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RESUMO | Processo Civil | Normas fundamentais do Processo civil, Jurisdição e Formas de Resolução de Conflitos

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Processo Civil 
Pedro Henrique Nogueira | Data: 01/03/2021 
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TGP
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5
)
 (
{
Maria Alice Ribeiro
} | Modelo de resumo |
@medivou
)
DIREITO MATERIAL E DIREITO PROCESSUAL
· Direito material abrange relações humanas intersubjetivas; 
· No direito material, sujeito passivo (detentor de um dever) e sujeito ativo (detentor de um direito);
· Envolve dois sujeitos em relação a um objeto;
· É a relação que é levada a apreciação do juiz;
· É um dever-ser, que existem ínfimas formas de violação.
EXEMPLO
· Empréstimo; relação que envolve um credor e um devedor.
· Direito processual abrange as relações jurídicas processuais;
· Regula como ocorre a aplicação do direito; regula o processo;
· Juiz é sujeito do processo, autor e réu são partes (regula essa relação);
· Objeto do direito processual é a prestação jurisdicional.
JURISDIÇÃO 
· Função, classicamente, atribuída ao Estado (Alexandre F. Câmara);
· Jurisdição é a principal forma da aplicação do direito;
· Quando a norma não é observada ela precisa ser aplicada, nessa aplicação entra a jurisdição;
· Exercida diante de casos concretos;
· Hoje em dia exercida pelo ser humano;
· È a construção de um resultado juridicamente correto (Alexandre F. Câmara);
· Características essenciais: (Alexandre F. Câmara)
-Natureza Declaratória (reconhece um direito);
-Inércia (precisa ser provocada, com exceção dos casos admitidos de ofício); 
-Substutividade (vedação da autotutela, atuação de mão própria). 
· Jurisdição voluntária: atividade jurisdicional exercida em processos cujo objeto seja a pretensão à integração de um negócio jurídico. (Alexandre F. Câmara);
· Jurisdição contenciosa: qualquer outra pretensão veiculada que não de integração, será contenciosa. (Alexandre F. Câmara);
· Características da Jurisdição: 
(PH Nogueira, 2021)
-função estatal;
-heterocomposição;
-imperatividade;
-criatividade (existe uma margem possível de criatividade);
-tutela através do processo;
-definitividade (só a jurisdição);
-Ausência de controle externo (não se subordina a controle diferente dele).
FORMAS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS 
· Diante da lide, encontram-se os métodos de resolução dos conflitos para alem da jurisdição.
· Autotutela:
· Agir do próprio interessado;
· Tem caráter excepcional;
EXEMPLO
· Desforço imediato da posse ( art.1210, §1°, CC)
· Autocomposição:
· Norma fundamental: primazia da autocomposição; (art.3°, CPC)
· Resolvida pelas partes, através do consenso;
· Concessões recíprocas, mas também pode ser unilateral (renúncia – autor, reconhecimento da procedência do pedido – réu);
· Negociação direta (apenas as partes, sem auxílio);
· Conciliação, mediação, ODR, terceiro imparcial (com auxílio) 
Observação
ATENÇÃO. 
· ODR- Online dispute Resolution (ex. reclame aqui)
· Regime de mediação e conciliação: 
(art. 166, CPC) 
· São informadas pela: Independência, Imparcialidade, Autonomia da Vontade, Confidencialidade, Oralidade, Informalidade, Decisão informada;
· Independência e imparcialidade: atributos das pessoas dos conciliadores e mediadores;
· Autonomia da vontade: liberdade das partes;
· Oralidade: preferencialmente orais;
· Confidencialidade: garante o sigilo das tratativas (não é ato de obtenção de prova);
· Atenção: só relata em ata se houver acordo;
· Decisão informada: se não houver domínio das informações técnicas dadas pelo conciliador, não deve informar.
· Arbitragem: (lei. 9.307/96)
· Método heterocompositivo (um terceiro resolve o conflito);
· Convenção de arbitragem (acordo entre as partes para resolver o conflito através de arbitragem);
· Estipulação prévia (pode ocorrer), (cláusula compromissória ou arbitral);
· Árbitro é escolhido entre as partes, pode ser qualquer pessoa que goze da confiança das partes; 
· Arbitragem é cabível para os direitos patrimoniais disponíveis;
· Termina a arbitragem com a Prolação da Sentença Arbitral (não cabe homologação do judiciário e produz coisa julgada material); 
· Arbitro é juiz de fato e de direito (art. 18, lei 9.307/96);
-questionamento: arbitragem é jurisdição? Sim (PH Nogueira, 2021).
· Ação de invalidação da sentença arbitral (discute o vício da sentença);
· Vantagens: sigilo, celeridade, simplicidade e participação;
· Desvantagens: custo, insegurança.
· Arbitragem de direito (pauta-se pelo ordenamento jurídico)
· Arbitragem de equidade ( arbitro julga segundo seus critérios de justiça e equidade);
Observação
 Atenção.
· Pode-se instaurar a arbitragem, mesmo com o processo judicial em andamento, exceto se a sentença já tiver transitado em julgado;
· Isso ocorre através de compromisso arbitral para que se exclua a jurisdição estatal.
Atenção 2.
· Em princípio a decisão do arbitro é definitiva, mas na hipótese de se escolher um tribunal arbitral (na convenção de arbitragem), poderia ocorrer o recurso arbitral em graus arbitrais. (PH Nogueira, 2021);
· Não pode levar para a jurisdição estatal, ante a decisão arbitral. 
Atenção 3.
· Se o autor levar a lide à justiça e o réu não arguir a convenção de arbitragem, será uma dupla renúncia e o processo segue judicialmente;
· Caso o réu suscite, o processo irá para a arbitragem. 
Atenção 4.
· A invalidação da sentença arbitral não afeta a clausula compromissória.
· “Tribunais” Administrativos:
· São formas heterocompositivas;
· Órgãos administrativos criados por lei;
· Tomam decisões, mas não são definitivas;
· Não há vinculação, pode recorrer.
EXEMPLO
· PROCON, ANS, CAD, TRIBUNAL MARÍTIMO, ANEEL {...}
NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROC. CIVIL 
· Localizam-se, principalmente, na CF;
· São consideradas normas fundamentais a partir de dois critérios: 
-formal (a lei determina), (art. 1° ao 12, CPC)
-material (considera a função da norma; quando ela estrutura o modelo de processo civil brasileiro, é fundamental. Encontram-se espalhadas);
· Delimitação das normas fundamentais do processo civil; as constitucionais com garantias fundamentais e as infraconstitucionais (presentes do art.1° ao 12, do CPC);
· Normas constitucionais:
· Inafastabilidade da Jurisdição:
· Art. 3°, CPC e 5°, XXXV, CF;
· Assegura o amplo e universal acesso ao judiciário;
· Reconhece a atuação da arbitragem e da solução consensual de conflitos;
· Contraditório:
· Art.5°, LV, CF;
· A decisão judicial precisa ser construída a partir do debate entre os sujeitos do processo;
· Às partes deve ser assegurado o conhecimento e oportunidade manifestação (inclusive de matérias cognoscíveis de ofício);
· Art.10, CPC. O juiz não pode decidir mesmo matérias de ofício, sem dar às partes oportunidade para se manifestar;
· De ofício: Matérias de ordem pública que o juiz está autorizado a suscitar; 
· Direitos e garantias associados ao contraditório:
-informação
-poder de influência
-proibição de decisões surpresa
-Contemplação dos argumentos 
Observação
Atenção.
· Contraditório Postecipado ( assegura eficácia da medida, serve para decisões provisórias ).
· Juiz Natural:
· Art. 5°, XXXVII e LII;
· Consagrada no pacto de são José da costa rica;
· Juiz devido para o caso;
· Vedação do juízo ad hoc (tribunal de exceção, criado post factum);
· Garantia de julgamento por um juiz competente (não há escolha);
· Garantia da imparcialidade (juiz não pode ter interesse no processo) e independência (livre de pressões para decidir);
· Regras de suspeição e impedimento.
Observação
Atenção.
· A competência é definida por critérios impessoais.
Atenção 2.
· No caso do tribunal ser criado por critérios abstratos não se enquadra no princípio do juiz natural;
· Poderá julgar fatos anteriores, desde que não seja específico para determinadas pessoas ou fatos específicos.
Atenção 3.
· Pode-se escolher o foro, mas não o juiz.
· Publicidade:
· Art.5°, LX, CF
· Publicidade interna e externa (publicidade externa é garantida constitucionalmente);
· Salvo quando houver defesa da intimidade ou interesse social exigido (restringe a publicidade);
· Nesse caso, a lei cria o segredo de justiça (art.189, CPC).
· Razoável Duração do Processo: 
· Art.5°,LXXVIII,CFe Art.4°,CPC;
· Sistema é comprometido com a razoável duração, sem que isso implique em uma busca desenfreada pela celeridade a qualquer preço (Alexandre F. Câmara);
· Envolve o comportamento das partes e do juiz;
· Envolve as dilações devidas, compatíveis com a razoável duração;
· Violar a razoável duração gera indenização.
· Motivação das Decisões Judiciais:
· Art.93,IX,CF e art.11,CPC;
· A legitimidade vem da fundamentação; 
· Fundamentação: o juiz fala o direito posto, os precedentes, a razão as teses; é a argumentação do juiz; 
· Requisito de validade.
· Fundamentação está no art.489, CPC.
Observação
Atenção.
· O dispositivo é a resposta do juiz, sem ele não há decisão;
· É elemento de existência.
Atenção 2.
· O relatório são as sínteses dos acontecimentos.
· Princípio da isonomia:
· Art. 5°, caput, CF e ART. 7°, CPC
· Aplicada ao processo é conhecida como paridade de armas;
· Descriminantes para reequilibrar os poderes;
· Legislador deve criar um meio equitativo (1ª dimensão);
· Juiz atua na 2ª dimensão da isonomia; 
EXEMPLO
· Prazo em dobro para a fazenda pública, defensoria e MP;
· Gratuidade da justiça;
· Inversão do ônus da prova (feito pelo juiz);
· Devido Processo Legal:
· Tem caráter totalizante; 
· São garantias/norma suscetível de compreensão conforme o tempo e o espaço; 
· Corresponde a um somatório de garantias;
· Dimensão processual: corresponde aos atos do processo;
· Dimensão substancial do DPL: garantia de que decisões resultantes do processo sejam razoáveis e proporcionais (Devido processo legal Substancial);
· Dividido em dois grupos: garantias explicitas (todas as que estão acima analisadas) e garantias implícitas (Adequação e boa-fé);
· Boa – fé:
· Art. 5°, CPC;
· Está diretamente ligada ao conceito de devido processo legal;
· É uma boa-fé de comportamento, é um padrão de comportamento exigido:
-Agir com lealdade
-Respeitar expectativas legitimas 
· Observa-se o comportamento que a atitude gera aos outros;
Observação
· Venire contra factum proprium: contrariar um fato anterior (próprio)
· Adequação:
· Processo como instrumento do direito material, adequado aos diversos tipos de direito;
· Processo deve ser flexível para possibilitar a tutela do direito material;
· Dimensões:
-Legislativa (plano infraconstitucional, o legislador cria de acordo com o processo. Ex. processo de sucessão, mandado de segurança, juizados especiais);
- Negocial (as partes acordam);
-Judicial (juiz pode adaptar o procedimento), (juiz pode: alteração de prazos e ordem de produção de provas);
· Normas infraconstitucionais:
· Cooperação:
· Art.6°, CPC;
· Encontra-se no meio termo entre o modelo inquisitorial (juiz protagonista) e modelo adversária (patês protagonistas);
· Garante a decisão de mérito justa e efetiva;
· Estrutura: 
-Dever de consulta (Partes devem ser convocadas para o conhecimento. Dialogo do juiz com as partes para proferir decisões, mesmo as de ofício);
-Dever de prevenção (juiz deve oportunizar a sanação do defeito);
-Dever de esclarecimento (Obrigação de o juiz esclarecer junto às partes questão que não estejam claras)
?Dever de assistência 
· Respeito ao auto-regramento da vontade:
· Art.3°,§2°, CPC;
· Estado deve promover a solução consensual dos conflitos (estimulo a autocomposição, juiz também deve se abster de interferir na autocomposição);
· Juiz pode limitar a respeito da validade dos acordos.
EXEMPLO
· Partes não podem acordar a respeito de sigilo do processo. Juiz pode interferir.
· Iniciativa da Parte:
· Art.2°, CPC;
· Processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial;
· Antigos chamavam a provocação da jurisdição de princípio dispositivo;
· Antigos também chamavam o poder de impulso do juiz de princípio inquisitivo; 
EXEMPLO
· Contribuição previdenciária na justiça do trabalho pode ser iniciada pelo juiz de ofício (caso raro).

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