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A PARTICIPAÇÃO DE TERCEIROS NO PROCESSO 
ASSISTÊNCIA, AMICUS CURIE, DENUNCIAÇÃO DA LIDE 
 
 
 
 
 
2 
 
Sumário 
1 – O TERCEIRO NO PROCESSO ............................................................. 4 
1.1 – O interesse Jurídico do Terceiro ...................................................... 8 
1.2 - A Análise do Interesse Jurídico para Auxílio na Definição de Partes e 
Terceiros no Processo- Tutela Adequada do Terceiro no Processo Atual do CPC 9 
2. O NOVO CPC E AS MODALIDADES DAS INTERVENÇÕES DE 
TERCEIROS ......................................................................................................... 11 
2.1- Assistência .......................................................................................... 13 
2.2 – Denunciação da Lide ........................................................................ 16 
2.2.1- Hipóteses de Cabimento da Denunciação da Lide no Novo CPC ... 19 
2.2.3- Procedimento da Denunciação da Lide ........................................... 20 
2.3 –Chamamento ao Processo ................................................................. 23 
2.4- Do Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica ............ 24 
2.5- Amicus Curiae ..................................................................................... 25 
2.6- Da Oposição ....................................................................................... 27 
2.7 - Correção do Polo Passivo (Nomeação à Autoria) ............................. 28 
BIBLIOGRAFIA .......................................................................................... 34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
FACUMINAS 
 
A história do Instituto Facuminas, inicia com a realização do sonho de um 
grupo de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a Facuminas, como entidade 
oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A Facuminas tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos 
que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, 
de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
1 – O TERCEIRO NO PROCESSO 
 
O exercício do direito de ação materializa-se no instrumento denominado 
“processo”, que em linhas singelas traduz no seio pragmático, a pretensão posta em 
discussão e aquela resistida perante a jurisdição, cada qual, realizadas pelas partes 
no processo. 
As partes protagonizam a discussão que se desenvolve no processo, daí porque o 
autor é aquele que deduz a pretensão em juízo, exerce seu direito de ação 
provocando a jurisdição para que o magistrado resolva o conflito; O réu, por sua 
vez, é aquele contra quem é oferecida essa pretensão. 
Cria-se com isso o devido processo legal, que não se traduz somente nessa 
dicotomia dialética das partes, mas também representado pelo conjunto de 
princípios constitucionais e informativos que influenciam os atos processuais por 
elas ou por terceiros produzidos no processo. 
Diante dessa perspectiva que ninguém, em regra, gostaria de ver sua situação 
jurídica alterada por meio de uma decisão judicial e que sequer tenha participado do 
processo, ou seja, as relações jurídicas não permanecem isoladas com as partes e 
em algumas ocasiões poderá atingir o interesse alheio (terceiro). 
É nesse introito que se busca analisar a figura o terceiro no processo. As 
considerações preliminares sobre como conceituá-lo doutrinariamente poderão 
 
 
 
 
 
5 
refletir ao intérprete, num primeiro momento, uma falsa imagem de sua simplicidade 
e as consequências no processo judicial. O que realmente se deve aferir é como 
atuará esse terceiro no processo; e quais as consequências da coisa julgada 
formada para ele no processo. 
Diante disso, Barbosa Moreira, inclinou-se conceitualmente que o terceiro é todo 
aquele que não é considerado parte no processo. Esse conceito, embora singelo, é 
adotado pela maioria dos processualistas. Sua utilidade pragmática e acadêmica 
despertam alguns interesses na análise das consequências decorrentes da 
intervenção de terceiros no processo, por exemplo, a coisa julgada. 
Já Fredie Didier Jr., numa linha mais contemporânea na questão conceitual, nos 
apresenta que a intervenção de terceiro é um ato jurídico processual pelo qual este 
(terceiro), autorizado por lei, assumirá uma posição no processo pendente conforme 
duas premissas basilares: 
 que se tornará parte no momento que intervenham; 
 e que o acréscimo de sujeitos no processo não importa na criação de um 
processo novo. 
 
Diante dessa visão contemporânea, não se olvida que, nem todo terceiro será 
considerado parte no processo, assim como, por exemplo, com a oposição, 
inevitavelmente gera um novo processo, portanto, nem toda intervenção de terceiro 
será no mesmo processo. 
 
Cassio Scarpinella Bueno afirma que, para distinguir o terceiro das partes no 
processo, deve-se analisar o estágio anterior ao momento de sua intervenção. Ou 
seja, é saber quem pode e quem deve intervir na qualidade de terceiro, para após 
olhar, em último aspecto, as relações de direito material que determinam a condição 
legitimante. 
 
 
 
 
 
6 
Estabelece-se com essa doutrina, a preocupação com a análise das regras de 
direito material, que também influenciarão na condição legitimante do terceiro 
interveniente no processo. 
Tem-se diante dessas premissas, uma discussão multifacetária daquilo que se 
compreende por terceiro no processo. 
Luis Torello Giordano apresenta cinco categorias de terceiros: 
 terceiros juridicamente indiferentes; 
 terceiros com mero interesse de fato; 
 terceiros que são titulares de uma relação jurídica conexa e dependente 
com aquela que se discute no processo; 
 terceiros que poderão ter a mesma legitimidade das partes sobre o 
direito discutido; 
 terceiros que poderão deduzir uma pretensão totalmente incompatível 
com o que se discute no processo. 
 
Assim, a conceituação do terceiro no processo se complementa, num ou outro 
entendimento, para justamente trazer a visão pragmática de como esse terceiro se 
comportará no processo e quais seriam as consequências decorrentes da decisão 
para o interveniente; e, procura-se esclarecer que, essa interpretação, não excluirá 
a máxima ponderação do conceito, conforme afirmado em linhas anteriores, de que 
é considerado terceiro no processo aquele que não é parte. 
Essa afirmação, em linhas singelas, obriga-nos a repensar como esse terceiro será 
tratado no processo e como poderá desenvolver seus atos processuais com 
observância aos princípios processuais. Daí porque, cumpre ao intérprete aferir a 
relação jurídica de direito material para a compreensão da figura do terceiro no 
processo. Essa consideração encontra-se na análise do interesse jurídico que o 
terceiro tenha no processo alheio. 
 
 
 
 
 
7 
Finalmente, não menos importante, o conceito que se adota para a compreensão 
das modalidades da intervenção de terceiros no novo código de processo civil é 
justamente aquela ratificada pelos processualistas, de que, o terceiro, é aquele que 
não é considerado parte no processo, porém, apenas para complementação, essa 
afirmação para ensejar um resultado declarativo diantede sua interpretação, 
depende da análise conjunta do direito material e sua influência no interesse jurídico 
do terceiro, pois, como comentado, há algumas figuras de terceiros que assumem o 
processo no mesmo contexto que as partes. Os aspectos evidenciados e tratados 
no novo código de processo civil, a respeito do tema, focam sob o prisma das mais 
variadas interpretações que as suscitam, e, que, diante da atuação pragmática do 
tema nos tribunais, tenha se verificado um acréscimo de questões processuais, que 
hodiernamente representam o avanço da ciência processual no contexto da nova 
empreitada do direito processual civil no trato aos terceiros e sua garantia ao acesso 
à justiça. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://jus.com.br/tudo/direito-processual-civil
 
 
 
 
 
8 
A admissibilidade da intervenção de terceiro no processo alheio garante que, por 
meio de única decisão, possa o magistrado resolver duas lides ou mais, 
corroborando com a duração razoável do processo, a entrega de uma prestação 
jurisdicional mais célere e a garantia do acesso à justiça. 
1.1 – O interesse Jurídico do Terceiro 
 
As modalidades de terceiros, classificadas por Luis Torello Giordano, traduzem o 
fato de que a relação jurídica de direito material influenciará na análise do terceiro 
no processo alheio. Certamente que o resultado de uma demanda pode repercutir 
na esfera patrimonial ou afetiva de outrem, que poderá ultrapassar o plano dos fatos 
e refletir no plano jurídico do terceiro; ou também, poderá permanecer no plano dos 
fatos sem atingir a esfera jurídica e, neste caso, têm-se os interesses juridicamente 
indiferentes. 
Esses interesses que legitimam a intervenção se relacionam com a posição do 
terceiro face ao objeto do processo, isto é, com a relação jurídica de direito material 
apresentada para o Estado resolver o conflito. A consequência é que os interesses 
dos terceiros conduzirão a uma diversidade de efeitos, diante de cada modalidade 
de intervenção (tutela adequada do terceiro) sobre o próprio objeto do processo e, 
ainda, sobre sua estrutura subjetiva e objetiva. 
O relevo desse interesse sugere a possibilidade de uma análise pelo magistrado em 
processo simultâneo ou não; e que, por isso, antevendo que a decisão do processo 
nem sempre se limita a incidir sobre as partes, a lei processual se preocupou a 
respeito do ingresso do terceiro diante do reflexo que seu interesse poderá ter na 
relação jurídica de direito material. 
Assim, ao se fazer referência ao interesse jurídico do terceiro para realizar a 
intervenção no processo alheio, seja ela provocada por uma das partes no processo 
ou espontaneamente realizada pelo terceiro, seu reflexo terá num primeiro plano a 
análise do objeto do processo, a relação jurídica de direito material para que, em 
segundo momento, possa o intérprete aferir qual a modalidade autorizada por lei 
 
 
 
 
 
9 
que imprime a concretização da intervenção no processo alheio, essa foi a 
preocupação trazida pelo novo código de processo civil. 
1.2 - A Análise do Interesse Jurídico para Auxílio na Definição de 
Partes e Terceiros no Processo- Tutela Adequada do Terceiro 
no Processo Atual do CPC 
 
O atual código de processo civil traz no Capítulo I, Seção II, a figura da 
assistência e, no Capítulo VI, faz referência à oposição, nomeação à autoria, 
denunciação da lide e chamamento ao processo. Essa apresentação pela atual lei 
processual civil deixou a figura da assistência alheia ao capítulo das intervenções de 
terceiros, mas nem por isso deixou de ser um instituto tratado como uma 
modalidade de terceiros. E ainda cumpre lembrar que o atual CPC faz menção a 
essas modalidades de modo generalizado no “processo de conhecimento”. 
A assistência prevista no atual art. 50, do CPC, divide-se, diante do interesse 
jurídico do assistente, de duas formas: Assistência simples e assistência 
litisconsorcial. 
 
Na assistência simples, o interesse do assistente não repercutirá na relação jurídica 
material discutida pelas partes no processo, daí porque a regra processual sobre a 
“coisa julgada” para esse assistente está previstas no art. 55, do CPC, que traz a 
figura da “justiça da decisão”. 
Quanto ao assistente litisconsorcial, seu interesse refletirá diretamente na relação 
jurídica de direito material das partes no processo alheio, daí porque sua 
intervenção, embora de terceiro, não o impediria que fosse parte na relação 
processual estabelecida inicialmente. Para esse assistente, a coisa julgada refletirá 
diretamente com seus efeitos, pois é um terceiro que exercerá seus atos 
processuais como se parte fosse. 
Percebe-se que, diante dessas breves linhas explicativas sobre o interesse jurídico 
e a relação jurídica de direito material na assistência, as consequências da decisão 
 
 
 
 
 
10 
judicial com a formação da coisa julgada, serão diversas para cada um dos 
assistentes, porque, antes de se realizar a intervenção na modalidade assistência, 
cumpre ao interessado avaliar qual a repercussão do interesse jurídico do terceiro 
na esfera do direito material, pois essa questão quando respondida 
adequadamente acaba por resolver, se não todos, uma parcela de problemas de 
ordem pragmática que às vezes, diante da complexidade do caso, é de difícil 
visualização e trato como, exemplo, a coisa julgada. 
Nesta mesma esteira que se passa para a análise de outras modalidades. 
Na oposição, o opoente, além possibilitar um novo processo, deduz uma pretensão 
sua sobre o direito material discutido pelas partes em processo alheio, inclusive leva 
a formação do litisconsórcio passivo necessário entre os opostos. Essa 
circunstância esclarece que o opoente será considerado parte e, portanto, 
submeterá aos mesmos efeitos da decisão e coisa julgada como parte no processo. 
A nomeação à autoria vincula-se a possibilidade de correção do polo passivo da 
ação. Se assim concretizado no processo, haverá a extromissão do réu 
anteriormente mencionado na inicial para que o nomeado assuma o polo passivo, 
isto é, será parte no processo, portanto, também se submeterá aos efeitos do 
decisório como parte. 
Na denunciação da lide, conforme trata o atual art. 75, do CPC, o denunciado 
assumirá como litisconsorte do denunciado, portanto, o denunciante será 
considerado parte no processo submetido a todos os efeitos decorrentes da decisão 
proferida na demanda. 
Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente: 
I - a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão 
vinculado; 
(...) 
 
 
 
 
 
 
11 
E, no chamamento ao processo, perfunctoriamente, sua utilidade encontra-se 
atrelada às obrigações solidárias, isto é, nesse caso, o autor poderá propor a ação 
contra um dos coobrigados ou contra todos. Assim, o chamamento ao processo 
exercerá inevitavelmente reflexo na órbita da relação jurídica de direito material do 
terceiro, que também é responsável pela obrigação em si. Desta forma, submete-se 
o chamado aos efeitos da decisão tal como as partes no processo. 
São essas linhas mnemônicas quem auxiliam na investigação dos terceiros no 
processo, compreendendo-se o atual para análise do Novo Código de Processo 
Civil. Inclusive para o trato do terceiro no processo alheio. A máxima conceitual de 
que o terceiro é todo aquele que não é parte no processo é analisada com auxílio 
dessas premissas pragmáticas, assim pode-se extrair que o único interveniente 
considerado terceiro propriamente dito, será o assistente simples que não se 
submete aos efeitos da coisa julgada, mas aos efeitos da justiça da decisão. 
Entre os demais intervenientes citados, diante das modalidades que o atual CPC 
nos apresenta, aufere-se que o terceiro, nesses casos, passará a condição de parte 
no processo, portanto, submete-se aos regulares efeitos da decisão e coisa julgada 
formada. 
Desta forma, quando se tratar da questão conceitual doterceiro no processo judicial 
alheio, não se pode olvidar que este poderá assumir a postura de parte, exercendo 
atos processuais com os mesmos reflexos e consequências para os sujeitos 
envolvidos originariamente na demanda; daí que, de terceiro, existirá essa 
denominação somente em sua definição inicial e não no contexto pragmático da 
relação jurídica de direito material apresentada à jurisdição, o que nos mostra a 
diversidade e a riqueza de se estudar o terceiro no processo civil e que não se 
exaure com as novas disposições do novo código de processo civil sobre o tema 
que se passa a analisar. 
2. O NOVO CPC E AS MODALIDADES DAS INTERVENÇÕES DE 
TERCEIROS 
 
 
 
 
 
 
12 
Estruturalmente, o Novo CPC trouxe semelhante divisão que o CPC de 1939, 
contendo uma “Parte Geral” e uma “Parte Especial” e também o “Livro 
Complementar”. 
A “Parte Geral” do Novo CPC é dividida em 06 (seis) livros, assim denominada: 
“Das normas processuais civis”; “Da função jurisdicional”; “Dos sujeitos do 
processo”; “Dos atos processuais”; e “Da formação, da suspensão e da extinção do 
processo”. 
A “Parte Especial” é dividida em 03 (três) livros: “Do processo de conhecimento e do 
cumprimento da sentença”; “Do processo de execução”; “Dos processos nos 
Tribunais e dos meios de impugnação das decisões judiciais”. 
A “Parte Geral” do Novo CPC é que interessa para análise das modalidades de 
intervenções de terceiros e, inclusive digno de nota, recepcionou no Título III, a 
assistência como modalidade de intervenção de terceiros, além do que faz 
referência a denunciação da lide, chamamento ao processo, do incidente de 
desconsideração da personalidade jurídica, amicus curiae, a oposição e a respeito 
da correção da legitimidade passiva no processo (nomeação à autoria). 
Em relação à oposição e a correção do polo passivo da ação, cumpre esclarecer 
algumas peculiaridades de que o Novo CPC faz ao abordar os institutos. 
A oposição foi alocada para a parte especial do código no Título III 
“Dos Procedimentos Especiais”, no entanto, fica a crítica de Cassio Scarpinella 
Bueno, a que se corrobora sobre a nova localização do instituto no campo dos 
procedimentos especiais, pois de novo não há nada na oposição, muito menos no 
fato de se repousar a necessidade de um novo processo para a recepção da 
pretensão do opoente. Soma-se ainda que, se o procedimento da oposição não faz 
menção à audiência do art. 334 do Novo CPC, essa circunstância, de per si, é muito 
pouco para justificar a posição do instituto para os procedimentos especiais. 
Não menos importante, cumpre alertar que a correção da legitimidade passiva na 
ação passou a ser retratada como matéria na contestação, com procedimento 
https://jus.com.br/tudo/legitimidade-passiva
https://jus.com.br/tudo/procedimentos-especiais
 
 
 
 
 
13 
específico, ou seja, abandona-se a nomeação à autoria como modalidade da 
intervenção de terceiros, aprimorando um contexto mais adequado à realidade 
pragmática processual e sua idealização como ferramenta para adequar a 
legitimidade do polo passivo da ação. 
Passa-se a analisar as modalidades que o Novo Código de Processo Civil trouxe na 
intervenção de terceiros, mas com a ressalva de que, não se esgotam as 
modalidades dentro do que o Título III, da Parte Geral, do Novo CPC aspira, pois 
não se esquece de que os embargos de terceiros também representam um meio de 
intervenção de terceiro, assim como o recurso de terceiro prejudicado. 
2.1- Assistência 
 
O Novo CPC trouxe a assistência divida em: 
 disposições comuns; 
 a assistência simples; 
 a assistência litisconsorcial; 
 respectivamente distribuído nos arts. 119, 121 e 124 no novo texto legal. 
Na assistência, o ingresso do terceiro tem a finalidade de melhorar o resultado a ser 
obtido no processo, seja porque este tenha um interesse próprio sem que venha 
refletir na relação jurídica de direito material alheia; ou porque tenha um direito que 
também é aquele representado na relação jurídica de direito material discutida no 
processo alheio. 
Terá cabimento em qualquer grau de jurisdição ou mesmo em qualquer 
procedimento, por meio de petição dirigida ao processo pelo assistente e não gera 
um novo processo por meio dessa intervenção. Uma vez peticionado nos autos, o 
pedido de intervenção do assistente não suspenderá o processo alheio, e deverá 
esclarecer ao magistrado o interesse jurídico afetado pelo que vier a ser decidido no 
processo. 
 
 
 
 
 
14 
O art. 120, do Novo CPC, permite ao magistrado indeferir liminarmente o pedido da 
assistência, caso contrário, intimará as partes para que ofereçam as impugnações 
ao pedido no prazo de 15 (quinze) dias. 
Art. 120. Não havendo impugnação no prazo de 15 (quinze) dias, o pedido 
do assistente será deferido, salvo se for caso de rejeição liminar. 
Rejeitado o pedido de assistência, conforme art. 1.015, inc. IX, do Novo CPC, 
admite a interposição do recurso de agravo de instrumento. 
O magistrado, com ou sem impugnação das partes que foram previamente 
intimadas do pedido da assistência, decidirá a respeito, e, de sua decisão caberá 
recurso de agravo de instrumento. O pedido de assistência e respectivas 
documentações serão autuados em apenso ao processo alheio e uma vez admitida 
a intervenção, o assistente, poderá exercer os atos processuais que lhe são 
pertinentes a depender da modalidade de assistência adotada no processo. 
O assistente admitido posteriormente no processo, em razão do julgamento de seu 
recurso que lhe foi favorável, não reabrirá a ele as preclusões consumadas, ocasião 
em que receberá o processo no estágio em que se encontra. 
O assistente simples manteve o mesmo interesse jurídico que atualmente se 
conhece na doutrina e jurisprudência, seu objetivo é agregar o assistente a uma das 
partes colimando que a decisão seja favorável àquela que está auxiliando. A nota 
que se faz referência é o art. 121, parágrafo único, do Novo CPC, que trouxe a 
expressão “substituto processual” quando o assistido for revel ou omisso no 
processo. 
Art. 121. O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, 
exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais 
que o assistido. 
Parágrafo único. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o 
assistido, o assistente será considerado seu substituto processual. 
 
 
 
 
 
15 
 
Essa expressão está atrelada ao fato da legitimação extraordinária no processo, ou 
seja, a permissão que a lei confere para que alguém postular em nome próprio o 
direito alheio. Tal circunstância foge da realidade diante da atuação do assistente 
simples conforme o novo texto legal. Explica-se, pois, no fato de o atual art. 52, 
parágrafo único, do CPC, o assistente simples é considerado “gestor de negócios” 
na omissão ou revelia do assistido, o que reflete na sua atuação no processo não na 
qualidade de parte dele. 
Por isso que, ao assistente simples, é vedado praticar atos processuais de 
disposição, como a conciliação, renúncia a direito, reconhecimento jurídico do 
pedido, entre outros. Ao se adotar a expressão “substituto processual”, amplia-se 
demasiadamente a atuação do assistente simples, que num primeiro momento, no 
caput do art. 121, do Novo CPC, atuará como auxiliar da parte principal. Ao 
substituto processual são conferidos os mesmos poderes de se realizar atos 
processuais com qualidade de parte, daí que incoerente o parágrafo único fazer 
referência a essa expressão “substituto processual”, quando na verdade o 
assistente simples, pela sua intervenção calcada na relação jurídica de direito 
material alheia que não lhe diz respeito, possa realizar atos processuais de 
disposição. 
Parece que a interpretação mais sensata à expressão “substituto processual” do art. 
121, parágrafo único, do Novo CPC, seja restritiva para a atuação do assistente 
simples aos atos de auxílio à parte assistida omissa ou revel,sem a possibilidade de 
ingressar por meio de atos de disposição no direito material alheio. 
O assistente litisconsorcial permanece com sua utilidade no art. 124, do Novo CPC, 
como hipótese de litisconsórcio unitário facultativo ulterior, pois a sua relação 
jurídica de direito material também diz respeito àquela posta em discussão no 
processo alheio. Por isso que, aquele que possui legitimidade para ingressar com a 
ação para postular uma pretensão e não o fez, e, se houvesse essa mesma 
pretensão deduzida por outrem em juízo, poderá o omisso realizar a intervenção 
como assistente litisconsorcial. 
 
 
 
 
 
16 
Assim, o que se observa diante da nova regra processual sobre o assunto, é que o 
legislador poderia esclarecer melhor a atuação dos assistentes no processo alheio 
para que não haja entraves processuais de discussões sobre a atuação do 
colegitimado ou mesmo sobre a realização dos atos processuais de disposição, 
oportunidade que se esvaiu. 
2.2 – Denunciação da Lide 
 
A denunciação da lide prevista no art. 125, do Novo CPC, noticia a causa para 
alguém. Por isso o emprego correto da expressão é denunciação da lide e não 
denunciação à lide, tal como adverte Cândido Rangel Dinamarco. É a forma 
interventiva provocada em que, o autor ou o réu, solicitam ao terceiro, sua 
intervenção no processo em razão de disposição legal ou contrato, tenha este 
(terceiro) a obrigação de resguardar determinado proveito econômico ou seja 
também por responder pela perda da coisa em razão da evicção. 
A denunciação da lide é uma nova ação no mesmo processo. Comparando-a em 
relação à ação principal, haverá então, uma relação acessória, uma relação de 
subordinação ou uma relação de prejudicialidade, pois somente será examinada 
quando o denunciante sofrer algum prejuízo em razão da derrota na ação principal. 
O atual art. 70, caput, do CPC reza que a denunciação da lide seja obrigatória nas 
hipóteses dos respectivos incisos, entretanto, o art. 125, do Novo CPC, excluiu essa 
expressão do texto legal, tornando-a uma figura interventiva facultativa o que há 
muito já se cogitava, desde o projeto do código de processo civil atual. 
Para a compreensão histórica da questão, seguem as considerações de Manoel 
Antonio Teixeira Filho, que à época, apresentou à própria Comissão Revisora do 
atual CPC (1973), as advertências a respeito da obrigatoriedade da denunciação da 
lide: 
A denunciação será necessária para a própria regularidade do contraditório 
ou somente para preservar o direito regressivo do denunciante contra o 
denunciado. No segundo caso, entretanto, não se trataria, propriamente, de 
 
 
 
 
 
17 
uma obrigação, mas de simples ônus para o denunciante, aliás já 
consagrado no tocante a evicção, pelo direito material ( CC, art. 1.116). 
Não convém tornar a denunciação verdadeiramente obrigatória, porque a 
parte primitiva pode ter razões pessoais para não querer exercer o direito 
regressivo, ou ao menos – quando possível- preferir reserva-se para 
exercê-lo pessoalmente, em ação autônoma. 
O Deputado Célio Borja, então Relator Geral do Projeto na Câmara Federal, à 
época, apresentou a Emenda n. 96 e que foi afastada. Nessa Emenda, expôs pela 
não obrigatoriedade da denunciação da lide. No Senado Federal, o Senador Nelson 
Carneiro, ao atender a sugestão do Desembargador Luis Antônio de Andrade, isso 
nas calorosas discussões sobre o instituto no atual CPC, apresentou a Emenda n. 
95 que reproduziu a mesma Emenda apresentada pelo Deputado Célio Borja, mas 
todas foram afastadas. 
Aroldo Plínio Gonçalves esclareceu que a busca alentada para a tentativa de se 
transformar a denunciação da lide em facultativa pela Comissão Revisora, foi em 
vão e o resultado disso, são as inúmeras interpretações doutrinárias e 
jurisprudenciais que assolam a questão nos Tribunais e que, em algumas vezes, 
interrompem o percurso regular do processo. 
Diante dessas linhas históricas, pode-se perceber que a questão da obrigatoriedade 
da denunciação da lide não é aceita unanimemente no atual CPC, daí porque, com 
o Novo CPC, a exclusão dessa obrigatoriedade alinha-se com as atuais concepções 
doutrinárias e jurisprudenciais que tratam em seus textos sobre essa falsa 
obrigatoriedade e que, diga-se de passagem, não é qualquer novidade. 
A ausência dessa obrigatoriedade para qualquer inciso previsto no art. 125, do Novo 
CPC acabou por refletir no código civil, precisamente no art. 456, que ora foi 
revogado pela nova lei processual civil (art. 1.086, inc. I, do Novo CPC). Abre-se 
com isso, a possibilidade de se promover as ações autônomas de regresso (art. 
125, §1º, do Novo CPC) quando a denunciação da lide for indeferida, deixar de ser 
promovida ou não for permitida. 
 
 
 
 
 
18 
Uma questão que surge com o Novo CPC é se há possibilidade de se admitir a 
denunciação da lide sucessiva e a denunciação per saltum. 
A leitura do art. 125, § 2º, do Novo CPC, traz a possibilidade clara da denunciação 
da lide sucessiva, isto é, promovida pelo denunciado contra seu antecessor imediato 
ou quem seja responsável pela indenização decorrente do direito de regresso na 
cadeia, e, será permitida apenas única vez essa circunstância no processo, para 
que, no caso de uma extensa cadeia dominial de responsáveis, não venha 
atrapalhar a tutela da pretensão e resolução do caso. A denunciação da lide 
sucessiva já se encontra no atual CPC diante de uma interpretação dada ao atual 
art. 73, como bem explica Cassio Scarpinella Bueno que o termo intimação, previsto 
no teor do art. 73, do atual CPC, na verdade, significa citação, possibilitando 
sucessivamente a integração de todos os garantes no mesmo processo contribuindo 
com a economia processual. 
Não obstante às considerações sobre a possibilidade de denunciação da lide 
sucessiva, o mesmo art. 125, § 2º, do Novo CPC, trouxe a expressão: “ou quem 
seja responsável por indenizá-lo”, isto é, a referência é que a realização da 
denunciação da lide poderá saltar as pessoas sucessivas que compõe a cadeia 
dominial, vinculando-se o responsável direto pelos prejuízos sofridos pelo 
denunciante. Neste caso, concretiza-se a denunciação da lide “per saltum”, ou seja, 
a regra inserta no Novo CPC traz a possibilidade de se utilizar, também em única 
vez no processo, a denunciação da lide por salto para responsabilizar diretamente a 
pessoa que não segue a cadeia sucessivamente, pelo ressarcimento do que o 
denunciante despendeu. 
A respeito do denunciado por salto, Humberto Theodoro Jr. alerta ser um caso de 
legitimação extraordinária, justamente em razão de se permitir ao alienante anterior 
(responsável qualquer na cadeia) realizar a defesa de interesses que seriam do 
alienante imediato sucessivamente na cadeia. 
Ultrapassadas as premissas acima, passa-se a análise dos motivos que 
fundamentam a denunciação da lide no art. 125, do Novo CPC, mas impõe lembrar 
que, a hipótese de denunciação da lide nos termos do atual art. 70, inc. II, do CPC, 
 
 
 
 
 
19 
deixou de existir no Novo CPC, assim, antes das considerações sobre as hipóteses 
no novo texto legal, analisa-se o motivo que ensejou essa exclusão legislativa. 
2.2.1- Hipóteses de Cabimento da Denunciação da Lide no Novo 
CPC 
 
O art. 125, incisos I e II, do Novo CPC trouxe duas hipóteses para admissibilidade 
da denunciação da lide. A primeira consubstanciada para o exercício do direito de 
regresso decorrente da evicção, não impõe a obrigatoriedade e não impede que 
esse direito seja alvo de discussão por meio de uma ação própria, seja em razão da 
exclusão da expressão obrigatoriedade no texto legal; seja em razão da revogação 
do art. 456 do código civil pelo Novo Código de Processo Civil. 
A segunda possibilidade e a que admite uma inclinação de interpretação mais 
cautelosa ao texto legal, faz referência àquele que estiver obrigado por contrato ou 
lei a indenizar em ação regressiva o prejuízode quem for vencido no processo. 
Essa inclinação de base interpretativa nasce no fato de que, o poder legiferante, 
perdeu a oportunidade de se evitar qualquer forma de interpretação restritiva para 
sua utilização no processo; Pois, ainda que sob a vigência do atual CPC, discutem-
se duas teorias a respeito da aplicação do art. 125, inc. II, do Novo CPC, são elas: a 
restritiva e a extensiva. 
A teoria restritiva defende o cabimento da denunciação da lide somente para tutela 
das garantias próprias, isto é, aquilo que decorre da transmissão de um direito, 
como a evicção. Enquanto que a teoria extensiva permite a denunciação da lide 
sobre qualquer garantia própria ou imprópria, isto é, sempre que exista uma 
responsabilidade por qualquer título, a ressarcir o dano. 
Lopes da Costa, foi um dos primeiros brasileiros a comentar a respeito dessas 
garantias do direito italiano e expôs sua visão que: 
 
 
 
 
 
 
20 
Possuem ambas essas especies normas communs, quanto ao tempo e ao 
modo do chamamento, quanto à competencia do juízo relativamente á 
acção regressiva, que é sempre arrastada para o foro da acção principal, 
quanto ao curso parallelo das duas causas, que devem ser decididas 
contemporaneamente. 
Fredie Didier Jr. pensa que não ser possível a utilização da denunciação da lide nos 
termos do art. 70, inc. III, do atual CPC, somente para os casos de garantia própria, 
excluindo-se os casos de garantia imprópria; pois se trata de uma dicotomia do 
direito italiano sobre la chiamata in garanzia e intervento coato, e que, o direito 
brasileiro, não abrigou essas modalidades de garantias. 
Desta forma, ao analisar o texto do art. 125, inc. II, do Novo CPC, observa-se que, 
a teoria do direito de regresso foi consagrada pelo legislador, não há na lei qualquer 
forma de definição do que venha a representar a ação regressiva, daí, se o 
legislador não especificasse o que seria alvo de ação regressiva, não poderá o 
intérprete fazê-lo. 
E, por fim, é pacífico em nossos Tribunais a utilização da teoria extensiva para 
abrigar o maior número de causas que admitem a denunciação da lide àquele que 
estiver por lei ou contrato, obrigado a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de 
quem for vencido na demanda. 
O Novo CPC alinha-se com esse panorama estendendo a utilidade da denunciação 
da lide em nome da celeridade e economia processual, pois, afinal, por meio dessa 
intervenção, resolvem-se duas lides em único processo. 
2.2.3- Procedimento da Denunciação da Lide 
 
Preconiza o art. 126 do Novo CPC que, a denunciação da lide, será requerida pelo 
autor em sua petição inicial; se o denunciante for o réu, será na contestação. 
Art. 126. A citação do denunciado será requerida na petição inicial, se o 
denunciante for autor, ou na contestação, se o denunciante for réu, devendo 
ser realizada na forma e nos prazos previstos no art. 131 . 
https://jus.com.br/tudo/teoria-do-direito
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art131
 
 
 
 
 
21 
A diferença, com o atual art. 71 do CPC, em relação à sua forma, reside no fato de 
que, o princípio da liberdade das formas, cede espaço para uma modalidade 
prescrita em lei para a realização do pedido de denunciação da lide. 
E ainda, o próprio art. 126 do Novo CPC impõe que a citação seja realizada no 
prazo de 30 (trinta) dias, sob de ficar sem efeito o pedido de denunciação da lide, 
apenas restando ao interessado, neste caso, a propositura da ação autônoma. 
Essa citação, diante da nova regra processual (art. 126 do Novo CPC), não repetiu 
o texto do atual art. 72 do CPC, que impõe a suspensão do processo quando 
ordenada a citação do denunciado. Daí que, ao que parece, não existiria a 
suspensão da ação principal para aguardar a citação do denunciado. Portanto, dizer 
que a ação principal pode continuar com a sua tramitação regular, 
independentemente da citação do denunciado, criaria um problema de ordem 
processual para se resolver, pois se imagina o fato de a ação principal tramitar de 
forma independente, num estágio avançado do processo, enquanto que na ação 
subsidiária (denunciação da lide) ainda se encontrar num estágio inicial. 
Como poderia o magistrado julgar ambas as ações em único processo? Parece que, 
o mais sensato, será atribuir a possibilidade de suspensão do processo, 
aguardando-se a citação do denunciado, para que ambas as ações possam tramitar 
conjuntamente, acompanhando é claro, o decurso do prazo de 30 (trinta) dias para 
sua concretização. 
Uma vez citado o denunciado, assumirá como litisconsorte do denunciante. Essa 
interpretação ganha maior espaço diante do art. 128, parágrafo único, do Novo 
CPC, que traz a possibilidade de se idealizar o cumprimento da sentença 
diretamente contra o denunciado. 
E ainda, o art. 127 do Novo CPC, trouxe o denunciado com sujeição facultativa 
diante da expressão “poderá assumir como litisconsorte do denunciado”, isto é, 
parece que o Novo CPC coloca em discussão se realmente o denunciado é parte ou 
terceiro no processo, o que não é novidade no nosso atual sistema. 
 
 
 
 
 
22 
A interpretação sistemática que surge pelos ideais do Novo CPC é que justifica o 
entendimento aqui esboçado pela posição de litisconsorte do denunciado com o 
denunciante. Quando a preocupação política, social e jurídica é a atuação do direito 
posto em juízo para resolução do Estado, nada mais confiável alinhar esse aspecto 
com as vestes das regras insculpidas no Novo CPC. Atribuir, por lei, a possibilidade 
de cumprimento da sentença diretamente ao denunciado, não é outro o 
entendimento, senão colocá-lo (denunciado) no plano pragmático como parte no 
processo. 
Cumpre ainda esclarecer, nesse sentido que, o denunciado, uma vez citado, poderá 
contestar o pedido de denunciação e o processo terá, na ação principal, o 
litisconsórcio entre o denunciante e o denunciado (art. 128, inc. I, do Novo CPC). 
Na omissão do denunciado citado, poderá o denunciante deixar de prosseguir com 
sua defesa para declinar seu interesse formulado na denunciação da lide, para a 
ação autônoma (art. 128 do Novo CPC). Essa ponderação feita pela lei concede ao 
denunciante, neste caso, o réu, a desistir de seu pedido de denunciação da lide e de 
eventual pretensão conexa. 
Na fase de julgamento, ambas as ações, serão julgadas conjuntamente em única 
sentença, numa relação de prejudicialidade, primeiro aferirá o magistrado se houve 
a condenação do denunciante na ação principal, em caso positivo, passará ao 
julgamento da denunciação da lide (art. 129, caput e parágrafo único, do Novo 
CPC). 
Art. 129. Se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz passará ao 
julgamento da denunciação da lide. 
Parágrafo único. Se o denunciante for vencedor, a ação de denunciação 
não terá o seu pedido examinado, sem prejuízo da condenação do 
denunciante ao pagamento das verbas de sucumbência em favor do 
denunciado. 
 
 
 
 
 
23 
2.3 –Chamamento ao Processo 
 
É a modalidade de intervenção de terceiros pela qual o réu cria um litisconsórcio 
passivo para vincular os demais coobrigados da mesma relação jurídica de direito 
material. 
O art. 130 do Novo CPC manteve as mesmas hipóteses de chamamento ao 
processo previstas no art. 77 do atual código de processo civil. 
Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu: 
I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu; 
(...) 
É exercitado pelo réu no prazo da contestação, suspendendo-se o processo até a 
finalização das diligências citatórias previstas no art. 131 do novo código de 
processo civil. 
Art. 131. A citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio passivo 
será requerida pelo réu na contestação e deve ser promovida no prazo de 
30 (trinta) dias, sob pena de ficar sem efeito o chamamento. 
Questão que se deflagra, é o fato de o réu chamar ao processo, antes, da 
apresentação da contestação. Ao queparece, diante dessa possibilidade, a 
apresentação da contestação dependerá dessa suspensão do processo e no prazo 
que sobrar para o réu apresentar sua defesa. 
Proferida a sentença, poderá tanto o réu quanto o autor exigir o cumprimento dela, 
embora o art. 132 do Novo CPC faça referência apenas à pessoa do réu. 
Art. 132. A sentença de procedência valerá como título executivo em favor 
do réu que satisfizer a dívida, a fim de que possa exigi-la, por inteiro, do 
devedor principal, ou, de cada um dos codevedores, a sua quota, na 
proporção que lhes tocar. 
 
 
 
 
 
24 
2.4- Do Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica 
 
A desconsideração da personalidade jurídica inclina-se como modalidade de 
intervenção de terceiro para responsabilização do sócio nos casos em que a lei de 
direito material permita. Trata-se de regra processual heterotópica, pois sua 
complementação e interpretação dependem das regras de direito material (art. 133, 
§ 1º, do Novo CPC). 
O incidente processual terá cabimento em todas as fases do processo e no 
processo de execução de título executivo extrajudicial (art. 134, caput, do Novo 
CPC), entretanto, a lei consagra a dispensa desse incidente quando a 
desconsideração tiver sido requerida na petição inicial, hipótese em que, o sócio ou 
pessoa jurídica, serão citados. 
Uma vez instaurado, será imediatamente comunicado o distribuidor para as 
anotações devidas. 
A petição deverá ser dirigida ao magistrado com os motivos do direito material que 
autorizam a possibilidade da desconsideração da personalidade jurídica, seja ela 
inversa ou não (art. 133, § 2º, do Novo CPC). 
Após, o sócio ou a pessoa jurídica, serão citados para apresentar manifestação e 
provas no prazo de 15 (quinze) dias. 
A decisão que resolve o incidente é interlocutória, recorrível por meio do recurso de 
agravo de instrumento (art. 1.015, inc. IV, do Novo CPC), e, se proferida por Relator 
no âmbito dos Tribunais, caberá recurso de agravo interno (art. 136, parágrafo 
único, do Novo CPC). 
Os efeitos decorrentes do reconhecimento da desconsideração da personalidade 
jurídica estão no art. 137 do Novo CPC, em que, uma vez acolhida, a alienação ou 
oneração de bens, em fraude à execução, será ineficaz em relação ao requerente 
do incidente, com isso, parece que a lei processual estabelece que o negócio 
jurídico em si, persistirá entre o terceiro e o alienante, porém esse negócio será 
 
 
 
 
 
25 
ineficaz apenas em relação ao requerente que poderá, então, realizar os atos de 
constrição. 
Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração 
de bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao 
requerente. 
2.5- Amicus Curiae 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Amigo da Corte” é um terceiro interveniente, daí porque o art. 138 do Novo CPC faz 
a consideração do instituto no título das modalidades de intervenções de terceiros. 
A ele se aplicam as considerações iniciais de parte e terceiro. 
Esse terceiro não atua a favor de uma das partes, mas em razão de um “interesse 
institucional”, ou seja, aquele que nasce diante dos efeitos que o julgado poderá 
repercutir para grupos ou pessoas que não participam do processo. Assim, aqueles 
que não participam do processo, poderão por meio dessa modalidade, auxiliar o 
magistrado com elementos de fato e/ou de direito que se relacionam com o objeto 
do processo. 
O magistrado poderá de ofício ou mediante provocação do interessado, admitir, por 
decisão irrecorrível, a participação de pessoa natural ou jurídica para auxiliar com a 
 
 
 
 
 
26 
discussão do objeto no processo que se fará no prazo de 15 (quinze) dias a contar 
de sua intimação. 
É necessário aferir que a decisão, que admite ou solicita a participação desse 
terceiro é irrecorrível (art. 138, caput, do Novo CPC), isto é, não se pode impedir 
que o interesse institucionalizado fosse subtraído de um debate jurídico, cuja 
repercussão incidirá para uma massa de entes e pessoas, daí porque soar essa 
consideração com aquilo que já se tem firmado diante da doutrina e decisões 
judiciais reiteradas de nossos Tribunais. 
Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a 
especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da 
controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento 
das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a 
participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, 
com representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua 
intimação. 
Admitida sua participação, o magistrado poderá definir os poderes que o amicus 
curiae exercerá no processo (Art. 138, § 2º, do Novo CPC). Inclusive resta 
assegurado o direito de recorrer desse terceiro contra a decisão que julgar o 
incidente de resolução de demandas repetitivas (art. 138, § 3º, do Novo CPC). 
A garantia da participação do amicus curiae é imprescindível para a legitimação das 
decisões judiciais que enfrentam questões de ordem institucional, repercutindo seus 
efeitos perante aqueles que não participaram do processo, essa figura no Novo 
CPC, é, em outras palavras, uma inesgotável fonte do acesso à justiça. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
 
 
 
 
 
2.6- Da Oposição 
 
É a modalidade de intervenção em que o terceiro pretende o mesmo direito sobre o 
qual outros litigam em um processo pendente. Essa intervenção coaduna com a 
economia, eficiência e duração razoável do processo, pois além de atuar perante o 
mesmo juízo do processo já pendente, será julgada conjuntamente com este. 
Trata-se de uma verdadeira ação. Daí que, essa modalidade foi transferida para o 
título dos procedimentos especiais no Novo CPC, precisamente no art. 682, porém, 
salienta-se que, essa transposição, não o desnatura como uma modalidade de 
intervenção de terceiros. 
A oposição será apresentada por meio de petição dirigida ao mesmo juízo em que 
demandam os opostos e, uma vez recebida a inicial, o magistrado ordenará a 
citação dos opostos (autor e réu da demanda pendente). Haverá a formação do 
litisconsórcio passivo necessário. 
O prazo para os opostos apresentarem a contestação será de 15 (quinze) dias a 
contar de sua intimação juntada nos autos ou a inequívoca ciência pelos seus 
advogados a respeito do prazo. Esse prazo não será em dobro (art. 229 do Novo 
CPC), pois o art. 683, parágrafo único, do Novo CPC trouxe um prazo específico 
 
 
 
 
 
28 
para a oposição, portanto, não se deve interpretar extensivamente o art. 229 do 
Novo CPC para a oposição. 
Os atos de disposição de direitos, realizados no processo por um dos opostos, não 
afetará a defesa do outro, assim, por mais que um deles reconheça o pedido do 
opoente, o processo prosseguirá em relação ao outro oposto (art. 684 do Novo 
CPC). 
A oposição será apensada a ação principal e ambas prosseguirão 
concomitantemente para que o magistrado decida por meio de única sentença as 
pretensões deduzidas, em primeiro lugar, a oposição e depois a ação principal. 
Essa circunstância é o que garante a eficiência processual nos termos do art. 5º, 
inc. LXXVIII, da Constituição Federal. 
2.7 - Correção do Polo Passivo (Nomeação à Autoria) 
 
Os arts. 338 e 339, ambos do Novo CPC, tratam da matéria na contestação. O réu 
que arguir a ilegitimidade de parte, o juiz, facultará ao autor para que no prazo de 15 
(quinze) dias altere a petição inicial para substituição do réu ou para incluir o novo 
réu como litisconsorte passivo. 
Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o 
responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) 
dias, a alteração da petição inicial para substituição do réu.(...) 
Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito 
passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob 
pena de arcar com asdespesas processuais e de indenizar o autor pelos 
prejuízos decorrentes da falta de indicação. 
Uma vez realizada a extromissão do réu, cumprirá ao autor, reembolsar as 
despesas e honorários advocatícios do réu. 
 
 
 
 
 
29 
Essa modalidade substituiu e trouxe vantagem sobre a nomeação à autoria, que ora 
depende da concordância do nomeado para que a extromissão seja realizada. 
E ainda, incumbe ao réu, ao alegar a ilegitimidade passiva, indicar o sujeito passivo 
correto, sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas 
processuais e indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação 
(art. 339, § 1º e § 2º, do Novo CPC), verbis: 
§ 1º O autor, ao aceitar a indicação, procederá, no prazo de 15 (quinze) 
dias, à alteração da petição inicial para a substituição do réu, observando-
se, ainda, o parágrafo único do art. 338 . 
§ 2º No prazo de 15 (quinze) dias, o autor pode optar por alterar a petição 
inicial para incluir, como litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu. 
Portanto, aquilo que estava sob a denominação de nomeação à autoria, passa por 
uma reformulação dentro de um contexto pragmático e com aplausos, pois se livra 
de um procedimento estéril de pouca utilidade para regulamentar as considerações 
sobre a correção do polo passivo na contestação apresentada pelo réu, isto é, 
adéqua-se à tutela do terceiro que assumirá como parte na ação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art338
 
 
 
 
 
30 
O presente estudo foi idealizado para elucidar algumas questões que decorrem das 
modalidades de intervenções de terceiros com o Novo Código de Processo Civil. 
Trata-se de uma perfunctória análise de como se buscar a tutela adequada do 
terceiro no processo, sem perder, com isso, a visão da duração razoável do 
processo e sua efetividade. 
No plano da teoria geral do processo, a efetividade é tratada sob quatro pilares: 
 A admissão do processo; 
 o modo - de – ser do processo; 
 a justiça da decisão; 
 a efetividade da decisão. 
O primeiro pilar é o acesso à justiça. 
Basicamente, não existem barreiras para o exercício do direito de ação por meio do 
processo. O acesso à justiça é uma garantia do art. 5º, inc. XXXV, da CF/88, e, que, 
nas palavras de Cesar Asfor Rocha, exprime como o meio de buscar uma solução 
equilibrada, com segurança, rapidez e justiça, pacificando a sociedade. 
O núcleo do princípio do acesso à justiça deve ser estudado conjuntamente com os 
elementos que viabilizam sua efetividade, quais sejam: a segurança das partes no 
processo; o tempo de sua duração; e a eficácia das decisões judiciais. 
Esses elementos representam o segundo pilar da efetividade do processo, qual 
seja: o modo – de – ser do processo. 
Os atos processuais desenvolvem-se numa ordem legal e por meio deles é que 
influenciam na segurança das partes e terceiros no processo, possibilitando sempre 
o contraditório e a ampla defesa. Não se olvida, inclusive, que os atos também 
obedecerão ao tempo para sua realização, justamente para que o resultado seja 
https://jus.com.br/tudo/processo
https://jus.com.br/tudo/teoria-geral-do-processo
https://jus.com.br/tudo/efetividade-do-processo
 
 
 
 
 
31 
alcançado com rapidez. Em suma, este pilar se sustenta nas raízes do devido 
processo legal. 
O terceiro pilar da efetividade do processo diz respeito à justiça da decisão, ou seja, 
o magistrado pautar-se-á pelo entendimento mais justo para resolver o conflito, por 
mais que não seja, aparentemente, a vontade do legislador. Não significa que o 
magistrado decidirá em sentido contrário da lei, mas justamente busca aplicá-la com 
base na interpretação dos textos legais. 
Importante não confundir esse ato de interpretação com ato discricionário, neste 
contexto, José Roberto dos Santos Bedaque, bem ensina a respeito: 
Discricionariedade implica reconhecimento, pelo sistema jurídico, da 
possibilidade de adoção de duas ou mais soluções, cabendo ao ente 
público a opção por qualquer delas, pois todas são aceitas como legítimas, 
adequadas e corretas pelo Direito. Dentro desse limite estabelecido pela lei, 
está ele imune de controle. 
Ao interpretar a norma, o Pode Judiciário não age dessa forma, visto que, 
representando a visão de determinado integrante da função jurisdicional a respeito 
do fenômeno em exame, a decisão será sempre passível de impugnação, pois a 
solução adotada pode não ser a melhor, segundo entendimento de quem dela 
discorda. 
O quarto e último pilar é a efetividade da decisão proferida pelo magistrado. O 
processo deve dar a quem tem um direito, tudo e precisamente aquilo que ele tem o 
direito de obter. 
O magistrado deve atender aos fins sociais e às exigências do bem comum o que 
garante a eficácia de suas decisões. Em algumas ocasiões, o magistrado, ao 
interpretar o texto de lei, poderá desfazer dogmas ou reler princípios por um prisma 
evolutivo, o que não significa renunciar a estes ou repudiar a ciência e a técnica do 
processo. Obviamente, essa interpretação visa obter o máximo de efetividade ao 
processo e à decisão proferida pelo magistrado. 
 
 
 
 
 
32 
É sob esse prisma que se traçou a breve análise das modalidades de intervenções 
de terceiros no Novo CPC, desde a assistência até a arguição da ilegitimidade 
passiva da ação pelo réu na sua contestação. 
Esboça-se, no presente estudo, um intróito enfático na denunciação da lide, eis 
que é uma das modalidades de intervenções de terceiros, senão a maior, que traz 
repercussões em nossos Tribunais diante da utilidade e interpretação extensiva 
para seu cabimento. Traçou-se uma breve análise histórica do poder legiferante 
para compreensão das pseudo novidades em relação ao instituto no Novo Código 
de Processo Civil. 
Analisa-se, sem aprofundar muito no assunto de direito material, o incidente da 
desconsideração da personalidade jurídica que, como novidade do Novo CPC, 
trouxe regra processual para que os interessados possam discutir a 
responsabilidade do sócio ou pessoa jurídica no mesmo processo. Os princípios da 
economia, celeridade e duração razoável do processo aparecem nesta ocasião para 
justificar a inclusão dessas regras no código de processo civil. 
O amicus curiae como protagonista nas intervenções de terceiros no Novo CPC, 
surge como outra novidade, agora sacramentada, não apenas nas leis 
extravagantes, mas também, no Novo CPC com a preocupação de que, os 
interesses institucionais, não afetam apenas as discussões nos Tribunais 
Superiores, mas aquelas proferidas em sede de instância inferior ou de modo 
difuso. 
Essa questão esbarra com a segurança jurídica do nosso sistema processual 
brasileiro; pois a sua adequação no texto do Novo CPC, traz a possibilidade de se 
discutir as questões institucionais, que afetam uma gama de pessoas não 
participantes do processo, desde a origem até as instâncias superiores, trazendo 
consigo um meio de se estabilizar os conflitos pelas decisões judiciais, que ora 
poderão favorecer a edição das Súmulas ou precedentes dominantes nos Tribunais. 
Assim, o que se observa diante das modalidades apresentadas no texto do Novo 
CPC, é que, a preocupação do legislador, foi primado pela celeridade, economia, 
https://jus.com.br/tudo/amicus-curiae
 
 
 
 
 
33 
duração razoável do processo e a efetividade. Incluindo-se novidades e pseudo 
novidades sobre as intervenções de terceiros para buscar uma solução pragmática 
diante das atuais interpretações doutrinárias e dos Tribunais diante da tutela 
adequada do terceiro, seu acesso á justiça e a segurança jurídica das decisões 
judiciais. 
O que se espera diante do Novo Código de Processo Civil é que o intérprete não 
permaneça estéril diante do texto legal, que se utilize das bases doutrinárias com a 
sistematização da Constituição Federal e as novas regras processuais, pois tenha a 
crença de quea certeza é bela, mas a dúvida possui uma sutil beleza que chega a 
ser apaixonante. 
Bons Estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
BIBLIOGRAFIA 
 
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terceiros no processo do trabalho. 2. ed. São Paulo: LTr, 1993. 
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denunciação da lide per saltum (Ação direta)”. In: DIDIER JÚNIOR, Fredie; 
CERQUEIRA, Luiz Otávio Sequeira de; CALMON FILHO, Petrônio; TEIXEIRA, 
Sálvio de Figueiredo; WAMBIER, Teresa Arruda Alvim (coords.). O terceiro no 
processo civil brasileiro e assuntos correlatos. Estudos em homenagem ao 
Professor Athos Gusmão Carneiro. São Paulo: RT, 2010. 
Cândido Rangel Dinamarco. Intervenção de terceiros, p. 13-37. Traz a mesma 
preocupação para se analisar as intervenções de terceiros no processo. 
Curso de direito processual civil. v.1, p. 323. 
Athos Gusmão Carneiro. Intervenção de terceiros, p. 69. 
Novo CPC traz a assistência no Título III, Da intervenção de Terceiros, Capítulo I, 
art. 119. 
 Luiz Fux. Intervenções de terceiros, p. 08: “Sob esse ângulo, assenta-se que o 
primeiro efeito da intervenção é a assunção, pelo terceiro, em alguns casos, da 
qualidade de parte, auxiliando, secundando ou opondo-se às partes originárias”. 
 
 
 
 
 
37 
A menção a essa audiência é regra cogente a ser analisada na petição inicial (art. 
319, do Novo CPC) e na contestação oferecida pelo réu, para maiores detalhes vide 
o art. 334 e respectivos parágrafos do Novo Código de Processo Civil. 
José Manoel de Arruda Alvim Neto. Assistência e litisconsórcio- Repertório de 
jurisprudência e doutrina, p. 11. 
 Nem todo procedimento admite a figura e em outros é discutível doutrinariamente 
essa possibilidade, p.e. no procedimento dos embargos à execução e juizados 
especiais cíveis. 
Cassio Scarpinella Bueno. Curso sistematizado de processo civil. v.2. T.I, p. 480. 
 Fredie Didier Jr. Curso de direito processual civil. v.1.¸ p. 181. 
 Cândido Rangel Dinamarco. Intervenção. Cit. p. 154. 
Maria Berenice Dias.O terceiro no processo, p. 124: “Cabe perquirir se, não 
provocada a denunciação, é possível o ingresso, de forma espontânea, de quem 
teria condições de ser denunciado à lide. Pode espontaneamente participar da 
demanda como assistente.” 
Manoel Antonio Teixeira Filho. Litisconsórcio, assistência e intervenção de terceiros 
no processo do trabalho, p. 201. 
Jacy de Assis. Procedimento ordinário, p. 247, defendeu o ideal da falsa 
obrigatoriedade em todos os incisos do art. 70 do atual código de processo civil. 
Humberto Theodoro Júnior. “Uma novidade no campo da intervenção de terceiros 
no processo civil: A denunciação da lide per saltum (Ação direta)”. In: DIDIER 
JÚNIOR, Fredie. et alii (coords.). O terceiro no processo civil brasileiro e assuntos 
correlatos. Estudos em homenagem ao Professor Athos Gusmão Carneiro. São 
Paulo: RT, 2010. p. 309; No mesmo sentido: Cassio Scarpinella Bueno. Partes. Cit. 
p. 250. 
[33] Intervenção. Cit. p. 36. 
 
 
 
 
 
38 
[34] Alfredo Araujo Lopes da Costa. Da intervenção de terceiros no processo, p. 22-
23. 
[35] Fredie Didier Jr. Curso de direito processual civil, p. 354-355. 
[36] Contra, por entender que se trata de caso de assistência simples: Cassio 
Scarpinella Bueno. Curso sistematizado de processo civil. v.2. T.I, p.508: “Não 
obstante a letra da lei, que o denunciado seja assistente simples do denunciante, 
aplicando a ele o regime jurídico daquela modalidade. 
[37] Sobre a desconsideração da personalidade jurídica vide: Agravo de Instrumento 
n. 0023434-67.2013.8.26.000- 13ª Câmara de Direito Privado, j. 17/05/2013. Rel. 
Cauduro Padin. Este acórdão traz notas históricas sobre o instituto; considerações 
na Constituição Federal; a primeira decisão do TJSP que enfrentou o tema; e 
explicações contemporâneas. 
[38] Cândido Rangel Dinamarco; Ada Pellegrini Grinover e Antonio Carlos de Araújo 
Cintra. Teoria geral do processo. p. 40 - 42. 
[39] Cesar Asfor Rocha. A luta pela efetividade da jurisdição.p. 72. 
[40] José Roberto dos Santos Bedaque. Poderes instrutórios do juiz. p. 160. 
[41] Cândido Rangel Dinamarco. A nova era do processo civil. 3. p. 23.

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