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1 V A S O S S A N G U Í N E O S Podem ser divididos em vasos da macrocirculação (artérias e veias de vários calibres) e da microcirculação (arteríolas, vênulas e capilares). Artérias e veias realizam transporte de nutrientes entre o coração e os órgãos (uma leva e outra trás). E os vasos de menor calibre, são importantes nos processos de intercâmbio entre o sangue e os tecidos circunjacentes (em processos normais e inflamatórios). H I S T O L O G I A D O S V A S O S: A parede dos vasos é composta maioritariamente por endotélio (epitélio originado no mesênquima), tecido muscular e tecido conjuntivo. A associação desses tecidos, formam as chamadas túnicas e a quantidade desses componentes presentes em cada órgão, vai depender de fatores mecânicos (ex. pressão) e metabólicos. E N D O T É L I O Tipo especial de epitélio pavimentoso simples, que funciona como uma barreira semipermeável entre o plasma sanguíneo e o líquido intersticial. Ao mesmo tempo que “trabalha” ativamente nas trocas bidirecionais de pequenas moléculas, controla também o transporte de macromoléculas. O tipo de endotélio varia de acordo com o vaso que reveste. Executa funções nas trocas entre o sangue e os tecidos, na conversão de angiostensina 1 em angiostensina 2 (relacionada com pressão), conversão de norepinefrina, serotonina, trombina, prostaglandinas em compostos inertes, produz fatores vasoativos que influenciam o tônus vascular (como endotelinas, agentes vasodilatadores e fatores de relaxamento), além de fatores de crescimento (formação do sistema vascular no embrião) e secreta colágeno tipo 2, 4 e 5 e Fator de von Willebrand (envolvido na cascata de coagulação – realiza a adesão das plaquetas a parte lesionada) e fatores vasoativos e realiza lipólise de lipoproteínas (auxilia na homeostase). M Ú S C U L O L I S O Presente em todos os vasos sanguíneos, exceto capilares e vênulas pericíticas. Compõem a túnica média e estão dispostos de forma helicoidal. São envoltos por uma lâmina basal e quantidades variáveis de tecido conjuntivo produzido por elas mesmo. As células musculares lisas vasculares, em artérias e arteríolas principalmente, são conectadas por junções comunicantes (gap). T E C I D O C O N J U N T I V O A quantidade presente nos vasos, varia de acordo com suas necessidades. São comuns fibras colágenas entre células musculares, na camada adventícia e na camada subendotelial de alguns vasos. Já o colágeno do tipo 4, é encontrado nas membranas basais, o do tipo 3 na túnica média e o tipo 1 na adventícia. Apresenta também fibras elásticas, principalmente na parede das artérias (permite o estiramento). Contém substância fundamental, forma tipo um gel nos espaços extracelulares – contém muito glicosaminoglicano nas paredes das artérias do que das veias. T Ú N I C A S 2 T Ú N I C A Í N T I M A: Apresenta camadas de células endoteliais apoiadas sobre uma lâmina basal. Essa lâmina, é revestida por uma camada de tecido conjuntivo frouxo denominada de camada subendotelial (pode conter células musculares lisas e fibras colágenas). Apresenta lâmina elástica interna (divisor com a túnica média); Mais íntima com o lúmen do vaso (luz do vaso - sangue que corre) – camada de revestimento interno. T Ú N I C A M É D I A: Composta basicamente por células musculares lisas organizadas de forma helicoidal. Responsável pela vasoconstrição e vasodilatação; Interpostas as células musculares, existe em quantidades variáveis, matriz extracelular (colágeno tipo 3 – fibras reticulares- proteoglicanos, lamelas elásticas e glicoproteínas). Esses materiais da matriz extracelular, são produzidos pelas células musculares lisas. T Ú N I C A A D V E N T Í C I A: Camada de revestimento externo. Composta basicamente de colágeno do tipo 1 e fibras elásticas. Contínua com o tecido conjuntivo do órgão no qual o vaso sanguíneo está passando. Em alguns vasos grandes, principalmente veias do que artérias, tem-se a presença de VASA VASORUM (vaso do vaso). Esses vasos, normalmente são arteríolas, vênulas e capilares que se ramificam para ajudar na nutrição dos vasos maiores – ficam na túnica adventícia. I N E R V A Ç Ã O Contém fibras não mielínicas da inervação simpática (nervos vasomotores) na maioria das paredes dos músculos lisos. Apresentam como neurotransmissor a norepinefrina – causa vasoconstrição – que precisa se difundir para alcançar as células musculares da camada média (nas artérias). Nas veias, as terminações nervosas alcançam a camada adventícia e média. As terminações nervosas aferentes (sensoriais) das artérias incluem os barorreceptores (receptores de pressão), o seio carotídeo e o arco da aorta, como também quimiorreceptores da carótida e corpos aórticos. 3 A R T É R I A S Classificadas como: artérias elásticas, artéria de diâmetro médio ou artérias musculares e arteríolas. A túnica íntima é separada da média por uma lâmina elástica interna – composta principalmente de elastina. Túnica média é a sua camada mais espessa (para aguentar grandes pressões). G R A N D E S A R T É R I A S E L Á S T I C A S: Estabilizam o fluxo sanguíneo - condutoras; Artéria aorta e seus grandes ramos; Localizadas próximas ao coração; Apresentam coloração amarelada devido ao acúmulo de elastina na túnica média – aumenta com a idade; A túnica íntima dessas artérias, é mais espessa que a túnica íntima de artérias musculares; A túnica adventícia é pouco desenvolvida; Apresentam mais fibras elásticas do que músculo liso; Durante a sístole, a lâmina elástica está distendida e reduz a variação de pressão. Já na diástole, quando a pressão ventricular cai as propriedades elásticas ajudam a manter a pressão arterial; Apresentam corpos carotídeos - são pequenos quimiorreceptores sensíveis à concentração de dióxido de carbono e oxigênio no sangue, encontrados perto da bifurcação da artéria carótida comum e são irrigados, por vasos capilares fenestrados que envolvem as células do tipo 1 (contém vesículas que armazenam serotonina, epinefrina e dopamina) e tipo 2 (de suporte); A maioria dos nervos do corpo carotídeo são aferentes (levam pro SNC); E as células do tipo 1 realizam processo de despolarização (saída de K+ e entrada de Ca2+ e liberação dos neurotransmissores por exocitose); Os seios carotídeos, são pequenas dilatações das artérias carótidas internas. Esses seios contêm barorreceptores que detectam variações na pressão sanguínea e transmitem essa informação ao sistema nervoso central, que processa a informação e tenta controlar a vasoconstrição e manter a pressão sanguínea normal. A medida que os vasos se distanciam do coração, a pressão vai diminuindo. A R T É R I A S M U S C U L A R E S M É D I A S: 4 Contêm a túnica média formada essencialmente por células musculares lisas – artérias distribuidoras; Apresentam muito mais músculo liso do que fibras elásticas; Apresenta camada subendotelial um pouco mais espessa do que nas arteríolas; Na túnica média contém fibras reticulares, lamelas elásticas, proteoglicanos, etc. Na túnica adventícia, contém tecido conjuntivo frouxo, vasa vasorum, vasos capilares linfáticos etc. Podem controlar o fluxo de sangue para vários órgãos, contraindo ou relaxando as células musculares da túnica média. A R T E R Í O L A S: Artérias de pequeno calibre – resistentes (controlam o fluxo na microcirculação); Apresentam camada subendotelial bem fina, com poucas lâminas elásticas e poucas células musculares lisas. Existem ainda, as meta-arteríolas (apresentam esfíncteresque fecham completamente e nenhum sangue passa por elas); Anastomoses arteriovenosas – comunicações diretas entre arteríolas e vênulas (comum nos músculos esqueléticos e na pele das mãos e dos pés – contribuem para regular a circulação nos capilares). C A P I L A R E S São vasos que sofrem variações estruturais que os adaptam e são responsáveis pelas trocas metabólicas entre o sangue e os tecidos circunvizinhos (vasos de troca); Formados apenas por 1 camada de endotélio (apresentam poucas células que são produzidas pelo próprio endotélio) e não são tão longos; As células endoteliais prendem-se lateralmente umas às outras, por meio de zônulas de oclusão - desempenham importante papel na fisiologia do sistema circulatório. Essas junções apresentam permeabilidade variável a macromoléculas, de acordo com o tipo de vaso sanguíneo considerado, e desempenham um papel fisiológico significativo tanto em condições normais como patológicas. Em vários locais ao longo dos capilares e de vênulas pós capilares ou pericíticas, células de origem mesenquimal (células tronco), dotadas de longos processos citoplasmáticos, envolvem porções de células endoteliais. Essas células são chamadas de pericitos ou células CD146 +CD34 –CD45. Apresentam miosina, actina e tropomiosina e isso sugere fortemente que essas células também tenham uma função contrátil; Podem ser divididos em: - capilares somáticos ou contínuos: não apresentam fenestras em sua parede ( parede pouco permeável) - é encontrado em todos os tipos de tecido muscular, em tecidos conjuntivos, glândulas exócrinas e tecido nervoso. Apresentam vesículas de pinocitose; 5 - capilares fenestrados ou viscerais: apresentam fenestras nas paredes, os quais obstruídos por um diafragma. São encontrados em tecidos nos quais acontece intercâmbio rápido de substâncias entre os tecidos e o sangue, como o rim, o intestino e as glândulas endócrinas. Macromoléculas injetadas experimentalmente na circulação sanguínea podem cruzar a parede capilar por essas fenestras e entrar nos espaços intersticiais. - capilares fenestrados e destituídos de diafragma: o sangue está separado dos tecidos apenas por uma lâmina basal muito espessa e contínua (sem diafragma). Comum no glomérulo renal – trocas são muitas e rápidas. - capilares sinusóides: Caminho tortuoso e diâmetro bem maior que o dos demais capilares (30 a 40 μm), o que reduz a velocidade da circulação do sangue - estravazamento. Suas células endoteliais formam uma camada descontínua e são separadas umas das outras por espaços amplos. O citoplasma das células endoteliais exibe fenestrações múltiplas, as quais são desprovidas de diafragmas, e a lâmina basal é descontínua. Nesse tipo de capilar, macrófagos são encontrados entre as células endoteliais - são encontrados principalmente no fígado e em órgãos hemocitopoéticos (formadores das células do sangue), como a medula óssea e o baço. A estrutura da parede desses vasos facilita muito o intercâmbio entre o sangue e os tecidos. Apresentam metarteríolas: camada descontínua de músculo liso que formam os capilares. Essas metarteríolas ajudam a controlar a circulação capilar quando ocorre por toda a rede capilar contraindo seus músculos lisos. A circulação capilar é controlada por excitação neural e hormonal, e a riqueza de vasos da rede capilar é relacionada com a atividade metabólica dos tecidos. Tecidos que têm taxas metabólicas altas, como rim, fígado e músculos cardíaco e esquelético, contêm uma rede capilar abundante; o oposto é verdade para tecidos com baixas taxas metabólicas, como o músculo liso e o tecido conjuntivo denso. O fluxo lento de sangue e a delgada parede dos capilares tornam esses vasos um local favorável para trocas entre o sangue e os tecidos. V Ê N U L A S Chamadas de pós capilares ou pericíticas (vêm após dos capilares); São “veias” de pequeno calibre – contém 1 única camada de células endoteliais com junções frouxas muito permeáveis entre elas que são revestidas por células pericíticas contráteis; Sem músculo liso; Essas vênulas pericíticas têm várias características funcionais e morfológicas em comum com os capilares; por exemplo, participam em processos inflamatórios e trocas de moléculas entre o sangue e os tecidos. Mediadores da inflamação, como a histamina produzida pelos mastócitos do tecido conjuntivo, alteram a permeabilidade vascular de vênulas pós-capilares, facilitando a passagem de células da defesa do sangue para os tecidos. A maioria das vênulas, entretanto, é do tipo muscular, contendo pelo menos algumas células musculares lisas na sua parede. As vênulas também podem influenciar o fluxo de sangue nas arteríolas por meio da produção e secreção de substâncias vasoativas difusíveis. V E I A S São vasos aferentes (levam o sangue pro coração) e mais “achatadas”; 6 Recebem sangue das vênulas e são classificadas como: pequeno, médio e de grande calibre. São mais ‘maleáveis” que as artérias. A maioria das veias são de pequeno e médio calibre e que contém algumas células musculares em suas paredes. Não apresentam membrana elástica interna. A íntima apresenta normalmente uma camada subendotelial fina composta por tecido conjuntivo, que pode estar muitas vezes ausente. A túnica média consiste em pacotes de pequenas células musculares lisas entremeadas com fibras reticulares e uma rede delicada de fibras elásticas. Nas veias, a túnica adventícia é a mais espessa e bem desenvolvida das túnicas. Os grandes troncos venosos, perto do coração, são veias de grande calibre. As grandes veias têm uma túnica íntima bem desenvolvida, mas a média é muito fina, com poucas camadas de células musculares lisas e abundante tecido conjuntivo. Frequentemente, a adventícia contém feixes longitudinais de músculo liso e fibras colágenas. Essas veias, particularmente as maiores, contêm válvulas no seu interior, que consistem em dobras da túnica íntima em forma de meia-lua, que se projetam para o interior do lúmen do vaso – impedem o reflexo do sangue. Comum nas veias dos membros inferiores. 7 F I S I O L O G I A V A S C U L A R: C I R C U L A Ç Ã O S A N G U Í N E A Serve para suprir as necessidades dos tecidos corporais – transporte de nutrientes; Dividida em circulação sistémica (grande circulação ou periférica – lado esquerdo) e circulação pulmonar (pequena circulação – lado direito); Envolve o coração e vasos sanguíneos; Funciona em sistemas fechados. C O R A Ç Ã O: Bomba dupla em série: - circulação sistêmica x circulação pulmonar - contração atrial x contração ventricular V A S O S S A N G U Í N E O S: Artérias: transportam sangue para os tecidos sob altas pressões – apresentam paredes vasculares fortes e transporte rápido do sangue. Arteríolas: ramos finais das artérias e realizam a condução do sangue para os capilares – apresentam paredes vasculares resistentes e podem alterar o fluxo sanguíneo em cada tecido, de acordo com a necessidade através da vasoconstrição e vasodilatação. Capilares: realiza a troca de nutrientes entre o sangue e o líquido intersticial – por isso apresentam paredes muito finas e normalmente com fenestras. Vênulas: transportam o sangue dos capilares e de forma gradual se “transformam” em veias maiores. Veias: levam o sangue de volta para o coração sob baixas pressões – por esse motivo, suas paredes são mais finas, mas ainda assim apresentam células musculares para contrair e expandir de acordo com a necessidade da contração. O controle da circulação sanguínea pelo sistema nervoso, principalmente com a estimulaçãosimpática, causa o aumento do tônus muscular liso. V O L U M E S A N G U Í N E O: Constante: - 84% na circulação sistémica (64% nas veias, 13% nas artérias e 7% nas arteríolas e capilares); - 16% no coração e pulmões (9% nos pulmões e 7% no coração). P R I N C Í P I O S D A C I R C U L A Ç Ã O: 8 A circulação apresenta 3 princípios básicos subjacentes a todas as suas funções: I. Intensidade ou velocidade do fluxo sanguíneo para cada tecido corporal: é quase sempre controlado em relação às necessidades teciduais, ou seja, os microvasos são responsáveis pelo controle (de mais ou de menos nutrientes) de acordo com as necessidades dos tecidos. Também pode ser controlado pelo sistema nervoso central (controle neural) e também os hormônios. Nesse caso, o coração não pode realizar esse controle quando apenas 1 tecido em particular precisa de “mudanças” no fluxo. II. O débito cardíaco, é controlado principalmente pela soma de todos os fluxos teciduais: depois de fluir pelos tecidos, o sangue retorna para o coração pelas veias. O coração imediatamente bombeia esse sangue para as artérias. Dessa forma, o coração funciona como autômato, respondendo as demandas dos tecidos. III. A regulação da pressão arterial é geralmente independente do fluxo sanguíneo local ou débito cardíaco: o sistema circulatório tem sistema extensivo de controle da pressão sanguínea arterial. Exemplo – se em dado momento a pressão arterial de uma pessoa cai e fica abaixo do normal (cerca de 100mmHg), conjunto de reflexos nervosos desencadeiam em poucos segundos alterações circulatórias para normalizar a pressão. Como ocorre? Os sinais nervosos agem aumentando o bombeamento cardíaco, causando constrição dos grandes reservatórios venosos para levar mais sangue pro coração e causa constrição generalizada na maioria das arteríolas em todo o corpo, ocasionando acúmulo de sangue nas grandes artérias e aumenta a pressão arterial. F L U X O S A N G U Í N E O: Quantidade de sangue que passa por determinado ponto da circulação durante certo intervalo de tempo. Velocidade do fluxo sanguíneo - é controlada pela área de secção transversal, ou seja, na macrocirculação (veias, artérias) a velocidade é muito maior do que na microcirculação (arteríolas, vênulas e capilares); Formado devido um gradiente de pressão – quando existe uma diferença de pressão, o fluxo tende a ir pra região de maior pressão pra de menor; Definido pela Lei de Ohm: F= ∆𝑃 𝑅⁄ Fluxo pode ser: - laminar: o sangue ele flui de forma estável (como se fosse em “linha reta”) – fluxo mais lento nas regiões próximas das paredes do vasos e fluxo mais rápido nas regiões mais distantes (no centro do vaso). - turbulento: o sangue flui em várias direções (de forma “desorganizada”) – situações como essa, ocorrem em indivíduos que apresentam aterosclerose (placas nos vasos) e também quando realiza a medição da preção com esfigmomanômetro (“aperta”). Apresenta resistência – impedimento ao fluxo sanguíneo pelo vaso -, como: - Resistência vascular periférica (RVP): quanto menor o diâmetro do vaso, quanto maior o seu comprimento e a concentração sanguínea (viscosidade sanguínea) mais difícil (maior resistência) fica o fluxo pelo vaso. P R E S S Ã O S A N G U Í N E A Força exercida pelo sangue contra qualquer área da parede vascular (zona de maior pressão para zona de menor pressão). Pressão sistólica (maior pressão) e Pressão diastólica (menor pressão ao longo do percurso). O que é o pulso? É a transmissão de energia, que ocorre devido à contração ventricular que como os vasos não são rígidos (tem complacência) transmitem essa “onda”. Analisa a frequência cardíaca e é definida como a pressão sistólica – diastólica. Apresenta fatores determinantes físicos como, volemia e complacência arterial (mais 9 “maleável”) e fisiológicos como, resistência vascular periférica e débito cardíaco. Conceitos: distensibilidade vascular (medida percentual – o vaso aumentou de calibre %) e complacência ou capacitância vascular – medida absoluta. Além da condutância – facilidade de passar (inverso da resistência -> Condutância = 1/ Resistência). T R O C A S – M I C R O C I R C U L A Ç Ã O O meio mais importante de transferência de substâncias entre o plasma e o líquido intersticial é a difusão. Esse processo de trocas, ocorre nos capilares sanguíneos. Envolvem pressão hidrostática, pressão coloidosmótica e o sistema linfático – “forças de Starling”. - Pressão hidrostática ou de filtração: “pressão da mangueira” – pressão sobre a parede dos vasos (as paredes contêm vários furos que quanto maior a pressão, maior a quantidade de fluidos vazados pelos furos – maior a troca). Essa é a pressão que expulsa os nutrientes do vaso. - Pressão coloidosmótica ou oncótica: como saiu muito líquido devido a pressão osmótica, ocorre o aumento da concentração de sólidos nos vasos – proteínas, principalmente albumina – que realizam uma pressão de reabsorção (a volta do líquido). Se assemelha com a pressão osmótica. Contém falhas. - Sistema linfático: entra para reabsorver o líquido que ficou e desemboca no sistema venoso. Equilíbrio de Starling pra a Troca capilar: a quantidade de líquido filtrado para fora nas extremidades arteriais dos capilares, é quase igual a quantidade que volta pra circulação por absorção. C O N T R O L E S A N G U Í N E O Serve para controlar o fluxo sanguíneo, de acordo com as necessidades individuais de cada tecido. Pode ser local ou humoral. C O N T R O L E L O C A L: Pode ser dividido em 2 fases: - Controle agudo: realizado por meio de rápidas variações da vasodilatação ou da vasoconstrição local das arteríolas, metarteríolas e esfíncteres pré-capilares, ocorrendo em segundos ou minutos para permitir a manutenção muito rápida do fluxo sanguíneo tecidual local apropriado. Um dos nutrientes metabólicos mais necessários é o oxigênio. Quando a disponibilidade de oxigênio para os tecidos diminui, conforme acontece (1) nas grandes altitudes, como no topo de montanha; (2) na pneumonia; (3) na intoxicação por monóxido de carbono (que impede a hemoglobina de transportar oxigênio); ou (4) na intoxicação por cianeto (que impede os tecidos de utilizar oxigênio), o fluxo sanguíneo pelo tecido aumenta intensamente. - Para o retorno venoso, é necessário: menor pressão (pressão de troca), veias (e as válvulas), musculatura dos membros inferiores (músculo gastrocnêmio – “batata” da perna) e sistema respiratório (expansão torácica, principalmente). Não é totalmente compreendido o mecanismo pelo qual as variações no metabolismo tecidual ou na disponibilidade de oxigênio modificam o fluxo sanguíneo nos tecidos, embora tenham sido propostas duas teorias principais: a teoria da vasodilatação e a teoria da demanda de oxigênio. 10 TEORIA DA VASODILATAÇÃO: quanto maior a intensidade do metabolismo ou menor a disponibilidade de oxigênio ou de outros nutrientes para o tecido, maior será a intensidade/velocidade de formação de substâncias vasodilatadoras pelas células teciduais. Acredita-se que as substâncias vasodilatadoras se difundam pelos tecidos até os esfíncteres pré-capilares, metarteríolas e arteríolas, causando dilatação. Algumas das diferentes substâncias vasodilatadoras, que foram sugeridas, são a adenosina, o dióxido de carbono, os compostos fosfatados de adenosina, a histamina, os íons potássio e os íons hidrogênio. As substâncias vasodilatadoras podem ser liberadas pelo tecido em resposta à deficiência de oxigênio. TEORIA DA FALTA DE OXIGÊNIO: O oxigênio é um dos nutrientes metabólicos necessários que provocam a contração do músculo vascular (com a necessidade também deoutros nutrientes). Assim, na ausência de quantidades adequadas de oxigênio, é razoável a crença de que os vasos sanguíneos de forma simples relaxariam, resultando naturalmente em dilatação. Além disso, o aumento da utilização de oxigênio pelos tecidos, como resultado do metabolismo mais intenso, teoricamente diminuiria a disponibilidade de oxigênio para as fibras musculares lisas nos vasos sanguíneos locais, o que, por sua vez, também ocasionaria vasodilatação local. A abertura e o fechamento cíclicos são chamados de vasomotilidade. Como o músculo liso precisa de oxigênio para permanecer contraído, pode-se assumir que a força de contração dos esfíncteres aumentaria após elevação da concentração de oxigênio. Consequentemente, quando a concentração de oxigênio no tecido se elevasse acima de certo nível, os esfíncteres précapilares e as metarteríolas supostamente fechariam até que as células teciduais consumissem o excesso de oxigênio. Entretanto, quando o excesso de oxigênio fosse consumido e sua concentração caísse o suficiente, os esfíncteres se abririam de novo reiniciando o ciclo. Tanto a teoria das substâncias vasodilatadoras quanto a teoria da demanda de oxigênio explicariam a regulação local aguda do fluxo sanguíneo em resposta às necessidades metabólicas teciduais. Provavelmente, a verdade reside em uma combinação dos dois mecanismos. - Controle a longo prazo: consiste em variações lentas e controladas do fluxo ao longo de dias, semanas ou até mesmo meses. Em geral, essas variações resultam no melhor controle do fluxo em proporção às necessidades teciduais. Essas variações ocorrem como resultado de aumento ou diminuição nas dimensões físicas e no número de vasos sanguíneos que suprem os tecidos. A regulação do fluxo sanguíneo a longo prazo é especialmente importante quando as demandas metabólicas do tecido se alteram. Assim, se o tecido passa a ser cronicamente hiperativo e, portanto, precisar de quantidades maiores de oxigênio e de outros nutrientes, as arteríolas e os vasos capilares, em geral, aumentarão em número e em tamanho após algumas semanas, para suprir as necessidades do tecido — a menos que o sistema circulatório tenha ficado patológico ou muito envelhecido para responder. Se o metabolismo no tecido é aumentado por período prolongado, a vascularização aumenta, processo em geral denominado angiogênese; se o metabolismo for reduzido, a vascularização diminui. C O N T R O L E H U M O R A L: É feito por substâncias secretadas ou absorvidas pelos líquidos corporais — como hormônios e fatores produzidos localmente. Algumas dessas substâncias são formadas por glândulas especiais e transportadas pelo sangue por todo o corpo. Outras são formadas em tecidos locais, só causando efeitos circulatórios locais. 11 A G E N T E S V A S O C O N S T R I T O R E S - Norepinefrina e Epinefrina: a norepinefrina é hormônio vasoconstritor especialmente potente; a epinefrina é menos potente e, em alguns tecidos, causa até mesmo vasodilatação leve. (Exemplo especial da vasodilatação causada pela epinefrina é a que ocorre para dilatar as artérias coronárias durante o aumento da atividade cardíaca.) Quando o sistema nervoso simpático é estimulado em quase todas, ou em todas as partes do corpo durante estresse ou exercício, as terminações nervosas simpáticas nos tecidos individuais liberam norepinefrina, que excita o coração e contrai as veias e arteríolas. Além disso, os nervos simpáticos, que suprem as medulas adrenais, fazem com que essas glândulas secretem tanto norepinefrina quanto epinefrina no sangue. Esses hormônios então circulam por todas as áreas do corpo. - Angiotensina II: é outra potente substância vasoconstritora. Até mesmo um milionésimo de grama pode aumentar a pressão arterial do ser humano por 50 mmHg ou mais. O efeito da angiotensina II é o de contrair, de forma muito intensa, as pequenas arteríolas. Se isso ocorrer em área tecidual isolada, o fluxo sanguíneo para essa área poderá ser intensamente reduzido. Entretanto, a verdadeira importância da angiotensina II reside no fato de que em condições normais ela age ao mesmo tempo em muitas arteríolas do corpo, aumentando a resistência periférica total e reduzindo a excreção de sódio e água nos rins, o que eleva pressão arterial. - Vasopressina: também chamada hormônio antidiurético, tem efeito vasoconstritor ainda mais intenso que a angiotensina II, sendo uma das substâncias constritoras vasculares mais potentes do organismo. Ela é formada nas células nervosas do hipotálamo no cérebro, mas é, em seguida, transportada por axônios nervosos até a hipófise posterior, de onde é, por fim, secretada no sangue. A vasopressina tem a função principal de elevar muito a reabsorção de água pelos túbulos renais de volta para o sangue e ajuda, assim, no controle do volume de líquido corporal. Esse é o motivo pelo qual esse hormônio é também chamado hormônio antidiurético. A G E N T E S V A S O D I L A T A D O R E S - Bradicinina: diversas substâncias chamadas cininas provocam intensa vasodilatação, quando formadas no sangue e nos líquidos teciduais de alguns órgãos. Uma vez formada, a bradicinina persiste por apenas alguns minutos, pois ela é inativada pela enzima carboxipeptidase ou pela enzima conversora, a mesma que desempenha papel essencial na ativação da angiotensina. A bradicinina provoca intensa dilatação arteriolar e aumento da permeabilidade capilar. - Histamina: é liberada em praticamente todos os tecidos corporais se o tecido for lesado, tornar-se inflamado, ou se passar por reação alérgica. A maior parte da histamina deriva de mastócitos nos tecidos lesados e de basófilos no sangue. A histamina exerce potente efeito vasodilatador nas arteríolas e, como a bradicinina, tem a capacidade de aumentar muito a porosidade capilar, permitindo o extravasamento de líquido e de proteínas plasmáticas para os tecidos. Í O N S: - Aumento da concentração de íons cálcio provoca vasoconstrição; - Aumento da concentração de íons potássio, dentro da variação fisiológica, provoca vasodilatação; - Aumento da concentração de íons magnésio provoca intensa vasodilatação; - Aumento da concentração de íons hidrogênio (diminuição do pH) provoca a dilatação das arteríolas; - Aumento da concentração de dióxido de carbono provoca vasodilatação moderada na maioria dos tecidos, mas vasodilatação acentuada no cérebro. Esses efeitos, atuam em curto prazo.
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