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ADMINISTRAÇÃO I CURSOS DE GRADUAÇÃO – EAD Administração I – Prof. Ms. Neivaldo Hakime Dutra Meu nome é Neivaldo Hakime Dutra. Sou mestre em Gestão Empresarial pela UNI-Facef/Franca-SP, onde desenvolvi um estudo a respeito dos estilos de liderança percebidos nas in- dústrias de calçados de Franca-SP. Conclui minha Graduação em Administração de Empresas no Instituto Tecnológico de Osasco-SP e Especialização em Gestão de Recursos Humanos e Financeiros na UNI-Facef/Franca-SP. Vejo na EaD uma im- portante ferramenta de inclusão social, uma vez que permite a um número maior da população o acesso ao ensino uni- versitário e à especialização profissional. Como sabemos, a educação, seja na formação escolar acadêmica, seja na espe- cialização, é um dos meios mais importantes para o desenvolvimento social de um país. Por isso, acredito que o estudo do binômio “sociedade e educação” seja extremamente relevante para a formação de um educador. E-mail: neivaldo@claretiano.edu.br Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação ADMINISTRAÇÃO I Caderno de Referência de Conteúdo Neivaldo Hakime Dutra Batatais Claretiano 2013 Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação © Ação Educacional Claretiana, 2008 – Batatais (SP) Versão: dez./2013 658 D974a Dutra, Neivaldo Hakime Administração I / Neivaldo Hakime Dutra – Batatais, SP : Claretiano, 2013. 196 p. ISBN: 978-85-67425-00-9 1. Significados do Papel da Administração. 2. Perfil do administrador. 3. Processo de administrar diferentes atividades. 4. Pilares do pensamento administrativo. 5. As escolas de administração. 6. Administração científica e clássica. 7. Estudo da teoria humanística e comportamental. 8. Processo decisório e planejamento. I. Administração I. CDD 658 Corpo Técnico Editorial do Material Didático Mediacional Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves Preparação Aline de Fátima Guedes Camila Maria Nardi Matos Carolina de Andrade Baviera Cátia Aparecida Ribeiro Dandara Louise Vieira Matavelli Elaine Aparecida de Lima Moraes Josiane Marchiori Martins Lidiane Maria Magalini Luciana A. Mani Adami Luciana dos Santos Sançana de Melo Luis Henrique de Souza Patrícia Alves Veronez Montera Rita Cristina Bartolomeu Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli Simone Rodrigues de Oliveira Bibliotecária Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11 Revisão Cecília Beatriz Alves Teixeira Felipe Aleixo Filipi Andrade de Deus Silveira Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz Rodrigo Ferreira Daverni Sônia Galindo Melo Talita Cristina Bartolomeu Vanessa Vergani Machado Projeto gráfico, diagramação e capa Eduardo de Oliveira Azevedo Joice Cristina Micai Lúcia Maria de Sousa Ferrão Luis Antônio Guimarães Toloi Raphael Fantacini de Oliveira Tamires Botta Murakami de Souza Wagner Segato dos Santos Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação Educacional Claretiana. Claretiano - Centro Universitário Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000 cead@claretiano.edu.br Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006 www.claretianobt.com.br SUMÁRIO CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 9 2 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO ...................................................................... 12 UniDADE 1 – CONCEITOS DE ADMINISTRAÇÃO 1 OBJETiVOS ........................................................................................................ 31 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 31 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 32 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 32 5 ESCOPO DA ADMINISTRAÇÃO ........................................................................ 34 6 AÇÃO DE ADMINISTRAR ................................................................................. 35 7 SIGNIFICADO DA ADMINISTRAÇÃO ............................................................... 37 8 TEXTO COMPLEMENTAR .................................................................................. 40 9 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 41 10 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 42 11 E-REFERÊnCiAS ................................................................................................ 43 12 REFERÊnCiAS BiBLiOGRÁFiCAS ...................................................................... 43 UniDADE 2 – ORGANIZAÇÃO E EMPRESA 1 OBJETiVOS ........................................................................................................ 45 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 45 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 45 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 46 5 ORGANIZAÇÃO E EMPRESA ............................................................................. 47 6 SiSTEMA DE RECURSOS E OBJETiVOS ............................................................ 48 7 CLASSIFICAÇÃO DE ORGANIZAÇÕES .............................................................. 49 8 TEXTO COMPLEMENTAR .................................................................................. 52 9 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 55 10 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 56 11 E-REFERÊnCiAS ................................................................................................ 56 12 REFERÊnCiAS BiBLiOGRÁFiCAS ...................................................................... 57 UniDADE 3 – PROCESSO DE ADMINISTRAÇÃO 1 OBJETiVOS ....................................................................................................... 59 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 59 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 60 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 60 5 IMPORTÂNCIA DO PROCESSO ADMINISTRATIVO NO CONTEXTO ORGANIZACIONAL ............................................................................................ 61 Claretiano - Centro Universitário 6 PLANEJAMENTO .............................................................................................. 63 7 ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ........................................ 66 8 DIREÇÃO, COORDENAÇÃO E TOMADA DE DECISÃO ..................................... 68 9 CONTROLE, PRINCIPAIS PARÂMETROS DE COMPARAÇÃO E REGISTRO ...... 70 10 TEXTOS COMPLEMENTARES ............................................................................ 73 11 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................76 12 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 77 13 E-REFERÊnCiAS ................................................................................................ 77 14 REFERÊnCiAS BiBLiOGRÁFiCAS ...................................................................... 77 UniDADE 4 – ESTUDO SOBRE OS GEREnTES 1 OBJETiVOS ....................................................................................................... 79 2 CONTEÚDOS .................................................................................................... 79 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .............................................. 80 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 81 5 HENRY FAYOL E O PAPEL DO DIRIGENTE ....................................................... 83 6 CHESTER BARnARD ......................................................................................... 84 7 HEnRY MinTZBERG ......................................................................................... 85 8 ROSEMARY STEWART ...................................................................................... 87 9 ANDREW GROVE .............................................................................................. 87 10 AÇÃO GERENCIAL NAS ORGANIZAÇÕES......................................................... 88 11 TEXTO COMPLEMENTAR .................................................................................. 89 12 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 90 13 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 93 14 E-REFERÊnCiAS ................................................................................................ 93 15 REFERÊnCiAS BiBLiOGRÁFiCAS ...................................................................... 94 UniDADE 5 – ABORDAGEM MECAniCiSTA DA ADMiniSTRAÇÃO: TEORiA CiEnTÍFiCA E CLÁSSiCA 1 OBJETiVOS ....................................................................................................... 95 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 96 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .............................................. 96 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 97 5 TEORIA CIENTÍFICA .......................................................................................... 100 6 TEORiA CLÁSSiCA ............................................................................................. 109 7 CRÍTiCAS À TEORiA CLÁSSiCA E CiEnTÍFiCA .................................................. 113 8 TEXTOS COMPLEMENTARES ............................................................................ 114 9 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 116 10 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 117 11 E-REFERÊnCiAS ................................................................................................ 118 12 REFERÊnCiAS BiBLiOGRÁFiCAS ...................................................................... 118 UniDADE 6 – ABORDAGEM DAS RELAÇÕES HUMAnAS E COMPORTAMENTAIS NAS ORGANIZAÇÕES 1 OBJETiVOS ....................................................................................................... 119 2 CONTEÚDOS .................................................................................................... 120 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .............................................. 120 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 121 5 ORIGEM DA TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS ........................................... 123 6 TEORIAS MOTIVACIONAIS ............................................................................... 132 7 TEXTOS COMPLEMENTARES ........................................................................... 140 8 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 141 9 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 142 10 E-REFERÊnCiAS ................................................................................................ 142 11 REFERÊnCiAS BiBLiOGRÁFiCAS ...................................................................... 143 UniDADE 7 – ABORDAGEM nEOCLÁSSiCA E PLAnEJAMEnTO 1 OBJETiVOS ........................................................................................................ 145 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 146 3 ORIENTAÇÃO PARA O ESTUDO DA UNIDADE ................................................. 146 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 148 5 CARACTERÍSTiCAS DA TEORiA nEOCLÁSSiCA ................................................ 149 6 ADMINISTRAÇÃO COMO TÉCNICA SOCIAL .................................................... 151 7 PROCESSO DE PLANEJAMENTO ...................................................................... 156 8 TEXTOS COMPLEMENTARES ............................................................................ 163 9 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 165 10 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 166 11 E-REFERÊnCiAS ................................................................................................ 167 12 REFERÊnCiAS BiBLiOGRÁFiCAS ...................................................................... 167 UniDADE 8 – PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO 1 OBJETiVOS ........................................................................................................ 169 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 169 3 ORIENTAÇÃO PARA O ESTUDO DA UNIDADE ................................................. 169 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 170 5 CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO ....................... 171 6 TEXTO COMPLEMENTAR .................................................................................. 179 7 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 182 8 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 183 9 E-REFERÊnCiAS ................................................................................................ 183 10 REFERÊnCiAS BiBLiOGRÁFiCAS ...................................................................... 183 UniDADE 9 – FUTURO DA ADMINISTRAÇÃO E PERFIL DO ADMINISTRADOR NO MUNDO ATUAL 1 OBJETiVOS ....................................................................................................... 185 2 CONTEÚDOS .................................................................................................... 185 3 ORIENTAÇÃO PARA O ESTUDO DA UNIDADE ................................................ 186 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 187 5 HABiLiDADES DO ADMiniSTRADOR ............................................................... 187 6 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 193 7 TEXTOS COMPLEMENTARES ............................................................................ 193 8 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................194 9 E-REFERÊnCiAS ................................................................................................ 194 10 REFERÊnCiAS BiBLiOGRÁFiCAS ...................................................................... 195 CRC Caderno de Referência de Conteúdo Ementa ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Significados do papel da Administração. Perfil do administrador. Processo de administrar diferentes atividades. O pensamento administrativo. As escolas de Administração. Administração científica e clássica. Estudo da teoria humanística e comportamental. Processo decisório e planejamento. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 1. INTRODUÇÃO Seja bem-vindo ao estudo da Administração I. Nesta parte, chamada Caderno de Referência de Conteúdo, você encontrará o conteúdo básico das nove unidades que serão desenvolvidas. Neste caderno, você conhecerá o fundamento da Adminis- tração, sua origem e evolução no cenário socioeconômico, bem como a relevância de sua aplicação nas organizações. Você conhe- cerá, também, o perfil adequado do administrador e a necessida- de desse profissional no ambiente das instituições. Ter conhecimento do conceito das ferramentas administrati- vas, da abordagem gerencial, do processo de planejamento estra- tégico e de tomada de decisão vai capacitar você a ter uma postura analítica de estilo empresarial. © Administração I10 Você aprenderá, ainda, os diferentes conceitos de Adminis- tração, que poderão proporcionar-lhe o entendimento ideal dessa ciência nos ambientes empresariais. As ferramentas básicas do processo administrativo compre- endem: planejamento, organização, direção e controle (Figura 1). Conhecendo-as, você terá uma visão da importância de sua aplica- bilidade nas grandes, médias e pequenas empresas. Controle Planejamento Direção Organização Figura 1 O processo administrativo. Por meio desses conhecimentos iniciais, você terá condições de analisar a necessidade da ciência administrativa nas empresas, independentemente do porte da empresa ou do segmento em que atua. Ao longo dos estudos, você poderá fazer comparação entre organização e empresa, bem como avaliar a organização no ponto de vista da instituição ou quanto a ordem ou ordenação. Conhece- rá, ainda, as principais habilidades necessárias para o futuro admi- nistrador, em aspectos cognitivos, humanos e emocionais. 11 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo Abordaremos, também, os principais estudos sobre a ação dos gerentes nos ambientes organizacionais. A compreensão das atividades dos gerentes será fundamental, pois a maioria das ta- refas administrativas provém da média e alta gerência, sem me- nosprezar o trabalho dos demais componentes da estrutura orga- nizacional, pois a ação administrativa é alicerçada no trabalho em equipe. No estudo da evolução histórica da administração, você co- nhecerá a cronologia do pensamento administrativo desde Adam Smith até o primórdio da administração científica, Frederick Wins- low Taylor, acompanhado de Henry Ford e sua posição de desta- que como precursor da linha de montagem na fabricação de auto- móveis. Com os conhecimentos absorvidos, será possível estabele- cer o grau de diferença da administração científica de Taylor e Ford e a teoria clássica de Fayol, também conhecida como modelo fran- cês de administração. Num segundo momento da cronologia das teorias adminis- trativas, abordaremos a ação humana e seus efeitos na organiza- ção. Demonstraremos os principais estudos sobre a motivação hu- mana e os reflexos causados na consideração do comportamento dos indivíduos no ambiente empresarial. No estudo do planejamento estratégico, você irá conhecer o mecanismo de implantação desse processo e as variáveis do am- biente interno e externo que interagem na constituição do plane- jamento. Além disso, nossa proposta é demonstrar não apenas as principais técnicas de previsão do cenário empresarial, mas tam- bém as formas de pesquisa de opinião e as atitudes dos agentes econômicos e institucionais. Finalmente, para intensificar o conhecimento da dinâmica empresarial, conceituaremos os parâmetros que definem a perso- nalidade e a imagem da empresa, que são sua missão, sua visão e seus valores em qualquer instituição. © Administração I12 Administração I constitui um conteúdo muito importante, pois norteia o graduando na compreensão dos ambientes organi- zacionais e sua dinâmica no mercado e na sociedade. Como você pode perceber, é de extrema relevância a intera- tividade entre seu tutor, colegas de curso e instituição de ensino. Você está convidado a fazer parte deste novo caminho da educa- ção e do saber. Desejamos que seu estudo seja proveitoso e que o ajude a trilhar o caminho de novas descobertas e novos conhecimentos. 2. ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO Abordagem Geral Neivaldo Hakime Dutra Mestre em Gestão Empresarial Neste tópico, apresenta-se uma visão geral do que será es- tudado neste Caderno de Referência de Conteúdo . Aqui, você en- trará em contato com os assuntos principais deste conteúdo de forma breve e geral e terá a oportunidade de aprofundar essas questões no estudo de cada unidade. No entanto, essa Aborda- gem Geral visa fornecer-lhe o conhecimento básico necessário a partir do qual você possa construir um referencial teórico com base sólida – científica e cultural – para que, no futuro exercício de sua profissão, você a exerça com competência cognitiva, ética e responsabilidade social. Nesta Abordagem Geral, você conhecerá, de forma resu- mida, o embasamento teórico da origem da administração, seu aperfeiçoamento no contexto socioeconômico e empresarial, bem como a sua importância perante os processos organizacio- nais das instituições empresariais e governamentais. Você conhe- cerá, também, os aspectos e as características do perfil adequado do administrador. 13 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo Para tanto, demonstraremos, no transcorrer do estudo, a necessidade desse profissional no ambiente das organizações. Apresentaremos o conceito das ferramentas administrativas, da abordagem gerencial, do processo de planejamento estratégico e de tomada de decisão, conceitos que visam capacitá-lo para exercer uma postura analítica de estilo empresarial. Como surgiu a ciência administrativa? Qual o significado do termo “administração”? A administração pode ser tratada como uma atividade em- pírica, pois, quando estamos administrando, independentemen- te do que seja, buscamos interagir com o ambiente que nos cerca à procura de concretizar determinados objetivos, especialmente no ambiente das organizações. Como exemplo de organizações, podemos citar: escolas, fábricas, sindicatos, partidos políticos, hospitais, exército e estados. Temos a certeza de que você deve possuir as mesmas apre- ensões de todos os ingressantes acadêmicos no campo da admi- nistração e, também, suas oportunidades de mercado. Essa expec- tativa é comum, contudo, queremos tranquilizá-lo, desde já, em virtude da necessidade das organizações em contratar administra- dores para seu quadro de funcionários. E não paramos por aí. Os administradores poderão optar em desenvolver a carreira de em- preendedores, detentores de seu próprio negócio. Você sabia que cerca de um terço dos profissionais com gra- duação superior no mercado de trabalho do Brasil é formado por administradores? E que esse número tende a ampliar? A busca por profissionais de administração é causada pelo fenômeno da constituição e profissionalização das organizações; por isso, elas estarão constantemente à procura de administrado- res para gerir suas empresas. Por muito tempo, as entidades mantinham, em seus cargos executivos, profissionais de outras áreas, formados ali mesmo, no © Administração I14 ambiente de trabalho, ou seja, médicos, pedagogos ou professores ocupavam funções gerenciais para cuidar dos problemas organiza-cionais. Contudo, os ambientes empresariais foram se tornando mais complexos. Esse cenário apontou a necessidade de a empresa possuir um profissional para conduzir as organizações na intenção de al- cançar melhores resultados. Com efeito, os profissionais da área de administração vêm conquistando seu espaço no mercado. Embora os conceitos e princípios da administração possam ser utilizados em qualquer circunstância, a fim de facilitar nosso aprendizado, definimos o campo da organização como objeto de nosso estudo. Inicialmente, você conhecerá os diversos conceitos de Ad- ministração, os quais proporcionarão o entendimento ideal dessa ciência, arte ou prática, conforme dizem os estudiosos do século 20. Em razão da expansão do mercado, as organizações torna- ram-se competitivas para se igualar ou mesmo superar os concor- rentes; por isso, o contexto empresarial já não admite instituições ineficazes, que não alcançam resultados suficientes para satisfazer os investidores ou proprietários ou que não atendem às expecta- tivas dos clientes. Consequentemente, os profissionais da área de Administra- ção são donos de um amplo campo de atuação. Porém, somente a formação e a experiência não bastam; é preciso que eles acompa- nhem a evolução da sociedade e das organizações, pois a primeira sempre tem a sua necessidade aprimorada, e a segunda necessita atender a seus clientes, ou seja, a sociedade. É a partir daí que surge o segundo conceito que se refere ao principal campo de atuação dos administradores: a organização. A princípio, as organizações foram criadas para atender às necessi- dades humanas. Os indivíduos perceberam que trabalhar em cole- 15 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo tividade agilizava o serviço e, assim, poderiam cumprir as tarefas de forma rápida. De forma geral, elas foram geradas para atingir determinado fim; contudo, as organizações empresariais devem alcançar obje- tivos cujos resultados sejam interessantes aos dirigentes, funcio- nários, fornecedores e clientes. Para conseguir esses resultados, surge a ação da administração. As organizações empresariais são entidades criadas por de- terminadas pessoas ou instituídas por lei, no caso dos entes pú- blicos, mas todas buscam a obtenção de resultados, sejam eles na forma de lucro ou de interesse de terceiros. Essas entidades efetuam quase todas as atividades da vida moderna; por isso, são consideradas um dos componentes mais relevantes da sociedade. Desde o nascimento, as pessoas fazem parte das organizações: nascem em hospitais, são educadas e for- madas nas escolas, executam suas atividades profissionais nas em- presas, enfim, participam constantemente de organizações. Com efeito, a concepção da pessoa moderna conduz, inevitavelmente, ao estudo das organizações. Processo administrativo O processo administrativo é um instrumento utilizado pelos administradores para cumprir suas atividades e alcançar resulta- dos. Esse mecanismo é um conjunto das funções administrativas de: • planejamento; • organização; • direção; • controle. As funções administrativas são constituídas pela sua pre- sença e interferência no ambiente organizacional, em virtude de os administradores as utilizarem na consecução dos objetivos pretendidos. © Administração I16 O processo administrativo é tão importante que outras ci- ências e modelos de projeto, qualidade e produção o utilizam para a eficácia de seu programa. Isso é o bastante para demons- trarmos a importância das funções do processo administrativo. Portanto, não é possível administrar sem objetivo, nem gerir sem as funções administrativas. Por meio desses conhecimentos iniciais, podemos notar a contribuição da administração para as organizações, independen- temente do segmento ou do porte da empresa. Partindo desse princípio, você poderá, durante seus estudos, comparar as diver- sas formas de organização e, também, avaliar as mutações de seus ambientes interno e externo. Atividades dos gerentes nos contextos organizacionais A concepção da ação dos gerentes é imprescindível, pois as ferramentas de gestão são aplicadas por eles. Assim, os gerentes tornam-se a mola propulsora de ativação das políticas institucio- nais. Dessa forma, as funções administrativas são imprescindí- veis ao gerente, que deve praticá-las para executar suas tarefas com previsibilidade e equilíbrio. Contudo, além do caráter técnico, compreendido pelo processo administrativo, é necessário que ele tenha habilidade de liderar pessoas, instituir mecanismos motiva- cionais, saber se comunicar de forma transparente e tomar deci- sões adequadas. Ao longo da evolução do pensamento administrativo, com destaque para o estudo da abordagem clássica e científica, a maio- ria dos gerentes procurava explorar o máximo de energia dos su- balternos. Em razão desse perfil rígido, com meios de comando que coagiam as pessoas, além do controle excessivo das atividades dos indivíduos, aconteceram grandes mudanças nas organizações. Esse tipo de postura não condiz mais com o ambiente organizacio- nal atual e não gera resultados; pelo contrário, revolta, desmotiva 17 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo e prejudica o trabalho das pessoa. Isso não quer dizer que não existem mais gerentes desinformados, abusando do poder e agin- do arbitrariamente na execução de suas atividades. De acordo com o Programa de Estudos do Futuro (apud CRASP, 2002), existem quatro grandes grupos de competências necessárias aos líderes: 1) Orientações permanentes para resultados. 2) Qualificação técnica e funcional. 3) Inteligência emocional. 4) Capacidade de distinguir o que é relevante do que não é. Para fazer parte desse seleto grupo, o profissional deverá comprovar seu talento para conduzir as equipes, mostrando que possui capacidade de prover recursos ao ser um facilitador de pro- cessos e meios utilizados na confecção de produtos. Para tanto, o gerente talentoso precisará ser um líder, conhecer a profissão, compartilhar o poder, ter empatia, bom humor, saber ouvir e to- mar decisões fundamentadas em evidências objetivas. Depois de conhecermos as atividades dos gerentes nos con- textos organizacionais, estudaremos a evolução histórica da ad- ministração por meio da cronologia do pensamento administrati- vo, iniciando com as pesquisas de Adam Smith até os estudos de Taylor, com a publicação do livro sobre administração científica. Administração Científica e Clássica Taylor nasceu no estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos. Desde jovem, queria seguir a profissão do pai, que era advogado, mas, em razão da deficiência na visão pelo excesso de leitura à luz de querosene, deixou precocemente a carreira. Aos 18 anos, abandonou os estudos e ingressou no segmen- to da mecânica, em uma indústria próxima de sua casa. Em segui- da, transferiu-se para outra empresa, em que passou por vários © Administração I18 cargos. Os primeiros processos científicos vieram quando Taylor tinha apenas 23 anos. Ele percebeu que havia muita ineficiência no processo de trabalho e desenvolveu diversas pesquisas. Outro pesquisador da teoria científica foi Henry Ford, nasci- do no estado de Michigan, em uma fazenda de propriedade de seu pai. Desde cedo, interessou-se pela mecânica e, aos 12 anos, pas- sava a maior parte do tempo consertando as máquinas da fazenda e da vizinhança. Após uma trajetória profissional ascendente, em 1903, Ford, juntamente com outros acionistas, funda a Ford Motor Company. A maior contribuição de Ford para a administração cien- tífica foi a linha de montagem. Outros destaques da administração científica são o casal Gil- breth, que aborda o melhor método para realizar uma função por meio do estudo dos movimentos, e o pesquisador Gantt, cuja pre- missa básica era o aperfeiçoamento do homem, permitindo a este condição de desenvolvimento e realização profissional. O modelo francês de administração,também conhecido como administração clássica, foi desenvolvido pelo engenheiro Henry Fayol, nascido na cidade de Constantinopla, hoje chamada Istambul. Sua contribuição está fundamentada na direção de grandes organizações. Enquanto a administração científica preocupa-se com as tarefas, a clássica tem como foco as atividades administra- tivas. Dessa forma, mediante o aprendizado absorvido, será possí- vel estabelecermos as diferenças entre a administração científica de Taylor, Ford, Gantt e Gilbreth e a teoria clássica de Henry Fayol. A seguir, veremos a abordagem das relações humanas na or- ganização, com destaque para os experimentos de Hawtorne, um bairro de Chicago nos Estados Unidos. 19 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo Teoria das Relações Humanas A teoria das relações humanas teve origem no fato de as pessoas não acatarem as condições inseguras e insalubres vividas na época mecanicista. no final da década de 1920 e início de 1930, um segundo momento da cronologia das teorias administrativas, os estudiosos passaram a considerar a ação humana e seus efeitos na organiza- ção. O destaque é para o professor Elton Mayo, que, com os resul- tados de sua pesquisa, mostrou que a ação psicológica sobrepõe a ação física. Esse fato, embora relevante, foi desconsiderado na época para, anos mais tarde, servir de base para o estudo da teoria comportamental. Considerado por estudiosos como o desdobramento da teoria das relações humanas, o principal objetivo dessa teoria é compreender o que motiva o ser humano e os reflexos gerados no ambiente de trabalho, nos produtos e na equipe. No aprendizado da teoria comportamental, Maslow e sua abordagem da hierarquia das necessidades defendem a escala de motivação das pessoas. Para o estudioso, as pessoas precisam cumprir as necessidades físicas para depois atingir outros níveis de satisfação, alcançado, assim, a automotivação. Outro destaque é o professor Herzberg, com a teoria dos dois fatores. Para ele, os fatores higiênicos estão intrínsecos no ambiente de trabalho e, por isso, somente cumprem a necessi- dade das pessoas, mas não garantem a motivação; já os fatores externos são os motivacionais, pois são ligados ao conteúdo do trabalho. Dentro da teoria motivacional, outra pesquisa é do professor McGregor com as teorias X e Y. Na teoria X, a tese defendida é que as pessoas são indolentes e trabalham somente pelo dinheiro. Na teoria Y, as pessoas gostam do que fazem; por isso, procuram as- sumir responsabilidades – o dinheiro vem como consequência da aplicação e do trabalho. © Administração I20 Teoria Neoclássica Após o encerramento da Segunda Guerra Mundial, o mundo percebeu que as organizações tinham evoluído bastante desde a Primeira Guerra Mundial. Os produtos possuíam maior desempe- nho e qualidade, e os carros, as armas, os tanques, os navios, entre outros, estavam bem mais avançados do que outrora. Esse cenário fez que teorias administrativas fossem repensa- das, redesenhadas para ser utilizadas em um ambiente mais com- petitivo, contexto em que a simples produção em larga escala já não garante mais o sucesso da organização. A busca era por pro- cessos que garantissem o equilíbrio organizacional. Esse movimento, conduzido especialmente por Drucker, Dale e Koontz, foi denominado teoria neoclássica ou Escola Operacio- nal, ou Escola do Processo Administrativo ou, ainda, Abordagem Universalista da Administração. O fato é que os autores neoclássi- cos não formaram exatamente uma escola bem definida, mas um movimento desordenado e desarticulado. A característica principal da teoria neoclássica foi considerar a administração como técnica social ao definir os aspectos comuns às organizações e as funções essenciais do administrador. Esse movimento comprovou que a sociedade pós-guerra já não acatava mais que os êxitos alcançados pelas organizações fos- sem baseados em teorias desenvolvidas no passado. Portanto, era essencial desenvolver uma teoria que contemplasse as aspirações e as exigências do mercado. É o que veremos a seguir. Administração por Objetivos (APO) no ano de 1955, Peter Drucker, que já tinha destaque pela participação na abordagem neoclássica, desenvolveu um instru- mento de avaliação participativo para averiguar o desempenho de pessoas chamado Administração por Objetivos (APO). A ideia é estabelecer referenciais de avaliação mútuos entre superior e 21 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo subordinado. Os dois, em conjunto, definem os objetivos a serem alcançados, o processo de avaliação, a aferição dos resultados e como será o feedback. O método de avaliação APO substitui o antigo processo hie- rárquico, no qual a proposta dos objetivos é projetada pelo supe- rior, e a equipe, por sua vez, somente acata as ordens e executa- as. Planejamento Estratégico O Planejamento Estratégico (PE) é o desenvolvimento de um conjunto de planos de ação, cujo objetivo é modelar o destino, ou seja, o futuro da organização. Para ser elaborado, é preciso conhecer profundamente a organização. Porém, conhecer a organização não é algo tão fácil, sendo necessário, pois, possuir técnicas e fundamentação. Desse modo, os administradores saem na frente, pois são capacitados para desenvolver o PE. Esse projeto se inicia na descrição e análise do histórico da empresa, da sua trajetória desde a fundação, principais clientes e fornecedores, além dos produtos e serviços produzidos. A etapa seguinte consta em definir a Missão (razão da existência da orga- nização), a Visão (posicionamento atual e aonde a empresa quer chegar) e os Valores (princípios éticos, morais e de responsabilida- de social que norteiam a instituição). O próximo passo é desenvol- ver o diagnóstico organizacional, ocasião em que são abordadas as forças e fraquezas do ambiente interno; além das ameaças e oportunidades do ambiente externo. Logo depois, os gestores podem traçar a estratégia que será desenvolvida mediante os planos de ação estabelecidos. Dando continuidade ao processo, é a vez de implantar o Pla- nejamento Tático (PT), cuja principal função é estabelecer uma aliança entre os objetivos institucionais da organização e sua apli- © Administração I22 cação. De acordo com a estratégia projetada, por meio da distri- buição de recursos, estruturação organizacional de cargos, atribui- ção de pessoas e matéria-prima, o PT tem a incumbência de tornar o PE operável. Para encerrar o projeto de planejamento, é o momento de aplicar o Planejamento Operacional (PO), responsável pelo deta- lhamento dos planos estratégicos e táticos. É o instante de definir os procedimentos que serão utilizados para executar os planos de ação. Com efeito, cabe ao PO dispor na prática as provisões es- peradas a fim de que as informações entre os diversos níveis da empresa sejam comunicadas, via de regra, de forma transparente e eficaz, para garantir o sucesso do PE. Conforme você pôde perceber, a Administração I apresenta o processo decisório e os modelos propostos para tomá-lo. Desse modo, para compreendermos melhor esse processo, vamos reali- zar a seguinte reflexão: Qual é a melhor decisão? –––––––––––––––––––––––––––––– Suponha que você necessita tomar uma decisão relevante ao se deparar com situações divergentes e cada uma delas lhe trará um determinado resultado. Surge a indecisão! Por exemplo, a organização lançou um produto no mercado. Acontece que você, diante das circunstâncias, poderá adotar duas formas de dis- tribuição: oferecer o produto nos supermercados e ficar diante dos concorrentes, ou entregá-lo diretamente para os clientes. Como tomaria essa decisão? Agiria por intuição? Experiência? Conhecimento? É claro, essa situação é um fato bastante relevante e precisa ser contemplado com muita prudência, porque o destino da empresa estará em suas mãos. Em função disso, é preciso desenvolver procedimentos de análise suficientespara permitir que a opção selecionada seja a mais correta possível. Contudo, não será somente você que encontrará dificuldades para encarar as decisões importantes. O ambiente organizacional também é compreendido de decisões fáceis, médias e complexas, aquelas que envolvem um determinado grau de dificuldade para solucioná-las. Saiba que a tomada de decisão está total- mente ligada à estratégia. O administrador precisa, constantemente, ter pensa- mento estratégico, ter um objetivo, pensar no que irá fazer, como, onde, quando e qual será a consequência. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 23 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo Esse breve, mas importante, treinamento auxiliará você, fu- turo gestor, nas decisões que irá tomar no dia a dia em sua orga- nização, as quais representarão o seu bom desempenho na vida profissional. Finalmente, para intensificarmos o conhecimento da dinâ- mica empresarial, que apresenta o administrador como figura principal do sistema de gestão de recursos, mostraremos, a seguir, o que é necessário para que você seja um profissional de sucesso, desde a sua formação acadêmica, os cursos de extensão, o geren- ciamento de conflito e outros princípios úteis no desenvolvimento da carreira com brilhantismo. De nada adiantará o administrador possuir conhecimento, inteligência, experiência, se não possuir outros atributos necessá- rios para desempenhar a função. O administrador irá gerir pes- soas, recursos, máquinas, equipamentos, tecnologia. Além disso, irá interagir com o ambiente externo, ou seja, com fornecedores, clientes, governo, sindicatos, associações, enfim, a sociedade em geral. Deverá produzir resultados que garantam a satisfação do cliente, a motivação dos funcionários e os objetivos dos acionistas ou proprietários. O administrador deverá demonstrar, além da habilidade téc- nica e profissional, outros fatores que o conduzirão à estabilidade nas instituições em que atuar, seja como empregado, seja como empregador. Esperamos que, com esta Abordagem Geral, você consiga assimilar, de forma adequada, todos os conceitos necessários para o desenvolvimento correto não só de suas atividades acadêmicas, mas, também, de suas atividades profissionais. Esperamos, ainda, que você olhe os conteúdos de maneira mais tranquila e que con- siga compreender o quanto é importante a ação da administração no ambiente organizacional. © Administração I24 Glossário de Conceitos O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rápi- da e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conhe- cimento dos temas tratados no Caderno de Referência de Conteúdo Administração I. Veja, a seguir, a definição dos principais conceitos: 1) Administração: obtenção das metas da organização de modo eficaz e eficiente por meio do processo adminis- trativo (DAFT, 2005). 2) Eficácia: significa cumprir as metas de uma organização, escolher as coisas certas para fazer. 3) Eficiência: desenvolver o trabalho com o menor des- perdício de recursos; combinação entre produtividade e qualidade; gastar menos tempo, dinheiro, materiais e pessoas; fazer as coisas corretamente. 4) Feedback: retorno ao ciclo operacional, ou seja, retroali- mentação do sistema. 5) Gerente: responsável por gerir uma unidade organiza- cional ou departamento. 6) Meta: detalhamento do objetivo. 7) Motivação: instrumento para despertar a vontade de o indivíduo fazer algo de forma prazerosa. 8) Objetivo: alvo ou resultado a ser alcançado. 9) Organização: associação de indivíduos formada com a intenção de alcançar determinado objetivo para atender à necessidade de outras pessoas (BERnARDES; MAR- COnDES, 2006). 10) Paradigma: constelação de crenças, valores e técnicas compartilhadas por membros de uma determinada co- munidade científica. 11) Recursos: pessoas, instrumentos, materiais ou objetos inseridos no processo para a obtenção de produtos ou serviços. Esquema dos Conceitos-chave Para que você tenha uma visão geral dos conceitos mais importantes deste estudo, apresentamos, a seguir (Figura 1), um 25 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo Esquema dos Conceitos-chave do Caderno de Referência de Conte- údo . O mais aconselhável é que você mesmo faça o seu esquema de conceitos-chave ou até mesmo o seu mapa mental. Esse exercí- cio é uma forma de construir o seu conhecimento, ressignificando as informações a partir de suas próprias percepções. É importante ressaltar que o propósito desse Esquema dos Conceitos-chave é representar, de maneira gráfica, as relações en- tre os conceitos por meio de palavras-chave, partindo dos mais complexos para os mais simples. Esse recurso pode auxiliar na or- denação e na sequenciação hierarquizada dos conteúdos de ensi- no. Com base na teoria de aprendizagem significativa, entende- -se que, por meio da organização das ideias e dos princípios em es- quemas e mapas mentais, o indivíduo pode construir o seu conhe- cimento de maneira mais produtiva e obter, assim, ganhos peda- gógicos significativos no seu processo de ensino e aprendizagem. Aplicado a diversas áreas do ensino e da aprendizagem es- colar (tais como planejamentos de currículo, sistemas e pesquisas em Educação), o Esquema dos Conceitos-chave baseia-se, ainda, na ideia fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel, que es- tabelece que a aprendizagem ocorre pela assimilação de novos conceitos e de proposições na estrutura cognitiva do aluno. Assim, novas ideias e informações são aprendidas, uma vez que existem pontos de ancoragem. Tem-se de destacar que “aprendizagem” não significa, ape- nas, realizar acréscimos na estrutura cognitiva do aluno; é preci- so, sobretudo, estabelecer modificações para que ela se configure como uma aprendizagem significativa. Para isso, é importante con- siderar as entradas de conhecimento e organizar bem os materiais de aprendizagem. Além disso, as novas ideias e os novos concei- tos devem ser potencialmente significativos para o aluno, uma vez que, ao fixar esses conceitos nas suas já existentes estruturas cog- nitivas, outros serão também relembrados. © Administração I26 Nessa perspectiva, partindo-se do pressuposto de que é você o principal agente da construção do próprio conhecimento, por meio de sua predisposição afetiva e de suas motivações internas e externas, o Esquema dos Conceitos-chave tem por objetivo tor- nar significativa a sua aprendizagem, transformando o seu conhe- cimento sistematizado em conteúdo curricular, ou seja, estabele- cendo uma relação entre aquilo que você acabou de conhecer com o que já fazia parte do seu conhecimento de mundo (adaptado do site disponível em: <http://penta2.ufrgs.br/edutools/mapascon- ceituais/utilizamapasconceituais.html>. Acesso em: 11 mar. 2010). Figura 1 Esquema dos Conceitos-chave da Caderno de Refenrêcia de Conteúdo Administra- ção I. 27 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo Como você pode observar, esse Esquema dá a você, como dissemos anteriormente, uma visão geral dos conceitos mais im- portantes deste estudo. Ao segui-lo, você poderá transitar entre um e outro conceito e descobrir o caminho para construir o seu processo de ensino-aprendizagem. O Conceito de Administração I, por exemplo, implica conhe- cer o significado do termo “administração” e, também, de orga- nização, bem como da evolução do pensamento administrativo compreendida pelas teorias científica, clássica, da relação humana, comportamental e neoclássica, além dos estudos do planejamen- to, gerência, tomada de decisões, tendência da gestão adminis- trativa e perfil do administrador. Sem o domínio conceitual desse processo explicitado pelo mapa, pode-se ter uma visão confusa do tratamento da temática do ensino de Administração I proposto pelo autor deste CRC. O Esquema dos Conceitos-chave é mais umdos recursos de aprendizagem que vem se somar àqueles disponíveis no ambien- te virtual, por meio de suas ferramentas interativas, bem como àqueles relacionados às atividades didático-pedagógicas realiza- das presencialmente no polo. Lembre-se de que você, aluno EaD, deve valer-se da sua autonomia na construção de seu próprio co- nhecimento. Questões Autoavaliativas no final de cada unidade, você encontrará algumas questões autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem ser de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertati- vas. Responder, discutir e comentar essas questões, bem como relacioná-las com a prática do ensino de administração pode ser uma forma de você avaliar o seu conhecimento. Assim, mediante a resolução de questões pertinentes ao assunto tratado, você estará se preparando para a avaliação final, que será dissertativa. Além © Administração I28 disso, essa é uma maneira privilegiada de testar seus conhecimen- tos e adquirir uma formação sólida para a sua prática profissional. Bibliografia Básica É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio- grafias complementares. Figuras (ilustrações, quadros...) neste material instrucional, as ilustrações fazem parte inte- grante dos conteúdos, ou seja, elas não são meramente ilustra- tivas, pois esquematizam e resumem conteúdos explicitados no texto. Não deixe de observar a relação dessas figuras com os con- teúdos, pois relacionar aquilo que está no campo visual com o con- ceitual faz parte de uma boa formação intelectual. Dicas (motivacionais) O estudo deste Caderno de Referência de Conteúdo convida você a olhar, de forma mais apurada, a Educação como processo de emancipação do ser humano. É importante que você se atente às explicações teóricas, práticas e científicas que estão presentes nos meios de comunicação, bem como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, ao compartilhar com outras pessoas aq- uilo que você observa, permite-se descobrir algo que ainda não se conhece, aprendendo a ver e a notar o que não havia sido perce- bido antes. Observar é, portanto, uma capacidade que nos impele à maturidade. Você, como aluno do curso de Graduação na modalidade EaD, necessita de uma formação conceitual sólida e consistente. Para isso, você contará com a ajuda do tutor a distância, do tutor presencial e, sobretudo, da interação com seus colegas. Sugeri- mos, pois, que organize bem o seu tempo e realize as atividades nas datas estipuladas. 29 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em seu caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas pode- rão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produ- ções científicas. Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discu- ta a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoau- las. no final de cada unidade, você encontrará algumas questões autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa resenhas, pois esses procedimentos serão importantes para o seu amadure- cimento intelectual. Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na modalidade a distância é participar, ou seja, interagir, procurando sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores. Caso precise de auxílio sobre algum assunto relacionado a este Caderno de Referência de Conteúdo, entre em contato com seu tutor. Ele estará pronto para ajudar você. Claretiano - Centro Universitário 1 EA D Conceitos de Administração 1. OBJETIVOS • Compreender a administração como ferramenta nortea- dora das ações nas empresas. • identificar a importância de aplicar a administração nas organizações simples e complexas. • Aprender o significado do termo "administração" e sua configuração no ambiente organizacional. 2. CONTEÚDOS • Escopo da administração. • Administração – utilização da ferramenta. • Significado de administração. • Conceito de administração de empresas. © Administração I32 3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que você leia as orientações a seguir: 1) Tenha sempre à mão o significado dos conceitos expli- citados no Glossário e suas ligações pelo Esquema dos Conceitos-chave para o estudo de todas as unidades deste CRC. Isso poderá facilitar sua aprendizagem e seu desempenho. 2) Para enriquecer seus estudos, visite o site do Conse- lho Regional de Administração, disponível em: <http:// www.crasp.com.br/index.asp?secao=66>, e leia sobre a História da Implantação e do Ensino da Administração no Brasil no ícone A Profissão. 3) Acesse o site do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e assista aos vídeos da Midiateca, disponível em: <http://www.youtube.com/ sebraesaopaulo?gl=BR&hl=pt>. Veja, por exemplo, Dire- to ao Ponto, um filme de curta duração que tem a fina- lidade de orientar e educar sobre a gestão de pequenos negócios. 4) Para aprimorar seus estudos, pesquise uma empresa de sua região ou na internet e investigue como foi sua fun- dação, sua evolução, a quantidade de empregados, os produtos ou serviços oferecidos, a proposta e o fatura- mento mensal ou anual. 4. INTRODUÇÃO À UNIDADE Com certeza, você deve possuir as mesmas inquietações que todos os ingressantes universitários têm em relação ao curso de Administração e suas oportunidades de mercado. Para seu conhecimento, segundo o Jornal do Administrador – Crasp nº 195, cerca de um terço dos profissionais com gradu- ação superior inseridos no mercado de trabalho do Brasil é for- mado por administradores. A tendência desse número é crescer, 33 Claretiano - Centro Universitário © U1 - Conceitos de Administração e isso ocorre por causa da grande quantidade de instituições de ensino, além das empresas, associações e entidades que buscam constantemente profissionais da área de administração para gerir suas empresas. Durante muitos anos, hospitais, escolas e construtoras pos- suíam em seus cargos executivos, respectivamente, médicos, pro- fessores e engenheiros. Entretanto, as organizações tornaram-se cada vez mais complexas. Nessa condição, não basta ser bom mé- dico, por exemplo; é preciso pessoas especializadas para conduzi- las. Em função disso, o administrador vem conquistando seu espa- ço no mercado de trabalho. Devido à expansão das organizações, o cenário socioeco- nômico não admite instituições ineficazes, que não trazem resul- tados satisfatórios para os acionistas ou proprietários e que não atendem as expectativas dos clientes. Portanto, os profissionais da área de administração possuem um vasto campo de atuação. A formação e a vivência adquirida no desempenho de suas atividades contribuem para personalizar o administrador no mercado de trabalho. O administrador que acompanha a evolução da sociedade e das organizações tem grande possibilidade de manter as empresas vivas, bem como de promover a integração dos recursos humanos e dos ambientes de trabalho. De acordo com Daft (2005), os gerentes sempre estão enfren- tando os desafios e as incertezas impostas pelo mercado, como a perda repentina de um cliente, novos produtos, planos econômi- cos, entre outros. Uma revolução surge no campo da administra- ção em função dessas mudanças e, para condicionar as empresas neste ambiente turbulento, será preciso um novo tipo de líder. Por isso, é preciso entender o processo administrativo e seus funda- mentos para preparar os líderes do amanhã. Nesta unidade, estudaremos a Administração: conhecere- mos seu conceito e significado, o campo de atuação e sua utiliza- ção como importante ferramenta nas organizações. © Administração I34 5. ESCOPODA ADMINISTRAÇÃO Vamos iniciar nossos estudos conceituando o que é admi- nistrar, quando e como utilizar essa ferramenta e seus principais benefícios às organizações. Administrar ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Administrar significa planejar, dirigir, organizar, coordenar, e controlar organiza- ções e/ou tarefas, tendo como objetivo maior produtividade e/ou lucratividade. Para se chegar a isso, o administrador avalia os objetivos organizacionais e desenvolve as estratégias necessárias para alcançá-los. Este profissional, no entanto, não tem apenas função teórica, ele é responsável pela implantação de tudo que planejou e, portanto, vai ser aquele que define os programas e métodos de trabalho, avaliando os resultados e corrigindo os setores e procedimentos que estiverem com problemas. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– A ação da administração junto às organizações tem a função de coordenar pessoas e recursos, com o propósito de alcançar ob- jetivos e metas. Estamos em contato com várias instituições em todo o de- correr de nossa vida, porém, nem sempre atentamos ao fato de que elas, na verdade, são organizações constituídas na sociedade. Algumas, com a finalidade de obter “lucro”, outras, de prestar ser- viços à comunidade. Entretanto, é importante saber: todas as instituições, sejam elas com fins lucrativos, filantrópicas ou públicas, precisam apre- sentar resultados satisfatórios a fim de garantir sua sobrevivência e perpetuação na comunidade. Por essa razão é que o estudo da administração assume pa- pel importante nas organizações que buscam o equilíbrio de suas operações, de forma que seja permitida a consecução dos objeti- vos pretendidos. 35 Claretiano - Centro Universitário © U1 - Conceitos de Administração 6. AÇÃO DE ADMINISTRAR Para o nosso estudo, interessa-nos aprender a administração das organizações. no decorrer do aprendizado, iremos perceber que as técnicas, os princípios, as ferramentas e os métodos admi- nistrativos podem ser utilizados em qualquer empresa, indepen- dentemente de seu tamanho. Para exemplificar, apresentamos o relato a seguir, por meio dele, esperamos demonstrar a necessidade da administração em um ambiente que tem a intenção de prover um negócio. Flávia reside na Fazenda da Cava e cultiva frutas de diversas qualidades. Após alguns anos colhendo as frutas e vendendo-as no mercado da cidade de Piumhi, teve a ideia de fazer doces com as frutas que sobravam. A ideia foi brilhante! Quando se deu conta, as encomendas haviam crescido numa proporção que, sozinha, não conseguiria cumprir todos os compromissos. Consequentemente, ela foi obri- gada a contratar pessoas, distribuir atividades, controlar e coor- denar ações e estratégias, de modo que a qualidade do produto tenha sido mantida e a produção aumentada. Embora a história pareça simples, sem maiores consequên- cias, envolve conceitos muito importantes. "A administração nas- ce, portanto, como uma formação intelectual e racional da sepa- ração e submissão do trabalho manual ao intelectual, reflexo da dependência do trabalho ao capital" (PARK, 1997, p. 11). Avaliando esse caso, podemos concluir que Flávia, mesmo sem querer, iniciou um processo chamado administração. O que é administrar? É a abrangência da administração, ou seja, o conceito de organização, planejamento, direção, coordenação e outras ferra- mentas, usadas com a intenção de permitir que as empresas sejam cada vez mais eficientes e eficazes. © Administração I36 Assim, é papel da administração aplicar determinadas fun- ções e princípios da administração nas organizações para que elas evoluam no mercado, mantendo altos níveis de qualidade, respei- tando as relações de trabalho e, também, as condições do meio ambiente. Para que você possa compreender a importância da ação da administração, disponibilizamos, a seguir, o artigo publicado pelo consultor Hallgren, do Sebrae, que aborda as competências essen- ciais para o empreendedor ser bem-sucedido. Você comprovará que a maioria das competências tem relação direta com a prática da administração. A pequena empresa e as competências do empreendedor –– É fundamental que o empreendedor, para ser bem-sucedido, desenvolva uma série de competências que são classificadas como Competências Técnicas, Es- tratégicas e Comportamentais. Neste artigo, focaremos as Ccompetências Téc- nicas. Como o próprio nome indica, as CompetênciasTécnicas abordam aspec- tos relativos ao “como se faz” do negócio, explorando os itens: Comercialização, Vendas, Atendimento, Técnicas de Produção, Gestão da Qualidade, Otimização dos Recursos, Controles Financeiros, Formação de Preços, Logísticas e Distri- buição. Todo empresário, inclusive o da pequena empresa, deve procurar aprimorar mais e mais essas competências. Estaremos aqui procurando trocar algumas ideias relativas a essas competências para que esse aprimoramento se torne mais cla- ro e viável. Comercialização, Vendas e Atendimento Essas competências têm sua importância, pois uma empresa que não conse- gue buscar conhecer as diferentes maneiras de disponibilizar seus produtos no mercado e ainda dominar de forma profissional as técnicas de venda, e as estra- tégias de comercialização dos mesmos, dificilmente terão sucesso no mercado. Ainda aqui é preciso conhecer o comportamento desse mercado e a visualização de eventuais oportunidades. Dentro deste enfoque, é preciso lembrar que hoje, devido às exigências cada vez maiores do consumidor, o atendimento se torna peça-chave no processo de comercialização e venda. Esse atendimento é que poderá encantar ou não seu cliente, tornando-o um vendedor ativo de sua em- presa ou não. Técnicas e Produção Todo empresário, inclusive o das pequenas empresas, necessita dominar de forma tácita e explícita as técnicas de obtenção de seus produtos, seja ele um bem ou um serviço. Inclusive deve aprimorar constante e regularmente todos os processos. Desta forma o empresário necessita elaborar um planejamento dos recursos disponíveis para que consiga um índice de produtividade que torne sua empresa mais competitiva. 37 Claretiano - Centro Universitário © U1 - Conceitos de Administração O aprimoramento contínuo torna-se imprescindível para que o empresário consi- ga visualizar as novas tecnologias, que a cada dia são disponibilizadas através de instituições e órgãos específicos, além de procurar participar de cursos que visam levar até os empresários as técnicas mais modernas e atuais. Gestão da Qualidade e Otimização dos Recursos No que se refere a essas duas competências, há que se concentrar basicamente na mudança de cultura da empresa ou na gestação de uma cultura organiza- cional compatível com o mundo atual. Para tanto o empresário pode fazer uso de algumas ferramentas que auxiliem no aprimoramento da qualidade de seus produtos ou serviços e na redução dos desperdícios visíveis ou invisíveis, como por exemplo os energéticos. Uma ferramenta de fácil aplicação, de resultados quase que imediatos e que praticamente todos conhecem, são os “5S”, ou os cinco sensos japoneses. Controles Financeiros e Formação de Preços O empresário iniciante ou o que já está com sua empresa em franca atividade necessita conscientizar-se de que é imperioso separar as contas bancárias: a da pessoa física da conta da pessoa jurídica. Conhecer e dominar os custos variáveis e os fixos de sua empresa. Daí irá ser bem-sucedido nas análises fi- nanceiras da empresa através dos controles, das previsões e análise do caixa da empresa. Os parâmetros acima irão subsidiá-lo na formatação dos preços de seus produtos ou serviços e ainda na determinação do ponto de equilíbrio. Logística e Distribuição Trata-se do conhecimento e do domínio que deverá ter o empresário dos prin- cípios básicos e lógicos para uma distribuição de seus produtos e oferecimento de seus serviços, desde a entrada dos recursos necessários até o atendimento efetivo do cliente. Concluindo,é necessário ressaltar que o empresário tenha, antes de mais nada, uma noção bastante clara que ser empresário hoje está longe de ser o empresá- rio de cinquenta anos atrás. Lá, uma pessoa iniciava um “negócio” e ele prospe- rava, quase que naturalmente. Hoje, há que se desenvolver de forma profissional suas competências e as competências técnicas são extremamente importantes. (HALLGREN, 2010). –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 7. SIGNIFICADO DA ADMINISTRAÇÃO Com a finalidade de proporcionar a você a compreensão exata do termo "administração", faremos algumas considerações importantes. Administração é o processo de tomar, realizar e alcançar ações que utilizam recursos para alcançar objetivos. Embora seja importan- te em qualquer escala de aplicação de recursos, a principal razão para o estudo da administração é seu impacto sobre o desempe- nho das organizações (MAXiMiAnO, 2000, p. 26). © Administração I38 Segundo o dicionário Aurélio (1988, p. 16), a palavra admi- nistração tem as seguintes interpretações: • Gestão: gerir negócios públicos ou particulares. • Gerência: reger com autoridade suprema; governar; di- rigir. • Direção: dirigir qualquer instituição, conferir; ministrar. • Administração de empresas: conjunto de princípios, nor- mas e funções que tem por fim ordenar os fatores de pro- dução e controlar a sua produtividade e eficiência, para se obter determinado resultado. na opinião de Bateman (2006), tomando como base o cená- rio competitivo em que as organizações convivem, administração é o processo de trabalho desenvolvido com a combinação de pes- soas e recursos, que visa cumprir as metas de uma organização. O autor ainda destaca que os bons administradores desenvolvem a ação de administrar com eficácia e eficiência. Notem que o conceito do parágrafo anterior diferencia as pessoas dos demais recursos, embora elas também sejam recur- sos, aliás, recursos humanos. As pessoas são os recursos mais va- liosos que as organizações possuem e vamos aprender essa ques- tão durante o nosso estudo. Mas, o conceito de administração mudou? Não, ele apenas está adequado à nova concepção do mundo organizacional, por- que o contexto dos negócios e as suas modalidades estão em ple- na mudança, pois há muitos princípios que caracterizam os melho- res administradores, sobretudo as melhores empresas. Muitos conceitos abordados no passado ainda são necessá- rios, as lições e as práticas administrativas obtidas são úteis, to- davia, com adaptação para atender o pensamento renovado dos negócios no século 21 (BATEMAn, 2006). As constantes transformações implicam que os executivos de destaque se adaptem às mudanças sem se abster dos funda- 39 Claretiano - Centro Universitário © U1 - Conceitos de Administração mentos administrativos que norteiam a ação da administração: planejamento, organização, direção e controle. Cyro e Marcondes (2006) mostram que para entender o con- ceito de administração é preciso ter uma ideia do que ela consiste, sem tentar definições, como se costuma fazer com a Engenharia, Agronomia, Medicina ou outras ciências. Por falar nisso, a Administração é ciência, arte ou prática? no quadro a seguir, apresentaremos as considerações dos autores sobre as corretas denominações tangentes a ela. Quadro 1 Caracterização da Administração DENOMINAÇÃO CONSIDERAÇÕES Administração como ciência A administração é uma ciência? Existe um conhecimento sistematizado com a finalidade de prever fenômenos? O objeto de estudo da administração é a organização e os fenômenos são as realizações concretas para satisfazer as necessidades sociais dos clientes e participantes. Administração como arte Talvez seja arte por englobar quase todas as profissões. A administração é tão abrangente que praticamente todas as profissões podem usar os seus princípios. Administração como prática Podemos considerá-la como prática devido à aplicação de técnicas que intervêm no ambiente e por não ser passiva como a ciência, que observa, descreve e explica os fenômenos da natureza. Fonte: adaptado de Bernardes e Marcondes (2006). Para Certo (2003), o termo administração pode ser aplica- do de diversas maneiras. Primeiro, ao processo que os diretores e gerentes executam a fim de alcançar os objetivos da organização. Segundo, a um conjunto de conhecimentos, isto é, informações acumuladas para fornecer noções de como administrar. Finalmen- te, pode referir-se às pessoas que dirigem as empresas ou à pró- pria carreira de liderar e dirigir as organizações. © Administração I40 Certo (2003) define, ainda, administração como o processo desenvolvido pelas pessoas e pelos recursos utilizados que permi- te alcançar as metas de uma empresa. 8. TEXTO COMPLEMENTAR Selecionamos o texto a seguir para que você compreenda melhor a ação de administrar nas organizações e o quanto ela é importante para a abertura de um novo negócio. Um novo negócio não deve ser uma aventura ––––––––––––– A abertura de uma empresa sempre estará sujeita a inúmeros riscos, e a chance do negócio fracassar é muito alta. Será que isso é verdade?. Ou não? É claro que, em se tratando de negócios, o fator risco sempre estará presente. No en- tanto, tomar a frase ao pé da letra pode fazer parecer que o sucesso de um novo empreendimento seja obra do acaso. E não é. Muitas pequenas empresas de sucesso têm conseguido bons resultados por causa de uma combinação simples de entender e que na prática representa uma grande percepção e determinação do empreendedor no momento de planejar o futuro negócio. Mas, que combinação é essa? Pois bem, esses resultados positi- vos são frutos de um negócio que foi montado para atender às necessidades do seu público de uma forma coerente. Isso mesmo, esse negócio está explorando uma oportunidade através da oferta de produtos ou serviços adequados ao seu público, em termos de preços, entrega ou distribuição, ambiente, atendimento, qualidade etc. Vamos detalhar um pouco mais alguns fatores que estão inseridos nesse concei- to: uma oportunidade de negócio acontece quando a oferta de uma ideia encon- tra-se com a necessidade de alguém disposto a pagar por ela. Portanto, antes de tudo, o empreendedor deve estar convencido de que está identificando uma oportunidade de negócio. Para este convencimento, deve procurar caracterizar a oportunidade através de uma imersão no mercado e nas características do tipo de negócio que ele pretende desenvolver. Vamos exemplificar: um empreendedor teve a ideia de montar uma sorveteria em uma cidade do interior de São Paulo, principalmente porque percebeu que os dias de calor eram cada vez mais constantes, e que ele próprio gostava muito de um bom sorvete. Todavia, sabendo que seu sentimento pessoal não era sufi- ciente para caracterizar a oportunidade, procurou, primeiramente, identificar na cidade os locais nos quais estavam localizadas as principais sorveterias. Para conseguir essas informações procurou diversas fontes e descobriu que em um bairro de grande densidade populacional e poder aquisitivo médio, não havia nenhuma sorveteria. Imaginou então que talvez fosse menos arriscado iniciar um novo negócio distante de concorrentes. Decidiu, então, concentrar sua ação de levantamento de informações do bairro. Todos os dias, ele se dirigia para lá e passava algum tempo observando as pessoas, seus hábitos e conversando com algum morador. Em uma dessas conversas, conheceu um líder de uma as- 41 Claretiano - Centro Universitário © U1 - Conceitos de Administração sociação de moradores, que facilitou o acesso do empreendedor a uma reunião, na qual ele pôde até distribuir um questionário de perguntas sobre a opinião das pessoas em relação ao negócio. O resultado: ele se convenceu de que sua ideia inicial significava um negócio em potencial. Podia então abrir a empresa? Não, ele sabia também que deveria verificar a viabilidade do negócio e que mesmo uma boa oportunidade, pode não ser viável. A verificaçãoda viabilidade do negócio auxilia o empreendedor na identificação de algumas importantes informações, como o prazo de retorno do investimento, o lucro, o investimento a ser feito, o processo a ser desenvolvido, entre outras. Para isso, o empreendedor procurou, entre várias atividades, conhecer negó- cios similares já em funcionamento. Fez um curso de sorveteiro, conversou com fornecedores, levantou preços de matérias-primas e equipamentos, detalhou o perfil de seu público, fez simulações financeiras e também um projeto de uma sorveteria que seria a cara do bairro, sendo decorada com fotografias do início da construção da cidade e do local. Com todas essas informações, ele desenvolveu o planejamento do futuro negócio e pôde verificar que apresentava boas chances de dar certo. Além disso, percebeu que gostava do tipo do negócio, o que é muito importante no momento de se abrir uma empresa. Este empreendedor conseguiu combinar a oportunidade identificada com a co- erência do negócio em relação a esta oportunidade. E, é claro, estará iniciando a atividade com muito mais consciência e com menos riscos, do que teria se fosse diretamente para a prática. Assim, sempre que tiver uma ideia de negócio, pergunte-se, antes de tudo: estou realmente convencido de que se trata de uma oportunidade? Este é o primeiro passo de uma caminhada que poderá levar ao sucesso no mundo empresarial (ANDRADE, 2010). –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 9. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS Sugerimos que você procure responder, discutir e comentar as questões a seguir que tratam da temática desenvolvida na uni- dade. A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para testar o seu desempenho. Se você encontrar dificuldades em res- ponder às questões, procure revisar os conteúdos estudados para sanar as dúvidas. Esse é o momento ideal para que você faça uma revisão da unidade. Lembre-se de que, na Educação a Distância, a construção do conhecimento ocorre de forma cooperativa e cola- borativa; compartilhe, portanto, as suas descobertas com os seus colegas. Confira, a seguir, as questões propostas para verificar o seu desempenho: © Administração I42 1) Você conhece uma pequena empresa que iniciou suas atividades e, poste- riormente, introduziu os conceitos administrativos no seu processo? Se não conhecer uma empresa do gênero, pesquise outra e pergunte ao proprietário como foi iniciar as atividades e a ideia do negócio. Faça uma comparação com a ação de administrar as organizações. 2) Digamos que você e mais três amigos resolvam desenvolver atividades em um determinado segmento: abrir um comércio, uma consultoria ou uma fá- brica. Vocês, neste caso, fizeram uma combinação de pessoas para alcançar determinado objetivo. Desse modo, criaram uma organização e, consequentemente, essa máquina social tem capacidade de realizar mais coisas do que qualquer pessoa sozi- nha. Os erros ou acertos da organização vão depender dos métodos utilizados no processamento dos recursos que dirigem, ou seja, a administração. Quais são as principais atividades administrativas que vocês vão desenvolver nessa fábrica? (Adaptado de Hampton, 1992, p. 9). 3) A ação da administração nas organizações apresenta resultados inerentes à sua condução no mundo organizacional. Sendo assim, o papel que desem- penha um gerente é: a) fazer com que os funcionários sejam felizes. b) satisfazer apenas as necessidades dos gerentes. c) alcançar o maior lucro. d) sobreviver em uma sociedade altamente competitiva. e) atingir as metas da empresa. 10. CONSIDERAÇÕES Nesta unidade aprendemos os conceitos iniciais da adminis- tração, sua abrangência no contexto das instituições e como sua ação pode trazer benefícios para as organizações ou para quem a utiliza adequadamente por meio de seus fundamentos. Segundo Lacombe e Heilborn (2006), convivemos com a ação da administração desde os primórdios da humanidade, nas mudanças que aconteceram na sistematização dos conhecimen- tos do assunto e na complexidade que atingiram recentemente as organizações. Nas próximas unidades, estudaremos a caracterização das organizações, a evolução do pensamento administrativo e suas principais teorias. 43 Claretiano - Centro Universitário © U1 - Conceitos de Administração 11. E-REFERÊNCIAS Sites pesquisados ANDRADE, R. F. de. Um novo negócio não deve ser uma aventura. São Paulo: Sebrae, 2010. Disponível em: <http://www.sebraesp.com.br/midiateca/publicacoes/artigos/ estrategia_empresarial/negocio_aventura>. Acesso em: 20 set. 2010. CRASP – Conselho Regional de Administração de São Paulo. A profissão. Conselho Regional de Administração. Disponível em: <http://www.crasp.com.br/jornal/jornal188/ prnc1.html>. Acesso em: 20 set. 2010. HALLGREN, A. A pequena empresa e as competências do empreendedor. São Paulo: Sebrae, 2010. Disponível em: <http://www.sebraesp.com.br/midiateca/publicacoes/ artigos/estrategia_empresarial/competencias_empreendedor>. Acesso em: 12 jul. 2010. SEBRAE-SP – Serviço Brasileiro de Apoio às Pequenas e Micro Empresas. Midiateca. São Paulo: Sebrae, 2010. Disponível em: <http://www.sebraesp.com.br/midiateca>. Acesso em: 20 set. 2010. 12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BATEMAn, T. S. Administração: novo cenário competitivo. 2. ed. São Paulo, Atlas, 2006. BERnARDES, C.; MARCOnDES, R. C. Teoria geral da administração: gerenciando organizações. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. CERTO, S. C. Administração moderna. 9. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2003. DAFT, R. L. Administração. 6. ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005. HAMPTON, D. R. Administração contemporânea: teoria, prática e casos. 3 ed. São Paulo: McGraw Hill, 1992. LACOMBE, F. J. M.; HEiLBROn, G. L. J. Administração: princípios e tendências. São Paulo: Saraiva, 2006. MAXIMIANO, A. C. A. Teoria Geral da Administração. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000. PARK, K. H. Introdução ao estudo da Administração. São Paulo: Pioneira, 1997. Claretiano - Centro Universitário EA D 2 Organização e Empresa 1. OBJETIVOS • identificar as acepções da palavra organização. • Compreender a organização como sistema que transfor- ma recursos em produtos e serviços. • Compreender a definição de Empresa e Organização. 2. CONTEÚDOS • Organização e Empresa. • Sistema de Recursos e Objetivos. • Classificação das Organizações. 3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que você leia as orientações a seguir: © Administração I46 1) Para enriquecer seus estudos sobre os aspectos de uma organização, conheça a cartilha do Sebrae, que trata de Empreendedorismo Digital. Acesse site: <http://www. sebraesp.com.br/sites/default/files/empreendedoris- mo_digital.pdf>. Acesso em: 10 out. 2010. 2) Para complementar os estudos, visite o site do CRA (SP) – Conselho Regional de Administração e pesquise artigos sobre organização e empresa. Para isso, acesse: <http:// www.crasp.gov.br>. Acesso em: 13 out. 2010. 3) É interessante pesquisar sobre o Direito Comercial e ler sobre a constituição de empresas e tipos de sociedade. Esse entendimento ajudará você a tirar conclusões mais amplas sobre o estudo que iremos tratar nesta unidade. 4. INTRODUÇÃO À UNIDADE Na unidade anterior aprendemos o conceito e o significado da administração, o campo de atuação e a necessidade de utiliza- ção desta importante ferramenta. O estudo histórico da administração permite observar um contexto em que podemos interpretar as oportunidades e tam- bém os desafios atuais. Contudo, estudar a história não se baseia simplesmente em ordenar os fatos, mas entender o impacto gera- do pelas forças da sociedade sobre a organização, com a finalidade de melhorar as habilidades conceituais (DAFT, 2005). As organizações executam quase todas as atividades da vida moderna, portanto elas representam um dos elementos mais im- portantes da sociedade. As pessoas nascem em hospitais, recebem educação e formação nas escolas, trabalham em organizações, por
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