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Aula 3 - Doença de Chagas - Vinícius - P1

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Doença de Chagas 
Causada pelo Trypanosoma cruzi. 
Vetor: Triatoma – tem hábitos noturnos e vivem nas casas 
de pau a pique – hematófago. 
Difícil tratamento. 
Introdução 
Trypanosoma cruzi: protozoário agente etiológico da 
doença de Chagas (tripanossomíase americana ou 
esquizotripanose). 
Frequente nas Américas. 
18 países da América Latina e presente em 22 países. 
Brasil: MA até o RS, numa espécie de corredor 
correspondente a Floresta Amazônica, Mata Atlântica e 
estado de SC. 
Hospedeiro Vertebrado 
Nos hospedeiros vertebrados e na cultura de tecidos são 
encontradas intracelularmente as formas amastigotas e 
extracelularmente as formas tripomastigotas presentes no 
sangue circulante. 
Ciclo Biológico 
O ciclo biológico do tipo heteroxênico passando o parasito 
por uma fase de multiplicação intracelular no hospedeiro 
vertebrado e extracelular no inseto vetor (triatomíneos). 
Os hospedeiros primitivos de T. cruzi na natureza foram o 
tatu, o tamanduá e o bicho preguiça. 
• O vetor ingere o sangue e evacua, quando ele 
evacua, ele deixa nas suas fezes o parasito. A 
pessoa coça e passa as fezes na região onde o 
barbeiro picou. 
 
Ciclo Biológico no Hospedeiro Vertebrado 
Considerando o mecanismo natural de infecção pelo T. 
cruzi, os tripomastigotas metacíclicas eliminados nas fezes 
e urina do vetor, durante ou logo após o repasto sanguíneo, 
penetram pelo local da picada e interagem com células do 
SMF da pele ou das mucosas. Neste local, ocorre a 
transformação dos tripomastigotas em amastigotas, que aí 
se multiplicam por divisão binária simples longitudinal. 
• SMF – sistema mononuclear fagocitário. 
Sintomatologia muito importante. 
Várias as possibilidades de sintomas. 
Na maioria das vezes: doença assintomática. 
 
• Cultura: determinado fragmento do individuo que 
esteja infectado. 
Coloca em um meio que o protozoário precisa para 
se sobreviver. 
Epidemiologia Molecular do T. cruzi 
T. cruzi é um parasito diploide (2n) que se multiplica por 
divisão binária simples. 
No entanto, a possibilidade de reprodução sexual deste 
parasito não é completamente descartada. 
Mecanismo de Transmissão 
A infecção ocorre pela penetração de tripomastigotas 
metacíclicos (eliminados nas fezes ou na urina de 
triatomíneos, durante o hematofagismo) em solução de 
continuidade da pele ou mucosa íntegra. 
Transfusão sanguínea: constitui o segundo mecanismo de 
importância epidemiológica na transmissão da doença de 
Chagas. 
Transmissão congênita: a transmissão ocorre quando 
existem ninhos de amastigotas na placenta, que liberam 
tripomastigotas que alcançam à circulação fetal. 
Acidentes de laboratório: a contaminação pode ocorrer 
por contato do parasito com a pele lesada, mucosa oral ou 
ocular ou autoinoculação. 
Transmissão oral: amamentação, animais ingerindo 
triatomíneos infectados, canibalismo entre diferentes 
espécies de animais, pessoas ingerindo alimentos 
contaminados com fezes ou urina de triatomíneos 
infectados. 
Transplante: pode desencadear fase aguda grave, pois o 
indivíduo que recebe um órgão transplantado infectado faz 
uso de drogas imunossupressoras e, consequentemente, 
torna-se menos resistente à infecção. 
Coito: já foi demonstrado experimentalmente e nunca foi 
comprovado na espécie humana. 
A doença – Fase Aguda 
Pode ser sintomática (aparente) ou assintomática 
(inaparente). Esta é mais frequente. Ambas estão 
relacionadas com o estado imunológico do hospedeiro. 
Inicia-se através das manifestações locais, quando o T. cruzi 
penetra na conjuntiva (sinal de Romaña) ou na pele 
(chagoma de inoculação), os linfonodos-satélites são 
comprometidos. 
Febre, edema localizado e generalizado, poliadenia, 
hepatomegalia, esplenomegalia e, às vezes, insuficiência 
cardíaca e perturbações neurológicas. 
As perturbações neurológicas são raras e consequência da 
meningoencefalite que ocorre apenas em crianças muito 
jovens e em pacientes imunossuprimidos. 
Fase Crônica – Assintomática 
Forma indeterminada. 
Após a fase aguda, os sobreviventes passam por um longo 
período assintomático (10 a 30 anos). Esta fase é chamada 
de forma indeterminada (latente) e caracterizada pelos 
seguintes parâmetros: 
1) Positividade de exames sorológicos e/ou 
parasitológicos; 
2) Ausência de sintomas e/ou sinais da doença; 
3) Eletrocardiograma convencional normal; 
4) Coração, esôfago e cólon radiologicamente 
normais. 
 Fase Crônica – Sintomática 
Certo número de chagásicos após permanecerem 
assintomáticos por vários anos, com o decorrer do tempo 
apresentam sintomatologia relacionada com o sistema 
cardiocirculatório (forma cardíaca), digestivo (forma 
digestiva), ou ambos (forma cardiodigestiva ou mista). 
Defesa do Organismo 
 
Na fase aguda da doença o indivíduo apresenta alta 
parasitemia. 
• Temia = sangue. 
O parasito é encontrado no sangue de maneira 
elevada. 
A parasitemia aumenta e depois reduz, onde o paciente 
desenvolve a fase crônica da doença. 
Forma Cardíaca 
A forma cardíaca atinge cerca de 20 a 40% dos pacientes no 
centro-oeste e sudeste do Brasil. 
Na cardiopatia chagásica crônica sintomática, o fato clínico 
principal é a insuficiência cardíaca congestiva (ICC). 
ICC: isto se deve à diminuição da massa muscular que se 
encontra muito destruída devido à substituição por áreas 
de fibrose interrompendo fibras e fascículos; a destruição 
do SNA simpático e parassimpático. 
Retorno venoso fica prejudicado. 
Edema em MMII. 
 
Forma Digestiva 
Brasil: 7 a 11% dos casos. 
Alterações morfológicas e funcionais importantes: a 
incoordenação motora (aperistalte, discinesia) 
caracterizando o megaesôago e o megacólon. 
Megaesôfago: pode surgir em qualquer idade. 
Epidemiologia: 20 e 40 anos. Aparece mais no sexo 
masculino. Na zona rural endêmica é mais comum no sexo 
feminino. 
Sintomas: disfagia, odinofagia, dor retroesternal, 
regurgitação, pirose (azia), soluço, tosse e sialose. 
O megacólon: dilatações dos cólons (sigmoide e reto) e são 
mais frequentes depois do esôfago. 
 
Forma Mista 
Forma cardíaca + Forma intestinal. 
Doença de Chagas Transfusional 
Período de incubação: 20 a 40 dias. 
A febre é o sintoma mais frequente, encontrado em 60 a 
80% dos pacientes, sendo muitas vezes o único sintoma 
observado. 
Doença de Chagas Congênita (DCC) 
A transmissão pode ocorrer em qualquer momento da 
gravidez causando abortamentos, partos prematuros com 
nascimento de bebes com baixo peso (1.500 a 2.000g) e 
também nati-mortalidade. 
A placenta pode apresentar alterações, como aumento de 
volume, de peso e de coloração. Apresenta-se pálida, 
edemaciada. 
Doença de Chagas no Paciente Imunossuprimido 
Doença oportunista do HIV. 
A reativação da doença tem sido também verificada em 
leucemia, doença de Hodgkin e em casos de transplantes. 
Pode evoluir de maneira mais rápida. 
Diagnóstico Clínico 
A origem do paciente. 
Sinal de Romaña e/ou Chagoma de inoculação. 
Febre irregular ou ausente. 
Adenopatia satélite ou generalizada. 
Hepatoesplenomegalia. 
Taquicardia. 
Edema generalizado ou dos pés. 
**Fazem suspeitar de fase aguda de doença de Chagas. 
Diagnóstico Laboratorial 
Os métodos de diagnósticos laboratorial apresentam 
diferentes resultados se aplicados na fase aguda ou crônica 
da infecção. 
Fase aguda: alta parasitemia, presença de anticorpos 
inespecíficos e inicio de formação de anticorpos específicos 
(IgM e IgG) que podem atingir níveis elevados. 
• Fase aguda: tem alta parasitemia. 
• Fase crônica: sorologia. 
Fase Aguda 
Exames parasitológicos 
Exame de sangue a fresco com gota de sangue colocada 
entre lâmina e lamínula. 
Exame de sangue em gota espessa. Tem mais chances de 
detectar o parasito do que o método anterior. 
Esfregaço sanguíneo corado pelo Giemsa. 
Cultura de sangue ou material de biópsia. 
Métodos de concentração:Entre os métodos de concentração podem ser usados o 
exame de creme leucocitário obtido pós centrifugação em 
tudo capilar com o sangue colhido com anticoagulante, ou 
o método de Strout em tubo de hemólise. 
Inoculação do sangue (0,5mL) ou creme leucocitário em 
camundongos jovens, preferencialmente de linhagens 
isogênicas, muito suscetíveis à infecção. 
O xenodiagnóstico e a hemocultura são métodos muito 
sensíveis na fase aguda. 
Exames sorológicos 
Evidencia a presença de anticorpos específicos no soro do 
paciente. 
Reação de precipitação ou preceptina: em desuso não 
recomendada. 
Reação de imunofluorescência indireta (RIFI): apresenta 
alta sensibilidade a partir do 15° dia de infecção, 
detectando anticorpos da classe IgM. 
RIFI é uma reação sorológica de escolha para o diagnóstico 
da fase aguda. 
Enzime-linked immunosorbent assay (ELISA): detecta 
classes específicas de anticorpos. É indicada para o 
diagnóstico de fase aguda, utilizando-se conjugado anti-
IgM. 
• Pode ser feito na fase aguda, mas tem que ter o 
cálculo correto do tempo para o paciente possuir 
anticorpo. 
Fase Crônica 
Exames parasitológicos – sendo a parasitemia da fase 
crônica subpatente e muito escassa, a detecção do parasito 
se dá por métodos parasitológicos indiretos. 
Xenodiagnósticos – é o método de diagnostico indireto 
empregado quando se quer detectar o parasito na fase 
crônica da doença. 
Hemocultura – quando realizado em paralelo com o 
xenodiagnóstico, pode apresentar maior sensibilidade. 
Reação em cadeia da polimerase (PCR) 
Consiste na amplificação in vitro de fragmentos de DNA de 
T. cruzi presentes em amostras de sangue, soro ou tecidos 
do paciente infectado. 
Esta técnica é de alta sensibilidade, pois é capaz de detectar 
quantidades de DNA 10 vezes menores ao de uma única 
célula parasita. 
Exames sorológicos 
Reação de fixação de complemento (RFC) ou de Guerreiro e 
Manchado. É feita om antígeno homólogo (extrato de 
formas de cultura do parasito sob diferentes preparações). 
Reações de imunofluorescência indireta (RIFI) – é uma 
reação muito sensível e a mais utilizada atualmente. 
Reação de Hemaglutinação indireta (RHA) – técnica muito 
simples e sensível (mais de 90%) muito utilizada para o 
diagnóstico de fase aguda e crônica. O antígeno é obtido 
em formas de cultura do parasito por vários métodos de 
preparação. 
Enzime-linked immunosorbent assay (ELISA). 
Critérios de Cura 
Os critérios clínicos são de valor limitado, especialmente na 
fase crônica da infecção. 
Considera-se curado todo paciente que apresentar além da 
negativação parasitológica (xenodiagnóstico, hemocultura 
e PCR), negativação da sorologia convencional LMCO e 
pesquisa de AATV. 
Epidemiologia 
Endêmica em 22 países da América Latina. 
Presença dos triatomíneos: do sul dos EUA até a Patagônia 
na Argentina. 
3 milhões de brasileiros. 
 
 
Profilaxia 
A profilaxia da doença de Chagas está intimamente ligada à 
melhora das condições de vida do camponês, bem como à 
modificação do hábito de destruição da fauna e da flora. 
1) Melhoria das habitações rurais; 
2) Combate ao barbeiro; 
3) Controle do doador de sangue; 
4) Controle de transmissão congênita; 
5) Vacinação: a vacinação da doença de Chagas 
continua em fase de estudos e tem resultados 
contraditórios e pouco promissores. 
Tratamento 
A terapêutica da doença de Chagas continua parcialmente 
ineficaz. 
Nenhuma droga consegue suprimir a infecção pelo T. cruzi 
e promover uma cura definitiva em todos os pacientes 
tratados. 
Entre as inúmeras drogas testadas, duas têm sido usadas, 
com cautela e acompanhamento criterioso, sendo elas: 
nifurtimox (Lampit) e o benzonidazol (Rochagan). 
Nos casos crônicos, apesar da pouca eficiência dos 
medicamentos, aconselha-se o seu emprego. 
Nifutimox: age contra as formas sanguíneas e parcialmente 
contra as formas teciduais. 
Benzonidazol: possui efeitos apenas contra as formas 
sanguíneas. 
Os efeitos colaterais observados são: anorexia, perda de 
peso, vertigens, dermatites urticariformes, cefaleia, 
sonolência e dores abdominais, hiperexcitabilidade, 
depressão medular, polineuropatia (mais frequente em 
idosos e de efeito cumulativo).

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