Buscar

TRANSTORNOS MENTAIS NA INFÂNCIA_2019

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 111 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 111 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 111 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

TRANSTORNOS 
MENTAIS NA 
INFÂNCIA
Lia Sanders
Alexandre Aquino
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
▪ Descrever o panorama atual e a epidemiologia dos transtornos mentais na 
população pediátrica
▪ Reconhecer quais são os transtornos de ansiedade típicos da infância e 
adolescência
▪ Avaliar e manejar quadros depressivos na infância e adolescência
▪ Diferenciar Transtorno de Oposição Desafiante (TOD) de Transtorno da 
conduta
▪ Identificar sinais e sintomas característicos do Transtorno de Déficit de 
Atenção e Hiperatividade
▪ Identificar os sinais precoces de Transtorno do Espectro Autista (TEA)
EPIDEMIOLOGIA
Descrever o panorama atual e a epidemiologia dos 
transtornos mentais na população pediátrica
EPIDEMIOLOGIA
▪ Uma entre quatro a cinco crianças e adolescentes no mundo apresenta 
algum transtorno mental.
▪ Crianças e adolescentes representam respectivamente cerca de 30% e 
14,2% da população mundial. 
▪ Prevalência mundial de transtornos mentais nessa população: 15,8%
▪ Pré-escolares: 10,2%
▪ Adolescentes,: 16,5%
▪ No Brasil: 7 a 12,7%
Thiengo et. al., 2014
EPIDEMIOLOGIA
▪ Transtornos mais frequentes 
encontrados pelos estudos:
▪ Depressão: 0,6-30%
▪ Transtornos de ansiedade: 3,3-
32,3%
▪ Transtorno de Déficit de Atenção e 
Hiperatividade (TDAH): 0,9-19% 
▪ Transtorno por uso de substâncias: 
1,7%-32,1%;
▪ Transtorno de conduta: 1,8-29,2%
▪ Fatores mais associados aos 
transtornos: 
▪ Fatores biológicos, como sexo;
▪ Fatores genéticos, como histórico 
familiar de transtorno mental;
▪ Fatores ambientais, como presença 
de violência familiar e comunitária e 
configuração familiar (morar 
somente com um dois pais ou 
nenhum). 
EPIDEMIOLOGIA
TRANSTORNOS DE ANSIEDADE
▪ Cerca de 10% de todas as crianças e adolescentes preencherão critérios em 
algum momento para ao menos um transtorno ansioso.
▪ Quadros mais frequentes:
▪ Transtorno de ansiedade de separação: 4% 
▪ Transtorno de ansiedade generalizada (TAG): 2,7- 4,6%)
▪ Fobias específicas: 2,4%-3,3%
▪ Transtorno de ansiedade social: 1%
▪ Transtorno de pânico: 0,6%
▪ Transtorno de ansiedade de separação e FE: mais comumente diagnosticados 
em crianças
▪ TP e transtorno de ansiedade social: mais frequentes em adolescentes
▪ Se não tratados, apresentam curso crônico (flutuante ou episódico)
TRANSTORNOS DE 
ANSIEDADE
Reconhecer quais são os transtornos de ansiedade 
típicos da infância e adolescência
TRANSTORNO DE ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO
▪ Medo ou ansiedade impróprios e excessivos em relação ao estágio de 
desenvolvimento, envolvendo a separação daqueles com quem o indivíduo tem 
apego, evidenciados por três ou mais dos seguintes:
▪ Sofrimento excessivo e recorrente ante a ocorrência ou previsão de separação
▪ Preocupação persistente acerca da perda
▪ Relutância em sair ou afastar-se
▪ Temor de ficar sozinho
▪ Relutância ou recusa em dormir longe
▪ Pesadelos repetidos sobre separação
▪ Queixas de sintomas somáticos (cefaleias, dores abdominais, náuseas) com a 
ocorrência ou previsão de separação
▪ Crianças (mais comum) e adolescentes: pelo menos quatro semanas; 
▪ Adultos: seis meses
MUTISMO SELETIVO
▪ DSM-IV: transtornos de início tipicamente na infância
▪ Falha persistente em falar em situações sociais específicas em que há 
expectativa para tal
▪ Indivíduo fala em outras situações
▪ Pelo menos um mês, não limitada ao primeiro mês na escola
▪ Excluir: desconhecimento do idioma e transtorno de comunicação
▪ Diagnóstico diferencial importante: autismo
FOBIA ESPECÍFICA
▪ Medo ou ansiedade acentuadas 
acerca de um objeto ou situação 
(voar, alturas, animais, tomar 
injeção, ver sangue)
▪ Resposta quase invariavelmente 
imediata
▪ Evitação ativa ou enfrentamento 
com intensa ansiedade ou 
sofrimento
▪ Desproporção ao perigo real
▪ Duração mínima de seis meses
▪ Sexo feminino mais afetado (2:1)
▪ 75% dos indivíduos temem mais de 
uma situação
▪ Maioria: início antes dos 10 anos
TRANSTORNO DE ANSIEDADE SOCIAL 
(FOBIA SOCIAL)
▪ Situações temidas: sociais
▪ Medo ou ansiedade acentuados, desproporcionais, acerca de uma ou mais 
situações de possível avaliação por outras pessoas (conversas, encontros 
com pessoas estranhas, ser observado comendo ou bebendo, palestras)
▪ Temor da reação negativa ao demonstrar sintomas de ansiedade
▪ Situações sociais quase sempre provocam medo ou ansiedade
▪ Comportamento de evitação
▪ Pelo menos seis meses
Diagnóstico diferencial: 
timidez, quadros psicóticos
DEPRESSÃO
Avaliar e manejar quadros depressivos na infância e 
adolescência
DEPRESSÃO NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
▪ Transtorno depressivo maior (TDM)
▪ Principal causa de incapacidade em todo o mundo
▪ Prevalência global ao longo da vida: 16,6% 
▪ Afeta pessoas de várias idades e pode ser recorrente
▪ Geralmente apresenta-se pela primeira vez na adolescência (entre 10 e 
18 anos)
▪ Prevalência cumulativa de 9,5% aos 16 anos de idade
▪ Principal causa de morbidade em adolescentes (alta correlação com 
depressão mais longa e recorrente na idade adulta e com tendência suicida)
▪ Suicídio: 3ª maior causa de morte em adolescentes em todo o mundo
Neavin et al., 2018
DIAGNÓSTICO
▪ Humor deprimido, baixa autoestima e alteração do sono e do apetite
▪ Sintomas que são mais prevalentes na MDD pediátrica: isolamento social, 
irritabilidade e choro. 
▪ Diminuição do interesse em hobbies e outras atividades de lazer, interesse 
alterado em interações sociais e diminuição do rendimento acadêmico 
▪ Sintomas podem ser vistos como comportamento adolescente "típico“ 
(puberdade - idade de início da depressão em muitos pacientes). 
▪ Pacientes pediátricos podem ainda não ter desenvolvido um vocabulário 
emocional adequado.
EPISÓDIO DEPRESSIVO MAIOR
Cinco ou mais dos seguintes sintomas presentes durante o mesmo período de 
duas semanas (mudança em relação ao funcionamento anterior):
1. Humor deprimido 
2. Acentuada diminuição do interesse ou prazer nas atividades
3. Perda ou ganho significativo do peso (pelo menos 5%/mês) ou do apetite
4. Insônia ou hipersonia quase diária
5. Agitação ou retardo psicomotor observável
6. Fadiga ou perda da energia
7. Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva
8. Indecisão ou capacidade diminuída de pensamento ou concentração
9. Pensamentos recorrentes de morte, ideação suicida, tentativa ou plano para 
cometer suicídio
*Diagnóstico diferencial, sofrimento significativo, prejuízo funcional
1 ou 2 devem 
estar presentes
ESPECIFICIDADES 
EM CRIANÇAS
Neavin et al., 2018
TRATAMENTO
Neavin et al., 2018
• *ISRSs: mais efetivos em adultos
• Podem induzir agitação e hostilidade
• Monitoramento semanal no 1º mês; quinzenal no 2º
• Risco de suicídio já é elevado sem tratamento
TRANSTORNO DE OPOSIÇÃO 
DESAFIANTE E 
TRANSTORNO DA CONDUTA
Diferenciar Transtorno de Oposição Desafiante (TOD) 
de Transtorno da conduta
DISTÚRBIO 
DESAFIADOR E DE 
OPOSIÇÃO (TDO)
OU
TRANSTORNO DE 
OPOSIÇÃO 
DESAFIANTE 
(TOD)
CRITÉRIOS DO DSM-5
B. A perturbação do 
comportamento causa 
comprometimento 
clinicamente 
significativo do 
funcionamento social, 
acadêmico ou 
ocupacional
C. Os comportamentos 
não ocorrem 
exclusivamente durante 
o curso de um 
Transtorno Psicótico ou 
Transtorno do Humor
D. Não são satisfeitos 
os critérios para 
Transtorno de Conduta.
CRIT´´ERIOS DSM-5
CRIT´´ERIOS DSM-5
EXEMPLO 1
▪ Sam é um menino de 15 anos a quem seus pais descrevem como incorrigível. Ele foi
suspenso repetidamente da escola devido a seu comportamento agressivo e
indisciplinado, mais recentemente, perseguiu vários outros meninos perto da escola
brandindo um pedaço de galho. Ele alega que foi provocado por comentários rudes
e por olhares dos outros. Sam é de inteligência média, mas não se aplica em seus
estudos. Na verdade, até já rasgou tarefas na aula por que elas eram “hipócritas”.
Seus pais relatam que ele repetidamente rouba dinheiro e ignora completamente
regras e regulamentos da casa. Sam tem um registro na polícia por dirigir automóvel
sem permissão.Ele acredita que “regras foram feitas para serem quebradas” e
esforça-se para manter uma atitude do tipo “Não se meta comigo”. Seus pais
confessam que Sam conduz a casa; eles também admitem ter medo dele.
EXEMPLO 2
▪ Lucas é um menino de 10 anos que está levando seus pais ao
limite. Na escola, é obediente, cooperativo e estudioso.
Entretanto, em casa, xinga a cada ordem de sua mãe, perde o
controle com a irmã e com os pais e geralmente domina os
membros da família mediante lutas de poder. Lucas considera
as regras injustas e irracionalmente impostas a ele, e, por fim,
afasta-se de responsabilidade, externalizando a culpa (“Como
isso pode ser minha culpa?”)
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
TOD
▪ Comportamentos de provocação e
de transgressão que levam a
conflitos marcantes com o meio
(pais, professores, colegas);
▪ Contrapõem-se ao professor de
forma agressiva, não respeitam as
regras, se recusam a fazer as lições
de casa, brigam com os colegas e
com os adultos com frequência e
provocam tanto colegas como
professores.
TC
▪ Comportamentos que violam os
direitos básicos dos demais e
regras sociais importantes;
▪ Comportamentos antissociais
persistentes, incluindo brigas
físicas, roubo, vandalismo, bullying
e uso de mentira para ganhos
pessoais.
(ESTANISLAU e BRESSAN, 2014)
Como reconhecer uma criança e um 
adolescente com TC?
▪ Demonstram baixos níveis de realização
▪ Falha em completar a lição de casa
▪ Pobres habilidades de leitura
▪ Habilidades sociais diminuídas
▪ Altos níveis de rejeição por crianças da mesma faixa etária
▪ Podem-se envolver em atos criminais
▪ Maior risco de uso de substâncias psicoativas no futuro
(KAZDIN, 1997 ; ESTANISLAU e BRESSAN, 2014)
Nem todo comportamento caracterizado por 
irritabilidade ou agressividade deve ser considerado 
indício de uma condição grave e patológica.
Intensidade Duração
Forma de 
apresentação
EXEMPLO
▪ Pode ser considerado normal que um aluno irrite-se ao 
receber uma repreensão de um professor por um 
comportamento inadequado, mas será motivo de 
preocupação se essa irritação for expressa com reações 
como xingamentos e agressões verbais e se esse 
comportamento for persistente e não estiver 
relacionado a apenas uma pessoa ou situação.
EPIDEMIOLOGIA
▪ 5 a 10% das crianças e dos adolescentes têm comportamentos
de oposição ou de agressividade de forma persistente;
▪ Meninos: maior prevalência;
▪ Meninas: manifestação indireta de agressividade (verbal e
relacional)
(ESTANISLAU e BRESSAN, 2014)
CURSO E PROGNÓSTICO
▪ Crianças e jovens com TOD: 
maior risco de TC
▪ Indivíduos com TC: mais 
chances de Transtorno de 
Personalidade Antissocial
▪ TDAH comumente associado 
a TOD e TC
(CAMINHA e CAMINHA, 2011)
▪ TOD: 
▪ Curso gradual
▪ Início antes dos oito anos
▪ Tendência à cronicidade na 
falta de tratamento 
adequado;
▪ Pior prognóstico com o 
início precoce de TC.
CURSO E PROGNÓSTICO
▪ Comportamento agressivo/disruptivos nos anos escolares 
iniciais são preditores de:
▪ Desempenho escolar abaixo do esperado
▪ Inclusão em educação especial
▪ Abandono escolar
▪ Desemprego
▪ Problemas financeiros e nas relações interpessoais;
▪ Problemas de saúde
▪ Maior envolvimento em atividades ilícitas.
(ESTANISLAU e BRESSAN, 2014)
FATORES DE RISCO
Fatores individuais
Genéticos
Complicações perinatais
Temperamento
Deficiência de expressão 
verbal e linguagem
Disfunção executiva
Fatores externos ao 
ambiente familiar
Rejeição pelos pares
Influência dos pares
Vizinhança
Fatores familiares
Disciplina e habilidade 
parental
Hostilidade parental
Maus-tratos
Violência doméstica 
entre os adultos
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
▪ TOD x TC
▪ TDAH
▪ TOC
▪ Dificuldades de aprendizagem
▪ Déficit intelectual
TRANSTORNO DE CONDUTA
▪ Tanto o TC como o TOD estão relacionados a problemas
de conduta que colocam o indivíduo em conflito com
adultos e figuras de autoridade;
▪ Comportamentos de TOD são menos graves e não incluem
agressão a pessoas ou animais, destruição de propriedade
ou um padrão de roubo ou de falsidade.
(AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION et al., 2013)
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
▪ Alunos com eficiência intelectual rebaixada ou transtornos
de aprendizagem frequentemente manifestam falta de
interesse ou recusa ao ambiente escolar e ao processo de
aprendizagem;
▪ Esse comportamento em geral se intensifica na
adolescência, quando a pressão de adequação ao grupo
social é mais expressiva.
(ESTANISLAU e BRESSAN, 2014)
TRATAMENTO
(FRIEDBERG; MCCLURE, 2004)
Construindo relacionamentos com crianças e adolescentes 
disruptivos
▪ A fim de estabelecer fronteiras terapêuticas, todos devemos
conhecer nossos próprios limites;
▪ O que é um comportamento aceitável e não aceitável?
▪ Se você estabelecer um limite e não se desviar dele, está
dizendo que suas palavras e ações tem significado;
▪ Limites também comunicam seu interesse pela criança;
▪ Flexibilidade também é importante.
TRATAMENTO
(FRIEDBERG; MCCLURE, 2004)
Psicoeducando os pais
▪ Os pais negligenciam os comportamentos positivos e consideram 
quase exclusivamente os comportamentos negativos;
▪ Entram em um ciclo de punição inconsistente ou de consentimento 
inadequado;
▪ Apelam para ameaças raivosas.
▪ Abdicam de seu papel e desistem de acompanhar o comportamento 
dos filhos;
▪ Essa submissão parental está relacionada com aumento do 
comportamento disruptivo.
TRATAMENTO
Psicoeducando os pais
▪ Ensinar os pais a darem ao filho uma ordem para fazer alguma
coisa de que ele goste e então recompensar sua obediência;
▪ Melhorar o clima familiar e dar aos pais uma oportunidade de
praticar comandos e reforçar obediência;
▪ Podem reafirmar que são autoridade na casa sem apelar para
coação ou punições.
▪ Elogiar a criança por obediência espontânea.
(BARKLEY, EDWARS e ROBIN, 1999)
TRATAMENTO
(FRIEDBERG; MCCLURE, 2004)
Aumentar o reforço 
positivo
Combater o tom 
familiar tenso e 
hostil
Contrapeso ao que 
os pais já estão 
fazendo
Filhos habituaram-se 
ao emprego excessivo 
de punições
Pais tornaram-se 
estímulos aversivos 
para seus filhos
TRATAMENTO
▪ Treinamento de Manejo Parental, modalidade de terapia cognitivo-
comportamental (TCC): resposta em torno de 40-50%
▪ Terapias cognitivas: índices de resposta de até 74%
▪ Estudo mais focados na agressão/sintomas de TOD não no diagnóstico de TOD
▪ Crianças com TDAH e TDO ou TC graves: metilfenidato diminui sintomas 
opositores (em 63%)
▪ Psicoestimulantes, alfa-2-agonistas e atomoxetina: benéficos para 
comportamentos disruptivos e agressivos, além dos sintomas centrais do TDAH; 
entretanto, os psicoestimulantes geralmente fornecem o maior benefício. 
▪ Não há evidência de que os psicoestimulantes ou a clonidina sejam eficazes 
para TOD não comórbido com TDAH.
TRATAMENTO
▪ Risperidona foi investigada em relação a transtornos 
disruptivos e considerada como significativamente eficaz para a 
melhoria da “calma ou adesão”.
▪ Psicoestimulantes para TDAH comórbido
▪ Haloperidol e lítio: eficácia em casos de agressão, não 
aderência ao tratamento e explosões de cólera em pacientes 
agressivos
▪ Ácido valpróico em pacientes com TOD ou TC com ímpetos 
explosivos e labilidade de humor
V
íd
e
o 
E
m
p
a
ti
a
TDAH
Identificar sinais e sintomas característicos do 
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
INTRODUÇÃO
▪ TDAH 
▪ Invenção da indústria farmacêutica para vender 
remédios?
▪ Forma de medicalização de comportamentos 
“culturalmente inaceitáveis”?
▪ No Brasil mais de 50% das pessoas têm crenças 
sobre a doença sem respaldo científico. 
(Gomes et al., 2007)
HISTÓRICO DO TDAH
Jean François Regnard (1655-
1709): personagem Léandre
“Monsieur le distrait” (Le Distrait, 
1697).
Alexander Crichton (1763-1856): 
An Inquiry Into the Nature and
Origin of Mental Derangement
(1798) – “incapacidade de 
prestar atenção com o grau 
necessário de constância a 
qualquer objeto”.
Dostoiévski (1821-1881): romance 
Niétotchka Niezvânova (1849):[...] mas a menina travessa mal 
vinha passar ali alguns 
instantes; não conseguia parar 
quieta. Movimentar-se 
continuamente, correr, pular, 
fazer barulho por toda a casa, 
era para ela uma necessidade 
imperiosa. Por esse motivo, 
declarou-me, já no primeiro 
dia, que se aborrecia 
horrivelmente de ficar sentada 
comigo[...]
HISTÓRICO DO TDAH
SÉCULO XX
George F. Still (1868-
1941): primeira descrição 
médica detalhada do 
TDAH (Lancet, 1902).
“Defeito permanente ou 
temporário do controle 
moral”.
HISTÓRICO DO TDAH
TDAH NO SÉCULO XX
▪ Economo (1876-1931): “transtorno comportamental pós-encefalítico” durante 
epidemia de influenza de 1918-19
▪ Déc. 30 e 40: “Lesão cerebral mínima”
▪ Déc. 50 a 70: “Disfunção cerebral mínima”
▪ Strother (1973): “Síndrome hipercinética”
▪ Bradley (1937): efeito terapêutico de anfetaminas no controle de distúrbios do 
comportamento em crianças
▪ Leandro Panizzon (1944): sintetiza o metilfenidato, indicado para tratar astenia e 
depressão.
▪ Final da déc. 50: uso sistemático em crianças com TDAH
▪ Déc. 70: uso em adultos com TDAH
(Barkley, 1998)
MANUAIS DIAGNÓSTICOS E TDAH
DSM-II (1968): reação 
hipercinética da infância 
ou adolescência
DSM-III (1980): 
transtorno de déficit de 
atenção
DSM-IV (1994) e DSM-IV 
TR (2000): TDAH
EPIDEMIOLOGIA
▪ 60 a 70% dos casos persistem 
durante o desenvolvimento até 
a idade adulta.
▪ Prevalência de 3,4% na idade 
adulta
▪ Mais prevalente em pessoas 
com escolaridade menor que a 
universitária
▪ EUA: prevalência de 7,8% entre 
4 e 17 anos
▪ Prevalência mundial em 
menores de 18 anos de 5,29%.
(Barkley et al., 2002; Fayad et al., 2007; Visser e Lesesne, 2003; Polanczyk et al., 2007)
EPIDEMIOLOGIA
▪ Prevalência no Brasil
▪ 3,5% em amostra de 484 crianças da 1ª série do Ensino 
Fundamental de Porto Alegre (RS) (Guardiola, 1994)
▪ 5,8% em amostra de 1013 adolescentes entre 12 e 14 anos 
de Porto Alegre (RS) (Rohde et al., 2000)
▪ 8,6% em estudantes de uma escola no Rio de Janeiro (RJ) 
(Pastura, Mattos e Araújo, 2007)
1. Barkley. Attention-deficit hyperactivity disorder, 1998; 2. Barkley et al. JAACAP 1990; 3. Biederman et al. Arch Gen Psych 1996; 4. Weiss et al. JAACAP 1985; 5. Satterfield, Schell. JAACAP 1997; 
6. Biederman et al. Am J Psych 1995.
Por que tratar o 
TDAH?
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%
Demissões
Encarceramentos
Prisões
Acidentes de carro
Suscetibilidade a acidentes
Abuso de substâncias
DSTs
Gravidez na adolescência
< escolaridade
Reprovação escolar TDAH
É só um problema 
psicológico? Falta de 
limites pelos pais?
NEUROIMAGEM FUNCIONAL E TDAH
▪ Kim et al. (2002): amostra de 40 crianças com TDAH e um grupo-controle de 
17 crianças – perfusão diminuída no córtex pré-frontal lateral, temporal 
medial direito e cerebelo, e aumentada nas regiões posteriores (parietal e 
occiptal)
▪ Durston et al. (2003): estudo com PET e com o teste neuropsicológico go/no 
go, crianças com TDAH não ativaram a região frontoestriatal tão
eficientemente quanto as crianças do grupo controle.
▪ Durante tarefas envolvendo controle inibitório, hipoativação no córtex pré-
frontal e hiperativação no cíngulo anterior em crianças com TDAH com 
maior dificuldade de inibição de resposta (Rubia et al.,1999; Schulz et al., 2005; Zang et 
al., 2005; Smith et al.,2006). 
▪ Hipoativação de repouso em região frontal e no putâmen (Cao et al., 2008)
ALTERAÇÕES 
SUBCORTICAIS
• 1713 pacientes de 04 a 63 
anos: redução volumétrica em 
caudato, putamen, amígdala, 
hipocampo, accumbens
• Sem associação com 
comorbidades psiquiátricas, 
uso de psicoestimulantes ou 
gravidade dos sintomas.
FATORES DE RISCO
BIEDERMAN, J.; FARAONE, S.V. Attention-deficit hyperactivity disorder. Lancet. 2005 Jul 16-22;366 9481):237-48. 
SOUTULLO- ESPERÓN, C.; DIEZ-SUÁREZ, A. Manual de diagnóstico y tratamiento del TDAH. Madrid: Médica Panamericana, 2007, 176p. 
GENÉTICA DO TDAH
▪ Fenótipo complexo e de heranc ̧a multifatorial: participac ̧ão de genes e 
agentes mbientais (Thapar et al., 2007; Walis, Russell, Muenke, 208).
▪ 40% de efeito ambiental na variância do TDAH (Waldman e Gizer, 2006)
▪ Estudos com gêmeos: herdabilidade em torno de 76% (Mick, Faraone, 
2008)
▪ Prevalência entre pais biológicos 3X maior do que entre pais adotivos de 
de crianc ̧as com TDAH.
▪ Risco 2-8X maior nos pais das crianças afetadas do que na população 
(Thapar et al., 2007; Mick, Faraone, 2008)
TDAH E GÊNERO
▪ Meninos têm de 5 a 9 vezes mais chances de serem encaminhados, 
pois apresentam mais comportamento desafiador de oposic ̧ão, 
agressividade, confrontos, brigas e problemas de conduta (Bierderman et 
al., 2002). 
▪ Meninas com TDAH: 3,6 vezes mais chances de desenvolver transtornos 
alimentares durante um seguimento de 5 anos (Biederman et al., 2007).
▪ Meninos são mais comumente suspensos da escola do que meninas com 
TDAH (Bauermeiser et al., 2007).
DIFICULDADES COGNITIVAS NO TDAH
▪ Dificuldades para tomar iniciativa
▪ Planejamento, estabelecimento de 
metas e prioridades
▪ Organização para o trabalho
▪ Procrastinação
▪ Falha no monitoramento do tempo, 
prazos e finanças
▪ Lentidão e inconsistência no 
desempenho
▪ Declínio rápido da motivação
▪ Constante interrupção de tarefas
▪ Baixa tolerância à frustração
▪ Dificuldades de memória
Quadro clínico 
do TDAH
Desatenção
ImpulsividadeHiperatividade
MUDANÇAS NO DSM-5
▪ Diagnóstico mais dimensional e respeitando os estágios de desenvolvimento 
da criança
▪ Maior ênfase no comprometimento funcional
▪ Sintomas presentes antes dos 12 anos
▪ Retirada dos transtornos invasivos do desenvolvimento nos critérios de 
exclusão
▪ Descrição de sintomas acompanhada de exemplos para ajudar na avaliação
▪ Often loses things needed for tasks and activities (e.g., school materials, pencils, 
books, tools, wallets, keys, paperwork, eyeglasses, or mobile telephones).
DIAGNÓSTICO
▪ O diagnóstico do TDAH é clínico, baseado nos sintomas.
▪ Não há, até o momento, marcadores biológicos para o transtorno.
(Remschmidt; Global ADHD Working Group, 2005).
▪ Crianças e adolescentes com TDAH apresentam pior desempenho em 
testes e maiores taxas de suspensão e repetência comparadas com 
seus pares.
▪ Utilizam mais os serviços de saúde, além daqueles para o tratamento 
do TDAH, devido a maior probabilidade de se envolverem em 
comportamentos de risco (física e sexualmente) e pela maior 
dificuldade no funcionamento executivo (Smoot; Boothby; Gillet, 2007).
Transtorno de Déficit de 
Atenção/Hiperatividade
A. Um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade
que interfere no funcionamento e no desenvolvimento, conforme caracterizado
por (1) e/ou (2):
1. Desatenção: Seis (ou mais) dos seguintes sintomas persistem por pelo
menos seis meses em um grau que é inconsistente com o nível do
desenvolvimento e têm impacto negativo diretamente nas atividades
sociais e acadêmicas/profissionais:
Nota: Os sintomas não são apenas uma manifestação de comportamento
opositor, desafio, hostilidade ou dificuldade para compreender tarefas ou
instruções. Para adolescentes mais velhos e adultos (17 anos ou mais), pelo
menos cinco sintomas são necessários.
Desatenção
Desatenção
1. Desatenção
a. Frequentemente não presta atenção em detalhes ou comete erros por descuido em
tarefas escolares, no trabalho ou durante outras atividades (p. ex., negligência ou deixa
passar detalhes, o trabalho é impreciso).
b. Frequentemente tem dificuldade de manter a atenção em tarefas ou atividades
lúdicas (p. ex., dificuldade de manter o foco durante aulas, conversas ou leituras
prolongadas).
c. Frequentemente parece não escutar quando alguém lhe dirige a palavra diretamente
(p. ex., parece estar com a cabeça longe, mesmo na ausência de qualquer distração
óbvia).
d. Frequentemente não segue instruções até o fim e não consegue terminar trabalhos
escolares, tarefas ou deveres no local de trabalho (p. ex., começa as tarefas, masrapidamente perde o foco e facilmente perde o rumo).
1. Desatenção
e. Frequentemente tem dificuldade para organizar tarefas e atividades (p. ex.,
dificuldade em gerenciar tarefas sequenciais; dificuldade em manter materiais e
objetos pessoais em ordem; trabalho desorganizado e desleixado; mau
gerenciamento do tempo; dificuldade em cumprir prazos).
f. Frequentemente evita, não gosta ou reluta em se envolver em tarefas que
exijam esforço mental prolongado (p. ex., trabalhos escolares ou lições de casa;
para adolescentes mais velhos e adultos, preparo de relatórios, preenchimento de
formulários, revisão de trabalhos longos).
g. Frequentemente perde coisas necessárias para tarefas ou atividades (p. ex.,
materiais escolares, lápis, livros, instrumentos, carteiras, chaves, documentos,
óculos, celular).
h. Com frequência é facilmente distraído por estímulos externos (para
adolescentes mais velhos e adultos, pode incluir pensamentos não relacionados).
i. Com frequência é esquecido em relação a atividades cotidianas (p. ex., realizar
tarefas, obrigações; para adolescentes mais velhos e adultos, retornar ligações,
pagar contas, manter horários agendados).
2. Hiperatividade
2. Hiperatividade e impulsividade: Seis (ou mais) dos seguintes sintomas 
persistem por pelo menos seis meses em um grau que é inconsistente 
com o nível do desenvolvimento e têm impacto negativo diretamente nas 
atividades sociais e acadêmicas/profissionais:
Nota: Os sintomas não são apenas uma manifestação de comportamento 
opositor, desafio, hostilidade ou dificuldade para compreender tarefas ou 
instruções. Para adolescentes mais velhos e adultos (17 anos ou mais), pelo 
menos cinco sintomas são necessários.
Hiperatividade/Impulsividade
Hiperatividade/Impulsividade
2. Hiperatividade
a. Frequentemente remexe ou batuca as mãos ou os pés ou se contorce na cadeira.
b. Frequentemente levanta da cadeira em situações em que se espera que permaneça 
sentado (p. ex., sai do seu lugar em sala de aula, no escritório ou em outro local de trabalho 
ou em outras situações que exijam que se permaneça em um mesmo lugar).
c. Frequentemente corre ou sobe nas coisas em situações em que isso é inapropriado.
(Nota: Em adolescentes ou adultos, pode se limitar a sensações de inquietude.)
d. Com frequência é incapaz de brincar ou se envolver em atividades de lazer calmamente.
e. Com frequência “não para”, agindo como se estivesse “com o motor ligado” (p. ex., não 
consegue ou se sente desconfortável em ficar parado por muito tempo, como em 
restaurantes, reuniões; outros podem ver o indivíduo como inquieto ou difícil de 
acompanhar).
2. Hiperatividade
f. Frequentemente fala demais.
g. Frequentemente deixa escapar uma resposta antes que a pergunta 
sido concluída (p. ex., termina frases dos outros, não consegue aguardar 
de falar).
h. Frequentemente tem dificuldade para esperar a sua vez (p. ex., 
aguardar em uma fila).
i. Frequentemente interrompe ou se intromete (p. ex., mete-se nas 
conversas, jogos ou atividades; pode começar a usar as coisas de outras 
pessoas sem pedir ou receber permissão; para adolescentes e adultos, 
pode intrometer-se em ou assumir o controle sobre o que outros estão 
fazendo).
Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade
B. Vários sintomas de desatenção ou hiperatividade-
impulsividade estavam presentes antes dos 12 anos de idade.
C. Vários sintomas de desatenção ou hiperatividade-
impulsividade estão presentes em dois ou mais ambientes (p. 
ex., em casa, na escola, no trabalho; com amigos ou parentes; 
em outras atividades).
D. Há evidências claras de que os sintomas interferem no 
funcionamento social, acadêmico ou profissional ou de que 
reduzem sua qualidade.
DIAGNÓSTICO DO TDAH
Com base nesses critérios, três apresentações de TDAH são 
identificados:
▪ TDAH, Combinado: se ambos os critérios A1 e A2 estão reunidas nos 
últimos 6 meses 
▪ TDAH, Predominantemente Desatento: se o critério A1 for cumprido, 
mas A2 critério não é satisfeito durante os últimos seis meses. 
▪ TDAH, Predominantemente Hiperativo-Impulsivo: se for cumprido o critério 
A2, mas não o critério A1, nos últimos seis meses. 
COMORBIDADES
▪ Em 80% dos casos (Rohde; 2013)
▪ Transtornos disruptivos: 50-80%
▪ Transtornos de humor e de ansiedade: 20-50%
▪ Transtornos de aprendizagem: 25%
▪ Retardo mental e autismo
▪ Dependência química
▪ Tiques: 50%
▪ Transtornos de linguagem e do processamento auditivo
As medicações são 
perigosas? Meu filho 
vai ficar dopado?
TRATAMENTO
A eficácia clínica e segurança do metilfenidato já 
foi comprovada em mais de 1.500 estudos 
clínicos nos últimos 40 anos. 
(Conners, 2002)
PSICOESTIMULANTES
▪ Tamanho de efeito: 0,8 a 1,1, o maior dos tratamentos 
psiquiátricos
▪ Resposta clínica em 65 a 75% dos casos, em comparação com 
5 a 30% tratados com placebo.
▪ Além da melhora dos sintomas centrais do TDAH: 
▪ Progresso nas relações sociais
▪ Redução na agressividade
METILFENIDATO
Questões atuais no tratamento farmacológico do TDAH em adultos com metilfenidato. J. bras. 
psiquiatr. vol.56 suppl.1 Rio de Janeiro 2007
LISDEXANFETAMINA
▪ Aprovada para crianças e adultos
▪ Eficácia semelhante ao metilfenidato
▪ Pró-droga: potencial de abuso reduzido
▪ 1/3 da dose ativa após a metabolização em lisina e d-anfetamina 
▪ Efeito de longa duração
▪ 30, 50 e 70 mg
Existe um 
superdiagnóstico de 
TDAH?
TRANSTORNO DO 
ESPECTRO AUTISTA 
(TEA)
Identificar os sinais precoces de Transtorno do 
Espectro Autista (TEA)
AUTISMO
É um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta as 
áreas do encéfalo relacionadas a socialização, 
comunicação e comportamento (comportamentos 
repetitivos, estereotipias e repetitivos).
Quais os sinais de risco para autismo?
Reduzida manutenção do contato 
visual
Atraso na aquisição da linguagem
Quais os sinais de risco para autismo?
▪ Não responder ao ser chamado pelo nome
▪ “Parecer surdo”
▪ Produção frequente de vocalizações sem uso 
funcional
▪ Repetição constante, para si mesmo, de frases e 
conteúdos de filmes, desenhos animados
▪ Ecolalia
Quais os sinais de risco para autismo?
Manipulação dos dedos ou mãos 
de forma peculiar
Risos e movimentos pouco 
apropriados, repetitivos, 
estereotipados...
Quais os sinais de risco para autismo?
▪ Isolamento social
▪ Preferência por adultos
▪ Intenção comunicativa e interação apenas para suprir 
necessidades e interesses
▪ Presença de respostas anormais a barulhos e tato
▪ Capacidade de imaginação, fantasia e criatividade reduzidas
▪ Interesses específicos muito exagerados, que comprometem 
interações sociais com colegas
▪ Rigidez no comportamento e rotinas
O QUE CAUSA ESSES COMPORTAMENTOS?
▪ Cortex pré-frontal: pensamento 
social
▪ Hipotálamo: comportamentos 
repetitivos
▪ Amígdala: orientação e 
aprendizado social
▪ Giro fusiforme: reconhecimento 
facial
▪ Giro temporal medial: 
reconhecimento de expressões 
faciais
▪ Pulvinar: relevância emocional
CÉREBRO SOCIAL
Desmodulação sensorial
▪ Respostas anormais a 
barulhos ou tato
▪ Distúrbios da integração 
sensorial (desmodulação
sensorial)
▪ Auditiva
▪ Visual
▪ Tátil
▪ Proprioceptiva
FATORES PREDISPONENTES
▪ Sexo masculino
▪ História familiar de autismo
▪ Prematuros < 26 semanas
▪ Pais de idade avançada
▪ Gravidez na adolescência
▪ Intervalo curto entre as gestações
▪ Problemas na gestação: parto cesáreo, baixo peso ao nascer, 
uso de antiepilépticos, deficiência de folato
▪ Poluição? Sazonalidade? Uso de antidepressivos? 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
A. Déficits persistentes na comunicação social e 
interação social em múltiplos contextos:
1. Déficit na reciprocidade emocional.
2. Déficits nos comportamentos comunicativos não 
verbais.
3. Déficits para desenvolver, manter e compreender 
relacionamentos.
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
B. Padrões restritos e repetitivos de comportamento, 
ou atividades, atualmente, ou por história prévia:
1. Movimentos motores, uso de objetos ou falaou repetitiva.
2. Insistência nas mesmas coisas, adesão inflexível à 
ou padrões ritualizados de comportamento.
3. Interesses fixos e altamente restritos que são anormais 
em intensidade ou foco.
4. Hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais ou 
interesse incomum em aspectos sensoriais do ambiente.
Dificuldade de Linguagem e TEA
▪ Dificuldades com a pragmática da linguagem:
▪ Iniciação inapropriada: falar com qualquer estranho, persistir em assuntos 
que não interessam aos outros
▪ Perda de coerência: dificuldade em descrever uma sequência de eventos 
ou dar uma explicação clara sobre o ocorrido
▪ Linguagem estereotipada: dar descrições excessivamente detalhadas 
sobre o assunto, mudar a conversa para um assunto de interesse restrito, 
tonalidade de voz monótona
▪ Pobre uso do contexto: ser literal, distorcer as situações
▪ Dificuldade com o rapport: ignorar as iniciativas dos outros, dificuldade 
com linguagem não verbal, entonações de palavras
Modulação Sensorial
▪ Dificuldade em lidar com inputs sensoriais do ambiente ao redor, 
levando a hiper ou hiporresponsividade a esses estímulos, gerando 
dificuldades adaptativas ao meio.
▪ Podem reagir com extrema ansiedade ou desorganização do 
comportamento, inclusive com agressividade.
▪ Estratégias:
▪ Terapeutas devem estar a tentos a organizar o consultório de modo a promover 
um conforto sensorial (ex: nível de iluminação, uso de aromatizantes, 
alimentos oferecidos, contato físico, música ambiente).
▪ Experimentar sensações novas de forma progressiva, sempre explicando o 
objetivo.
▪ Encontrar outras formas mais funcionais para lidar com as necessidades 
sensoriais (ex: mascar chicletes, manipular bolas de estresse).
Habilidades Sociais no TEA
▪ Déficits na socialização são a principal fonte de incapacidade no TEA, a 
despeito de sua capacidade cognitiva ou de linguagem.
▪ Podem ser um presságio para o desenvolvimento de transtornos ansiosos ou 
depressivos no futuro, prejudicando a qualidade de vida.
▪ Em autistas de alto funcionamento, esses problemas decorrem mais por 
falta de habilidade do que por falta de motivação.
▪ Muitos indivíduos com TEA irão expressar sua conexão com outras pessoas 
mais por meio de ações do que de palavras ou expressões faciais. 
▪ TEA de alto funcionamento interagem cerca de 50% menos que seus pares.
Habilidades Sociais no TEA
▪ Competência social: obter e manter relações sociais 
satisfatórias
▪ Quase sempre dependentes de um contexto.
▪ “Códigos de conduta” 
▪ Não escritos
▪ Modificados ao longo do tempo e da maturidade (ex: “Você 
quer ser meu amigo?”). 
MODELOS DE DISFUNÇÃO SOCIAL NO TEA
▪ Teoria da Mente (Baron-Cohen, 1995): dificuldade para entender, 
apreciar ou inferir o estado mental e emocional dos outros ou de si 
mesmo.
▪ Déficits nas funções executivas (Ozonoff & Jensen, 1999): 
flexibilidade, organização e planejamento.
▪ Fraca coerência central (Frith, 2003; Happe, 1996): inabilidade para 
compreender o contexto, integrar as “peças” de uma situação num 
todo
▪ Modelo da Mente Enativa (Klin, James, Schultz & Volkmer, 2003): 
orientação geral para coisas e não para pessoas
▪ Atenção focada em aspectos mais não-sociais do ambiente.
Déficits de Habilidades Sociais mais 
comuns no TEA
▪ Falha em estabelecer um ponto de referência comum durante uma conversa
▪ Falta de consideração, compreensão ou apreciação de normas sociais 
▪ Uso de expressões estereotipadas sem correlação com o contexto
▪ Dificuldade de compreender a natureza de uma amizade
▪ Falta de compreensão do espaço físico do outro
▪ Falha na interpretação do comportamento social e das intenções dos outros
▪ Atribuição errada dos aspectos não-verbais da comunicação
▪ Rigidez e insistência para que os outros sigam as “regras”
▪ Ingenuidade social
TRATAMENTO
Intervenções baseadas nos princípios do ABA (análise 
do comportamento aplicada) vêm demonstrando 
sucesso para muitas crianças com TEA, melhorando 
seus déficits de comunicação e reduzindo a 
interferência de seus comportamentos repetitivos. 
Contudo, intervenções terapêuticas focadas nos 
déficits sociais ainda não apresentam o mesmo nível 
de sucesso!
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
▪ Risperidona e aripiprazol: aprovadas pela Food and Drug Administration (FDA) para tratar 
a irritabilidade e comportamentos agressivos e autolesivos noTEA
▪ Risperidona é a opção com maior volume de evidências para o tratamento da 
agressividade em pessoas com TEA e a medicação recomendada pela ANVISA para 
crianças com pelo menos cinco anos de idade.
▪ O uso de antipsicótico deve ser considerado um complemento às intervenções não 
farmacológicas
▪ A descontinuação requer uma redução gradual ao longo de várias semanas a meses.
▪ Haloperidol: eficaz no tratamento de sintomas comportamentais (acessos de raiva, 
agressividade, hiperatividade, retraimento social e estereotipias), mas o risco de discinesia 
e outros sintomas extrapiramidais desencorajam seu uso.
▪ Usados off-label, com os devidos esclarecimentos a pais e cuidadores: olanzapina, 
clozapina, quetiapina, ziprasidona) drogas anticonvulsivantes, agonistas alfa-2, 
estabilizadores do humor, inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) e 
betabloqueadores.
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
▪ Quando, após uma avaliação cuidadosa do paciente e uma discussão dos 
riscos e benefícios potenciais, o clínico e os pais/paciente concordam com 
a introdução de farmacoterapia, consideram-se as seguintes diretrizes:
▪ Para desatenção e hiperatividade não relacionada a outros sintomas, como 
ansiedade, utiliza-se o metilfenidato (Grau 2C). Outros estimulantes, alfa-agonistas 
e atomoxetina também são utilizados.
▪ Para comportamentos mal adaptativos, incluindo agressão e autolesão: 
risperidona ou aripiprazol (Grau 2A). Outros medicamentos (p. ex.: estimulantes, 
ISRS, agonistas alfa-adrenérgicos) podem ser mais apropriados, dependendo da 
causa subjacente da agressão (p.ex.: hiperatividade, ansiedade, impulsividade). 
▪ Para comportamentos repetitivos, utiliza-se a fluoxetina (ou outro ISRS) como 
medicação inicial (Grau 2C). 
▪ Para ansiedade: ISRS como medicação inicial (Grau 2B).
▪ Para a instabilidade afetiva: antipsicótico atípico ou ISRS (Grau 2C). 
▪ Para sintomas depressivos: inibidor de recaptação de serotonina ou de noradrenalina e 
de serotonina (Grau 2B). 
Lia Sanders, M.D., Ph.D.
lia_sanders@hotmail.com
CONSULTÓRIO:
Tel.: 85 4141.9898 / 98805.1112 
Avenida Dom Luís, 1200, sala 1919, 
Torre 1, Pátio Dom Luís, Meireles, 
Fortaleza-CE
Departamento de Medicina Clínica, 
Faculdade de Medicina, UFC. Rua 
Prof. Costa Mendes, 1608, 4° andar 
– Rodolfo Teófilo, Fortaleza – CE. 
Tel.: (85) 3366-8052
Parque Ecológico, Centro 
Universitário Christus – Unichristus. 
Rua João Adolfo Gurgel, 133 –
Cocó, Fortaleza – CE. Tel.: (85) 
3265-8100

Outros materiais