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Pneumoconioses: Doenças Pulmonares por Exposição

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Haíssa Maria Augusto Soares
Pneumoconioses
As pneumoconioses ocorrem por exposição a substâncias com reação tissular e são doenças fibróticas crônicas. São doenças de notificação compulsória, devendo ser preenchido a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT).
A inalação de poeira com asbesto está associada a: asbestose, derrame pleural, placas pleurais (cai muito em prova), espessamento pleural difuso, atelectasia redonda, câncer pulmonar e mesotelioma maligno da pleura (acometimento circunferencial no PET-scan).
Asbestose
Pneumonite intersticial e fibrose causada pela inalação de fibras de amianto. Tem um período de latência de 20 a 30 anos (exposição - sintomas). Nos riscos de exposição temos: indústrias de fibrocimento (telhas e caixas d'água), fricção (embreagem, lonas e pastilhas de freio) e outras (mineração, tecelagem de asbesto, papéis e papelão).
O paciente apresenta dispneia, estertores crepitantes, tosse e expectoração relacionados à doença de vias aéreas e dor torácica e baqueteamento digital, sendo esses dois últimos mais raros .A radiografia é o principal método diagnóstico pois tem uma ampla disponibilidade, porém, a TC é bem mais sensível e específica.
· Radiografia - opacidades irregulares lineares ou reticulonodulares em bases, imagens císticas compatíveis com faveolamento (diagnóstico diferencial com FIP), presença de placas pleurais (maior sensibilidade, mas nem sempre presente);
· Tomografia - opacidade e linhas subpleurais, faveolamento, espessamento dos septos interlobulares e distorção arquitetural com bronquiectasias de tração, vidro fosco;
Para o diagnóstico é necessário ter exposição, características radiológicas compatíveis e exclusão de outros diagnósticos
Não existe tratamento específico para a asbestose, devemos fazer o suporte e afastamento da exposição, sendo que 20 a 40% dos pacientes apresentam uma doença progressiva.
Silicose
Fibrose pulmonar causada pela inalação de sílica ou dióxido de silício que pode ser encontrado de 2 formas na natureza: forma amorfa (menos tóxica - rochas vulcânicas, vidro sintético) e forma cristalina (areia, quartzo). 
Jateamento de areia e perfuração de rocha
A China é o país com o maior número de casos de silicose. No Brasil, tivemos uma alta taxa de silicose entre 1978 e 1998 devido à mineração de ouro em Minas Gerais.
Figura 1. Afecções associadas
Temos 3 formas de apresentação clínica:
· Aguda - também chamada de proteinose alveolar silicótica, ocorre em meses ou poucos anos após a exposição. Na radiografia temos infiltrado bilateral irregular, opacidades em vidro fosco, linfonodos hilares aumentados. Na TC temos consolidação bilateral posterior, nódulos centrolobulares, vidro fosco e calcificação dentro das áreas de consolidação;
· Acelerada - ocorre após um período de exposição de 5 a 10 anos. Manifestações de imagem combinam as de forma aguda e crônica;
· Crônica - 10 a 15 anos de exposição. Nos estágios iniciais podemos observar um infiltrado micronodular bilateral superior podendo ter padrão intersticial. Pode evoluir para a coalescência dos nódulos com grandes opacidades e fibrose maciça além de comprometimento ganglionar com calcificações em "casca de ovo";
A radiografia de tórax é o principal método diagnóstico, tem ampla disponibilidade e a sensibilidade aumenta com o grau da silicose, sendo que as alterações, diferentemente da asbestose, são de lobos superiores. A TC é mais sensível e tem maior correlação com dispneia clínica e função pulmonar.
Raramente precisamos de investigações invasivas como biópsia pulmonar
A espirometria, em estágios iniciais, é normal, mas em casos agudos podemos observar uma restrição e em casos crônicos, uma obstrução. Além disso, temos redução da CPT e da complacência pulmonar.
Asbestose X Silicose
Pneumoconiose dos Trabalhadores de Carvão
Ocorre pelas poeiras da extração do carvão e pode ser antracitoso (mais carbono e maior produção de partículas) ou betuminoso (região Sul, concentração das minas de carvão no Brasil). Ela pode ser:
· Simples - nódulos pulmonares menores que 1 cm de diâmetro;
· Complicada - nódulos pulmonares maiores que 1 cm de diâmetro;
· Clássica - associada à artrite reumatóide, Síndrome de Caplan;
Os pacientes podem ser assintomáticos ou até mesmo apresentarem tosse, expectoração escura e cavitação da lesão com melanoptise. Temos que ter um nexo causal com latência de 15 a 20 anos. A radiografia é semelhante à silicose. A espirometria pode ser normal ou mostrar DVO, DVR ou DVM. Na TC temos um infiltrado intersticial nodular com predomínio em lobos superiores.
O tratamento é de suporte com o afastamento da exposição. A forma fibrótica progressiva tem uma menor sobrevida com maior chance de apresentar cor pumonale, necessidade de O2 domiciliar e chance de apresentar câncer de pulmão.
Exposição a Gases e Substâncias Químicas
Para o tratamento, devemos tentar a recuperação total da exposição acidental a gases (risco de infecção) com oxigenoterapia ou ventilação mecânica, broncodilatadores, expansão volêmica, antibióticos e corticoides sistêmicos. Devemos sempre prevenir com o uso correto de EPIs.
Asma Relacionada ao Trabalho
Asma ocupacional é aquela que os desencadeantes estão restritos ao ambiente de trabalho e asma agravada pelo trabalho é uma asma prévia com descontrole no ambiente de trabalho. Ocorre mais por isocianatos (plásticos, compostos de PVC) e látex.
Para o diagnóstico, é importante fazer um PFE (pico de fluxo expiratório) seriado, para ver a diferença entre quando o paciente sai de férias (maior exposição) e quando volta para o trabalho, ou podemos fazer um teste com broncoprovocação específica. O tratamento é feito da mesma maneira do tratamento para a asma.

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