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REVISÃO BCMOL I 1ª AF (02/03) Maria Diva C. Alves TEÓRICA AMINOÁCIDOS Apresentam no centro no carbono quiral (com quatro ligações distintas). Exceção: GLICINA (Gly) – grupo R é outro H. Alguns possuem enxofre e fósforo; São unidades formadoras de proteínas e neurotransmissores; Aminoácidos primários são os encontrados em todas as proteínas e compostos por apenas um aminoácido, já os não primários são compostos por mais de um, podem ser: Pré-sintéticos: formado antes da estruturação da proteína; Pós-sintéticos: formado depois da estruturação da proteína; O seu nome deriva da fonte na qual foi descoberto; Funções: Transporte; Precursores de hormônios; Síntese de proteínas (L); São enantiômeros, ou seja, possuem duas formas espaciais distintas. L: absorvida pelo corpo. D: outras funções. Classificação Apolar: hidrofóbico Polar: hidrofílico, possui ponte de H (O, N e S) • Sem carga • Com carga + (presença de NH2 no radical – diamínico) PROTONADA (+H) – básico Ganha elétrons - (presença de COOH no radical – dicarboxílico) DESPROTONADA (-H) – ácido Perde elétrons OBS. Tanto a amina como a carboxila são grupos ionizáveis. • Cisteína tem a possibilidade de formar pontes dissulfeto. • Metionina também contém enxofre. Aminoácidos aromáticos Possuem elétrons em ressonância (deslocados); Sempre são apolares; TRIPTÓFANO FENILALANINA TIROSINA Polaridade Exceção: a asparagina é APOLAR, pois não possui amina e sim amida!!!! AMIDA Hidroxilação: é a entrada de grupos hidroxilas que necessitam da ação auxiliar de enzimas específicas. Glicogênicos: formam glicose; Cetogênicos: formam corpos cetônicos; - LEUCINA Glicocetogênicos: formam ambos; TITULAÇÃO pKa Constante de equilíbrio de ionização; Quantidades equimolares da forma doadora e receptora de prótons. • pK1: desprotonação da carboxila α. • pK2: desprotonação da amina α. Obs. Quanto atinge, significa que 50% desprotonou. Ponto isoelétrico: carga igual à zero (média dos semelhantes); Precipita, fica insolúvel; Meio ácido: o aminoácido se comportará como base (+); Amino Meio básico: o aminoácido se comportará como ácido (-); Carboxila; ELETROFORESE: técnica utilizada para separação de substâncias com cargas diferentes. A (+): migra para o polo negativo; B (-): migra para o povo positivo; C (0): não migra; É usada para identificar doenças como anemia falciforme. Aminoácidos essenciais: nosso corpo não produz, precisamos obter através da alimentação; Aminoácidos não essenciais: nosso corpo produz; Obs. Tanto os peptídeos como as proteínas são formados pela união de aminoácidos por ligação peptídica. Grupo amino + grupo carboxila, liberando uma molécula de água (reação de desidratação); PEPTÍDEOS Estrutura de até 50 aminoácidos; Formados a partir de moléculas de cisteína, estabilizadas por pontes dissulfeto. Aspartame: adoçante artificial (2aa). Oxitocina: contração muscular uterina no parto (9aa). Vasopressina: antidiurético; controla a pressão sanguínea ao regular a contração da musculatura (9aa). Leucina encefalina: analgesia – age no SNC e na medula adrenal (5aa). Glutationa: proteção de radicais - SH de proteínas (3aa); Manutenção do Fe na hemoglobina; Dissipação do H2O2; Maioria das células; Gramicidina: antibiótico (10aa). Glucagon: aumento da glicose pelo fígado em jejum (29aa). Bradicidina: inibe inflamações nos tecidos (9aa). PROTEÍNAS Estrutura com mais de 50 aminoácidos; Resíduo de aminoácido: é um aa preso, contido em um peptídeo ou proteína. TIPOS DE ESTRUTURAS Primária: sequência de aa unidos por ligações peptídicas. Não tem angulação; Auxilia nas demais estruturas; Secundária: ligações de hidrogênio entre átomos da cadeia principal. α-hélice: aa próximos (3,6 aa de distância) β pregueada: aa distantes Terciária: conjunto de estruturas 3D, não necessariamente organizadas. Pontes dissulfeto (Cys): entre átomos da cadeia lateral. Interações hidrofóbicas: apolar com apolar; Atração eletrostática: + com -; Ligações de hidrogênio: entre neutros; Quaternária: protômeros (conjunto de estruturas terciárias). • Colágeno: encontrada na pele e no cabelo, tem função estrutural e garante elasticidade. • Queratina: principal proteína de pelos, cabelos, unhas, garras, chifres, cascos e a camada mais externa da pele. CLASSIFICAÇÃO Quanto à composição: Simples: apenas aa (apoproteína). Conjugada: aa + grupo prostético (haloproteína). Exemplos: • Glicoproteínas: mucina da saliva; • Cromoproteínas: pigmento como a clorofila; • Fosfoproteína: tem um ácido fosfórico; • Nucleoproteína: um ácido heterocíclico complexo; Quanto à quantidade de subunidade: Monoméricas: uma subunidade. Oligoméricas/Protoméricas: mais de uma subunidade. • Homoméricas: subunidades iguais; • Heteroméricas: subunidades diferentes; Quanto às funções: Estruturais: colágeno e queratina. Transportadoras: hemoglobina. Defesa: imunoglobinas. Movimento: actina e miosina. Catálise: enzimas. Controle/Regulação: insulina. Receptoras: células T e B no sistema imune. Quanto à forma: Globulares: proteínas funcionais. Fibrosas: proteínas estruturais (insolúvel em água); CARBOIDRATOS (GLICÍDIOS) • Biomolécula mais abundante na terra; • Glicose é a principal (armazenada pelo glicogênio); Funções: Energética (principal); Estrutural e sustentação; Sinalização; MONOSSACARÍDEO (estruturas simples) São pequenos (CnH2nOn), varia de 3-7 carbonos; Solúveis em água; Não sofrem hidrólise; Um átomo de carbono faz dupla ligação com um átomo de oxigênio (carbonila), os outros átomos de carbono estão ligados à grupos hidroxilas; Epímero: monossacarídeo onde da diferença da hidroxila é apenas um carbono; Aldeído + álcool = acetal Cetona + álcool = cetal Pode ser poli-hidroxialdeído ou poli-hidroxicetona; Obs. OLIGOSSACARÍDEO São solúveis em água; Necessitam ser quebrado na digestão; É a união de duas a dez moléculas de monossacarídeos; • Ligação glicosídica: formada pela perda de água. Maltose: glicose + glicose Lactose: glicose + galactose Sacarose: glicose + frutose POLISSACARÍDEO São carboidratos grandes, ás vezes ramificados, formado pela união de mais de dez monossacarídeos, geralmente hexoses; São insolúveis em água (não altera o equilíbrio osmótico da célula); • Homo: polissacarídeos iguais. • Hetero: polissacarídeos diferentes. A celulose é um polissacarídeo que não conseguimos digerir. Amido • Fonte de energias das plantas; • Usado na nossa alimentação; Glicogênio • Forma de energia que armazenamos no nosso organismo, principalmente no fígado; Ácido Hialurônico • Funciona na parede celular para dá rigidez a estrutura; ENZIMAS Proteínas globulares; Estrutura tridimensional; Proteínas especializadas na catálise de reações biológicas; Extraordinária especificidade e poder catalítico, muito superior aos catalizadores sintéticos; Catalisam praticamente todas as reações que caracterizam o metabolismo celular; Aceleração a velocidade de uma reação, sem participar dela como reagente ou produto; Não alteram o equilíbrio da reação; Funções: • Metabolismo. • Diagnóstico. • Terapêutica. O nível de enzima no sangue é um bom indicador em doenças como o infarto do miocárdio; Substrato: substância que vai ser reconhecida pela enzima e sobre ação enzimática. Sítio ativo: arranjo 3D especial dos aa de uma determinada região da molécula, geralmente complementao substrato. Quando a reação acaba, a enzima está inalterada e livre para catalisar novamente; NOMEMCLATURA Substrato (de acordo com a função metabólica) • Urease: catalisa a desaminação da ureia; • Arginase: catalisa a hidrólise da arginina; • Amilase: catalisa a hidrólise do amido; Reações • Oxidorredutores: catalisam reações de transferência de elétrons (reação de oxirredução); • Transferases: catalisam reações de transferência de grupamentos funcionais com grupo amina; • Hidrolases: catalisam reações de hidrólise de ligação covalente; • Liases: catalisam quebra de ligações covalentes e a remoção de moléculas de água, amônia e gás carbônico; Descarboxilases (saída de CO2). Desaminase (saída de NH3). Desidratase (saída H2O). • Isomerases: catalisam reações entre isômeros ópticos e geométricos; • Ligases: catalisam reações de formação de novas moléculas a partir da ligação entre duas já existentes, sempre custa energia (ATP); Fatores que alteram as enzimas: Condições do ambiente (temperatura, pH e concentração); Cofatores e coenzimas; • As substâncias inorgânicas e vitaminas ás vezes são necessárias para a atividade enzimática adequada; • A atividade catalítica de muitas enzimas depende da presença de pequenas moléculas denominadas cofatores; Ativador: íons inorgânicos que condicionam a ação catalítica das enzimas. Coenzima: moléculas orgânicas complexas. Não estão ligados permanentemente nas enzimas, mas na ausência deles, a enzima é inativa; PRÁTICA BIOSSEGURANÇA, EQUIPAMENTOS E VIDRARIAS Pra entrar no laboratório é necessário o uso de jaleco, luvas, touca, calça e sapato fechado; Sempre é preciso realizar a lavagem das mãos; Equipamentos: Pipeta Ponteira Amarela: menor, < 50µl Azul: maior, 50 - 100µl Cubeta 1000 µl 1 ml 100 µl 0,1 ml 10 µl 0,01 ml 1 µl 0,001 ml ESPECTROFOTÔMETRO • É um instrumento de análise capaz de medir e comparar a quantidade de luz absorvida, transmitida ou refletida em determinada amostra, seja ela solução, sólido transparente ou sólido opaco. • O resultado da espectrofotometria é dado por um gráfico que é conhecido com espectro e fornece informações de intensidade por comprimento de onda da fonte de luz. Quanto maior a absorvância, maior a concentração; DOSAGEM DE PROTEÍNAS TOTAL Lei de Lambert-Beer Regra de três com a concentração e a amostra que já é conhecido (padrão) com a amostra que medimos (teste), descobrimos a concentração nova. Ap – Cp At – Ct Valor de referência: 6 a 8 g/dl Soro: reagente de biureto (proteína) BRANCO: H2O (0,05 ml) + Biureto (2 ml) - zerar TESTE: Soro (0,05 ml) + Biureto (2 ml) PADRÃO: Padrão (0,05 ml) + Biureto (2 ml) Misturar e esperar 15 minutos; DOSAGEM DE GLICOSE BRANCO: Reagente de trabalho - RT (2 ml) - zerar TESTE: Soro (0,02 ml) + RT (2 ml) PADRÃO: Padrão (0,02 ml) + RT (2 ml) Ap – Cp At – Ct Banho Maria por 5 minutos (37°C, simulando a temperatura corporal). Normalidade: 65 – 110 mg/dl FOSFATASE ALCALINA Calcula a atividade enzimática. Valor de referência Adultos: 27 a 100 U/L Crianças e adolescentes até 16 anos: 75 a 390 U/L Valores elevados: cirrose, tumor primário, recuperação de fratura óssea, doença de Paget... Valores diminuídos: hipotireoidismo, desnutrição, doença celíaca... RT (2 ml) + Soro (20 ml) 1 minuto no banho Maria para homogeneizar (37°) Realizar quatro leituras de absorvância (A0, A1, A2 e A3) e encontrar seus deltas; Encontrar a média (dividindo por 4) e multiplicar pelo fator; CASOS CLÍNICOS LEUCINOSE Apgar: frequência cardíaca, respiração, tônus muscular, prontidão reflexa e cor da pele. Causa: o corpo não consegue metabolizar os aminoácidos de cadeia ramificada (VALINA – ISOLEUCINA – LEUCINA), acumulando-os no sangue. Obs. A ISOLEUCINA é responsável pela produção de células dérmicas; A LEUCINA é a principal; Sintomas: hipoatividade, perda de peso, crises convulsivas, sinais de edema cerebral, hipertonia (espasmos severos e rigidez muscular) e opistótono (eixo côncavo entre cabeça e coluna). Tratamento: dieta restrita desses aminoácidos, porém com cuidado, evitando restrição severa. HEMOGLOBINOPATIAS ANEMIA FALCIFORME É autossômica recessiva; Ocorre a troca de ADENINA por GUANINA, sintetizando a VALINA no lugar do ÁC. GLUTÂMICO; Hemoglobina S: produzida por indivíduos com anemia; Hemoglobina A: normal; Causa: alteração genética (gene com mutação) na qual as hemácias possuem o formato de foice. Sobrecarga no baço que está sequestrando as hemácias alteradas (acarretando em processos inflamatórios). Sintomas: as hemácias mutantes aderem em células endoteliais e causam vaso oclusão, diminuindo o fluxo sanguíneo e a concentração de O2 (causando acúmulo de CO2 – acidose); Podem ocorrer acidentes vasculares encefálicos por conta da vaco oclusão; Tratamento: transfusão sanguínea (deve ser evitada por causa das complicações) e uso de hidroxiuréia (que tem objetivo de resgatar a hemoglobina fetal que produzimos quando somos fetos). Diagnosticado pela eletroforese, pois quando um aminoácido é alterado interfere na sua carga. DIABETES É uma doença causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue e garante energia para o organismo. A insulina é um hormônio que tem a função de quebrar as moléculas de glicose (açúcar) transformando-a em energia para manutenção das células do nosso organismo. ALCAPTONÚRIA Causa: o corpo não consegue metabolizar a fenilalanina e tirosina, acumulando ácido (HGA). Obs. É uma doença autossômica recessiva. Sintomas: os tecidos conjuntivos tornam-se preto-azulados, artrite da coluna vertebral e articulações maiores, urina escura (HGA em excesso). Tratamento: dieta restrita desses aminoácidos, aumento do consumo de vitamina C.