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CRMINIOLOGIA - CONCEITO, OBJETO E NOÇÕES FUNDAMENTAIS

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Material elaborado por Aryele Viana e Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc e @vianaryele 
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SUMÁRIO 
 
1. CONCEITO: ......................................................................................................................... 3 
2. OBJETO DA CRIMINOLOGIA: ......................................................................................... 3 
3. MÉTODO CIENTÍFICO: ..................................................................................................... 4 
3.1. EMPIRISMO: ............................................................................................................... 4 
3.2. MÉTODO ADOTADO PELA CRIMINOLOGIA X MÉTODO ADOTADO PELO 
DIREITO PENAL: .................................................................................................................... 5 
4. DELITO: ............................................................................................................................... 6 
5. DELINQUENTE: .................................................................................................................. 8 
5.1. RELAÇÃO DELITO – DELINQUENTE:.................................................................... 8 
5.1.1. Concepção Clássica: .............................................................................................. 8 
5.1.2. Concepção positivista ............................................................................................ 9 
5.1.3. Concepção Correcionalista: ................................................................................. 10 
5.1.4. Concepção Marxista: ........................................................................................... 10 
6. VÍTIMA: ............................................................................................................................. 11 
6.1. FASES HISTÓRICAS: ............................................................................................... 11 
6.2. VITIMOLOGIA (IMPORTANTÍSSIMO): ................................................................ 12 
6.3. VÍTIMA: ..................................................................................................................... 12 
6.3.1. Classificação de vítima segundo Mendelssohn: .................................................. 13 
6.3.2. Classificação de vítima segundo Jimenez de Asúa: ............................................ 13 
7. VITIMIZAÇÃO: ................................................................................................................. 13 
7.1. GRAUS DE VITIMIZAÇÃO: .................................................................................... 14 
QUESTÕES: ............................................................................................................................... 15 
 
 
 
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CRIMINOLOGIA 
 
ADVERTÊNCIA INICIAL: 
Queridos, inicialmente cumpre ressaltar a tamanha importância da 
criminologia para as carreiras jurídicas, sobretudo para a carreira de 
Delegado de Polícia, visto que se trata de um dos pilares das ciências 
criminais que junto com as Políticas e o Direito Penal representam grande 
número de questões em concursos e sobretudo carregam importante análise 
sobre o fenômeno criminológico na sociedade ao longo do tempo. 
Dito isto, passaremos ao efetivo estudo da matéria. 
 
1. CONCEITO: 
A criminologia é a ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa 
do estudo do crime, da pessoa do infrator, da vítima e do controle social do 
comportamento delitivo, e que trata de fornecer uma informação válida, 
contrastada, sobre a origem, dinâmica e variáveis principais do crime – 
contemplando este como problema individual e como problema social - , 
assim como sobre os programas de prevenção eficaz desse e técnicas de 
intervenção positiva do homem delinquente e nos diversos modelos ou 
sistemas de respostas ao delito (GARCIA-PÁBLOS DE MOLINA). 
A criminologia é uma ciência social que se dedica a observação dos 
fatores que levam à prática criminosa. Não se dedicando exclusivamente 
ao estudo do crime, como veremos logo adiante. 
 
 
2. OBJETO DA CRIMINOLOGIA: 
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Como dito anteriormente, a criminologia não se limita ao estudo e 
análise apenas do crime, mas também do delinquente/infrator, da vítima do 
fenômeno delitivo e do controle social utilizado para intervir. 
 
Como pode-se concluir, a criminologia é uma ciência social de 
observação que não pode ser confundida com ciência jurídica, como será 
distinguindo posteriormente. Modernamente a criminologia objetiva não 
apenas observar o fenômeno criminoso, mas também apresentar soluções de 
forma a prevenir o fenômeno criminoso. 
 
3. MÉTODO CIENTÍFICO: 
 
A criminologia é uma ciência não valorativa que adota um método 
científico próprio, que a diferencia das demais ciências criminais. 
 
3.1. EMPIRISMO: 
A criminologia é uma ciência do ser, empírica, cujo conhecimento 
provém da experiência; e não do dever ser, normativa, como acontece no 
Direito, que é uma ciência do dever ser e parte de um dogma que serve de 
CRIME
INFRATOR
VÍTIMA
CONTROLE 
SOCIAL
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parâmetro para comparação de uma conduta que ocorra na realidade de 
determinada sociedade. 
A criminologia não se importa com a valoração do 
comportamento, mas busca a compreensão deste para identificar eventuais 
causas para a adoção daquele comportamento, sem defini-lo como bom ou 
ruim, apontando quais fatores determinam para que ele ocorra, quais pessoas 
atingem com o fito de preveni-lo pois parte da premissa de que o crime afeta 
a vida harmônica em sociedade. 
Empirismo significa a análise de um fenômeno (neste caso, não 
proveniente da natureza) mas sim, o fenômeno social, das relações sociais e 
identificação da prática da conduta delitiva pelos indivíduos inseridos na 
sociedade. 
 
3.2. MÉTODO ADOTADO PELA CRIMINOLOGIA X 
MÉTODO ADOTADO PELO DIREITO PENAL: 
 
“O jurista parte de premissas corretas para deduzir delas as 
oportunas consequências (método dedutivo)”. – Teoria Pura do Direito 
(Hans Kelsen). 
 
É o que ocorre por exemplo no art. 121 do Código Penal que tipifica 
o crime de homicídio. No seu caput o artigo trás como descrição: “matar 
alguém”, cominando uma penalidade para tal feito. 
Imagine que em determinado jogo de futebol, determinado torcedor 
inconformado com sua derrota, discute com um torcedor do time contrário e 
no calor do momento enfia uma faca na cavidade abdominal do torcedor 
adversário, em tal caso será feita subsunção da conduta ao tipo penal citado. 
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Isto é utilizar o método dedutivo, por isto fala-se que o Direito é uma ciência 
dogmática. 
O mesmo não ocorre com a criminologia, o criminólogo analisa 
dados e induz as correspondentes conclusões (método indutivo). Se parte 
da observação de um fator social que ocorre na comunidade/sociedade para 
tentar explicar o porquê do comportamento subsequente. Idealize a seguinte 
situação, dados estatísticos mostram uma mancha criminal em determinada 
região da cidade, a partir das primeiras horas da noite, os criminólogos se 
preocupam em questionar porque tal fenômeno acontece, investigando quais 
fatores daquele local podem influenciar para tanto, chegando-se à conclusão 
de que naquela região há uma grande quantidade de bares onde as pessoas 
ingerem bebidas alcoólicas e aí surgem maiores chances da prática de crimes 
violentos. 
Observe que não foi realizada nenhuma valoração de tais 
comportamentos, mas apenas a análise das causas e concausasdo 
fenômeno delitivo, a partir de tais estudos é elaborado um relatório com 
dados a serem fornecidos para o gestor público para que resolva o problema 
da mancha criminal, adotando medidas. 
 
 
4. DELITO: 
 
Comportamento socialmente inadequado, interpretado como 
comportamento desviante com relação ao que se espera do cidadão 
cumpridor de seus deveres. 
O delito se apresenta, antes de tudo, como um problema social e 
comunitário, que exige do examinador uma determinada atitude (empatia) 
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para se aproximar dele. (GARCIA-PÁBLOS DE MOLINA). Ou seja, é 
colocando-se no lugar do outro que o examinador será capaz de 
aproximar-se da ocorrência do fenômeno criminoso. 
 
ATENÇÃO: O delito, para a criminologia, deve atingir a sociedade 
como um todo e afligi-la. Caso não ocorra, não poderá ser considerado de 
interesse criminológico. 
 
De acordo com a doutrina, existem determinados elementos 
fundamentais que atraem o estudo criminológico do delito (SHECAIRA). 
Vejamos: 
Elementos Fundamentais: 
a) Incidência massiva da população; 
b) Incidência aflitiva do fato praticado; 
c) Persistência espaço temporal do fato que se quer 
imputar delituoso; 
d) Inequívoco consenso a respeito de sua etiologia e de 
quais técnicas de intervenção seriam mais eficazes para seu 
combate; 
 
Esses quatro elementos são essenciais para que se adote a 
criminologia com a finalidade de explicar um fenômeno social. 
 
Passemos agora ao estudo do delinquente... #VenceOsono #Foco 
 
 
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5. DELINQUENTE: 
 
O autor da conduta delitiva e suas características que o definem como 
capaz de cometer certos comportamentos derivantes. 
O delinquente, durante muito tempo, ocupou o maior espaço do estudo 
criminológico. A criminologia mais moderna, no entanto, divide a 
importância do estudo do delinquente com o delito, propriamente dito, a 
vítima e o controle social. 
Logo mais afrente, estudaremos as escolas criminológicas e 
constataremos que o delinquente, durante muito tempo, foi o alvo principal 
de estudo dos criminólogos, onde buscava-se por meios da análise de seus 
aspectos os motivos para a prática da conduta delitiva. Com o passar do 
tempo, e a modernização da criminologia, passou-se a dar mais importância 
aos fatores sociais do que os fatores individuais, para explicar o surgimento 
do fenômeno criminoso. 
 
5.1. RELAÇÃO DELITO – DELINQUENTE: 
As concepções que sustentam a relação entre o delito e delinquente 
são quatro: 
a) Clássica; 
b) Positivista; 
c) Correcionalista; 
d) Marxista. 
 
5.1.1. Concepção Clássica: 
Fala-se em escola clássica do direito penal e não da criminologia, 
porque esta nomenclatura foi atribuída quase 100 anos depois, no fim do 
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século XIX com a publicação da obra de RAFAELO GAROFFALO com a 
publicação da obra Criminologia. 
A concepção clássica montou a figura do delinquente a partir de um 
modelo de homem ideal. Derivada da ideia de Contrato Social de Rosseau, a 
prática do delito decorreria do livre arbítrio. 
Para a concepção clássica, o delinquente era uma pessoa que recebeu 
um presente divino, a liberdade, e por não saber utilizar tal presente, o 
indivíduo devia ser responsabilizado por ter causado o mal a seu comum, ou 
seja, a pena aplicada pelo Estado seria apenas retributiva do mal causado 
pelo crime. 
O livre arbítrio se traduz em ter a capacidade de entendimento do 
caráter ilícito do fato e mesmo assim fazê-lo. 
 
5.1.2. Concepção positivista 
Na concepção positivista, o homem não vem pronto, ele é fruto das 
intervenções de fatores múltiplos (naturais e sociais). Nesta concepção, o 
homem se torna criminoso em razão de um determinismo biológico ou 
social. 
Inicialmente a preocupação era identificar quais seriam os motivos 
biológicos que determinavam que determinado cidadão nasceu para cometer 
crimes. O cidadão poderia fazer o que fosse, mas o cometimento de crime 
estaria intrinsecamente ligado aos seus fatores biológicos. 
Foi LOMBROSO, um médico, que com a publicação da obra: 
Antropologia criminológica, inaugurou esta vertente de análise do fenômeno 
criminoso, buscando em aspectos físicos, biológicos, cérebro, formação do 
crânio, dentre outras características, o padrão determinante para a prática 
criminosa. 
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Tal concepção não desapareceu totalmente como surgimento de outras 
vertentes de estudo. No século XIX ainda temos representantes italianos de 
tal concepção, na Alemanha temos Von List que também eram simpatizantes 
de tal concepção positivista. 
Vale acrescer, que a Alemanha Nazista se baseou, em parte, em tal 
concepção para promover a disseminação da ideologia da busca de uma raça 
pura (eugenia), exterminando cidadãos que apresentassem características 
diferentes da raça ariana, criando uma estigmação dos indivíduos que 
apresentassem tais aspectos diferentes. 
 
5.1.3. Concepção Correcionalista: 
Contemporânea aos criminólogos italianos, mas originária da 
Alemanha no século XIX. 
O delinquente é visto como um ser inferior, que não consegue usufruir 
da liberdade que lhe foi dada. Concepção paternalista, onde o Estado diminui 
a figura do homem e entende que este deve ser guiado, em face da sua 
debilidade. 
E é esta debilidade que justifica a aplicação da pena perpétua, estando 
o indivíduo doente, precisando ser tratado e correspondente ao tratamento a 
pena, a pena perdura enquanto perdurar a enfermidade, podendo perdurar por 
toda a vida. 
 
5.1.4. Concepção Marxista: 
Atribui a figura do crime a situações econômicas socialmente 
impostas que alteram o delinquente e fazem que este seja levado ao 
cometimento de delitos. 
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O delinquente é uma vítima da sociedade; a culpa pela prática do delito 
e do meio social. 
A opressão econômica é o fator para influenciar o cometimento do 
comportamento criminoso. Apesar de não ser o fator determinante, temos 
que a desigualdade econômica é fator importante para o cometimento do 
crime. 
A ausência de capacidade econômica e a influência cultural seriam 
fatores que impulsionam o cidadão a cometer delitos visando alcançar 
determinada posição reconhecida na sociedade. 
 
 
6. VÍTIMA: 
 
Como visto anteriormente a vítima é um dos objetos de estudo da 
criminologia, contudo, durante muito tempo esteve esquecida em uma 
condição de mero objeto sobre o qual recai a conduta criminal do 
delinquente. Analisaremos as fases vividas pelo estudo da vítima, passando 
do protagonismo ao quase total esquecimento e atualmente ao 
redescobrimento. 
 
6.1. FASES HISTÓRICAS: 
A vítima, ao longo da história, viveu três fases absolutamente distintas 
no tocante à sua importância para o crime: 
a) Protagonismo: fase da vingança privada que vai até a 
idade média; 
b) Neutralização: com a transferência da capacidade de 
realizar justiça do cidadão para o Estado; 
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c) Redescobrimento: resgate da vítima como sujeito do 
fenômeno criminoso a partir da vitimologia. 
 
6.2. VITIMOLOGIA (IMPORTANTÍSSIMO): 
IMPORTANTE! Tema certeiro em provas. 
A vitimologia é um ramo da criminologia, que muitos defendem ser 
ciência social autônoma, que analisa a participação da vítima na prática 
da conduta delitiva, não sendo apenas receptáculo da conduta criminosa 
que lhe causa o mal. 
Definida por MENDELSSOHN (1947) como ciência que estudaa 
personalidade da vítima na busca do diagnóstico do crime e de sua 
proteção. 
A análise da vitimologia se inicia com o fim da Segunda Guerra 
Mundial, com uma palestra realizada na Hungria pelo sociólogo judeu 
Mendelssohn que a partir do sofrimento causado ao povo judeu com o 
Holocausto, passa a interpretar quais as consequências finais para as vítimas 
e quais as suas contribuições. 
 
6.3. VÍTIMA: 
Segundo conceito do professor SEPAROVIC, vítima é qualquer 
pessoa física ou moral, que sofre com o resultado de um desapiedado 
designo, incidental ou acidental. 
A doutrina criminológica se divide em classificações para categorizar 
os tipos de vítimas, veremos a seguir algumas classificações. 
 
 
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6.3.1. Classificação de vítima segundo Mendelssohn: 
a) Vítima ideal: completamente inocentes, em nada contribuiu para a 
prática delitiva. 
b) Vítima por ignorância: menos culpadas que o delinquente- desatenta, 
que não toma as devidas precauções; 
c) Provocadora: tão culpadas quanto o delinquente; 
d) Causadora: culpada. 
 
6.3.2. Classificação de vítima segundo Jimenez de Asúa: 
a) Indiferentes: aquelas que não estão definidas pelo delinquente 
quando vai praticar um delito; 
b) Indefinida: sofrem de maneira genérica (crimes coletivos) - interesses 
coletivos indisponíveis - ambientais, consumerista. 
c) Determinadas: a vítima é escolhida para sofrer as consequências do 
crime. 
 
Do estudo da doutrina criminológica, conclui-se que existem 03 grupos de 
vítimas: 
A) Vítima inocente ou ideal: mera receptora da ação criminosa; 
 
B) Vítima provocadora, imprudente, voluntária ou ignorante: 
contribui de alguma forma com a conduta delitiva, sendo 
principalmente, por não guardar os devidos cuidados para a prevenção 
do crime; 
 
C) Vítima agressora, simuladora ou imaginária: também denominada 
suposta vítima ou pseudovítima, é aquela que justifica a legítima 
defesa de quem a agride (PENTEADO FILHO, 2014). 
 
7. VITIMIZAÇÃO: 
Vitimização ou processo vitimizatório é a ação ou efeito de alguém 
se autovitimar ou vitimizar outrem. Maria Helena Diniz, professora e 
jurista, conceitua vitimização como “ato de tornar alguém vítima; ação ou 
efeito de vitimar pessoa ou grupo”. 
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MENDELSOHN utiliza a expressão Dupla Penal para referir-se à 
vítima e ao vitimário (delinquente) conjuntamente. 
7.1. GRAUS DE VITIMIZAÇÃO: 
O estudo dos graus de vitimização é de extrema importância para o 
estudo da vítima, o qual possui a seguinte classificação adotada pela 
doutrina: 
A) Vitimização primária: decorrente do próprio cometimento do crime, 
da conduta violadora dos direitos da vítima, é, portanto, o efeito ligado 
estritamente ao fato delitivo; 
 
B) Vitimização secundária (sobrevitimização/revitimização): é aquela 
causada pelas instâncias formais de controle social, no decorrer do 
processo de registro e apuração do crime, com o sofrimento adicional 
causado pela dinâmica do sistema de justiça criminal (inquérito 
policial e processo penal). É, portanto o sofrimento sentido pela vítima 
ao passar por toda a persecução penal, tendo que revisitar por diversas 
vezes o fenômeno traumático que foi o fato criminoso, a fim de que o 
Estado cumpra seu papel de punir o infrator do sistema penal; 
 
 
C) Vitimização Terciária: recai sobre a vítima a partir da própria 
sociedade, que não acolhe (estigmatização), e muitas vezes a incentiva 
a não denunciar o delito às autoridades, ocorrendo o que se chama de 
Cifra Oculta (crimes que não são levados ao conhecimento das 
autoridades). É, portanto, a violência decorrente do preconceito 
implementado pela própria sociedade, transferindo para a vítima o 
encargo de parte da culpa pelo fenômeno criminoso que lhe acometeu. 
 
 
 
 
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QUESTÕES: 
(2015/VUNESP/PC-CE/ Delegado de Polícia Civil de 1ª Classe) 
Os objetos de estudo da moderna criminologia estão divididos em 
A) três vertentes: justiça criminal, delinquente e vítima. 
B) três vertentes: política criminal, delito e delinquente. 
C) três vertentes: política criminal, delinquente e pena. 
D) quatro vertentes: delito, delinquente, justiça criminal e pena. 
E) quatro vertentes: delito, delinquente, vítima e controle social. 
 
Gabarito: E 
 
(2017/CESPE/PC-GO/ Delegado de Polícia Substituto) 
A respeito do conceito e das funções da criminologia, assinale a opção 
correta. 
A) A criminologia tem como objetivo estudar os delinquentes, a fim de 
estabelecer os melhores passos para sua ressocialização. A política criminal, 
ao contrário, tem funções mais relacionadas à prevenção do crime. 
B) A finalidade da criminologia em face do direito penal é de promover a 
eliminação do crime. 
C) A determinação da etimologia do crime é uma das finalidades da 
criminologia. 
D) A criminologia é a ciência que, entre outros aspectos, estuda as causas e 
as concausas da criminalidade e da periculosidade preparatória da 
criminalidade. 
E) A criminologia é orientada pela política criminal na prevenção especial e 
direta dos crimes socialmente relevantes, mediante intervenção nas 
manifestações e nos efeitos graves desses crimes para determinados 
indivíduos e famílias. 
Gabarito: D 
 
 
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(2014/MPE-SC/Promotor de Justiça de Justiça – Matutina) 
No paradigma etiológico, modelado segundo uma matriz positivista derivada 
Das Ciências Naturais, a Criminologia é definida como uma Ciência causal-
explicativa da criminalidade, isto é, que investiga as causas da criminalidade 
(seu objeto) segundo o método experimental. 
Certo 
Errado 
 
Gabarito: Certo 
 
 
(2016/PC-CE/ Delegado de Polícia) 
A criminologia moderna: 
A) é uma ciência normativa, essencialmente profilática, que visa oferecer 
estratégias para minimizar os fatores estimulantes da criminalidade e que se 
preocupa com a repressão social contra o delito por meio de regras coibitivas, 
cuja transgressão implica sanções. 
B) ocupa-se com a pesquisa científica do fenômeno criminal — suas causas, 
características, sua prevenção e o controle de sua incidência —, sendo uma 
ciência causal-explicativa do delito como fenômeno social e individual. 
C) ocupa-se, como ciência causal-explicativa-normativa, em estudar o 
homem delinquente em seu aspecto antropológico, estabelece comandos 
legais de repressão à criminalidade e despreza, na análise empírica, o meio 
social como fatores criminógenos. 
D) é uma ciência empírica e normativa que fundamenta a investigação de um 
delito, de um delinquente, de uma vítima e do controle social a partir de fatos 
abstratos apreendidos mediante o método indutivo de observação. 
E) possui como objeto de estudo a diversidade patológica e a 
disfuncionalidade do comportamento criminal do indivíduo delinquente e 
produz fundamentos epistemológicos e ideológicos como forma segura de 
definição jurídico-formal do crime e da pena. 
Gabarito: B 
 
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(2018/ CESPE/ PC-SE/ Delegado de Polícia) 
Conforme o conceito de delito na criminologia, o feminicídio caracteriza-se 
como um crime por ser um fato típico, ilícito e culpável. 
Certo 
Errado 
 
Gabarito: errado. 
 
 
(2017/CEPE/DPU/ Defensor Público Federal) 
O desvio ou o delito, objetos da criminologia, devem ser abordados, 
primordialmente, como um comportamento individual do desviante ou 
delinquente; em segundo plano, analisam-se as influências ambientais e 
sociais. 
Certo 
Errado 
Gabarito: errado.(2016/MPE-SC/Promotor de Justiça) 
Enquanto a criminologia pode ser identificada como a ciência que se dedica 
ao estudo do crime, do criminoso e dos fatores da criminalidade, a 
vitimologia tem por objeto o estudo da vítima e de suas peculiaridades, sendo 
considerada por alguns autores como ciência autônoma. 
Certo 
Errado 
Gabarito: certo. 
 
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(2015/VUNESP/PC-CE/ Delegado de Polícia Civil de 1ª Classe) 
Quando a vítima, em decorrência do crime sofrido, não encontra amparo 
adequado por parte dos órgãos oficiais do Estado, durante o processo de 
registro e apuração do crime, como, por exemplo, o mau atendimento por um 
policial, levando a vítima a se sentir como um “objeto” do direito e não como 
sujeito de direitos, caracteriza: 
A)vitimização estatal ou oficial. 
B)vitimização secundária. 
C)vitimização terciária. 
D)vitimização quaternária. 
E) vitimização primária. 
Gabarito: B. 
 
(2018/VUNESP/PC-BA/ Delegado de Polícia) 
Dentro da criminologia, tem-se a vertente da vitimologia, que estuda de 
forma ampla os aspectos da vítima na criminalidade, e é dividida em 
primária, segundária e terciária. Da análise dessa divisão, pode-se afirmar 
que a vitimização terciária ocorre, quando 
A)a vítima tem três ou mais antecedentes. 
B)a vítima é parente em terceiro grau do ofensor. 
C)um terceiro participa da ação criminosa. 
D)a vítima é abandonada pelo estado e estigmatizada pela sociedade. 
E)duas ou mais pessoas cometem o crime. 
 
Gabarito: D 
 
(2019/Instituto Acesso/PC-ES/ Delegado de Polícia) 
A dor causada à vítima, ao ter que reviver a cena do crime, ao ter que declarar 
ao juiz o sentimento de humilhação experimentado, quando os advogados do 
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acusado culpam a vítima, argumentando que foi ela própria que, com sua 
conduta, provocou o delito. Os traumas que podem ser causados pelo exame 
médico-forense, pelo interrogatório policial ou pelo reencontro com o 
agressor em juízo, e outros, são exemplos da chamada vitimização. 
A)indireta. 
B)secundária. 
C)primária. 
D)terciária. 
E)direta. 
 
Gabarito: B.

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