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HABILIDADES MÉDICAS GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA Habilidades Médicas Ginecologia e Obstétrica 1. ANAMNESE A Semiologia Mamária compreende um conjunto de procedimentos que visam um diagnóstico do que é normal e do que é patológico, a partir de interpretações de sintomas e sinais obtidos através da anamnese e do exame físico. As mamas, a nosso ver, merece consideração especial. A dor, se relatada, deve ser bem caracte- rizada quanto à intensidade, ritmo, característica e local. Da mesma forma, a queixa de nódulo implica em determinar o número, local, tempo de aparecimen- to, consistência, mobilidade, crescimento rápido ou não, presença de nódulos axilares e regularidade de sua superfície. Interrogar sobre a possibilidade de saída de secreção pelo mamilo e, se presente, caracterizar coloração, quantidade, saída espontânea, se é uni ou bilateral, se por um ou mais ductos. 2. INSPEÇÃO Estática e dinâmica Antes de começar, sempre verificar consentimento da paciente, além de exigir testemunha no local e boa iluminação e privacidade. Estática - FORMA globosa, plana, pendente, tuberosa - AREOLA tamanho, coloração, forma e simetria - MAMILO protuso, semiprotuso, hipertrófico e invertido. Invertido: Ocorre devido encurtamento dos ductos lactíferos. É normalmente congênito; se a alteração aparecer após os 40 anos, deve-se investigar. A correção é cirúrgica - SIMETRIA - OUTROS Alterações de superfície mamária: depressões, abaulamentos, contorno, textura, descamações, sinais flogísticos, cicatrizes, pele, rede venosa, lesões... Dinâmica - Movimento dos braços para cima e para baixo por algumas vezes repetidas − Posicionar os braços no quadril e retrair os ombros para frente − Inclinar-se para frente com os braços estendidos 3. PALPAÇÃO Palpação: realizamos esta etapa do exame físico na seqüência da inspeção dinâmica, aproveitando o fato das pacientes estarem sentadas, e o realizamos em dois tempos distintos, quais sejam: palpação das cadeias ganglionares e a palpação das mamas, sempre bilateralmente. Gânglios Para a palpação da cadeia linfática axilar direita, deve-se deixar o braço direito da paciente solto ao longo do corpo, ou apoiado ou sustentado pelo braço direito do examinador, enquanto com a mão esquerda, este faz a palpação. Para a cadeia linfática do lado esquerdo, inverte-se o braço de apoio e a mão que palpa, ou seja, mão direita palpa axila esquerda e mão esquerda palpa axila direita (Figura 7). Deve-se observar a presença de gânglios, localização dos mesmos, tamanho, consistência, mobilidade, relação entre si, aderência a planos profundos e eventuais ulcerações. Da mesma forma, todos os achados devem ser criteriosamente anotados Mamas: Com a paciente em decúbito dorsal e com as mãos atrás da cabeça, divide-se a mama em 4 quadrantes e então faz-se movimentos circulares com a polpa digital, repetindo este processo 2 vezes (1° vez mais superficial, 2° vez mais profunda. Para a palpação das mamas, a paciente deve estar em decúbito dorsal, de forma que toda a mama se distribua sobre a parede torácica. Os braços devem estar elevados com as mãos atrás da nuca. Deve-se utilizar a ponta e a polpa digital dos dedos indicadores, médios, anulares e mínimos (Figura 8). Movimentos de dedilhamento, de massagem e de deslizamento das mãos podem aumentar a sensibilidade do examinador, como também a pressão variável sobre as mamas. Achados como nódulos, espessamentos, consistência do parênquima, temperatura e dolorimento devem ser criteriosamente anotados. Para a descrição mais acurada do local onde a alteração se encontra na mama, dividimos a mama em quatro quadrantes, direitos ou esquerdos. Dinâmica: esta etapa do exame físico é feita com a paciente na mesma posição anteriormente descrita, e engloba três manobras distintas que visam mobilizar a glândula mamária sobre a parede torácica. Habilidades Médicas Ginecologia e Obstétrica Além destas informações, a descrição da lesão pode ser feita de forma bastante precisa tomando-se como referência um mostrador de relógio e a distância do CAM onde está a lesão EXAME GINECOLÓGICO - mamas Expressão terminamos a palpação com a expressão das mamas, bilateralmente (Fig. 10). Deve-se fazer ordenha, de forma firme, porém delicada. Os movimentos devem ser abrangentes, estendendo-se da base da mama até o CAM e de forma radiada. Caso ocorra a descarga papilar, devemos observar sua característica (líquida, oleosa ou pastosa), coloração (hialina, leitosa, sanguinolenta ou escura), volume, número de ductos excretores, bilateralidade e a presença de ponto gatilho, ou seja, ponto que ao ser tocado produz derrame papilar. Gravidez durante a gravidez as mamas sofrem considerável variação em volume e, às vezes em forma, devido ao grande estímulo hormonal decorrente da gestação. Pode ocorrer dolorimento e aumento da consistência do parênquima mamário. As aréolas apresentam pigmentação, tornando-se mais escuras, sofre alargamento de seu diâmetro e há maior proeminência dos tubérculos de Montgomery, que são glândulas sebáceas presentes na aréola. A rede venosa superficial sofre dilatação e é chamada de rede venosa de Haller. Em conseqüência do aumento de volume, pode ocorrer o aparecimento de estrias cutâneas. Da mesma forma, a presença de colostro pode ser verificada, com aumento do volume à medida que a gravidez avança. BI RADS • É um acrônimo para Breast Imaging-Reporting and Data System • Classificação desenvolvida para ser utilizada originalmente com a mamografia, mas com classificação similar já utilizada para ultrassonografia EXAME ANORMAL Características clínicas sugestivas de: − Benignidade: mobilidade, fibroelástico, pele livre, descarga papilar multiorificial e bilateral, linfonodos pouco palpáveis, axilas livres − Malignidade: fixo, endurecido, pele aderida, descarga papilar espontânea sero- sanguinolenta uniductal, linfonodos aumentados de volume e palpáveis CARACTERÍSTICAS DO NÓDULO 1) Localização 2) Tamanho – Duas dimensões (cm) 3) Forma – Oval, arredondado, lobulado 4) Delimitação – Bem/Mal delimitado 5) Consistência – Amolecida, endurecida, elástica, firme 6) Mobilidade – Móvel, pouco móvel, fixo 7) Sensibilidade – Doloroso ou indolor Para melhorar a localização, recomenda-se especificar a distância em cm do nódulo em relação a aréola e ao mamilo Ex: QSLD, 10h, X cm da aréola, Y cm do mamilo Outras possíveis localizações: Retroareolar, transição entre quadrantes, prolongamento axilar da mama Habilidades Médicas Ginecologia e Obstetrícia EXAME GINECOLÓGICO - genital 1. ANAMNESE A consulta ginecológica começa, como em outras áreas da medicina, pela anamnese, tempo dos mais importantes. Marca o primeiro contato do médico com a paciente e deve ser o início de uma relação de confiança mútua. EXAME FÍSICO GINECOLÓGICO: O exame ginecológico engloba o exame das mamas, o exame da vulva, da vagina, do útero e dos anexos uterinos 2. INSPEÇÃO Antes de começar, sempre verificar consentimento da paciente, além de exigir testemunha no local e boa iluminação e privacidade. OBS: No exame das genitálias, além de uma boa iluminação ambiente, é necessário um foco luminoso Posicionamento: Paciente em decúbito dorsal, com as pernas fletidas e joelhos afastados. Quando os joelhos estão apoiados, denomina-se posição de litotomia. Também há a possibilidade do exame em posição genitupeitoral, porém não é muito utilizada. 2.1 VULVA: Na vulva deve-se examinar o monte de Vênus superiormente, grandes e pequenos lábios lateralmente, o vestíbulo vulvar, o clitóris, o meato uretral externo, as glândulas de Bartholin, a fúrcula vaginal, o hímen e o períneo, posteriorment. 2.2 MONTE DE VÊNUS: é formado por coxim gorduroso cuja pele é recoberta por pêlos, glândulas sudoríparas e sebáceas. É zona erógena e a distribuição pilosa deve ser triangular de base, voltada superiormente.2.3 GRANDES LÁBIOS: atingem seu desenvolvimento, após a puberdade e tendem à atrofia, após a menopausa. São homólogos do escroto e, analogamente, podem ser estimulados pelos androgênios. Fazem a proteção da parte mediana da vulva e são sede freqüente de lesões infecciosas (granuloma, herpes, condilomas e outros) ou transformações malignas. 2.4 PEQUENOS LÁBIOS: são recobertos por pele pigmentada e glândulas sudoríparas. Superiormente, formam o prepúcio cli- toridiano e, inferiormente, dissimulam-se nos grandes lábios. São estrogênios- dependentes e ricamente vas- cularizados. Durante a excitação sexual, aumentam de tamanho (congestão vascular) e podem variar em cor, tornando-se vermelho vivo ou vinhoso. 2.5 VESTÍBULO VULVAR: clitoris + peq. Lábios + fúrcula vaginal. É nele, observa-se os orifícios da uretra, da vagina e dos canais das glândulas de Skene e Balrtholin. 2.5 -1 CLÍTORIS: mede cerca de 1 cm e é a porção mais erógena do trato genital feminino. Durante a excitação, sofre fenômeno de ereção, aumentando de tamanho e consistência. MEATO URETRAL EXTERNO situa-se abaixo do clitóris e pode apresentar, ocasionalmente, carúnculas uretral, que pode ser devido a processo granulomatoso ou an- giomatoso. GLÂNDULA DE BARTHOLIN: situam-se às 4 e 8 horas no coxim adiposo dos grandes lábios. Em geral, não são palpáveis e os óstios de seus ductos, raramente, visíveis. Podem ser sede de cistos ou abscessos. FÚRCULA VAGINAL: A fúrcula vaginal resulta da fusão dos grandes lábios na região mediana posterior. É o local onde, habitualmente, se encontra corrimento quando se realiza o exame ginecológico. Delimita anteriormente a fosseta navicular. PERÍNEO: O períneo é a região entre a fúrcula vulvar e o ânus. É a base de uma cunha fibro-muscular com, aproximadamente, 4 cm de extensão. Pode ser sede de roturas que são classificadas em 3 graus: I) quando acomete apenas a mucosa; II) quando aco- mete os planos musculares porém preservando o mús- culo esfincteriano; III) quando a rotura atinge o esfíncter anal externo. HÍMEN: hímen separa o ves- tíbulo vulvar da vagina, sendo uma estrutura fibrosa que se rompe quando da primeira re- lação sexual, formando os res- tos himenais. Habilidades Médicas Ginecologia e Obstetrícia HÍMEN: Após parto nor- mal, os restos himenais são, am- plamente, separados e formam as carúnculas mirtiformes ou himenais (Figura 1). Ocasio- nalmente, pode existir hímen elástico (complacente) que não se rompe às relações. 2.6 ACHADOS CLÍNICOS DURANTE O EXAME EXTERNO 2.6-1 HÍMEN IMPERFURADO: pode ter retenção de fluxo menstrual 2.6-2 CARCINOMA VULVAR 2.6-3 LÍQUEN PLANO VULVAR Se apresenta como pápulas ou placas eritematosas e eventualmente descamativas ou erosadas da região vulvar, onde o prurido é sua principal manifestação. Ocupam com maior frequência a face interna dos lábios menores na forma erosiva. 2.6-4 LÍQUEN ESCLEROSO E ATROFIO GENITAL É uma dermatose inflamatória crônica e benigna, predominando na região genital feminina. Acomete mais a faixa etária da mulher adulta e principalmente no período pós-menopausal. Caracteriza-se pela presença do prurido vulvar associado com o aparecimento de pápula branco-nacaradas, que podem agrupar-se e assumir progressivamente aspecto apergaminado na pele. 2.6-5 VITILIGO 2.6-7 BARTHOLINITE Para casos recorrentes, sugere-se cirurgia. Pode ser bartolinectomia (retirada cirúrgica da glândula) ou a marssuperização. 2.6- 8 SKENITE As glândulas de Skene são de difícil visualização e não são palpáveis. São responsáveis pela secreção de um líquido esbranquiçado, principalmente durante a ejaculação feminina. Quando obstruídas, podem crescer e formar cistos – Skenite TIPOS DE HÍMEN 2.6-9 IST’s HERPES Lesões vesiculares, hiperemiadas, pruriginosas e muito dolorosas. Acomete tanto homens quanto mulheres. SÍFILIS Sífilis/Cancro Duro – Treponema pallidum (bactéria) É uma lesão ulcerada, indolor, com bordos elevados. Período de incubação de aproximadamente 3 semanas Habilidades Médicas GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA Caracteriza-se por múltiplas lesões (na maioria dos casos) dolorosas, ulceradas, com bordas irregulares e contornos eritemato-edematosos. Podem apresentar exsudato necrótico amarelo. Tem odor fétido e pode apresentar tecido de granulação EXAME DOS GENITAIS INTERNOS Começa-se o exame dos genitais internos pelo exame da vagina. Para o exame da vagina, utiliza-se espéculo bivalvar, e observa-se as paredes vaginais quanto à sua coloração que deve ser rósea, quanto à sua rugosidade, que é normal durante o menacme, quanto ao seu trofismo, quanto ao seu comprimento e elasticidade, os fundos de sacos laterais, anteriores e posteriores e a presença de secreção ou corrimento. CORRIMENTO VAGINAL Se este estiver presente, verificar quantidade, cor, odor, se fluido ou não, pre- sença de bôlhas e sinais inflamatórios associados. Lembrar que o epitélio endocervical produz muco hialino fisiológico que pode ser confundido com cor- rimento infeccioso pelas pacientes COLO UTERINO Observa-se na seqüência o colo uterino quanto à coloração, forma, volume e forma do orifício externo (OE) que deve ser puntiforme nas nulíparas e em fenda transversa nas multíparas, presença de muco no orifício, caracte- rísticas deste muco, situação do colo quanto ao eixo vaginal, presença de ectopia (crescimento do epitélio glândular endocervical, além do OE) EXAME ESPECULAR • Espéculo: Instrumento médico utilizado para avaliar uma cavidade difícil de ser avaliado 1) Segurar o espéculo fechado com a mão não-dominante, e com a mão dominante afastar os grandes lábios e introduzi-lo de forma oblíqua e com a borboleta para baixo 2) Conforme introdução, ir suavemente girando o espéculo até que ele fique na posição correta 3) Quando completamente introduzido, girar a borboleta para abrir o espéculo. 4) Analisar as estruturas (colo uterino) e fazer coleta, se necessário 5) Fechar o espéculo (nunca totalmente) e posicionar um dos dedos entre a fechadura, para evitar lesões. 6) Retirar o espéculo, gradativamente voltando para a posição inicial (obliqua) COLPOSCÓPIO Aparelho utilizado para ampliar a imagem, facilitando a observação de lesões cervicais PREVENTIVO/ PAPANICOLAU/ ESFREGAÇO CERVICO- VAGINAL/ COLPOCITOLOGIA É um exame de rastreio. O câncer só é diagnosticado com biópsia Contraindicações: Virgens Tempo: 5 minutos Detecta principalmente: lesões precursoras, clamídia, sífilis, gonorreia, HPV, candidíase, tricomoníase Materiais: Swab, escova endocervical, espátulas de Ayre, fixador, lâminas de vidro, coletor e caneta − Para a coleta na ectocérvice utiliza-se a espátula de Ayre, do lado que apresenta reentrância. Encaixar a ponta mais longa da espátula no orifício cervical externo, apoiando-a firmemente, fazendo uma raspagem em movimento rotativo de 360° em torno de todo o orifício, para que toda a superfície do colo seja raspada e representada na lâmina, procurando exercer uma pressão firme, mas delicada, sem agredir o colo, para não prejudicar a qualidade da amostra. − Para a coleta na endocérvice, utilizar a escova endocervical. Recolher o material introduzindo a escova endocervical e fazer um movimento giratório de 360°, percorrendo todo o contorno do orifício cervical. AVALIAÇÃO DA INCONTINÊNCIA Examinador deve se posicionar de pé, ao lado da paciente. Observar o meato uretral e pedir que a paciente realize a manobra de valsava, e então avaliar se há perda de urina. AVALIAÇÃO DE PROLAPSOS ➢ Cistocele Prolapso da parede vaginal anterior – Descida da bexiga. Tratamento: cirúrgico – colpoperineoplastia anterior ➢ Prolapso Uterino Habilidades Médicas GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA ➢ Prolapso da parede vaginal posterior – Retocele ou Enterocele TOQUE Realizar o exame em pé, de frente para a paciente. • O toque pode ser: UNIDIGITAL Realizar com o dedo indicador a palpação de algumas regiões estratégicas, como:regiões parauretrais (glândulas de Skene), região abaixo da uretra, região das glândulas de Bartolini e tônus vaginal BIDIGITAL Após este tempo do exame, fazemos o toque bidigital bimanual. O toque é feito, após calçar luva de borracha de tamanho apropriado, e lubrificá-la com vaselina. Os dois dedos que tocam devem estar em extensão, e o quarto e quinto dedo devem estar fletidos sobre os metacarpos. E o polegar em adução de 90o. A introdução dos dedos farse-á após afastamento dos lábios genitais, deprimindo-se a fúrcula com o bordo cubital dos mesmos, até que se alcance a cavidade vaginal. Explora-se o tônus muscular perineal e, em seguida, as paredes da vagina. Superiormente, faz-se a exploração da bexiga; posteriormente, do reto; lateralmente, das paredes pélvicas. Em seguida, palpa-se os fundos de saco anterior e posterior, à procura de possíveis massas. Neste exame deve-se sentir: as paredes da vagina e o colo (avaliar consistência, mobilidade, sensibilidade, orifício). É o toque realizado em gestantes em trabalho de parto para avaliar a dilatação cervical BIMANUAL Bimanual – Posicionar os dedos no colo com a mão dominante, e com a outra mão apalpar o abdômen da paciente, imobilizando o útero. Desta forma, é possível avaliar o volume uterino, seus contornos, sua mobilidade, tamanho e sensibilidade. Também recomenda- se deslocar a mão lateralmente, procurando anexos (ovários e tubas, normalmente não palpáveis, exceto em pacientes muito magras) Útero normal: piriforme, 7 cm, regular, móvel, indolor Condições que podem ser encontradas: útero retrovertido Habilidades Médicas GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA Retovaginal/retal – Não é obrigatório. É realizado em casos de suspeita de neoplasias. O toque retovaginal é feito em forma e movimento de tesoura: dedo indicador na vagina e dedo médio no ânus. Os dedos não devem se encontrar – deve haver estruturas entre eles. ACHADOS CLÍNICOS DO EXAME DA GENITÁLIA INTERNA ➢ Ectopia É uma condição saudável, em que o colo fica com coloração avermelhada. Ocorre por contato com hormônios femininos (principalmente estrogênio). Deixa o colo mais susceptível a lesões e infecções (principalmente HPV), pois deixa o tecido mais delicado. É comum na adolescência, em pacientes gestantes, pacientes em uso de anticoncepcionais orais, obesas, etc ➢ Pólipos Endocervicais São projeções da mucosa do canal do colo do útero, podendo gerar sangramentos vaginais fora do período da menstruação ou após relações sexuais. Podem ser sésseis ou pediculados. Podem se localizar dentro do colo do útero ou em sua porção externa. Os localizados na porção externa são diagnosticados no exame de rotina, e podem ser removidas no próprio laboratório, através de torção. É uma condição benigna – a chance de evoluir para malignidade é muito baixa (0,5%). Habilidades Médicas GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA OBSTETRÍCIA PRÉ-NATAL Tem como principal objetivo diminuir a morbimortalidade materno infantil, garantindo a saúde da mãe e do feto durante toda a gravidez e o parto, identificando situações que possam aumentar o risco de desfechos desfavoráveis Deve ser iniciado o mais precoce possível – 1° trimestre. Para iniciar o pré-natal, basta apresentar o exame Beta- HCG positivo Um pré-natal deve ter, no mínimo, 6 consultas Antecedentes Obstétricos − G – Gesta – Gestações − P – Para – Paridade (pode ser PN ou PC) − A – Abortos − E – Ectópica − M – Molar − Primigesta: 1° gestação − Nuligesta: nunca gestou − Primípara: parturiente do 1° concepto − Multigesta: gestou múltiplas vezes − Nulípara: nunca pariu − Paucípara: pariu poucas vezes (até 3) ANAMNESE − Peso prévio e altura − Sinais e sintomas na gestação em curso − Hábitos alimentares − Medicações em uso − Internações − Hábitos: tabagismo/etilismo/ilícitos − Ocupação habitual − Aceitação da gestação - Dum - Idade gestacional DUM DUM (data da última menstruação) - É o dia que começou a última menstruação da paciente - É importante para determinar a DDP (data provável do parto) - Cálculo da data provável do parto (DPP): Considera-se que a gravidez tem em torno de 280 dias, considerando a data da última menstruação (DUM), que é contada a partir do primeiro dia da última menstruação. . Exemplo: DUM = 03/03/2017 → dia + 7 / mês + 9 → 10/12/2017. DPP: utilizando a DUM. DIA: + 7 dias MÊS: + 9 (se janeiro, fevereiro e março) ou - 3 (se abril até dezembro). Se a soma dos 7 nos dias, ultrapassar o mês, em vez de subtrair 3 nos meses, subtrai apenas 2. Exemplo: DUM = 25/03/2017 → dia + 7 / mês - 2 → 01/01/2018 Se o ano for bissexto e durante a conta ultrapassar o mês de fevereiro, em vez de somar +7 aos dias, soma-se +6. IDADE GESTACIONAL - Cálculo da idade gestacional: Soma-se o número de dias desde o primeiro dia da última menstruação até à data desejada (data da consulta) e divide o resultado obtido por sete. Exemplo: DUM = 03/03/2017 → hoje: 28/08/2017 → 178 dias / 7 = 25 semanas e 3 dias. - Quando a divergência for menor que 7 dias, seguir a DUM ao invés da USG. Quando a divergência for superior a 7 dias, seguir a USG. EXAME OBSTÉTRICO Medida da Altura Uterina Borda superior do pube até o fundo uterino com borda cubital da mão Em média: 4cm/mês Causas de altura uterina menor que a esperada: Erro de data, retardo no crescimento fetal, oligoâmnio, morte fetal Causas de altura uterina maior que a esperada: Erro de data, macrossomia, polidrâmnio, mioma, gemelar, mola • Ruptura Prematura de Membranas Ovulares/ Amniorrexe Prematura ou ruptura das bolsas das águas − Ocorre em cerca de 10% das gestações (80% ocorre nas gestações a termo). − RPMPT (antes das 37 semanas): causa 30% dos partos prematuros e 20% das mortes perinatais. − Fatores de risco: tabagismo, vaginose bacteriana, deficiências nutricionais, etc. − Diagnóstico: anamnese + EF (especular – detecção de saída de líquido pelo orifício) Perda liquida significativa via vaginal (líquido transparente, amarelo esverdeado ou purulento), odor de água sanitária ou sêmen. Não é doloroso. − Diagnóstico diferencial: incontinência urinária, secreções fisiológicas, candidíase, vaginose, tricomoníase Habilidades Médicas GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA ESTÁTICA FETAL São as relações entre o feto e a pelve materna 1) Situação: situação entre os maiores eixos longitudinais materno e o fetal − Longitudinal − Transverso − Oblíquo 2) Apresentação: polo fetal que se apresenta ao estreito superior da pelve materna − Cefálica – 95,6% dos casos − Pélvica − Córmica (Espádua) – 0,5% dos casos 3) Posição: relação do dorso fetal com o lado direito ou esquerdo da mãe − Direita − Esquerda Habilidades Médicas GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA PALPAÇÃO DO ÚTERO (MANOBRAS DE LEOPOLD- ZWEIFEL) É feita visando o reconhecimento do feto, sua situação, apresentação e posição, com a paciente em decúbito dorsal, ventre descoberto e bexiga vazia As mãos do examinador devem estar limpas e aquecidas As manobras de Leopold são feitas em 4 tempos: 1) Exploração do fundo − É a exploração do fundo uterino, com ambas as mãos deprimindo a parede abdominal com as bordas cubitais das mãos; − Superfície mais volumosa e irregular – Polo pélvico − Superfície regular e resistente (ossos) – Polo cefálico 2) Exploração do dorso (D/E) − Ao deslizar as mãos do fundo uterino para o polo inferior, tenta-se palpar o dorso fetal e os membros, de um ou outro lado do útero − A região dorsal fetal apresenta-se como superfície resistente e continua. 3) Exploração da mobilidade − Visa a exploração da mobilidade do polo que se apresenta em relação ao estreito superior − Apreender o polo entre o polegar e o médio – movimentos de lateralidade que indicam o grau de penetração na apresentação (mais móvel - menos “encaixado”). 4) Apresentação do feto − Examinador volta suas costas para a cabeça da paciente, colocando as mãos sobre as fossas ilíacas − Com as extremidades dos dedos, palpa-se a pelve para tentar reconhecer o polo cefálicoou pélvico para determinar a apresentação do concepto AUSCULTA DOS BATIMENTOS CARDÍACOS FETAIS (BCF) • Informa se o concepto está vivo • Vitalidade (acelerações) • 120 – 160 bpm • Métodos: Sonar – 12 semanas (mais utilizado) Pinard – 20 semanas PARTO VAGINAL Parturiente: Mulher grávida que se encontra em trabalho de parto Trabalho de Parto: É a sequência de contrações uterinas coordenadas e involuntárias que resultam no apagamento e dilatação do colo uterino, simultaneamente a descida fetal, e quando associadas aos puxos e contrações voluntarias da parede abdominal, na expulsão dos produtos da gestação. Como identificar: Anamnese + Exame Físico Mecanismo de Parto: São os movimentos passivos que o feto executa no transcurso do canal de parto. Habilidades Médicas GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA 1) Encaixamento ou Insinuação − Passagem da maior circunferência da apresentação através do estreito superior da pelve − Plano 0 de Lee 2) Descida − Movimento da cabeça turbinal: à medida que o polo cefálico gira, progride no seu trajeto descendente 3) Rotação interna da cabeça − Polo cefálico faz rotação no sentido anteroposterior de saída do canal − Com a rotação interna e a progressão no canal, ocorre a penetração das espáduas no estreito superior da pelve 4) Desprendimento da cabeça − Terminado o movimento de rotação, o suboccipital coloca-se sob a arcada púbica − Movimento de deflexão 5)Rotação externa da cabeça e rotação interna das espáduas − Após desvencilhar-se, cabeça sobre nova flexão e rotação de 1/4 a 1/8 de circunferência − Ombro anterior vai se colocar sobre a arcada púbica; o posterior, em relação com o assoalho pélvico 6) Desprendimento das espáduas − Tendo o feto os braços cruzados para diante do tórax, a espádua anterior transpõe a arcada púbica e aparece através do orifício vulvar − Para libertar o ombro posterior, e tendo que acompanhar a curvatura do canal, o tronco há de sofrer movimento de flexão lateral − O restante do feto não oferece resistência para o nascimento TEMPO DOS MECANISMOS DE PARTO
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