaleducacao.com.br Figura 13. Terapeutas no Brasil No Brasil, terapeutas comportamentais, que antes se classificavam até mesmo como comportamentalistas radicais, passaram a se apresentar como terapeutas cognitivo-comportamentais. Terapeutas comportamentais não são naturalmente terapeutas cognitivo-comportamentais, principalmente devido ao fato de que os modelos teóricos e aplicados das duas abordagens não são apenas diferentes, mas também incompatíveis e irreconciliáveis. Da mesma forma, em relação a acadêmicos. Ter Expertise em uma determinada área de produção de conhecimento científico não confere automaticamente ao acadêmico expertise na área específica da TCC. Os Terapeutas comportamentais não são terapeutas cognitivos. Os modelos teóricos são incompatíveis e irreconciliáveis ou harmônicos (irreconciliáveis). www.portaleducacao.com.br 3.2 Origem do nome “Terapia Cognitiva” Em 1976, o Dr. Aaron Beck escreveu sobre o nome que escolhera para o novo sistema de psicoterapia que havia proposto: 4 O MODELO COGNITIVO 4.1 Princípio Cognitivo Básico Os pensamentos automáticos, involuntários, pré-conscientes, em vários fluxos paralelos de processamento, refletem a ativação da crença básica e o significado atribuído pelo sujeito ao real. Constituem o objeto central de intervenção em TCC. www.portaleducacao.com.br Figura 14 – Princípio Cognitivo Básico. A TCC fundamenta-se na proposição, essencialmente construtivista, de que nossas respostas emocionais e comportamentais não são influenciadas diretamente por eventos internos e externos, mas pela forma como processamos, representamos, interpretamos e atribuímos significado aos eventos. Em outras palavras, segundo o caráter construtivista do modelo cognitivo-comportamental, ao processar um evento, na realidade, as pessoas “constroem” esse evento, interpretando-o à luz de experiências passadas e das regularidades que percebem no real interno e externo. Experiências passadas e regularidades do real, conforme percebidas pelo sujeito, estão armazenadas, em forma de esquemas e crenças, em sua memória implícita, ou inconsciente. Para ilustrar esse princípio básico, tomemos o seguinte exemplo: Os pensamentos automáticos pré-conscientescumprem uma importante função no modelo de intervenção da TCC. Como visto, as respostas emocionais e ANÁLISE DE CASO Uma pessoa passa casualmente por um amigo que não a cumprimenta. Se ela pensar “ele não quer mais ser meu amigo...”, sua emoção poderá ser de tristeza, e seu comportamento, afastar-se do amigo. No entanto, se, diante da mesma situação, ela pensar “o que será que ocorreu? O que eu fiz a ele?!” Sua emoção será de ansiedade e seu comportamento poderá ser de questionar o amigo. Porém, se, ao passar pelo amigo que não a cumprimenta, ela pensar “acho que ele não me viu”, seu estado emocional e seu comportamento seguirão inalterados. REAL COGNIÇÕES EMOÇÕES COMPORTAMENTOS www.portaleducacao.com.br comportamentais de uma pessoa são função dos conteúdos de seus pensamentos automáticos. Daí decorre que, para modular emoções e comportamentos, os pensamentos automáticos são o alvo central de intervenção. Seus conteúdos, a princípio pré- conscientes, podem ser acessados à consciência e podem ser questionados, desafiados e deliberadamente alterados, com o objetivo de modular ou normalizar emoções e comportamentos. 4.2 Flexibilidade cognitiva O objetivo inicial da intervenção em TCC – fase da intervenção funcional – é a instalação, ou, em alguns pacientes, a restauração, do que denomino de flexibilidade cognitiva, que defino como a capacidade de tomar os primeiros pensamentos que nos ocorrem frente a situações (sobre nós mesmos, o mundo ou o futuro) apenas como hipóteses, e procurar interpretações alternativas, em vez de ficar presos à primeira interpretação que nos ocorre, que não é necessariamente a mais realista ou funcional. O objetivo é dotar o paciente de flexibilidade para que ele possa buscar formas alternativas de interpretar e representar um evento, ou um feixe de eventos, internos ou externos, e, dessa forma, possa modular emoções e comportamentos. Muitas vezes, o simples fato de buscar uma interpretação alternativa diante de um evento, em virtude do deslocamento de atenção, já reduz a valência emocional do pensamento original. Deve-se notar que o ser humano é funcional (eficiente, produtivo, sociável, hábil na resolução de problemas) quando suas emoções estão em sua linha basal ou ponto de repouso. Nesse sentido, a flexibilidade cognitiva cumpre um importante papel adaptativo, ao promover o retorno à linha basal emocional, ou ponto de repouso emocional, e, dessa forma, devolver a funcionalidade ao indivíduo. Emoções adversas, em princípio, são funcionais. Fazem parte de uma ampla gama de emoções humanas. O disfuncional é, uma vez mobilizada uma emoção adversa, permanecer nela e não ser capaz de voltar à linha de base emocional. Diante Dicionário Basal: É o mesmo que princípio e base de uma linha de pesquisa ou de método. www.portaleducacao.com.br de um evento adverso, as cognições, que refletem como o sujeito interpreta um evento, podem resultar em: o ativação emocional, no caso da ansiedade, o queda de humor, no caso da tristeza ou depressão. Figura 14. Cérebro, informação e processamento A flexibilidade cognitiva, quando presente, obriga o sujeito a, em vista de uma mobilização emocional adversa, automaticamente buscar interpretações alternativas, o que reflete seu esforço para retornar à linha basal emocional. Figura 15. Transtornos emocionais Indivíduos com transtornos emocionais são, portanto, aqueles que, em virtude de experiências e modelação, perderam a flexibilidade cognitiva e a consequente www.portaleducacao.com.br capacidade para, quando mobilizados por uma emoção adversa, modular emoções e comportamentos, retornar à linha de base e readquirir a funcionalidade. 4.3 Modelo cognitivo de psicopatologia Conforme vimos anteriormente, a hipótese de vulnerabilidade cognitiva explica a instalação e a manutenção de transtornos afetivos. Por vulnerabilidade cognitiva, referimo-nos a uma rigidez do sistema de esquemas e crenças, ou uma tendência aumentada, do indivíduo, a cometer: O modelo cognitivo de instalação e manutenção das psicopatologias se fundamenta na hipótese de que esquemas e crenças disfuncionais, gradualmente menos flexíveis, predispõem indivíduos cognitivamente vulneráveis ao desenvolvimento de transtornos. Imagem 16. Indivíduo com transtorno Durante o desenvolvimento, com base em experiências e em regularidades do real, conforme observadas pelo indivíduo, um sistema de esquemas e crenças é Distorção ao processar a informação www.portaleducacao.com.br continuamente construído, no nível inconsciente, também referido como memória implícita. A percepção do real pelo indivíduo é organizada em esquemas e o conteúdo da representação do real reflete-se, no nível pré-consciente, em forma de pensamentos automáticos, que implicam emoções e comportamentos. Quando, em resultado de experiências ou modelação por outros, o sistema de esquemas e crenças perde sua flexibilidade e, consequentemente, sua funcionalidade, distorções de representação refletem-se no pré-consciente em forma de pensamentos automáticos negativos, que resultam em emoções e comportamentos adversos e, muitas vezes, em transtornos emocionais. O terapeuta cognitivo-comportamental atua de duas formas: Figura 17. Flexibilidades cognitivas www.portaleducacao.com.br O paciente, sem a flexibilidade cognitiva para buscar novas formas de processamento e sujeito à ação de fatores biológicos, motivacionais e sociais, permanece preso às emoções e aos comportamentos adversos, condição que corresponde à definição de transtornos afetivos, isto é, estados de alteração emocional e comportamental duradouros e persistentes. 4.4 Modelo de processamento humano de informação A TCC reflete um paradigma de processamento de informação como um modelo de funcionamento humano. O modelo inclui estruturas, processos e produtos, envolvidos na representação, interpretação e atribuição de significado ao real interno e externo. Inicialmente, o sujeito processa sensorialmente o real interno ou externo. Os elementos derivados do processamento sensorial são, então, organizados em esquemas, sendo o resultado do processamento esquemático a representação do real pelo sujeito. Figura 18. Estrutura e processos neural A representação do real reflete-se, no nível pré-consciente, em vários fluxos paralelos de pensamentos automáticos, cujo conteúdo determina as respostas emocionais e comportamentais do indivíduo. O modelo propõe, portanto, a presença de três níveis de processamento: Nível inconsciente, onde está localizado nosso sistema de esquemas e crenças; www.portaleducacao.com.br O nível pré-consciente, onde ocorrem os pensamentos automáticos, em vários fluxos paralelos; Nível consciente, cujo conteúdo conhecemos e que admite apenas um fluxo de processamento a cada momento. CONCLUSÃO Judith Beck, em 2008, publicou um pequeno artigo intitulado “Quem é o terapeuta cognitivo”, no Boletim da Academia de Terapia Cognitiva (Academy of Cognitive Therapy). Nesse artigo, ela enumera as características que definem um terapeuta cognitivo e são necessárias para se alcançar a propagada eficácia da TC. Ela distingue entre reais terapeutas cognitivos e aqueles que apenas se limitam a questionar os pensamentos automáticos de seus pacientes. A estes últimos, ela recomenda que completem um curso de treinamento formal e prolongado, a fim de capacitar-se para atuar independentemente como terapeutas cognitivos. A TCC surgiuhá poucas décadas, mas, nesse curto espaço de tempo, logrou tornar- se o mais validado e reconhecido sistema de psicoterapia, refletindo hoje o que há de melhor no estágio atual do pensamento e da prática da Psicoterapia. A validação de sua eficácia confere-lhe o justificado prestígio. Sua alta treinabilidade a torna um modelo acessível a profissionais de saúde e de saúde mental. www.portaleducacao.com.br LITERATURA RECOMENDADA BECK, A. T.; RUSH, A. J.; SHAW, B. F.; EMERY, G. Terapia cognitiva da depressão. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. * BECK, J. Terapia cognitivo-comportamental: teoria e prática. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2013. * SALKOVSKIS, P. (Ed.) Fronteiras da terapia cognitiva. Organizadora da edição brasileira: Ana M. Serra. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005. * SERRA, A. M. (Ed.). Terapia cognitiva: módulos 1 a 8, Revista Psicologia Brasil. São Paulo: Ed. Criarp, 2006. Disponível em: www.itcbr.com. * ______. Terapia cognitiva com casais. In: PAYÁ, R. et al. Intercâmbio das psicoterapias. São Paulo: Ed. Roca, 2011. * ______. Teoria e terapia cognitiva. In: ZANELATTO, N. A.; LARANJEIRA, R. (Org.). O tratamento da dependência química e as terapias cognitivo-comportamentais: um guia para terapeutas. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. (*) Obras mais representativas e importantes. www.portaleducacao.com.br BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR: BECK, A. T.; FREEMAN, A. Terapia cognitiva dos transtornos de personalidade. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. BORDIN, S.; SERRA, A. M.; FIGLIE, N. B.; LARANJEIRA, R. Terapia cognitiva na dependência química. In: FIGLIE, N. B.; BORDIN, S.; LARANJEIRA, R. (Org.). Aconselhamento em dependência química. 2. ed. São Paulo: Ed. Roca, 2010. CASTAÑON, G. O que é cognitivismo. São Paulo: Ed. EPU, 2008. DATTILIO, F.; FREEMAN, A. (Eds.). Intervenções cognitivo-comportamentais em situações de crise. Supervisão da edição brasileira Ana M. Serra. Porto Alegre: Artes Médicas, 2003. REINECKE, M. A.; DATTILIO, F. M.; FREEMAN, A. Terapia cognitiva com crianças e adolescentes. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999. SERRA, A. M. Caminhos de conciliação. Revista Diálogos, Ciência e Profissão, n. 1, p. 24- 28, abr. 2004. ______. Terapia cognitiva: um novo conceito em psicoterapia. Revista Psicologia Brasil, São Paulo, ano 3, n. 20, 2005. ______. Terapia cognitiva: um novo conceito em psicoterapia. Apostila do Curso de Especialização em Terapia Cognitiva. Instituto de Terapia Cognitiva: São Paulo, 2006. ______. Terapia cognitiva: construção do pensamento. Revista Psique, Ed. Especial. São Paulo: Editora Escala, 2007. www.portaleducacao.com.br
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