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FACIDER - FACULDADE DE COLIDER
A INCONSTITUCIONALIDADE DO REGIME OBRIGATÓRIO DE SEPARAÇÃO DE BENS PARA MAIORES DE 70 ANOS
 
	
LUCIANA DA SILVA
Colíder/ MT
2020
A INCONSTITUCIONALIDADE DO REGIME OBRIGATÓRIO DE SEPARAÇÃO DE BENS PARA MAIORES DE 70 ANOS
Luciana da Silva
RESUMO
 
O presente artigo terá como objetivo demonstrar a inconstitucionalidade do inciso II, no artigo 1.641, do Código Civil Brasileiro de 2002 (Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002), em relação à vedação da escolha de regime de bens nos matrimônios para as pessoas iguais ou superior a setenta anos de idade. Com a determinação do legislador em que os maiores de setenta anos, independentemente de sexo, impõe-se o regime de separação de bens pelo único fator, a idade, sem mesmo ter feito uma análise completo de sua capacidade, ou outro requisito, ou circunstância quanto às pessoas dos cônjuges, à situação em que se deu o casamento. Neste sentido, as pessoas com idade igual o superior a setenta anos aplicam-se ao regime de separação de bens por conta de sua idade. O legislador assim entende que o idoso, possui uma incapacidade por conta de sua idade avançada. Esta imposição lesiona vários princípios da Constituição Federal do Brasil de 1988. Pois, tem como apreensão maior, proteger o direito de igualdade. Tal pessoa com idade igual ou maior de setenta anos tem suas garantias como qualquer outro ser humano, tendo potencial igualmente a todos para poder fazer suas escolhas no regime de bens de seu matrimônio. A presente pesquisa foi desempenhada e realizada com correção bibliográfica, fundamentada na leitura e análises de doutrinas, leis e jurisprudências sobre o tema. 
Palavras-Chave: Idoso. Regimes de Casamento. Princípios Constitucionais Inconstitucionalidade.
THE UNCONSTITUTIONALITY OF THE MANDATORY REGIME OF SEPARATION OF GOODS FOR OVER 70 YEARS
ABSTRACT
The purpose of this article is to demonstrate the unconstitutionality of item II, in article 1,641, of the Brazilian Civil Code of 2002 (Law No. 10,406, of January 10, 2002), in relation to the prohibition on the choice of property regime in marriages for women. Persons aged seventy or more. With the determination of the legislator in which those over seventy years old, regardless of sex, the regime of separation of assets is imposed by the only factor, age, without even having made a complete analysis of their capacity, or other requirement, or circumstance as to the spouses' people, the situation in which the marriage took place. In this sense, people over the age of seventy apply to the property separation regime because of their age. The legislator thus understands that the elderly have a disability due to their advanced age. This imposition undermines several principles of the Federal Constitution of Brazil of 1988. It has, as a major concern, to protect the right to equality. Such a person aged seventy or over has his guarantees as any other human being, having potential equally for everyone to be able to make his choices in the regime of goods of his marriage. This research was carried out and carried out with bibliographic correction, based on the reading and analysis of doctrines, laws and jurisprudence on the subject.
Keywords: Elderly. Marriage regimes. Constitutional Principles Unconstitutionality.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por objetivo desempenhar uma pesquisa científica informativa e esclarecedora, referente à imposição do inciso II, no artigo 1.641 do Código Civil Brasileiro de 2002, (Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002) que impõe aos maiores de 70 anos de idade, que somente adotando o regime de separação obrigatória de bens, será possível contrair matrimônio, esclarecendo, portanto, a sua total inconstitucionalidade por lesionar os principais Princípios da Constituição Federal do Brasil do ano de 1988. 
De início o primeiro capítulo, tem como finalidade proporcionar ao leitor uma razoável perspectiva relacionada à evolução histórica do idoso, mostrar o grande avanço que o idoso obteve nestes últimos 30 anos, tanto na vida pessoal como também em meio à sociedade e no mercado de trabalho. E as atuais normas legais que o ampara.
No segundo capítulo, analisou-se previamente o conceito de regime de casamento, e posteriormente classificou as espécies de regimes de bens, no qual estão previstos nos artigos 1.639 ao 1.687, do Código Civil Brasileiro de 2002, sendo portando relacionado todas as espécies sendo, o regime de comunhão universal de bens, comunhão parcial de bens, separação obrigatória de bens, separação legal de bens e participação final nos aquestos. Explanando também a possibilidade da mudança de regimes de bens, prevista no parágrafo segundo do artigo 1.639 do mesmo Código. E uma pequena análise referente a escritura pública de pacto antenupcial, previsto no Capítulo II do artigo 1.653 ao 1.657, ambos também do Código Civil Brasileiro de 2002.
Portanto no terceiro capítulo, objetivou-se mediante leis e doutrinas, conceituar e explanar os Princípios Constitucionais pertinentes ao tema em tela, trazendo a baila, os principais aspectos referente a inconstitucionalidade do inciso II, no artigo 1.641 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil Brasileiro).
No último capítulo atenta-se verificar mediante fundamentos doutrinários, jurisprudências e legislativo acerca da Inconstitucionalidade do inciso II, do artigo 1.641 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil Brasileiro) na imposição ao maior de setenta anos de idade ao contrair núpcias somete sob o regime de separação obrigatória de bens. 
1 BREVE ABORAGEM REFERENTE OS ASPCTOS GERAIS DA POPULAÇÃO IDOSA EM ORDENAMENTO PÁTRIO 
Objetivo deste capítulo é apresentar os aspectos gerais da população idosa, acerca das normas jurídicas que os traz proteção. 
1.1	Aspectos Gerais Da População Idosa
O inciso II, do artigo 1.641 do Código Civil Brasileiro de 2002, prevê que os maiores de 70 anos de idade, sem distinção de sexo, que por ventura contraírem matrimônio, terão que aderir tão somente o regime de separação obrigatória de bens. Isto posto, para um melhor entendimento em relação da constitucionalidade desta lei se faz primordial em primeiro momento uma exploração a respeito do seu destinatário a pessoa maior de setenta anos dentro da sociedade brasileira e dos instrumentos legais voltados para essa parcela da população.
Segundo a previsão estatística no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até 2050, a população de pessoas idosas será responsável por um quinto da população mundial. Esta explicação é que a expectativa de vida cresceu uma média de 19 anos em todo o planeta desde 1950. É o que os números apresentam, atualmente, seis em cada dez pessoas têm mais de sessenta anos e, até ano de 2050, considera-se que essa parcela seja de 1 a 5 numa amplitude mundial e 1 a 3 em países desenvolvidos.
No ano de 2012, a população com 60 anos ou mais era de 25,4 milhões. Os 4,8 milhões de novos idosos em cinco anos correspondem a um crescimento de 18% desse grupo etário, que tem se tornado cada vez mais representativo no Brasil. As mulheres são maioria expressiva nesse grupo, com 16,9 milhões (56% dos idosos), enquanto os homens idosos são 13,3 milhões (44% do grupo).
 Explica a gerente da PNAD Contínua, Maria Lúcia Vieira. “Não só no Brasil, mas no mundo todo vem se observando essa tendência de envelhecimento da população nos últimos anos. Ela decorre tanto do aumento da expectativa de vida pela melhoria nas condições de saúde quanto pela questão da taxa de fecundidade, pois o número médio de filhos por mulher vem caindo. Esse é um fenômeno mundial, não só no Brasil. Aqui demorou até mais que no resto do mundo para acontecer” (VIEIRA, IBGE PNDA 2018).
Vale mencionar que o aumento da quantidade de pessoas nesta faixa etária é decorrência de diferentes fatores, sendo um deles muito importante a diminuição do índice de fatalidade e do crescimento da perspectiva de vida. Neste enquadramento, a medicina colaboroude forma significante, proporcionando o surgimento de abundantes meios de prevenção e por consequência a diminuição do número da população mais jovens em nexo aos mais velhos.
Ademais, a medicina não se evoluiu tão somente na prevenção das doenças, mas também na forma de combater elas, motivo este que proporcionou as pessoas tanto as de idade mais avançadas como as mais novas a viver melhor. Simultaneamente este avançamento, com a tecnologia tornou o hábito do ser humano menos degradador, com a chegada de ferramentas que substituem o labor mecânico e o consequente esgotamento físico.
Fatores estes que fez com que nos dias de hoje, a média de expectativa de vida dos brasileiros seja para as mulheres uma média de oitenta e um anos e para os homens uma média de setenta e cinco anos. Ainda segundo pesquisas realizadas pelo IBGE no ano de 2015 o Território Brasil por meados de 2027, será o sexto país com a população mais velha do mundo.
Além da satisfação pessoal, outro fator importante que ajuda os idosos a viver mais ou a retornar ao mercado de trabalho é a necessidade de ajudar sua família. À medida que os filhos saem mais cedo da casa dos pais para estudar, os pais sentem na obrigação de fornecer meios de subsistência e ajudar nos estudos, fazendo com que os pais procurem aumentar sua renda e, portanto, não sai do mercado de trabalho.
Além do mais hoje os idosos também são mais vaidosos, se cuidam ao extremo e buscam cada dia mais sua independência.
Um estudo realizado pelo Banco Mundial aponta que os idosos brasileiros são responsáveis por uma faixa de média de 20% do consumo do país. A indústria direciona seu interesse para essa parcela da população que necessita de produtos especiais como remédios, alimentos, cuidados médicos e condições especiais para viajar. Nesse último segmento, a indústria de viagens se prepara para atender essas pessoas que já possuem uma estabilidade financeira e buscam aproveitar o tempo viajando e conhecendo novos lugares.
Portanto, mudanças significativas também são sentidas no âmbito familiar, com separações e uniões mais frequentemente. O aumento da expectativa de vida despertou nos idosos sonhos e o desejo de os realizarem, não sendo o limite de idade um empecilho para uma vida amorosa e sexual, sendo este uma das teses de defesa de estudo no presente artigo.
A população idosa evoluiu muito de 30 anos pra cá, o idoso de 60 anos dos anos de 1990 é comprado hoje com o idoso de 75 anos. Com tanta evolução tanto na saúde, autoestima, vida sexual. Só não evoluiu o pensamento do legislador que ainda impõe ao maior de setenta anos de idade a ter que se casar apenas no regime de separação total de bens.
Grandes exemplos temos no mundo artístico, como Senor Abravanél, (Silvio Santos apresentador SBT), com 89 anos de idade e ainda capaz. O ex presidente da República Michel Temer, no qual presidiu o Brasil com 76 anos de idade, ou seja pra presidir o País ele tinha capacidade plena de todos seus afazeres, inclusive zelar por uma nação mas não tinha o direito de escolha caso fosse contrair casamento. Assim como vários outras figuras importantes, como deputado e senadores em cargos atuais com 83 anos de idade com competência plena para votar referente as leis, só não tem capacidade para escolher seu regime de casamento.
1.3 Direitos Assegurados Às Pessoas Idosas
No Brasil a norma protetiva dos direitos das pessoas idosas e atual, porque antes da publicação da Constituição Federal de 1988 poucos dispositivos foram criados pelo Governo na intenção de proteger os direitos dessas pessoas. Ainda, as normas que possuíam não visavam os direitos aos idosos em virtude da condição de velhice, mas sim como agradecimento por seu trabalho servido.
Portanto podemos dizer que as constituições que regiam antes da Constituição Federal de 1988 pouco previam em relação aos direitos dos idosos, pois no período Getulista a obrigação do Governo era apontada como residual, apenas intervindo quando a família e as instituições filantrópicas fracassassem na sua obrigação. Já em relação à Carta Magna de 1934 somente considerava uma pessoa velha quando ficava improdutivo e somente assim este poderia ter a proteção.
Ainda frisando que a Carta Magna de 1946 seguiu na mesma linha, não versava os direitos das pessoas idosas que laboravam na lavoura e apenas no ano de 1962 as pessoas idosas alcançaram um benefício pelo tempo de trabalho prestado, independentemente se tinha 50 anos ou 90 anos de idade. Todavia, foi no bojo da Carta Magna de 1967 que aderiu a previdência social para as pessoas idosas, garantindo a eles uma assistência social, pensões e aposentadoria para quem contribuíssem.
Na questão de modificação da previdência privada para a obrigação do ente público, versa (FALEIROS 2008) quando a velhice passa de uma questão filantrópica e privada para a esfera pública a perspectiva dominante de sua inclusão em direitos é por meio da incorporação do direito do trabalhador e não por meio do direito da pessoa envelhecesse.
Então apenas em meados da na década de 70 em que o Governo Federal inseriu benefícios não contributivos para idosos carentes e aposentadorias rurais além de rendas mensais vitalícias para trabalhadores urbanos ou rurais. Estas foram então as primeiras políticas objetivando proteger os idosos que careça necessidades.
Com a publicação da Constituição Federal do Brasil de 1988, todos esses direitos somente foram efetivados, buscando garantir proteção a pessoa idosa em várias áreas, como por exemplo na saúde, previdência e cultura e logo depois a edição da Lei 10.741/2003 (Estatuto do Idoso). 
1.4 Na Carta Magna
A publicação da Constituição Federal do Brasil de 1988 foi um marco iportante para assegurar e estabilizar os direitos da pessoa idosa, em razão de trazer em seu contexto medidas expressas que incorpora o idoso como principal de direitos e digno de proteção, em consequência das peculiares que acomete a velhice.
Neste sentido podemos observar em várias trilhos da Lei Maior é possível idealizar o pensamento do legislador em proteger e ao mesmo tempo assimilar o idoso na sociedade, quebrando com a discriminação e o descaso que predominavam a tempos atrás. Ademais, traz regras de proteção para as pessoas idosas com intuito de erradicar a miséria, com a instituição da seguridade social e criação de regras rígidas para a concessão de benefício a aposentadoria. 
Segundo Alvarenga e Witzel (2013), a Constituição Federal de 1988 possui normas genéricas de proteção como aquelas dispostas nos artigos 1º, incisos III, o qual fundamenta a doutrina do melhor interesse do idoso visando garantir-lhe sua dignidade, e no artigo 3º, inciso IV, que veda qualquer tipo de discriminação em razão da idade.
Não deixando ainda de observar os artigos 229 e 230 são como regras especialmente visada aos direitos das pessoas idosas. Já o primeiro dispositivo da lei prevê que são responsabilidades dos filhos maiores prestar assistência aos pais quando estes estiver na velhice e o segundo artigo relata também ser responsabilidade da família e da sociedade do estado em geral a obrigação dever de proteger os idosos, em todas as suas necessidades, assegurando-os sua participação na sociedade, intercedendo por sua dignidade e bem-estar e possibilitando-os o direito à vida plena e com expectativas de realizações.
Portanto, ao mencionar referente o direito à liberdade, à igualdade à cidadania, ambos garantidos as pessoas idosas na Constituição Federal do Brasil de 1988, sustenta Braga (CIELO; VAZ, 2009).
Quando apresenta todos os direitos garantidos pela Constituição, a mesma autora acima citada destaca que, quando se trata do idoso, o direito à vida engloba não apenas longevidade, mas ao envelhecimento com dignidade, respeito, proteção e inserção social. No que se refere ao direito à liberdade, deve ser ele propiciado ao idoso por meio de providências reais por parte do Estado e da sociedade, principalmente a independência familiar e social, através de prestações previdenciárias e assistenciais eficazes. Já o direitoà igualdade, deve resguardar aos idosos as mesmas condições das demais pessoas, que vivem em sociedade. Quanto ao direito à cidadania, sua importância está em possibilitar ao idoso conservar a capacidade de analisar e compreender a realidade política e social, criticá-la e atuar sobre ela (apud CIELO; VAZ, 2009, p. 34).
1.5 Na Lei 10.741/2003 (Estatuto do Idoso)
A Lei 10.741 de 2003, renomada como Estatuto do Idoso, sendo fruto da junção de diversos instrumentos legislativos esparsos na busca pela dignidade para a pessoa idosa. Além de definir seu destinatário, este Estatuto prevê ferramentas para investigar e determinar penalidades no caso de haver o seu descumprimento.
Segundo Braga (2005) o Estatuto é um marco importante e uma conquista da sociedade sendo que sua maior contribuição é a publicidade dada à causa do envelhecimento. Acredita que a sociedade começa a perceber o quanto é envelhecida e a considerar os números divulgados pelos institutos de pesquisa. Da mesma forma, o Estatuto se reveste como um instrumento de autoestima capaz de fortalecer toda uma classe de brasileiros e inseri-los como cidadãos ativos na sociedade.
Os princípios que vangloriam a pessoa humana e que são consagrados pela Constituição Federal de 1988 estão previstos na redação do artigo 2º do Estatuto do Idoso Lei 10.741/2003, tais como a liberdade e a integridade física e a integridade moral.
Art. 2º O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade (BRASIL, 1988, 2003)
Como podemos analisar o artigo 10º também do mesmo diploma legal prevê como sendo obrigação do Estado e de toda a sociedade garantir ao idoso o respeito à dignidade humana e a liberdade, enquanto pessoa humana e sujeito de direitos. Ademais para acrescentar em seu parágrafo segundo, relata ainda o direito ao respeito, que consiste na “inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, de valores, ideias e crenças, dos espaços e dos objetos pessoais.”.
Todos esses dispositivos legais buscam garantir ao indivíduo idoso definido pelo Estatuto como a pessoa maior de 60 anos todos os direitos assegurados aos demais, sem distinção em virtude da idade, ressalvados os casos necessários em virtude das peculiaridades dessa fase da vida. Assim, o simples fato de envelhecer não deve ser visto como fator de exclusão de direitos. 
2 DO REGIME DE BENS
2.1 Conceito
O regime de bens é um direito de escolha dos nubentes, pelo fato, de que este regime é que vai estipular como ficarão os bens após a realização do matrimônio, caso venha ocorrer a dissolução ou falecimento. Portanto dependendo do regime em que foi escolhido em caso de falecimento, o conjugue sobrevivente, poderá ser meeiro e herdeiro, assim como também pode não herdar nada. Nesta linha Maria Helena Diniz relata que:
Regime de bens do casamento: conjunto de normas aplicáveis às relações e interesses econômicos resultantes do matrimônio. Regem, portanto, as relações patrimoniais entre marido e mulher, sob a feição do regime: de comunhão parcial, de comunhão universal, de participação final nos aquestos e de separação de bens (legal ou convencional) (DINIZ 2017, p.516).
Na linha de pensamento da autora o regime de bens, surge para auxiliar as duas partes, com objetivo de que, na vigência do matrimônio, ambas consigam solucionar problemas que venha surgir com o casamento, tal como o uso do patrimônio para solução de alguma questão, que apenas um dos cônjuges possa solucionar sem a presença do outro, pelo fato do outro conjugue se encontrar incapacitado naquele momento. 
Para reforçar o assunto o doutrinador, Carlos Roberto Gonçalves, preceitua:
Regime de bens é um conjunto de regras que disciplina as relações econômicas dos cônjuges, quer entre si, quer no tocante a terceiros, durante o casamento. Regula especialmente o domínio e a administração de ambos ou de cada um sobre os bens anteriores e os adquiridos na constância da união conjuga (GONÇALVES 2016, p.434).
Portanto no regime de separação total de bens, referindo as pessoas maiores de setenta anos de idade, isto não poderá ocorrer, pelo fato de que no regime de separação total de bens não há possibilidade de comunicabilidade do patrimônio para os conjugues, porém Súmula 377 do Supremo Tribunal Federal é capaz de aliviar a falta de autonomia dos nubentes.
Nesta mesma concepção Gagliano preceitua que o “regime de bens entende-se o conjunto de normas que disciplina a relação jurídico-patrimonial entre os cônjuges, ou, simplesmente, o estatuto patrimonial do casamento” (GAGLIANO 2012, p.314).
Com o surgimento do matrimônio, o regime que for aderido pelos nubentes, irá proteger então às partes que podem praticar afazeres recíprocos em relação ao patrimônio de ambos, porém se aderiram um regime que não se admite a comunicação dos bens entre os cônjuges, deste modo então jamais existirá relações jurídicas ou patrimoniais que possam ser resolvidos individualmente, todavia somente será possível na presença de ambos.
Pode-se dizer que o regime de bens são os conjuntos de regras que serão aplicadas aos bens das pessoas que contraírem o matrimônio, onde irá regular o patrimônio que ambos os cônjuges possuíam antes do casamento, se houver, bem como, aqueles que foram adquiridos na constância do casamento, e produzirá efeitos com a dissolução do casamento, seja ele por divórcio ou pela morte de um dos cônjuges (PEREIRA; FERREIRA; CARVALHO, 2017).
Os contraentes ao se dirigirem aos Serviços Notarias de Registro Civil para dar entrada no processo de habilitação casamento, estes deverá estar munidos de documentos equivalentes ao procedimento, nos quais são hoje de praxe, para os solteiros, certidão de nascimento atualizada até 90 dias conforme Provimento 38/2019-CGJ, e documento de Identificação original (cédula de identidade, cadastro de pessoas físicas ou carteira de habilitação válida) e comprovante de endereço. Já para os divorciados e viúvos os mesmos documentos pessoais, e a certidões atualizadas conforme Provimento 38/2019-CGJ e com as devidas averbações, sendo para os divorciados certidões de atualizadas conforme Provimento 38/2019-CGJ e com averbação de divórcio e cópia do formal de partilha ou escritura pública de divórcio que estabelece a partilha dos bens do casal, e para viúvos certidões de casamento já com averbação do óbito do de cujo mais cópia de formal de partilha ou certidão de Inventário concluso, no caso do falecido não ter deixado bens a inventariar, cópia do inventário negativo. 
Isto para que os nubentes possam escolher qual dos quatros regimes de bens previsto no Código Civil Brasileiro está mais de acordo com o desejo de ambos. Caso não seja definido nenhum dos quatros regimes, se presume que se os nubentes, não estiver munidos com o pacto antenupcial, será então adotado o regime nesse casamento, ressalvando nos casos do artigo 1.641 do Código Civil, que será aderido o regime de separação obrigatória de bens.
2.2 Da Fundamentação Legal
A fundamentação legal dos regimes de bens nos casamentos entre os cônjuges tem previsão legal na Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), nos artigos 1.639 e 1.640, a seguir expostos e explicados:
Art. 1639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular quanto aos seus bens, o que lhes aprouver. §1° O regime de bens entre os cônjuges começa a vigorar desde a data do casamento. §2° É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros (BRASIL, 2002).
Portanto são livres os cônjuges são livres para ajustar normas de acordo com as suas finalidadese necessidade. A escolha do regime faz parte da sua liberdade de escolher. Ou seja este procedimento será realizado no momento em que os nubentes for ao cartório de Registro Civil e Notas para dar entrada no processo de habilitação de casamento, e assim ambos terão a sua livre escolha, para decidirem qual regime se enquadra a suas necessidades. Ademais os regimes somente sortirá efeito para as partes em relação ao regime, quando se concretiza a cerimônia do casamento, com assinatura de ambos.
Diferente do Código Civil de 1916, o Código Civil de 2002, prevê a possibilidade de mutabilidade do regime de bens, mas para que este procedimento realize às partes devem expor as suas vontades individualmente, e o juiz irá fazer análise do caso concreto.
Art. 1640. Não havendo convenção, ou sendo ela nula ou ineficaz, vigorará, quanto aos bens entre os cônjuges, o regime de comunhão parcial. Parágrafo Único. Poderão os nubentes, no processo de habilitação, optar por qualquer dos regimes que este Código regula. Quanto à forma, reduzir- se-á a termo a opção pela comunhão parcial, fazendo-se o pacto antenupcial por escritura pública, nas demais escolhas (BRASIL, 2002).
Ainda, para que os nubentes tenha sua escolha no regime de bens, eles devem juntos manifestar sua vontade mediante escritura pública lavrada em cartório de Registro Civil e Notas, com fundamento do artigo 1653 do Código Civil Brasileiro de 2002, onde será redigido a escritura de pacto antenupcial, visando a escolha dos nubentes referente ao regime de sua opção, salvo nos casos do regime de regime de Comunhão Parcial, fato este, que para este regime não é necessário escritura de pacto antenupcial. 
2.3 Das Espécies
Na Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil Brasileiro), em seus artigos 1.658 ao 1.688, estão elencados os regimes de casamento adotados pelo Território Brasileiro.
2.3.1 Do Regime de Comunhão Parcial de Bens
O regime parcial de bens é o regime em que os nubentes não tem a necessidade de se manifestarem a respeito da preferência de regime, mediante o pacto antenupcial, este regime está previsto no artigo 1.658, do Código Civil Brasileiro. De acordo com o doutrinador Venosa “não havendo convenção antenupcial ou sendo esta nula, vigorará quantos aos bens entre os cônjuges o regime da comunhão parcial” (VENOSA 2011, p. 335).
Seguindo a mesma linha de pensamento que Venosa o doutrinador Gonçalves (2012) afirma que o regime parcial de bens é comhecido tambem como regime supletivo, não havendo a escolha pelos cônjuges ou na falta da escritura de pacto antinupcial, prevalecerá as normas do regime de comunhão parcial.
O regime da comunhão parcial é o que prevalece se os consortes não fizerem pacto antenupcial, ou, se o fizerem, for nulo ou ineficaz (CC, art. 1.640, caput). Por essa razão, é chamado também de regime legal ou supletivo, como já mencionado. Caracteriza-se por estabelecer a separação quanto ao passado (bens que cada cônjuge possuía antes do casamento) e comunhão quanto ao futuro (bens adquiridos na constância do casamento), gerando três massas de bens: os do marido, os da mulher e os comuns. (GONÇALVES, 2012, p. 328).
Os bens que forem adquiridos antes do casamento pelos nubentes não entrarão na partilha após a morte ou separação, ou seja, esses bens não se comunicam entre os cônjuges. Ademais apenas os bens que vier adquirir após o matrimônio e que se comunicam entre ambos os cônjuges. Reforçando o tema em tela preceitua o doutrinador Venosa:
Cada esposo guarda para si, em seu próprio patrimônio, os bens trazidos antes do casamento. É o regime legal, que vigora nos casamentos sem pacto antenupcial ou cujos pactos sejam nulos, vigentes entre nós após a lei introdutória e regulamentadora do divórcio (Lei n° 6.515/77) (VENOSA 2011, p. 334).
Neste regime com o falecimento de um dos cônjuges, o então cônjuge sobrevivente conseguirá ser meeiro e herdeiro ao mesmo tempo, no caso em que se houver a presença de patrimônios individuais, será o cônjuge sobrevivente herdeiro dos patrimônios conquistados anterior a vigência do matrimônio e será meeiro dos patrimônios conquistados após a vigência do matrimônio. Ainda o cônjuge sobrevivente poderá ser unicamente meeiro, quando não existir patrimônios particulares, sendo assim apenas recaindo sobre os bens advindo depois da vigência do matrimônio, lhes cabendo um porcentual de 50% (cinquenta) por cento do patrimônio.  Afirma o doutrinador Flávio Tartuce que:
Os bens da comunhão respondem pelas dívidas domésticas; pelas despesas de alimentação dos membros da entidade familiar; pelas despesas de aluguel e condomínio do apartamento onde reside o casal; pelas contas de água, luz, telefone e gás; pelos tributos do imóvel da residência, entre outros (TARTUCE 2014, p.170).
O patrimônio do casal apenas irá responder pelas dívidas no qual foram adquirida pós a vigência do matrimônio, onde essas pode ser adquiridas tanto pelo conjugue varão como pela a conjugue varoa, ou também somente por um dos conjugues, já se tratando das dívidas adquirida anterior ao matrimônio, estás então não poderão ser pagas com o patrimônio que foi constituído pós o matrimônio.
 
2.3.2 Do Regime de Comunhão Universal
O regime de comunhão universal de bens, esta tipificado no artigo 1.667, da lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil Brasileiro.), onde em sua redação nos diz que neste regime todos os bens presentes e futuros dos cônjuges se comunicam, salvo exceção do artigo 1.668 desta mesma lei. Segundo Gagliano:
Vale dizer, o seu princípio básico determina, salvo as exceções legais, uma fusão do patrimônio anterior dos cônjuges e, bem assim, a comunicabilidade dos bens havidos a título gratuito ou oneroso, no curso do casamento, incluindo-se as obrigações assumidas (GAGLIANO 2012, p. 362).
Antes do advento da Lei nº 6.515, de 26 de dezembro de 1977 (Lei do Divórcio), o regime de comunhão universal de bens era considerado o regime legal do ordenamento jurídico brasileiro, mas com o advento da lei, passou então a ser o regime parcial de bens a ser considerado o regime legal. Portanto ao adotar este regime de comunhão universal de bens, os nubentes precisa manifestar sua vontade de escolha, mediante o cartório de Registro Civil e Notas, através da escritura pública de pacto antenupcial. Neste regime todos os bens constituído na vigência do matrimônio, quanto constituído antes do matrimônio, se comunicaram com a dissolução do matrimônio, no qual o cônjuge sempre será meeiro, Todos os bens presentes e futuros dos cônjuges se comunicam, salvo exceção do artigo 1.668 do Código Civil:
Art. 1668. São excluídos da comunhão: I – os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar; II – os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a condição suspensiva; III – as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou reverterem em proveito comum; IV – as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade; V – os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659 (BRASIL, 2002).
Lembrando que a incomunicabilidade referente os bens somente será válida na vigência do matrimônio que for regido pelo então regime de comunhão universal de bens, neste sentido na dissolução do casamento se revoga, passando para cada um os bens incomunicáveis de forma individual. 
2.3.3 Regime de Participação Final nos Aquestos
O regime de participação final dos aquestos, está tipificado na Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil Brasileiro), em seu artigo 1.672, no qual sua redação salienta que neste regime de bens, cada cônjuge será responsável pelo seu próprio patrimônio, este que possuir anterior o matrimônio, mas, caso venha ocorrer a dissolução do matrimônio, cada cônjuge fará jus a cinquenta por cento dos bens constituído na vigência do matrimônio, a título de boa-fé.
Pode-se dizer que durante o casamento há uma separação total de bens, eno caso quando houver a dissolução do mesmo, aproxima-se ao que acontece com o regime de comunhão parcial, onde cada cônjuge fica com seu patrimônio, mas nesse regime para ele ter acesso ao patrimônio, deverá provar esforço para conquistá-lo (TARTUCE, 2014 p. 170).
O regime de participação final nos aquestos, pouco se adota no território brasileiro, pelo fato de não ser benéfico aos cônjuges na dissolução do casamento, neste regime para que possa haver a comunicação dos bens com a dissolução do matrimônio, ambos os cônjuges terão que provar seu esforço para ter adquirido, o bem em questão. Além do mais, que, cada cônjuge é livre para usufruir de seus bens individuais, inclusive até as dívidas cada um terá que arcar com a sua de forma individual.
Verifica-se a predominância de que este regime é mais aprovado e de serventia para os cônjuges que executam algum tipo de atividade empresarial ou que possuem um bom patrimônio ao contraírem as núpcias, oferecendo-lhes uma ampla liberdade de em seu ramo empresarial.
2.3.4 Regime de Separação de Bens (Legal)
O regime de Separação de Bens legal, está previsto no artigo 1.687 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) a diferença deste regime e o de separação obrigatória é que este os nubentes teve a opção de escolhe-lo por livre e espontânea vontade, e não porque foram imposto. Ademais neste regime os cônjuges podem individualmente alienar seus bens ou gravar ônus.
Portanto no que se trata de comunicação dos bens, este regime não se comunicam na dissolução do matrimonio, neste os bens do casal são totalmente incomunicável, apenas a questão de contribuir com as despesas da família que está se obriga os cônjuges em comum, ou seja são obrigados a juntos contribuir com os gastos do casal na proporção de seus ganhos, salvo se houver clausula no pacto antenupcial.
Para dar sequência ao assunto Venosa assegura:
Na separação de bens convencional, como apontamos, nada impede que os cônjuges estabeleçam a comunhão de certos bens, se assim o desejaram, bem como a forma de administração. No silêncio do pacto, cada cônjuge conserva a admiração e fruição de seus bens. Existe várias referências na legislação acerca do regime de separação (VENOSA, 2017 Pag. 405).
Diante do exposto podemos concluir que este regime por mais que seja os bens incomunicáveis, os cônjuges podem em comum acordo estabelecer comunhão entre seus bens entre ambos. 
2.3.5 Regime de Separação Obrigatória de Bens
Ao contrário dos regimes anteriormente expostos, no qual os nubentes tem sua livre escolha de optar qualquer um dos quatros acima relacionados, o regime de separação obrigatória de bens, não há possibilidade dos nubentes optar por este regime, ou por outro, por sua livre escolha, pois este regime e imposto por lei sem direito a escolha, com previsão legal no artigo 1.641 do Código Civil:
Art.1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento: I – das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento; II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos; III – de todos os que dependerem pra casar, de suprimento judicial (BRASIL, 2002).
 
Lobo (2011) preceitua que este regime de bens “é tipicamente um ônus: a pessoa, incluída em alguma das três hipóteses legais, escolhe entre casar ou não casar; se prefere casar, deverá suportar o ônus do regime obrigatório de bens.”.
Já para Gagliano “este regime tem como premissa a incomunicabilidade dos bens dos cônjuges, anteriores e posteriores ao casamento” (2012, p. 371).
A redação do primeiro inciso, deste regime de separação obrigatória de bens a imposição tem como alvos as pessoas que contraíram matrimônio sem averiguar as razões suspensivas para a realização do matrimônio. Quando isso ocorrer, e a parte contraia matrimônio, assumirá com o encargo da imposição do regime de separação obrigatória de bens.
Ademais no artigo 1.523, inciso I ao IV da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, estão previstas as causas suspensivas para constituir matrimônio, conforme redação a seguir: 
Art. 1523. Não devem casar: I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros; II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal; III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal; IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas. Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo. (BRASIL, Lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002, 2020).
No segundo inciso deste regime a norma faz imposição aos nubentes maiores de 70 anos de idade, no qual anterior ao ano de 2010, esta imposição era para os nubentes de até 60 anos, 
O legislador ao fazer está imposição, se baseou no dizer de evitar o matrimônio entre pessoas mais velhas, com outras bem mais novas, ou seja com uma diferença grande em relação a idade, com fundamento que a mulher ou o homem de idade mais jovem poderia, estar mal intencionado com o outro de mais idade, usando o matrimônio para conseguir vantagens financeira. O famoso golpe do baú.
Portanto esta imposição deste regime previsto no inciso II, do artigo 1.641, do Código Civil, é muito criticada por alguns doutrinadores e operadores do direito de família, pois ela impede a pessoa maior de setenta anos de idade de fazer suas próprias escolhas sobre sua vida pessoal e sobre seu patrimônio. Ademais o fato do indivíduo ter a idade acima de setenta anos não e motivo para sua incapacidade, isto não se justifica, o que torna então esta imposição totalmente inconstitucional, por ferir princípios especial da nossa Constituição Federal de 1988.
No inciso terceiro esta norma impõe a separação obrigatória de bens aos nubentes menores de dezesseis anos e para os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos que não obtiveram a autorização dos pais. Limitação esta que se apresenta descabida, porque o Estado através do Ministério Público e do magistrado zelam pelo interesse do menor consentir com o matrimônio. (FARIAS; ROSENVALD, 2012).
De acordo com o artigo 1.639, parágrafo segundo, da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, É admissível os cônjuges a possibilidade da alteração do regime de bens, por intermédio de autorização judicial com pedido motivado de ambos as partes, verificada a procedência dos fatos invocados e ressalvados os direitos de terceiros (BRASIL, 2002).
2.3.6 Pacto antenupcial
A escritura de pacto antenupcial também conhecida como Escritura de convenção antenupcial constitui um negócio formal e solene pactuado entre os nubentes, no momento do processo de habilitação de matrimônio antes da sua vigência, onde os nubentes estipulam os argumentos pertinentes aos seus bens materiais, também como a escolha do regime de bens que irá vigorará entre ambos na vigência matrimônio, este procedimento se realiza apenas se os nubentes não optarem pelo regime de comunhão parcial de bens  e quaisquer outras, como doações, ou gravação de bens com cláusula de incomunicabilidade, caso optem pelo regime de comunhão universal de bens (DONIZETTI, E.; QUINTELLA, Atlas. 2012).
A referida escritura de pacto antenupcial é denominada como contrato jurídico celebrado sob condição suspensiva, no qual sua vigência fica acondicionada à celebração do matrimônio (TARTUCE, 2015. 5ª ed). Para sua vigência, a escritura de pacto deverá ser realizada mediante tabeliãopor escritura pública adequadamente registrada para que venha produzir efeitos perante terceiros. Salvo ainda sua vigência dependerá também da concretização do matrimônio, sob pena de sua nulidade (NETO, 2017. 5ª ed.).
A previsão legal da escritura de pacto antenupcial esta estipulada no capítulo II, artigos 1.653 a 1657 da Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002, conforme redação a seguir:
 
CAPÍTULO II Do Pacto Antenupcial Art. 1.653. É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura pública, e ineficaz se não lhe seguir o casamento. Art. 1.654. A eficácia do pacto antenupcial, realizado por menor, fica condicionada à aprovação de seu representante legal, salvo as hipóteses de regime obrigatório de separação de bens. Art. 1.655. É nula a convenção ou cláusula dela que contravenha disposição absoluta de lei. Art. 1.656. No pacto antenupcial, que adotar o regime de participação final nos aqüestos, poder-se-á convencionar a livre disposição dos bens imóveis, desde que particulares. Art. 1.657. As convenções antenupciais não terão efeito perante terceiros senão depois de registradas, em livro especial, pelo oficial do Registro de Imóveis do domicílio dos cônjuges (BRASIL, 2002).
Diante do exposto, fica claro que para contrair matrimônio que não seja a espécie de regime de comunhão parcial de bens, será necessária à lavratura da escritura pública de pacto antenupcial, e para que tenha total eficácia, somente com celebração do matrimônio. Caso não houver o matrimônio torna-se nulo.
3 DOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
Os princípios constitucionais estão delineados nos artigos 1º ao 4º da Constituição Federal do Brasil do ano de 1988, guardando os valores fundamentais da norma. Nestes princípios constitucionais compactuam-se os bens e valores considerados fundamentos de validade de todo sistema jurídico. 
3.1 Princípio da Dignidade da Pessoa Humana
O princípio da dignidade da pessoa humana tem por objetivo buscar íntegra prosperidade de todos os componentes de um grupo familiar, reconhecendo a família como unipessoal, sendo uma modalidade de família existente atualmente, fazendo necessária a sua proteção. Podemos concluir que o princípio da dignidade da pessoa humana é o pilar para a união harmônica dos membros de um grupo familiar, sendo através deste princípio que surgiram os outros princípios ligados ao Direito de Família.
Ademais este princípio é o mais abrangente de todos os outros princípios. É um macroprincípio do qual se iluminam todos demais: liberdade, autonomia privada, cidadania, igualdade, uma variedade de princípios éticos. (DIAS, 2012, p. 62).
Portanto tendo a Constituição Federal de 1988 levantado à dignidade da pessoa humana como fundamento de toda a norma jurídica, todos os fatos que não respeitem o indivíduo neste sentido precisam ser reexaminados, pois estão em sentido contrario com a lei constitucional vigente.
O doutrinador Alexandre de Moraes preceitua que: 
A dignidade é um valor espiritual e moral inerente à pessoa, que se manifesta singularmente na autodeterminação consciente e responsável da própria vida e que traz consigo a pretensão de respeito por parte das demais pessoas, constituindo-se um mínimo invulnerável que todo estatuto jurídico deve assegurar, de modo que, somente excepcionalmente, possam ser feitas limitações ao exercício dos direitos fundamentais, mas sempre sem menosprezar a necessária estima que merecem as pessoas enquanto seres humanos (MORAES, 2005 p.16, 17ª ed).
O direito que o indivíduo possui de se auto predeterminar é o direito intocável de qualquer ser humano, se fazendo respeitar e manifestar o princípio da dignidade da pessoa humana. 
Diante disso, o "Estado brasileiro deve assegurar a todos, mas de forma individual, sem qualquer forma de preconceito e discriminação, condições para a realização desses projetos." (GIRARDI, 2005, p. 56) Essa visão pode ser complementada pelo entendimento de que a dignidade da pessoa humana "resulta também do fato de que, por sua vontade racional, só a pessoa vive em condições de autonomia, isto é, como ser capaz de guiar-se pelas leis que ele próprio edita." (COMPARATO, 2004, p. 21).
Não deixando de destacar o entendimento de Farias e Rosenvald (2012) onde ambos os doutrinadores o artigo 1.641, inciso II, do Código Cível Brasileiro de 2002 é totalmente inconstitucional por ferir o princípio da dignidade da humana, reduzindo a sua autonomia da pessoa idosa, além de constrangimento social e pessoal, ao impor uma restrição que nem a própria Constituição Federal do Brasil de 1988, fez impor. 
Desta forma se fundamenta os aludidos doutrinadores:
Como se pode notar, ao impor a determinadas pessoas o casamento sob o regime de separação obrigatória (CC, art. 1.641), o legislador estabelece um verdadeiro efeito sancionatório, sob o frágil argumento de proteção de certos interesses matrimoniais. Ora, promovendo a exegese da referida intervenção estatal na esfera de interesses privados, é fácil concluir que, a partir da valorização da pessoa humana e de suas garantias constitucionais, a regra legal se põe em rota direta de colisão com os princípios da igualdade substancial, da liberdade e da própria dignidade humana. (FARIAS; ROSENVALD, 2012, p. 333).
Finalizando sobre este princípio concluímos que respeitar a dignidade da pessoa humana, dentre outras questões, é respeitar todo ser humano em suas questões morais, perante a legislação e a comunidade, no qual possuem direitos e deveres, é não os constranger, oprimir e reduzir seus direitos, fundamentando ser uma maneira de protegê-los, que proteção seria essa que feri a dignidade da pessoa, principalmente as idosas e com uma vasta experiência de vida.
3.1.2	Princípio da Igualdade
A carta Magna de 1988 estabelece em seu artigo 5º, caput, sobre o princípio constitucional da igualdade, em que somos todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se então aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade (BRASIL, 1988).
Portanto este valioso princípio tem por finalidade prevê a igualdade de recursos e de oportunidades virtuais de todo ser humano de gozar de tratamento acessível pela lei. Através deste princípio são proibidas as diferenciações desnecessárias e absurdas, não justificadas pelos valores constitucionais e tem por objetivo regular a ação do legislador, das autoridades pública, dos particulares e dos interpretes.
O princípio da igualdade exerce em dois trilhos: diante a lei e na lei. Sendo que por igualdade diante a lei constata-se a obrigação de exercer o direito no caso concreto; já na forma de igualdade na lei presume-se que as legislações jurídicas não podem exercer nas distinções, salvo as constitucionalmente outorgadas.
Segundo doutrinador Alexandre de Moraes:
O princípio da igualdade consagrado pela constituição opera em dois planos distintos. De uma parte, frente ao legislador ou ao próprio Poder Executivo, na edição, respectivamente, de leis, atos normativos e medidas provisórias, impedindo que possam criar tratamentos abusivamente diferenciados a pessoas que se encontram em situação idêntica. Em outro plano, na obrigatoriedade ao intérprete, basicamente, a autoridade pública, de aplicar a lei e atos normativos de maneira igualitária, sem estabelecimento de diferenciações em razão de sexo, religião, convicções filosóficas ou políticas, raça e classe social. (MORAES, 2002, p. 65).
Ademais podemos perceber que o princípio da isonomia tem aplicabilidade tanto pela Constituição Federal do Brasil de 1988, quanto pelo Código Civil Brasileiro, zelando sempre pelo tratamento de iguais para iguais entre as condições dos seres humanos, sendo importante menciona que não se presume qualquer incapacidade civil da pessoa idosa apenas por conta da idade.
Resumindo a imposição da norma que restringe o direito da igualdade do maior de setenta anos a escolher o regime de casamento em que lhes ajusta melhor a sua condição de vida, indo, portantototalmente contra este princípio constitucional e vários outros, por não tratar o idoso com igualdade perante aos demais. Se tornando esta norma jurídica inconstitucional.
3.1.3	Princípio da Liberdade
O princípio constitucional da liberdade tem previsão legal no artigo 1.565, parágrafo segundo do Código Civil Brasileiro de 2002, e fazendo presente também no artigo 226, parágrafo sétimo da Constituição Federal do Brasil de 1988, dispondo que o então planejamento familiar é de livre escolha dos cônjuges (BRASIL, Constituição Federal de 1988, 2020), assim como também está fundamentado no princípio da dignidade da pessoa humana ao conceitua a liberdade de escolha do ser humano, de modo a escolher regime de bens que mais lhe convier. Ainda com derivação há o princípio da comunhão íntegra de vida (GONÇALVES, 2014, p. 24), no qual sucede o reconhecimento das relações no íntimo da afetividade, dos sentimentos, do respeito à pessoa em buscar a partilhar uma vida nova com outra pessoa. Neste modo implica que seja reconhecido com que cada pessoa venha possuir um meio individual para alcançar a comunhão íntegra de vida, seja pelo matrimônio de uma pessoa mais velho com uma pessoa mais jovem, seja pelo casamento entre duas pessoas maiores de setenta anos de idade.
Ainda fundamento está também previsto no artigo 1.513 do Código Civil Brasileiro que “É defeso a qualquer pessoa de direito público ou direito privado interferir na comunhão de vida instituída pela família” (BRASIL, Lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002, 2020), prevendo o princípio da não interferência ou da liberdade no ângulo do Direito de Família. Flávio Tartuce (2014, p.21) fundamenta que a ponto de vista do dispositivo é de o Estado, ou até mesmo um ente privado, instigar o controle da natalidade e organização familiar através de políticas públicas, e não de interferir de maneira forma coercitiva no convívio familiar muito menos no regime de bens, que se refere com aspectos patrimoniais do casamento, e, consequentemente, a disposição.
Ademais uma de suas linhas é a independência de vontade, que é a capacidade da pessoa em fazer suas escolhas. Onde o referido princípio está relacionado à livre escolha dos cônjuges pelo regime de bens que for melhor para ambos, como previsto no artigo 1.639 do Código Civil Brasileiro de 2002. 
Portanto vale aludir que é necessário que tal dispositivo seja revogado da legislação brasileira, por que quando uma norma civil for notoriamente incompatível com os princípios e norma constitucional deve ser revogada.
4	DA INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002 E AS POSIÇÕES DOUTRINÁRIAS, LEGISLATIVA E JURISPRUDENCIAIS PARA OS MAIORES DE 70 ANOS 
A imposição que a Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, em seu artigo 1.641, inciso II, rerefente ao regime de separação obrigatória de bens aos nunbentes maiores de setenta anos de idade causa muitas desavenças acerca de sua constitucionalidade, por ferir os principais princípios da Constituição Federal do Brasil de 1988, sendo eles o princípio da dignidade da pessoa humana, da liberdade e da igualdade. Porque para alguns operadores do direito, esta norma é legal e adquada, já para outros operadores principalmente os do ramo de família, ela se torna totalmente inconstitucional. O que diante disto traz muitas controvérsias.
Como podemos observar adiante varias posições entre os doutrinadores, entre os que defende e os que vão contra a esta opisição. Clóvis Beviláqua, o autor do anteprojeto do Código Civil Brasileiro de 1916, defendia que a separação obrigatória de bens seria uma forma de proteger os nunbentes maiores de sessenta anos na época, era uma forma de proteger os bens de casamentos que viesse a ser por interesse (FERRIANI, 2012).
Outro operador do direito que se posiciona a favor da imposição com a mesma linha de pensamento de Clóvis Bevilá, e a concetuada Regina Beatriz Tavares da Silva (apud GONÇALVES, 2014, p.472) no qual não pode o Estado admitir que, “se reconhecidos os maiores atrativos de quem tem fortuna, um casamento seja realizado por meros interesses financeiros, em prejuízo do cônjuge idoso e de seus familiares de sangue”.
Seguindo no mesmo sentido Washington de Barros também trilha a mesma opinião, pois em suas palavras:
É de se lembrar que, conforme os anos passam, a idade avançada acarreta maiores carências afetivas e, portanto, maiores riscos corre aquele que tem mais de sessenta anos de sujeitar- se a um casamento em que o outro nubente tenha em vista somente vantagens financeiras (apud ALCOLUMBRE, 2015, p. 2).
Portanto mesmo havendo a determinante estadia do inciso II do artigo 1.641 do Código Civil Brasileiro, uma grande parte da doutrina vem se posicionando na percepção desta tal imposição ser contraditória com a Constituição Federal do Brasil de 1988. Diante desta linha de pensamento, Paulo Lôbo afirma que:
A hipótese é atentatória do princípio constitucional da dignidade da pessoa humana, por reduzir sua autonomia como pessoa e constrangê-la à tutela reducionista, além de estabelecer restrição à liberdade de contrair matrimônio, que a Constituição não faz. Consequentemente, é inconstitucional esse ônus (apud GOLÇALVES, 2014, 471).
Ademais esta proteção estatal se torna exagerada chegando ser de certa forma até invasiva, nas tomada de decisões pessoais dos nunbentes, estando desta forma correndo em sentido contrário ao princípio constitucional da liberdade, além disso, no que se refere ao fundamento de proteger o patrimônio, esta lei, é imposta pelo Estado até mesmo para os individuos que não possuia nenhum tipo de patrimônio, amém do mais até as pessoas que convive mais de quarenta anos juntos e que agora querem regularizar sua situação estavél com um matrimônio no civil. Neste sentido se não tem a materia a ser protegida, não há então motivos para ser tão inflexível a respeito à imposição do regime, sob tal fundamento, porque nesta linha de pensamento o Estado acaba resultando em uma sanção apenas pela idade, e com isso ferindo outro o princípio constitucional o da isonomia.
Ademais, esta indevida previsão, de maneira absoluta, de que o matrimônio está sendo concretizado somente em virtudo do interesse nos bens materiais, sem que haja uma ressalva para os nubentes que seja ambos maiores de setenta anos de idade, ou como no caso acima citado, exemplos de casais que convivem sem matrimônio mais de quarenta anos junto, onde o patrimônio que possui foram construido juntos. 
Ainda outro exemplo de quanto à imposição e confusa, quanto o maior de setenta anos que nunca tenha constituido familia antes, e mesmo assim a imposição prevalece.
Portando esta imposição ao nubente pode de certa forma desencorajar a constituição de novas familias apos os setenta anos. Tanto o idoso, quanto qualquer outra pessoa merece ter uma nova probabilidade de vida, de um começo ou ate memso de recomeçar, em busca da felicidade e evolução pessoal, em todos os aspectos. O ato de negar essa nova oportuniade, seja ela por razão patrimonial ou capacitivo, fere brutalmente a dignidade e a honra de qualquer ser humano, ademais este fato se configura um ato de um tratamento preconceituoso, que por puro achismo presumir que o maior de setenta anos carece de confusão mental.
Ate porque esta norma não o restringe ao maior de setenta anos a prática de outros atos de índole patrimonial, bem mais miniciuoso como por exeplo os atos negociavéis. Como podemos ver todos os dias nos grandes bancos muitos maiores de setenta anos contraindo grandes dívidas, outros viagens a outros países sozinhos por meses.
A doutrinadora Maria Helena Diniz também precentua a presente diminuição do direito e da capacidade do maior de setenta anos com o referido instituto:
[...] o nubente que sofre tal capitis diminutio imposta pelo Estado, tem maturidade suficiente para tomar uma decisão relativamente aos seus bens e é plenamente capaz de exercer atos na vida civil, logo, parece-nos que, juridicamente, não teria sentido essa restrição legal em função da idade avançada do nubente,salvo o fato de se tornar mais vulnerável psicologicamente ou emocionalmente, podendo, por isso, ser alvo fácil do famoso chamado ‘golpe do baú’(DINIZ 2013, p. 212).
Está então relacionada vulnerabilidade poderia ser atestado por um profissional especilista neste assunto, no caso o médico e não deduzir tudo isso por suposições, ou também poderia ser a pessoa reconhecida judicialmente como deficiente, na forma em que a lei de inclusão da pessoa com deficiência determina. Ou ainda, no caso em que em que o maior de setenta anos apresenta algum tipo de fragilidade que o impede de responder por seu patrimônio, deve então que este seja posto sobcuratela, ou mais além ser interditado. Nesta linha de pensamento, concordaram Gagliano e Pamplona Filho, no qual ambos também questionam a razão de um indivíduo com setenta anos poder presidir um país, e não ter o poder escolher o regime de bens de seu próprio casamento, sendo esta imposição apenas uma repercussão tão somente patrimonial. Sendo assim muito importante a compreensão dos autores, porque assim corrobora a absoluta capacidade do indivíduo com setenta anos de idade praticar seus atos, salvo prova em inverso, e expressam:
O que notamos é uma violência escancarada ao princípio da isonomia, por conta do estabelecimento de uma vedada forma de interdição parcial do idoso. Avançada idade, por si só, não é causa de incapacidade! Se existe receio de o idoso ser vítima de um golpe por conta de uma vulnerabilidade explicada por enfermidade ou deficiência mental, que seja instaurado o procedimento próprio de interdição, mas disso não se conclua em favor de uma inadmissível restrição de direitos, simplesmente por conta da sua idade. (GAGLIANO, PAMPLONA FILHO 2013, p. 327).
Pereira precentua que esta norma é discriminatória e fere importantes princípios constitucionais:
[...] esta regra não encontra justificativa econômica ou moral, pois que a desconfiança contra o casamento dessas pessoas não tem razão para subsistir. Se é certo que podem ocorrer esses matrimônios por interesse nestas faixas etárias, certo também que em todas as idades o mesmo pode existir. Trata-se de discriminação dos idosos, ferindo os princípios da dignidade humana e da igualdade (PEREIRA 2013, p. 215).
Até poque mesmo qua a pessoa prove que goza de excelente estado mental, a imposição da lei não é afastada. Neste sentido, as normas atuais deveriam então se atentar este fato. Pois esta imposição prevalece até mesmo para os individuos com a mesma idade e ainda sendo detentores de amplo patrimônio, como pontua Rodrigues (2013, p. 212):
É verdade que a proibição não se circunscreve apenas ao casamento de mancebo com sexagenária (hoje septuagenária), ou ao casamento de sexagenário (hoje septuagenário) com mulher jovem, casamentos esses em que, mais frequentemente, a busca de vantagem material se manifesta, porém abrange o casamento da mulher e do homem com mais de 60 anos (hoje 70 anos). Aliás, talvez se possa dizer que uma das vantagens da fortuna consiste em aumentar os atrativos matrimoniais de quem a detém. Não há inconveniente social de qualquer espécie em permitir que um sexagenário ou uma quinquagenária ricos se casem pelo regime da comunhão se assim lhes aprouver. (apud DINIZ, 2013, p. 212).
4.2 Da Posição Do Legislativo
Esta imposição referente o regime de separação legal de bens, no quesito da idade dos nubentes teve início no Código Civil Brasileiro do ano de 1916, em seu art. 258, parágrafo único, inciso II:
Art. 258. Não havendo convenção, ou sendo nula, vigorará, quanto aos bens entre os cônjuges, o regime de comunhão parcial. [...] Parágrafo único. É, porém, obrigatório o da separação de bens do casamento: [...] II - do maior de 60 (sessenta) e da maior de 50 (cinqüenta) anos; (DIAS, 2009).
O dispositivo supramencionado estabelecia como limite etário para escolher o regime de bens, a idade de 50 anos para as mulheres e de 60 anos para os homens, sendo fruto do tratamento discriminatório que era dispensado às mulheres à época, na qual apenas eram valorizadas por seus atributos de beleza e pelo seu potencial para serem “donas do lar”. Dessa forma, uma mulher maior de 50 anos não seria capaz de despertar o interesse de outro parceiro, porém o homem, sempre valorizado pela virilidade, somente perderia a capacidade de despertar um interesse feminino após os 60 anos. (DIAS, 2009).
Farias e Rosenvald (2011) também afirmam que o Código de 1916 era essencialmente patrimonialista e as pessoas eram tratadas em suas relações jurídicas como um sujeito de direitos patrimoniais. Assim, foi nesse contexto que o art. 1641 foi elaborado pelo Legislador, visando proteger o patrimônio e não a felicidade conjugal. Contudo, com o decorrer dos anos, esse dispositivo passou a ser criticado pela sociedade e o legislador, visando amenizar as críticas, acrescentou o art. 45, na Lei 6.515/1977, conhecida como “Lei do Divórcio”, com a seguinte redação:
Art. 45 - Quando o casamento se seguir a uma comunhão de vida entre os nubentes, existentes antes de 28 de junho de 1977, que haja perdurado por 10 (dez) anos consecutivos ou da qual tenha resultado filhos, o regime matrimonial de bens será estabelecido livremente, não se lhe aplicando o disposto no artigo 258, parágrafo único, nº II, do Código Civil. (FARIAS E ROSENVALD, 2011)
Esse dispositivo também não foi suficiente para reduzir as críticas direcionadas ao art. 258, II, pois apenas abrangia as pessoas que já vivessem em união estável por mais de 10 anos ou que já tivessem filhos e decidissem contrair matrimônio (BRASIL, 1916).
Já nos anos seguintes, os debates em torno de um novo Código Civil foram avançados e o Projeto de Lei Nº 634175 em seu art. 1.669, II, chegou a sugerir que fosse mantido o teor do art. 258, II do Código de 1916. (VELOSO, 1997). Porém, com a promulgação da Constituição Federal de 1988 e a consequente instauração de uma nova ordem alinhada com o princípio da igualdade entre homens e mulheres, o projeto do novo Código Civilista teve que ser revisto.
Portanto, em 2002, uma nova lei foi promulgada por meio da Lei nº 10 406, que mantinha a previsão de um sistema de propriedade baseado em padrões de idade, mas estabelecia a idade de 60 anos para homens e mulheres. Monteiro (2012) apontou que o senador Josaphat Marinho tem motivos para manter essa disposição no atual código civil, acreditando que é “prudência legislativa em favor das pessoas e de suas famílias, levando em consideração a idade dos casais recém-casados”.
Após a publicação do Código Civil de 2002, com a permanência da restrição aos sexagenários, - agora no art. 1641, II – novas críticas foram realizadas consubstanciando na apresentação de vários Projetos de Leis (PL) visando alterar o limite de 60 anos, entre eles: PL 4.944/2009 de autoria do Deputado Federal Osório Adriano pleiteando o aumento para 80 anos; o PL 6.594/2009 de autoria do Deputado Fernando Coruja sugerindo o limite de 70 anos; e o PL 108/2007 de autoria da Deputada Federal Solange Amaral, pleiteando o aumento da idade mínima para 70 anos.
Como resultado dessa movimentação legislativa, o Projeto de Lei 108/2007 foi aprovado e convertido na Lei 12.344/2010, alterando o art. 1641, II do Código Civil de 2002 e determinando a obrigatoriedade do regime da separação de bens no casamento para as pessoas maiores de 70 anos. Segue abaixo um trecho da justificativa mencionada no PL 108/2007:
Em decorrência dos avanços da ciência e da engenharia médica, que implicou profundas transformações no campo da medicina e da genética, o ser humano passou a desfrutar de uma nova e melhor condição de vida, resultando em uma maior longevidade. Tais mudanças induziram o legislador a aperfeiçoar o Código Civil de 1916, por intermédio da redação que substituiu o antigo Art. 256 pelo inciso II do Art. 1.641, que trata do Regime de Bens entre os cônjuges. Tal alteração estipulou que homens e mulheres, quando maiores de 60 anos, teriam, obrigatoriamente, de casar- se segundo o Regime de Separação de Bens. Hoje, no entanto,em pleno Século XXI, essa exigência não mais se justifica, na medida em que se contrapõe às contemporâneas condições de vida usufruídas pelos cidadãos brasileiros, beneficiados pela melhoria das condições de vida urbana e rural, graças aos investimentos realizados em projetos de saúde, saneamento básico, educação, eletrificação e telefonia. Iniciativas que se traduzem em uma expectativa média de vida, caracterizada pela higidez física e mental, superior a 70 anos. Em virtude dessa realidade, impõe-se seja alterado o inciso II do Artigo 1.641 do Código Civil Brasileiro, com o objetivo de adequá-lo a uma nova realidade, para que o Regime Obrigatório de Separação de Bens só seja exigível para pessoa maior de 70 anos (BRASIL Lei 12.344/2010, 2002).
Apesar de ao longo dos anos o Poder Legislativo apenas ter realizado modificações no sentido de preservar essa limitação à liberdade de escolha do regime de bens por meio do aumento do limite etário, vários foram os projetos de leis apresentados no Congresso Nacional visando revogar esse dispositivo do Código Civil Brasileiro por estar em dissonância com a Constituição Federal.
Nesse sentido, destaca-se o PL 4.945/2005 de autoria do Deputado Federal Antonio Carlos Biscaia, proposto ainda quando em vigor o limite de 60 anos e que atualmente encontra-se arquivado. O então Deputado pleiteou a revogação do art. 1641, II do CC/2002 justificando que este “é atentatório à dignidade humana dos mais velhos, que ficam impedidos de livremente escolher o regime de bens, ao se casarem, como punição pela renovação do amor”. Assevera ainda que tal imposição é incompatível com os arts. 1º, III, e 5º, I, X e LIV da Constituição Federal.
Também, atualmente arquivado, encontra-se o PL 209/2006, de autoria do Senador José Maranhão, no qual buscou a revogação do mencionado dispositivo afirmando que tal imposição constitui uma intervenção estatal abusiva na instituição familiar, além de ser discriminatória e ofensiva aos princípios da dignidade da pessoa humana e da liberdade de constituir família. Arremata afirmando que as causas para a mudança de tal dispositivo possui sede eminentemente constitucional e a suposição que uma pessoa “por ter atingido determinada idade tem sua capacidade de raciocínio e de discernimento comprometida, implica incorrer em patente discriminação, bem assim em ofensa ao princípio da dignidade humana”.
De outro norte, existem iniciativas legislativas que ainda encontram-se em fase de tramitação no Congresso Nacional, como, por exemplo, os Projetos de Lei 470 e 2285, ambos de 2007 e o PL 189/2015.
Nesse sentido, os dois primeiros projetos citados, sendo eles o Projeto de Lei 2.285/2007, de autoria do Deputado Federal Sérgio barradas carneiro e o Projeto de Lei 470/2013, de autoria da Senadora Lídice da Mata, propõem a criação de um Estatuto das Famílias o qual terá como objetivo revogar os artigos referentes ao Direito de Família do Código Civil atual e assim criar um microssistema, semelhante ao direito consumerista. Nesse contexto, ambos os projetos são apoiados pelo Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM) e propõem a supressão do art. 1641, II, fundamentando que tal dispositivo tem caráter discriminatório além de atentatório à dignidade dos cônjuges.
Já o PL 189/2015, de autoria do Deputado Federal Cleber Verde, traz uma ampla fundamentação em prol da revogação do art. 1641, II, do CC/2002. Entre seus principais argumentos, destacam-se a ofensa ao princípio da liberdade, da autonomia de vontade, da isonomia e da dignidade da pessoa humana. Assevera ainda que essa norma não foi recepcionada pela atual Constituição Federal, pois, nas palavras do Deputado:
Atribuir ao idoso condição de incapaz, impedindo-o de estipular sobre o Regime de Bens que vigorará em seu casamento viola o princípio da isonomia, da liberdade e da autonomia privada. Discriminar as pessoas em razão da autonomia privada. Discriminar as pessoas em razão da idade ofende o princípio da igualdade. Deduzir que aqueles acima de sessenta anos não são mais alvo de amor verdadeiro atenta contra a dignidade da pessoa humana. A norma que padece de vicio material de constitucionalidade termina por violar o princípio da razoabilidade. E, portanto, o artigo 1.641, em seu inciso II, não está em conformidade com uma hermenêutica voltada à eficácia dos direitos fundamentais, como é a hermenêutica contemporânea ( BRASIL PL 189/2015).
Conforme se depreende da exposição dos projetos de leis referidos, o Poder Legislativo se mostra favorável à revogação do art. 1641, II do Código Civil atual,
com fundamento na incompatibilidade com diversos dispositivos constitucionais, bem como com base na nova principiologia do Direito de Família, com a qual se mostra incompatível.
4.1 Do Entendimento Jurisprudencial
Além várias doutrinas os Tribunais também se opõe a esta imposição, o Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina se manifestou favoravél, como podemos analisar com o fundamento dado ao julgar Apelação Cível AC 575350 SC 2011.057535-0. Nessa oportunidade o relator do acórdão Luiz Fernando Boller fundamentou sua decisão afirmando que “a disposição legal que limita, pois, a liberdade de escolha do regime de bens do nubente maior de setenta anos de idade, além de revelar-sediscriminatória [...], também viola o princípio da dignidade da pessoa humana. [...]”. Segue abaixo a exposição da ementa desse julgamento:
TJ-SC - Apelação Cível AC 575350 SC 2011.057535-0 (TJ-S C) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - PROCEDIMENTO DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA - MODIFICAÇÃO DO REGIME MATRIMONIAL DE BENS - [...] - SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA DE BENS - PRETENDIDA MODIFICAÇÃO PARA O REGIME DE COMUNHÃO UNIVERSAL - INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA DO CÓDIGO CIVIL E DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL - CONCLUSÃO DE QUE A IMPOSIÇÃO DE REGIME DE BENS AOS IDOSOS SE REVELA INCONSTITUCIONAL - AFRONTA AO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA - LEGISLAÇÃO QUE, CONQUANTO REVESTIDA DE ALEGADO CARÁTER PROTECIONISTA, MOSTRA-SE DISCRIMINATÓRIA - TRATAMENTO DIFERENCIADO EM RAZÃO DE IDADE - MATURIDADE QUE, PER SE, NÃO ACARRETA PRESUNÇÃO DA AUSÊNCIA DE DISCERNIMENTO PARA A PRÁTICA DOS ATOS DA VIDA CIVIL - NUBENTES PLENAMENTE CAPAZES PARA DISPOR DE SEU PATRIMÔNIO COMUM E PARTICULAR, ASSIM COMO PARA ELEGER O REGIME DE BENS QUE MELHOR ATENDER AOS INTERESSES POSTOS - NECESSIDADE DE INTERPRETAR A LEI DE MODO MAIS JUSTO E HUMANO, DE ACORDO COM OS ANSEIOS DA MODERNA SOCIEDADE, QUE NÃO MAIS SE IDENTIFICA COM O ARCAICO RIGORISMO QUE PREVALECIA POR OCASIÃO DA VIGÊNCIA DO CC/1916, QUE AUTOMATICAMENTE LIMITAVA A VONTADE DOS NUBENTES SEXAGENÁRIOS E DAS NOIVAS QUINQUAGENÁRIAS - ENUNCIADO Nº 261, APROVADO NA III JORNADA DE DIREITO CIVIL, QUE ESTABELECE QUE A OBRIGATORIEDADE DO REGIME DE SEPARAÇÃO DE BENS NÃO SE APLICA QUANDO O CASAMENTO É PRECEDIDO DE UNIÃO ESTÁVEL INICIADA ANTES DE OS CÔNJUGES COMPLETAREM 60 (SESSENTA) ANOS DE IDADE - HIPÓTESE DOS AUTOS - APELANTES QUE CONVIVERAM COMO SE CASADOS FOSSEM NO PERÍODO COMPREENDIDO ENTRE 1964 E 2006, QUANDO CONTRAÍRAM MATRIMÔNIO - CONSORTES MENTALMENTE SADIOS - PARECER DA PROCURADORIA-GERAL DE JUSTIÇA NO SENTIDO DE SE ADMITIR A PRETENDIDA ALTERAÇÃO - SENTENÇA OBJURGADA QUE, ALÉM DE DENEGAR INDEVIDAMENTE A PRESTAÇÃO JURISDICIONAL, REVELA- SE IMPEDITIVA DO DIREITO DE ACESSO À JUSTIÇA - DECISUM CASSADO - REGIME DE BENS MODIFICADO PARA O DE COMUNHÃO UNIVERSAL - RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. (TJ-SC - AC: 575350 SC 2011.057535-0, Relator: Luiz Fernando Boller Data de Julgamento: 01/12/2011, Quarta Câmara de Direito Civil, Data de Publicação: Apelação Cível nº, de Criciúma) [grifo nosso].
Como mencionado acima, a lei se aplica não apenas aos casos de proteção dos direitos de herança, porque, no caso deste recurso envolvendo jurisprudência, a vida do casal parece ter sido casada por quarenta anos, e a lei permanece a mesma. Ainda é obrigatório, caso eu ache que deva ser mantido.
Nesta mesma linha, o Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo, tendo como relator o Desembargador Osório de Araújo Ramos Filho, onde manifestou suaimposição a norma em questão, e declarou inconstitucionalidade do inciso II, do artigo 1.641, do Código Civil Brasileiro (Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, segue o julgado.
TJ-ES – Incidente de Inconstitucionalidade Nº 2010107802 (TJ-ES) Data de publicação: 01/12/2010 Ementa: INCIDENTE DE INCOSNTITUCIONALIDADE - REGIME DE BENS - SEPARAÇAO LEGAL OBRIGATÓRIA - NUBENTE SEXAGENÁRIO - INCISO II, DO ART. 1.641, DO CÓDIGO CIVIL - DISPOSITIVO QUE FERE O DIREITO FUNDAMENTAL DO CÔNJUGE DE DECIDIR QUANTO À SORTE DE SEU PATRIMÔNIO DISPONÍVEL - PRESUNÇAO DE INCAPACIDADE POR IMPLEMENTO DE IDADE - INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA. - O disposto no inciso II, do art. 1.641, do CC exprime exigência legal que irradia afronta à dignidade humana abarcando sem critérios válidos cidadãos plenamente capazes e com extrema carga de experiência de vida, igualando-os às pessoas sem capacidade civil.(TJ-SE - IIN: 010107802 SE, Relator: DES. OSÓRIO DE ARAUJO RAMOS FILHO, Data de Julgamento: 17/11/2010, TRIBUNAL PLENO ) [grifo nosso].
Para fortalecer esse tema, o órgão especial do Tribunal de Justiça de Minas Gerais na época também reconheceu a inconstitucionalidade da lei - Art of the Times. O artigo 258, do Código Civil de 1916, item 2, do juiz José Antonino Baía Borges votou a favor do artigo como inconstitucional, pois violava princípios constitucionais, como igualdade e dignidade humana. Podemos analisar a redação do menu mencionada abaixo.
TJ-MG – Arguição de Inconstitucionalidade Nº 10702096497335002 (TJ- MG) Data de publicação: 21/03/2014 Ementa: INCIDENTE DE INCONSTITUCIONALIDADE - DIREITO CIVIL - CASAMENTO - CÔNJUGE MAIOR DE SESSENTA ANOS - REGIME DE SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA DE BENS - ART. 258, PARÁGRAFO ÚNICO DA LEI 3.071/16 - INCONSTITUCIONALIDADE - VIOLAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA IGUALDADE E DA DIGNIDADE HUMANA. – É inconstitucional a imposição do regime de separação obrigatória de bens no casamento do maior de sessenta anos, por violação aos princípios da igualdade e dignidade humana. (TJ-MG - ARG: 10702096497335002 MG, Relator: José Antonino Baía Borges, Data de Julgamento: 12/03/2014, Órgão Especial / ÓRGÃO ESPECIAL, Data de Publicação: 21/03/2014) [grifo nosso]
Diante das ementas acima citadas, os Tribunais de justiça brasileiros, quando são provocados a resolver litígios no qual se inclui o regime de separação obrigatória de bens, tanto na esteio do antigo Código Civil, como do novo Código Civil e atual estão manifestando decisões adequadas à alegação de inconstitucionalidade dessa lei. Neste sentido, vem também se manifestado favoravél a Poder Legislativo e a doutrina majoritária, como também já exposto nos tópicos anteriores. Entao se conclui, diante dos fundamentos expostos e, explanadamente, pelos fatos trazidos a baila por operadores da área do Direito, em especial os da área de Família, Desembargadores através de seus julgamentos em casos concretos e pela exposição do Poder Legislativo que o inciso II, da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil Brasileiro) sofre de vício de inconstitucionalidade material.
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa procurou apresentar a inconstitucionalidade do art. 1641, inciso II, do Código Civil de 2002, com sua imposição ao maior de setenta anos de idade a não ter o direito de escolha na questão de seu regime de casamento, alegando o legislador sobre proteção quanto ao patrimônio do nubente maior de 70 de anos.
No primeiro tópico buscou analisar a evolução do idoso, tanto na sua vida pessoal, quanto na profissional, e sua perspectiva de vida nos últimos anos. E também os ordenamentos jurídicos que busca a proteção do idoso.
No tópico seguinte explanou as espécies de regime de casamento, analisando quanto a necessidade ou não que cada uma espécie possui em relação a escritura de pacto antenupcial. Ademais ainda fez analise quanto ao artigo 1.639 parágrafo segundo na possibilidade da alteração do regime de casamento após já ter realizado a cerimônia, mediante autorização judicial.
Posteriormente breve analise dos princípios constitucionais no qual a presente norma lesiona, por isso a torna uma norma totalmente inconstitucional
No quatro tópico buscou demostrar a inconstitucionalidade do artigo 1.641, inciso II, do Código Civil Brasileiro de 2002, mediante posições doutrinarias, jurisprudenciais e legislativas.
Por fim, o presente artigo teve por finalidade demonstrar ao leitor através de fundamentos jurídicos o quanto esta norma se torna inconstitucional, no qual deveria ser revogada pois não merece ser mantida, por várias ocasiões, sendo uma das que mais deixa a sociedade confusa e pelo fato que tal proteção em excesso feri a dignidade da pessoa idosa de certa forma, levando a praticas cruel de discriminação e desigualdade.
REFERÊNCIAS
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BRASIL, LEI Código Civil. Lei nº 3.071, Brasília, DF. 1916.
BRASIL. Lei do Divórcio nº 6.515. Brasília, DF. 1977.
BRASIL. Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina. Apelação Cível. 575350. 2011.057535-0. Quarta Câmara de Direito Civil. Relator Luiz Fernando Boller.
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