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Aula03_Fontes+do+Direito+Internacional+Público

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Direito Internacional
PROFª JULIA ABDALLA
BEM - VINDOS - AULA Nº 03
2
RECAPITULANDO
3
4
 A proteção da pessoa humana pelo Direito Internacional
Público
 O Estado como sujeito originário do Direito Internacional
Público
 Os novos sujeitos: Organizações Internacionais e o
Indivíduo
 Outros Sujeitos e atores internacionais
- Unidade de Ensino: 01 – Fontes do Direito Internacional
Público (Teórico)
- Princípios gerais do direito, doutrina, fatos, costume e
jurisprudência
- Tratados e Convenções
- Atos unilaterais dos Estados e resoluções de organizações
governamentais.
- Soluções Pacíficas de Controvérsias.
- Aula nº: 03
-BLOCO 1
Princípios gerais do direito, doutrina, 
costume e jurisprudência.
6
CONTEÚDO
8
Fontes do Direito Internacional Público
 O que são fontes? A forma de manifestação do direito,
ou seja, é a partir delas que surgem as normas jurídicas.
Tudo que origina ou produz normas internacionais
Mais complexo que Direito Interno porque não há uma
autoridade superior que determine a relevância e
validade das respectivas fontes normativas
9
Fontes do Direito Internacional Público
 Hierarquia: Ausência de hierarquia - não há hierarquia entre
tratados. Cada fonte normativa, como os sistemas regionais de
integração (Mercosul, União Europeia e quase outros duzentos
sistemas regionais em todo o mundo), Organizações Internacionais
ou diferentes conjuntos de Estados sem qualquer ligação
institucional preestabelecida, cria normas próprias que não têm
relação hierárquica com outras normas existentes. A exceção à regra
é o jus cogens, considerado uma espécie de norma obrigatória a
todos os Estados e que, portanto, coloca-se acima dos demais
tratados e a Carta da ONU (art. 103)
10
Fontes do Direito Internacional Público
 Fontes Materiais: se referem ao exame do conjunto de
fatores sociológicos, econômicos, ecológicos, psicológicos e
culturais, que condiciona a decisão do poder no ato de
edição e formalização das diversas fontes do Direito. (MAZZUOLI, p.
149)
 Ex: Segunda Guerra Mundial. É um fato histórico, que propiciou o
surgimento de diversas normas internacionais de Direitos
Humanos, diante das necessidades sociais decorrentes dos
estragos e tragédias ocorridos no período de guerra.
11
Fontes do Direito Internacional Público
 Art. 38 do Estatuto da CIJ, que assim estabelece: “1. A Corte, cuja função é decidir de acordo
com o direito internacional as controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará:
 a) as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que estabeleçam regras
expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes;
 b) o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito;
 c) os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civilizadas;
 d) sob ressalva da disposição do art. 59. as decisões judiciárias e a doutrina dos juristas mais
qualificados das diferentes nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de
direito.
 2. A presente disposição não prejudicará a faculdade da Corte de decidir uma questão ex
aequo et bono, se as partes com isto concordarem”.
12
Fontes do Direito Internacional Público
O art. 38 não fala em fontes, mas a doutrina tradicional
tem apontado que as fontes do Direito Internacional
correspondem perfeitamente àquilo que se estipulou no
citado dispositivo.
Todavia, não é rol taxativo é um roteiro
13
Fontes Formais do Direito Internacional Público
 COSTUME INTERNACIONAL: é considerada uma das mais
importantes fontes do Direito Internacional, tendo em vista que a
maioria das normas internacionais são de origem consuetudinária,
ou seja, derivam do costume internacional já que não existe um
órgão responsável pela produção de normas jurídicas, e são criadas
pela manifestação de vontade dos Estados. Por costume
internacional, como o próprio nome já sugere, entende-se a prática
reiterada de determinada conduta pelos sujeitos de Direito
Internacional.
 Crítica: lentidão e incerteza, tem sido substituído pelos tratados.
14
Fontes Formais do Direito Internacional Público
 COSTUME INTERNACIONAL: Elementos
 A) objetivo/material: repetição generalizada, reiterada e uniforme
de certos atos
 B) subjetivo/psicológico: aceitação pelos sujeitos internacionais
desta conduta como necessária e justa, logo, o entendimento de
que é uma prática jurídica, sentimento de obrigatoriedade;
 O costume termina quando: i) surge um tratado mais recente que
codifica ou revoga o costume (não há hierarquia); ii) por desuso,
quando deixa de ser aplicado; iii) por um novo costume.
15
Fontes Formais do Direito Internacional Público
 Princípios Gerais De Direito: são aqueles princípios aceitos
por todos os ordenamentos jurídicos sem grandes
dificuldades, como o princípio da boa-fé, da proteção da
confiança, da coisa julgada, entre outros.
 Auxiliaram no surgimento das normas
 Ainda auxiliam na interpretação
 Princípio da pacta sun servanda
 Crítica: ‘nação civilizada’
16
Fonte Auxiliar do Direito Internacional Público
 Jurisprudência: A jurisprudência materializa-se nas decisões dos tribunais
internacionais, dos tribunais arbitrais internacionais, tribunais de OIs e acórdãos dos
tribunais internos dos Estados.
 Mazzuoli afirma que a jurisprudência não é fonte do Direito porque:
 a) “não cria o direito, mas sim o interpreta mediante a reiteração de decisões
no mesmo sentido. Sendo ela uma sequência de julgamentos no mesmo
sentido, nada mais é do que a afirmação de um direito preexistente, ou seja,
sua expressão.
 b) as decisões de tribunais não criam normas propriamente jurídicas, o que
demanda abstração e generalidade, requisitos sem os quais não se pode
falar na existência de uma regra de direito “stricto sensu”.
 c) Registre-se que o artigo 59 do Estatuto da CIJ determina que “A decisão
da Corte só será obrigatória para as partes litigantes e a respeito do caso em
questão”.
17
Fonte Auxiliar do Direito Internacional Público
 Doutrina: A doutrina é o conjunto dos estudos,
ensinamentos, entendimentos, teses e pareceres dos
estudiosos do Direito Internacional, normalmente constantes
de obras acadêmicas e de trabalhos de instituições
especializadas.
 Crítica: definir juristas qualificados
 Atualmente é usada como auxílio para interpretação e
criação de normas;
INTERAÇÃO
18
19
 Por jurisprudência entende-se o conjunto de decisões em um mesmo
sentido, proferidas reiteradas vezes por um determinado Tribunal.
Logo, diz-se que a jurisprudência é uma expressão do Direito e que
por isso não cria normas jurídicas. Agora, imagine que um Tribunal
Internacional começa a proferir diversas decisões afirmando que uma
certa prática internacional se converteu em norma consuetudinária e
firma a sua jurisprudência nesse sentido. Essa jurisprudência, por
conta de sua importância, passa a ser observada por vários Estados e
serve de base para a decisão de outros Tribunais. Será que
poderíamos dizer que a jurisprudência, por vezes, acaba criando o
Direito e tomando força de verdadeira lei?
20
 Embora a jurisprudência não crie propriamente o direito, isso não retira a sua
validade como meio auxiliar para a determinação das regras de direito, como na
dicção do art. 38 do ECIJ, favorecendo a criação de novos direitos com o passar do
tempo, bem como a criação de novas regras costumeiras internacionais. Além do
mais, a jurisprudência também constitui importante fator de fomento na criação do
direito objetivo, seja escrito ou costumeiro, sendo várias as normas internacionais
originadas de precedentes jurisprudenciais.
 Sua maior importância decorre do fato de, ainda hoje, ser enorme o número de
normas que subsistem a título estritamente costumeiro, necessitando ser
interpretadas a fim de não se tornarem inconsistentes, obscuras ou ambíguas. O
mesmo se diga em relação aos princípios gerais de direito, que estão sempre a
reclamar uma correta determinação, lançando o intérprete na obrigação de
reconhecer o valor dosposicionamentos jurisprudenciais.
21
PERGUNTAS?
BLOCO 2
Tratados 
Internacionais.
22
23
Fontes Formais do Direito Internacional Público
 Tratados: Tratado é um acordo internacional concluído por
escrito entre Estados ou entre Estados e Organizações
Internacionais, regido pelo Direito Internacional, quer conste
de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos
conexos, qualquer que seja sua denominação específica.
 Principal Fonte de Direito Internacional
24
Fontes Formais do Direito Internacional Público
 Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados (1969)
 Começou a vigorar em 1980
 Codificação do conjunto de regras gerais referentes aos
tratados concluídos entre Estados, também nas fases de
negociação, no processo de formação, nulidades, extinção e
etc.
 Norma “declaratória de Direito Internacional geral” – até
para Estados que não são signatários;
25
Fontes Formais do Direito Internacional Público
 Tratados:
 Nomenclatura: A categoria tratado tem um conceito amplo. É
um gênero que aceita diversas espécies. Convenção por
exemplo.
 Número de partes:
 bilaterais - duas partes
 multilaterais – várias partes
26
Fontes Formais do Direito Internacional Público
 Tratados:
 Possibilidade de adesão posterior:
 Tratados abertos: possuem cláusula de adesão. Essa
abertura pode ser ilimitada ou limitada. (ex. Tratado do
Mercosul que exige que o Estado seja membro da ALADI)
 Tratados fechados: não contém cláusula de adesão,
incluindo somente as partes contratantes.
27
Fontes Formais do Direito Internacional Público
 Tratados:
 - Tratados stricto sensu ou solenes (bifásicos) – Todo tratado internacional é
solene. Mas, alguns exigem mais etapas para a sua elaboração, constituindo-se em
um processo mais complexo para apuração do consentimento das partes. Este
procedimento complexo é composto de duas fases internacionalmente distintas: a
primeira se inicia com as negociações e culmina com a assinatura e a segunda que
vai da assinatura à ratificação.
 - Tratados em forma simplificada (unifásicos) – para sua conclusão existe uma
única fase consistente na assinatura do acordo com consentimento definitivo das
partes em obrigar-se pelo pactuado. São também chamados de acordos executivos
(executive agreements) e normalmente requerem apenas a participação do Poder
Executivo no processo de conclusão, prescindindo geralmente de ratificação.
28
Fontes Formais do Direito Internacional Público
 Tratados – VALIDADE:
 Partes capazes: Estados soberanos e organizações
internacionais, bem como os beligerantes como a OLP, a
Santa Sé e outros sujeitos de Direito Internacional que
tenham expressamente esse direito garantido.
 Agentes habilitados: Os agentes signatários, ou seja, os
representantes dos Estados devem apresentar seus plenos
poderes (uma espécie de procuração), tornando-se assim,
plenipotenciários.
29
Fontes Formais do Direito Internacional Público
 Tratados - VALIDADE:
 Consentimento mútuo: Se o tratado é um acordo, deve ser
consentido por todos ou pelo número necessário. Não pode
ocorrer erro, dolo, corrupção e coação.
 Objeto lícito e possível: O objeto do tratado deve ser possível e
permitido pelo direito e pela moral. Não pode ferir o jus cogens
(norma imperativa de direito internacional geral), como proibição
ao uso ou ameaça de força e a agressão, prevenção e repressão
de genocídios, da pirataria, do tráfico de escravos, da
discriminação racial ou do terrorismo.
30
Fontes Formais do Direito Internacional Público
 Tratados – EFEITOS:
 Os tratados produzem efeitos entre as partes contratantes, sendo
de cumprimento obrigatório quando entram em vigor. Os
tratados não têm efeito retroativo.
 Exceções: questões territoriais
 Idioma: Os tratados podem ser celebrados em tantas línguas
quantas forem as das partes contratantes, pode ser indicado um
terceiro idioma, ou um idioma comum (universal), que poderá
servir para interpretação e solução de conflitos. (Silva, 2008, p.
95)
31
Fontes Formais do Direito Internacional Público
 Tratados – RATIFICAÇÃO:
 Conceito: “ato administrativo mediante o qual o chefe de Estado confirma um
tratado firmado em seu nome ou em nome do Estado, declarando aceito o que
foi convencionado pelo agente signatário” (Accioly, p. 28-29)
 Existem 3 sistemas de ratificação:
 a) Sistema da competência exclusiva do Poder Executivo: Estados absolutistas,
Alemanha Nazista
 b) Sistema de competência exclusiva do Poder Legislativo: modelo britânico que
exige um ato do parlamento para que o ato tenha eficácia interna.
 c) Sistema misto: participação do Legislativo e do Executivo, como ocorre no
Brasil.
32
Fontes Formais do Direito Internacional Público
 Tratados – RATIFICAÇÃO:
 Próprio tratado pode prever a forma de ratificação;
 O que torna um tratado perfeito e acabado é a troca da carta de ratificação com
outra idêntica da outra parte contratante ou o seu depósito no local indicado no
tratado.
 O depósito é exigido geralmente para tratados multilaterais que requerem
certo número de depósitos ou sua totalidade para entrar em vigor. O Estado ou
organismo depositário avisa os demais do número de depósitos e de sua
entrada em vigor.
 Embora só entre em vigor após a ratificação, o Estado deve abster-se da prática
de qualquer ato capaz de frustrar seu objeto e finalidade.
33
Fontes Formais do Direito Internacional Público
 Tratados – BRASIL:
 Negociações (encerra com a elaboração do texto final) → Assinatura (exige-se,
em regra, 2/3 dos presentes – art. 9º CV)→ Mensagem ao Congresso Nacional
→ Dec. Leg. (C.N. – referendo do Congresso) → Dec. (Promulgação/Ratificação
pelo Chefe de Estado) → Publicação D.O.U. e D.C.N. → troca da Carta de
Ratificação/Depósito internacional (Registro)
 Principais Efeitos:
 a) A rejeição do Tratado pelo CN impede a ratificação pelo Presidente da
República (sob pena de incidir em Crime de Responsabilidade – art. 84, II, CF).
 b) A aprovação do Tratado pelo CN não vincula o ato de ratificação do
Presidente da República (discricionário)
 A ratificação é ato irretratável
INTERAÇÃO
34
35
 No dia 05 de junho o Estado de Fiscalandia, naquele ato
representado por um agente signatário apto para o ato, assinou
Tratado que regulava a relação comercial com dois Estados vizinhos.
Momentos depois, quando a imagem da assinatura é divulgada na
mídia, o Chefe de Estado de Fiscalândia alega corrupção do agente
signatário, afirmando que não havia interesse econômico por parte
de Fiscalandia naquele Tratado. É possível alegar invalidade no
consentimento? Explique.
36
 Artigo 50
 Corrupção de Representante de um Estado
 Se a manifestação do consentimento de um Estado em obrigar-se
por um tratado foi obtida por meio da corrupção de seu
representante, pela ação direta ou indireta de outro Estado
negociador, o Estado pode alegar tal corrupção como tendo
invalidado o seu consentimento em obrigar-se pelo tratado.
37
PERGUNTAS?
BLOCO 3
Atos Unilaterais
38
39
ATOS UNILATERAIS DOS ESTADOS
 São manifestações de vontade de um sujeito de Direito
Internacional com intenção de produzir efeitos jurídicos. Para ter
eficácia deve atender os seguintes requisitos (Silva, 2008, p. 151):
 a) Deve ser público, de conhecimento da Sociedade Internacional;
 b) o ato deve ser criado por um Estado Soberano ou sujeito de
Direito Internacional;
 c) o conteúdo deve ser possível e não proibido por norma de Direito
Internacional;
 d) deve haver intenção do Estado que elabora esse ato de se obrigar.
40
ATOS UNILATERAIS DOS ESTADOS
Podem ser tácitos ou expressos;
O tácito se manifesta pelo silêncio significando que o
sujeito de DIP ao não se manifestar sobre determinado
ato unilateral, acata-o. Para tanto, é necessário que: a) o
Estado interessado deve conhecer o fato; b)o objeto deve
ser um interesse jurídico e c) deve ser concedido um
prazo razoável para que o Estado interessado se
manifeste. (Silva, 2008, p. 151)
41
ATOS UNILATERAISDOS ESTADOS
Protesto: consiste na manifestação expressa de
discordância quanto a uma determinada situação,
destinada ao transgressor de norma internacional e
voltada a evitar que a conduta objeto do protesto se
transforme em norma. Visa a resguardar os direitos do
Estado em face de pretensões de outro Estado.
42
ATOS UNILATERAIS DOS ESTADOS
Notificação: é ato pelo qual um Estado leva oficialmente
ao conhecimento de outro ente estatal fato ou situação
que pode produzir efeitos jurídicos, dando-lhe “a
necessária certeza da informação”. É entendido como
“ato condição”, ao qual a validade de ações posteriores
está vinculada. Exemplos são as notificações de estado
de guerra.
43
ATOS UNILATERAIS DOS ESTADOS
A renúncia é a desistência de um direito, que é extinto.
Deve ser sempre expressa, nunca tácita ou presumida a
partir do mero não-exercício de um direito.
A denúncia é ato pelo qual o Estado se desvincula de um
tratado.
 Já o reconhecimento é ato de constatação e admissão da
existência de certa situação que acarrete consequências
jurídicas.
44
ATOS UNILATERAIS DAS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
 Resoluções/Decisões das organizações internacionais
 No âmbito das OI - seus atos unilaterais têm força para gerar
normas jurídicas internacionais, exigível de quaisquer pessoas
submetidas ao DI. São atos emanados das Ois como sujeitos de DIP.
 É importante observarmos que as decisões das organizações
internacionais podem ser de caráter vinculante ou não, o que será
estipulado pelo respectivo estatuto de cada organização. Alguma
parcela da doutrina aduz que, somente quando forem atos
vinculantes aos Estados membros serão considerados como fonte
do Direito Internacional Público
45
ATOS UNILATERAIS DAS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
Resoluções/Decisões das organizações internacionais
Atos de mera orientação, apesar da sua importância, não
devem ser considerados como fonte do Direito, uma vez
que não criam uma norma.
46
ATOS UNILATERAIS DAS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
 As denominações mais comumente encontradas são:
 a) Decisões: atos da Organização Internacional que geram obrigações
para seus destinatários (exemplo: Conselho de Segurança da ONU);
 b) Recomendações: atos da Organização Internacional que sugerem
atos ou alerta sobre possíveis obrigações (exemplo: Assembleia Geral e
também o Conselho de Segurança da ONU);
 c) Sentenças: decisões em contenciosos perante as Cortes
internacionais;
 d) Pareceres consultivos: decisões de caráter não obrigatório que
elucidam o direito sobre determinado caso.
47
ATOS UNILATERAIS DOS ESTADOS
 SOFT LAW
 Necessidade de adaptação das novas situações de direito e relações internacionais,
ligada à flexibilidade que a regulação e a acomodação dos interesses ali presentes;
 Apesar de não se ter ainda, na doutrina internacionalista, uma conceituação
adequada do que seja soft law – (direito plástico, direito flexível ou direito
maleável) –, compreende todas aquelas regras cujo valor normativo é menos
constringente que o das normas jurídicas tradicionais, seja porque os instrumentos
que as abrigam não detêm o status de “normas jurídicas”, seja porque os seus
dispositivos, ainda que insertos no quadro de instrumentos vinculantes, não criam
obrigações de direito positivo aos Estados, ou não criam senão obrigações pouco
constringentes. (MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público – 12. ed. – Rio de Janeiro:
Forense, 2019)
48
ATOS UNILATERAIS DOS ESTADOS
 SOFT LAW: Constituem-se como atos internacionais
concertados e não-convencionais, constituídos por
documentos extraídos de foros internacionais que possuem
caráter meramente declaratório, que não gera
obrigatoriedade e não vincula os Estados ao seu
cumprimento expresso. Os documentos possuem um caráter
indicativo de direito sendo estruturados para serem
regulamentados “lege ferenda”, ou seja, a ser regulamentado
para ser aplicável, e que se reconhece como moralmente
válido. (Silva, 2008, p. 71).
49
ATOS UNILATERAIS DOS ESTADOS
 - Modalidades de soft laws:
 a) normas, jurídicas ou não, de linguagem vaga ou de conteúdo
variável ou aberto ou, ainda, que tenham caráter principiológico ou
genérico, impossibilitando a identificação de regras claras e
específicas;
 b) atos concertados entre os Estados que não adquiram a forma de
tratados e que não sejam obrigatórios;
 c) atos das organizações internacionais que não sejam obrigatórios;
 d) instrumentos produzidos por entes não-estatais que consagrem
princípios orientadores do comportamento dos sujeitos de Direito
Internacional e que tendam a estabelecer novas normas jurídicas.
50
ATOS UNILATERAIS DOS ESTADOS
Normas sem valor propriamente “jurídico”, ou com valor
normativo menor que o das normas tradicionais (ou
ainda, segundo alguns, com conteúdo variável), nem por
isso deixa ela de ter a sua significância em Direito
Internacional. (MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público – 12. ed. – Rio de
Janeiro: Forense, 2019)
Ex. A Lei Modelo sobre Arbitragem Internacional, a Carta
Democrática Interamericana e a Declaração Sociolaboral
do MERCOSUL.
INTERAÇÃO
51
52
 Examine as assertivas abaixo e indique, a seguir, a resposta correta:
 I - as normas de um tratado internacional sobre direitos humanos, devidamente incorporado ao
direito brasileiro, poderão integrar o elenco das denominadas "cláusulas pétreas"
constitucionais;
 II - a denúncia é ato unilateral pelo qual o Estado requer a extinção de Convenção ou Tratado
Internacional em vigor em vários outros Estados, por força da caducidade das suas normas;
 III - os Tratados Internacionais somente podem ser firmados pelos Estados, não se admitindo a
participação de outros sujeitos;
 IV - os Tratados Internacionais devidamente incorporados ao direito brasileiro submetem-se ao
controle abstrato de constitucionalidade, por força da natureza jurídica das suas normas;
 V - as convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovadas apenas por
maioria simples em cada casa do Congresso Nacional brasileiro não adquirem vigência normativa
própria dos Tratados.
53
PERGUNTAS?
BLOCO 4
Soluções Pacíficas 
de Controvérsias.
54
55
SOLUÇÃO PACÍFICA DE CONTROVÉRSIAS
 Conflito de interesses no cenário internacional, que dois ou mais
Estados ou organizações internacionais discordem sobre um
determinado ponto. Algumas vezes esses conflitos de interesses
podem ser simples, apenas uma discordância, outras vezes podem
tomar maiores proporções, até mesmo levando à emergência de
guerras ou conflitos armados.
 A expressão “solução pacífica de controvérsias” compreende os
instrumentos não militares e, portanto, exclui as atividades de
direito de ingerência da ONU ou de organizações de caráter militar.
(VARELA, Marcelo Dias. Curso de Direito Internacional Publico.
2019)
56
SOLUÇÃO PACÍFICA DE CONTROVÉRSIAS
 Negociação
 A negociação diplomática compreende as iniciativas dos
próprios Estados envolvidos para equacionarem o máximo
possível suas controvérsias. Diferencia-se das demais formas
que pressupõem a intervenção de outro ator, que colabora
com a solução ou mesmo profere uma decisão.
 (VARELA, Marcelo Dias. Curso de Direito Internacional 
Publico. 2019)
57
SOLUÇÃO PACÍFICA DE CONTROVÉRSIAS
 Bons ofícios
 Nos bons ofícios, objetiva-se reatar negociações entre dois
Estados que já não mantêm relações diplomáticas. Cria-se
um ambiente possível ou mesmo favorável à solução do
litígio sem, no entanto, coordenar a negociação. A diferença
para a negociação é a interferência de um terceiro que, em
geral, exerce uma função de relevância política internacional,
no tocante à matéria.(VARELA, Marcelo Dias. Curso de Direito
Internacional Publico. 2019)
 Ex: Secretário Geral ONU
58
SOLUÇÃO PACÍFICA DE CONTROVÉRSIAS
 Mediação
 O mediador propõe a base jurídica que fundamentará o processo de
negociação, busca diminuir os dissensos e aproximar as distintas
soluções desejadas pelaspartes. Muitas vezes, o mediador prepara
o ambiente para negociação e colaborando até seu final, pode
oferecer uma solução ao litígio não definitiva. Seu objetivo principal,
além de restabelecer relações diplomáticas, é conduzir as partes a
uma solução amigável. (VARELA, Marcelo Dias. Curso de Direito
Internacional Publico. 2019)
 Terceiro é ativo, propõe soluções;
59
SOLUÇÃO PACÍFICA DE CONTROVÉRSIAS
 Conciliação
 A conciliação é um procedimento facultativo de negociação,
conduzido por uma comissão de conciliadores, que irão indicar o
direito aplicável ao caso e os fatos apurados na investigação. A
Conciliação é realizada por uma comissão composta por
conciliadores escolhidos pelos Estados envolvidos.(VARELA, Marcelo
Dias. Curso de Direito Internacional Publico. 2019)
 Meios políticos: ocorrem no seio das organizações internacionais e
são utilizados para a resolução de conflitos mais graves, que
geralmente representem uma ameaça à paz.
60
INSTRUMENTOS JURISDICIONAIS DE SOLUÇÃO DE
CONTROVÉRSIAS
 Os instrumentos jurisdicionais de solução de controvérsias
têm por principal característica a determinação de uma
solução jurídica ao caso, determinada por um terceiro, que
foi acionado para proferir uma decisão ao litígio. (VARELA, p.
534)
 Os principais instrumentos de solução jurisdicional de
conflitos são:
 a) arbitragem;
 b) decisão jurisdicional.
61
SOLUÇÃO PACÍFICA DE CONTROVÉRSIAS
Arbitragem
Compromisso arbitral é o tratado entre os Estados que
define a modalidade de composição do painel arbitral,
seus poderes, os procedimentos a serem adotados pelos
árbitros, as regras de direito aplicáveis, a possibilidade de
recurso e traz o compromisso das partes de cumprirem
fielmente a decisão dos árbitros. (VARELA, p. 535)
62
SOLUÇÃO PACÍFICA DE CONTROVÉRSIAS
Arbitragem
o Tribunal Arbitral é instituído para um fim específico,
para a resolução de um caso concreto.
 Se comprometem a cumprir com a decisão, sob pena de
incorrerem em ilícito internacional e por ele serem
responsabilizadas (princípio pacta sunt servanda)
63
SOLUÇÃO PACÍFICA DE CONTROVÉRSIAS
 Solução judicial:
 Submeter-se à jurisdição das Cortes Internacionais é uma
faculdade das partes, porém a partir do momento em
que elas as reconhecem, sujeitam-se às decisões
proferidas, as quais se tornam obrigatórias, como a de
qualquer outro tribunal.
64
65
PERGUNTAS?
Situação Problema
66
67
SITUAÇÃO PROBLEMA
 O ano é 2007. Neimar Mesi nasce em uma localidade erma, de difícil acesso,
encravada entre os países da Argentina e do Brasil. Um vilarejo, sem
qualquer registro ou reconhecimento formal. Acontece que o menino, com
um talento extraordinário para a prática do futebol, acaba sendo descoberto
por Juan Cabrero, um olheiro argentino que, certo dia, perdido naquela
localidade, acaba vendo o prodígio em ação.
 Com ligações à seleção Argentina de futebol, Juan oferece ao menino uma
oportunidade para a realização do sonho de se tornar jogador de futebol,
partindo das categorias de base deste país. Ocorre que o pai de Neimar
Mesi, de origem brasileira, então toma conhecimento do talento absurdo de
seu filho para a prática do esporte e, como bom brasileiro, quer que seu
descendente venha a vestir a camisa da seleção canarinha.
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SITUAÇÃO PROBLEMA
 A situação chega ao extremo de causar uma controvérsia entre os países para,
primeiramente, definir a localidade de nascimento de Neimar Mesi, a qual país
pertence o território em que o craque nasceu. As discussões passam a ser
corriqueiras, chegando a ameaçar a paz entre os países. O problema, nesta
ficção, está lançado: nesse caso, qual seria a melhor alternativa para a
resolução harmônica do conflito internacional, já que as partes se mostram
inflexíveis entre si? Tenhamos também em mente que ambas as nações querem
efetivamente solucionar o problema para que o território em questão seja
finalmente definido como sendo brasileiro ou argentino. Imagine que você é
um diplomata brasileiro e foi incumbido da missão de buscar a solução do
conflito internacional. Quais os meios de solução pacífica de controvérsias
nesse caso? Qual deles você indicaria para melhor solucionar a questão?
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RESOLUÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA
 Estamos claramente diante de um caso no qual existe uma flagrante
controvérsia internacional envolvendo dois países na América do Sul. Cientes de
que ambos os países tencionam elucidar pacificamente a questão para
finalmente definirem a quem pertence o território e, igualmente definirem se
Neimar Mesi é um brasileiro ou, ao contrário, argentino, você, como
representante diplomático do Brasil, deve apontar a melhor forma de
solucionar essa controvérsia.
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RESOLUÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA
 Então, como diplomata que é, você deve defender os interesses do país que
representa. Nesse sentido, prezado diplomata, tendo em vista e considerando
que o Brasil carrega como principal interesse a preservação da paz mundial, e
que seu papel é impulsionar a efetivação dos interesses brasileiros, você deve
propor, para finalmente solver a questão, mantendo a harmonia entre os países
conflitantes, a intervenção direta de um mediador advindo de um terceiro país,
isento de interesses na questão e referendado tanto pelo Brasil quanto pela
Argentina. O país mediador deverá ativamente orquestrar uma solução que,
pacificamente, garanta a melhor resolução para ambas as partes que compõe
esta contenda internacional. Assim, a controvérsia será resolvida de maneira
pacífica, de acordo com aquilo que determina o artigo 33 da Carta da ONU.
RECAPITULANDO
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 Princípios gerais do direito, doutrina, fatos, costume e
jurisprudência
 Tratados e Convenções
 Atos unilaterais dos Estados e resoluções de
organizações governamentais.
 Soluções Pacíficas de Controvérsias.

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