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- -1 BIOSSEGURANÇA CARACTERÍSTICAS DA BIOSSEGURANÇA Andrea Rosa da Silveira - -2 Olá! Você está na unidade . Conheça aqui um breve histórico da biossegurançaCaracterísticas da biossegurança , verifique o seu processo evolutivo, a sua legislação, além das suas características e seu conceito. Serão apresentados os riscos pertinentes aos laboratórios, abrangendo as instituições de saúde e o gerenciamento dos serviços com suas normas regulamentadoras. Além disso, você conhecerá os riscos laboratoriais, que concernem aos riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes. Também serão disponibilizados estudos sobre organismos geneticamente modificados atrelados à questão da biossegurança, assim como as medidas de segurança, os chamados Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e Equipamento de Proteção Coletiva (EPCs), por exemplo. Bons estudos! - -3 1 Abordagem inicial sobre o tema Nesta unidade de ensino será explanado o assunto da , compreendendo, além de um brevebiossegurança histórico seu, o seu conceito, a questão que concerne às suas normas e legislação, a sua classificação de riscos, a sua avaliação da exposição, a sua notificação, apresentando o correto manejo dos resíduos dos serviços de saúde (RSS), o gerenciamento dos seus serviços, bem como a quimiopraxia para a prevenção e terapêutica de doenças provocadas por agentes nocivos e questões de segurança nos laboratórios e instituições de saúde. Vale destacar que, conforme Silva, Barbosa e Duarte (2013), biossegurança consiste num termo de extrema importância não apenas nos laboratórios e serviços de saúde em geral, mas também mediante os seus meios defensivos diversos. Evolvendo organismos vivos, biossegurança é um termo que tem parte de sua origem no grego, língua na qual significa vida, ou seja, biossegurança vem a ser . Assim,bios estar seguro, protegido e ter a vida em segurança é a ciência que abrange a minimização e controle dos riscos provenientes das práticas de tecnologias diversificadas, como a utilização de organismos vivos, geneticamente modificados ou transgênicos, em laboratórios ou até mesmo no meio ambiente. Assista aí https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2 /43177faa34b38e7bd16004c3d2914eeb https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2/43177faa34b38e7bd16004c3d2914eeb https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2/43177faa34b38e7bd16004c3d2914eeb - -4 1.1 Breve histórico da biossegurança Em relação aos primórdios da biossegurança, como teria ocorrido o surgimento deste termo tão importante para propiciar a qualidade de vida dos trabalhadores dos serviços de saúde? Figura 1 - Biossegurança e o impacto da engenharia genética Fonte: SmallSnail, Shutterstock, 2020. : #PraCegoVer a imagem mostra, num plano de fundo, a molécula de DNA, um microscópio, e os profissionais de saúde num laboratório, sugerindo a pesquisa, a biotecnologia, engenharia genética, utilizando EPI e EPC ou seja, equipamentos de proteção individual e coletiva. A temática da biossegurança surgiu, na década de 1970, a partir de uma conferência ocorrida em 1975, denominada reunião de , realizada na Califórnia, EUA, na qual se discutia a respeito da engenhariaAsilomar genética e seu impacto no meio social. Segundo Goldim (1997), esta reunião foi "um marco na história da ética aplicada a pesquisa, pois foi a primeira vez que se discutiu os aspectos de proteção aos pesquisadores e demais profissionais envolvidos nas áreas onde se realiza o projeto de pesquisa." No Brasil, o tema da biossegurança teve origem já na década de 1980, num processo de institucionalização realizado pela Organização Mundial de Saúde, em que, segundo Brasil (2010), o país pôde participar do programa de treinamento internacional em biossegurança, cujo objetivo envolvia pontos significativos em se tratando do desenvolvimento do assunto na América Latina.Conforme o Ministério da Saúde (2010), o primeiro curso de biossegurança voltado para área de saúde foi proposto, em 1985, pela Fiocruz, propiciando meios para a segurança e aplicação das boas práticas laboratoriais.Correspondem às boas práticas de laboratório os procedimentos laboratoriais executados e planejados de maneiras a prevenir exposições indevidas a agentes químicos, físicos, biológicos, procurando, portanto, evitar acidentes de qualquer ordem.No entanto, as boas - -5 práticas nos laboratórios vão gerir todo o processo laboratorial, como por exemplo: lavar as mãos, calçar as luvas, fazer uso do avental e, principalmente, utilizar os EPIs e EPCs, conforme demanda o procedimento de biossegurança. Fique de olho Vale destacar que biossegurança nos laboratórios didáticos e de pesquisa ocupa um plano secundário, uma vez que as atividades a serem desenvolvidas o os objetivos didáticos são as principais fontes de preocupação. - -6 1.2 Conceito de biossegurança Vamos conhecer, aqui, os principais conceitos de biossegurança, apresentando seu objetivo, e também as características inerentes a um laboratório de saúde, ou de ensino e pesquisa. Conforme Valle e Teixeira (2002), o termo biossegurança compreende as ações que envolvem a minimização ou a prevenção dos riscos provenientes das práticas de ensino, pesquisa, produção, prestação de serviços e desenvolvimento da tecnologia tendo como objetivo preservar a saúde do homem, dos animais e do meio ambiente. Assim, tanto em laboratório, quanto em instituições de saúde ou ambiente, a biossegurança consiste na ciência que abrange a minimização e o controle dos riscos provenientes de ações de tecnologias diversas. Portanto, os fundamentos da biossegurança compreendem, segundo Hirata e Mancini Filho (2002), "assegurar o avanço dos processos tecnológicos e proteger a saúde humana, animal e o meio ambiente." Assista aí https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2 /acbd2bb0d39075d1a252d073335d2291 Biossegurança e boas práticas num laboratório, por exemplo, são medidas necessárias para prevenção de riscos gerados pelas ações do dia-a-dia dos profissionais e trabalhadores da área de saúde, pois permitem proteger o operador, os auxiliares, além da comunidade envolvida e o meio ambiente. Figura 2 - Profissionais de laboratório Fonte: Adam Gregor, Shutterstock, 2020. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2/acbd2bb0d39075d1a252d073335d2291 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2/acbd2bb0d39075d1a252d073335d2291 - -7 #PraCegoVer: a imagem mostra dois profissionais de laboratório, devidamente equipados com EPIs (luvas, máscaras e roupas especiais) manejando materiais que apresentam riscos dentro de um laboratório. As características apresentadas, geralmente, por um laboratório que pode, por exemplo, ser de ensino, pesquisa ou análises clínicas são: alta rotatividade; ambiente diferenciado; manipulação de muitos produtos químicos como abrasivos, cáusticos, corrosivos, solventes orgânicos, tóxicos, irritantes, voláteis; presença de microorgansmos patogênicos; equipamentos que produzem frio, calor, vibração; suscetibilidade a radiações. Segundo Chaves (2016), [o] laboratório pode ser considerado um ambiente complexo, o qual é composto por pessoas, regentes, soluções, microorganismos, papéis entre outros, favorecendo, muitas vezes, a ocorrência de acidentes. Para que funcione de forma adequada e segura, torna-se necessário: disciplina, ética, adesão às normas e legislação, pois a ausências desses fatores em um ambiente extremamente hostil, tornam-se vulneráveis aos riscos que permeiam esse local. Procedimentos de segurança podem, no entanto, apresentar falhas na sua efetuação, por exemplo, pela falta de recursos e investimentos no que se refere à aquisição de equipamentos de segurança e verbas insuficientes para a reforma. A promoção dasaúde, assim como a prevenção e controle de doenças, são de responsabilidade dos profissionais atuantes na área da saúde, porém estes trabalhadores precisam estar conscientes da necessidade de aplicação das medidas de biossegurança, as quais muitas vezes são negligenciadas. Tais medidas, conforme Carvalho et al (2009), se adotadas de maneira correta são capazes de diminuir ou eliminar os riscos para si próprios, seus pacientes e para com toda a sua equipe de trabalho. Medidas simples podem ser aplicadas para resolver, de alguma forma, os eventuais problemas, como: promover a conscientização no laboratório a respeito dos fatores de risco e dos problemas pertinentes; realizar o treinamento dos profissionais; utilizar-se de ações eficazes para a prevenção de doenças ocupacionais e acidentes; - -8 manter a higiene, o planejamento, a organização; medicina do trabalho. A falha dessas medidas de segurança, podem ocasionar problemas como aquele citado por Caxico e Kempfer (2011), em que [e]m 1941 dois pesquisadores publicaram uma pesquisa que relacionava casos de infecções bacterianas a trabalhos em laboratórios. O estudo em questão confirmou que 74 pessoas adquiriram Brucelose devido ao contato com a bactéria referente à doença no ambiente de trabalho. Diversos estudos comprovaram que o contato estava ligado à falta de cuidados ou uma técnica falha dos materiais infecciosos. Assim, além dessas medidas, também deve-se propor a organização da estrutura laboratorial (engenharia). Por exemplo, as paredes de laboratórios e hospitais não deve formar um ângulo reto, mas um abaulamento para evitar o acúmulo de resíduos, bactérias e fungos. Os EPIs, segundo o Manual de Biossegurança (2019), "são empregados para proteger o pessoal da área de saúde do contato com agentes infecciosos, tóxicos ou corrosivos, calor excessivo, fogo e outros perigos. Também servem para evitar a contaminação do material em experimento ou em produção." Portanto, é imprescindível a utilização de EPIs e EPCs na prática laboratorial, sendo que, dentre os EPIs, encontram-se as luvas, jaleco ou aventais, óculos de proteção, toucas ou gorro, máscara de proteção, etc. - -9 1.3 Normas e legislação de biossegurança A primeira , segundo o Ministério da Saúde (2010) surgiu em 5 de janeiro de 1995, sob aLei de Biossegurança Lei 8.974, a qual foi revogada pela Lei 11.105, de 24 de março de 2005, sendo que a última passou a ser aplicada a diversas outras atividades, tais como, pesquisas com organismo geneticamente modificados (OGM) ou transgênicos. Conforme o Ministério da Saúde (2010), em seu artigo primeiro, [e]sta Lei estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização no uso das técnicas de engenharia genética na construção, cultivo, manipulação, transporte, comercialização, consumo, liberação e descarte de organismo geneticamente modificado (OGM), visando a proteger a vida e a saúde do homem, dos animais e das plantas, bem como o meio ambiente. A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) foi, então, formalizada pelo decreto 1.752, definindo, por sua vez, suas competências no que abrange o Ministério da Ciência e Tecnologia. O artigo primeiro dessa lei, segundo Caxico e Kempfer (2011), restringiu as atividades que envolviam Organismos Geneticamente Modificados apenas aos órgãos Públicos ou Privados responsáveis pelos preceitos da lei em questão e pelas possíveis consequências de atividades dessa natureza. Entre seus aspectos mais relevantes, ela definiu conceitos operacionais ligados à ciência e utilizados pelo Direito. Além disso, positivou a responsabilidade de empresas que provocassem danos ao meio ambiente ou a terceiros e exigiu que toda entidade que utilizasse técnicas e métodos de engenharia genética deveria criar uma Comissão Interna de Biossegurança (CIBio). A CTNBio visa, assim, a estabelecer em todo o Brasil, conforme Scholze (1999), normas referente a OGMs, votadas para o cultivo, armazenamento, construção, uso, manipulação, transporte, comercialização e descarte deste material biológico. Com respeito ao conceito e finalidade da CTNBio para a Política Nacional de Biossegurança em relação aos Organismos Geneticamente Modificados, Brasil (2020) afirma que A CTNBio é uma instância colegiada multidisciplinar, criada através da lei nº 11.105, de 24 de março de 2005, cuja finalidade é prestar apoio técnico consultivo e assessoramento ao Governo Federal na - -10 formulação, atualização e implementação da Política Nacional de Biossegurança relativa a OGM, bem como no estabelecimento de normas técnicas de segurança e pareceres técnicos referentes à proteção da saúde humana, dos organismos vivos e do meio ambiente, para atividades que envolvam a construção, experimentação, cultivo, manipulação, transporte, comercialização, consumo, armazenamento, liberação e descarte de OGM e derivados. Sobre a classificação de riscos dos resíduos de saúde – tópico que será melhor explanado mais adiante –, eles estão especificados em grupos: Grupo A Biológicos. Grupo B Químicos. Grupo C Radioativos. Grupo D Resíduos comuns. Grupo E Perfurocortantes. O Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS) é um órgão vinculado à Presidência da República, propiciando assessoramento ao Presidente, com o objetivo de implementar a Política Nacional de Biossegurança (PNB). Segundo Caxico e Kempfer (2011), Fique de olho Estão designadas a seguir, Normas e Legislação referente ao descarte de resíduos e gerenciamento de serviços de saúde. Vale destacar: Norma ABNT NBR 1288/93 – Classes: A, B e C; Resolução CONAMA 5/93 – Classes: A, B, C e D; ANVISA RDC 306/2004 – 5/93 – Classes: A, B, C, D e E; Resolução CONAMA 358/2004 – Classes: A, B, C, D e E. - -11 [a] partir da década de 90 a palavra biossegurança ganhou espaço nas salas de aulas e nas empresas. Passou-se a discutir suas duas vertentes: a biossegurança como reguladora dos procedimentos de segurança em ambientes biotecnológicos tais como laboratórios e também no sentido da prevenção de riscos gerados por agentes químicos e físicos como indústrias, hospitais e universidades. Atualmente o termo também é utilizado para tratar de questões sobre a saúde do trabalhador, prevenção de acidentes, proteção ao meio ambiente e em todos os casos que envolvem a moderna tecnologia e a vida. Assim, nos anos 90, a biossegurança emergiu sendo especialmente dirigida para a tecnologia do DNA recombinante e para questões voltadas para OGM, como os alimentos transgênicos, que surgiram como alvo de atenção, conforme Brasil (2004). Em 1999, foi fundada a Agência Nacional de Biossegurança (ANBio) a qual se dedica a expansão do conhecimento e da percepção da segurança biológica, através do desenvolvimento de práticas de trabalho, equipamentos e instalações para reduzir os potenciais impactos para o ambiente e a saúde advindos da utilização de agentes infecciosos ou de organismos geneticamente modificados. Já, a Norma Regulamentadora 32 (NR32) foi aprovada pela Portaria 485 do Ministério do Trabalho e Emprego, de 11 de novembro de 2005, sendo responsável pela implementação das medidas básicas de proteção à saúde dos profissionais dos serviços de saúde, bem como a prevenção e sua segurança. Além disso, as leis federais, estaduais e municipais regem os regulamentos da biossegurança, as quais incluem a manipulação de OGMs, radioisótopos, agentes infecciosos e agentes químicos. - -12 2 Riscos em laboratórios da área de saúde Num laboratório, ou em um serviço de saúde, o conhecimento da classificação dos riscos, principalmente pelos profissionais de saúde, é de grande importância, não apenas pela questão de se compreender a classificação dos seus grupos pertinentes, mas também para se ter ciência e não negligenciar, posteriormente, a geração dos resíduos de saúde, como medidas de segurança. Assim, será apresentada, a seguir, a classificação dos cinco grupos de riscos nos laboratórios e instituições de saúde para um melhor entendimentodo que estes riscos provocam para a saúde dos trabalhadores e até mesmo usuários dos serviços de saúde. 2.1 Grupo 1 (cor verde): riscos físicos De acordo com o Manual de Biossegurança (2019), são as diversas formas de energia a que possam estar expostas os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas externas, radiações, etc. Temos como exemplo de riscos físicos os que produzem: calor (forno e estufa, mufla, infra-vermelho a partir de lâmpada e forno de microondas, autoclave, manta aquecedora, bicos de gás); frio (congelador a -80C, nitrogênio líquido, gelo seco, câmara frias); ruído e vibração (trituradores, ultrassom, bombas de vácuo, avaliando níveis de decibéis de acordo com a NBR 10152/ABNT); radiações ionizantes (que destroem DNA formando radicais superativos, e são usados na esterilização de produtos cirúrgicos, tais como equipamentos de raio-X, radiação gama, cobalto); radiações não-ionizantes (que modificam o DNA formando dímeros de timinas adjacentes, como, por exemplo, o raio ultra violeta, polimerizador de resina, lâmpada germicida, transiluminador, câmara de fluxo laminar); pressões anormais; umidades. - -13 2.2 Grupo 2 (cor vermelha): riscos químicos Conforme Chaves (2016), consistem nos "oxidantes, ácidos e inflamáveis mantidos sempre no armário corta- fogo para cada categoria; sejam corrosivos ou inflamáveis." São exemplos de riscos químicos aqueles que liberam poeiras, fumos, metálicos, fumaças, aerossóis, gases, vapores, neblinas, substâncias voláteis, que podem provocar intoxicação aguda ou crônica, ser carcinogênicos, podem causar incapacidade, afastamento temporário ou definitivo e ainda podem ser fatais. Além disso, os líquidos, gases ou sólidos apresentados como riscos químicos podem ser combustíveis, explosivos, irritantes, voláteis, cáusticos, corrosivos ou tóxicos. Portanto, são muito comuns os acidentes provenientes da classificação de riscos químicos. Dentre outras substâncias químicas pode-se citar: Tóxicas Estas podem ser cancerígenas por causarem alterações de DNA (brometo de etílio, acrilamina, fenol) e ou teratogênicas (talidomida). Explosivas Produzem faísca, fogo, calor. Exemplo: nitroglicerina, ácido nítrico, ácido perclorico. Irritantes ou corrosivas Possíveis causadoras de danos respiratórios, mucosas, pele, entre estas substâncias encontram-se os hidróxidos (amônio, sódio, potássio), ácidos (sulfúrico, clorídrico). Inflamáveis São extremamente voláteis e inflamáveis: éter, clorifórmio, acetona. Equipamentos que utilizam g a s e s comprimidos Espectrofotômetro de absorção atômica e fotometria de emissão e cromato grafos líquidos e a gás, espectrômetros de massa, ressonância magnética nuclear, estufa de CO2. Segundo o Manual de Biossegurança (2001), "n]os laboratórios de pesquisa, a exposição a drogas é seletiva e nem sempre é intensa ou constante, o que leva os técnicos a desobedecerem às regras mais exigentes de forma irreverente na maioria das vezes." O manuseio e instalação de cilindros, por exemplo, devem seguir as instruções de acordo com o tipo de gás. De um modo geral, os cilindros de gás devem estar fora do laboratório, protegidos de umidade e calor, presos firmemente, e com ventilação adequada, instalados com reguladores de pressão. Já o seu transporte e - -14 movimentação devem ser realizados por pessoal treinado, uma vez que a queda de um cilindro pode trazer danos incontáveis. Conforme a ABNT NBR 12176, as cores dos cilindros devem seguir de acordo com os tipos de gases: Oxigênio Cor preta. Nitrogênio Cor cinza. Acetileno Cor bordo. A r comprimido Cor amarela. G á s carbônico Cor de alumínio. - -15 2.3 Grupo 3 (cor marrom): riscos biológicos Consistem em riscos que são causados por bactérias, vírus, fungos, protozoários, insetos e parasitas. Conforme o Manual de biossegurança (2001), [o]s microorganismos infecciosos podem ser classificados em quatro classes, levando-se em conta o risco individual e coletivo, relativo à virulência e gravidade da infecção nos seres humanos e animais, probabilidade de propagação, tratamento e medidas preventivas. As principais fontes de contaminação destes riscos constituem: amostras biológicas; tubos e compartimentos de centrífugas; equipamentos sem manutenção de limpeza; luvas, aventais, gorros, óculos e canetas contaminadas; incubadoras (banhos de água ou seco); caixas de reativos de geladeiras contaminadas; pipetas e ponteiras sem barreiras; cadernos ou papéis para anotação e lixeira aberta; derramamento de amostras ou produtos de reação; materiais diversos provenientes de outras salas. Os materiais biológicos abrangem amostras provenientes de seres vivos como plantas, animais, bactérias, fungos, protozoários, amostras provenientes de animais e de humanos (sangue, urina, escarro, peças cirúrgicas), incluindo também organismos geneticamente modificados. - -16 2.4 Grupo 4 (cor amarela): riscos ergonômicos São gerados por postura inadequada, esforço físico intenso, treinamento inadequado, ritmos de trabalho intensivos, controle da produtividade, monotonia e repetitividade, jornadas longas e estresse. Segundo a ANVISA (2018), "[é] considerado risco ergonômico e psicossocial a probabilidade de exposição a agentes ergonômicos, que são os fatores que podem interferir nas características psicofisiológicas do trabalhador, causando-lhe desconforto ou afetando sua saúde." Os riscos inerentes neste grupo, em geral, são pouco considerados ao se projetar laboratórios. No entanto, deve- se considerar a altura dos balcões, das mesas de trabalho, das capelas, e a altura dos teclados e monitores de vídeo em relação a das cadeiras, principalmente se são realizados movimentos repetitivos, que, por sua vez, pode ocasionar: dispersão da atenção; diminuição da percepção e da capacidade de observação; menor rendimento intelectual; lesões e tendinites ocasionadas por movimentos repetitivos (LER – lesões por esforços repetitivos); doenças osteomoleulares relacionadas com trabalho (DORT). Os seus sintomas compreendem: formigamento; dormência; calor localizado; dores; inchaço; choque; perda de força muscular; rubor na pele. - -17 2.5 Grupo 5 (cor azul): riscos de acidentes São provocados por distribuição inadequada de espaços físicos, falta de proteção de equipamentos e máquinas, eletricidade, ferramentas com defeito ou ineficazes, armazenamento inadequado, perigo de explosão ou incêndio. Além disso, os riscos de acidentes ainda podem ser causados por equipamentos de vidro, em que se deve observar a resistência mecânica ou espessura do material, além da sua resistência ao calor e química, sendo necessário, por exemplo, evitar armazenar álcali nesse material, pois pode provocar corrosão. Neste caso, é preciso utilizar borossilicato, aquecendo soluções em frasco de vidro, além de utilizar manta elétrica ou tela de amianto. Porém, nunca se deve aquecer frascos fechados hermeticamente, bem como não se deve usar vidros de parede fina em sistema de vácuo – nesta situação, aconselha-se frasco de kitazato. Para a lavagem de vidraria, devido ao uso de detergentes, é necessário utilizar luvas antiderrapantes e colocar material amortecedor de choques na pia. Além disso, é necessário evitar uso de solução sulfocrômica e dar preferência para detergentes como extran ácido, neutro ou alcalino. No caso de instrumento perfurocortantes, tais como seringas, furadores de rolha, bisturi, lancetas, é preciso proteger as mãos com luvas adequadas e nunca voltar o instrumento para o próprio corpo. Para a coletas de sangue e outros líquidos biológicos é preciso observar as normas dos Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) para evitar contaminação dos trabalhadores com o material biológico dos pacientes, além de ser obrigatório o uso de máscara facial, luvas, gorro, avental e proteção dos olhos. Em relação aos grupos de risco dos gases, eles podem ser classificados em seis grupos: Grupo1 Não inflamáveis, não corrosivos e de baixa toxicidade, tais como ar comprimido, argônio, dióxido de carbono e nitrogênio. Grupo 2 Inflamáveis, não corrosivos e de baixa toxicidade, tais como acetileno, butano, matano, propano, etano. Grupo 3 Inflamáveis e tóxicos, tais como sulfeto de hidrogênio, monóxido de carbono, brometo de metila, etc. Grupo 4 Tóxicos e ou corrosivos e não inflamáveis, tais como amônia, cloro, flúor, dióxido de enxofre. - -18 Grupo 5 Espontaneamente inflamáveis, tais como silano. Grupo 6 Muito venenoso, tais como arsina, óxido nítrico, cianogenio, fosfina, etc. Por fim, com respeito aos organismos infecciosos, eles se classificam em quatro grupos diferentes: Grupo 1 São agentes que não causam doença humana. O risco individual e para a comunidade é ausente ou muito baixo. Grupo 2 Agentes que podem causar doença humana, mas que se conhece medidas de tratamento e profilaxia sendo de propagação limitada. Possui risco individual moderado e baixo risco para a comunidade. Grupo 3 Agentes associados com doença humana grave, com potencial de formação de aerossol, mas existem medidas de tratamento. Alto risco individual e risco moderado para a comunidade. Grupo 4 Agentes perigosos, que causam risco de vida e não se conhece tratamentos eficientes. Elevado risco individual e para a comunidade. - -19 3 Avaliação da exposição, notificação e quimioprofilaxia Aqui, serão abordados os meios de prevenção, explorando-se sobre o gerenciamento dos serviços como forma de segurança nos laboratórios e instituições de saúde. Desta maneira, será explicitada a avaliação da exposição ao risco, bem como a notificação e quimioprofilaxia. Em relação aos resíduos propiciados nas análises de rotinas e práticas de pesquisa, em muitos casos ocorre negligência, tanto pela produção em pequenas quantidades quanto sua inconstância. E, mesmo devendo ser prática rotineira em muitas instituições do país, o tratamento eficaz de descarte quase sempre não é realizado, embora seja condenada pelos próprios pesquisadores a conduta de destinar os resíduos biológicos laboratoriais em lixo comum. É passível de conter ou de ser diretamente classificado como resíduo biológico todo resíduo produzido pelos laboratórios de pesquisa com animais, plantas ou microorganismos. Assim, segundo Coelho (2001), são geradores de resíduos biológicos não somente hospitais ou clínicas, mas também instituições com outros tipos de atividades. Assista aí https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2 /34b6aa80b7aa8ebda5a168469d6a389e https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2/34b6aa80b7aa8ebda5a168469d6a389e https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/746b3e163a5a5f89a10a96408c5d22c2/34b6aa80b7aa8ebda5a168469d6a389e - -20 3.1 Exposição, notificação e gerenciamento dos serviços de saúde Ao falar de exposição e notificação, não se pode deixar de lembrar também da forma correta de descarte e gerenciamento dos serviços de saúde, pois a periculosidade dos (RSS) reside emResíduos de Serviço de Saúde riscos para quem os manipula, no caso, os profissionais de saúde e os trabalhadores que atuam nos serviços de limpeza – embora seja prevista e importante a imunização de todos aqueles que estão envolvidos nessa cadeia –, além de contribuir nos casos de infecção e na proliferação de doenças. Assim, os procedimentos-padrão devem ser seguidos a fim de minimizar a exposição aos agentes biológicos, tais como a utilização de EPIs, a segregação adequada dos resíduos, o acondicionamento seguro, além da lavação adequada das mãos. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a definição de RSS corresponde a [t]odo aquele gerado por prestadores de assistência médica odontológica, relacionados à população humana, bem como, veterinário, possuindo potencial de risco, em função da presença de materiais biológicos capazes de causar infecção, produtos químicos perigosos, objetos perfuro-cortantes efetiva ou potencialmente contaminados, e mesmo rejeitos radioativos, necessitando de cuidados específicos de acondicionamento, transporte, armazenamento, coleta e tratamento. Além disso, os RSS são divididos em cinco grupos: Grupo A Resíduos com risco biológico. Grupo B Resíduos com risco químico. Grupo C Rejeitos radioativos. Grupo D Resíduos comuns. Grupo E Resíduos perfurocortantes. - -21 Conforme as características dos riscos envolvidos, a segregação na origem dos resíduos de saúde compreende a separação dos mesmos no local de sua geração. Já a prática de embalar os resíduos segregados em sacos ou recipientes que evitem vazamentos e resistam às ações de punctura e ruptura, é denominada acondicionamento, precisando ser compatível com a geração diária de cada tipo de resíduo a capacidade que os recipientes de acondicionamento devem ter. Segundo a Resolução RDC número 306, de 7 de dezembro de 2004, é necessário que haja uma boa identificação nesses sacos e recipientes, que constitui no conjunto de medidas que permite o reconhecimento dos resíduos contidos neles, fornecendo informações sobre o correto manejo dos RSS. De acordo com os parâmetros referendados na norma NBR 7.500 da ABNT, os sacos de acondicionamento, os recipientes de coleta interna e externa, os recipientes de transporte interno e externo, e os locais de armazenamento devem ser identificados de tal forma a permitir fácil visualização, utilizando-se símbolos, cores e frases, além de outras exigências relacionadas à identificação de conteúdo e ao risco específico. Sendo, por exemplo, dentificado pelo símbolo internacional de risco biológico o grupo A de resíduos, com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos. - -22 3.2 Quimioprofilaxia No gerenciamento do grupo A, de acordo com RDC (2004), há resíduos que, possivelmente, possuem agentes biológicos, que, por suas características de maior virulência ou concentração, podem apresentar riscos de infecção, tais como resíduos biológicos de pacientes portadores do vírus da hepatite B (HBV) ou C (HCV), ou ainda do HIV. Assim, em situação de acidente com amostras de sangue de qualquer paciente, como furar o dedo com agulha com sangue, é obrigatória a realização de testes para HIV, HBV e HCV. Segundo Chaves (2016), [e]xistem situações potenciais de acidentes em laboratórios, pois nele há manipulação de agentes químicos corrosivos, inflamáveis, tóxicos, mutagênicos, teratogênicos e cancerígenos, que podem acarretar dermatoses, leucopenias, plaquetopenias, leucemia, silicoses, além de contaminações por agentes patogênicos em amostras de água ou esgoto contaminado, como o vírus da hepatite A & E, poliomielite, Norwalk, rotavírus, enterovírus e adenovírus e por bactéria do tipo: salmonella typhi, salmonela parathyphi A e B, shigella sp, vibrio cholerae, escherichia coli enterotóxica, campylobacter, yersínia enterocolítica e salmonela sp. Acerca dos RSS, portanto, vale ressaltar que a simples presença de patógenos vivos em quantidade não significa que possam transmitir enfermidades a uma pessoa, pois é preciso também considerar a imunização e a suscetibilidade do hospedeiro quando, inclusive, a via de transmissão a um meio de entrada não é detectado por ingestão, inalação, injeção ou absorção por membrana mucosa. é isso Aí! Nesta unidade, você teve a oportunidade de: • aprender sobre o histórico acerca do tema de biossegurança; • entender o conceito de biossegurança, bem como as suas normas e legislações; • classificar os grupos de riscos dos resíduos de saúde; • compreender os riscos em laboratórios e serviços de saúde, bem como classificar os grupos de risco em laboratórios e serviços de saúde; • entender a periculosidade dos resíduos de serviço de saúde. • • • • • - -23 Referências BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC número 306, de 7 de dezembro de 2004. Brasília: Ministério da Saúde, 2004. BRASIL. Brasília: Ministério daSaúde, 2010.Biossegurança em saúde: prioridades e estratégias de ação. BRASIL. Brasília: Ministério da Saúde, 2004.Biossegurança: em laboratórios biomédicos e microbiologia. BRASIL. . Brasília: Ministério da Ciência, Tecnologia eComissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) Inovação, 2020. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria número 485, de 11 de novembro de 2005. Aprova a Norma Regulamentadora número 32 (NR-32) que dispõe sobre segurança e saúde no trabalho nos serviços de saúde. , seção 1, Brasília, 16 de novembro de 2005.Diário Oficial da República Federativa do Brasil CARVALHO, C. M. R. S.; MADEIRA, M. Z. A.; TAPETY, F. I.; ALVES, E. L. M.; MARTINS, M. C. C.; BRITO, J. N. P. O. Aspectos de biossegurança relacionados ao uso do jaleco pelos profissionais de saúde: uma revisão da literatura. , Florianópolis, v. 18, n. 2, p. 355-60, abr.-jun. 2009.Texto e contexto enfermagem CAXICO, L.; KEMPFER, M. O desenvolvimento sustentável por meio da biossegurança e a responsabilidades sociais da empresa. , Londrina, v. 6, n. 3, p. 120-138, out.-dez. 2011. Revista de Direito Público CHAVES, M. J. F. . São Paulo: Laboratório de GenéticaManual de Biossegurança e Boas Práticas Laboratoriais e Cardiologia Molecular do Instituto do Coração, 2016. COELHO, H. . Rio de Janeiro: FundaçãoManual de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde Oswaldo Cruz, 2001. GOLDIM, J. R. . Disponível em: https://www.ufrgs.br/bioetica/asilomar.htm. 1997.Conferência de Asilomar Acesso em 21/02/2020. HIRATA, M. H.; MANCINI FILHO, J. Barueri: Manole, 2002.Manual de Biossegurança. SCHOLZE, S.H. Biossegurança e alimentos transgênicos. ,Revista Biotecnologia, Ciência e Desenvolvimento Brasília, v. 2, n. 9, p. 32-34, 1999. SILVA, J. V.; BARBOSA, S. R. M.; DUARTE, S. R. M. P. . 1 ed. São Paulo: Iátria,Biossegurança no contexto da saúde 2013. TEIXEIRA, P.; VALLE, S. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2002.Biossegurança: uma abordagem multidisciplinar. Olá! 1 Abordagem inicial sobre o tema Assista aí 1.1 Breve histórico da biossegurança 1.2 Conceito de biossegurança Assista aí 1.3 Normas e legislação de biossegurança 2 Riscos em laboratórios da área de saúde 2.1 Grupo 1 (cor verde): riscos físicos 2.2 Grupo 2 (cor vermelha): riscos químicos 2.3 Grupo 3 (cor marrom): riscos biológicos 2.4 Grupo 4 (cor amarela): riscos ergonômicos 2.5 Grupo 5 (cor azul): riscos de acidentes 3 Avaliação da exposição, notificação e quimioprofilaxia Assista aí 3.1 Exposição, notificação e gerenciamento dos serviços de saúde 3.2 Quimioprofilaxia é isso Aí! Referências
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