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Isabell� Alve� HABILIDADES CLÍNICAS TÓRAX EXAME FÍSICO O exame do tórax compreende a região anterior, a posterior e as laterais. A região anterior e as laterais são mais bem examinadas com a criança em decúbito dorsal, e a posterior, com a criança sentada. Entretanto, todas as regiões podem ser bem avaliadas estando a criança no colo do responsável, o que, por muitas vezes, representa uma tranquilidade adicional, facilitando o examinador. Sempre devemos comparar os dois hemitórax, pois podemos descobrir pequenas alterações na normalidade. O tórax é dividido em linhas e regiões anatômicas, e as alterações observadas devem ser descritas com referência à topografia. INSPEÇÃO A frequência respiratória deve ser contada durante pelo menos 1 minuto. O número de incursões por minuto (irpm) varia ao longo dos anos, sendo em média de 45 a 5 5 no recém-nato, caindo para 24 na idade de 5 anos e em torno de 18 a 20 no período da pré-adolescência. Para tanto se conceitua taquipnéia quando um recém-nascido apresenta mais do que 60 irpm, um lactente, mais do que 50 irpm, e crianças acima de 1 ano, mais do que 40 irpm. Outro dado a ser observado na inspeção do aparelho respiratório é a avaliação da presença do esforço respiratório. O principal músculo envolvido na respiração é o diafragma, inervado por Isabell� Alve� segmentos cervicais da medula através do frênico. Mas também observaremos, entre outros, os intercostais externos, intercostais internos, toraco espinhais (escalenos e esternocleidomastóideo) e grande peitoral. A importância desse conhecimento está no reconhecimento do uso dessa musculatura no momento em que identificamos a presença do esforço respiratório. Dados indiretos sugestivos de esforço respiratório têm que ser observados. Os mais frequentemente reconhecidos são as retrações intercostais, retrações subdiafragmáticas, os batimentos de aletas nasais, movimentos de respiração paradoxal, o estridor ou o gemido. Um terceiro item da inspeção a ser anotado se refere à expansão torácica durante a respiração. Na inspeção da expansibilidade pulmonar, observa-se a simetria direita esquerda, assim como se há adequada expansão da caixa torácica. As narinas devem ter sua permeabilidade testada e a coloração da mucosa observada. Inclua rapidamente, com um dos dedos, uma das narinas, posicione um pequeno pedaço de algodão na narina contralateral e observe se haverá movimento dele. Na presença de atresia de coanas ou importantes obstruções nasais, o algodão não se moverá com o movimento respiratório. No palato pesquisam-se o formato e a presença de fenda, sob visualização e palpando-o longitudinalmente. Os pavilhões auriculares necessitam ser observados quanto à presença de secreções. A pele deve ser avaliada quanto a possíveis sinais de atopia, e a cicatriz do BCG intradérmico deve ser procurada na região deltóide do braço direito. As extremidades podem mostrar baqueteamento digital e/ou cianose, o que significa hipóxia crônica na maioria dos pacientes. Ritmos respiratórios específicos como o Cheyne-Stokes e o Biot ocorrem normalmente associados a patologias mais ou menos severas. PALPAÇÃO À palpação, confirmamos anormalidades observadas, como edema e deformidades; também podemos detectar linfonodos aumentados, posição da traquéia, transmissão torácica da voz (frêmito toracovocal), e pode auxiliar a ausculta da fase expiratória com uma leve compressão torácica. Deve-se iniciar desde o segmento cefálico, incluindo cabeça e pescoço, até a palpação lateral do tórax com ambas as palmas, para avaliar a amplitude da expansibilidade de cada hemitórax. As compressões ântero-posterior e látero lateral também podem detectar lesões ósseas através da detecção da dor ou presença de crepitação no caso de fratura de arcos costais. Isabell� Alve� O frêmito toracovocal avalia-se melhor tocando-se com a palma da mão, logo abaixo da base dos dedos, as regiões torácicas direita e esquerda, enquanto o paciente pronuncia as palavras "trinta e três". Avalia-se a sensação vibratória da voz, simétrica e comparativamente a cada região, palpando-se uma a uma. As alterações ocorrem devido à presença de líquido ou ar no espaço pleural, onde há diminuição do frêmito; porém, se houver colapso do brônquio (atelectasia), a ausência é total. Os desvios da traquéia podem evidenciar atelectasias (para o lado da lesão) ou derrames pleurais volumosos (para o lado contrário da lesão), porém esses devem ser associados às alterações do frêmito e da ausculta.
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