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ESTUDO DO VOLUME MOLAR EM EXCESSO E DOS DESVIOS DE VISCOSIDADE DA SOLUÇÃO BINÁRIA ETANOL + IGEPAL CO – 720 EM DIFERENTES TEMPERATURAS DISCIPLINA: TF0344 - TÓPICOS EM TERMODINÂMICA CENTRO DE TECNOLOGIA – DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA PROFESSORA: DRª ALINE MARA MAIA BESSA Ana Clara B. Oliveira – 402299 Jorge Luis S. Azevedo - 399826 FORTALEZA 2021 ESTUDO DO VOLUME MOLAR EM EXCESSO E DOS DESVIOS DE VISCOSIDADE DA SOLUÇÃO BINÁRIO ETANOL + IGEPAL CO – 720 EM DIFERENTES TEMPERATURAS 1 – INTRODUÇÃO Uma propriedade em excesso, kE, é definida como a diferença entre o valor real de qualquer propriedade termodinâmica, k, e o valor hipotético que ela teria em uma solução ideal à mesma pressão, mesma temperatura e mesma composição, kideal[1]: Essas grandezas nos dão uma magnitude positiva ou negativa em relação ao referencial de uma solução ideal, por isso, não há propriedades em excesso para soluções ideais. A propriedade de destaque nesse estudo será a do Volume Molar em Excesso (VE), o qual pode ser modificado por vários fatores presentes na solução como efeitos químicos, físicos e estruturais, sendo cada um possuindo uma contribuição positiva ou negativa no valor do VE. Portanto, a importância desse estudo para a indústria química é bastante relevante devido a frequência com que soluções líquidas são utilizadas nos projetos de processos químicos. Além do interesse quanto as grandezas termodinâmicas, os processos de transporte dos fluidos são de grande utilidade, sendo a viscosidade (η) a principal propriedade física que rege os processos de escoamento. 2 – METODOLOGIA Os materiais utilizados no estudo foram: um tubo de ensaio, balança analítica, agitador de misturas e um densímetro. No tubo de ensaio, tivemos o total de 8 g da amostra, sendo: 3,28 g Etanol = 40% [Composto 1] 4,72 g Igepal CO – 720 = 60% [Composto 2] Após a pesagem, a mistura foi agitada em um vórtex para que ocorresse a miscibilidade. Após a mistura, a solução foi deixada em repouso para o desaparecimento de algumas bolhas e em seguida foi inserida em um densímetro de oscilação mecânica, que mede os valores de densidade e viscosidade, como apresentado na tabela abaixo. Com os dados acima, calculamos no Excel o valor do volume em excesso (VE) e dos desvios da viscosidade (Δη), para as temperaturas indicadas com as seguintes equações: 𝛥𝜂 = 𝜂 − [(𝑋1𝜂 1) + (𝑋2𝜂 2)] • M = Massa Molar do composto Os resultados apresentados foram os seguintes: Tabela 1: Resultados do VE e Δη para a mistura Etanol + Igepal CO - 720 Podemos perceber que na composição de 0,6 para Etanol e 0,4 para o Igepal temos um valor que não segue a tendência decrescente como para as demais composições, por isso, desconsideramos esse ponto na geração dos gráficos. Esses erros a serem desconsiderados ocorrem devido a algumas características dos compostos que nos dão uma precisão não muito boa na hora de medirmos as massas. Temos a seguir os gráficos correspondentes ao volume molar em excesso e os desvios de viscosidade para as quatro temperaturas medidas versus a composição de etanol: x1 x2 Ve [cm³/g] Δη [mPa.s] Ve [cm³/g] Δη [mPa.s] Ve [cm³/g] Δη [mPa.s] Ve [cm³/g] Δη [mPa.s] 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0,106 0,894 -1,11859232 -7,385278 -1,1448826 -3,5247332 -1,0530573 -2,052065 -1,120111 -1,283311 0,31 0,69 -1,36759497 -3,55053 -1,4161551 1,491818 -1,4287255 2,389998 -1,550675 2,305469 0,412 0,588 -1,28779129 -8,873156 -1,3442881 0,9000936 -1,3752098 3,1970296 -1,595119 3,3753588 0,6 0,4 0,02136446 -22,8578 -0,0314598 -4,16032 0,0166907 1,55748 -0,240176 3,14794 0,647 0,353 -1,59841229 -17,151461 -1,6797256 -1,3301734 -1,674628 3,2560926 -1,98282 4,1070853 0,803 0,197 -1,36419448 -28,702889 -1,4718095 -9,6715166 -1,4998135 -2,664683 -1,810463 0,0382697 0,875 0,125 -1,51399981 -24,144625 -1,5658141 -8,879675 -1,6086785 -2,937425 -2,004168 -0,551937 0,916 0,084 -0,92657817 -21,244675 -0,9397184 -8,6570648 -0,9758626 -3,602812 -1,346519 -1,384982 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 293,15 KComposições 303,15 K 313,15 K 323,15 K 3 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS De acordo com os resultados obtidos, concluímos que houve uma redução no volume total da mistura, pois o volume em excesso resultou em valores abaixo de zero. Isso significa que as moléculas de Etanol e Igepal tem um melhor empacotamento quando estão juntas do que se estivessem puras somente com interações EtOH-EtOH ou Igepal- Igepal. Percebemos ainda, pelo gráfico, que em determinadas faixas de composição o VE aumenta um pouco e depois volta a diminuir. Nesse contexto, outro ponto a se observar é a proporção entre a diminuição do volume molar com o aumento da temperatura. Para composições de etanol aproximadamente até 0,1 o valor do VE não se difere tanto nas quatro temperaturas avaliadas, porém, quando a fração molar de etanol vai aumentando até aproximadamente 0,9 mais discrepante vai ficando os valores de VE com T (quanto maior a temperatura menor é o volume em excesso) indicando que a solução de dilui mais a altas temperaturas. Por fim, quando o etanol vai ficando quase puro no sistema (frações molares acima de 0,9) os valores do VE tendem a ser equivalentes até chegarem a zero (quando o EtOH está puro). Referente aos valores dos desvios de viscosidade, percebemos diversas oscilações no gráfico, principalmente referente aos valores das temperaturas. Para baixas temperaturas (tomando como referência 293,15 K) a solução apresenta Δη abaixo de zero, o que significa que o fluido de mistura tem menor resistência ao escoamento do que se os compostos estivessem puros. Já quando há um aumento de T [K] notamos oscilações de Δη entre valores positivos e negativos, o que significa que para determinadas faixas de composição a solução apresenta menor ou maior resistência ao escoamento. Por exemplo, para composição de EtOH de 0,65 a 313,15 K e 323,15 K temos valores de Δη maiores que zero, ou seja, um fluido mais viscoso e maior resistência ao escoamento. Portanto, o que podemos concluir desse estudo é que os valores de VE e Δη tendem a variar bastante dependendo da mistura com grande influência da temperatura e da fração molar dos componentes. 4 – REFERÊNCIAS [1] KORETSKY, Milo D. Energia de Gibbs e Outras Propriedades em Excesso. In: TERMODINÂMICA para Engenharia Química. Oregon State University: [s. n.], 2004. cap. 7, p. 299-299.
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