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02 Introdução à Administração em Bibliotecas

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Prévia do material em texto

Introdução à Administração em 
Bibliotecas 
Antônio de Souza Silva Júnior 
 
Curso Técnico em Biblioteconomia 
Educação a Distância 
2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXPEDIENTE 
 
 
Professor Autor 
Antonio de Souza Silva Jr 
 
Design Instrucional 
Deyvid Souza Nascimento 
Maria de Fátima Duarte Angeiras 
Renata Marques de Otero 
Terezinha Mônica Sinício Beltrão 
 
Revisão de Língua Portuguesa 
Letícia Garcia 
 
Diagramação 
Izabela Cavalcanti 
 
Coordenação 
Hugo Carlos Cavalcanti 
 
Coordenação Executiva 
George Bento Catunda 
 
Coordenação Geral 
Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra 
 
 
 
 
Conteúdo produzido para os Cursos Técnicos da Secretaria Executiva de Educação 
Profissional de Pernambuco, em convênio com o Ministério da Educação 
(Rede e-Tec Brasil). 
 
Dezembro, 2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
S586i 
 Silva Júnior, Antônio de Souza. 
Introdução à Administração em Bibliotecas: Curso 
Técnico em Biblioteconomia: Educação a distância / Mariana 
Melo. – Recife: Secretaria Executiva de Educação Profissional 
de Pernambuco, 2016. 
59 p.: il. 
 
Inclui referências bibliográficas. 
 
1. Educação a distância. 2. Biblioteca - Administração. 3. 
Biblioteca - Planejamento. I. Silva Júnior, Antônio de Souza. II. 
Título. III. Secretaria Executiva de Educação Profissional de 
Pernambuco. IV. Rede e-Tec Brasil. 
 
 CDU – 025 
 
Catalogação na fonte 
Bibliotecário Hugo Carlos Cavalcanti, CRB4-2129 
 
 
 
 
Sumário 
Introdução ........................................................................................................................................ 4 
1.Competência 01 | Compreender os fundamentos das Teorias Clássicas de Administração ............. 5 
2.Competência 02 | Compreender os fundamentos das Teorias Contemporâneas da Administração
 ........................................................................................................................................................ 21 
3.Competência 03 | Conhecer o Planejamento Estratégico: Missão, Objetivo e Valores nas 
Organizações ................................................................................................................................... 35 
4.Competência 4 | Compreender as Teorias Comportamentais na Organização .............................. 47 
Conclusão ........................................................................................................................................ 57 
Referências ..................................................................................................................................... 58 
Minicurrículo do Professor .............................................................................................................. 59 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4 
Introdução 
A partir de agora iniciaremos nosso estudo sobre a disciplina de Introdução à Administração em 
Bibliotecas. Alguns de vocês podem até estar se perguntando: por que estudar administração se o 
curso é Técnico em Biblioteconomia? Em que este assunto me será válido? 
Pois bem, o estudo desta disciplina tem o caráter importante. As bibliotecas são organizações e 
como tais devem ser geridas. Neste sentido, as teorias e práticas administrativas se encaixam neste 
ambiente organizacional. 
Para discutir sobre este assunto, na primeira competência abordaremos sobre os Fundamentos das 
Teorias Clássicas de Administração, a fim de saber as primeiras ideias e como elas foram 
implementadas nas organizações. Na segunda competência, estudaremos os fundamentos das 
Teorias Contemporâneas de Administração e debateremos como as teorias e práticas 
administrativas evoluíram para o que conhecemos hoje. Na terceira competência, veremos o 
planejamento estratégico, como ferramenta de gestão administrativa através da missão, objetivo e 
valores nas organizações. Por fim, compreenderemos as teorias comportamentais na organização e 
o papel do técnico em biblioteca para este contexto. 
Convido todos para este estudo! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 5 
1.Competência 01 | Compreender os fundamentos das Teorias Clássicas 
de Administração 
Você já assistiu ao filme “Tempos Modernos” de Charlie Chaplin, lançado em 1936? 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 - Cartaz do Filme “Tempos Modernos” 
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Tempos_Modernos 
Descrição: Cartaz do filme “Tempos Modernos” com o desenho do ator Charlie 
Chaplin em pé manuseando duas chaves de energia 
 
Se ainda não o assistiu, assista! 
www.youtube.com/watch?v=0gY0JR6s38g 
 
Este filme ajuda a ilustrar muito do que vamos discutir nesta competência. Chaplin, na sua 
genialidade, retrata a industrialização americana vivida naquele momento. A luta das grandes 
corporações em aplicar os preceitos da administração clássica para aumentar sua produção e, 
consequentemente, suas vendas. Mas, como isto tudo aconteceu? 
Devido à intensificação do comércio, a partir do século XVII, os indivíduos passaram a abandonar o 
 Competência 01 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tempos_Modernos
 
 
 
 
 
 
 
 
 6 
trabalho nos campos agrícolas, especialmente quem tinha uma habilidade de produção, como os 
mestres-artesãos, padeiros, ourives, carpinteiros, tecelões, entre outros. Esses profissionais abriram 
pequenos negócios. As oficinas de trabalho eram montadas na própria moradia. Estes pequenos 
produtores eram donos da matéria-prima e das ferramentas utilizadas no trabalho. 
 
 
 
 
 
Figura 2 - Oficina de mestre artesão 
Fonte: http://cienciasnaturaisdinamica.blogspot.com.br/ 
Descrição: em uma sala, com muitos materiais de sapataria, em volta da mesa há dois homens 
sentados em duas cadeiras trabalhando manualmente, enquanto ao lado deles um garoto, em 
pé, engraxa uma bota preta. 
Pouco a pouco, para ajudar na produção, ajudantes e aprendizes começaram a ser contratados. 
Nestas oficinas, cada trabalhador era responsável por todo o processo produtivo. A produção era 
artesanal. Do início ao fim da produção de um produto, poucas pessoas participavam. As relações 
entre patrão e empregado eram informais, a ponto do mestre ajudar na formação do seu aprendiz 
para que este, no futuro, também abrisse seu negócio. 
Com o passar do tempo, a economia de mercado, através do comércio, foi se consolidando e o 
preço dos produtos migrou do preço “justo” para o preço de mercado. O comércio passou a visar o 
lucro. 
 
 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 7 
VOCÊ SABIA? 
 
O conceito de preço “justo” é retratado nesta época quando os comerciantes guiavam seus 
negócios guiados por fortes valores cristãos. Neste tempo a Igreja Católica condenava os 
lucros exorbitantes. Assim, as corporações de ofício formavam seus preços de acordo com a 
soma da matéria-prima e da mão de obra empregada na obtenção da mercadoria. 
Acesse o link http://brasilescola.uol.com.br/historiag/a-usura-justo-preco.htm e saiba mais. 
Mas, com a abertura dos negócios dos antigos aprendizes, aumentou também a concorrência. 
E, para manter o monopólio, os mestres-artesãos limitaram cada vez mais a passagem de 
aprendizes ao grau de mestre o que reduziu e muito a abertura de pequenos 
estabelecimentos autônomos. Isso fez com que houvesse a concentração do mercado em 
torno de algumas indústrias manufatureiras. Esse contexto permitiu o acontecimento da 
Revolução industrial e a organização das primeiras fábricas. No período de 1840 a 1873, a 
Inglaterra surgia como maior potência econômica, em especial na construção frenética de 
estradas de ferro e exportação de carvão, ferro e aço. 
 
 
 
 
 
 
Figura 3 - Máquina a vapor 
Fonte: www.fem.unicamp.br/ 
Descrição: A figura retrata um desenho de uma máquina a vapor do século 19 
 
 
 
VOCÊ SABIA? 
 
A Revolução Industrial surgiu na Inglaterra através dodesenvolvimento de máquinas a vapor 
para aprimorar a produção. Com isso, a produção de mercadorias aumentou, assim como os 
lucros dos empresários. As fabricas começaram, então, a se espalhar pela Inglaterra, já que o 
comércio era uma importante base da economia. Logo, a burguesia inglesa começou a 
aperfeiçoar suas máquinas e a investir nas indústrias. Os camponeses que foram trabalhar nas 
fábricas formaram uma nova classe social: o proletariado. 
Saiba mais em www.infoescola.com/historia/revolucao-industrial/ 
 
 Competência 01 
http://brasilescola.uol.com.br/historiag/a-usura-justo-preco.htm
http://www.infoescola.com/sociologia/classes-sociais/
http://www.infoescola.com/sociologia/proletariado/
 
 
 
 
 
 
 
 
 8 
Porém, na contramão do crescimento das fábricas, para os trabalhadores havia salários irrisórios, 
turnos de trabalho de até 16 horas, condições precárias e exploração do trabalho infantil. Isso tudo 
fez eclodir várias revoltas por partes dos trabalhadores. 
Este contexto se consolidou na Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918). Com a Inglaterra envolvida 
territorialmente nesta, os Estados Unidos começaram a exportar para os países europeus, o que 
impulsionou e muito sua economia a ponto deste país se tornar a principal potência econômica 
mundial. 
 
 
 
 
 
Figura 4 - Homens na trincheira 
Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/ 
Descrição: em uma trincheira típica da primeira guerra mundial vários soldados posam para 
fotos, alguns deles estão feridos. 
 
 
 
VOCÊ SABIA? 
 
A Primeira Guerra Mundial ocorreu entre os anos de 1914 e 1918 e nenhuma das guerras 
europeias que a precederam havia assumido dimensões tão catastróficas. Esta guerra ficou 
marcada pela mudança do conceito de guerra, com o uso de novas armas com alto poder 
destrutivo, como bombas, aviões, tanques e metralhadoras. A guerra de posição, marcada 
pelo uso das trincheiras, tornou-se um símbolo da Primeira Guerra. Os milhões de mortos ao 
longo dos cinco anos de guerra expuseram o potencial catastrófico. O ano de 1917 marcou a 
entrada dos Estados Unidos. 
Saiba mais em http://brasilescola.uol.com.br/historiag/primeira-guerra.htm 
 
 Competência 01 
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/
http://brasilescola.uol.com.br/historiag/a-vida-nas-trincheiras.htm
 
 
 
 
 
 
 
 
 9 
 
 
Ainda antes do início da Guerra, as fábricas praticavam as relações informais e sistemas de 
produção em que cada trabalhador era responsável por todo o processo produtivo. Frederick 
Taylor, um engenheiro americano, acreditava que este tipo de processo impactava negativamente 
na produtividade das fábricas. Ele, então, escreveu sobre o que ele chamou de “Administração 
Científica”, que foram as primeiras ideias administrativas então publicadas. O marco foi no início do 
século XX, através do livro “Princípios de Administração Científica”, em 1911, e a obra 
“Administração Geral e Industrial”, de 1916, escrita por Henri Fayol. Estes são os pioneiros do que 
chamamos de racionalização do trabalho. A importância do gestor é bastante destacada nesta 
teoria, uma vez que ele precisa planejar todo o processo de produção. 
 
 
 
 
 
Figura 5 - Livros clássicos da administração 
Fonte: https://www.estantevirtual.com.br/fundamentallivros/Frederick-Winslow-Taylor-
Pricipios-de-Administracao-Cientifica-328829605 e http://produto.mercadolivre.com.br 
/MLB-782789595-livro-administraco-industrial-e-geral-henri-fayol-_JM 
Descrição: Foto da capa dos livros de Taylor, Princípios da Administração Científica, e do 
de Fayol, Administração Industrial e Geral. 
 
 
A função primordial do gestor é determinar a única maneira certa de executar o trabalho, 
com eficiência, tanto em relação à estrutura interna quanto em relação aos movimentos 
realizados pelos funcionários. 
 
E qual é a relação entre a Primeira Guerra Mundial e a Economia Mundial? 
 
 Competência 01 
https://www.estantevirtual.com.br/fundamentallivros/Frederick-Winslow-Taylor-Pricipios-de-Administracao-Cientifica-328829605
https://www.estantevirtual.com.br/fundamentallivros/Frederick-Winslow-Taylor-Pricipios-de-Administracao-Cientifica-328829605
 
 
 
 
 
 
 
 
 10 
Pois é, nesta escola o gestor deveria estudar os movimentos necessários à sua execução de modo a 
simplificá-los e reduzi-los ao mínimo. Então, eram estabelecidos movimentos e tempos-padrão. Aos 
operários cabia apenas executar o trabalho da mesma forma em que ele foi treinado. Sem 
discussão. 
Isto acontecia porque se tinha a crença de que o ser humano é um ser eminentemente racional e 
que, ao tomar uma decisão, conhece todos os cursos de ação disponíveis, bem como suas 
consequências. Por essa razão, ele pode escolher sempre a melhor alternativa e maximizar os 
resultados de sua decisão. Ou seja, se o gestor tinha dentro dele a capacidade de refletir e decidir 
sobre a melhor maneira de se realizar uma tarefa, o funcionário não precisaria “pensar”, apenas 
“executar”. 
Para garantir que o funcionário executasse tal qual determinado, existia a figura do supervisor, que 
monitorava a produção. Para ser mais eficiente neste monitoramento, ele era responsável por um 
grupo pequeno de funcionários. O supervisor seguia, detalhadamente, o trabalho dos subordinados 
em todas as suas fases. 
A Administração Científica pregava que quanto mais dividido for o trabalho, mais eficiente será a 
empresa. O trabalho, então, era dividido de forma que cada funcionário executava apenas uma 
tarefa. E se especializava nesta, como apertador de parafusos, por exemplo. Como o sistema era 
volante, o funcionário se posicionava no seu lugar e passava todo seu expediente apertando os 
parafusos dos componentes que via pela esteira, aproveitando o exemplo anterior. 
Para incentivar o funcionário a produzir cada vez mais utilizava-se o incentivo monetário em que se 
pagava mais àquele que produzisse mais. 
O principal aplicador destas técnicas foi Henry Ford através do Fordismo. 
 
Sobre o Fordismo você pode saber mais assistindo a este vídeo 
www.youtube.com/watch?v=al9AZjSbIF8 
 
 Competência 01 
http://www.youtube.com/watch?v=al9AZjSbIF8
 
 
 
 
 
 
 
 
 11 
Você viu agora há pouco que na Administração Científica o gestor precisava planejar todo o 
processo produtivo, identificando a única maneira certa de se realizar uma tarefa. Pois bem, 
baseado nesta perspectiva, a empresa WE realizou alguns estudos na fábrica de equipamentos 
telefônicos de Hawthorne, a partir de 1923. Esses estudos tinham por objetivo identificar os efeitos 
da intensidade de luz na produtividade dos funcionários. 
 
Se quiser saber mais sobre a experiência de Hawthorne acesse: 
www.administradores.com.br/artigos/cotidiano/a-importancia-da-experiencia-de-
hawthorne-para-a-administracao/64266/ 
 
Acreditava-se que a eficiência seria influenciada por movimentos dispendiosos e ineficientes, fadiga 
e deficiência do ambiente físico, como no caso da iluminação. Os resultados foram surpreendentes, 
pois o esperado era que diante da diferença de iluminação houvesse diferença no nível de 
produtividade. À medida que a iluminação variasse, a produtividade também sofreria variação. 
Todavia, a variação da produção não acompanhou a variação da iluminação. Os operários passaram 
a produzir mais, independentemente da variação de iluminação 
A surpresa foi que como os funcionários eram vistos como parte da máquina, pois não pensavam só 
executavam, e seus sentimentos também eram ignorados, imaginava-se que a produção cairia. 
Esse contexto foi o limite que hoje conhecemos entre as teorias Clássicas de Administração e a 
Escola de Relações Humanas. Neste ponto, o psicólogo industrial Elton Mayo chegou à conclusão de 
que a produtividade dos trabalhadores era determinada por padrões e comportamentos informais 
estabelecidos pelo grupo de trabalho. Esses padrões e comportamentos são influenciados por 
elementos que os funcionáriostrazem em sua cultura e também em hábitos próprios, que refletem 
características de sua socialização. Foi visto que o indivíduo é condicionado pelo sistema social e 
pelas demandas de ordem biológica. Assim, todo indivíduo possui necessidades de segurança, 
afeto, aprovação social, prestígio e autorrealização. A reunião em grupos visa atender necessidades 
de segurança, aprovação social e afeto. 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 12 
A esta reunião chamou-se de grupos informais que eram um conjunto pequeno de indivíduos e que 
se comunicavam direta e frequentemente. E surgiam quando as interações informais entre 
determinados indivíduos começam a se intensificar. 
 
 
 
Com isso, foi possibilitada uma maior participação dos funcionários quanto à decisão que desse 
origem à tarefa que devesse executar. Havia certa liberdade de opinar sobre o próprio trabalho, 
contribuindo para o seu aperfeiçoamento. E, ao invés do controle por supervisão, como visto na 
administração científica, o controle era por resultados obtidos. 
 
 
 
 
Caro (a) aluno (a), você pode observar que tanto na Escola Clássica quanto na Escola de Relações 
Humanas o foco era nos procedimentos de produção e, posteriormente, nas relações informais. 
Mas, com o tempo, observou-se que essas questões provocavam uma discrepância entre o modelo 
oficial e as práticas informais, ou seja, não se respeitava a formalidade, mas sim as decisões eram 
tomadas em função da afetividade entre os indivíduos. Isto gerava problemas dentro das 
organizações. 
Nesse sentido, a partir das ideias de Max Weber, a burocracia foi trazida para a vivência 
organizacional. Mas, calma, não pense que foi o início dos problemas da organização, uma vez que 
Organização informal: não prevista em regulamentos e 
organogramas. Tinha caráter espontâneo e extraoficial. 
 
E, para motivar os indivíduos, o foco sairia do incentivo 
financeiro para o incentivo psicossocial. Onde se 
estimularia o contato dos indivíduos entre os grupos. 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 13 
tanto se critica a burocracia, até hoje. 
 
 
 
 
 
Figura 6 - Max Weber 
Fonte: www.estudoadministracao.com.br/ 
Descrição: Retrato de Max Weber 
 
 
 
VOCÊ SABIA? 
 
O alemão Max Weber, representado na figura acima, sociólogo, foi um dos mais importantes 
pensadores da nossa era, elaborou um conceito de burocracia baseado em elementos 
jurídicos do século 19, para indicar funções da administração pública, que era guiada por 
normas, atribuições específicas, esferas de competência bem delimitadas e critérios de 
seleção de funcionários. 
Para saber mais acesse http://educacao.uol.com.br/disciplinas/sociologia/burocracia-max-
weber-e-o-significado-de-burocracia.htm 
 
A Escola Estruturalista teve o foco de melhorar os processos organizacionais internos. Esse 
movimento partiu do pressuposto de que a organização é composta de diversas partes que devem 
trabalhar em conjunto para o alcance do resultado da organização. 
Os principais objetivos com isto eram sobrepor a lógica científica sobre a lógica mágica, mística ou 
intuitiva, utilizar metodologias racionais visando ao aprimoramento dos processos de produção e 
profissionalização das relações de trabalho. 
 
 Competência 01 
http://www.estudoadministracao.com.br/
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/sociologia/burocracia-max-weber-e-o-significado-de-burocracia.htm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/sociologia/burocracia-max-weber-e-o-significado-de-burocracia.htm
 
 
 
 
 
 
 
 
 14 
Você pode aprofundar seus estudos lendo diretamente a obra de Weber em 
www.cfa.org.br/servicos/publicacoes/o-que-e-a-
burocracia/livro_burocracia_diagramacao_final.pdf 
 
 
Na sua essência a burocracia tenta evitar a arbitrariedade, o confronto entre indivíduos e grupos e 
os abusos de poder. Seu principal objetivo é o de organizar a atividade humana, de modo justo, 
para o atingimento das metas organizacionais. 
Para isso, promovia os seguintes aspectos: 
 Existência de funções definidas e competências rigorosamente determinadas por leis e 
regulamentos; 
 Os membros da organização têm direitos e deveres delimitados por regras e regulamentos; 
 Existe uma hierarquia definida por regras explícitas e as prerrogativas de cada cargo e 
função são definidas legalmente 
 O recrutamento é feito por regras previamente estabelecidas, garantindo-se a igualdade na 
contratação; 
 Remuneração deve ser igual para o exercício da cargos e funções semelhantes; 
 O avanço na carreira deve ser regulado por normas; 
 Há uma separação completa entre a função e as características pessoais do indivíduo que a 
ocupa. 
Veja que os aspectos apresentados visam dar justiça e igualdade nas relações entre os indivíduos na 
organização. 
Você percebeu que as escolas anteriores não falavam em conflitos. Por quê? Por que para estas o 
conflito deveria ser negado, já que existia uma única melhor maneira de se realizar uma tarefa e 
caberia ao gestor a função de planejar esta realização. Ao funcionário caberia apenas a sua 
E por que a Burocracia? 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 15 
execução. Mas, a Escola Estruturalista entende que há diversas maneiras de se realizar uma 
atividade. Assim, o conflito entre grupos é um processo social fundamental e pode ser usado como 
elemento propulsor do desenvolvimento, uma vez que na discussão as ideias podem ser 
melhoradas. Caberia ao gestor administrar estes conflitos de forma que estes se mantenham no 
âmbito das ideias e não sejam levados para o lado pessoal. 
E sobre a motivação dos funcionários? Você pode estar se perguntando. 
A Escola Estruturalista juntou os dois incentivos anteriores, monetários e psicossociais. Pois, 
entende que o ambiente organizacional, o clima de trabalho, além da questão financeira, são 
importantes para a motivação humana. 
 
 
 
 
Vale lembrar que a Escola Estruturalista trouxe para o conhecimento dos gestores a ideia de que o 
todo é formado por diversas partes. Estas partes, então, devem estar integradas para o atingimento 
do objetivo da organização. 
 
 
 
 
 
Incentivos Mistos = Incentivos Monetários + Incentivos 
Psicossociais 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 16 
 
 
 
 
 
 
Figura 7 - O todo organizacional e suas partes 
Fonte: O autor (2016) 
Descrição: várias elipses estão em volta da palavra “Organização”, cada uma com a palavra Marketing, Recursos 
Humanos, Finanças, Pesquisa e Produção. 
 
 
A Biblioteca é uma unidade de informação que precisa ser gerida. Gerir esta unidade é muito mais 
do que gerenciar seus acervos. É estudar as necessidades dos usuários, os processos de compra e 
permuta de livro, os processos técnicos, os processos de empréstimo, os processos de gestão de 
pessoas e muito mais. 
A gerência não pode se limitar apenas aos acervos e empréstimos. É preciso entender a quem a 
biblioteca atende, quais os principais serviços oferecidos em função dos seus usuários e criar um 
ambiente em que estes se sintam acolhidos e nada falte. 
O papel do técnico em biblioteconomia é fundamental para dar este suporte à gestão, também nas 
atividades administrativas. Muitas bibliotecas enfrentam problemas neste aspecto. Abaixo é 
possível ler estas reportagens que representam exemplos do que estamos conversando. 
 
 
 Marketing 
 Produção 
 Pesquisa 
Recursos Humanos 
 Finanças 
Organização 
E o que todas estas teorias administrativas têm haver com a Biblioteca? 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mesmo bem-aparelhada, Biblioteca Nacional é prejudicada pela burocracia 
 
Ela já foi um monumento vazio em meio à agitação constante da Esplanada dos Ministérios. 
Hoje, um ano e quatro meses depois de abrir as portas, a Biblioteca Nacional de Brasília ainda 
não segue o padrão das demais, com incontáveis estantes forradas de encadernações de todas ascores, tamanhos e texturas. Lá dentro, ainda impera o silêncio sepulcral de jovens estudando, 
concentrados. É possível ver exposições no hall do segundo andar, participar de cursos no 
auditório, usar um dos 51 computadores disponíveis, levar as crianças para brincar no espaço 
infantil ou simplesmente se encantar com os corredores envidraçados, que revelam as formas 
exuberantes do centro da cidade. Ler e fazer pesquisas, porém, é complicado, a não ser que o 
leitor tenha levado o próprio material: o acervo ainda não está aberto aos usuários. 
 
“Inaugurar sem acervo é muito chato. Os estudantes sentem falta de fazer consultas”, reclama a 
estudante de jornalismo Nayara Young, 23 anos, que precisa alugar volumes em outros locais e 
levar até a biblioteca. O que separa os estudantes de suas fontes de pesquisa tem um nome: 
burocracia. Antes de serem liberadas ao público, as obras precisam ganhar tarjas magnéticas — 
assim como os tótens de segurança, que avisam caso algum livro seja levado indevidamente. 
 
O Ministério da Cultura tem verba de R$ 2,2 milhões para repassar ao espaço e custear a compra 
desses equipamentos, de estantes e livros. Mas, para a liberação do dinheiro, a Secretaria de 
Cultura e a Fundação Biblioteca Nacional precisam assinar um convênio, paralisado por 
pendências judiciais. Não há previsão para a resolução do problema. “Com esse dinheiro, já 
teríamos disponibilizado e aumentado nosso acervo”, afirma o diretor da instituição, Antônio 
Miranda. 
 
Prioridades 
Até o momento, cerca de 13 mil volumes foram catalogados e, segundo o poeta e professor que 
dirige a biblioteca, existem 70 à espera da análise dos funcionários da casa. Miranda diz que o 
objetivo é aumentar a coleção brasiliana (documentos que tratem de aspectos da cultura 
brasileira), especialmente a literatura contemporânea, produzida após 1960. Outra prioridade é 
a coleção brasilianista, de obras que tratam do Brasil, porém produzidas por estrangeiros. 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Também há interesse em projetos acadêmicos defendidos por brasileiros no exterior, além de 
livros de conterrâneos que tenham sido publicados em outras línguas. “Nossa biblioteca é 
híbrida, conta com acervo físico e acervo virtual. Queremos colocar nossos leitores em contato 
com bibliotecas de todo o mundo”, avisa. 
 
Mesmo sem estantes repletas, a tranquilidade e o conforto do espaço atraem jovens, a maioria 
se preparando para provas de concurso. “As cadeiras são muito confortáveis”, elogia Erick 
Amorim, economista de 25 anos. “O espaço é silencioso, as regras são respeitadas e é possível 
estudar horas sem se dispersar”, emenda o estudante de geofísica Rômulo Arthou, 26. O ponto 
fraco foi unanimidade entre os entrevistados: todos acham que a biblioteca deveria funcionar 
até mais tarde. Servidores alegam que seria necessário criar um terceiro turno para atender 
frequentadores até mais tarde, mas mesmo diante da dificuldade, essa possibilidade não está 
descartada. 
 
Um outro problema costuma ocorrer horas após o café da manhã ou durante o almoço. Se a 
fome bater, não adianta procurar: não há lanchonete, cantina ou restaurante para fazer um 
lanche. Os próprios funcionários admitem que levam comida de casa, caso contrário ficam 
famintos durante o expediente. “Ou é preciso comprar pipoca do vendedor que fica lá fora”, 
brinca Erick Amorim. De acordo com a Secretaria de Cultura, o projeto base para o restaurante 
está sendo alterado, pois o espaço previsto anteriormente era sofisticado e incompatível com a 
renda de estudantes. A antiga licitação também estipulava que uma única empresa fornecesse 
alimentação para todos os órgãos de cultura, o que foi considerado pouco democrático. Para 
resolver os dois impasses, a proposta está sendo revista e o novo processo licitatório tem 
previsão de começar entre maio e junho. 
 
Segurança, outro caso a se cuidar 
O ambiente é silencioso e avesso a conversas de corredor, e talvez por isso a notícia não se 
espalhe: muitos dos frequentadores da biblioteca já tiveram pequenas demonstrações de que 
circular pelo local à noite pode ser perigoso. O estudante de administração Felipe Curado, 28 
anos, sentiu na pele o risco que as escuras ruelas dos estacionamentos escondem. Há cerca de 
um mês, enquanto seguia em direção ao carro, percebeu que um homem bem-vestido se 
aproximou demais. Foi questão de tempo até que o estranho avançasse sobre ele e os dois 
começassem a lutar. 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capoeirista, Felipe conseguiu se defender, até que um segundo homem entrou na briga. A 
intenção era levar a mochila em que ele carregava o laptop. A confusão só terminou quando um 
outro frequentador da biblioteca viu a cena e gritou. Os dois assaltantes fugiram correndo por 
uma avenida próxima. “Soube na faculdade que uma outra menina que frequenta a biblioteca 
teve o computador roubado”, revela. 
 
A advogada Priscila Menezes, 28 anos, costuma sair pouco antes de a biblioteca fechar as portas, 
às 21h. Ela sempre percebe a presença de pessoas em atitude suspeita ou de usuários de drogas 
nas redondezas. “Uma vez, estava seguindo para o carro e vi uns 10 adolescentes vindo na minha 
direção. Tive que sair correndo.” Segundo ela, como o estacionamento está sempre cheio, as 
vagas próximas ao prédio são escassas e é preciso andar por minutos, em meio à escuridão, para 
chegar ao carro. Sua colega, a advogada Raquel Camurça, 28 anos, emenda que o medo dos 
roubos e da violência vem gerando solidariedade entre os frequentadores. 
www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2010/05/02/interna_cidadesdf,189978/mesmo-bem-
aparelhada-biblioteca-nacional-e-prejudicada-pela-burocracia.shtml 
 
www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2010/05/02/interna_cidadesdf,189978/mesmo-bem-
Troca de lâmpadas em biblioteca de Quiririm esbarra em burocracia 
 
Identificado há mais de quatro meses, o problema com as lâmpadas queimadas da sala de 
estudos e leituras da biblioteca municipal de Quiririm ainda não têm uma data definitiva para ser 
solucionado. Aproximadamente 11 luminárias com 22 lâmpadas estão queimadas ou com 
problemas, dificultando a leitura. 
 
A situação da biblioteca, localizada dentro do Parque Municipal de Quiririm, ao lado do Correios, 
é de conhecimento da prefeitura municipal de Taubaté que, através de sua assessoria de 
comunicação informou que o pedido de reposição das lâmpadas já foi feito e ressaltou que no 
pedido foi indicado a urgência, entretanto, a assessoria informou que o problema é de cunho 
burocrático. 
 
Segundo a assessoria, a licitação para compras de novas lâmpadas foi feita, mas entraves no 
edital barram a solução rápida da troca de lâmpadas. Ainda via assessoria municipal, não se pode 
marcar uma data específica para a troca das lâmpadas, mas o pedido com urgência será resolvido 
assim que o entrave burocrático for concluído. 
 
http://quiririmnews.com.br/troca-de-lampadas-em-biblioteca-de-quiririm-esbarra-em-burocracia/#. 
WADamfkrLIU 
 
 Competência 01 
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2010/05/02/interna_cidadesdf,189978/mesmo-bem-aparelhada-biblioteca-nacional-e-prejudicada-pela-burocracia.shtml
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2010/05/02/interna_cidadesdf,189978/mesmo-bem-aparelhada-biblioteca-nacional-e-prejudicada-pela-burocracia.shtml
http://quiririmnews.com.br/troca-de-lampadas-em-biblioteca-de-quiririm-esbarra-em-burocracia/#. WADamfkrLIU
http://quiririmnews.com.br/troca-de-lampadas-em-biblioteca-de-quiririm-esbarra-em-burocracia/#. WADamfkrLIU
 
 
 
 
 
 
 
 
 20 
Observe nos casos que para gerir a biblioteca é preciso considerar os procedimentos legais para 
aquisição dos livros, os espaços de estudo e interação dos usuários e até mesmo como será 
realizada a segurançaneste espaço. E o papel do técnico é também dar suporte, para o gestor 
bibliotecário, a estas atividades. 
 
O não atendimento a estes aspectos pode levar a biblioteca a ter sérios problemas como no 
caso relatado abaixo. Veja que neste caso, a reportagem se referiu a um mal entendimento 
sobre o que é a burocracia e a culpou pelos problemas enfrentados. Mas será que isto é certo 
mesmo? Será que é culpa da burocracia? Por quê? Agora, no Encontro Presencial 1 você vai 
abordar este caso! 
 
 
Vamos ao trabalho! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Competência 01 
 
 
 
 
 
 
 
 
 21 
2.Competência 02 | Compreender os fundamentos das Teorias 
Contemporâneas da Administração 
A partir dos estudos de Von Bertalanffy (1950, 1956), os estudiosos da administração perceberam 
que a organização é um complexo de elementos em interação e em intercâmbio contínuo com o 
ambiente. Neste sentido, a organização é um sistema aberto que deve se adaptar ao seu meio 
ambiente. 
 
VOCÊ SABIA? 
 
Karl Ludwig von Bertalanffy (1901 - 1972) foi um biólogo austríaco criador da teoria geral dos 
sistemas em que defende a ideia de que o organismo é um todo maior que a soma das suas 
partes. Criticava a separação entre o estudo das áreas de conhecimento, sugeria que se deve 
estudar sistemas globalmente, de forma a envolver todas as suas interdependências, pois 
cada um dos elementos, ao serem reunidos para constituir uma unidade funcional maior, 
desenvolvem qualidades que não se encontram em seus componentes isolados. Em 1968 
publica a sua obra fundamental - General System Theory - onde demonstra a aplicação da sua 
teoria à Matemática, às Ciências da Natureza, às Ciências Sociais, etc. 
Saiba mais em https://teiadogestor.wordpress.com/2011/04/12/ludwig-v-bertalanffy/ 
 
Este conceito de interação com o ambiente externo anda não tinha sido vivenciado pelas 
organizações. Durante as escolas apresentadas na competência 1, os gestores se preocupavam com 
os processos internos. Mas, como que as organizações perceberam que dependiam mutuamente 
umas das outras? 
A Segunda Guerra Mundial ajudou a idealizar este pensamento, uma vez que os países entenderam 
que são mutuamente dependentes e as modificações realizadas em uma parte do sistema 
refletiam-se nas outras partes. 
Este contexto tanto se aplica à interdependência entre as organizações, quanto às partes que 
formam uma única organização. Assim como as peças de dominó em pé, enfileiradas. 
 Competência 02 
https://pt.wikipedia.org/wiki/1901
https://pt.wikipedia.org/wiki/1972
https://pt.wikipedia.org/wiki/Biologia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_dos_sistemas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_dos_sistemas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Organismo
 
 
 
 
 
 
 
 
 22 
 
 
 
 
Figura 8 - Peças de dominó 
Fonte: http://dialogandorh.blogspot.com.br/ 
Descrição: Peças de dominó em pé, enfileiradas, e a primeira está caindo 
sobre a segunda. 
Agora entendemos porque quando ocorre uma crise em uma grande empresa ou um grupo de 
empresas, isto afeta as empresas que fazem parte da cadeia produtiva, o que afeta a economia 
daquele país e afeta a economia dos países que têm relação comercial com este. Um belo exemplo 
é a recente crise econômica que o mundo passou em 2008. Você sabe o que foi esta? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A crise de 2008 
 
A causa da crise que vivemos foi o desequilíbrio na maior economia do mundo, os Estados 
Unidos. E os ataques de 11 de setembro têm a ver com isso. "Depois da ofensiva terrorista, o 
governo americano se envolveu em duas grandes guerras, no Iraque e Afeganistão, e começou a 
gastar mais do que deveria", diz Simão Davi Silber, professor do departamento de economia da 
Universidade de São Paulo (USP). Para piorar a situação, ao mesmo tempo em que o país investia 
dinheiro na guerra, a economia interna já não ia muito bem - uma das razões é que os Estados 
Unidos estavam importando mais do que exportando. Em vez de conter os gastos, os americanos 
receberam ajuda de países como China e Inglaterra. Com o dinheiro injetado pelo exterior, os 
bancos passaram a oferecer mais crédito, inclusive a clientes considerados de risco. 
Aproveitando-se da grande oferta a baixas taxas de juros, os consumidores compraram muito, 
principalmente imóveis, que começaram a valorizar. "A expansão do crédito financiou a bolha 
imobiliária, já que a grande procura elevou o preço dos imóveis", diz Silber. Porém, depois disso, 
chegou uma hora em que a taxa de juros começou a subir, diminuindo a procura pelos imóveis e 
derrubando os preços. Com isso, começou a inadimplência - afinal, as pessoas já não viam 
sentido em continuar pagando hipotecas exorbitantes quando as propriedades estavam valendo 
cada vez menos. 
 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 23 
 
 
 
 
 
 
Dentro das organizações isto também ocorre. Pode-se afirmar que: 
 
 
 
Para as organizações se manterem “vivas” neste sistema há um modelo que é chamado de LIGA, 
composto pela Latência, Integração, Geração e atingimento dos objetivos e Adaptação. 
 
 
 
 
Figura 9 - Modelo LIGA 
Fonte: O autor (2016) 
Descrição: Em um círculo estão escritas, uma embaixo da outra, as seguintes palavras 
L – valores, I – integração, G – objetivos e A - adaptação 
Nesse momento, faltou dinheiro aos bancos, que em um primeiro momento foram ajudados pelo 
governo americano. Só que, ao mesmo tempo, surgiram críticas a essa política de socorro aos 
banqueiros. Frente à pressão política, a Casa Branca decidiu que não ia mais interferir, deixando 
o banco Lehman Brothers quebrar. O fechamento do quarto maior banco de crédito dos Estados 
Unidos causou pânico e travou o crédito. Chegou a crise, que prejudica também o nosso país. 
"Sem crédito internacional, também diminui o crédito no Brasil, caem as exportações e o preço 
das nossas mercadorias aumenta o risco e a taxa de juros", explica Silber. O economista também 
afirma que as recessões são recorrentes, mas essa é maior do que de costume. "Uma crise dessa 
intensidade não é comum, a mais parecida com ela foi a de 1929", afirma Silber. 
 
http://novaescola.org.br/conteudo/363/o-que-causou-a-crise-economica-mundial-entre-2008-e-2009 
 
A organização é um conjunto formado por partes diferenciadas, 
que têm funções diversas, mas que são interdependentes. 
 
 L - valores 
 I - integração 
 G - objetivos 
 A - adaptação 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 24 
Funciona desta forma: dentro da organização são fornecidos valores (L) que permitem aos 
indivíduos integrarem-se na sociedade (I), buscando atingir objetivos (G), e, para tanto, 
contribuindo para a adaptação dele, produzindo os recursos fundamentais (A). 
Este é chamado de Modelo LIGA 
 Latência: forma como o sistema se sustenta e se reproduz; como transmite os valores e 
padrões culturais; garante o processo de socialização; comportamentos “positivos”; 
 Integração: assegura coordenação e coerência entre indivíduos e grupos; garante que as 
diversas partes (diferenciadas e isoladas) não fiquem isoladas; 
 Gerar e atingir objetivos: estabelece metas e objetivos e implementação de meios (sistema 
burocrático) visando atingi-los; 
 Adaptação: organização busca recursos para a sua sobrevivência. 
Sobre o Modelo LIGA podemos destacar dois aspectos 
 
 
Tendo em vista a sua inserção social e as relações de poder às quais está submetido nas diversas 
instituições que frequenta (família, colégio, igreja), o indivíduo incorpora os valores sociais 
prescritos e regras de comportamento. Essas regras e valores internalizados por ele regularão sua 
ação e suas tentativas de atingir seus objetivos individuais, que também são fornecidos pelos 
valores do sistema social (organização) ao qual pertence. Os valores oferecem aos indivíduos 
expectativas de papéis (como devem comportar-se) e objetivos a serem atingidos (o que eles 
podem esperar ser e como atingir esses objetivos). Ao ingressarem nas organizações,os indivíduos 
obedecerão às regras do sistema. Assim, a ordem social é mantida. 
 
Valores Sociais e Adaptação. 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 25 
 
 
 
 
 
Figura 10 - Grupo social 
Fonte: www.portal-administracao.com/ 
Descrição: Várias pessoas, em círculos, estendem e tocam suas mãos conjuntamente. 
Em relação à adaptação, as organizações passam a ser vistas como sistemas abertos. Isto significa 
que para realizar o processamento de insumos para transformá-los em produtos ou serviços são 
postas algumas entradas, tais como energia, informação, recursos materiais, recursos humanos, etc. 
Após este processamento, a organização coloca seus produtos ou serviços no ambiente. A partir da 
avaliação do seu mercado consumidor, a organização tem a oportunidade de corrigir os seus 
desvios em relação ao ambiente externo. A isto se chama retroalimentação. A entrada de insumos, 
o processamento, as saídas e a retroalimentação são cíclicas, ocorrendo frequentemente. 
 
 
 
 
 
Figura 11 - Peça quebra-cabeça 
Fonte: http://culturadaorganizacao.blogspot.com.br/ 
Descrição: uma mão segura e encaixa a última peça de um quebra-cabeça. 
 
Complementarmente à teoria dos Sistemas Abertos, a Teoria Contingencial traz a noção de 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 26 
adaptação contínua da organização ao ambiente. Todo e qualquer tipo de organização precisa estar 
atento às demandas que surgem, sejam tecnológicas, sejam dos consumidores, sejam de ordem 
legal, etc. Muitas mudanças ocorrem ao longo do tempo e dentro da Teoria Contingencial é preciso 
atender a elas, de modo a tornar a empresa competitiva no mercado. 
 
 
Conforme podemos ler na reportagem abaixo, as empresas precisam se reinventar para manter 
seus negócios em crescimento. Como nos casos da indústria de papel e no mercado imobiliário. 
www.diariodocomercio.com.br/noticia.php?id=125554 
A adaptação pode também ser feita pensando no público que a organização atende. O caso da 
Whirlpool ilustra isto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A adaptação é fundamental para a sobrevivência das organizações. 
O caso da Barilla 
 
Com a intenção de acelerar os resultados, algumas empresas preferem fechar parcerias locais. É 
o caminho trilhado pela italiana Barilla, líder no mercado de massas com o grão de trigo duro no 
Brasil. O problema, para a Barilla, é que o consumidor brasileiro prefere outro tipo de macarrão: 
quase 97% das vendas do produto são de grão tenro. 
 
Entrar nesse segmento, portanto, é o único jeito de ganhar relevância no país, terceiro maior 
mercado da empresa. A saída foi terceirizar a produção de macarrão de grão tenro para a 
mineira Vilma Alimentos, num processo acompanhado de perto pela matriz. 
 
O próprio Guido Barilla, presidente e membro da quarta geração da família fundadora, visitou 
consumidores brasileiros antes de criar a primeira receita local da companhia em 136 anos de 
história. “Já temos 7% das vendas de massa mole nas capitais do Sudeste e do Sul”, diz Maurízio 
Scarpa, presidente da Barilla no Brasil. Nos últimos 12 meses, as vendas no país aumentaram 
65%. 
 
Em alguns casos, ouvir o cliente local pode dar fôlego a uma categoria em declínio. Para reanimar 
o mercado de rum, que encolheu 10% desde 2008, a fabricante francesa de bebidas Pernod 
Ricard lançou em abril deste ano o Montilla Esquente – Mel e Limão, a primeira alteração no 
produto à venda no país desde 1950. 
 
A ideia é agradar aos jovens que misturam Montilla com refrigerante para quebrar o sabor 
amargo. Esses consumidores queriam algo já pronto para beber. A bebida chegou a Recife e 
Fortaleza e estará em todo o país até dezembro. “Ouvir mais o cliente brasileiro é o único jeito 
de crescer”, diz Patricia Cardoso, gerente de marketing da Pernod Ricard. 
 
http://exame.abril.com.br/revista-exame/os-clientes-mandam/ 
 
 Competência 02 
http://www.exame.com.br/topicos/barilla
http://www.exame.com.br/topicos/barilla
http://www.exame.com.br/topicos/pernod-ricard
http://www.exame.com.br/topicos/pernod-ricard
http://exame.abril.com.br/revista-exame/os-clientes-mandam/
 
 
 
 
 
 
 
 
 27 
A maneira que a organização desenvolve as atividades afeta o modo da adaptação. Então, surgem 
os conceitos de empresa mecânica e empresa orgânica. Estes dois extremos seriam tipos ideais. 
O modelo mecânico prevê que uma divisão administrativa segundo a qual cada indivíduo 
desempenha a tarefa precisamente definida que lhe é atribuída. Há uma hierarquia clara de 
controle em relação ao desenvolvimento do trabalho dos indivíduos pela chefia, a autoridade de 
comando é centralizada, cabendo aos trabalhadores quase que apenas a obediência às ordens. As 
tarefas são padronizadas. Este modelo é percebido e adequado a situações relativamente estáveis 
de mercado e tecnologia. 
Já o Sistema orgânico valoriza a expertise e autonomia do trabalhador que detém o conhecimento 
especializado. Permite, com isso, o ajuste contínuo e redefinição das tarefas, favorecendo um 
ambiente de criatividade e inovações. O trabalho é desenvolvido por equipes multifuncionais com 
possibilidades de interação a qualquer nível. Este modelo é percebido e adequado às condições de 
mercado turbulentas, grande concorrência, mudanças tecnológicas rápidas e trabalhos que 
demandem alto grau de intelectualidade. 
 
 
A melhor resposta seria depende. Pois, deve haver uma adequação da estrutura da organização ao 
seu meio ambiente de negócios. A partir do diagnóstico do meio ambiente, ajusta-se a estrutura 
organizacional a ele. 
Vamos estudar um pouco de estrutura agora? 
Existem dois tipos mais comuns. A estrutura funcional tem as linhas de comando bem determinadas 
e que são representadas pelos níveis hierárquicos. Observa-se claramente que nos níveis mais 
elevados há menos ocupantes. 
Cada conjunto desmembrado representa uma função dentro da organização. Esta estrutura, 
Mas, qual seria então o modelo mais adequado? 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 28 
portanto, possibilita elevado nível de especialização. Estas funções variam de acordo com o 
negócio. É o que comumente se chama de departamento. 
 
 
 
 
Figura 12 - estrutura funcional 
Fonte: O autor (2016) 
Descrição: quadrado superior centralizado com o nome diretor, abaixo quatro quadros lado a lado em que em cada 
um está escrito, respectivamente, coordenador técnico, coordenador financeiro, coordenador administrativo, 
coordenador cultural. 
 
 
 
 
 
 
O outro tipo de estrutura conhecido, embora menos utilizado, é o Matricial ou Projetizado. Esta 
possui linhas de comando que se modificam de acordo com o projeto que está sendo desenvolvido. 
Terminado o projeto, o pessoal retorna aos seus departamentos, onde desempenha atividades 
preestabelecidas, participa de programas de treinamento e espera novas designações. Esta 
configuração é muito utilizada em empresas de alta competitividade, como as empresas de 
tecnologia. 
 
 
 
Este tipo é o mais utilizado nas bibliotecas brasileiras. 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 13 - estrutura projetizada 
Fonte: O autor (2016) 
Descrição: quadrado superior centralizado com o nome executivo-chefe, abaixo quatro quadros lado a lado em que 
em cada um está escrito, gerente de projetos, e abaixo de cada um destes quadros há respectivamente, dois 
quadros três quadros, dois quadros e dois quadros. Todos com a palavra analista de projetos escrita. 
Observe que graficamente não há mudanças, apenas nos nomes dos cargos que são ocupados. Mas, 
isto faz toda a diferença. Diferente da estrutura funcional, a projetizada se divide em função dos 
projetos a serem desenvolvidos. E cada equipe de projeto lida com todas as funções dentro do seu 
projeto. 
A ideia desta estrutura é dar mais agilidade para desenvolver demandas específicas. 
Definir qual a estrutura a ser adotada é uma decisão importante, uma vez que esta definirá como os 
processos de trabalhoserão desenvolvidos. 
Todo este contexto apresentado até agora aponta para uma acirrada competitividade no mercado, 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 30 
em que várias (e em algumas vezes rápidas) mudanças, aliadas às inovações tecnológicas, forçam as 
organizações a buscarem ferramentas que permitam a adaptação. 
Isto é o que a Escola de Desenvolvimento Organizacional chama de “A Era da mudança”. 
 Mudança organizacional é um conjunto de alterações na situação ou no ambiente de 
trabalho de uma organização, entendendo ambiente de trabalho como ambiente técnico, social e 
cultural. 
Na concepção taylorista, conforme vimos na competência anterior, a qualificação profissional acima 
de certo nível era vista como prejudicial. Na atualidade valoriza-se a aprendizagem, autonomia, 
flexibilidade e mudança. 
Hoje, valoriza-se o conhecimento como insumo mais importante no desenvolvimento dos trabalhos. 
Como temos muitos fatores dinâmicos, a capacidade de interpretar rapidamente as informações 
complexas, dar sentido a elas e agir passa a ser fonte de criação de valor para a organização. 
A mudança ocorre nos métodos de operação, através das maneiras em que o trabalho é realizado, a 
localização do trabalho, a disposição das áreas de trabalho, na natureza da fábrica e das instalações, 
maquinaria, ferramentas e equipamentos e nas práticas de segurança e manutenção. Também 
pelas mudanças nos produtos, modificando a especificação dos produtos, os materiais 
componentes e os padrões de qualidade. Mudanças na organização na sua estrutura e atribuição de 
responsabilidades, nos níveis de supervisão, no tamanho e natureza dos grupos de trabalho, na 
supervisão dos grupos de trabalho e na colocação de indivíduos em tarefas específicas. Por fim, 
mudanças no ambiente de trabalho, através das condições de trabalho, nos sistemas de 
recompensa e punição, nos padrões de desempenho e nas diretrizes e métodos de ação. 
Para alcançar este nível de desenvolvimento, as organizações devem investir esforços no 
planejamento, pois é através dele que estas mudanças podem ser realizadas com mais segurança e 
eficiência. 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 31 
Com isso, podemos então refletir sobre que adaptações as bibliotecas deveriam realizar para 
atender as demandas dos seus usuários? 
 
Acesse o link abaixo, leia a reportagem e assista ao vídeo para continuarmos. 
http://exame.abril.com.br/tecnologia/livros-empoeirados-conheca-a-biblioteca-do-futuro/ 
 
Especialistas, ao redor do mudo têm discutido qual o futuro da biblioteca e como ela deve se 
adaptar às demandas. 
 
 
 
 
 
 Paulo Herkenhoff, crítico de arte 
 
 
 
 
Marco Streefkerk, diretor da DEN Foundation 
 (Dutch Knowledge Center for Digital Heritage) 
 
 
Acho que a era digital é uma era que vai ser determinada pelo leitor e pela leitura, mais 
que pelo objeto. Estar atento ao leitor me parece uma das chaves para o futuro da 
biblioteca. Se quisermos permanecer como sociedade, nós precisamos de instituições que 
sejam capazes de representar simbolicamente nossa diversidade, nossos conflitos, nossas 
diferenças. Quais são as contradições, quais são os conflitos? Tudo isso deve estar dentro 
dessa instituição. O futuro da biblioteca poderia ser esse lugar onde uma rede de 
subjetividades se construa como um processo coletivo. Esse lugar é virtual, mas é um 
lugar com vontade de ser esse lugar e, por isso, exigirá fineza política para que não seja 
partidário, mas um projeto de estado. 
 
Houve uma discussão na Holanda sobre o futuro das bibliotecas e não se chegou a uma 
resposta. Há muitas opiniões sobre como será esse futuro e acho importante que a 
biblioteca discuta, mas que abra essa discussão para a sociedade. O que é esperado da 
Biblioteca? Que serviços especiais ela deve oferecer? Ainda acho que as pessoas gostam 
de estar juntas. Aprender é uma atividade social, não é algo que se pode fazer apenas em 
casa, na frente do computador. 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 32 
 
 
 
 
 
 John K. Tsebe, diretor da Biblioteca Nacional da África do Sul 
 
Fonte: www.ufrgs.br/blogdabc/especialistas-falam-sobre-o-futuro-das/ 
Já é possível observar algumas bibliotecas ao redor do mundo mudando seu conceito sobre o seu 
papel. Entendendo que não é apenas realizar o processamento técnico de documentos para 
circulação, mas atender a necessidade informacional dos seus usuários. Leia o caso abaixo: 
 
 
 
 
 
Figura 14 - Fachada da Biblioteca Dokk1 
Fonte: www.dw.com/pt-br/ 
Descrição: Fachada, em vidro, com o letreiro DOKK1. 
 
 
 
 
Os livros estarão sempre aí, por isso devemos preservar o livro de papel. Ao mesmo 
tempo, devemos garantir a digitalização e o acesso a conteúdo virtual – talvez no sistema 
de computação em nuvens. É preciso que esse conteúdo seja acessado da forma mais 
universal possível. Minha visão é que a Biblioteca Nacional como um objeto físico, como 
uma construção, sempre existirá, porque se você olhar para qualquer país do mundo, a 
Biblioteca Nacional sempre será a maior biblioteca daquele país, em termos de espaço 
físico. É o lugar onde as pessoas podem ir, interagir, compartilhar ideias. O formato digital 
é importante, mas não vai substituir o livro físico. Acredito que devemos promover um 
equilíbrio entre as obras impressas e as virtuais – as que são digitalizadas ou as que já 
nascem digitais. 
 Competência 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 33 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A biblioteca do futuro 
 
A biblioteca DOKK 1, na dinamarquesa Aaarhus, representa o novo conceito de biblioteca: um 
local para todos aqueles com fome de conhecimento. A cidade industrial e portuária no sul do 
país será a Capital Europeia da Cultura de 2017, e, para isso, toda a zona portuária ganhou um 
projeto arquitetônico completamente novo. E a DOKK 1 está lá, aberta 24 horas e sendo ponto 
de encontro para jovens e adultos. A transformação num centro de conhecimento foi 
perfeitamente bem sucedida. 
 
Na biblioteca, não se pode apenas emprestar livros, CDs ou DVDs, mas também estender o 
passaporte, entregar a declaração do imposto de renda ou emitir a carteira de motorista. A 
maior biblioteca pública da Escandinávia, inaugurada há alguns meses, é tanto um centro de 
serviços para o cidadão quanto espaço de conhecimento. Enquanto esperam para serem 
atendidas, as pessoas leem ou estudam. 
 
A DOKK 1 abriu a cidade de Aarhus para novas possibilidades. Tudo é gratuito e equipado com 
novas e modernas tecnologias, que incluem uma impressora 3D. Ali, ler romances, escutar 
música e jogar xadrez no computador é tão importante quanto estudar livros especializados. 
"As bibliotecas do futuro devem realmente inspirar as pessoas, mesmo sem livros", constata 
Knud Schulz, diretor-geral da DOKK 1. Foram mais de dez anos de planejamento e 
implementação. Por todos os lados, há espaço para encontros e trocas. Uma área para pais e 
filhos, sala de brincadeiras, sala de leitura com vista para o porto e zonas de silêncio para estudo 
dão ao local um caráter cosmopolita. 
 
Para Schulz, o futuro está na aprendizagem ao longo de toda a vida e no intercâmbio de 
conhecimentos entre gerações – e este é o principal objetivo de seu trabalho na biblioteca. Até 
um ateliê com máquinas de costura e equipamentos profissionais faz parte da DOKK 1, mostra 
ele. Jovens poderiam aprender com pessoas mais velhas como consertar uma torradeira 
estragada em vez de comprar uma nova, acrescenta. 
 
O conhecimento se forma em espaços que propiciam trocas entre as pessoas", diz Schulz. Um 
conceito que a Biblioteca de Colônia já começou a adotar, fazendo do aprendizado uma forma de 
diversão. 
www.dw.com/pt-br/a-biblioteca-do-futuro/a-18836204 
 Competência 02 
http://www.dw.com/pt-br/a-biblioteca-do-futuro/a-1883620434 
 
Agora que lemos sobre a biblioteca do futuro vamos discutir em grupo? 
Leiam o texto no link https://indexadora.com/2012/04/27/10-mudancas-que-esperamos-da-
biblioteca-do-futuro/ e discuta cada ponto com seus colegas. Depois escreva no fórum como 
o profissional técnico em biblioteconomia está envolvido em cada um dos tópicos 
apresentados. 
 
 
 
 
 
 
Biblioteca do futuro: 
https://bsf.org.br/2016/09/23/o-futuro-dos-servicos-de-biblioteca-em-3-visualizacoes/ 
http://brasil.elpais.com/brasil/2015/06/13/cultura/1434216067_290976.html 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Competência 02 
https://indexadora.com/2012/04/27/10-mudancas-que-esperamos-da-biblioteca-do-futuro/
https://indexadora.com/2012/04/27/10-mudancas-que-esperamos-da-biblioteca-do-futuro/
https://bsf.org.br/2016/09/23/o-futuro-dos-servicos-de-biblioteca-em-3-visualizacoes/
http://brasil.elpais.com/brasil/2015/06/13/cultura/1434216067_290976.html
 
 
 
 
 
 
 
 
 35 
 
3.Competência 03 | Conhecer o Planejamento: Missão, Objetivo e 
Valores nas Organizações 
Nesta competência estudaremos o planejamento estratégico. Antes de tudo vamos refletir sobre a 
palavra PLANEJAMENTO. 
Com certeza você sabe o que significa e até mesmo entende a importância disso para a organização. 
Mas, o que de fato é planejar? Planejar pode ser entendido como refletir e estruturar todas as 
ações que serão realizadas para alcançar um objetivo. Então, antes de iniciar a execução das 
atividades de um projeto, por exemplo, é preciso pensar e discutir sobre todas as ações que serão 
necessárias executar e estruturá-las de uma maneira otimizada em função dos prazos, custo, 
qualidade, expectativa dos clientes, etc. 
Parece simples e lógico. Mas, se prestarmos atenção, observaremos que há uma dificuldade 
enorme em pararmos para pensar no que tem que fazer. Há uma ânsia em iniciar a execução, para 
não perder tempo. O texto abaixo reflete este pensamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 Competência 03 
A Gestão de Projetos no contexto brasileiro: dá certo? 
 
A gestão de projetos é temática presente nos discursos dos gestores de diversas organizações, 
sejam públicas ou privadas. Faz sentido, porque esta ferramenta auxilia no desenvolvimento dos 
projetos organizacionais, através do planejamento das ações que darão vida à concretização dos 
objetivos determinados. 
 
Mas, aí incorre o grande problema: Planejar. Debruçar-se sobre o que vai ser realizado, 
identificando cada etapa, cada recurso, cada responsável e os respectivos prazos. Quando 
iniciadas as discussões, depois de um tempo observa-se que a sensação dos envolvidos é que 
está se perdendo tempo. Ao invés de pensar no que fazer ou no que deveria se fazer. Alguns 
pensam. E por isso, apesar de se perceber a importância da gestão de projetos no contexto 
organizacional, esta ainda não é apropriadamente aplicada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 36 
 
 
 
 
 
 
 
 
E por que é importante planejar? 
Vive-se a era da informação. A escala e a velocidade com que a informação é difundida, comunicada 
e usada, por meio do uso intenso das tecnologias de informação e comunicação (TICs) é 
impressionante. 
 
 
 
 
 
Figura 15 - Velocidade da conexão 
Fonte: http://cbn.globoradio.globo.com/ 
Descrição: mapa mundo com linhas interconectando alguns países entre si 
Como estudado na competência anterior, aliado à acirrada competitividade do mercado, as rápidas 
 
A cultura que os gestores organizacionais brasileiros têm de serem “apagadores de incêndios” é 
um grande dificultador da implantação desta prática. Então, tenta-se de todas as formas adequar 
o método para esta realidade. Os resultados são prejudicados, o que reforça a necessidade de se 
apagar cada vez mais “incêndios”. Isto pode ser um indicador do baixo nível de maturidade das 
organizações brasileiras, nas pesquisas publicadas. 
 
É preciso ter em mente: mais do que a mudança na prática organizacional, a gestão de projetos é 
uma mudança nos pressupostos da prática, um fazer diferente, que necessita de 
direcionamentos diferentes para que possa ser bem sucedida. Se este entendimento não for 
internalizado, esta prática não trará maiores resultados. 
 
http://lunagestao.blogspot.com.br/2016/02/a-gestao-de-projetos-no-contexto.html 
 Competência 03 
 
 
 
 
 
 
 
 
 37 
mudanças e as inovações tecnológicas forçam as organizações a buscar ferramentas que permitam 
a adaptação a estas demandas. 
Qualquer caminho serve para quem não sabe onde quer chegar, não é mesmo? Este dito popular se 
encaixa muito bem no próximo conceito a ser estudado. Os objetivos estratégicos. 
Os objetivos estratégicos são os objetivos que são traçados e vão nortear todas as ações 
organizacionais, em cada área de atuação da organização. Então, todos os projetos desenvolvidos 
na organização devem ajudar a atender os objetivos traçados. Mas, por que isto? Porque ações 
isoladas podem não trazer resultados consistentes. Quando eu tenho várias ações conjuntas 
visando atingir determinado objetivo a chance de sucesso aumenta consideravelmente. 
Veremos o caso de dois objetivos: 
Uma biblioteca traçou dois grandes objetivos estratégicos para o período de 2 anos: 
1. Ampliar a oferta de informações para seu usuário; 
2. Ampliar o número de usuários. 
Tendo em mente estes dois objetivos, os projetos e ações organizacionais agora têm um foco 
determinado. 
Para o objetivo 1, pode-se: realizar compra de livros, revistas e mídias digitais. Pode-se também 
assinar com bases de dados digitais. Veja que estas ações estão interligadas e juntas darão mais 
força para a ampliação da oferta de informações. 
Já para o objetivo 2, pode-se: criar eventos de exposição, rodas de leitura, exibição de filmes, por 
exemplo. 
Veja que se a gestão da biblioteca conseguir realizar estas ações, de fato, vai atrair o público à 
biblioteca, possibilitando ampliar o número de usuários. 
 Competência 03 
 
 
 
 
 
 
 
 
 38 
Este contexto demonstra o processo dinâmico da administração. São cinco processos 
compreendidos: 
 
 
 
 
Figura 16 - processo dinâmico da Administração 
Fonte: o autor (2016) 
Descrição: com um quadro escrito “Liderança” no meio, outros quatro quadros em cada extremidade 
deste quadro central estão escritos, em cada um, Planejamento, Organização, Execução e Controle. Há 
setas em todas as direções ligando estes quadros. 
 
 
O Planejamento é o processo de definir objetivos, atividades e recursos. Neste momento a 
organização precisa determinar o que se pretende alcançar. É importante a clarificação dos 
objetivos. Eles têm que ser concretos, mesmo que seja algo intangível a ser alcançado. É preciso 
saber, exatamente, o que se pretende alcançar. Com isto, definir as atividades que precisarão ser 
executadas para que este objetivo seja atingido de maneira mais eficiente. É importante, também, 
identificar os recursos necessários para as atividades que serão executadas. Deve ser conduzida por 
um gestor da organização, mas com a participação direta de colaboradores de diversos cargos e 
níveis. 
Organização é o processo de dispor os recursos em uma estrutura que facilite a realização dos 
objetivos. É criar os meios para que as definições do planejamento possam ocorrer. Seja no aspecto 
humano ou dos recursos materiais. 
Planejamento Organização 
Liderança 
Controle Execução 
Toda organização precisa ter bem desenvolvidos estes cinco processos 
 Competência 03 
 
 
 
 
 
 
 
 
 39 
A Execução consiste na realização das atividades conforme planejado, por meio da aplicação dos 
recursos tangíveis e intangíveis. É onde todos os envolvidos irão executar as atividades que lhe 
cabem, dentro do prazo e expectativa de desempenho definidos. Neste momento, é importante 
manter o foco no que foi planejado. De fato, procurar executar a atividade conforme definido nas 
etapas anteriores, pois, muitas vezes, no momento da execução as pessoas tendema deixar de lado 
o que foi definido e executar as atividades de maneira aleatória. Depois, vão dizer que o 
planejamento não dá certo... Então, procure ser o mais fiel ao planejado. Mas, e se houver 
mudanças não planejadas e que requerem modificações nas atividades? Bom, sobre isto vamos 
discutir na etapa seguinte. 
No Controle procura-se assegurar a realização de objetivos, através da comparação entre as 
atividades realizadas com as planejadas. E se forem requeridas mudanças nas atividades estas 
podem ser feitas, mas vale refletir sobre o porquê das mudanças. Será que foi o contexto que 
mudou ou que o planejamento inicial não previu muitas coisas? Assim fazemos uma checagem para 
identificar se as ações executadas estão ocorrendo dentro dos parâmetros determinados e se 
outros problemas ou oportunidades não identificados estão acontecendo. Com isso, pode-se fazer 
alterações necessárias para dar andamento às ações. 
 
 
 
 
 
Figura 17 - pensando 
Fonte: http://larpadrejoao.xpg.uol.com.br/ 
Descrição: homem pensando, refletindo, questionando. 
O papel da Liderança compreende a coordenação, direção, motivação comunicação das pessoas 
para possibilitar a realização dos objetivos organizacionais. Ele é de sua importância. Sem alguém 
 Competência 03 
 
 
 
 
 
 
 
 
 40 
para guiar a organização os objetivos e as responsabilidades ficarão confusos, de modo que os 
resultados alcançados nunca serão os mesmos. 
 
 
 
 
 
 
Figura 18 - liderança organizacional 
Fonte: www.jrmcoaching.com.br/blog/ 
Descrição: uma mulher, comemora com os braços levantados, à frente de várias outras pessoas da sua 
equipe, que também estão de braços levantados comemorando. 
Preste atenção que o Planejamento se mostra como a base deste processo. Através dele todo o 
resto é estruturado. 
Mas, em que consiste o planejamento estratégico? 
Significa estruturar o processo de planejamento de uma organização, a fim de definir seus objetivos 
estratégicos e, assim, conquistar seus objetivos. 
Para dar início ao planejamento, a organização desenvolve dois tipos de análises: a 
primeira análise, ambiental, a segunda análise, interna. 
Vamos conhecer primeiro a análise do ambiente. 
Também chamada de análise ambiental consiste em identificar informações sobre os aspectos 
externos à organização. A identificação destas informações fará com que a organização conheça 
melhor o ambiente ao qual está inserida ou pretende se inserir. Este conhecimento é fundamental, 
pois ela dará base para a estruturação das ações organizacionais. Vejo no exemplo da Biblioteca 10 
de Helsinki, que através de um estudo detalhado dos usuários e das tecnologias pode revolucionar 
 Competência 03 
http://www.jrmcoaching.com.br/blog/
 
 
 
 
 
 
 
 
 41 
o que se entende por biblioteca. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Observe que os serviços oferecidos, as tecnologias empregadas, bem como a destinação dos 
espaços estão diretamente ligados às necessidades dos usuários. Este processo é imprescindível 
para a manutenção da função social das bibliotecas. Para isso, é preciso ter bem claro a quem a 
biblioteca vai atender, para assim identificar a necessidade informacional deste público, bem como 
todo o processo para dar suporte a isto. 
 
 
 
As novas bibliotecas já não são templos 
Na Biblioteca 10 de Helsinki é possível ler deitado na rede, fazer negócios, costurar à máquina, dançar, 
digitalizar formatos obsoletos, como fitas cassete e VHS, tocar guitarra ou tirar uma soneca. É possível 
fazer praticamente qualquer coisa que jamais se pensaria em fazer em uma biblioteca. E tudo porque seu 
diretor, Kari Lämsä, pensou que no novo mundo há pouco espaço para as velhas bibliotecas e um espaço 
enorme para as inovadoras: “Temos de redefinir o papel que desempenhamos. Temos de ajudar as 
pessoas, ser amigáveis, às vezes somos muito formais e oficiais. Temos de decidir junto com os usuários 
que materiais adquirimos e do que necessitam. Eu não vejo a biblioteca como uma sala de estar, mas 
como uma cozinha, onde cada um traz ingredientes e cada dia sai um cardápio diferente”. Eles disseram 
definitivamente adeus ao depósito de livros. 
 
O sucesso de Lämsä pode ser medido: a biblioteca recebe 2.000 usuários por dia em uma cidade com 
600.000 habitantes e 36 bibliotecas. A metade de seus usuários tem entre 25 e 35 anos. “Cerca de 75% 
dos usuários vêm para outras coisas que não o empréstimo de materiais. Conseguimos atrair novos perfis, 
como trabalhadores autônomos, artistas ou artesãos.” 
 
http://revistapontocom.org.br/materias/qual-o-futuro-das-bibliotecas-tradicionais 
Quem são estes indivíduos? 
Quais as suas características? 
Que tipo de serviço eles procuram? 
A que classe social eles pertencem? 
 Competência 03 
 
 
 
 
 
 
 
 
 42 
Estas questões dirão muito! 
Saber as características dos clientes ou usuários indicará como se organizar para atender melhor a 
necessidade destes indivíduos. No caso da biblioteca é a necessidade informacional. Então, fará 
diferença se a biblioteca for especializada, se for a biblioteca de um Tribunal de Justiça ou de uma 
Universidade, por exemplo. São necessidades diferentes. Ou mesmo se é uma biblioteca 
comunitária ou de um Instituto de Pesquisa em Saúde. Se ela é frequentada por pesquisadores, 
advogados ou estudantes de ensino fundamental. Todas estas questões precisam ser levadas em 
consideração na estruturação da biblioteca para estar de acordo com a necessidade informacional 
dos seus usuários. 
Por fim, deve-se fazer uma análise da tecnologia que pode ser empregada dentro da biblioteca. 
Para isto, vale saber qual o orçamento que se tem para investir. Quando se fala de tecnologia inclui 
tanto os softwares que serão usados quanto os equipamentos. 
A análise da concorrência é outro aspecto. Conhecer quem são as empresas que disputam os 
clientes com você, o que eles oferecem, quais são seus diferenciais. Sem conhecer os concorrentes, 
perde-se um importante parâmetro para tomada de decisão. No nosso contexto educacional, ver as 
bibliotecas como concorrentes não se aplica tanto. Apesar de ocorrer, no sentido de que um aluno 
pode decidir estudar em uma universidade ou outra por conta da estrutura da biblioteca de uma 
delas. Como já vimos, em outros países a biblioteca pode ser o diferencial entre as instituições de 
ensino superior. Por outro lado, a análise da concorrência nos interessa, pois com isto pode-se 
observar o que as outras bibliotecas estão fazendo para atrair seus públicos, e assim buscar 
melhorar seus próprios processos internos. 
 
 
Veja o caso da Biblioteca na Dinamarca, que tomou como referências as ações promovidas pelas 
bibliotecas alemãs. 
A adaptação, neste caso, se dá pela necessidade de manter os usuários 
satisfeitos com os serviços oferecidos. 
 
 Competência 03 
 
 
 
 
 
 
 
 
 43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Depois que a organização analisou os aspectos externos a ela, é preciso analisar seus aspectos 
internos. Não se chegará a lugar nenhum sem se conhecer, sem conhecer seus pontos fracos e 
fortes. É preciso esse conhecimento para que se intensifique os pontos fortes e sejam ajustados os 
fracos. 
Para efetuarmos a análise do ambiente interno de uma organização, com foco em uma biblioteca, 
alguns aspectos devem ser destacados: 
- Quanto às funções a serem analisadas: refere-se à análise das macro funções de uma empresa, ou 
seja, marketing, finanças, processamento técnico, recursos humanos, etc. 
Na área de marketing deve-se diagnosticar o desempenho da marca, promoção e propaganda. 
 
Um burburinho em inúmeras línguas preenche uma das salas da Kölner Volkshochschule, em 
frente à Biblioteca Municipal de Colônia. Uma "sala de conversação" foi criada na escola para 
servir de ponto de encontro de refugiados e de todos aqueles que ainda precisam dominar o 
idioma alemão. Aqui, todos podem aproveitar gratuitamente as ofertas da BibliotecaMunicipal, 
utilizar programas de aprendizado nos computadores ou emprestar livros e jogos. 
 
Além de um espaço de encontro, a "sala de conversação" é palco de leituras em diversos idiomas 
e disponibiliza materiais didáticos em diferentes línguas. Mentores auxiliam famílias sírias, afegãs 
e romenas a se adaptar à cidade e à Alemanha. 
 
A biblioteca de Colônia é reconhecida na Alemanha por suas inovações. Em 2015, ela recebeu o 
título de Biblioteca do Ano, por sua ousadia com projetos midiáticos e pela estratégia de 
transformar o local num espaço de encontros e não apenas de empréstimo de livros. A ideia não 
é nova: o conceito de "Makerspace" vem dos Estados Unidos e especialmente da Escandinávia. 
Na Finlândia e na Dinamarca, as bibliotecas públicas têm como papel serem espaços de 
conhecimento para todos. 
 
Na Dinamarca, é lei que toda comunidade tenha uma biblioteca em bom estado. E para isso não 
há economia de verbas, como na Alemanha, por exemplo, onde muitas bibliotecas municipais já 
precisaram ser fechadas. Para atrair o público jovem, o Estado de bem-estar social dinamarquês 
criou locais vivos e atrativos, nos quais o empréstimo de livros e mídias tornou-se quase 
secundário. 
 
www.pesquisamundi.org/2015/11/a-biblioteca-do-futuro.html 
 Competência 03 
 
 
 
 
 
 
 
 
 44 
Ainda há grande importância quanto à pesquisa dos usuários, por ser relevante às definições 
abordadas durante este caderno. 
Na função financeira a análise do sistema planejamento e controle financeiro/contábil (estrutura da 
área financeira, relatórios contábeis/financeiros, fluxo de caixa, controles e orçamentos, etc.). 
Na área de processamento técnico devemos analisar a eficiência da sua capacidade produtiva no 
processamento das obras e outros serviços oferecidos dentro da biblioteca. 
Deve ser analisada também a área de recursos humanos. Deve-se considerar as atitudes da alta 
administração quanto ao fator humano da empresa, quanto à rotatividade dos empregados, ao 
índice de absenteísmo, à eficácia dos programas de recrutamento, seleção, treinamento e 
desenvolvimento. 
- Quanto aos aspectos organizacionais: em relação aos aspectos organizacionais podemos 
salientar: 
A definição de qual estrutura organizacional se mostra mais adequada; 
Os sistemas de informações que serão ou são utilizados; 
A tecnologia e os equipamentos que serão utilizados; 
As divisões de áreas dentro da biblioteca. 
A análise pode ser realizada através de consultores externos, em conjunto com os indivíduos da 
biblioteca, e também através dos registros históricos, em que podem ser observadas as ações 
positivas e negativas tomadas ao longo de um período de tempo. Assim, a organização pode definir 
sua Visão e Missão. 
A Visão indica as pretensões em relação ao futuro. Em geral, está relacionada ao posicionamento da 
 Competência 03 
 
 
 
 
 
 
 
 
 45 
organização em relação ao mercado, como, por exemplo, em cinco anos ser a biblioteca número um 
em base de dados especializadas para pesquisas científicas. 
Observe que há um determinante de tempo, no caso acima cinco anos, pois ao longo do tempo os 
objetivos mudam, principalmente quando este é atendido. 
A missão indica a razão de ser daquela organização. O que esta pretende oferecer ao mercado e aos 
seus clientes / usuários, como atender as necessidades informacionais dos nossos usuários através 
dos serviços de referência e circulação. 
 
A Biblioteca é subdividida em setores informacionais (relativos ao acervo) e em setores 
técnico-administrativos (relativos à gestão). Os setores técnico-administrativos são: 
A) Administração; B) Processamento Técnico; C) Referência; 
D) Circulação de Materiais/Balcão de Empréstimo e Devolução 
 Pesquise mais sobre cada um destes setores! 
Link: http://pt.slideshare.net/LucianoLLC/basico-de-auxiliar-de-biblioteca 
 
 
Neste caso, a missão desta biblioteca está clara: oferecer serviços de consulta de informações e 
empréstimos de obras. 
A partir da análise destes pontos, a organização pode definir a sua vantagem competitiva. O que é 
isto? 
 
 
Este diferencial pode estar relacionado à uma questão física ou estrutura, como um prédio com alta 
tecnologia, computadores de ponta, livros especializados, acesso à base de dados especializada, 
localização da organização, etc. 
Como também o diferencial pode ser a existência de profissionais bem treinados, com amplo 
 Vantagem competitiva é o diferencial que uma organização possui e que faz 
com que ela possa se destacar perante o seu cliente ou usuário 
 Competência 03 
http://pt.slideshare.net/LucianoLLC/basico-de-auxiliar-de-biblioteca
 
 
 
 
 
 
 
 
 46 
conhecimento sobre as informações que os usuários procuram ou a oferta de serviços específicos, 
como normalização dos trabalhos. Você poderá conhecer mais sobre alguns destes serviços na 
disciplina de Serviço de Referência e Informação no próximo módulo. 
É importante que a organização conheça seus pontos fortes e seus clientes para definir qual será 
sua vantagem competitiva. 
Qual seria a vantagem competitiva em um contexto de uma biblioteca? 
Vamos refletir sobre isto? 
 
Discuta em sala com seus colegas e poste seu comentário no fórum do encontro presencial 2! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Competência 03 
 
 
 
 
 
 
 
 
 47 
4.Competência 4 | Compreender as Teorias Comportamentais na 
Organização 
Dentro do contexto de mudança e adaptação que estudamos até agora é preciso criar um ambiente 
que gere motivos para que o trabalhador busque sua satisfação e se sinta motivado a executar seu 
trabalho. No atual contexto da sociedade informacional, a capacidade de pensar dos indivíduos é 
valorizada. As organizações dependem cada vez mais dos seus colaboradores, não só por sua força 
de trabalho, mas pela sua capacidade de resolução de problemas. 
 
 
 
 
Figura 19 - motivação humana nas organizações 
Fonte: http://projeteideias.blogspot.com.br/ 
Descrição: em cima de uma montanha, um homem ergue os braços abertos. Ao seu lado está escrita a 
palavra motivação. 
A adaptação das organizações é realizada pelos seus colaboradores. São eles que modificam suas 
ações e, consequentemente, a prática organizacional. Os trabalhos em grupos são mais valorizados 
e equipes interdisciplinares são incentivadas para pensar sobre os problemas da organização. Uma 
vez que os empregados buscam satisfação e desenvolvimento pessoal no trabalho, as organizações 
precisam manter um modelo de gestão que favoreça a este ambiente. 
 
 
O grau de empenho e esforço de um indivíduo depende da sua 
motivação! 
 Competência 04 
http://projeteideias.blogspot.com.br/
 
 
 
 
 
 
 
 
 48 
E as pessoas não fazem as mesmas coisas pelas mesmas razões, cada um está voltado para a 
satisfação de seus próprios fatores motivacionais. 
Como vimos na primeira competência, no desenvolvimento das teorias administrativas, a motivação 
foi vista como um meio de conquistar a eficiência organizacional através do desempenho dos seus 
colaboradores. De início, com a questão financeira, depois com os incentivos psicossociais. 
A maior força que a organização possui para desenvolver suas ações vem das pessoas. 
Desde então, o estudo da motivação no trabalho passou a pesquisar sobre o que instiga as pessoas 
a agirem a fim de obter um melhor desempenho das capacidades humanas na organização. 
A partir da publicação do artigo “A Theory of Human Motivation”, em 1943, por Abraham Maslow, 
os estudos sobre o entendimento e as formas de motivação humana para a gestão de pessoas se 
consolidaram e muitas teorias surgiram neste cenário com um princípio básico - a busca por 
eficiência na organização. Esta teoria se tornou a precursora da gestão de pessoas, apesar de não 
ter tido o propósito organizacional. 
Maslow diz que a motivação do indivíduo depende do atendimento às necessidades humanas. 
Primeiro das mais básicas, depois das mais complexas.

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