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FUNDAMENTOS DAS ANÁLISES CLINICAS E BIOSSEGURANÇA TEMAS 01 A 05

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/
DESCRIÇÃO
Conceitos básicos, Sistemas de tratamento de água em laboratórios clínicos, Contenções
laboratoriais, Descartes de resíduos.
PROPÓSITO
Apresentar os requisitos básicos para garantir as Boas Práticas Laboratoriais, de modo a objetivar
processos seguros e de qualidade ao se minimizar erros e garantir a confiabilidade dos resultados
laboratoriais.
OBJETIVOS
/
MÓDULO 1
Descrever os conceitos básicos de boas práticas aplicados aos laboratórios clínicos.
MÓDULO 2
Identificar as técnicas de purificação de água e a descontaminação de acordo com as boas
práticas de laboratório.
INTRODUÇÃO
O estudante que escolhe a área de Saúde como profissão precisa compreender logo de início
que, mais cedo ou mais tarde, ele estará dentro de um laboratório, seja este voltado para o ensino,
para a pesquisa ou para as práticas laboratoriais. E os laboratórios podem ser considerados áreas
de trabalho complexas, uma vez que convivem ali os mais diferentes tipos de artefatos, desde
pessoas a equipamentos, reagentes, solventes, vidrarias, microrganismos e documentos. Dessa
forma, é preciso garantir a segurança de todos no dia a dia de trabalho, evitando os riscos de
acidentes e contaminação com agentes biológicos e químicos. Esses cuidados são conhecidos
como Boas Práticas Laboratoriais (BPL) e se aplicam a todos os tipos de laboratórios – químicos,
biológicos, físicos e clínicos.
Neste tema, abordaremos as boas práticas de laboratórios clínicos voltados mais especificamente
para os laboratórios de análises clínicas. Nesse contexto, é necessário observar as interações que
contribuem para o sistema, tais como os fatores humanos, ambientais, tecnológicos, educacionais
e normativos. Geralmente, isso tudo está associado a um conceito mais abrangente relacionado à
biossegurança em laboratórios clínicos. Assim, as Boas Práticas Laboratoriais caminham juntas
com a biossegurança em laboratórios clínicos.
Para compreendermos melhor esses conceitos, abordaremos as instalações físicas de um
laboratório clínico, suas acomodações e infraestrutura, as condutas e as contenções laboratoriais.
Conheceremos os processos de desinfecção e esterilização e os sistemas de tratamento de água
/
utilizados na prática analítica e clínica. Falaremos ainda sobre os tipos de riscos químicos e
biológicos e o descarte de resíduos gerados pelos laboratórios. Por fim, conheceremos a
legislação e as regulamentações que abrangem as atividades laboratoriais no Brasil.
MÓDULO 1
 Descrever os conceitos básicos de boas práticas aplicados aos laboratórios clínicos
INTRODUÇÃO ÀS BOAS PRÁTICAS
LABORATORIAIS (BPL)
As boas práticas de laboratório são definidas pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância
Sanitária.) como um:
SISTEMA DA QUALIDADE RELATIVO À ORGANIZAÇÃO E
ÀS CONDIÇÕES SOB AS QUAIS OS ESTUDOS EM
LABORATÓRIO E NO CAMPO SÃO PLANEJADOS,
REALIZADOS, MONITORADOS, REGISTRADOS,
RELATADOS E ARQUIVADOS.
ANVISA (2001)
Esse conceito abrange todos os tipos de laboratórios de forma geral sem focar em nenhum tipo
específico, contemplando os produtos para a saúde humana, vegetal, animal e ao meio ambiente,
/
como nos seguintes casos:
Concessão, renovação ou modificação de registro e pesquisa de produtos químicos, biológicos ou
biotecnológicos, tais como produtos farmacêuticos, correlatos, agrotóxicos e afins; produtos
veterinários; cosméticos; aditivos de alimentos e rações; e produtos químicos industriais.
Testes de produtos químicos, biológicos ou biotecnológicos para obtenção de propriedades físicas,
químicas e físico-químicas.
De forma resumida, portanto, podemos observar o seguinte:
DEFINIÇÃO
/
PRINCÍPIOS
ABRANGÊNCIA
DEFINIÇÃO
Boas práticas de laboratório são o conjunto de normas que dizem respeito à organização e às
condições sob as quais estudos em laboratórios e/ou campo são planejados, realizados,
monitorados, registrados e relatados.
PRINCÍPIOS
Fixar os padrões mínimos para um laboratório funcionar adequadamente visando o
homem/vegetais/animais e o meio ambiente.
ABRANGÊNCIA
Os princípios das BPL são aplicáveis a estudos relacionados à saúde humana, vegetal, animal e
ao meio ambiente, nos casos previstos nas respectivas normas.
INFRAESTRUTURA LABORATORIAL
Para garantir a segurança dos laboratórios é necessário o planejamento adequado de toda a sua
área com as regulamentações específicas e com o nível de biossegurança exigido para cada tipo
de laboratório, de acordo com os diferentes níveis de riscos existentes.
Atualmente, no Brasil, a legislação que regulamenta esse setor é a RDC nº 50 de 21 de fevereiro
de 2002, que dispõe sobre o regulamento técnico para planejamento, programação, elaboração e
/
avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. O layout de um
laboratório pode também ser considerado um tipo de contenção laboratorial conhecida como
barreira secundária.
 
Fonte: Mohd Syis Zulkipli/Shutterstock.com
Os níveis de riscos em biossegurança são estabelecidos de acordo com o agente patológico de
maior classe de risco envolvido, e as características físicas, estruturais e de contenção de um
laboratório estão relacionadas justamente ao nível de risco que será manipulado naquele local.
De acordo com a legislação atual, os níveis de biossegurança estão classificados em 4 grupos e
os projetos de laboratórios podem ser planejados segundo esta classificação de risco, como
veremos a seguir (BRASIL, 2002):
NÍVEL 1 DE BIOSSEGURANÇA (NB-1)
É o nível de risco mais baixo para o indivíduo e a comunidade, no qual podem ser manipulados
agentes biológicos conhecidos por não causarem doenças no homem ou nos animais adultos
sadios, como por exemplo: Lactobacillus spp. e Bacillus subtilis.
/
Laboratório NB-1: todo o laboratório deve apresentar a identificação do seu nível de segurança e
dos agentes biológicos respectivos, como na Figura 1.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 1. Risco Biológico.
RISCO BIOLÓGICO
Organismo:
Classe de Risco:
Pesquisador responsável:
Telefone para contato:
PROIBIDA A ENTRADA DE PESSOAS NÃO AUTORIZADAS
Deve apresentar acesso controlado e separação do acesso ao público. As paredes, pisos e tetos
devem ser impermeáveis e resistentes à desinfecção. A autoclave deve estar próxima do
laboratório e ter local para armazenar os equipamentos de proteção individual (EPI) de uso
exclusivo do laboratório (Figura 2).
/
 
Fonte: Adaptado de Center for Disease Control and Prevention (CDC).
1 Controle de acesso
2 Pia para lavar as mãos
3 Mapa de Risco
4 Equipamentos de proteção individual
5 Bancadas impermeáveis e resistentes
6 Autoclave (deve estar próximo ao laboratório)
 Figura 2: Layout de laboratório NB-1.
NÍVEL 2 DE BIOSSEGURANÇA (NB-2)
É o nível de risco moderado para o indivíduo e limitado para a comunidade, no qual podem ser
manipulados os agentes biológicos que provocam infecções no homem ou nos animais, de forma
limitada e para os quais existem medidas profiláticas e terapêuticas conhecidas, como por
exemplo: Schistosoma mansoni e vírus da rubéola.
Laboratório NB-2: esse laboratório deve apresentar todos os critérios recomendados nos
laboratórios NB-1 e também: pia lavatório próxima à entrada do laboratório com acionamento sem
uso das mãos; sistema central de ventilação com janelas vedadas; sistema de geração de
emergência elétrica; antecâmara e cabine de segurança biológica. Mais adiante,
compreenderemos melhor o uso desses equipamentos (Figura 3).
/
 
Fonte: Adaptado de Center for Disease Control and Prevention (CDC).
1 Controle de acesso (laboratório com portas trancadas)
2 Pia para lavar as mãos
3 Mapa de risco
4 Cabine de segurança biológica
5 Equipamentos de proteção individual
6 Bancada
7 Autoclave (deve estar próximo ao laboratório)
 Figura 3: Layout de laboratório NB-2.
 SAIBA MAIS
Os laboratórios clínicos para diagnóstico simples, tais como os laboratórios de análises clínicas
que fazem exames parasitológicos, são classificados como NB-2.
NÍVEL3 DE BIOSSEGURANÇA (NB-3)
É o nível de risco alto para o indivíduo e moderado para a comunidade, no qual podem ser
manipulados os agentes biológicos que possuem capacidade de transmissão, em especial por via
respiratória, e que causam doenças em humanos ou animais potencialmente letais, para as quais
existem usualmente medidas profiláticas e terapêuticas. Representam risco se disseminados na
/
comunidade e no meio ambiente, podendo se propagar de pessoa a pessoa, como por exemplo:
Bacillus anthracis e Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV).
Laboratório NB-3: local em que são manipulados agentes biológicos patogênicos que podem
causar danos à saúde humana, animal e ao meio ambiente. Esse tipo de laboratório pode ser
designado para análises clínicas, laboratórios universitários ou de pesquisa. A equipe de trabalho
desse tipo de laboratório deve usar os equipamentos de proteção individual (EPI) específicos para
essas atividades e deve passar por treinamentos periódicos sob a supervisão de profissional
qualificado (Figura 4).
 
Fonte: Adaptado de Center for Disease Control and Prevention (CDC).
1 Acesso ao laboratório com porta dupla com fechamento automático
2 Controle de acesso
3 Chuveiro
4 Mapa de riscos
5 Pia para lavar as mãos
6 Tubulação selada
7 Cabine de segurança biológica
8 Equipamentos de proteção individual (máscaras com filtro HEPA)
9 Bancada
10 Autoclave (deve estar próximo ao laboratório)
/
11 Exaustão com filtro HEPA
12 Descontaminação dos efluentes
 Figura 4: Layout de laboratório NB-3.
NÍVEL 4 DE BIOSSEGURANÇA (NB-4)
É o nível de risco mais alto, tanto para o indivíduo como para a comunidade, no qual podem ser
manipulados os agentes biológicos com alto poder de transmissibilidade, em geral a via
respiratória, ou de transmissão desconhecida. Não costumam existir medidas profiláticas ou
terapêuticas eficazes contra essas infecções. Exemplos: o vírus Ebola e o da varíola.
Laboratório NB-4: este é o laboratório mais complexo que trata de agentes patológicos de alto
risco de contágio, podendo causar a morte. Nesses laboratórios, há o maior nível de contenção,
no qual requer, além dos requisitos físicos e operacionais dos níveis 1, 2 e 3, barreiras de
contenção (instalações, desenho e equipamentos de procedimentos especiais de segurança).
Esse laboratório deve ser separado ou estar em uma zona isolada de outros prédios, com porta
dupla de entrada, escoamento interno do ar unidirecional, sistemas aperfeiçoados para
suprimento, exaustão do ar, formação de vácuo e descontaminação. A antessala deve ter a
entrada fechada, com pisos, paredes e tetos vedados de forma a se obter espaço lacrado. Os
profissionais devem trabalhar com equipamentos de proteção pressurizados e devem ter no
laboratório sempre 02 funcionários trabalhando (Figura 5).
/
 
Fonte: Adaptado de Center for Disease Control and Prevention (CDC).
1 Acesso ao laboratório com porta dupla com fechamento automático (antessala)
2 Controle de acesso
3 Mapa de riscos
4 Pia para lavar as mãos
5 Instalação do sistema de esgoto seguro de comunicação com a parte interna do laboratório.
6 Cabine de segurança biológica
7 Equipamentos de proteção individual (pressurizados)
8 Bancada
9 Autoclave (deve estar próximo ao laboratório – de porta dupla)
10 Chuveiro de descontaminação por produtos químicos ou vapor em temperaturas elevadas
11 Chuveiro
12 Exaustão com filtro HEPA
13 Descontaminação dos efluentes
 Figura 5: Layout de laboratório NB-4.
EQUIPAMENTOS, MATERIAIS E REAGENTES
/
EQUIPAMENTOS
Todo laboratório, para ter um bom funcionamento, necessita de uma série de equipamentos, os
quais devem ser instalados em locais seguros com os devidos cuidados em sua rede elétrica,
livres de vibrações, correntes de ar, incidência de luz solar, umidade e calor.
Para que os equipamentos funcionem corretamente, é necessário seguir as recomendações dos
fabricantes, elaborar o procedimento operacional padrão (POP), seguir o plano de validação,
qualificação, calibração e manutenção. É recomendado também um plano de manutenção
preventiva para os equipamentos científicos de uso rotineiro, a fim de se garantir uma maior vida
útil deles, segundo Molinaro (2009).
Dentre os muitos tipos de equipamentos necessários para um laboratório clínico, destacaremos
aqui as capelas de exaustão e as câmaras de segurança.
Capelas de exaustão
As capelas de exaustão são, na verdade, consideradas Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC)
dentro de um laboratório e, portanto, são praticamente de uso obrigatório.
Existem muitos tipos de capelas diferentes, com tamanhos, formas e materiais que variam de
acordo com a sua funcionalidade. Entretanto, a função básica de todas elas é atuar como um
sistema de exaustão, eliminando impurezas e gases tóxicos do laboratório e evitando o contato
com o manipulador. A escolha da capela dependerá do projeto e da função do laboratório, mas
dificilmente existirá um projeto que não contemple ao menos algum tipo de capela.
/
 
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 6: Capelas de exaustão.
 ATENÇÃO
A capela de exaustão geralmente é constituída por um gabinete com uma janela envidraçada de
abertura vertical e pode ser nivelada de acordo com a altura desejada. Internamente, ela possui
um sistema de ventilação forçado, acoplado a um sistema de filtração de modo que ambos
protejam o operador e o meio ambiente das impurezas e gases tóxicos manipulados em sua área
interna.
Câmaras de segurança biológica e fluxos laminares
Muito parecidos com as capelas de exaustão, as câmaras de segurança biológica e os fluxos
laminares são utilizados para a manipulação de agentes biológicos, meios de cultura e diluentes
que necessitem de um ambiente estéril.
 COMENTÁRIO
/
Muitas vezes é difícil para o estudante diferenciar uma capela de um fluxo laminar olhando-os
rapidamente ou a certa distância. A grande diferença entre eles é justamente a capacidade que os
fluxos laminares possuem de produzir um ambiente estéril, protegendo tanto o operador quanto o
produto manipulado da contaminação biológica.
Essas cabines de fluxo laminar utilizam filtros absolutos ou HEPA, os quais são capazes de reter
99,97% das partículas, sendo considerados, portanto, filtros de alta eficiência.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 7: Cabine de fluxo laminar.
HEPA
Do inglês (High Efficiency Particulate Arrestance). O filtro HEPA retém 99.97% das partículas
de 0.3 µm de diâmetro e 99.99% das partículas maiores ou mais pequenas.
Existem basicamente 2 tipos de cabines de fluxo laminar:
javascript:void(0)
/
FLUXO VERTICAL
Tipo de cabine que tende a apresentar maior eficiência de proteção tanto ao operador quanto ao
produto manipulado. Geralmente, ocorre 100% de recirculação do ar.
FLUXO HORIZONTAL
Tipo de cabine na qual ocorre apenas a proteção do produto manipulado e só deve ser utilizada
com materiais que não tragam risco de contaminação para o operador. Geralmente ocorre 100%
de renovação do ar.
Já as câmaras de segurança biológica (ou cabines de segurança biológica) são equipamentos
mais completos e garantem tanto a proteção do operador quanto a do produto e a do meio
ambiente.
Isso ocorre porque esse tipo de equipamento funciona com pressão negativa, evitando a saída do
ar para o meio ambiente.
As cabines de segurança biológica são classificadas em 3 tipos:
CLASSE I
Esta é a menos utilizada, pois funciona basicamente como uma capela de exaustão, protegendo
apenas o operador e o ambiente, mas não protegendo o produto. Utiliza um filtro HEPA para
proteger o meio ambiente. Utilizada para a manipulação de produtos químicos voláteis.
CLASSE II
Esta é a classe mais utilizada, apresentando várias subdivisões: A (A1, A2) e B (B1, B2) e pode
ser usada para manipular agentes biológicos dos grupos de risco 2 e 3. Esse tipo de cabine possui
uma grelha frontal por onde o ar entra e passa por um filtro HEPA, protegendo o operador e
proporcionando uma diminuição na contaminaçãoda área de trabalho interna. Na cabine tipo A1
ocorre a recirculação de 70% do ar e 30% da renovação do ar liberados para o interior do
laboratório. No tipo A2 ocorre o mesmo processo da A1, mas os 30% de ar renovado são
liberados para o meio externo por meio de um sistema de dutos. Por outro lado, nas cabines do
tipo B há uma pequena diferença: na do tipo B1, 30% do ar recircula e 70% é expelido por
exaustão externa assim como 30% do ar é renovado, formando, portanto, uma cortina protetora na
parte frontal do equipamento. Já nas do tipo B2, ocorre 100% da renovação do ar com dois filtros
HEPA, sendo um utilizado para o insuflamento de ar e o outro para a exaustão, conduzindo o ar
para fora do laboratório por meio de um sistema de dutos.
/
CLASSE III
Esta é a cabine de segurança biológica mais completa, na qual pode-se operar com um nível 3 e 4
de biossegurança. O sistema é todo fechado, ventilado e controlado por filtros HEPA, com pressão
negativa, e a operação ocorre por meio de braços com luvas de borracha. Todo o material utilizado
segue para a esterilização antes de ser descartado.
 COMENTÁRIO
No Brasil, as cabines do tipo A1 são as mais utilizadas devido ao preço e o melhor custo-
benefício. É preciso observar que tal sistema não pode ser utilizado para produtos tóxicos ou
voláteis, uma vez que o ar contaminado não é eliminado para o ambiente.
MATERIAIS E REAGENTES
Os materiais e reagentes utilizados no dia a dia de um laboratório clínico deverão ser de boa
procedência e qualidade. Para isso, é preciso que haja a qualificação dos fornecedores,
apresentando toda a documentação necessária e as informações pertinentes aos materiais e
reagentes, tais como origem, identidade, composição, data de fabricação, validade, condições de
armazenamento e informações de periculosidade.
/
 
Fonte: Shutterstock.com
 ATENÇÃO
Por se tratarem, na sua maioria, de reagentes químicos e biológicos, um dos pontos críticos diz
respeito à estocagem e ao armazenamento desses produtos, que devem seguir rigorosamente as
normas técnicas e regulações dos órgãos competentes.
A fim de se garantir a segurança no laboratório e minimizar riscos de acidentes, todos os
laboratórios deverão ser sinalizados de forma a orientar e advertir quanto aos potenciais riscos ali
presentes. Para isso existe um padrão de sinalização com símbolos que representam riscos e
prevenções. Vejamos algumas simbologias de riscos a seguir:
/
 
Fonte: Shutterstock.com
PISO MOLHADO
/
 
Fonte: Shutterstock.com
CHOQUE ELÉTRICO
/
 
Fonte: Shutterstock.com
NÃO FUME
/
 
Fonte: Shutterstock.com
RADIAÇÃO
/
 
Fonte: Shutterstock.com
PERIGOS VÁRIOS
/
 
Fonte: Shutterstock.com
EXTINTOR
/
 
Fonte: Shutterstock.com
TÓXICO
/
 
Fonte: Shutterstock.com
CORROSIVO
/
 
Fonte: Shutterstock.com
NOCIVO
/
 
Fonte: Shutterstock.com
INFLAMÁVEL
/
 
Fonte: Shutterstock.com
EXPLOSIVO
/
 
Fonte: Shutterstock.com
OXIDANTE
 SAIBA MAIS
Além da simbologia, também é utilizado um sistema padrão de cores, regulamentado pelo
Ministério do Trabalho, visando a prevenção de acidentes e identificando os equipamentos de
segurança, delimitando áreas de risco, identificando os sistemas de condução de líquidos e gases
nas indústrias e, principalmente, advertindo contra os possíveis riscos de acidentes.
É importante ressaltar, porém, que somente a utilização de um sistema de cores não é suficiente
para garantir a qualidade de um sistema de segurança e que este deve estar associado a outras
estratégias de prevenção de acidentes.
Dessa forma, é possível compreendermos que para cada material deverá existir um local definido
e identificado para o armazenamento, assim como um fluxo de entrada e saída de materiais, a fim
/
de se garantir a segurança e o armazenamento desses produtos. Esses ambientes geralmente
necessitam de controle de temperatura e umidade. Alguns produtos de origem biológica também
precisam de armazenamento sob refrigeração para se garantir uma estocagem segura e sem
riscos para a comunidade e para os trabalhadores.
 ATENÇÃO
Um ponto de destaque nesse contexto são os produtos considerados inflamáveis ou explosivos,
como os solventes orgânicos e algumas substâncias químicas. Estes precisam ser armazenados
em local devidamente demarcado, sinalizado e livre de quaisquer outras interferências.
AGENTES DE RISCOS
Podemos perceber que os laboratórios são considerados ambientes de risco, pois envolvem uma
série de atividades como a utilização de equipamentos, materiais e reagentes que podem gerar
acidentes e doenças para o profissional que trabalha na rotina diária desses locais.
Portanto, a constante capacitação do pessoal é fundamental para se evitar os riscos inerentes a
esse tipo de trabalho e o possível desenvolvimento de doenças.
Dentre os principais agentes de riscos desse tipo de trabalho destacam-se os agentes físicos, os
químicos e os biológicos. Existem também os riscos ergonômicos, mas estes são considerados
/
riscos ocupacionais, relacionados às situações de trabalho que envolvam o equilíbrio físico, o
mental e o social, e não necessariamente acidentes ou enfermidades.
No Quadro 1, a seguir, é possível observar melhor, de acordo com a NR-5, os principais grupos de
riscos ambientais e ocupacionais.
Quadro 1: Classificação de riscos ambientais
Físicos
Ruídos, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas,
radiações etc.
Químicos
Poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases, vapores que podem ser
absorvidos por via respiratória ou através da pele etc.
Biológicos Bactérias, fungos, protozoários, vírus, entre outros.
Ergonômicos
Trabalho físico pesado, movimentos repetitivos, jornada
prolongada, postura incorreta, tensões emocionais, monotonia,
exigência de uma maior atenção, responsabilidade e
concentração, jornadas longas de trabalho, treinamento
inadequado ou inexistente, conflitos etc.
Acidentais
Arranjo físico inadequado, máquinas e equipamentos sem
proteção, iluminação inadequada, eletricidade, animais
peçonhentos, probabilidade de incêndio ou explosão etc.
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
(Adaptado da NR-5, 2019)
Neste tópico, abordaremos apenas os riscos químicos e biológicos.
/
AGENTES DE RISCOS BIOLÓGICOS
Os agentes de riscos biológicos são, na sua grande maioria, agentes patogênicos como vírus,
bactérias, fungos e parasitas.
Esse tipo de risco está relacionado à probabilidade de infecção do profissional por um desses
agentes patogênicos. Toda a equipe de trabalho desse tipo de laboratório precisa estar ciente,
treinada de acordo com o agente biológico usado e, preferencialmente, ser imunizada.
No item Infraestrutura laboratorial, vimos que os laboratórios são classificados de acordo com o
seu grau de risco e que essa classificação está justamente relacionada à classificação do grau de
risco dos microrganismos. De acordo com o Ministério da Saúde (2017), os graus de risco são:
Quadro 2: Classificação de Riscos
Classes de
Risco
Definições Agentes biológicos
Classe 1 Esta classe contempla os agentes
biológicos que não são capazes de
causar doenças no homem ou em
animais adultos, até o momento.*
Bacillus subtilis
/
Classe 2
Esta classe contempla os agentes
biológicos capazes de causar risco
moderado ao homem ou animais
adultos sadios e risco limitado à
comunidade. Incluem agentes
biológicos nos quais o índice de
propagação e disseminação é limitado
e para os quais existem medidas
terapêuticas e/ou profiláticas.
Bactérias: Pseudomonas
aeruginosa
Fungos: Candida
albicans
Vírus: Herpes simplex
Protozoários:
Toxoplasma gondii
Classe 3
Esta classe contempla os agentes
biológicos capazes de causar alto risco
ao homem ou animais adultos e risco
moderado à comunidade. Inclui os
agentes biológicos que possuem
capacidade de transmissão por via
respiratória e que causam patologias
potencialmente letais e para os quais
existem,usualmente, medidas
terapêuticas e/ou de prevenção.
Bactérias: Bacillus
anthracis
Fungos: Coccidioides
immitis
Vírus: Influenza
 
Classe 4 Esta classe contempla os agentes
biológicos capazes de causar alto risco
ao homem ou animais adultos e para a
comunidade. Inclui os agentes
biológicos com grande poder de
transmissibilidade por via respiratória
ou de transmissão desconhecida. Até o
momento não há medidas profiláticas
ou terapêuticas que sejam eficazes.
Causam doenças em humanos e
Vírus: Ebolavirus
/
animais de alta gravidade, com grande
capacidade de disseminação na
comunidade e no meio ambiente.
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
* A ausência de um determinado agente biológico nas classes de risco 2, 3 e 4 não implica na sua
inclusão automática na classe de risco 1.
AGENTES DE RISCOS QUÍMICOS
Os reagentes químicos utilizados em laboratório são os produtos que mais contribuem para riscos
químicos à saúde do homem e ao meio ambiente. Para se evitar possíveis acidentes e
contaminações são necessários cuidados rigorosos em relação ao armazenamento, à
movimentação dentro do laboratório e, o mais importante, ao descarte desses resíduos.
 
Fonte: Shutterstock.com
/
 SAIBA MAIS
Geralmente, os fornecedores de reagentes químicos concedem as Fichas de Informação de
Segurança de Produto Químico (FISPQ), documento este que contém indicações sobre os
cuidados em relação à proteção, à segurança, à saúde e ao meio ambiente, além das
recomendações de ações necessárias para os casos de emergência.
Além disso, os reagentes químicos também apresentam características diversas e podem ser
carcinogênicos, corrosivos, irritantes, tóxicos, teratogênicos, mutagênicos, alergênicos, explosivos
e espontaneamente combustíveis. Todas essas características apresentam possibilidades de risco
à saúde humana e ao meio ambiente e devem ser tomadas medidas preventivas a fim de se evitar
possíveis acidentes.
Dentre todas as características apresentadas, o risco de explosão e combustão é o mais comum e
o que merece maior atenção.
Os produtos químicos com capacidade de combustão possuem características distintas e, dessa
forma, são classificados de acordo com o tipo de material e a classe de incêndio. Existem,
portanto, 5 classes de incêndio distintas, e para cada uma delas deve-se utilizar um extintor de
incêndio específico. Os extintores de incêndio podem também ser considerados equipamentos de
proteção coletiva (EPC). Veja no quadro a seguir as classes de incêndio e os tipos de extintores
utilizados em cada uma delas.
Quadro 3: Classes de incêndio e tipos de extintores
Classe
de
incêndio
Descrição Tipo de extintor
Classe
de
incêndio
Vantagens
A Fogo em
materiais
sólidos que
deixam
resíduos, tais
Areia (em jato ou
pulverizada).
A Deve ser usada
sempre que não
haja
contraindicações
(de preferência,
/
como a
madeira, o
papel, o
tecido e a
borracha.
deve ser
pulverizada).
Tem bom poder
de penetração.
B
Fogo em
líquidos
inflamáveis,
graxas e
gases
combustíveis.
Neve carbônica
(com dióxido de
carbono sob
pressão que
solidifica quando
se expande
bruscamente).
BC
Não deixa
resíduo, o que a
torna mais
adequada para
equipamento
sensível e a mais
indicada para
líquidos
extremamente
inflamáveis.
C
Classe de
incêndio em
equipamentos
elétricos
energizados.
Espuma física
(mistura de água
e substâncias
tensoativas por
injeção mecânica
de ar).
AB
Muito boa para
líquidos
extremamente
inflamáveis.
Pode ser
utilizada em
situações de
incêndio
iminente com
ação preventiva.
A cobertura de
espuma evita
reignições.
/
D Classe de
incêndio que
tem como
combustível
os metais
pirofóricos,
tais como
magnésio,
selênio,
antimônio,
lítio, potássio,
alumínio
fragmentado,
zinco, titânio,
sódio, urânio
e zircônio.
Espuma química
(reação que
liberta o gás
dióxido de
carbono que fica
disperso em um
líquido formando
espuma).
AB Muito boa para
líquidos
extremamente
inflamáveis. A
cobertura de
espuma evita
reignições.
K
Classificação
do fogo em
óleo vegetal e
gorduras de
origem
animal, em
cozinhas.
Pó normal (o pó é
bicarbonato de
sódio ou de
potássio).
BC
Forma uma
nuvem de poeira
que protege o
operador.
 
Pó polivalente (o
pó é
dihidrogenofosfato
de amônio.
ABC
Forma uma
nuvem de poeira
que protege o
operador. Atende
a três classes de
fogos.
/
 Pó especial (o pó
é grafite ou
cloreto de sódio
ou pó de talco).
D Único extintor
adequado para
incêndios da
classe D.
Qualquer outro
tipo de extintor
provoca reações
violentas.
 
Solução especial
(o acetato de
potássio se
encontra diluído
em água).
K
Ao se considerar
a segurança do
pessoal que
trabalha em
cozinhas e
restaurantes, o
extintor classe K
é o mais fácil de
ser utilizado.
Atua por
formação de
neblina e o fogo
é extinto por
resfriamento e
pelo efeito
asfixiante da
espuma.
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
(Adaptado de MOLINARO, 2009)
/
CONTENÇÃO LABORATORIAL
De acordo com o Ministério da Saúde, a contenção laboratorial pode ser classificada de duas
formas:
CONTENÇÃO PRIMÁRIA
Também conhecida como barreira primária. Visa garantir a proteção do ambiente interno do
laboratório, assim como dos trabalhadores.
CONTENÇÃO SECUNDÁRIA
Também conhecida como barreira secundária. Está relacionada à proteção do ambiente externo
por meio das práticas operacionais e da infraestrutura planejada para o laboratório.
Entende-se por contenção laboratorial todas as práticas realizadas com o objetivo de reduzir os
riscos de acidentes e proteger a equipe de profissionais que trabalham no laboratório contra a
exposição aos riscos da ação de agentes químicos e biológicos. Tudo isso depende de um
complexo planejamento das análises de riscos que envolvem o laboratório e do conhecimento
técnico dos profissionais que ali trabalham.
CONTENÇÃO PRIMÁRIA
A contenção primária ou barreira primária é mais conhecida como o uso de Equipamentos de
Proteção Individual (EPI) e de Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC).
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
(EPI)
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javascript:void(0)
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/
Os EPI visam primariamente a proteção individual do trabalhador, garantindo a sua saúde e
integridade física. Os EPI variam de acordo com a análise de risco do laboratório e os níveis
de biossegurança determinados.
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA
(EPC)
Os EPC estão associados à proteção do ambiente, mas também visam garantir a
manutenção da saúde e integridade física dos trabalhadores de um determinado setor ou
área específica.
 
Fonte: Shutterstock.com
Vejamos a seguir alguns dos principais EPI e EPC utilizados em laboratórios clínicos.
Equipamentos de Proteção Individual (EPI)
/
Jaleco
O uso de jaleco ou avental nos laboratórios clínicos é obrigatório e serve como uma barreira de
proteção para o trabalhador. Ele deve ser feito, preferencialmente, de algodão ou fibra sintética e
obrigatoriamente não inflamável.
 
Fonte: Shutterstock.com
Os jalecos devem ser utilizados de forma restrita aos laboratórios e não devem ser levados para
as áreas comuns, banheiros ou refeitórios.
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Fonte: Shutterstock.com
Máscaras e protetores faciais
São equipamentos que protegem a face do trabalhador contra impactos, substâncias tóxicas e
radiação, protegendo as vias aéreas superiores. A seguir, conheceremos os diversos tipos
disponíveis e suas funções:
PROTETORES FACIAIS OU FACE SHIELDS
São fabricados em plástico resistente como propionatos, acetatos e policarbonatos, podendo ser
revestidos com metais para a absorção de radiações infravermelhas. Protegem o profissional
contra partículas sólidas (impacto), substâncias tóxicas (líquidos e vapores químicos) e radiação
(ultravioleta e infravermelha).
/
 
Fonte: Shutterstock.com
 Face Shield
MÁSCARAS DEPROTEÇÃO
São fabricadas em tecido ou fibra sintética e geralmente são descartáveis. Servem para proteger
as vias aéreas (nariz e boca) do profissional, evitando os respingos de perdigotos e a
contaminação. Existem vários tipos de materiais para a confecção de máscaras de acordo com o
risco ao qual o trabalhador será exposto, como as chamadas N95 ou PFF2. Essas máscaras
possuem filtro e são capazes de reter cerca de 95% de partículas maiores que 0,3 µm, além de
vapores tóxicos e contaminantes na forma de aerossóis, como alguns vírus e bactérias.
 
Fonte: Shutterstock.com
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MÁSCARA DE PROTEÇÃO
 
Fonte: Shutterstock.com
MÁSCARA N95
MÁSCARAS DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA
São utilizadas quando se manipulam substâncias químicas que geram gases tóxicos (formaldeído,
amônia, cloreto de hidrogênio). Elas possuem filtros que podem ser mecânicos, químicos ou
combinados.
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Fonte: Fitriridzuan/Shutterstock.com
 Máscara para Gases Tóxicos
 
Fonte: Shutterstock.com
Luvas
/
As luvas são utilizadas com o objetivo de prevenir a contaminação por agentes químicos, físicos
(cortes, calor, radiações) e biológicos. Elas devem ser sempre utilizadas quando houver um
procedimento com exposição a sangue, hemoderivados e fluidos orgânicos.
As luvas podem ser confeccionadas com materiais diversos e devem ser escolhidas de acordo
com a finalidade de uso:
LUVAS DE PROTEÇÃO PARA O MANUSEIO DE
MATERIAL BIOLÓGICO
São também conhecidas como luvas de procedimento, quando não estéreis, ou luvas cirúrgicas,
quando estéreis. Geralmente são de látex e descartáveis, mas podem também ser de vinil ou PVC
(cloreto de polivinil).
 
Fonte: Shutterstock.com
 Luvas de Látex
LUVAS DE PROTEÇÃO AO FRIO E CALOR
/
 
Fonte: Shutterstock.com
 Luva térmica importante no manuseio de autoclaves, por exemplo.
São de tecido resistente ou revestidas com algum material à prova de calor. As mais comuns são
as luvas de amianto e as do tipo kevlar, resistentes a altas temperaturas. As luvas de proteção ao
frio podem ser de lã ou de tecido emborrachado com revestimento interno de fibras naturais ou
sintéticas.
LUVAS DE PROTEÇÃO PARA O MANUSEIO DE
PRODUTOS QUÍMICOS
Podem ser de borracha natural, neoprene, PVC, PVA (álcool polivinílico) e borracha de butadieno.
A escolha do tipo de luva deverá ser feita de acordo com o produto químico a ser manipulado.
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Fonte: Shutterstock.com
 Luva de Borracha
 
Fonte: Shutterstock.com
Toucas ou gorros
/
São equipamentos de proteção individual mais utilizados em áreas estéreis e de manipulação de
produtos e servem para evitar que os cabelos contaminem uma determinada área ou produto, ou
ainda, para protegê-los de respingos, líquidos ou aerossóis. Podem ser confeccionadas nos mais
diferentes tipos de materiais e devem ser de fácil lavagem e desinfecção.
Protetores oculares e protetores auriculares
São mais conhecidos como óculos de proteção e protetores de ouvido.
 
Fonte: Shutterstock.com
ÓCULOS DE PROTEÇÃO
Os óculos de proteção funcionam como uma barreira contra respingos de produtos químicos e
corrosivos, além de atuarem também como uma barreira biológica, evitando as lesões oculares.
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Fonte: Shutterstock.com
PROTETORES AURICULARES
Já os protetores auriculares têm a função de proteger os ouvidos de ruídos oriundos de
equipamentos e processos produtivos.
Propés
Esses equipamentos são sapatilhas utilizadas em áreas estéreis e geralmente são descartáveis,
confeccionadas em algodão.
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Fonte: Shutterstock.com
 
Fonte: Shutterstock.com
Calçados de segurança
São mais utilizados pelos trabalhadores das áreas de limpeza dos laboratórios e devem ser
resistentes aos produtos químicos e corrosivos, além de possuírem solado antiderrapante. Podem
também ser utilizados de acordo com outras atividades desempenhadas pelos laboratórios.
Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC)
/
Os equipamentos de proteção coletiva servem para a proteção de toda a equipe do laboratório e
também do meio ambiente.
 ATENÇÃO
As capelas de exaustão e as cabines de fluxo laminar ou cabines de segurança biológica são EPC
já mencionados anteriormente no item Equipamentos, materiais e reagentes.
Todo laboratório deve conter o chuveiro de emergência e o lava-olhos para lavagem e eliminação
de contaminantes químicos e biológicos em caso de acidentes.
 
Fonte: Shutterstock.com
O chuveiro de emergência deve ter aproximadamente 30 cm de diâmetro, deve ser acionado por
meio de alavancas e deve estar instalado em local de fácil acesso.
/
 
Fonte: Shutterstock.com
O lava-olhos é um equipamento formado por uma bacia metálica, geralmente associada ao
chuveiro de emergência, com dois dispositivos que emitem jatos de água direcionados à região
dos olhos.
/
No vídeo a seguir, você conhecerá um pouco mais sobre os EPIs e EPCs utilizados no dia a dia do
laboratório e também a correta lavagem de mãos.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. APRENDEMOS QUE AS BOAS PRÁTICAS LABORATORIAIS (BPL) SÃO UM CONJUNTO
DE NORMAS QUE DIZEM RESPEITO À ORGANIZAÇÃO E ÀS CONDIÇÕES SOB AS QUAIS
ESTUDOS EM LABORATÓRIOS E/OU CAMPO SÃO PLANEJADOS, REALIZADOS,
MONITORADOS, REGISTRADOS E RELATADOS. AS BPL ABRANGEM DIFERENTES ÁREAS.
ASSINALE A ALTERNATIVA QUE NÃO REPRESENTA UMA ABRANGÊNCIA DAS BPL:
A) Produtos farmacêuticos
B) Aditivos de alimentos
C) Produtos veterinários
D) Produtos químicos
E) Produtos têxteis
/
2. OS EXTINTORES DE INCÊNDIO PODEM TAMBÉM SER CONSIDERADOS EQUIPAMENTOS
DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPC). EXISTEM CINCO TIPOS DE EXTINTORES
CLASSIFICADOS DE ACORDO COM O TIPO DE MATERIAL E A CLASSE DE INCÊNDIO. SE
DURANTE O TRABALHO NO LABORATÓRIO UMA CENTRÍFUGA EM FUNCIONAMENTO
PEGA FOGO, QUAL TIPO DE EXTINTOR DEVE-SE UTILIZAR?
A) Areia
B) Espuma física
C) Espuma química
D) Neve carbônica
E) Pó normal
GABARITO
1. Aprendemos que as Boas Práticas Laboratoriais (BPL) são um conjunto de normas que
dizem respeito à organização e às condições sob as quais estudos em laboratórios e/ou
campo são planejados, realizados, monitorados, registrados e relatados. As BPL abrangem
diferentes áreas. Assinale a alternativa que não representa uma abrangência das BPL:
A alternativa "E " está correta.
As BPL apresentam como princípios os padrões mínimos para um laboratório funcionar
adequadamente visando a proteção do homem/vegetais/animais e o meio ambiente. São
aplicáveis a estudos relacionados à saúde humana, vegetal, animal e ao meio ambiente, nos
casos previstos nas respectivas normas, não se enquadrando a produção têxtil.
2. Os extintores de incêndio podem também ser considerados Equipamentos de Proteção
Coletiva (EPC). Existem cinco tipos de extintores classificados de acordo com o tipo de
material e a classe de incêndio. Se durante o trabalho no laboratório uma centrífuga em
funcionamento pega fogo, qual tipo de extintor deve-se utilizar?
A alternativa "B " está correta.
Espuma física (mistura de água e substâncias tensoativas por injeção mecânica de ar) é o extintor
preconizado para apagar fogos da classe de incêndio C, que ocorre em equipamentos
/
energizados.
MÓDULO 2
 Identificar as técnicas de purificação de água e a descontaminação de acordo com as
boas práticas de laboratório
SISTEMAS DE PURIFICAÇÃO DE ÁGUA
A água é o solvente mais utilizado na prática laboratorial e, por isso mesmo, é chamada de
solvente universal. Devido ao seu grau de importância, a água para uso laboratorial deve atender
aos requisitos de qualidade de acordo com a sua finalidade de uso.
 SAIBA MAIS
Uma boa forma de se orientar é lendo as determinações e os padrões de qualidade para a
utilização da água nos laboratórios clínicos e patológicos que estão descritos no capítulo 8.5 da
Farmacopeia Brasileira, 6a Edição (2019) e que devem ser rigorosamente atendidos e seguidos.
A água potável abastece as cidades e a maioria das casas e é considerada uma água tratada.
/
Esse tipo de água não deve ser utilizado no trabalho laboratorial, pois apresenta possíveisincompatibilidades entre os contaminantes presentes e os procedimentos laboratoriais que serão
realizados.
A água potável não é regulamentada pela ANVISA e nem pela Farmacopeia Brasileira. Ela deve
atender aos órgãos responsáveis regionais, tais como o Instituto Estadual do Ambiente (INEA), no
Rio de Janeiro, e a Agência Nacional de Água (ANA), no Distrito Federal.
PARA A ÁGUA SER CONSIDERADA POTÁVEL ELA DEVE
APRESENTAR MENOS DE 0,1% DE SÓLIDOS TOTAIS.
ISSO É OBTIDO A PARTIR DA EVAPORAÇÃO DE UMA
AMOSTRA DE 100 ML DE ÁGUA ATÉ COMPLETA
SECAGEM E PESAGEM DOS RESÍDUOS SÓLIDOS QUE
DEVEM SER INFERIORES A 100 MG.
(ALLEN Jr., 2013)
CONTAMINANTES DA ÁGUA
Os principais contaminantes da água potável são de origem física, química ou biológica. Os
contaminantes físicos são os mais facilmente eliminados por meio do processo de filtração, já os
contaminantes químicos e biológicos são difíceis de serem eliminados e comprometem a
qualidade final da água, podendo alterar as análises laboratoriais, gerando resultados falhos e até
mesmo comprometendo anos de pesquisas e de estudo.
O controle de contaminantes da água para uso laboratorial é, portanto, fundamental para atender
às especificações estabelecidas pelos órgãos reguladores.
/
Observe a figura a seguir para entender quais são os principais contaminantes da água:
 
Fonte: EnsineMe.
 Figura 8: Principais contaminantes da água.
Os contaminantes químicos podem ser orgânicos ou inorgânicos e precisam ser removidos por
dois motivos principais:
Primeiro, para se evitar que interfiram nas fases de pré-tratamento dos sistemas de
purificação de água.
Segundo, para proteger a saúde das pessoas.
 VOCÊ SABIA
Esses contaminantes químicos apresentam diversas origens, por exemplo, a fonte de alimentação;
da extração de materiais com os quais a água entra em contato; da absorção de gases da
atmosfera; de resíduos poluentes, ou resíduos de produtos utilizados na limpeza e sanitização de
equipamentos, dentre muitos outros.
Podem ser removidos por um sistema de osmose reversa ou por técnicas associadas como
deionização, carvão ativado, ozônio e radiação ultravioleta.
Falaremos sobre essas técnicas adiante.
Os contaminantes microbiológicos podem ser fungos, bactérias e vírus, sendo que a
contaminação bacteriana é a mais preocupante e apresenta um grande desafio à qualidade da
água.
/
 
Fonte: Shutterstock.com
O controle microbiológico da água é certamente o mais importante e prioritário e deve ser
constantemente verificado e atualizado de acordo com os parâmetros legais.
TIPOS DE ÁGUA PARA USO LABORATORIAL
Existem 3 métodos principais utilizados para a obtenção de água purificada:
DESTILAÇÃO
DEIONIZAÇÃO
/
OSMOSE REVERSA
A escolha de um método específico depende do tipo e da qualidade de água desejados, e também
do volume necessário.
Um projeto de instalação de um sistema de purificação de água depende de algumas condições
específicas listadas a seguir:
A qualidade da água de fornecimento e da água desejada ao final.
A vazão necessária.
A distância entre o sistema de produção e os pontos de uso.
O layout da tubulação e conexões.
O material empregado.
Facilidades de assistência técnica e manutenção.
Os instrumentos adequados para o monitoramento.
 ATENÇÃO
Na realidade, a escolha de um sistema de purificação eficiente depende da qualidade da água de
entrada, ou seja, das características da água potável que irá alimentar o sistema e também do tipo
e da qualidade da água que se deseja.
Apresentaremos a seguir, em uma ordem sequencial lógica, as principais tecnologias de
purificação de água encontradas para a remoção dos diversos tipos de contaminantes seguindo
etapas na sequência de purificação.
/
PRÉ-FILTRAÇÃO
A pré-filtração, segundo Brasil (2019), destina-se a remover sólidos particulados com tamanhos
entre 5 e 10 μm, essencialmente para proteger as tecnologias subsequentes, utilizando filtros de
areia ou uma combinação de filtros. Deve estar associada a todos os sistemas de purificação de
água com o objetivo de proteger os equipamentos mais sensíveis e caros.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 9: Sistema de pré-filtração carvão, areia e zeólitos.
FILTRAÇÃO POR ADSORÇÃO POR CARVÃO
VEGETAL ATIVADO
Pode ser considerada também uma técnica de pré-filtração, mas, nesse caso, o carvão vegetal
ativado tem a capacidade de remover compostos orgânicos como as cloraminas e o cloro livre, os
quais adsorve em sua superfície. Essa tecnologia é muito importante para, por exemplo, proteger
as membranas da osmose reversa. Deve-se tomar cuidado com a formação de biofilme, que
implica na necessidade de sanitização do carvão ativado com vapor quente ou da troca do
material filtrante.
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Fonte: Shutterstock.com
 Figura 10: Filtro de carvão ativado.
TRATAMENTO COM ABRANDADORES
(SOFTENERS)
Em muitos lugares que utilizam água de poço como fonte primária para o abastecimento do
sistema de purificação, é necessária a utilização de abrandadores, uma vez que essa água é rica
em íons de cálcio, ferro e magnésio – também conhecida como água “dura”. O tratamento com
abrandadores é muito parecido com a deionização e utiliza também resinas de troca iônica que
capturam os íons metálicos e liberam íons sódio na água. É importante observar a necessidade de
sanitização ou troca das resinas periodicamente, evitando a formação de biofilme e contaminação
da água.
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Fonte: Shutterstock.com
 Figura 11: Sistema de tratamento de água com abrandadores.
DEIONIZAÇÃO
A técnica de deionização ou desmineralização é muito utilizada para a obtenção de água
purificada para uso rotineiro no laboratório. Ela remove apenas sais inorgânicos através de resinas
de troca iônica específicas para cátions e ânions. Nesses casos, as resinas catiônicas capturam
os íons catiônicos, liberando H+, e as resinas aniônicas capturam os íons aniônicos, liberando
OH-. Observe a figura abaixo e entenda melhor como essa troca acontece.
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Fonte: Shutterstock.com
 Figura 12: Processo de deionização da água.
Apesar de ser uma técnica relativamente simples, rápida e barata, a deionização não produz uma
água de alta pureza e deve ser associada a outras tecnologias, a fim de melhorar a qualidade da
água e atender às exigências da legislação específica e necessidade de algumas metodologias
empregadas no laboratório. Outro problema é a necessidade de regeneração das resinas devido à
possibilidade de formação de biofilme. Existem dois tipos de deionizadores no mercado: o de leito
misto (uma única resina mista) e o de leito separado (com duas resinas, uma catiônica e uma
aniônica).
OSMOSE REVERSA
Atualmente, a osmose reversa vem se tornando a tecnologia de primeira escolha como sistema de
purificação de água devido à sua alta versatilidade.
Essa tecnologia atende a todo tipo de demanda, existindo equipamentos para larga escala
industrial (1.000 L/hora) e pequenos equipamentos para a escala laboratorial, com capacidade de
cerca de 10 L/hora, por exemplo.
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Fonte: Shutterstock.com
 Figura 13: Equipamento de osmose reversa.
Essa tecnologia se baseia na utilização de membranas semipermeáveis com propriedades
específicas utilizadas para a remoção de íons, microrganismos e endotoxinas bacterianas.
É um processo altamente eficiente e que remove de 90% a 99% dos contaminantes. Justamente
por isso, diversos fatores podem afetar significativamente essa tecnologia, tais como o pH, a
pressão diferencial ao longo da membrana, a temperatura, o polímero da membrana e a
construção dos cartuchos de osmose reversa.
Para entendermos melhor como ocorre o processo de osmose reversa, vamos primeiro recordar o
que é um processo de osmose.
 RELEMBRANDO
A osmose é um processo celular que ocorre naturalmente, ou seja, sem gasto de energia. Ela
consiste na passagem de um solvente através de uma membrana semipermeável de um meio
hipotônico para um meio hipertônico.
/
Fica fácil entendermos agora que a osmose reversa seria umprocesso contrário ao da osmose, ou
seja, a passagem do solvente do meio hipertônico para o meio hipotônico.
O problema é que isso não aconteceria naturalmente ou sem gasto de energia. Dessa forma, é
necessário pressurizar o sistema para que o processo de osmose reversa possa acontecer.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 14: Esquema de osmose reversa.
 ATENÇÃO
É importante que se compreenda que o processo de osmose reversa nada mais é do que um
processo de filtração, utilizando as membranas semipermeáveis como elemento filtrante. Sendo
assim, é fundamental que exista um sistema de pré-tratamento que remova particulados, agentes
oxidantes e contaminantes que favoreçam incrustações como cálcio e magnésio, a fim de proteger
e preservar as membranas. Outro ponto importante é a sanitização do sistema, evitando a
formação de biofilme e a contaminação microbiana.
O sistema de purificação de água por osmose reversa vem se tornando tão acessível, de fácil
instalação e baixo custo de manutenção que já existem sistemas de osmose reversa de duplo
/
passo, no qual a água purifica em uma primeira etapa e alimenta o sistema em uma segunda
etapa, aumentando a capacidade de purificação.
ULTRAFILTRAÇÃO
Assim como a osmose reversa e como o próprio nome diz, a ultrafiltração utiliza uma tecnologia de
filtração com membranas especiais que têm a capacidade de reter endotoxinas e moléculas de
acordo com o seu peso molecular e sua estereoquímica. Um dos sistemas de ultrapurificação de
água mais conhecidos do mundo é o chamado do tipo Milli-Q.
 COMENTÁRIO
Na verdade, uma água conhecida como do tipo Milli-Q é uma água ultrapurificada (AUP) obtida
por essa marca de sistema que é registrada pelo grupo Merck.
Assim como outros sistemas de purificação que envolvem alta tecnologia, esse sistema deve ser
validado, passar por um pré-tratamento, ter suas condições operacionais controladas e
procedimentos adequados de limpeza e sanitização.
Essa técnica pode estar associada a outras, mas geralmente é mais utilizada em laboratórios que
envolvem alta tecnologia como biologia molecular e espectrometria de massas.
MICROFILTRAÇÃO
Assim como a ultrafiltração, esta tecnologia também pode estar associada a outros sistemas de
purificação de água. Trata-se de um processo que utiliza membranas filtrantes microporosas de
poros de diâmetro de 0,22 µm, e pode ser considerada uma filtração esterilizante por causa disso,
mas, para tanto, precisa ser validada. Essas membranas podem estar associadas a um sistema
de osmose reversa, mas também podem ser utilizadas de forma individualizada em pequenos
filtros isolados.
/
RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA
Esta é uma tecnologia que deve ser utilizada sempre de forma associada a outro sistema.
Isoladamente, esta técnica não produz água purificada.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 15: Lâmpadas ultravioleta.
A radiação ultravioleta é utilizada em 2 comprimentos de onda que promovem efeitos distintos.
São eles:
185 NM + 254 NM
254 NM
185 NM + 254 NM
Oxidação de compostos orgânicos e consequente redução de sua concentração para atender aos
limites da água purificada (AP), água para fabricação de produtos injetáveis (API) e água
ultrapurificada (AUP).
/
254 NM
Ação germicida nos diversos pontos da sequência de purificação para reduzir a contagem
microbiana.
De acordo com Brasil (2019), esta técnica é muito utilizada ao longo dos tanques de
armazenamento de água para reduzir a contaminação microbiana e é associada a capelas de
fluxo laminares.
DESTILAÇÃO
Este sistema de purificação de água é certamente o mais antigo do mundo.
Como já sabemos, a destilação é um processo de separação de líquidos por meio do vapor. O
princípio da destilação consiste em evaporar a água por aquecimento e, por resfriamento e através
de um duto condensador, liquefazer o vapor d’água novamente.
 
Fonte: Shutterstock.com
 Figura 16: Esquema de destilação.
/
Durante centenas de anos esse foi o principal método de escolha como sistema de purificação de
água e o mais utilizado para a prática laboratorial, a indústria farmacêutica, as farmácias
magistrais, dentre outras áreas da Saúde.
Um sistema de destilação de água consiste num método de fácil instalação e reutilizável, com
baixo custo de instalação e alta eficiência. Pode produzir inclusive água API por meio de um
processo de bidestilação. Apesar disso, esta técnica apresenta algumas desvantagens, tais como
os altos custos de consumo de água e eletricidade, a difícil manutenção, o arraste de
contaminantes pelo processo de condensação e o arraste de impurezas voláteis. Por esses
motivos, atualmente a substituição de destiladores por sistemas de osmose reversa tem se
mostrado uma opção mais eficiente e econômica.
No vídeo a seguir você conhecerá mais profundamente um processo de purificação da água:
destilação e deionização.
/
SISTEMAS DE DESCONTAMINAÇÃO DE
LABORATÓRIOS
Já aprendemos que os laboratórios são classificados de acordo com as suas classes de riscos e
essa classificação serve também para direcionar o sistema de descontaminação de material,
pessoal e do laboratório. É preciso, portanto, existir uma rotina de higienização bem descrita e
consolidada através de procedimentos operacionais padrão (POP) a fim de garantir as boas
práticas de laboratório e evitar o risco de acidentes e contaminações.
 ATENÇÃO
/
Quando se trata de laboratórios clínicos, os riscos maiores envolvem a contaminação microbiana,
então a descontaminação deve acontecer periodicamente, sempre após cada uso. É fundamental
a conscientização e o treinamento do pessoal envolvido na rotina sobre os riscos de infecções e
das ações preventivas necessárias para garantir as boas práticas de laboratório e a biossegurança
do local, da equipe e do meio ambiente.
O processo de descontaminação é definido como a técnica utilizada para a eliminação total ou
parcial de microrganismos ou ainda a remoção e neutralização de produtos químicos perigosos e
material radioativo. O objetivo principal é tornar o material biológico seguro para o descarte ou
para a sua reutilização.
As etapas de descontaminação dependem do nível de contaminação e podem ser resumidas
como:
LIMPEZA
DESINFECÇÃO
ESTERILIZAÇÃO
Além dos processos de descontaminação, as atividades dos laboratórios geram diferentes tipos de
resíduos que devem ser armazenados e descartados de acordo com a legislação vigente.
Atualmente, a legislação que regulamenta e classifica os tipos de resíduos é a RDC nº 222/2018
da ANVISA.
A partir de agora, conheceremos as principais etapas do processo de descontaminação e o os
cuidados relacionados ao armazenamento e ao descarte de resíduos biológicos e químicos.
/
LIMPEZA
A limpeza é o processo de remoção de partículas ou de material orgânico e pode estar associada
tanto aos materiais contaminados, como ao pessoal e ao ambiente. É o primeiro passo num
processo de descontaminação e inclui ações e cuidados de higiene dos materiais e dos
ambientes. Os procedimentos de limpeza devem ser padronizados, incluindo o tipo de água
usada, além do sabão e o detergente neutro que serão utilizados. Deve-se usar pano úmido para
retirar poeiras e impurezas das superfícies.
 
Fonte: Shutterstock.com
Os funcionários da limpeza poderão ser terceirizados, mas é preciso realizar treinamentos
contínuos e específicos a fim de garantir a eficácia dos procedimentos de limpeza.
DESINFECÇÃO
/
 
Fonte: Shutterstock.com
A desinfecção é a etapa do processo de descontaminação que visa a eliminação dos
microrganismos em sua forma vegetativa, de ambientes, dos materiais, da pele e das mãos. Esse
processo não elimina as formas esporuladas dos agentes infecciosos e pode ser realizado por
meios físicos e químicos. Os procedimentos de desinfecção por meios físicos basicamente
utilizam o calor como técnica para a desinfeção. Já os procedimentos químicos podem ser líquidos
ou gasosos utilizando-se desinfetantes ou germicidas.
Os agentesgermicidas agem sob as bactérias por dois métodos distintos:
AÇÃO BACTERICIDA
Elimina as bactérias e estas não são mais capazes de se reproduzirem.
AÇÃO BACTERIOSTÁTICA
Inibe a multiplicação das bactérias.
A seguir, conheceremos os principais desinfetantes utilizados no processo de descontaminação
dos laboratórios:
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/
ÁLCOOIS
Os álcoois mais utilizados nos processos de desinfecção são o álcool etílico (etanol) e o álcool
isopropílico (isopropranol). Embora ambos apresentem ação desinfetante, o etanol é mais
utilizado, pois possui maior ação germicida, menor custo e menor toxicidade. Os estudos
demonstram que a melhor faixa de concentração do etanol em água é entre 60% e 80% para a
ação sobre os microrganismos. Utiliza-se, usualmente, o álcool etílico a 70% como agente
desinfetante e esse é o mais importante dentro do laboratório para desinfecção de superfícies e
materiais. Até hoje o mecanismo de ação desinfetante do álcool não está muito esclarecido, mas
acredita-se que ocorra por desnaturação das proteínas de membrana. Dessa forma, é necessário
que o álcool esteja diluído, uma vez que na ausência de água as proteínas não são desnaturadas
tão rapidamente, por isso o álcool absoluto não é tão eficaz quanto o diluído a 70%.
COMPOSTOS À BASE DE CLORO
O cloro inorgânico é um agente germicida altamente potente, entretanto, não deve ser utilizado em
sua forma pura devido ao seu alto poder oxidante, alta volatilidade e toxicidade. Assim, ele é
usado na forma de hipoclorito de sódio em concentrações de 2% a 4%. Nos laboratórios, é muito
utilizado na desinfecção de superfícies e materiais, inclusive quando contaminados com sangue, e
para recipientes de descarte como, por exemplo, ponteiras de pipetas e swabs. É muito ativo para
agentes infecciosos em sua forma vegetativa, como bactérias Gram-positivas e Gram-negativas,
fungos, vírus e micobactérias. O tempo de exposição necessário para sua ação de germicida é de
cerca de 10 minutos, com 1% de cloro ativo livre. Mesmo quando diluído, é necessário tomar os
devidos cuidados na manipulação do hipoclorito de sódio, utilizando EPI adequados e seguindo os
procedimentos corretos de diluição, pois o produto possui uma série de efeitos adversos,
causando irritação severa do trato respiratório.
FORMALDEÍDO
Ainda nos dias atuais o formaldeído pode ser utilizado em áreas (cabines de segurança biológica)
e superfícies de laboratórios para o processo de desinfecção por meio do método da fumigação,
apesar de sua alta toxicidade. Ele possui atividade para bactérias Gram-positivas e Gram-
negativas, fungos e vírus. Devido à sua alta toxicidade, o operador deverá utilizar EPI com
proteção ocular, máscara de gás com filtro adequado e manter os devidos cuidados para o trato
respiratório.
COMPOSTOS QUATERNÁRIOS DE AMÔNIO
/
Recentemente, esta classe de agentes desinfetantes tem sido bastante difundida devido à sua
baixa toxicidade. Essa substância foi amplamente empregada na descontaminação de superfícies
e ambientes, como pontos de ônibus e ambientes das comunidades, durante a pandemia do
coronavírus.
Apesar disso, é necessário avaliar as concentrações de uso e eficácia desses agentes a fim de
garantir a eficácia do processo de desinfecção.
Exemplo de desinfetante: Cloreto de cetil trimetil amônio.
Desinfecção por agentes físicos
Conforme citado anteriormente, os processos de desinfecção podem ser realizados por meios
físicos, utilizando-se basicamente o calor. Dentre essas técnicas, destacam-se a pasteurização e a
tindalização.
PASTEURIZAÇÃO
TINDALIZAÇÃO
PASTEURIZAÇÃO
É muito utilizada para alimentos como leite e sucos de frutas, porém, mais especificamente, para
produtos suscetíveis a altas temperaturas. Foi desenvolvida pelo cientista Louis Pasteur em 1864
e consiste em aquecer os produtos a 60°C por um determinado tempo e depois resfriá-los. Dessa
forma, reduz-se o número de microrganismos presentes evitando a deterioração do produto.
TINDALIZAÇÃO
É um tipo de esterilização fracionada na qual é aplicado vapor d’água contínuo (entre 60°C e
90°C) durante 30 a 60 minutos, repetidas vezes, resfriando-se entre cada aquecimento. O número
de operações varia de 3 a 12 ciclos dependendo do grau de contaminação. Durante o período de
resfriamento (cerca de 24 horas), as formas esporuladas passam novamente às formas
vegetativas e podem ser eliminadas quando submetidas ao vapor contínuo mais uma vez. Esse
/
processo é muito utilizado na indústria de alimentos e na indústria farmacêutica em produtos
sensíveis à temperatura.
ESTERILIZAÇÃO
A esterilização é um processo de eliminação de todas as formas de microrganismos, incluindo as
esporuladas. Dessa forma, este processo promove a eliminação completa de todos os
microrganismos em um determinado material, superfície ou ambiente. É possível afirmarmos que
geralmente os processos de esterilização utilizam métodos físicos, e os de desinfecção, métodos
químicos. Entretanto, isso não necessariamente é uma regra, já que os métodos químicos também
podem ser utilizados para o processo de esterilização, principalmente os gasosos.
Os métodos de esterilização podem ser classificados em 3 tipos:
Processos físicos (calor e radiação).
Processos mecânicos (filtração).
Processos químicos (agentes bactericidas).
Dentre os métodos mais utilizados para a esterilização em laboratórios estão os métodos físicos,
que podem ser por calor seco ou úmido, ou ainda por irradiações.
Calor seco
Esta técnica pode ser dividida em flambagem e circulação de ar quente.
FLAMBAGEM OU INCINERAÇÃO
Muito utilizada em laboratórios para eliminar microrganismos por calor direto, utilizando-se a alça
bacteriológica e o bico de Bunsen. Quando a alça estiver totalmente incandescente, é sinal de que
ocorreu a esterilização.
ESTUFAS DE ESTERILIZAÇÃO OU FORNO DE PASTEUR
Utilizada geralmente para materiais que não suportam calor úmido e que são resistentes a altas
temperaturas, tais como o aço, o vidro e os pós (termorresistentes, óleos e gorduras). As estufas
/
de ar circulante são as mais utilizadas, apresentando temperaturas que variam de 160°C a 250°C.
Calor úmido
Este processo consiste em submeter os produtos ao contato com calor úmido e à alta pressão,
utilizando-se uma autoclave. É considerado o método de esterilização mais eficiente e deve ser
sempre o de primeira escolha.
 
Fonte: Adaptado de PRISTA, 1995.
 Figura 17: Esquema de Autoclave.
Conforme ocorre um aumento da pressão, maior será o ponto de ebulição da água.
0,5 atm............... 110°C
1 atm ................. 121°C
1,5 atm .............. 127°C
 SAIBA MAIS
É possível esterilizar os mais diversos tipos de materiais como borracha, látex, ampolas cheias,
meios de cultura, roupas e equipamentos diversos. Para controlar e garantir a eficácia do processo
/
de esterilização, é possível utilizar-se de indicadores químicos e biológicos durante a
autoclavação, como as fitas ou etiquetas adesivas e o Bacillus stearothermophilus.
Irradiação
Ainda dentro dos processos de esterilização por métodos físicos, a irradiação é uma alternativa
aos processos que utilizam calor.
Existem dois tipos de irradiação: as ionizantes, que utilizam comprimentos de onda mais curtos e
de maior energia (como os raios gama, por exemplo), e as não ionizantes (como a radiação
ultravioleta).
RAIOS GAMA
É um tipo de radiação ionizante que pode ser utilizada para a esterilização de grandes lotes de
produtos, tais como seringas, agulhas, luvas, cateteres etc. Elimina os microrganismos sem
aumento de temperatura. Ainda representa alto custo para as empresas.
RAIOS UV
É um tipo de radiação não ionizante e que, apesar do seu baixo poder de penetração, é muito
eficiente em processos de purificação de água, no âmbito hospitalar e nas câmaras de segurança
biológica como lâmpadas UV, auxiliando no processo de esterilização após a desinfecção das
superfícies. Deve-se tomar cuidado, pois pode causar danos aosolhos e à pele.
Filtração
É um processo mecânico de esterilização que depende do tipo de material filtrante utilizado. Para
filtrações esterilizantes é necessário que as membranas filtrantes apresentem tamanho de poro de
0,22µm.
 COMENTÁRIO
Esse método pode ser utilizado para esterilizar pequenos volumes, quando é conhecido como
microfiltração, mas é mais comum ser usado para a filtração do ar em ambientes estéreis,
utilizando os filtros HEPA, como nas câmaras de segurança biológica.
Conforme visto anteriormente, os agentes químicos geralmente são mais utilizados para os
processos de desinfecção. Entretanto, os agentes químicos gasosos como o óxido de etileno
/
também podem ser usados como método de esterilização. Isso se deve ao seu alto poder de
penetração e ação esporicida. Ainda assim, seu uso é bastante restrito por se tratar de gás
explosivo e de alto custo de processo.
DESCARTE DE RESÍDUOS
As atividades de rotina dos laboratórios clínicos geram diferentes tipos de resíduos que devem ser
armazenados e descartados de acordo com a legislação vigente. Atualmente, a legislação que
regulamenta e classifica os tipos de resíduos é a RDC nº 222/2018 da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária. Os grupos de resíduos de saúde podem ser classificados da seguinte
maneira:
 
Fonte: Shutterstock.com
GRUPO A
Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características, podem
apresentar risco de infecção (A1, A2, A3, A4, A5).
GRUPO B
/
Resíduos contendo produtos químicos que apresentam periculosidade à saúde pública ou ao meio
ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade,
toxicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade, mutagenicidade e quantidade.
GRUPO C
Qualquer material que contenha radionuclídeo em quantidade superior aos níveis de dispensa
especificados em norma da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e para os quais a
reutilização é imprópria ou não prevista.
GRUPO D
Resíduos que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio
ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares.
GRUPO E
Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como lâminas de barbear, agulhas, escalpes,
ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas
tubos capilares, ponteiras de micropipetas, lâminas e lamínulas, espátulas, todos os utensílios de
vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri) e outros
similares.
Com exceção do grupo C, a maioria dos laboratórios clínicos apresentam resíduos pertencentes a
todos os outros grupos. Uma vez que os resíduos do grupo D não apresentam riscos à saúde e
podem ser equiparados aos resíduos domiciliares, devemos focar, portanto, nos grupos A, B e E.
GRUPO A
GRUPO B
GRUPO E
GRUPO A
O grupo A ainda é subdivido em A1, A2, A3, A4 e A5. Neste grupo, destacam-se os subtipos A1 e
A4. O descarte de resíduos do grupo A1 deve sofrer tratamento prévio para a redução e
eliminação da carga microbiana e, ainda no caso de materiais de Nível III, inativação total da carga
/
microbiana. Os resíduos sólidos de saúde (RSS) do grupo A4 não necessitam de tratamento
prévio e devem ser embalados em saco branco leitoso devidamente identificado para descarte
final em ambiente adequado.
 SAIBA MAIS
Segundo a RDC n° 222/2018, alguns exemplos de RSS do grupo A4:
Recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, que não contenha
sangue ou líquidos corpóreos na forma livre;
Cadáveres, carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais
não submetidos a processos de experimentação com inoculação de microrganismos.
Bolsas transfusionais vazias ou com volume residual pós-transfusão.
Sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e secreções,
provenientes de pacientes que não contenham e nem sejam suspeitos de conter agentes
classe de risco 4, e nem apresentem relevância epidemiológica e risco de disseminação, ou
microrganismo causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente
importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido ou com suspeita de
contaminação com príons.
GRUPO B
Para o descarte dos RSS do grupo B é necessário avaliar a periculosidade das substâncias
presentes de acordo com as FISPQs (Ficha de informações de segurança de produtos químicos
(FISPQ).) respectivas, respeitando suas características de inflamabilidade, corrosividade,
reatividade e toxicidade. Esses resíduos devem ser previamente tratados de acordo com as suas
características químicas e é proibido o encaminhamento de RSS na forma líquida para disposição
final em aterros sanitários.
/
GRUPO E
Os materiais perfurocortantes do grupo E devem ser descartados em recipientes identificados,
rígidos, providos com tampa, resistentes à punctura, ruptura e vazamento. O recipiente de
acondicionamento deve conter a identificação de todos os riscos presentes. As seringas e agulhas
devem passar por tratamento prévio antes do descarte final.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. QUAL O CONCEITO DE LIMPEZA E POR QUE ELA DEVE PRECEDER OS
PROCEDIMENTOS DE DESINFECÇÃO E ESTERILIZAÇÃO DE PRODUTOS
LABORATORIAIS?
A) É o procedimento de remoção de sujidade e detritos para manter os artigos em estado de
asseio, reduzindo a população microbiana. A limpeza deve preceder os procedimentos de
desinfecção ou de esterilização, pois reduz a carga microbiana por meio da remoção da sujidade e
da matéria orgânica presentes nos materiais.
B) É o processo em que se deixa os artigos em soluções descontaminantes, realizado antes da
desinfecção para reduzir as sujidades e facilitar o processo de empacotamento e autoclavagem.
C) Processo de limpeza em soluções desinfetantes, utilizado antes da descontaminação para
diminuir os riscos na manipulação desses artigos pelos profissionais.
D) Processo de imersão em água destilada, usado antes da descontaminação e esterilização para
não correr o risco de reinfectar os artigos hospitalares.
E) O conceito de limpeza é o mesmo conceito de assepsia ou antissepsia.
/
2. OS RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE (RSS) SÃO CLASSIFICADOS PELA ANVISA EM
GRUPOS A, B, C, D E E. O GRUPO A COMPREENDE:
A) Resíduos recicláveis.
B) Materiais perfurocortantes ou escarificantes.
C) Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características, podem
apresentar risco de infecção.
D) Resíduos que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio
ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares.
E) Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao
meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade
e toxicidade.
GABARITO
1. Qual o conceito de limpeza e por que ela deve preceder os procedimentos de desinfecção
e esterilização de produtos laboratoriais?
A alternativa "A " está correta.
O processo de descontaminação é definido como a técnica utilizada para a eliminação total ou
parcial de microrganismos, ou ainda a remoção e neutralização de produtos químicos perigosos e
material radioativo. O objetivo principal é tornar o material biológico seguro para o descarte ou
para a sua reutilização. As etapas de descontaminação dependem do nível de contaminação e
podem ser resumidas como limpeza, desinfecção e esterilização. A etapa de limpeza precede a de
desinfecção e esterilização a fim de se reduzir a carga microbiana e auxiliar a eficiência dos
demais processos.
2. Os Resíduos de Serviço de Saúde (RSS) são classificados pela ANVISA em Grupos A, B,
C, D e E. O Grupo A compreende:
A alternativa "C " está correta.
De acordo com a RDC nº 222/2018 ANEXO I, a classificação dos resíduos de serviços de saúde
para o grupo A é a seguinte: resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por
/
suas características, podemapresentar risco de infecção.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo deste tema, estudamos os conceitos de boas práticas de laboratórios, suas aplicações e
abrangências na área de Saúde. Foi possível também compreender os sistemas de purificação de
água, os tipos de água obtidos e sua utilização nos laboratórios clínicos. Aprendemos sobre os
procedimentos de descontaminação em laboratórios a partir da limpeza, desinfecção por agentes
químicos e físicos e as principais técnicas de esterilização. Por fim, conhecemos a atual legislação
de descarte de resíduos sólidos de saúde, fechando o ciclo de conhecimento sobre as BPL para
que possamos estar preparados para exercer as atividades laboratoriais com eficiência e
segurança.
REFERÊNCIAS
ALLEN JUNIOR, L. V.; POPOVICH, N. G.; ANSEL, H. C. Formas farmacêuticas e sistemas de
liberação de fármacos. 9. ed. Artmed: São Paulo, 2013.
/
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária ‒ ANVISA. Resolução da diretoria colegiada –
RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento,
programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de
saúde. Consultado em meio eletrônico em: 11 nov. 2020.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária ‒ ANVISA. Resolução da diretoria colegiada –
RDC nº 222, de 28 de março de 2018. Regulamenta as Boas Práticas de Gerenciamento dos
Resíduos de Serviços de Saúde e dá outras providências. Consultado em meio eletrônico em: 30
nov. 2020.
BRASIL. Secretaria Especial de Previdência e Trabalho. Norma regulamentadora – NR nº 5.
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA. Brasília, 2019. Consultado em meio
eletrônico em: 11 nov. 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Classificação de risco dos agentes biológicos. Secretaria de
Clínica, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento de Clínica e Tecnologia. Série A.
Normas e Manuais Técnicos. Ministério da Saúde: Brasília, 2017.
MOLINARO, E. M. Conceitos e métodos para a formação de profissionais em laboratórios de
saúde: volume 1. Etelcia Moraes Molinaro, Luzia Fátima Gonçalves Caputo e Maria Regina Reis
Amendoeira (Orgs.). Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio. Rio de Janeiro: Instituto
Oswaldo Cruz, 2009.
PRISTA, L. N.; ALVES, A. C.; MORGADO, R. Técnica Farmacêutica e Farmácia Galênica:
volume 1. 5. ed. Fundação Calouste Gulbenkian: Lisboa, 1995.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, leia:
O artigo Ensino-aprendizagem na área de biossegurança: reflexões a partir da experiência
da construção de layout de laboratório, Tallini e Prestes.
Farmacopeia Brasileira, 6ª edição, ANVISA.
/
Manual orienta profissionais de saúde para a higiene das mãos, Blog da Saúde, Ministério da
Saúde.
A matéria Boas práticas de laboratório na indústria farmacêutica, de Egle Leonardi, ICTQ.
As diretrizes gerais para o trabalho em contenção com agentes biológicos, Ministério da
Saúde.
O artigo Monitoramento em cabine de segurança biológica: manipulação de cepas e
descontaminação em um laboratório de microbactérias, de Ueki e colaboradores, Scielo.
O texto Símbolos de risco e manuseio para o transporte e armazenamento de materiais,
ABNT .
O texto Classificação de riscos dos agentes biológicos, Ministério da Saúde.
RDC nº 222, de 28 de março de 2004, que regulamenta as boas práticas de gerenciamento
dos resíduos de serviços de saúde e dá outras providências, Ministério da Saúde.
Critérios para a habilitação de laboratórios segundo os princípios das boas práticas de
laboratório (BPL), ANVISA.
CONTEUDISTA
Patrícia de Castro Moreira Dias
 CURRÍCULO LATTES
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DESCRIÇÃO 
Introdução à biossegurança: conceitos básicos, sistemas de gestão da qualidade em 
laboratórios clínicos e processos de coleta de amostra biológica. 
PROPÓSITO 
Apresentar os requisitos de biossegurança em um laboratório clínico, fundamental para 
o desenvolvimento de processos seguros e de qualidade nos laboratórios de análises 
clínicas e minimizar possíveis erros. 
OBJETIVOS 
Módulo 1 
Reconhecer os principais conceitos de biossegurança aplicados a laboratórios clínicos 
Módulo 2 
Identificar os requisitos fundamentais para gestão de qualidade em laboratórios 
Módulo 3 
Identificar variáveis causadoras de erros nos processos de coleta de amostra biológica 
INTRODUÇÃO 
A ideia de ter contato com microrganismos patogênicos ou materiais contaminados por 
eles causa certo pânico em pessoas que não conhecem a fundo um laboratório clínico. 
Sempre que pensamos nessas situações, as cenas dos filmes com profissionais 
vestindo equipamentos de proteção individual da cabeça aos pés nos vêm em mente. 
Será que tudo aquilo acontece na chamada “vida real”? 
Boas práticas adotadas em laboratórios clínicos são empregadas para proteger os 
profissionais de riscos comumente encontrados nesses ambientes, além de serem 
essenciais para emissões de resultado com alta qualidade. Esses riscos vão muito 
além daqueles ligados à contaminação por microrganismos e podem até mesmo afetar 
animais e o meio ambiente. 
Encontraremos, ao longo deste tema, os principais conceitos relacionados a 
biossegurança em laboratórios clínicos, como estes são estruturados e como são 
realizados processos de coleta de material biológico. Além disso, entenderemos quais 
são os requisitos necessários para que os laboratórios possam ser acreditados pelos 
órgãos regulamentadores e apresentem excelência na prestação de serviços. 
MÓDULO 1 
 
Reconhecer os principais conceitos de biossegurança aplicados a laboratórios 
clínicos 
BIOSSEGURANÇA 
Biossegurança é um termo utilizado para definir ações realizadas com a finalidade de 
proteger vidas, sendo elas humanas ou não. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
(ANVISA) define o termo como: 
condição de segurança alcançada por um conjunto de ações 
destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às 
atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e o 
meio ambiente” 
ANVISA/2010 
O conceito de biossegurança começou a ser desenvolvido na década de 1970, com 
observação de casos de doenças infecciosas como tuberculose e hepatite B, entre 
profissionais da saúde que lidavam com pacientes doentes. O número de profissionais 
de saúde que apresentavam essas doenças era de cinco a sete vezes maior que o 
observado na população. Assim, foram propostas normas e elaborados manuais de 
biossegurança com o intuito de frear a aquisição de doenças infecciosas e garantir uma 
proteção a esses profissionais em suas atividades. 
Quando falamos de segurança dos profissionais de saúde, temos que trazer a 
importância das boas práticas laboratoriais, que contam com procedimentos − como 
práticas de higiene pessoal − e ações de segurança − tais como utilização de 
equipamentos de proteção individual (EPI) pelos profissionais e instalação de 
equipamentos de proteção coletiva (EPC) nos estabelecimentos de saúde. 
 
BIOSSEGURANÇA EM LABORATÓRIOS 
CLÍNICOS 
Estrutura física dos laboratórios de análises clínicas 
Todos os Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS) precisam obedecer a regras 
estabelecidas pela ANVISA (RDC Nº 50, de 21 de fevereiro 2002) no que diz respeito à 
infraestrutura do EAS, para que possa ser garantida a segurança de todos que 
trabalham e transitam nas dependências do estabelecimento. O documento traz uma 
regulamentação técnica para planejamento, programação, elaboração e avaliação dos 
projetos físicos dos EAS, e pode variar conforme atividades desenvolvidas por estes. 
Antes de seguir as regras descritas nessa resolução para o projeto, deve-se listar as 
atividades que serão desenvolvidas pelo EAS para que os ambientes necessários e 
obrigatórios para realização de cada atividades sejam identificados e incluídos no 
projeto físico. 
Listar as atividades desenvolvidas antes de 
aplicar a RDC N° 50 
Fonte: HappyTime19 / Shutterstock.com 
 
Ambiente de Laboratório. 
Fonte: Timof

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