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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO DE PEDAGOGIA ANA CAROLINA PEREIRA MALTA EDUCAÇÃO INCLUSIVA – UM ESTUDO SOBRE O AUTISMO JUIZ DE FORA - MG 2020 1 ANA CAROLINA PEREIRA MALTA EDUCAÇÃO INCLUSIVA – UM ESTUDO SOBRE O AUTISMO Projeto apresentado como exigência da disciplina PPE – Projeto Orientador(a): MARTA TEIXEIRA DO AMARAL MONTES JUIZ DE FORA - MG 2020 2 3 – Dê 5 espaços antes do início de cada parágrafo. 5- Transforme as diretas em indiretas, pois essas últimas demonstram que você leu e entendeu os textos utilizados. Nesta disciplina não há provas, logo, capriche no trabalho. Quando terminar, faça o upload desse arquivo no ambiente de entrega de trabalhos até a data disponível no sistema. 3 1. PROBLEMA – AUTISMO NAS ESCOLAS Esta pesquisa tem como objetivo estudar o autismo. Para tanto, reuniu-se o conhecimento articulado de importantes pesquisadores como Léo Kanner (1943) que foi quem identificou a síndrome, além de outros profissionais das áreas da educação. É uma síndrome cercada, por grande desconhecimento e muita discussão sobre as questões educacionais relacionadas. As experiências com estes indivíduos são diversificadas e direcionadas a muitas reflexões sobre as propostas práticas de profissionais que vêm trabalhando com sucesso e confrontando a precariedade do conhecimento sobre o autismo na realidade brasileira. Serão apresentados alguns esclarecimentos e propostas pedagógicas que se tornaram úteis ou não na formação, cuja possibilidade de trabalhar com crianças com autismo, se mostra problemático sem os recursos adequados. Espera-se que com este trabalho de pesquisa, seja possível modificar a forma de conceber o autismo, compreendendo as pessoas envolvidas, com suas semelhanças e peculiaridades, e buscando nas diferenças um meio de transformação. Este estudo promove ainda a reflexão sobre a importância de uma equipe multidisciplinar no dia-a-dia destes sujeitos. 4 2. O QUE É AUTISMO? O termo autismo foi inserido no contexto em 1907 por Eugen Bleuler psiquiatra alemão e era uma maneira de indicar a perda de contato esquizofrênico com a realidade. (GAUDERER, 1997, pág. 09) Autismo é uma inadequação no desenvolvimento que se manifesta de maneira grave, durante toda vida. É incapacitante, e aparece tipicamente nos três primeiros anos de vida. Acontece cerca de cinco entre cada dez mil nascimentos e é quatro vezes mais comum entre meninos do que meninas1. O autismo vem sendo estudado há seis décadas por cientistas e, mesmo nos dias atuais, permanecem dentro do próprio meio científico divergências e grandes questões por responder sobre esse distúrbio. Essa síndrome é uma doença crônica que tem seu aparecimento antes dos trinta meses de idade. Pode ocorrer em qualquer classe social e racial, com maior incidência em meninos. Para Klin e Mercadante (2007), os portadores dessa síndrome não sabem e nem se empenham para se relacionar com outras pessoas. A estrutura da sua mente se difere da nossa. A memória humana é cheia de curvas, ou melhor, é dotada de recursos. Por outro lado, a mente dos autistas é como se fosse uma reta, pois sua memória age de forma muito restrita. Esses indivíduos não têm astúcia, ou seja, não têm tendência para o mal. É como se eles penetrassem, involuntariamente, em um universo somente deles. Agem assim, porque lhes causa satisfação. O fato de não falarem, não significa que não entendem o que estão dizendo. De alguma forma, não conseguem estabelecer comunicação. Quando esses seres 1 (DEFINIÇÃO RESUMIDA DE AUTISMO DA “THE NATIONAL SOCIETY DOR AUTISTIC CHILDREN” USA-1978 apud Gauderer, 1997, p. 09). 5 humanos dão conta da sua síndrome, muitos deles como consequência tendem a ter depressão. Balançar as mãos e os braços são as formas que eles encontram para penetrarem ainda mais no mundo deles. Se os deixarem em paz, em seu cantinho, passam horas concentrados em seus pensamentos diante de um movimento circular de um CD, uma bola ou balançando em uma rede. Mas, deve-se fazer o inverso, não os deixando permanecer neste alienamento, deve-se estimulá-los incessantemente a sair de seu mundo. A maior parte dos casos dessa síndrome não é diagnosticada. Os especialistas precisam preparar-se para conseguirem reconhecer os sintomas. Não se sabe o número aproximado de autistas existentes em nosso país. Nogueira (2007), afirma que não costuma haver grandes variações de autismo de uma população para outra. Então, tanto nos EUA como no Brasil, a porcentagem seria mais ou menos a mesma. Acredita-se que exista aproximadamente um milhão de casos não detectados em nosso país. Conforme Gadia (2007), nos EUA, os médicos consideravam apenas os indivíduos que não tinham total capacidade de interação. Quando este mito foi alterado, a mídia tratou o autismo como uma “epidemia” dentro dos EUA. Já os ingleses levam os estudos sobre esta síndrome mais a sério do que os americanos. Indivíduos de várias partes do mundo saem à procura de vagas no hospital das clínicas de São Paulo para consultarem com o especialista Estevão Vadas. Segundo Fernandes (1996), grande número de autistas tem outra síndrome juntamente com essa, como por exemplo, a síndrome de Down, a cegueira, a surdez, ou até mesmo a esquizofrenia. Setenta por cento deles tem um atraso mental, porém quase todos adquirem a prática de se alimentar sozinhos, fazem uso do banheiro, dobram suas próprias roupas. Parece insuficiente, mas é muito vantajoso para a vida deles e de seus familiares. Existem pessoas diferenciadas, por exemplo, a estatura, há indivíduos muito altos e outros muito baixos, da mesma forma acontecem com indivíduos autistas, há 6 indivíduos com muito ou pouco autismo, ou seja, que são designados como autismo de alto ou de baixo funcionamento. Conforme Nogueira (2007), os indivíduos mais comprometidos são caracterizados como “baixo funcionamento” e os de menos comprometimento são denominados de “alto funcionamento”. Os de alto funcionamento expressam muito bem as palavras, sem um erro. Eles só não conseguem usar a linguagem como meio de contato social. O empecilho para a comunicação é o temor que eles têm ao toque e a falta de interesse. Eles podem falar horas e horas sobre dinossauros, desenvolvem grandes habilidades para música, relações matemáticas, ou determinado tempo histórico, mas não são capazes de cumprimentar os vizinhos. Mesmo os de baixo funcionamento, aprendem muitas coisas. Os mais capazes tem condições de levarem uma vida normal. Neste caso, é possível ter uma vida independente. Nogueira (2007), afirma que os autistas fazem uso de pequenas quantidades de palavras ao expressarem frases. A maior parte deles tem a aparência de uma pessoa dita normal, devido a esse quadro, elas recebem o tratamento de um indivíduo hiperativo. É muito comum no início, os pais deduzirem que seu (a) filho (a) é hiperativo. No entanto, quando descobrem que na verdade ele é autista, parece que o mundo acaba para eles. E o tempo que levam para aceitar, é um tempo longo e perdido. Por estas situações e outras, que o tratamento é retardado. Essas crianças não apresentam obstáculos na linguagem, porém, apresentam problemas no comportamento e interação. Esta síndrome poderá ocorrer no nascimento ou nos primeiros anos de vida da criança. 7 3. Objetivo Geral Descrever e analisar a forma de ensino as crianças autistas. Buscar a melhoria na qualidade do ensino-aprendizagem.8 4. Revisão Bibliográfica Como define Bosa (2002), a palavra Autismo vem do grego Autos que significa eu, ou próprio. Esta designação é usada porque as crianças possuidoras da síndrome passam por um estágio em que se voltam para si, e não se interessam pelo mundo exterior. Kanner (1943) foi o responsável por anunciar o transtorno autista, abrindo caminhos para outros estudiosos apontarem suas ideias sobre essa série de sintomas. O autor pré-citado acima, (1943, p. 12) descreve: “Compreender o autismo exige uma constante aprendizagem, uma (re)visão contínua sobre nossas crenças, valores e conhecimentos sobre o mundo e, sobretudo, sobre nós mesmos”. O Autismo infantil foi denominado como condição neuropsicológica, na década de quarenta, por Kanner, quando publicou um estudo com onze crianças, de idade variando dos dois aos onze anos, mostrando que o comportamento apresentado por elas formava um quadro patológico único, sem relato algum até o momento. Kanner ainda destacou o isolamento social em seus pacientes e analisou uma forte tendência destas crianças em realizar atividades repetitivas, comportamento sistemático, preservação da ordem dos objetos e de rotinas, falhas ao assumir posturas antecipatórias, inabilidade para usar a linguagem para a comunicação, ecolalia, reação de horror diante de barulhos com volume alto. O aspecto físico essencialmente normal, fisionomia inteligente e pensativa. Conforme a Classificação Internacional de Doenças (CID), o autismo foi classificado como um transtorno do desenvolvimento definido pela presença de desenvolvimento anormal e/ou comprometido que se manifesta antes da idade de três anos e pelo tipo característico de funcionamento anormal na interação social, comunicação e comportamento restrito e repetitivo. Podendo ser chamado de Transtorno Autista, Autismo infantil, Psicose Infantil ou Síndrome de Kanner. Ele concluiu que a síndrome era causada por pais altamente intelectualizados, pessoas emocionalmente frias e com pouco interesse nas relações humanas da 9 criança. Assim Kanner e muitos outros médicos acreditavam que na origem desta desordem estaria uma falta de ternura e de calor humano por parte dos progenitores. Também foi confundido com outro distúrbio chamado de Transtorno de Asperger. As crianças analisadas pelo pediatra austríaco Hans Asperger, no ano de 1944 em Viena, apresentavam prejuízo social marcado, assim como as descritas por Kanner (1943). No entanto, Asperger acreditava que elas eram diferentes das crianças com autismo na medida em que não eram tão perturbadas, demonstravam capacidades especiais, desenvolviam fala altamente gramatical em uma idade precoce, não apresentavam sintomas antes do terceiro ano de vida e tinham um bom prognóstico. Hoje em dia sabe-se que o transtorno de Asperger se diferencia do autismo essencialmente pelo fato de que não é acompanhado de retardo ou deficiência de linguagem ou de desenvolvimento cognitivo. Desde a descrição original de Kanner em 1943, não houve a possibilidade até hoje de fechar as causas, ou seja, as razões, os motivos dessa multiplicidade de sintomas, ou melhor, até o momento o transtorno autista não pôde ser explicado. Chegou-se à conclusão que as pesquisas desenvolvidas nas áreas da medicina não cessam, devido ao tratamento dos indivíduos autistas estarem comprometidos com vários profissionais como: psiquiatras, neurologistas, psicopedagogos, terapeutas e outros. Esses especialistas se encontram sempre em uma constante busca de respostas. É essencial fazer a determinação dessa síndrome antecipadamente pelos seus sintomas. No passado, supunham-se que o autismo era causado pela frieza dos pais para com os filhos(as). Hoje esta hipótese é considerada um mito, sendo uma suposição descartada. Observou-se que em relação ao gênero (masculino e feminino), o sexo masculino é mais afetado com a síndrome do autismo do que o feminino. São de três a quatro meninos para cada uma menina. O índice de autistas é muito pequeno, porém essa síndrome não escolhe cor, situação financeira. Logo, qualquer família está sujeita a ter um autista fazendo parte do seu grupo familiar. 10 Outro fator relevante ao se falar de indivíduos autistas, é que será sempre preciso detectar mais de uma característica num indivíduo para se chegar a um laudo de autismo. Os autistas podem ser felizes como qualquer outro indivíduo, só depende de seus pais ou dos seus responsáveis aceitá-los e amá-los intensamente. No Brasil, os pais de autistas podem escolher se desejam matricular seus filhos em uma escola especializada ou numa escola regular. Conclui-se que a escola com educação inclusiva, não seria a melhor opção para crianças autistas, pois para lidar com essas crianças, precisa-se de docentes capacitados. Sem contar que o pai, ao procurar por uma vaga numa escola “normal”, provavelmente, encontrará vários empecilhos vindos dos profissionais da instituição, porque necessariamente eles dependem de um atendimento individualizado por causa de comprometimento sócio- comportamental que apresentam. 11 5. Referências bibliográficas BAPTISTA, Cláudio Roberto; BOSA, Cleonice. Autismo e Educação: reflexões e propostas de intervenção. Porto Alegre: Artimed, 2002. FERNANDES, Fernanda Dreux Miranda. Autismo Infantil: Repensando o enfoque fonoaudiólogo. São Paulo: Lovise, 1996. GADIA, Doutor Carlos. Um novo olhar sobre o autismo. Época, São Paulo, n. 17, p. 78, Jun. 2007. GAUDERER, Christian. Autismo e outros atrasos do desenvolvimento: Guia prático para pais e profissionais. Rio de Janeiro: Revinter, 1997. KANNER, L. Kanner, L. (1943). Autistic disturbances of affective contact. IN: BAPTISTA, Cláudio Roberto; BOSA, Cleonice. Autismo e Educação: reflexões e propostas de intervenção. Porto Alegre: Artimed, p. 22, 2002. KLIN, Ami. MERCADANTE, Marcos T. Autismo e transtornos invasivos do desenvolvimento. Revista Brasileira de Psiquiatria. 03/05/2007. Disponível em: <http://saci.org.br/index.php?modulo=akemi¶metro=19718>. Acessado em 10 set. 2020. NOGUEIRA, Tânia. Um novo olhar sobre a autismo. Época, São Paulo, n. 17, p.76- 85, Jun.2007. SAUVAGE, D. Um novo olhar sobre a autismo. Época, São Paulo, n. 17, p.80, Jun.2007.
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