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Profª Msª. Jéssica de Souza Lima FCP 2021.1 1 Disciplina: Estágio Supervisionado I (Cível) Olá, pessoal! Consoante exposto na apresentação de nossa disciplina, buscaremos fornecer as informações necessárias para que se acione o Judiciário com adequação. Por tal razão, as possíveis atitudes do autor e do réu serão analisadas com vagar, trazendo indicação das bases legais e de exemplos. Palavras-chave: OBJETIVIDADE, IMPESSOALIDADE, HERMENÊUTICA JURÍDICA, PORTUGUÊS, AUTENTICIDADE, ARGUMENTAÇÃO E PERSUASÃO. SOCIEDADE DE ENSINO SUPERIOR DO SUL DO PIAUÍ – SESSPI FACULDADE DO CERRADO PIAUIENSE – FCP CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO COORDENAÇÃO DO CURSO DE DIREITO – CD Profª Msª. Jéssica de Souza Lima FCP 2021.1 2 Profª Msª. Jéssica de Souza Lima FCP 2021.1 3 I - SOLUÇÃO DE LITÍGIOS PERANTE O PODER JUDICIÁRIO ESTRUTURA JURISDICIONAL BRASILEIRA A jurisdição é una enquanto função estatal; todavia, sua atribuição pode ser dividida. A quantidade de jurisdição atribuída aos órgãos jurisdicionais para que possam aplicar o direito é denominada competência. Para que a “divisão do trabalho” relativa à administração da justiça seja bem-sucedida, há vários critérios previstos pelo legislador, como demonstram os quadros a seguir: Conforme a natureza do conflito de interesses (litígio) discutido em juízo, uma das “justiças” será a competente, em detrimento de qualquer outra (conforme a competência prevista na Constituição Federal). Profª Msª. Jéssica de Souza Lima FCP 2021.1 4 Por seu turno, em alguns Estados, há Justiça Militar Estadual, com competência envolvendo policiais militares – seja para crimes ou questões disciplinares (CF, art. 125, §§ 4º e 5º). Onde existir essa Justiça, haverá um Tribunal de Justiça Militar (atualmente, há TJM em MG, no RS e em SP); onde não existir, essas causas serão julgadas pela própria Justiça Estadual. Tomando por base o quadro acima, esses tribunais militares estaduais, onde existem, se inserem na Justiça Estadual, e não na Justiça Militar, que é exclusiva da União. No que se refere à Justiça Estadual, cada Estado da Federação e o DF possuem o seu respectivo Tribunal de Justiça (TJ), com sede na capital. No âmbito da Justiça Federal, existem no Brasil cinco Tribunais Regionais Federais. Além de tais órgãos julgadores, a Constituição Federal, no art. 98, prevê ainda a existência de Juizados Especiais para causas cíveis (de menor complexidade). Profª Msª. Jéssica de Souza Lima FCP 2021.1 5 A Lei nº 9.099/1995 criou os Juizados Especiais Cíveis (JEC) no âmbito estadual, cuja competência é relativa: as partes podem optar pela tramitação em tal órgão julgador se a causa tiver o valor de até 40 salários mínimos. A Lei nº 10.259/2001 criou os Juizados Especiais Federais (JEF), cuja competência é absoluta para as demandas em que o valor da causa não ultrapasse 60 salários mínimos. A Lei nº 12.153/20096 criou os Juizados Especiais das Fazendas Públicas no âmbito dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios com competência absoluta para apreciar causas cíveis envolvendo tais entes em demandas cujo valor não ultrapassa 60 (sessenta) salários mínimos. Vale destacar que os Juizados não contam, em sua estrutura, com Tribunais. O duplo grau de jurisdição é realizado pelos Colégios Recursais (compostos por três juízes que atuam na primeira instância). Este órgão colegiado irá apreciar e julgar os recursos interpostos contra a decisão proferida pelo juiz de primeira instância dos Juizados. Como já sabemos, finalmente, como guardião da Constituição, acima de todos esses órgãos julgadores, há o Supremo Tribunal Federal (STF), cuja competência se encontra expressa no art. 102 da CF. Profª Msª. Jéssica de Souza Lima FCP 2021.1 6 Por sua vez, a EC nº 45/2004 criou o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), previsto no art. 103-B, para promover o “controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes”. Agora falaremos sobre o Ministério Público (MP) como sendo uma instituição destinada à preservação dos valores fundamentais do Estado. O art. 127 da CF o define como instituição permanente e essencial à função jurisdicional, sendo responsável pela defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais. No âmbito criminal, o MP é responsável pela acusação (repressão ao crime, que atenta contra valores fundamentais da sociedade). No âmbito cível, pode atuar como fiscal da ordem jurídica ou como parte em certas hipóteses, nos termos dos artigos 176 e 178 do CPC/2015. O MP está presente, portanto, em toda a estrutura jurisdicional brasileira. A Constituição, no art. 128, divide o MP em Ministério Público da União (MPU) e Ministério Público Estadual (MPE). O MPU compreende o MP Federal (que atua no STF, no STJ e na Justiça Federal), o MP do Trabalho (que exerce atividades perante a Justiça do Trabalho), o MP Militar (atuante na Justiça Militar da União) e o MPDFT (pertinente ao Distrito Federal e Territórios). As carreiras e os concursos são diferenciados segundo as variadas áreas de atuação. Profª Msª. Jéssica de Souza Lima FCP 2021.1 7 Bem pessoal na jornada, merecem ainda destaque as figuras do advogado e do defensor público. O advogado, dotado de capacidade postulatória, é “indispensável à administração da justiça” (CF, art. 133) e representa as partes em juízo. A defensoria é instituição pública que presta serviços de assistência jurídica à população carente (CF, art. 134). Há, no âmbito federal, a Defensoria Pública da União (DPU); da mesma forma, nos Estados há as Defensorias Estaduais (CF, art. 134, §§ 1º e 2º). A Defensoria Pública, que tem suas principais diretrizes na Lei Complementar nº 80/1994, passou a ser contemplada no Código de Processo Civil de 2015 entre os arts. 185 e 187. É certo que o Estado (nas suas três esferas – Federal, Estadual e Municipal) também necessita de advogados para atuar em juízo. Esses profissionais usualmente recebem o nome de procuradores (da União, do Estado ou dos Municípios), membros da advocacia pública. Para a defesa da União o art. 131 da CF/1988 prevê a atuação da Advocacia-Geral da União (AGU). Assim, a representação da União é feita pelos advogados da União que integram a AGU. Profª Msª. Jéssica de Souza Lima FCP 2021.1 8 Por sua vez, a representação dos demais órgãos federais (INSS, Incra etc.) é feita pelos procuradores federais. Já para a execução da dívida ativa (débitos tributários) há a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN, conforme CF, art. 131, § 3º); tais carreiras são distintas da AGU. No âmbito estadual, para a defesa dos Estados da Federação, atuam as Procuradorias-Gerais dos Estados (PGEs). No âmbito municipal, há a Procuradoria-Geral do Município (PGM). 2. LIDE, PROCESSO E PROCEDIMENTO Pois bem, sem muitas delongas, é perceptível que em nossas relações, os indivíduos têm interesses que podem ser identificados como posições favoráveis à satisfação de necessidades. Quando uma pessoa visa a satisfazer seu interesse e não consegue fazê-lo pela conduta do outro envolvido, surge a pretensão: exigência que a outra parte se sujeite ao cumprimento do interesse alheio. A partir de tais conceitos, podemos chegar à clássica definição de lide: conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida. Lide é sinônimo de disputa, litígio, conflito. Em disciplinas anteriores (TGP), já comentamos que em alguns casos, a lei permite a autotutela (autodefesa) pelo próprio titular do interesse. No âmbito civil, o exemplo significativo de tal possibilidade se encontra no âmbito da posse: o ordenamento permite a atuaçãoProfª Msª. Jéssica de Souza Lima FCP 2021.1 9 direta e imediata do próprio possuidor lesado no sentido de agir em legítima defesa para manter sua posse ou, se esbulhado, atuar em desforço imediato para se reintegrar. Neste ponto é sugestivo recapitulamos que, para buscar a concordância entre os envolvidos na lide/disputa, vêm sendo estimuladas tentativas de facilitação da comunicação pela mediação (aproximação dos envolvidos para possibilitar o diálogo e a resolução conjunta da disputa pelos próprios interessados, sem propostas por parte do mediador) e pela conciliação (facilitação por um terceiro para que as partes se componham; para tanto, o conciliador pode formular propostas de transação). Sendo assim, no exercício prático se vale de algumas dicas para a aplicação das medidas consensuais. Vejamos: Um primeiro critério para entender qual é o método mais adequado é considerar os objetivos das partes com a resolução da disputa; geralmente são eles: (i) minimização de custos; (ii) celeridade; (iii) privacidade/confidencialidade; (iv) manutenção/aprimoramento do relacionamento; (v) revanche; (vi) obtenção de uma opinião neutra; (vii) criação de precedente; (viii) maximização ou minimização de recuperação. Como se percebe, vários aspectos precisarão ser objeto de conversação entre a parte e seu advogado/defensor para que possam identificar se a mediação ou a conciliação que podem ser pertinentes logo no início do processamento da demanda. Voltemos nossa atenção ao sistema contencioso. Para cada situação litigiosa pendente de resolução (lide), ante a resistência do suposto obrigado e em razão da proibição da vingança privada, o sistema jurídico disponibiliza um remédio adequado para buscar sanar a situação problemática. Nessa lógica, o conflito não será solucionado pelas partes, mas, sim, pela atuação do Poder Judiciário. Profª Msª. Jéssica de Souza Lima FCP 2021.1 10 Vale lembrar que o Poder Judiciário é inerte, não se manifestando sem que haja a provocação da parte interessada (por força do princípio dispositivo ou da inércia). Assim, o direito de ação pode ser entendido como o poder de provocar a atuação do Estado-juiz para pedir a aplicação do direito a certo caso concreto. Tal direito, porém, para que seja plenamente exercido, deve contar com certos requisitos (que serão analisados posteriormente). Na prática do foro, fala-se em “propor uma ação” no sentido de demandar (instaurar uma demanda), promover uma causa. O processo é o instrumento que o Estado coloca à disposição dos litigantes para decidir a lide. Assim, é o sistema concebido para compor o conflito. O legislador disponibiliza diferentes instrumentos para a solução dos conflitos, sendo tradicionalmente feita a classificação dos processos segundo o tipo de proteção conferida pelo ordenamento ao demandante. Na perspectiva do CPC/2015, há dois tipos de processos, conforme o tipo de prestação jurisdicional pedida pelo autor, ao exercer o direito de ação: processos de conhecimento e de execução. Profª Msª. Jéssica de Souza Lima FCP 2021.1 11 Profª Msª. Jéssica de Souza Lima FCP 2021.1 12 PROCESSO DE CONHECIMENTO Este se constitui o sistema apto a definir, a partir da análise dos fatos (conhecimento dos fatos) trazidos a juízo, a existência (ou inexistência) do direito no caso concreto. Pode-se dizer, de forma simplificada, que “o juiz transformará os fatos em direito”, com ampla atividade para conhecer detalhes sobre a causa. Por tal processo, formula-se a norma jurídica aplicável ao caso concreto mediante uma sentença de mérito. O Estado-juiz, ante uma pretensão insatisfeita (um conflito entre as partes, uma lide), define a vontade concreta da lei declarando-a em uma sentença de mérito e dando resposta definitiva ao pedido do autor. Ao fazê-lo, o Poder Judiciário reconhece quem tem razão no caso submetido à sua apreciação (o autor, no caso de procedência do pedido, ou o réu no caso de improcedência). Se “A” afirma ser titular do direito à reparação de danos causados por “B” (p. ex., em um acidente de veículo), o meio para a obtenção de provimento jurisdicional que resolva essa lide será o processo de conhecimento. O juiz buscará conhecer a realidade dos fatos e sobre eles formará seu convencimento a partir da coleta de manifestação das partes e da produção das provas necessárias ao deslinde da causa. Profª Msª. Jéssica de Souza Lima FCP 2021.1 13 O processo de conhecimento, conforme o tipo de litígio e de proteção pedidos pelo demandante pode comportar decisões de conteúdo meramente declaratório, constitutivo ou condenatório, segundo a doutrina tradicional. A decisão do juiz pode ainda, segundo alguns, ter caráter mandamental e executivo lato sensu. NOÇÕES PRELIMINARES: PRÁTICA PROCESSUAL CHEGOU A SUA HORA DE PRODUZIR: PETIÇÃO INICIAL Neste ensejo, pessoal, o CPC é o nosso Código Base, vamos começar a manusear, de preferência, o físico para que possa habituar seja para o exame de OAB, mais ainda, para o exercício profissional. Profª Msª. Jéssica de Souza Lima FCP 2021.1 14 LEVES DICAS DO USO DE CÓDIGO: Utilize marca-textos, desde que estes não sejam utilizados para realizar a estrutura de elaboração de peças processuais. Use clipes, inclusive coloridos, para auxiliar na separação das páginas. Utilize separadores de códigos fabricados por editoras ou outras instituições ligadas ao mercado gráfico, desde que com impressão que contenha simples remissão a ramos do Direito ou a leis. Atenção: são expressamente proibidos os separadores de códigos que estiverem com anotações realizadas pelo próprio candidato. Muito cuidado! Os requisitos da petição inicial estão elencados no art. 319, III,do CPC, que dispõe sobre: Indicação do juízo a que é dirigida a petição inicial: através desse requisito delimita-se a competência, indicando-se o magistrado ou tribunal competente para conhecer e julgar a pretensão. No antigo CPC, no inciso I do art. 282, constava que a petição inicial indicaria o juiz ou tribunal a que seria dirigida a petição inicial. Perceba que deveria constar o juiz, sendo correto o uso do endereçamento: http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10709872/inciso-i-do-artigo-282-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10709917/artigo-282-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973 Profª Msª. Jéssica de Souza Lima FCP 2021.1 15 EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE CORRENTE/PI. Contudo, isso foi abolido no novo CPC, que agora consta no inciso I do art. 319, de que a petição inicial indicará o juízo a que é dirigida, ou seja, não mais o juiz (PREZA-SE PELA IMPESSOALIDADE SEJA PARA A DEFESA ESCRITA COMO ARGUMENTAÇÃO ORAL), devendo o endereçamento constar: MERÍTISSIMO JUÍZO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE CORRENTE/PI. Endereçamento para Segunda Instância AO JUÍZO DA PRESIDÊNCIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE PIAUÍ AO JUÍZO DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE PIAUÍ AO JUÍZO DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA FEDERAL DO ESTADO DE PIAUÍ Endereçamento para STJ AO JUÍZO DA PRESIDÊNCIA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA AO JUÍZO DA QUARTA TURMA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Endereçamento para o STF AO JUÍZO DA PRESIDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893815/inciso-i-do-artigo-319-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893817/artigo-319-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 Profª Msª. Jéssica de Souza Lima FCP 2021.1 16 AO JUÍZO DA SEGUNDA TURMA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL QUALIFICAÇÃO DAS PARTES:os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição CPF ( PESSOA FÍSICA) ou CNPJ (pessoa jurídica – ATENÇÃO), o endereço eletrônico (se houver), o domicílio e a residência do autor e do réu: refere-se aos elementos da ação. No caso de Mandado de Segurança, vale lembrar de que a ação é interposta contra ato da autoridade coatora. EX: AUTOR, (qualificação), por seu procurador infra-assinado (instrumento de mandato incluso), vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO DE ___[indicar o nome da ação] em face de RÉU (qualificação), pelas razões de fato ou de direito a seguir expostas: Os fatos e fundamentos jurídicos do pedido: a causa de pedir é determinada com a indicação da relação jurídica de que se trata, bem como do fato gerador. Transcrição literal e integral do caso apresentado. É imprescindível ressaltar que não se pode criar fato novo e nem inventar dados. Apresentação dos argumentos jurídicos que fundamentam a peça prático-profissional, com menção aos artigos de lei e/ou súmulas relacionadas ao caso. Profª Msª. Jéssica de Souza Lima FCP 2021.1 17 ATENÇÃO PARA AS NOSSAS ATIVIDADES: É válido ressaltar que, conforme os espelhos de prova dos últimos exames, a simples menção ou transcrição do dispositivo legal não pontua. Deste modo, é importante, portanto, a apresentação do dispositivo legal que se aplica no caso concreto, justificando-o, vale dizer, fazendo relação com o caso apresentado. Desta forma, pessoal, fiquem atentos, pois na doutrina processualista civil adota-se a teoria da substanciação pela qual os fatos integram a causa de pedir, assim, o demandante tem que indicar na inicial o fato jurídico e a relação jurídica dele decorrente. DA TUTELA ANTECIPADA / DO PEDIDO LIMINAR A depender do caso concreto, pode ser que seja necessário o requerimento de uma tutela de urgência. Sendo esta a situação da sua peça prático-profissional, entre a parte DO DIREITO e DOS PEDIDOS, você deve abrir espaço para apresentar seja DA TUTELA, seja DO PEDIDO LIMINAR. Pedido: presente na peça inicial do processo, o pedido delimita a atividade do magistrado. Com efeito, o pedido deve ser certo, determinado, devendo, pois, o autor além de delimitar a natureza do pedido, deve especificar o valor ou objeto especifico pleiteado, com ressalva das hipóteses no art. 324, § 1º do CPC. OBS: O STJ admite o pedido genérico em sede de danos morais (art. 286, II, do CPC). Ressaltamos que. é possível a cumulação de pedidos, desde que compatíveis entre si, sob pena de ser considerada PETIÇÃO INEPTA, (art. 330, 1§º, IV, do CPC). Profª Msª. Jéssica de Souza Lima FCP 2021.1 18 Valor da causa: NÃO SE ASSUSTE, AQUI É UM POUCO TENSO, MAS NECESSÁRIO. O valor da causa é o valor econômico a ela atribuído. Ou seja, o potencial proveito econômico para as partes que demandam a tutela jurisdicional. E equivale, então, à monetarização dos fatos e fundamentos jurídicos da causa. Subentende-se, assim, que é um requisito indispensável da petição inicial. E consequentemente, a sua ausência pode caracterizar inépcia da inicial, sob o risco de seu indeferimento, nos moldes do art. 330, Novo CPC. O indeferimento, contudo, não será imediato. O juiz deverá abrir prazo para emenda da inicial, indicando o conteúdo da correção. Como calcular o valor da causa O art. 292, Novo CPC, indica como o valor da causa será calculado a depender da espécie de ação. Dessa forma, ele estabelece que será o valor: 1. na ação de cobrança de dívida: a soma monetariamente corrigida do principal, dos juros de mora vencidos e de outras penalidades, se houver, até a data de propositura da ação; 2. na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico: o valor do ato ou o de sua parte controvertida; 3. na ação de alimentos: a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo autor; 4. na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação: o valor de avaliação da área ou do bem objeto do pedido; 5. na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral: o valor pretendido; 6. na ação em que há cumulação de pedidos: a quantia correspondente à soma dos valores de todos eles; 7. na ação em que os pedidos são alternativos: o de maior valor; https://blog.sajadv.com.br/peticao-inicial/ https://peticionamais.com.br/blog/indeferimento-da-peticao-inicial/?utm_source=blog%20saj%20adv https://peticionamais.com.br/blog/aditamento-da-inicial-e-emenda-novo-cpc/ https://blog.sajadv.com.br/novo-cpc-cumprimento-da-sentenca-5/ https://blog.sajadv.com.br/novo-cpc-cumprimento-da-sentenca-5/ Profª Msª. Jéssica de Souza Lima FCP 2021.1 19 8. na ação em que houver pedido subsidiário: o valor do pedido principal; 9. nas prestações vencidas e vincendas: considerar-se-á o valor de umas e outras, sendo que o valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a obrigação for por tempo indeterminado ou por tempo superior a 1 (um) ano, e, se por tempo inferior, será igual à soma das prestações (art. 292, §§ 1º e 2º). Apesar disso, o valor da causa muitas vezes causa discussões no ordenamento jurídico. Isto porque existem variedades de ações e de peculiaridades nas causas e pedidos, o que pode impactar no valor econômico atribuído a eles. Ademais, a parte contrária também poderá discutir o valor da causa, impugnando-o em preliminar da contestação. De acordo com o art. 293, Novo CPC: Art. 293. O réu poderá impugnar, em preliminar da contestação, o valor atribuído à causa pelo autor, sob pena de preclusão, e o juiz decidirá a respeito, impondo, se for o caso, a complementação das custas. Esta é uma modificação significativa do CPC/2015 em relação ao CPC/1973. Isto porque, no código anterior, a impugnação ao valor da causa era realizada em autos apartados, aumentando o tempo do andamento processual. A previsão de que a oportunidade de impugnação é no momento da contestação não apenas facilitar a defesa do réu, como contribui para a celeridade do processo. Caso a impugnação não seja realizada, entretanto, a pretensão será atingida pela preclusão. Ou seja, implicará a perda do direito de discussão posterior. O juiz, então, decidirá acerca da impugnação. E, caso haja modificações e seja o caso, determinará a complementação das custas processuais. Como se percebe, portanto, o valor da causa pode influenciar a competência para processamento. E isto envolve, sobretudo, os Juizados Especiais. https://blog.sajadv.com.br/ordenamento-juridico/ https://blog.sajadv.com.br/contestacao/ https://blog.sajadv.com.br/custas-processuais/ https://blog.sajadv.com.br/custas-processuais/ Profª Msª. Jéssica de Souza Lima FCP 2021.1 20 Juizados Especiais Estaduais Segundo a Lei 9.099/1995, serão de competência dos Juizados Especiais Estaduais as causas que não superarem 40 salários mínimos e que não se enquadrem nos incisos II, III e IV do art. 3º, os quais dispõem: II – as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de Processo Civil; III – a ação de despejo para uso próprio; IV – as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente ao fixado no inciso I deste artigo. De igual modo, ficam excluídas da competência do Juizado Especial, segundo o parágrafo 2º do art. 3º da Lei 9.099/1995, as causas: de natureza alimentar; de natureza falimentar; de natureza fiscal; de interesse da Fazenda Pública; relativas a acidentes de trabalho; relativas a resíduos; e relativas ao estado e capacidade das pessoas, ainda que de cunho patrimonial. Juizados Especiais Federais A competência para processamento nos Juizados Especiais Federais é regulada pela Lei 10.259/2001. Podem, então, ser de sua competência causas que não excedam 60 salários mínimos. Ainda, devem versar sobre conteúdode competência da Justiça Federal, exceto as causas e ações: referidas no art. 109, incisos II, III e XI, da Constituição Federal; https://blog.sajadv.com.br/prazos-lei-9-099-95/ Profª Msª. Jéssica de Souza Lima FCP 2021.1 21 as de mandado de segurança; de desapropriação; de divisão e demarcação; populares; execuções fiscais e por improbidade administrativa; as demandas sobre direitos ou interesses difusos, coletivos ou individuais homogêneos; sobre bens imóveis da União, autarquias e fundações públicas federais; para a anulação ou cancelamento de ato administrativo federal, salvo o de natureza previdenciária e o de lançamento fiscal; que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão imposta a servidores públicos civis ou de sanções disciplinares aplicadas a militares. Enfim, o valor da causa é um elemento imprescindível não apenas para a garantia do recebimento da inicial, mas também para a definição da competência. Contudo, também é essencial na advocacia para o cálculo, inclusive, dos honorários advocatícios. As provas que pretende produzir a fim de demonstrar os fatos constitutivos do seu direito: a ausência de sua indicação , poderá ocorrer a antecipação do julgamento da lide, uma vez dispensada a audiência de instrução e julgamento. A opção do autor pela realização ou não da audiência de conciliação. Requerimento de citação do réu. VAMOS AVANÇAR E.... PETICIONAR. https://blog.sajadv.com.br/mandado-de-seguranca/ https://blog.sajadv.com.br/embargos-a-execucao-fiscal/ https://blog.sajadv.com.br/guia-honorarios-advocaticios/
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