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[RESUMO] SEMIOLOGIA RESPIRATÓRIA

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1 RESUMO – CURSO DE SEMIOLOGIA 
JOÃO VITOR FALEIROS E FERNANDA SCHWAB 
SEMIOLOGIA RESPIRATÓRIA I 
 
 Anatomia 
 
Linhas Anatômicas----------------------------------------------------- 
Na visão anterior são 5 linhas importantes. A linha clavicular, linha medioesternal (que divide o tórax em duas 
metades), linha esternolateral, linha paraesternal e a linha hemiclavicular (grande importância semiológica, sendo 
tracejada a partir do ponto médio entre as articulações esternoclavicular e acrômioclavicular). 
Na visão lateral, existem as linhas axilar anterior, axilar média e axilar posterior. 
Na visão posterior, são 4 linhas importantes. Há a linha escapular inferior, linha escapular, linha vertebral e linha 
escapular. 
 
Regiões torácicas------------------------------------------------------ 
Na visão anterior são 4 regiões importantes: região supraclavicular, infraclavicular, mamária e inframamária. Na 
visão lateral, por sua vez, existem as regiões axilar e infra-axilar. 
Na visão posterior, são as regiões supraescapular, interescápulo-vertebral e infraescapular. 
 
 Exame clínico 
 
O exame físico é divido em 6 etapas: (1) a inspeção estática, (2) inspeção dinâmica, (3) palpação, (4) percussão, (5) 
ausculta pulmonar, (6) ausculta da voz. Esse exame deve ser feito em um ambiente calmo, silencioso e reservado. É 
importante ter cuidado com o pudor do paciente, deixando desnudas apenas as áreas que estão sendo examinadas, 
se possível. Solicitar e explicar o que será feito no paciente também é importante, ficando à sua direita e lavando a 
mão antes e depois do exame. A sequência a ser seguida para análise no exame clínico é POSTERIOR, LATERAL e 
ANTERIOR (sempre no sentido céfalo-podálico e bilateralmente) 
 
Inspeção Estática------------------------------------------------------ 
A inspeção estática se caracteriza como um retrato do tórax do paciente, não levando em consideração os 
movimentos respiratórios dele. 
Nessa inspeção, é importante observar alguns elementos. A presença de abaulamentos, que podem ser difusos (ex.: 
pneumotórax) ou localizados. Os localizados podem ser divididos em pulsáteis (ex.: aneurisma) e os não-pulsáteis 
(ex.: cisto). 
Observar também a presença de erupções cutâneas, observando seu arranjo. Quando tiver um arranjo no sentido dos 
dermátomos e coincidindo nos espaços intercostais, o que pode indicar herpes-zoster. 
Deve-se observar também a presença de gânglios hipertrofiados, principalmente o gânglio de Virchow, localizado na 
região supra clavicular esquerda, que quando presente (sinal de troisier) pode ser indicativo de neoplasias da região 
torácica e abdominal, principalmente o câncer de estômago. 
 
 
2 RESUMO – CURSO DE SEMIOLOGIA 
JOÃO VITOR FALEIROS E FERNANDA SCHWAB 
Avalia-se também se há presença de ginecomastia, que pode ser indicativo de tuberculose avançada e também de 
cirrose. 
Um aspecto importante que se deve observar é a morfologia do paciente. Essa avaliação é feita inicialmente pelo 
ângulo de Charpy, que se forma no encontro dos rebordos costais com o apêndice xifoide do esterno. A partir da 
determinação desse ângulo, é possível determinar o biótipo do paciente. Caso o ângulo for de 90º, o paciente é 
considerado normolíneo; quando for maior que 90º, o paciente é brevelíneo; e quando o ângulo for menor que 90º, 
o paciente é longilíneo. 
Obs.: os pacientes longilíneos tem maior propensão a ter pneumotórax. 
No quesito morfológico, é possível também avaliar-se o tipo de tórax. O tórax é considerado atípico ou normal quando 
o diâmetro látero-lateral maior que o diâmetro ântero-posterior. Quando esse parâmetro apresenta alguma alteração, 
o tórax é caracterizado como típico, ou seja, tipicamente de alguma alteração ou patologia. 
(1) O tórax em tonel é caracterizado pelo aumento do diâmetro ântero-posterior, sendo muito comum em pacientes 
com DPOC; (2) tórax em pectus excavatum ou infundibiliforme, em que existe uma retração da região inferior do 
esterno, o que pode inclusive significar pré-disposição para prolapso mitral; (3) tórax em pectus carinatum ou de 
pombo, caracterizado por uma proeminência da região esternal, podendo ser congênito ou adquirido (decorrente 
principalmente por raquitismo na infância); (4) tórax escoliótico, caracterizado por um desvio lateral da coluna 
vertebral; (5) tórax cifótico, caracterizado pela curvatura dorsal da coluna; (6) tórax com a presença de gibosidade, 
alteração decorrente dos desvios 4 e 5; (6) tórax plano ou chato, caracterizado por uma diminuição do diâmetro 
ântero-posterior, comum em pacientes longilíneos e predispõe a pneumotórax. 
Obs.: os tórax de número 4 e 5 podem ser congênitos ou adquiridos, sendo que normalmente é adquirido e tem como 
causa a má postura. 
Observa-se também a presença de circulações colaterais. Chama-se atenção para a do tipo veia cava superior 
(VCS)/braquiocefálica, que pode ser advindo de um tumor chamado de tumor de Pancoast (tumor de ápice 
pulmonar), que quando adquire certas proporções pode comprimir a VCS, gerando circulações colaterais. 
Avalia-se também a presença de cianose. Pode ser de causa central, que cursa geralmente com aumento de 
hemoglobina reduzida e diminuição da oxigenação do sangue, quadro comum de pacientes com comunicações 
interventriculares (C e V) e pode ser de causa periférica, causada por uma vasoconstrição arteriolar periférica, comum 
em pacientes com hipotermia. 
Investiga-se também as extremidades do paciente, principalmente procurando o baquetamento digital, que pode ser 
analisado ao aproximar-se a região dorsal dos dedos. Normalmente, forma-se um losango (entre os dedos) com esse 
movimento, porém quando esse losango está ausente caracteriza-se o sinal de Shamroth (indicativo de baquetamento 
digital), comum em várias doenças crônicas, como a DPOC. 
 
Inspeção Dinâmica----------------------------------------------------- 
Na inspeção dinâmica, são levados em consideração os movimentos respiratórios do paciente. Avalia-se a frequência, 
a amplitude, o tipo ou padrão respiratório, o ritmo respiratório e a presença de tiragens. 
A FREQUÊNCIA é avaliada com o paciente sentado, de forma ideal sem avisar o paciente que essa aferição está sendo 
feita, para não enviesar a avaliação. Obs.: uma técnica que pode ser utilizada é realizar a medição após a aferição do 
pulso radial. 
É caracterizada em irpm (incursões respiratórias por minuto), podendo ter valor normal, aumentado ou diminuído. 
O paciente eupneico (FR normal) tem de 14 a 20 irpm; já o paciente taquipneico (FR aumentada) apresenta mais de 
20 irpm; e o paciente bradipneico apresenta menos de 14 irpm. 
 
 
3 RESUMO – CURSO DE SEMIOLOGIA 
JOÃO VITOR FALEIROS E FERNANDA SCHWAB 
A AMPLITUDE é caracterizada pela capacidade de expansão do tórax do paciente, podendo estar preservada 
aumentada ou diminuída, devendo sempre atentar-se para a simetria entre os hemitórax. 
O TIPO OU PADRÃO RESPIRATÓRIO consiste na região que mais se expande durante a inspiração. Pode ser torácico, 
abdominal, misto (não há sobreposição das regiões) e inverso abdominal (tipo patológico que se caracteriza pela 
retração da região torácica e um abaulamento da região abdominal durante o movimento de expiração (comum em 
pacientes com pericardite) 
O RITMO RESPIRATÓRIO do paciente também deve ser avaliado. É considerado típico quando existe 
proporcionalidade entre os movimentos de inspiração e expiração. A modificação dessa sincronia e dessa 
proporcionalidade gera os ritmos considerados patológicos. 
O ritmo de Cheyne-Stokes, que é caracterizado por um momento inicial de apneia e depois iniciam-se movimentos 
respiratórios de amplitude progressivamente maiores até encontrar um pico que antecede uma queda progressiva de 
amplitude até um novo momento de apneia. Esse ritmo é causado principalmente por insuficiência cardíaca e causa 
neurológicas, como a hipertensão craniana e o trauma cranioencefálico.Já o ritmo de Kusmaull é caracterizado por um momento inicial de inspirações de amplitude progressivamente 
maiores intercalados por momentos de amplitude rápida e breve. No segundo momento, há um momento de apneia 
inspiratória e no terceiro momento, há expirações de amplitude progressivamente maiores intercalados por 
momentos de amplitude rápida e curtos, finalizando em um quarto momento de apneia expiratória. Esse ciclo de 4 
fases é comum em patologias que cursam com acidose metabólica, como a cetoacidose diabética. 
O ritmo de Biot se caracteriza por uma sequência de um momento de apneia com posterior movimentos respiratórios 
anárquicos e dessincronizados, podendo ser causado pelas mesmas causas neurológicas do ritmo de Cheyne-Stokes 
(hipertensão craniana e o trauma cranioencefálico), mas normalmente em condições mais severas (lesão bulbar por 
exemplo). 
O ritmo suspiroso é um ritmo caracterizado pela presença de movimentos respiratórios de amplitude normal 
intercalados por momentos de inspiração e expiração de grande amplitude (suspiros), sendo característico de 
alterações de humor como ansiedade. 
A PRESENÇA DE TIRAGENS também deve ser avaliada. As tiragens se caracterizam pela utilização de musculatura 
acessória nos movimentos respiratórios. 
Obs.: observar também presença de movimento de batimento de asas de nariz, comum em pneumonias graves e 
insuficiência respiratória. 
Os tipos de tiragens são: epigástrico, supraclavicular, infraclavicular, subcostal e intercostal. 
 
Palpação----------------------------------------------------------------- 
A palpação se divide em 3 partes, começando pela sensibilidade, depois pesquisa da expansibilidade e finalmente a 
avaliação do frêmito toracovocal (FTV). 
A SENSIBILIDADE é feita com as mãos espalmadas, bimanualmente e se utilizando movimentos circulares. Deve-se 
testar toda a extensão do tórax. 
Obs.: importante avisar ao paciente que essa avaliação está sendo feita, pois normalmente as síndromes inflamatórias 
pleuropulmonares aumentam a sensibilidade no tórax, podendo-se causar dor nessa avaliação. 
A EXPANSIBILIDADE é avaliada com as mãos espalmadas, aproximando sempre o máximo possível os dois polegares, 
gerando uma prega. É feita bimanualmente, solicitando ao paciente que realize uma inspiração e expiração profundas. 
Não há número mínimo de aferições a ser realizadas, o importante é avaliar de maneira satisfatória o paciente. É feita 
sobre as proeminências ósseas. 
 
 
4 RESUMO – CURSO DE SEMIOLOGIA 
JOÃO VITOR FALEIROS E FERNANDA SCHWAB 
Na região posterior do tórax há uma particularidade importante na avaliação. Na região supraescapular, coloca-se as 
regiões e hipotênar sobre a região, colocando-se os polegares sobre a região vertebral e a bota interna da mão na 
base do pescoço, ou seja, parte da mão ultrapassa a região posterior do tórax, testando assim concomitantemente a 
região supraclavicular, cobrindo desse modo os ápices pulmonares como um todo. 
Obs.: No tórax lateral, lembrar de posicionar os polegares para cima. 
O FRÊMITO TORACOVOCAL (FTV) consiste na sensação tátil da vibração das cordas vocais. A avaliação é feita a partir 
da pronúncia das palavras “trinta e três” pelo paciente sempre que solicitado. A partir daí, a técnica de análise é feita 
unimanualmente de forma comparativa (barra grega). Utiliza-se a face palmar com as regiões tenar e hipotênar da 
mão, iniciando-se no tórax posterior, depois lateral e enfim anterior. Os demais dedos devem ficar estendidos. 
A avaliação é feita ao redor das proeminências ósseas. 
Obs.: nas regiões interescapulovertebral e supraclavicular realiza-se com a borda ulnar da mão e com as polpas digitais, 
respectivamente. 
No tórax posterior, avalia-se primeiro a região supraescapular (mão espalmada), depois interescapulovertebral (com 
a borda ulnar da mão) e por último a região infraescapular (mão espalmada), fazendo o movimento em barra grega. 
No tórax lateral, sempre com a mão espalmada, se avalia primeiro a região axilar e depois a região infra-axilar. 
Na região do tórax anterior, faz-se a aferição das regiões em sentido céfalo-podálico com a mão espalmada, exceto 
na região supraclavicular (ponta dos dedos). 
O frêmito é uma onda mecânica e, portanto, é melhor conduzido em meios mais densos. Quando existem 
interferências patológicas no parênquima pulmonar, elas normalmente cursam com aumento do FTV, pois 
normalmente essas condições reduzem a quantidade de oxigênio nos alvéolos, substituindo-o por líquido. O FTV 
normalmente está diminuído em condições que afetam a pleura do paciente, pois normalmente elas afastam o 
parênquima pulmonar da superfície do tórax, como no pneumotórax e no derrame pleural, em que existe ar ou líquido 
obstruindo a transmissão do som, para a superfície torácica, podendo o FTV estar diminuído ou até abolido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 RESUMO – CURSO DE SEMIOLOGIA 
JOÃO VITOR FALEIROS E FERNANDA SCHWAB 
SEMIOLOGIA RESPIRATÓRIA II 
 
 Exame clínico 
 
Continuação das etapas de exame clínico iniciadas na aula anterior. 
Percussão---------------------------------------------------------------- 
A PERCUSSÃO TORÁCICA se trata do ato de golpear a superfície torácica a fim de se obter percepções sonoras e táteis 
das estruturas subjacentes à caixa torácica. A técnica utilizada é a do plexímetro-plexor, em que o plexímetro é o dedo 
médio da mão não-dominante do avaliador e o plexor será o dedo médio da mão dominante. O plexímetro deve 
repousar sobre o tórax do paciente, enquanto os demais dedos e a palma da mão não encostam no paciente. A ponta 
do plexor deve golpear a articulação interfalangiana distal do plexímetro, realizando-se um movimento que 
compreende apenas extensão e flexão do punho. 
Essa percussão apenas consegue detectar estruturas no máximo a 5cm do ponto de golpe, sendo assim, sendo 
prejudicado em pessoas obesas, com muita musculatura ou com edemas. Trata-se de um exame não-comparativo, 
realizado primeiro no hemitórax direito e depois no esquerdo, sempre ao redor de estruturas ósseas, buscando um 
som claro, seguindo a sequência tórax posterior -> lateral -> anterior. 
Obs.: o paciente deve posicionar os braços sobre o tórax anterior na palpação posterior, na cabeça na lateral e ao lado 
do corpo (nas regiões supraescapular e nos espaços intercostais 1 ao sexto. 
No tórax posterior e lateral busca-se um som claro pulmonar, enquanto no tórax anterior há algumas 
particularidades. No hemitórax direito, há um som sub-maciço e maciço nos quinto e sexto espaços intercostais 
(devido a presença do fígado); enquanto no hemitórax esquerdo, há som maciço nos terceiro e quarto espaços 
intercostais (presença do coração) e som timpânico no 6º EIC (espaço de Traube, que é um espaço livre). 
Patologicamente, esses sons podem se alterar para diferente do normal. Na atelectasia, por exemplo, há presença de 
som maciço na área acometida. Em um processo consolidativo ou derrame pleural, há som sub-maciço a maciço. Já 
no pneumotórax há timpanismo. 
Ausculta------------------------------------------------------------------ 
A AUSCULTA deve ser feita em local silencioso, calmo e tranquilo com o tórax do paciente desnudo. A técnica para 
ausculta deve utilizar o diafragma do estetoscópio para realizar o exame. A ausculta pode ser pulmonar ou da voz. 
A AUSCULTA PULMONAR é um exame comparativo (usando barra grega) em que se posiciona o diafragma do 
estetoscópio no tórax do paciente, e pede-se para que o paciente inspire e expire. Lembrar de seguir a ordem: tórax 
posterior -> tórax lateral -> tórax anterior. Segue-se o sentido céfalo-podálico. 
Dentre os sons pleuropulmonares, tem-se os sons normais e os sons anormais (patológicos), estes por sua vez 
podendo ser contínuos e descontínuos. 
Os sons normais são: (1) murmúrio vesicular, que se busca nas periferias do pulmão e é predominantemente 
inspiratório; (2) respiração broncovesicular,som auscultado na região justaesternal e tem equivalência de intensidade 
na inspiração e expiração; (3) som traqueal, auscultado na projeção da traqueia, sendo predominantemente 
expiratório. 
Os sons anormais contínuos são: (1) roncos, que são ocasionados pela obstrução parcial de brônquios grandes e 
médios, podendo ser causados pela presença de muco, broncoespasmo, edema, compressões internas ou externas 
(som curto, grave e predominante na expiração) e comuns em pacientes com asma brônquica e bronquite crônica; (2) 
 
 
6 RESUMO – CURSO DE SEMIOLOGIA 
JOÃO VITOR FALEIROS E FERNANDA SCHWAB 
sibilo, origina-se pela obstrução parcial de brônquios pequenos e bronquíolos, tendo mesmas causas dos roncos (som 
contínuos, agudos, musicais - podem ser classificados em disseminados quando em todo pulmão ou localizados 
quando em um ponto de ausculta) e são presentes em pacientes com asma, bronquite ou alguma obstrução localizada; 
(3) estridor, origina-se da obstrução parcial de laringe e traqueia, sendo um som bem intensificado na respiração 
forçada, e podendo ser presente em pacientes com difteria, coqueluche, edema de glote e câncer de laringe. 
Os sons anormais descontínuos são: (1) estertores finos ou crepitantes, originam-se pela presença de exsudato ou 
líquido dentro do parênquima pulmonar (alvéolos), sendo um som presente no final da inspiração, agudo, curto e 
auscultados principalmente na base do pulmão (efeito gravitacional), não se modificando com a tosse e se assemelham 
ao atrito de fios de cabelo (comum em síndromes consolidativas como pneumonia); (2) estertores grossos ou 
bolhosos, originam-se pela presença de exsudato ou líquido dentro do parênquima pulmonar (alvéolos) de maior 
consistência, sendo um som presente em toda a inspiração, mais grave, presente em todo o pulmão, se modifica com 
a tosse e se assemelha ao soprar deum canudo em um copo com água (presente em pacientes com bronquiectasia). 
Há ainda o atrito pleural, que se origina com o atrito da pleura parietal e visceral, podendo se originar de processos 
inflamatórios no local (como a pleurite seca), sendo um som irregular, descontínuo e bastante intensificado durante 
a inspiração. É bastante audível na região axilar inferior, devido a maior expansibilidade do pulmão nessa região. 
A descrição da ausculta pulmonar normal é: murmúrio vesicular presente bilateralmente sem ruídos adventícios. 
A AUSCULTA DA VOZ é um exame comparativo com técnica semelhante a ausculta pulmonar. É realizado em barra 
grega, porém ao invés de pedir para o paciente inspirar e expirar, pede-se para que ele fale “33”. Segue-se a mesma 
ordem de tórax da ausculta pulmonar. 
Nessa ausculta, avalia-se a ressonância vocal do paciente, podendo essa estar diminuída, aumentada ou normal. A 
ressonância está diminuída quando há um afastamento do gradil costal em relação ao parênquima pulmonar, podendo 
ser causada por atelectasia, derrame pleural, pneumotórax. 
A ressonância vocal aumentada é dividida em broncofonia e pectorilóquia. A broncofonia consiste na ressonância 
vocal aumentada sem nitidez, que pode também se tratar de uma egofonia, em que esse som ainda é anasalado e 
metálico. A pectorilóquia consiste no aumento com som nítido. Pode ser fônica ou afônica, sendo que nesta última 
há uma ressonância vocal aumentada nítida mesmo com o paciente sussurrando. 
A descrição da ausculta da voz normal é: ressonância vocal normal bilateralmente em todas as regiões do pulmão. 
 
 Síndromes Pulmonares 
 
Serão estudadas: atelectasia, síndrome de consolidação pulmonar, derrame pleural e pneumotórax. Serão averiguadas 
as alterações no exame físico e raio-X. A descrição do exame físico passa por sintomas, inspeção, palpação, percussão 
e ausculta. No raio-X, observa-se a transparência, distribuição, local da alteração, desvio nas estruturas do mediastino 
e aleterações nos EIC. 
 
Atelectasia--------------------------------------------------------------- 
Caracterização: colabamento dos alvéolos. 
Sintomas: dispneia, desconforto respiratório e tosse. 
Inspeção: diminuição dos EIC, desvio da fúrcula esternal para o lado da 
lesão, podendo apresentar retrações, aumento da FR e presença de 
tiragens. 
Palpação: diminuição da expansibilidade, FTV diminuído. 
Percussão: som sub-maciço ou maciço. 
 
 
7 RESUMO – CURSO DE SEMIOLOGIA 
JOÃO VITOR FALEIROS E FERNANDA SCHWAB 
Ausculta: MV diminuído ou abolido, ressonância vocal diminuída. 
Raio-X: lesão com alteração hipotransparente, homogênea, localizada em terço médio e inferior do pulmão direito, 
com desvio das estruturas do mediastino para o lado da lesão, com diminuição dos EIC. 
Síndrome Consolidativa----------------------------------------------- 
Caracterização: substituição do ar alveolar por líquido. 
Sintomas: tosse seca ou produtiva, dispneia e dor torácica. 
Inspeção: normal / aumento da FR e presença de tiragens. 
Palpação: diminuição da expansibilidade, FTV aumentado. 
Percussão: som sub-maciço ou maciço. 
Ausculta: MV diminuído, presença de estertores crepitantes de finas 
e grossas bolhas, broncofonia ou egofonia. 
Raio-X: lesão com alteração hipotransparente, heterogênea, localizada em terço inferior do pulmão direito, com sem 
alteração de estruturas do mediastino para o lado da lesão, e sem alteração dos EIC. 
Derrame Pleural-------------------------------------------------------- 
Caracterização: presença de líquido na cavidade pleural. 
Sintomas: dispneia, tosse e dor torácica. 
Inspeção: aumento dos EIC, abaulamento, aumento da FR, 
tiragens. 
Palpação: diminuição da expansibilidade, FTV abolido. 
Percussão: som sub-maciço ou maciço. 
Ausculta: MV diminuído ou abolido, ressonância vocal diminuída. 
Raio-X: lesão com alteração hipotransparente, homogênea, localizada em terço inferior do pulmão esquerdo, com 
desvio das estruturas do mediastino para o lado contrário a lesão, com aumento dos EIC e presença de parábola de 
Damoiseau. 
Pneumotórax------------------------------------------------------------ 
Caracterização: ar no espaço pleural. 
Sintomas: dispneia e dor torácica no hemitórax acometido. 
Inspeção: aumento dos EIC, abaulamento, aumento da FR, tiragens. 
Palpação: diminuição da expansibilidade, FTV diminuído (ar como 
isolante). 
Percussão: som timpânico. 
Ausculta: MV diminuído ou abolido e ressonância vocal diminuída. 
Raio-X: lesão com alteração hipertransparente, homogênea, localizada em todo o pulmão direito, com desvio das 
estruturas do mediastino para o lado contrário a lesão, com aumento dos EIC.

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