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Fernanda Torquato 2024.2 Neuroanatomia Introdução O sistema nervoso tem sua origem do ectoderma embrionário, recebe informações sobre variações e informa respostas por ações em glândulas e músculos, podendo ser a eliminação de uma substância ou um movimento, respectivamente. Promove a excitabilidade, a condutividade e a contratilidade e é dividido em SNC e SNP. Há três neurônios fundamentais do sistema nervoso, que são: o neurônio aferente, eferente e de associação. ● NEURÔNIO AFERENTE (sensitivo): leva ao SNC informações ocorridas no meio externo. ● NEURÔNIO EFERENTE (motor): conduz o impulso nervoso ao órgão efetuador (músculos ou glândula). ● NEURÔNIO DE ASSOCIAÇÃO: maior complexidade como ocorre nos órgãos do sentido. Possui substancia branca e cinzenta que se diferencia pela predominância de mielina, na branca axônios mielinizados são predominantes e na cinzenta há predominância de corpos celulares neuronais. Durante o período embrionário, tudo que é originado do tubo neural vira SNC e tudo que é originado da crista neural vira SNP. A crista da origem a gânglios espinhais da raiz dorsal dos nervos espinhais, local em que há diferenciação de neurônios sensitivos. ● ELEMENTOS DA CRISTA: nervos cranianos e espinhais, gânglios sensitivos e viscerais, medula da suprarrenal, melanócitos, células de Schwann, dura-máter e aracnoide. O tubo neural possui um sulco limitante que o divide em lâmina alar, que dá origem a neurônios sensitivos e basal, que dá origem a neurônios motores. A lâmina do teto dá origem aos plexos coroides e a do assoalho forma o sulco mediano do IV ventrículo no adulto. Esse tubo sofre dilatações, inicialmente forma as vesículas cefálicas primitivas: prosencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo. Consequentemente, o prosencéfalo dá origem ao telencéfalo e ao diencéfalo, o mesencéfalo permanece o mesmo e o mielencéfalo dá origem ao metencéfalo e mielencéfalo. Fernanda Torquato 2024.2 � Cavidades do Tubo Neural A luz do tubo permanece, no entanto, sofre modificações. A luz da medula primitiva forma o canal central da medula, a cavidade dilatada do rombencéfalo forma o IV ventrículo, as cavidades do diencéfalo junto com a parte mediana do telencéfalo forma o III ventrículo, a luz do mesencéfalo permanece estreita e forma o aqueduto cerebral (une III e IV ventrículos), já as luzes laterais telencefálicas formam os ventrículos laterais. Todas essas cavidades são revestidas por um epitélio chamado epêndima e contém o liquido cérebro-espinhal (líquor), exceto no canal central da medula. � Organização Neuronal O sistema nervoso central é constituído de encéfalo e medula e localiza-se dentro da cavidade craniana e do canal vertebral e o sistema nervoso periférico está forma do esqueleto axial. ● O encéfalo é composto por: telencéfalo, diencéfalo, mesencéfalo, ponte, bulbo e cerebelo. Os nervos são cordões esbranquiçados que unem o SNC aos órgãos periféricos, gânglios são nervos e raízes nervosas com dilatações sobretudo em seu corpo. Levando em conta a Divisão Funcional, o sistema nervoso é dividido em somático e visceral, que podem ser divididos em aferente e eferentes. Com base na segmentação, o sistema nervoso pode ser segmentar ou suprassegmentar. Todo o SNP e partes do SNC que possuem relação direta com nervos típicos pertencem ao segmentar, ou seja, a medula e o tronco encefálico. Já o suprassegmentar é composto por cérebro e cerebelo. Nos órgãos do sistema nervoso suprassegmentar há existência de córtex – camada fina de substancia cinzenta fora da substancia branca. No sistema segmentar não há córtex e a substancia cinzenta pode estar dentro da branca. INFORMAÇÃO: receptores periféricos corpos dos neurônios sensitivos nos gânglios sensitivos medula ou tronco encefálico. Na medula, neurônios sensitivos ligam-se à neurônios de associação da medula para que o impulso siga para o cérebro e seja interpretado. Fernanda Torquato 2024.2 ● VIAS ASCENDENTES: do sistema segmentar para o suprassegmentar. RESPOSTA: neurônios do córtex fibras descendentes SN segmentar órgãos periféricos. ● O cerebelo é a área que recebe as informações do SN segmentar, como o grau de contração dos músculos e envia por fibras descendentes ordens para modular e coordenar a resposta. Crânio O crânio é o esqueleto da cabeça formado por viscerocrânio e neurocrânio. O neuro é a caixa óssea do encéfalo e das membranas que o revestem (meninges cranianas), possui os nervos cranianos e a vasculatura do encéfalo, em adultos é formado por oito ossos: quatro impares (frontal, etmoide, esfenoide e occipital) e dois pares bilaterais (temporal e parietal). O neurocrânio tem um teto chamado de calvária e um assoalho, a base do crânio. A calvaria é formada pelos ossos planos, ou seja, o frontal, o temporal e o parietal. A base do crânio é formada por ossos irregulares com partes planas como o esfenoide e temporal. ● Etmoide forma parte do neurocrânio, mas faz parte principalmente do viscerocrânio. A calvaria é unida por suturas fibrosas entrelaçadas, que durante a infância algumas dessas partes são compostas por cartilagem hialina, formando sincondroses. A medula espinhal mantém continuidade com o crânio pelo forame magno. Já o viscerocrânio compreende o esqueleto facial, formando a parte anterior do crânio pelos ossos: mandíbula, etmoide e vômer na parte central e seis bilaterais – maxilas, conchas nasais inferiores, zigomáticos, palatinos, ossos nasais e lacrimais. Vários ossos do crânio são pneumáticos, como o frontal, temporal, esfenoide e etmoide para ajudar a reduzir o peso. Os ossos do crânio possuem junção por suturas escamosas, serráteis ou gonfose. Sua nomenclatura varia de acordo com os ossos que estão em contato a ela. � Vista Frontal Fernanda Torquato 2024.2 O osso frontal e sua escama formam o esqueleto da fronte e articula-se na porção inferior com o osso nasal e o zigomático, a sutura frontal pode ser persistente em adultos. Os zigomáticos ou malares formam as proeminências das bochechas e apoiam-se nas maxilas. Grande parte das margens infraorbitais, anterolaterais, o assoalho e paredes das órbitas são formadas por esses ossos. A abertura piriforme caracteriza-se por ser a abertura nasal anterior no crânio. O septo nasal divide a cavidade nasal, onde situam-se as conchas nasais. As maxilas e a mandíbula possuem processos alveolares para sustentação dos dentes. A mandibula consiste em corpo horizontal e ramos verticais. A protuberância mentual é a proeminência que forma o queixo, caracteriza-se por ser uma elevação óssea triangular em posição inferior à sínfise da mandíbula. � Vista Lateral A fossa temporal, o poro acústico externo do meato acústico externo (MAE) e o processo mastoide do temporal constituem a maior parte da vista lateral do neurocrânio. Na parte anterior da fossa temporal há uma junção chamada de ptério, que possui importância clinica indicada por suturas que formam um H (frontal, parietal, asa maior do esfenoide e temporal) O poro acústico externo é a entrada do MAE que leva à membrana timpânica, o processo mastoide do temporal está posterior a esse poro. Anterior ao processo mastoide, está o processo estiloide do temporal. � Vista Occipital Vista posterior formada pelo occipúcio, partes do parietal e mastoide do temporal. No centro do occipúcio, o lambda indica a junção das suturas sagital e lambdóidea. Fernanda Torquato 2024.2 Fernanda Torquato 2024.2 � Vista Superior e Suturas A sutura coronal separa o osso frontal dos parietais, a sutura sagital separa os parietais e a sutura lambdóidea separa os parietais e temporais do occipital. ● Bregma: ponto de referência entre suturas sagitais e coronal. � Base do Crânio VISTA INFERIOR: A parte anterior do palato duro é formada pelos processos palatinos da maxila e a parte posterior pelas lâminas horizontais do palatino. Posterior aos dentes incisivos centrais está a fossa incisiva, que é uma depressão na linha mediana do palato duro. Entre o frontal, temporal e o occipital está o esfenoide,o qual é formado pelos processos: asas maiores e menores e processos pterigoides. Nas partes laterais do occipital há presença de côndilos, processos no qual há articulação do crânio com a coluna vertebral. Presença de forames: ● Forame Magno: passagem para medula espinhal, meninges do encéfalo, artérias vertebrais, artérias espinhais anteriores e posteriores e a raiz espinhal do NXI. ● Forame estilomastóide: passagem para o NVII e artéria estilomastóidea. ● Forame jugular: abertura entre occipital e parte petrosa do temporal onde emerge a VJI, NIX, NX e NXI. Anterior ao forame jugular, há o canal carótico, no qual há entrada da artéria carótida interna. VISTA SUPERIOR: Possui três grandes depressões: as fossas anterior, média e posterior. Fernanda Torquato 2024.2 1. Fossa Anterior – formada pelo frontal, etmoide, corpo e asas menores do esfenoide. Possui uma crista frontal, onde está o forame cego e uma crista etmoidal, que possui uma lâmina cribriforme em cada lado para passagem no NI. 2. Fossa Média: parte central formada pela sela turca no corpo do esfenoide e partes laterais deprimidas formadas pelas asas maiores do esfenoide. A sela turca é o leito da hipófise. 3. Fossa Posterior: aloja cerebelo, ponte e bulbo. Formada pelo osso occipital, parte do esfenoide e partes petrosas e mastoideas do temporal. Dividida pela crista occipital interna em impressões chamadas fossas cerebelares. Forames: ● Forames da Lâmina Cribriforme: NI ● Canal Óptico: NII ● Fissura Orbital Superior: NIII, NIV, NV1 (ramo oftálmico) e NVI. ● Forame Redondo: NV2 (ramo maxilar). ● Forame Oval: NV3 (ramo mandibular) e artéria meníngea acessória. ● Forame Espinhoso: A. e V. meníngeas médias. ● Forame lacerado ● Canal do N. Hipoglosso: NXII. � Paredes do Crânio Possuem lâminas interna e externa de osso compacto separadas por díploe, que consiste em osso esponjoso com medula óssea vermelha onde passam canais formados por veias diploicas. A lâmina interna é mais fina do que a externa. A capacidade osteogênica do pericrânio é baixa, possuindo baixa regeneração óssea após lesão, até porque isso resultaria num calo óssea que poderia comprimir o encéfalo e causar dano cerebral. Fernanda Torquato 2024.2 Fernanda Torquato 2024.2 Meninges Membranas conjuntivas que envolvem o SNC, são a dura-máter, a aracnóide e a pia-máter. A aracnóide e pia são leptomeninges por serem no embrião formadas por um fino folheto, enquanto a dura é uma meninge espessa, a paquimeninge. Processos infecciosos nas meninges são conhecidos como meningites e tumores como meningiomas. Estão presentes ao redor da medula e encéfalo. 1. DURA-MÁTER Mais externa, espessa e resistente, contém nervos e vasos. A dura-máter do encéfalo difere da espinhal por ser formada por dois folhetos (externo e interno), enquanto a espinhal possui apenas o folheto interno. O folheto externo possui forte aderência aos ossos do crânio e comporta-se como um periósteo, porém não possui capacidade osteogênica, o que dificulta a regeneração de perda óssea. No encéfalo não há espaço epidural, como na medula, assim há formações de hematomas epidurais durante uma lesão cranial. Esse folheto externo também é altamente vascularizado e sua principal irrigação vem da A. meníngea média (ramo da maxilar interna). Ao contrario das outras meninges, a dura é ricamente inervada, local onde localiza-se toda sensibilidade intercraniana (além dos vasos sanguíneos), sendo a principal responsável pelas dores de cabeça. � Pregas da Dura-Máter Folheto interno destaca-se do externo para formar pregas que dividem a cavidade craniana em compartimentos com comunicação. As principais são: ● Foice do Cérebro: septo vertical mediano que ocupa a fissura longitudinal do cérebro, o separando em dois hemisférios. ● Tenda do Cerebelo: septo transversal entre lobos occipitais e cerebelo, separa as fossas posterior e média do crânio, o divide em compartimento superior ou supratentorial e inferior ou infratentorial. ● Foice do Cerebelo: divide os hemisférios cerebelares. Fernanda Torquato 2024.2 ● Diafragma da Sela: lâmina horizontal que fecha a sela turca superiormente, deixando apenas um orifício para a haste hipofisária. � Seios da Dura-Máter Canais venosos revestidos de endotélio e situados entre os dois folhetos da dura encefálica. Suas paredes são mais rígidas que as das veias e não colabam quando seccionadas, o sangue das veias do encéfalo e do globo ocular é drenado para esses seios, que drenam para a VJI. As veias emissárias fazem a comunicação entre as veias da superfície externa do crânio e os seios. ● Seios da Abóbada - Seio Sagital Superior: percorre margem de inserção da foice do cérebro, termina na confluência dos seios (união dos seios sagital superior, reto e occipital na protuberância occipital interna). - Seio Sagital Inferior: situa-se na margem livre da foice do cérebro, termina no seio reto. - Seio Transverso: é par de cada lado da inserção da tenda do cerebelo no osso occipital, desde a confluência dos seios até a parte petrosa do temporal. - Seio Sigmóide continuação do seio transverso até o forame jugular, onde continua diretamente com a VJI. - Seio Occipital – pequeno e irregular na margem de inserção da foice do cerebelo. ● Seios da Base - Seio Cavernoso: em cada lado do corpo do esfenoide e da sela turca, recebe sangue das veias oftálmicas e do cérebro. Drena pelos seios petrosos superior e inferior e comunica-se com o outro seio cavernoso pelo seio intercavernoso. É atravessado pela A. carótida interna e pelos NIII, NIV, NV1 e NVI. - Seio Esfenoparietal: percorre face interior da asa do esfenoide e desemboca no cavernoso. - Seio Petroso Superior: cada lado da inserção da tenda do cerebelo, drena para sigmoide. -Seio Petroso Inferior: entre seio cavernoso e forame jugular, lança-se na VJI. - Plexo Basilar: está na porção basilar do occipital e comunica-se com seios petroso inferior e cavernoso. Fernanda Torquato 2024.2 2. ARACNOIDE Membrana delicada justaposta a dura, se separa por espaço virtual subdural, havendo apenas uma pequena quantidade de líquido para lubrificação. Separa-se da pia-máter pelo espaço subaracnóideo, que contém líquor e ampla comunicação com encéfalo/medula. Nessa meninge há trabéculas que atravessam o espaço para se ligar a pia. � Cisternas Subaracnóideas A aracnoide justapõe-se à dura para que elas acompanhem a superfície do encéfalo, no entanto a pia adere intimamente acompanhando todos os giros e sulcos. Assim, o espaço subaracnóideo pode ser maior onde o encéfalo se afasta do crânio para que sejam formadas dilatações, as cisternas, as quais contém grande quantidade de líquor. ● Cisterna Cerebelo-Medular/Magna: espaço entre face inferior do cerebelo, teto do IV ventrículo e dorso do bulbo. Liga-se ao IV ventrículo pela abertura mediana. É muito utilizada para a obtenção de líquor por punções suboccipitais. ● Cisterna Pontina: ventral à ponte. ● Cisterna Interpeduncular: na fossa de mesmo nome. ● Cisterna Quiasmática: adiante do quiasma óptico. ● Cisterna Superior: dorsal ao teto do mesencéfalo, entre cerebelo e esplênio do corpo caloso – cisterna da veia cerebral magna. ● Cisterna da Fossa Lateral do Cérebro: é a depressão formada pelo sulco lateral de cada hemisfério. Fernanda Torquato 2024.2 � Granulações Aracnóideas Pequenos tufos de aracnoide que penetram nos seios da dura-máter, levam divertículos dessa meninge e deixa o líquor separado apenas pelo endotélio do seio e uma fina camada de aracnoide. São estruturas adaptadas à absorção de líquor, que nessa região acaba caindo no sangue por grandes vacúolos que o transportam de dentro para fora. 3. PIA-MÁTER Por ser a mais interna, adere diretamente ao encéfalo e medula, acompanhando todos os relevos e depressões. Sua porção mais profunda recebe prolongamento de astrócitos para constituir a membrana pio-glial. A pia-máter da resistência a esses órgãos e acompanha os vasos que penetram o tecido nervoso pelo espaço subaracnóideo, ou seja, é a paredeexterna de vasos perivasculares. Nestes espaços prolongamentos do subaracnóideo formam manguitos protetores em torno dos vasos para amortecer a pulsação das artérias ou picos de pressão no tecido. 4. LÍQUOR Fluido aquoso e incolor que ocupa o espaço subaracnóideo e as cavidades ventriculares, possui função de proteção mecânica do SNC, formando um coxim liquido entre ele e o estojo ósseo, é um importante amortecedor de choques. ● Punções lombares, suboccipitais e ventriculares são usadas para medir a pressão do líquor ou verificar características citológicas e físico-químicas. O líquor é produzido pelo epêndima das paredes ventriculares e é secretado por esse epitélio, sobretudo dos plexos coroides. Os ventrículos laterais são os maiores contribuintes de líquor, que passa ao III ventrículo pelos forames interventriculares e dai vai ao IV ventrículo através do aqueduto cerebral. Assim, o líquor formado no interior dos ventrículos ganha o espaço subaracnóideo pelas aberturas medianas e laterais do IV ventrículo para depois ser reabsorvido através das granulações no interior do seio e chega a circulação sistêmica. Também possui função de manter o meio químico estável no sistema ventricular, excretar produtos tóxicos das células do sistema nervoso para o sangue, comunicar diferentes áreas do SNC. ● HIDROCEFALIAS: patologias que interferem na produção, circulação e absorção do líquor. Essa doença caracteriza-se por aumento da quantidade e pressão do líquor, levando a dilatação dos ventrículos e compressão do tecido nervoso de encontro ao estojo ósseo. - Podem ser comunicantes quando há aumento da produção e deficiência da absorção ou não comunicantes quando há obstrução do trajeto. ● HIPERTENSÃO CRANIANA: aumento de volume dos componentes da cavidade por tumores, hematomas e outros processos expansivos. ● HÉRNIAS INTRACRANIANAS: processos expansivos nas pregas da dura-máter. ● HEMATOMAS EXTRADURAIS E SUBDURAIS: lesões e traumatismos que rompem vasos das meninges e acumulam sangue na região, pode separar a dura-máter do crânio pelo hematoma extradural. -Em hematomas subdurais o sangue está entre dura-máter e aracnoide. -No espaço subaracnóideo não se formam hematomas, uma vez que o sangue se espalha no líquor, podendo ser visualizado em punção lombar. Fernanda Torquato 2024.2 Medula Espinhal I. ANATOMIA MACROSCÓPICA Massa de tecido nervoso situada dentro do canal vertebral, situa-se abaixo do bulbo até a vertebra L2, em seu final afunila-se para formar o cone medular que continua com um delgado filamento meníngeo chamado de filamento terminal. Apresenta dilatações denominadas intumescências cervical e lombar que correspondem a áreas de conexão com as grossas raízes nervosas do plexo braquial e lombossacral (inervação dos membros superiores e inferiores, respectivamente). A superfície da medula apresenta sulcos longitudinais em toda a extensão: sulco mediano posterior, fissura mediana anterior, sulcos laterais anterior e posterior. ● Na medula cervical: sulco intermédio posterior entre o mediano e o lateral posteriores, continua em um septo intermédio posterior no interior do funículo posterior. Os sulcos laterais anterior e posterior fazem conexão com raízes ventrais e dorsais dos nervos espinhais. Na medula, a substância cinzenta localiza-se dentro da branca e apresenta forma de H, nela pode distinguir três colunas: anterior, posterior e lateral (essa ultima apenas na medula torácica ou lombar). No centro da medula localiza-se o canal central da medula ou canal do epêndima, que é um resquício da luz do tubo neural. A substância branca pode ser agrupada em três funículos: anterior, lateral e posterior. ● Na parte cervical, o funículo posterior é dividido pelo sulco intermédio em fascículos grácil e cuneiforme. Nos sulcos laterais fazem conexão com pequenos filamentos radiculares que se unem para formar as raízes ventral e dorsal, as quais se unem para formar os nervos espinhais, união que ocorre distalmente ao gânglio sensitivo da raiz dorsal. Existem 31 pares de nervos espinhais que correspondem 31 segmentos medulares. ● Existem 8 pares de nervos cervicais para 7 vertebras, o primeiro par cervical emerge acima da C1, entre ela e o osso occipital e o oitavo par emerge abaixo da C7. Assim, cada nervo emerge abaixo de sua vertebra correspondente. Abaixo de L2, a medula está disposta como cone medular e filamento terminal compondo a cauda equina, que resulta da diferença entre medula e coluna vertebral e disposição dos nervos espinhais abaixo de L2. Assim, as vertebras T11 e T12 estão relacionadas com segmentos medulares lombares. ● Lesão de T12 pode afetar medula lombar e lesão de L3 afeta apenas raízes da cauda equina. Fernanda Torquato 2024.2 ● Entre os níveis C2 e T10 adiciona-se 2 ao numero do processo espinhoso da vértebra para obter o segmento medular. � Meninges A medula é envolvida por meninges, a dura-máter é mais externa e forma o saco dural na medula. Cranialmente continua com a dura-máter craniana e termina em fundo de saco em S2, seus prolongamentos laterais envolvem as raízes dos nervos espinhais para que a passagem do nervo não permita a passagem de líquor. A aracnoide é justaposta à dura-máter e as suas trabéculas a unem à pia-máter. A pia-máter adere ao tecido nervoso da medula e penetra na fissura mediana anterior, a medula termina no cone medular, mas a pia-máter continua para formar o filamento terminal, que perfura o fundo de saco dural levando prolongamentos de dura-máter e continua até o hiato sacral. Ao inserir no periósteo do cóccix, constitui o ligamento coccígeo. A pia também forma de cada lado da medula uma prega denominada ligamento denticulado, que se dispõe entre as raízes dorsais e ventrais. Possui espaço epidural com tecido adiposo, plexo vertebral interno e veias. O espaço subdural na medula é virtual e o espaço subaracnóideo possui grande importância pela quantidade de líquor presente, além de conter o filamento terminal e as raízes que formam a cauda equina. ● O espaço subaracnóideo é o local das anestesias raquidianas. ● As anestesias epidurais são mais seguras, mas tecnicamente mais difíceis. II. ESTRUTURA DA MEDULA Entre a fissura mediana anterior e a substância cinzenta localiza-se a comissura branca, local de cruzamento de fibras. No nível das intumescências, a coluna anterior de substância cinzenta é mais dilatada. Fernanda Torquato 2024.2 2.1.Substância Cinzenta A substancia cinzenta intermédia pode ser central e lateral, relacionando-se com as colunas. Na coluna posterior há uma base, um pescoço e um ápice, neste último há substancia gelatinosa – rica em células neurogliais e pequenos neurônios e participa do portão da dor. Os neurônios medulares distribuem-se de maneira uniforme na substancia cinzenta, mas agrupam-se em núcleos formando colunas longitudinais dentro das três colunas medulares. Os núcleos da coluna anterior podem ser agrupados em lateral e medial. Os núcleos do grupo medial possuem nervos motores para a musculatura do esqueleto axial e os do grupo lateral dão origem a fibras que inervam a musculatura do esqueleto apendicular (membros inferiores e superiores). Esses grupos originam-se nas intumescências cervical e lombar, onde se originam os plexos braquial e lombossacral respectivamente. 2.2.Substância Branca As fibras dessa substância agrupam-se em tratos ou fascículos que formam vias para o impulso nervoso subir ou descer, caracterizando-se por serem vias ascendentes ou descendentes. O contingente descendente mais importante são as vias descendentes motoras somáticas, que pertencem ao sistema piramidal ou extrapiramidal ou lateral e medial. O sistema lateral corresponde o trato corticoespinhal e rubroespinhal e o sistema medial pode ser o trato corticoespinhal anterior, tetoespinhal, vestibuloespinhal e reticulosespinhais pontino e bulbar. Já nas vias ascendentes a relação acontece com a raiz dorsal do nervo espinhal, as radículas da raiz dorsal ao ganharem o sulco lateral posterior dividem-seem grupos lateral e medial, os quais emitem ramos ascendentes e descendentes. Estes ramos constituem os fascículos grácil e cuneiforme. NERVOS CRANIANOS Os nervos III, IV e VI inervam os músculos dos olhos. O V possui três ramos: oftálmico, maxilar e mandibular. O VII compreende a face. O VIII apresenta uma parte vestibular e outra coclear, relacionando-se com equilíbrio e audição. O X também é chamado de pneumogástrico. O XI apresenta uma raiz craniana/bulbar e outro espinhal. Fernanda Torquato 2024.2 I. COMPONENTES AFERENTES As fibras aferentes podem ser somáticas ou viscerais e especiais ou gerais. ● Fibras Aferentes Somáticas Gerais (ASG): originam-se em extero e proprioceptores, conduzem impulsos de temperatura, dor, pressão, tato e propriocepção. ● Fibras Aferentes Somáticas Especiais (ASE): originam-se na retina e no ouvido interno, relacionando-se com visão, audição e equilíbrio. ● Fibras Aferentes Viscerais Gerais (AVG): visceroceptores, relacionam-se com dor visceral. ● Fibras Aferentes Viscerais Especiais (AVE): receptores gustativos e olfatórios, sistema gustativo e respiratório. I. COMPONENTES EFERENTES As fibras eferentes podem ser somáticas, como em músculos estriados, ou podem ser viscerais. As viscerais são divididas em viscerais gerais para músculos liso, cardíaco e glândulas e viscerais especiais para outros músculos estriados. II. OS NERVOS CRANIANOS II.1. Nervo Olfatório Originado na região olfatória de cada fossa nasal, atravessam a lâmina crivosa do osso etmoide até chegarem ao bulbo olfatório. É exclusivamente sensitivo, sendo AVE. II.2.Nervo Óptico Fibras se originam na retina, emergem no polo posterior de cada bulbo ocular e penetram no crânio pelo canal óptico. Unem-se formando o quiasma óptico, onde há um cruzamento de fibras, as quais continuam até o trato óptico e terminam no corpo geniculado lateral. É um nervo sensitivo, sendo ASE. Fernanda Torquato 2024.2 II.3.Nervos Oculomotor, Troclear e Abducente São nervos motores que penetram a órbita pela FOS, distribuindo-se aos músculos extrínsecos do bulbo ocular. Todos os músculos são inervados pelo oculomotor, com exceção do reto lateral e do obliquo superior, que são inervados pelo abducente e troclear, respectivamente. Todos eles são ES, porém, o oculomotor apresenta ramo EVG, pois também inerva os músculos lisos da pupila e o ciliar (que regula o cristalino). II.4.Nervo Trigêmeo Nervo misto, porem com maior componente sensitivo, possui uma raiz sensitiva e outra motora. A raiz sensitiva é formada pelo gânglio trigeminal sobre a parte petrosa do osso temporal, distalmente são originados três ramos: nervos oftálmicos, maxilares e mandibulares. São ASG, uma vez que determinam a sensibilidade da cabeça, mas o nervo mandibular possui fibras motoras para os músculos da mastigação, portanto é EVE e EVG. II.5.Nervo Facial Importância pela relação com o nervo vestibulococlear e com as estruturas do ouvido médio e da parótida. Esse nervo emerge do sulco bulbo-pontino por uma raiz motora (nervo facial propriamente dito) e por uma raiz sensitiva visceral (nervo intermédio). Os componentes penetram no MAI e formam um tronco único que penetra no canal facial, posteriormente, se encurva para trás e forma o joelho externo ou geniculo onde existe um gânglio sensitivo. A seguir, emerge pelo forame estilomastoideo e atravessa a glândula parótida distribuindo ramos para os músculos da mimica, o estilo-hiodeo e o ventre posterior do digástrico. Essas fibras do nervo facial propriamente dito são EVE, enquanto as fibras do nervo intermédio são AVE, AVG, ASG. Os componentes aferentes são prolongamentos do gânglio geniculado, enquanto os eferentes originam-se de núcleos do tronco encefálico. II.6.Nervo Vestibulococlear Nervo exclusivamente sensitivo que penetra na porção lateral do sulco bulbo-pontino, ocupa o MAI e compõe-se de uma parte vestibular e coclear. A parte vestibular origina-se do gânglio vestibular, enquanto a coclear bem do gânglio espiral, são fibras ASE. II.7.Nervo Glossofaríngeo Nervo misto que emerge do sulco lateral posterior do bulbo sob forma de filamentos radiculares, sai do crânio pelo forame jugular e apresenta um gânglio superior jugular e outro inferior petroso. Possui trajeto descendente, ramificando-se na língua e faringe. Os componentes funcionais são os mesmos que o do facial e vago. São, portanto, AVE, AVG, ASG, EVG e EVE. II.8.Nervo Vago É misto, essencialmente visceral, emerge do sulco lateral posterior do bulbo emergindo pelo forame jugular, percorre todo pescoço e tórax ate chegar ao abdome. Importância na formação dos plexos viscerais que promovem inervação autônoma das vísceras torácicas e abdominais. II.9.Nervo Acessório Fernanda Torquato 2024.2 Formado por raiz craniana ou bulbar e raiz espinhal, que emerge dos primeiros 6 segmentos cervicais da medula. Esses filamentos se unem e penetram pelo forame magno para se reunirem a raiz bulbar. EVG e EVE. II.10. Nervo Hipoglosso Essencialmente motor, emerge do sulco lateral anterior do bulbo, sai pelo canal do hipoglosso e dirige-se para músculos extrínsecos e intrisecos da língua. São fibras ES. TRONCO ENCEFÁLICO O tronco interpõe-se entre medula e diencéfalo, situando-se ventralmente ao cerebelo. Nele entram corpos de neurônios que se agrupam em núcleos e fibras nervosas que se agrupam em tratos, fascículos ou lemniscos, os quais relacionam-se com relevos ou depressões da superfície. Dos 12 pares de nervos cranianos, 10 fazem conexão com o tronco encefálico. Esse tronco se divide em bulbo, ponte e mesencéfalo do sentido caudal para o cranial. A fragmentação longitudinal e transversal da substancia cinzenta do tronco formam os núcleos dos nervos cranianos constituindo as substancias cinzentas homologas à medula e as próprias do tronco. No nível do tronco há a presença de uma rede de fibras que são a formação reticular, preenchendo o espaço entre núcleos e tratos. Fernanda Torquato 2024.2 I. BULBO Possui formato de cone cuja extremidade menor continua caudalmente com a medula espinhal, considera um plano horizontal acima do filamento radicular mais cranial do primeiro nervo cervical, no nível do forame magno, o limite entre o bulbo e a medula. Seu limite superior se faz pelo sulco bulbo-pontino. A superfície do bulbo é percorrida longitudinalmente por sulcos contínuos com o da medula, delimitando as áreas anterior, lateral e posterior da estrutura. Na área ventral há a fissura mediana anterior e de cada lado há pirâmides formada por feixes de fibras compactas descendentes que ligam cérebro a medula (trato corticoespinhal), caudalmente, essas fibras constituem a decussação das pirâmides. Entre os sulcos lateral anterior e lateral posterior é possível observar a oliva formada por uma massa de substância cinzenta, ventralmente a oliva emergem os filamentos do NXII. Do sulco lateral posterior emergem os NIX, NX e a raiz craniana ou bulbar do NXI, a qual se une com a raiz espinhal proveniente da medula. A porção fechada (caudal) do bulbo é percorrida por um canal continuo com o da medula, que se abre para formar o IV ventrículo, cujo assoalho é constituído pela metade rostral do bulbo. O sulco mediano posterior termina a meia altura do bulbo pelo afastamento dos seus lábios, os quais formam os limites laterais do IV ventrículo. Entre o sulco mediano posterior e o lateral posterior há a continuação dos fascículos grácil e cuneiforme, que são divididos pelo sulco intermédio posterior, eles terminam em duas massas cinzentas – os tubérculos grácil e cuneiforme. Esses tubérculos dos núcleos afastam-se lateralmente e forma os ramos de um V para continuar com o pedúnculo cerebelar inferior devido a estrutura do IV ventrículo. Fernanda Torquato 2024.2 Na substancia cinzenta homologa à medula há os núcleos dos nervos cranianos, dentre eles estão: núcleo ambíguo, do hipoglosso (trígono do hipoglosso), dorsal do vago, vestibulares, do trato solitário (recebe fibras AVG e AVE, que entram pelo NVII, NIX e NX). Na substanciacinzenta própria do bulbo há os núcleos grácil e cuneiforme (posteriormente formam o lemnisco medial) e os núcleos olivares inferior e acessórios medial e dorsal. II. PONTE Está entre o bulbo e o mesencéfalo e ventralmente ao cerebelo, repousa sobre a parte basilar do osso occipital e o dorso da sela túrcica do esfenoide. Sua base apresenta estriações transversais, que são feixes de fibras que convergem para cada lado e formam o pedúnculo cerebelar médio. No limite entre a ponte e o pedúnculo emerge o NV por uma raiz sensitiva maior e outra motora menor. Longitudinalmente a superfície ventral da ponte existe o sulco basilar que aloja a A. basilar e o sulco bulbo-pontino, de onde emergem os NVI (entre ponte e pirâmide), NVII e NVIII (lateral próximo ao floculo do cerebelo). Sua parte dorsal constitui o assoalho do IV ventrículo. III. MESENCÉFALO Entre a ponte e o diencéfalo, é atravessado pelo aqueduto cerebral. Dorsalmente ao aqueduto está o teto do mesencéfalo e ventralmente ao teto estão dois pedúnculos cerebrais, que se dividem em uma parte dorsal que é o tegmento e outra ventral que é a base do pedúnculo. Fernanda Torquato 2024.2 Em uma secção transversal é possível observar que o tegmento é separado da base pela substancia negra (neurônios com melanina), nessa região há os sulcos lateral do mesencéfalo e medial do pedúnculo cerebral, do qual emerge o NIII. A substancia cinzenta periaquedutal tem função na regulação da dor. ● Degenerações que diminuem a quantidade de dopamina do corpo estriado da substancia negra provocam a Doença de Parkinson. O teto do mesencéfalo apresenta quatro eminências, que são os colículos superiores e inferiores, de onde emergem os NIV caudalmente. O nervo troclear é o único par cranial que emerge dorsalmente, mas contorna o mesencéfalo para surgir ventralmente no sulco pontino superior. Os colículos se ligam a eminencias ovais do diencéfalo, os corpos geniculados, por feixes de fibras dos braços dos colículos. ● O colículo inferior se liga ao corpo geniculado medial (parte da via auditiva) e o colículo superior ao corpo geniculado lateral (parte da via óptica). Os pedúnculos cerebrais delimitam uma profunda depressão triangular, a fossa interpeduncular, limitada anteriormente pelos corpos mamilares do diencéfalo. O fundo da fossa apresenta pequenos orifícios para passagem de vasos, é a substancia perfurada posterior. Há também o núcleo rubro do tegmento, esse núcleo recebe fibras do cerebelo e do córtex cerebral, dando origem ao trato rubro-espinhal. CEREBELO Situado dorsalmente ao bulbo e ponte, contribui para formação do IV ventrículo. Repousa sobre a fossa cerebelar do osso occipital e é separado do lobo occipital pela tenda do cerebelo. Liga-se à medula e ao bulbo pelos pedúnculos cerebelares inferiores e à ponte e ao mesencéfalo pelos pedúnculos cerebelares médio e superior, respectivamente. Fernanda Torquato 2024.2 O vérmis é uma substancia mediana ligada às duas massas dos hemisférios cerebelares, ventralmente é separado dos hemisférios por dois sulcos. A superfície do cerebelo apresenta sulcos transversais que delimitam lâminas finas, as folhas do cerebelo e outros sulcos mais pronunciados formam as fissuras do cerebelo, responsáveis por delimitarem lóbulos. Esse órgão apresenta córtex e medula, no interior do corpo medular há núcleos centrais de substancia cinzenta, são quatro pares: denteados, interpósitos (emboliforme e globoso) e fastigial. Destes saem todas as fibras nervosas aferentes do cerebelo. As estruturas cerebelares de maior importância anatômica são o nódulo, o floculo, as tonsilas, a fissura posterolateral, a fissura prima e a fissura horizontal. O nódulo é o último lóbulo do vérmis e situa-se acima do teto do IV ventrículo, enquanto o flóculo é um lóbulo do hemisfério e situa-se atrás do pedúnculo cerebelar inferior. O pedúnculo do floculo liga-se ao nódulo e forma o lobo flóculo-nodular, que se separa do cerebelo pela fissura posterolateral e tem função da manutenção do equilíbrio. Fernanda Torquato 2024.2 As tonsilas estão na face ventral e projetam-se sobre a face dorsal do bulbo, em casos de hérnias de tonsila há compressão do bulbo, podendo ser fatal. A divisão transversal da fissura posterolateral divide o cerebelo em corpo e lobo floculo nodular. O corpo é dividido em anterior e posterior pela fissura prima. DIENCÉFALO O diencéfalo junto com o telencéfalo formam o cérebro, que corresponde ao prosencéfalo. O diencéfalo permanece em situação ímpar e mediana, podendo ser visto apenas na face posterior do cérebro. Essa porção é formada pelo tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo, tendo todos relação com o III ventrículo. I. III VENTRÍCULO A cavidade do diencéfalo é uma estreita fenda denominada III ventrículo, que se comunica com o IV pelo aqueduto cerebral e com os ventrículos laterais pelos forames interventriculares. Uma depressão chamada de sulco hipotalâmico, que se estende do aqueduto até o forame interventricular, é referência para divisão do diencéfalo. Assim, as porções acima (DORSAL) do sulco pertencem ao tálamo epitálamo e as abaixo (VENTRAL) aosubtálamo e hipotálamo. Unindo os dois Fernanda Torquato 2024.2 tálamos e atravessando a cavidade ventricular está a aderência intertalâmica, que é uma trave de substância cinzenta. No assoalho do III ventrículo, de diante para trás estão o quiasma óptico, o infundíbulo, o tuber cinéreo e os corpos mamilares, pertencentes ao hipotálamo. A parede posterior do ventrículo é formada pelo epitálamo, que está acima do sulco hipotalâmico, saindo de cada lado do epitálamo estão as estrias medulares do tálamo, onde se insere a tela coroide, que forma o teto do III ventrículo. A partir da tela coroide, os plexos coroides se invaginam na luz ventricular, que são contínuos com o plexo coroide dos ventrículos laterais, uma vez que há comunicação pelos forames interventriculares. A parede anterior do III ventrículo é formada pela lâmina terminal, que une os dois hemisférios e se dispõe entre o quiasma óptico e a comissura anterior. ● A comissura anterior, a lâmina terminal e as paredes laterais do III ventrículo pertencem ao telencéfalo. O sulco intertalâmico divide o diencéfalo em: DORSAL: tálamo e epitálamo. VENTRAL: hipotálamo e subtálamo. METATÁLAMO: colículos geniculados. Fernanda Torquato 2024.2 II. TÁLAMO São duas massas cinzentas volumosas situadas em cada lado na porção laterodorsal do diencéfalo. A extremidade anterior de cada tálamo apresenta uma eminência, o tubérculo anterior do tálamo, que delimita o forame interventricular. A extremidade posterior é representada pela pulvinar do tálamo, que se projeta sobre os corpos geniculados laterais e mediais. ● Os corpos geniculados mediais fazem parte da via auditiva, enquanto os laterais fazem parte a via óptica. Ambos fazem parte do metatálamo, considerado por alguns autores como uma divisão do diencéfalo. A porção lateral da face superior do tálamo faz parte do assoalho do ventrículo lateral, sendo revestido de epitélio ependimário, a face medial forma maior parte das paredes laterais do III ventrículo. A face lateral do tálamo é separada do telencéfalo pela cápsula interna, com feixe de fibras que liga o córtex a centros nervosos subcorticais. A face inferior do tálamo continua com o hipotálamo e subtálamo. NÚCLEOS DO TÁLAMO: divididos pela lâmina medular interna. Núcleos laterais, medial e anterior. ● A área posterior do núcleo lateral é composto por: pulvinar do tálamo e os corpos geniculados lateral e medial. Fernanda Torquato 2024.2 III. HIPOTÁLAMO É a área abaixo do tálamo com função relacionada ao controle da atividade visceral, atividade glandular endócrina e regulação do SNA para homeostase. Compreende estruturas situadas nas paredes laterais do III ventrículo, abaixo do sulco hipotalâmico, além de formações do assoalho do III ventrículo, como: ● Corpos Mamilares – eminencias arredondadas de substancia cinzenta na parte anterior da fossa interpeduncular. ● Quiasma Óptico– está na parte anterior do assoalho do III ventrículo. Recebe fibras dos nervos ópticos, que posteriormente cruzam no trato óptico e se dirigem aos corpos geniculados laterais. ● Túber Cinéreo - área atrás do quiasma e trato óptico, entre eles e os corpos mamilares. Local onde a hipófise se prende por meio do infundíbulo. ● Infundíbulo – sua extremidade inferior é continuo com a neuroipófise. IV. EPITÁLAMO Limita posteriormente o III ventrículo, acima do sulco hipotalâmico na transição com o mesencéfalo. Composto principalmente pela pineal ou epífise, glândula endócrina que repousa sobre o teto mesencefálico. A base do corpo da pineal prende-se a feixes chamados de comissuras posterior e das habênulas. ● A comissura posterior localiza-se no ponto em que o aqueduto cerebral se liga ao III ventrículo e é o limite entre mesencéfalo e diencéfalo. ● A comissura das habênulas interpõem-se entre os trígonos da habênula, situados entre a pineal e o tálamo e continua com as estrias medulares anteriormente. A tela coroide insere-se nas estrias e na comissura para fechar o teto do III ventrículo. V. SUBTÁLAMO Zona de função motora e transição entre diencéfalo e tegmento do mesencéfalo, não se relaciona com o III ventrículo, se localiza abaixo do tálamo e é limitado lateralmente pela capsula interna e medialmente pelo hipotálamo. Fernanda Torquato 2024.2 SNA Parte eferente visceral (EV) do SNC, se relaciona com a inervação de estruturas viscerais. Suas fibras são eferentes viscerais gerais, suas estruturas são os músculos liso, estriado cardíaco e glândula para manutenção da homeostase. É subdividido em simpático e parassimpático. ➔ EFERENTE SOMÁTICO X EFERENTE VISCERAL O sistema eferente somático possuem fibras que terminam no músculo estriado esquelético, é voluntario. Apenas um neurônio motor somático que integra o SNC ao órgão efetuador. O sistema eferente visceral as fibras terminam nos músculos liso, estriado cardíaco e glândula; é involuntário e possui dois neurônios motores (pré - corpo no SNC - e pós ganglionar- corpo no gânglio) integrando o SNC ao órgão efetuador. I. TRANSMISSÃO VIA EFERENTE VISCERAL No esquema está representado em azul a parte parassimpática do SNA, enquanto em vermelho está a parte simpática. A parte simpática possui seu gânglio mais próximo da parte do SNC, logo seu neurônio pré é mais curto e o pós é mais longo. A parte parassimpática possui seu gânglio mais próximo ou dentro do órgão efetuador, logo sua fibra pré é mais longa e a fibra pós é mais curta. ➔ DIFERENÇAS ANATÔMICAS E FARMACOLÓGICAS O neurônio pré parassimpático está posicionado no tronco encefálico ou na medula S2-S4, sistema craniossacral. Já o neurônio pré simpático está localizado na coluna lateral da medula de T1-L2, sendo o sistema toracolombar. ● O simpático forma uma cadeia de gânglios. Fernanda Torquato 2024.2 As diferenças fisiológicas da parte simpática e parassimpática são essenciais para homeostasia dos órgãos → funções opostas (luta ou fuga e repouso). II. SISTEMA SIMPÁTICO Seus componentes centrais estão nos segmentos medulares de T1-L2. Os componentes periféricos são os nervos espinhais, os gânglios simpáticos localizados na região paravertebral formando o tronco simpático e pré-vertebrais. Fernanda Torquato 2024.2 Possuem nervos independentes entre os gânglios para e pré vertebrais e dos gânglios às visceras de destino. Formam os plexos viscerais. III. SISTEMA PARASSIMPÁTICO Componentes centrais na medula espinhal de S2-S4. Núcleo dos nervos craniano: N. visceral do III, N salivatório superior (VII), N lacrimal (VII), N salivatório inferior (IX), N dorsal do vago. Componentes periféricos: NC III, VII, IX e X; gânglios cilia, submandibular, ótico e viscerais; plexos; nervos independentes. Fernanda Torquato 2024.2 TELENCÉFALO Dois hemisférios cerebrais e a lâmina terminal da porção anterior do III ventrículo, esses hemisférios são unidos por uma faixa de fibras comissurais chamada de corpo caloso. Eles também possuem cavidades, os ventrículos laterais direito e esquerdo, os quais se comunicam com o III ventrículo pelos forames interventriculares. Cada hemisfério é composto pelos polos frontal, occipital e temporal e pelas faces dorsolateral, medial e inferior ou base. Sua superfície é dividida por sulcos e formadas por giros, em cada hemisfério os dois sulcos mais importantes são os sulcos lateral e central, também são chamados de fissuras. ● O sulco lateral inicia-se na base do cérebro e separa o lobo frontal do temporal, onde divide-se em ascendente, anterior e posterior. O ramo posterior dirige-se para trás e para cima, terminando no lobo parietal. Separa o lobo temporal, abaixo, dos lobos frontal e parietal, acima. ● O sulco central percorre obliquamente a face dorsolateral do hemisfério, separando lobos frontal e parietal. Inicia-se na face medial do hemisfério e continua até o ramo posterior do sulco lateral. É ladeado por um giro anterior pré-central relacionado a motricidade e um posterior pós-central relacionado a sensibilidade. Esses sulcos ajudam a delimitar os lobos cerebrais, temos assim os lobos frontal, temporal, parietal e occipital; ainda existe a ínsula profundamente ao sulco lateral. A divisão em lobos não corresponde a divisão funcional, exceto pelo lobo occipital relacionado com a visão. Fernanda Torquato 2024.2 O lobo frontal está acima do sulco lateral e adiante ao central, na face medial do cérebro o limite anterior é o sulco parietoccipital. I. FACE DORSOCENTRAL Face convexa que possui os cincos lobos cerebrais. Lobo Frontal - possui três sulcos principais: pré-central, frontal superior e frontal inferior). Esses sulcos delimitam os giros: pré-central, frontal superior, frontal médio e frontal inferior (local da linguagem). Lobo Temporal – apresenta principalmente os sulcos temporais superior e inferior. Assim, os giros temporais superior, médio e inferior são delimitados. O temporal inferior se limita com o sulco occipitotemporal, que está na face inferior do cérebro. Lobos Parietal e Occipital – apresentam os sulcos pós-central e intraparietal (muito variável e perpendicular ao pós-central). Possuem os giros pós-central (área somestésica) e os giros supramarginal e angular divididos pelo sulco intraparietal. Fernanda Torquato 2024.2 II. FACE MEDIAL Cérebro seccionado em plano sagital mediano, o que expõe o diencéfalo, corpo caloso, fórnix e o septo pelúcido. O corpo caloso é a maior comissura inter-hemisférica e é formado por fibras mielínicas que entram em cada lado no centro branco medular do cérebro, unindo os hemisférios. O tronco do corpo caloso dilata posteriormente em esplênio e se flete anteriormente para constituir o joelho do corpo caloso, este afila-se para formar o rostro do corpo caloso e terminar em comissura anterior. Entre a comissura anterior e o quiasma óptico, a lâmina terminal constitui o limite anterior do III ventrículo. Abaixo do esplênio e em direção à comissura anterior está o fórnix, possui duas extremidades unidas entre si no trajeto do corpo caloso. O corpo do fórnix é a porção intermédia onde as duas extremidades se unem, as colunas é onde as extremidades se afastam anteriormente e as pernas posteriormente. As colunas terminam nos corpos mamilares e as pernas penetram nos ventrículos laterais. Entre o corpo caloso e o fórnix estende-se o septo pelúcido contituido por lâminas de tecido nervoso e separando os ventrículos laterais. A face medial ainda apresenta os sulcos calcarino, parietoccipital, marginal, paracentral, do cíngulo e do corpo caloso. Que delimitam os giros cúneos, pré-cúneos, lóbulo paracentral, frontal superior, do cíngulo e do corpo caloso. Fernanda Torquato 2024.2 III. FACE INFERIOR É a base do hemisfério cerebral e pode ser dividida em parte do lobo frontal e parte do lobo temporal. Lobo Temporal – apresenta os sulcos occipito-temporal, colateral e do hipocampo. Que delimitam os giros occipito temporal lateral e medial, para-hipocampal, cuja porção anteriorforma o úncus. ● Lobo Límbico – o giro para-hipocampal, o istmo do giro do cíngulo, o úncus e o giro do cíngulo constituem esse lobo independente. ● Parte anterior do giro para-hipocampal é importante para a memoria e uma das principais lesadas pela doença de Alzheimer. Lobo Frontal - apresenta os sulcos olfatórios e oribitários. Que delimitam os giros reto e orbitários, respectivamente. ● O bulbo olfatório é uma dilatação de substância cinzenta que continua posteriormente com o trato olfatório e recebe os filamentos do nervo olfatório. IV. VENTRICULOS LATERAIS Cavidades nos hemisférios cerebrais contendo líquor, apresentam uma parte central e três cornos que correspondem aos três polos do hemisfério. As partes que se projetam nos lobos frontal, occipital e temporal são os cornos anterior, posterior e inferior, respectivamente. O corpo caloso forma o teto do ventrículo lateral, exceto na parte do corno inferior. Fernanda Torquato 2024.2 A parede medial do corno anterior é constituída pelo septo pelúcido, que separa o corno anterior dos ventrículos laterais. O assoalho inclinado forma a parede lateral e é constituído pela cabeça do núcleo caudado, o teto e o limite anterior do corno anterior é o corpo caloso. A parte central estende-se do forame interventricular até o esplênio do corpo caloso. O teto é formado pelo corpo calosos e pelo septo pelúcido. O assoalho é formado por fórnix, plexo coroide, parte lateral da face dorsal do tálamo, estria terminal e núcleo caudado. O corno posterior estende-se para dentro do lobo occipital, enquanto o inferior curva-se em direção ao polo temporal, apresenta em sua margem medial a cauda do núcleo caudado e a estria terminal. V. NÚCLEOS DA BASE Fernanda Torquato 2024.2 Aglomerados de neurônios na porção basal do cérebro, eles são: o núcleo caudado, o putâmen e o globo pálido que formam o núcleo lentiforme, o claustro, o corpo amigdaloide e o núcleo accumbens. Núcleo Caudado: massa de substancia cinzenta que se relaciona com os ventrículos laterais em toda a sua extensão. Dividido em cabeça, corpo e cauda, sendo que a cabeça se funde com o putâmen e formam o núcleo estriado, com função de motricidade. Núcleo Lentiforme: situa-se profundamente no hemisfério, medialmente se relaciona com a capsula interna que o separa do núcleo caudado e do tálamo. Relaciona-se com o córtex da insula, do qual é separado pela substancia branca e claustrum. É dividido em putâmen e globo pálido. ● Núcleo caudado e lentiforme constituem o corpo estriado dorsal. Claustrum: calota de substancia cinzenta entre o córtex da insula e núcleo lentiforme, separando-se pela cápsula extrema e externa de substância branca. Corpo amigdaloide ou amigdala: massa esferoide de substancia cinzenta que faz uma saliência na parte termina do corno inferior dos ventrículos laterais. Tem relação com as emoções, especialmente o medo. Núcleo Accumbens: entre putâmen e cabeça do núcleo caudado, forma corpo estriado ventral responsável pelo prazer. Fernanda Torquato 2024.2 VASCULARIZAÇÃO DO SNC I. VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL O encéfalo é irrigado pelas artérias carótidas internas e vertebrais, originadas no pescoço, onde seguem para o encéfalo para emitir ramos. Na base do crânio as artérias formam o polígono de Willis, de onde saem as principais artérias para a vascularização cerebral. As arterias cerebrais são finas, o que as tornam propensas a hemorragias, possuem espessamento da tunica elastica interna para proteger o tecido nervoso da pulsação. Em maior parte, a independencia da vascularização intra e extracraniana, sendo incapaz de utilizar sistema colateral em caso de obstrução da carotida interna. Assim, temos o sistema carotideo interno e o sistema vértebro-basilar. A arteria carotida interna, ramo da carotida comum, penetra na cavidade craniana pelo canal carotideo do osso temporal, atravessa o seio cavernoso e forma uma dupla curva, o sifão carotídeo. Em seguida perfura a dura-máter e aracnóide e no inicio do sulco lateral divide-se em cerebrais média e anteriores, também dá origem a artéria comunicante posterior. As artérias vertebrais direita e esquerda destacam-se das subclavias correspondentes, sobem no pescoço pelos forames transversos das cervicais e perfuram a membrana atlantoccipital, a Fernanda Torquato 2024.2 dura-máter e a aracnóide, penetrando no cranio pelo forame magno. Percorrem a face ventral do bulbo e no nivel do sulco bulbo-pontino fundem-se para constituir a artéria basilar. ● As arterias vertebrais dão origem as duas arterias espinhais posteriores e uma anterior que vascularizam a medula. Originam tambem arterias cerebelares. A artéria basilar segue pelo sulco basilar da ponte e termina bifurcando-se nas cerebrais posteriores direita e esquerda. Enquanto ao Polígono de Willis, também tem as artérias comunicantes anteriores, que são a anastomose das cerebrais anteriores, são formadas adiante do quiasma óptico. As comunicantes posteriores unem a carótida com as cerebrais posteriores, anastomosando o sistema carótido interno ao vertebral, sendo uma anastomose apenas potencial. Assim, cada artéria cerebral tem seu território cortical: ● Artéria Cerebral Anterior – dirige-se para diante e para cima, cruza o joelho do corpo caloso e ramifica-se na face medial de cada hemisfério, onde se limita com o território da cerebral média. ● Artéria Cerebral Média – ramo principal da carótida interna, percorre toda extensão do sulco lateral, distribuindo vascularização de toda face dorsolateral do hemisfério. ● Artéria Cerebral Posterior – ramo de bifurcação da basilar, se dirige para trás, contornam o pedúnculo cerebral e percorrem a face inferior do lobo temporal, ganhando o lobo occipital. II. VASCULARIZAÇÃO VENOSA Fernanda Torquato 2024.2 As veias do encéfalo não acompanham as artérias, sendo maiores e mais calibrosas. Drenam para os seios da dura-máter, de onde convergem para a VJI, as quais recebem todo sangue venoso encefálico. Os seios também se ligam a veias extracranianas por meio de veias emissárias que passam por forames cranianos. O leito venoso encefálico é maior do que o arterial, sendo, portanto, de circulação mais lenta. As veias se dispõem no sistema venoso superficial e profundo, os quais são unidos por anastomoses. II.1 Sistema Venoso Superficial É constituído de veias que drenam o córtex e a substância branca adjacente, formam troncos venosos, as veias cerebrais superficiais, por anastomoses na superfície do cérebro para depois desembocarem nos seios. Assim, há a formação de veias superficiais superiores e inferiores. ● As veias cerebrais superficiais superiores provem da face medial e da metade superior da face dorsolateral, desembocando no seio sagital superior. ● As veias cerebrais superficiais inferiores provem da metade inferior da face dorsolateral e terminam nos seios da base (petroso superior e cavernoso) e no seio transverso. A principal é a veia cerebral média superficial, que percorre o sulco lateral e termina no seio cavernoso. II.2 Sistema Venoso Profundo Drena o sangue de regiões como o corpo estriado, cápsula interna, diencéfalo e grande parte do centro medular. A de maior importância é a veia cerebral magna, para qual converge praticamente todo sistema venoso do cérebro, ela é formada pela confluência das veias cerebrais internas, abaixo do esplênio do corpo caloso para desembocar no seio reto. Fernanda Torquato 2024.2 III. VASCULARIZAÇÃO DA MEDULA Irrigada pelas artérias espinhais anteriores e posteriores, ramos da artéria vertebral, e pelas artérias radiculares, que penetram junto com os nervos espinhais. A artéria espinhal anterior é um tronco único formado pela confluência de dois ramos das artérias vertebrais direita e esquerda. Dispõe-se ao longo da fissura mediana anterior até o cone medular. PLEXOS NERVOSOS Plexos são anastomoses dos ramos ventrais dos nervos espinhais que darão origem a nervos periféricos, todos eles são de origem ventral. O único segmento da medula que não da origem a plexoé o segmento torácico, pois eles formam nervos intercostais. Os plexos são os seguintes: ● Plexo Cervical: C1-C4. Fernanda Torquato 2024.2 ● Plexo Braquial: C5-T1. ● Plexo Lombar: L1-L5. ● Plexo Sacral: L4-S4. O nervo L4 emite um ramo que participa do plexo lombar e outro que se une a L5 formando o tronco lombo sacral, que faz parte do plexo sacral. O ramo ventral de L1 da origem a dois nervos: o iliohipogástrico e o ilioinguinal. Os plexos cervical e braquial são superficiais. PLEXO CERVICAL Originado dos quatro primeiros ramos ventrais dos nervos cervicais, sendo nervos mistos (sensitivos e motores). Esse plexo inerva os músculos infra-hioideos, alguns pré-vertebrais, alguns superficiais do dorso e o diafragma, o qual é inervado pelo nervo frênico. Maioria dos seus ramos motores são originados da alça cervical, que possui um ramo superior formado por C1 e outro inferior. Além disso, todos ramos sensitivos do plexo emergem da borda posterior do músculo esternocleidomastóideo e são superficiais, enquanto todos os nervos motores são profundos ao M. ECM. Portanto, esse músculo junto com a veia jugular são os limites entre os ramos motores e sensitivos do plexo cervical. Os ramos sensitivos inervam maior parte do pavilhão auricular, submandibular, anterior do pescoço e retroauricular. PLEXO BRAQUIAL Fernanda Torquato 2024.2 Plexo que emerge entre os escalenos anterior e médio, realiza toda inervação motora e sensitiva do membro superior e de alguns músculos da região dorsal e torácica, todos os seus ramos ventrais se dividem e anterior e posterior. A união de C5 com C6 forma o tronco superior, o ramo anterior de C7 sozinho forma o tronco médio e a união de C8 com T1 forma o tronco inferior. Os troncos por sua vez emitem ramos anteriores e posteriores para formar fascículos. Os ramos anteriores dos troncos superior e médio se unem para formar o fascículo lateral, a divisão anterior do tronco inferior continua como fascículo medial e os ramos posteriores dos três troncos se reunem para formar o fascículo posterior. Do fascículo lateral partem o nervo musculocutâneo e o ramo lateral do nervo mediano. ● O nervo musculocutaneo perfura o musculo coracobraquial e tem função motora de inervar os flexores do braço e função sensitiva continua com o nervo cutaneo lateral do antebraço. ● O nervo mediano possui funçao motora nos flexores do antebraço, a mão e a sensibilidade de toda região palmar a partir da metade lateral do dedo anular. Recebe ramo do fascículo lateral e medial. O fasciculo medial emite o ramo medial do nervo mediano e o nervo ulnar. ● O nervo ulnar inerva o flexor ulnar do carpo e metade dos flexores profundos dos dedos e a maioria dos musculos da mão, tem função sensitiva na mão na linha do quarto dedo. O fascículo posterior emite os nervos radial e axilar. ● O nervo axilar inervaos músculos da articulação do ombro e tem função sensitiva no braço. Fernanda Torquato 2024.2 ● O nervo radial inerva de forma motora todos os musculos do compartimento posterior do braço e antebraço e a função sensitiva da regiao posterior do braço, antebraço e dorso da mão. Plexos que recebem contribuição de C4 são chamados de pré-fixados e outros que recebem componente de T2 são chamados de pós-fixados. PLEXO LOMBOSSACRAL É um plexo profundo localizado na parede posterior do abdome, sendo na cavidade abdominal o plexo lombar e na cavidade pélvica o plexo sacral. Todo membro inferior é inervado por ele, além de algumas áreas de transição como a região glútea, o períneo e a genital externa (nessas duas últimas regiões o único nervo atuante é o pudendo). Tudo que estiver medial ao psoas maior é o sacral e tudo que estiver lateral é lombar. O único nervo lombar que passa medial ao psoas maior é o nervo obturatório, que inerva o compartimento medial da coxa. O nervo pudendo é o limite entre plexo sacral e lombar.
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